Déborah Alves Oliveira Leite

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FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE – FAINOR CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

DÉBORAH ALVES OLVEIRA LEITE

ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL CONSTRUTIVISTA

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA, DEZEMBRO DE 2016


DÉBORAH ALVES OLIVEIRA LEITE ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL CONSTRUTIVISTA

Projeto Apresentado à Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR, para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista. Professor Orientador: Ivana Suzi Labanca

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA, DEZEMBRO DE 2016


DÉBORAH ALVES OLIVEIRA LEITE ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL CONSTRUTIVISTA

Projeto Apresentado à Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR, para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista. Professor Orientador: Ivana Suzi Labanca Aprovado em 14/12/2016

Banca examinadora:

_____________________________________________________ Ivana Suzi Gomes de Araújo Labanca Arquiteta e Urbanista – Orientadora Universidade Potiguar

_____________________________________________________ Marcelo Silva Ferreira Arquiteto e Urbanista – Avaliador Interno Universidade Federal da Bahia

_____________________________________________________ Anna Paula Pereira dos Santos Arquiteta e Urbanista – Avaliadora Externa Faculdade Independente do Nordeste

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA


“Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono

pode

levá-los

para onde quiser.

Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram

de

ser

pássaros.

Porque

a

essência dos pássaros é o vôo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.” (Rubem Alves)


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, à minha família, e aos meus amigos pelo total apoio e paciência durante os momentos difíceis na resolução deste.


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pois Ele é à base da minha vida. Agradeço aos meus pais Selma e Vilmar pelo amor e apoio absoluto, e por terem confiado no meu potencial, me permitindo cursar o tão sonhado curso de Arquitetura e Urbanismo. Agradeço a toda minha família pela paciência e dedicação, em especial aos meus irmãos Lázaro e Laryssa, pela atenção, ajuda e carinho diário, além do auxílio nos trabalhos acadêmicos. Agradeço aos meus amigos, em especial a Lívia, César, Marina, Ully, Filipe e Alexandre por fazerem os meus dias mais alegres e por estarem ao meu lado nos momentos mais difíceis. Agradeço também aos meus professores e amigos arquitetos por terem me ensinado tudo o que eu acredito saber hoje. E por fim, agradeço a minha orientadora pela paciência e sabedoria, me auxiliando na realização deste trabalho.


RESUMO O presente trabalho tem como desenvolvimento a proposta de elaboração do projeto arquitetônico de uma Escola de Educação Infantil, a ser implantada em Vitória da Conquista – Bahia, destinada a crianças de 0 a 6 anos de idade e com processo pedagógico baseado no Construtivismo, teoria esta desenvolvida por Jean Piaget. A teoria educacional construtivista define que o desenvolvimento do conhecimento surge através da relação da criança com os meios físicos e sociais. Esta tem como intuito envolver a comunidade onde será instalada e recepcionar os pais interessados em matricular seus filhos neste tipo de instituição, cujo objetivo primordial é a integração dos alunos, através de atividades lúdicas e educativas, por meio de espaços arquitetônicos planejados e projetados para este tipo de linha pedagógica. Além disso, demonstra como o ambiente escolar é capaz de influenciar o desenvolvimento e aprendizado na primeira infância, através dos espaços arquitetônicos. É definida então, como Escola de Educação Infantil Construtivista.

Palavras-Chave: Educação. Criança. Construtivismo. Arquitetura escolar. Vitória da Conquista - BA.


ABSTRACT The present work develops the proposal of elaboration of the architectural project of a School of Infantile Education, to be implanted in Vitória da Conquista - Bahia, destined to children from 0 to 6 years of age and with pedagogical process based on Constructivism, theory that is Developed by Jean Piaget. Constructivist educational theory defines that the development of knowledge arises through the relation of the child to the physical and social means. The purpose of this project is to involve the community where parents interested in enrolling their children in this type of institution will be installed and welcomed, whose main objective is the integration of students through play and educational activities, through architectural spaces designed and designed for this purpose type of pedagogical line. In addition, it demonstrates how the school environment is capable of influencing early childhood development and learning through architectural spaces. It’s defined then, like School of Infantile Education Constructivist.

Keywords: Education. Child. Constructivism. School architecture. Vitoria da Conquista - BA.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 2 EDUCAÇÃO: BREVE HISTÓRICO ........................................................................ 12 2.1 ORIGEM DA EDUCAÇÃO ............................................................................... 12 2.2 ORIGEM DA EDUCAÇÃO NO BRASIL ........................................................... 14 3 ESCOLAS BRASILEIRAS ...................................................................................... 16 3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................................... 16 3.2 EDUCAÇÃO INFANTIL .................................................................................... 17 3.2.1 PARÂMETROS DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL .............................. 19 3.3 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA ............................................................................ 20 4 ARQUITETURA E ESPAÇO ESCOLAR ................................................................ 21 5 PRINCIPAIS TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO ............................................................ 24 5.1 JEAN-JACQUES ROUSSEAU ......................................................................... 24 5.2 JOHANN HEINRICH PESTALOZZI ................................................................. 24 5.3 FRIEDRICH FROEBEL .................................................................................... 24 5.4 JOHN DEWEY ................................................................................................. 25 5.5 PAULO FREIRE ............................................................................................... 26 5.6 ANÍSIO TEIXEIRA............................................................................................ 26 5.7 RUDOLF STEINER .......................................................................................... 27 5.8 MARIA MONTESSORI ..................................................................................... 28 6 TEORIA PEDAGÓGICA DE PROJETO ................................................................. 30 6.1 JEAN PIAGET .................................................................................................. 30 6.2 TEORIA PEDAGÓGICA ................................................................................... 31 6.3 ARQUITETURA NA ESCOLA CONSTRUTIVISTA .......................................... 33 7 PROJETOS REFERENCIAIS................................................................................. 34 7.1 Lua Nova – Salvador, Bahia (BR) .................................................................... 34 7.2 Ederto – Zaldibar, Biscay (ESP)....................................................................... 38 7.3 Guarderia Municipal - Velez-Rúbio, Almeria (ESP) .......................................... 41 8 METODOLOGIA..................................................................................................... 44 9 ÁREA DE INTERVENÇÃO ..................................................................................... 45 9.1 TERRENO ....................................................................................................... 45


9.1.1 TOPOGRAFIA ........................................................................................... 48 9.1.2 ESTUDO ESQUEMÁTICO DE VENTILAÇÃO E INSOLEJAMENTO ........ 49 9.1.3 ESTUDO DE ENTORNO ........................................................................... 50 9.1.5 LEGISLAÇÃO E NORMAS ........................................................................ 52 10 PREMISSAS PROJETUAIS ................................................................................. 58 10.1 PARTIDO ARQUITETÔNICO E CONCEITO ................................................. 58 10.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO ............... 61 10.3 ORGANOGRAMA .......................................................................................... 64 10.4 FUNCIONOGRAMA ....................................................................................... 64 11 PROPOSTA ......................................................................................................... 65 12 CONCLUSÃO....................................................................................................... 84 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 86


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1 INTRODUÇÃO A infância é o momento mais importante na vida do indivíduo, é nesta fase que se encontra o mais puro período da vida. Por meio desta fase, surgem as necessidades de desenvolvimento da criança, como por exemplo, a participação em atividades lúdicas, brincadeiras. A criança, por estar em constante crescimento e desenvolvimento cognitivo, vive em um mundo cercado de infinitas possibilidades de aprendizado, como por exemplo, de brincadeiras, conversas e criações. Por isso é necessário que as crianças se sintam acolhidas no ambiente escolar, para que possam viver essa fase de forma educativa. Deste modo, o presente trabalho tem por objetivo o desenvolvimento de um projeto arquitetônico para uma Escola de Educação Infantil, voltada a crianças de 0 a 6 anos de idade, onde é oferecido o ensino através da linha pedagógica Construtivista. Além disso, tem como intuito apresentar investigações acerca das linhas pedagógicas e a relação com os espaços, através da arquitetura e materiais didáticos, e demonstrar de que forma o ambiente escolar influenciam nas linhas pedagógicas. Também foi realizado um estudo científico tendo por base a pedagogia Construtivista a fim de fornecer dados para o desenvolvimento do projeto arquitetônico escolar, coerente com esta linha pedagógica. Com isso foi possível avaliar a relação da criança com o ambiente arquitetônico, baseada no desenvolvimento educacional, através da aprendizagem direcionada às crianças.


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2 EDUCAÇÃO: BREVE HISTÓRICO 2.1 ORIGEM DA EDUCAÇÃO Na antiguidade, muitas civilizações já se preocupavam com a educação. A transmissão de conhecimentos e valores era passada dos mais velhos para os mais novos, de pais para filhos. Por não existir espaços específicos destinados para este fim, o aprendizado acontecia dentro de casa, no dia a dia de cada família. Nessa época já era conhecida à importância das transmissões dos conhecimentos para as crianças tais como padrões culturais e técnicas de sobrevivência, e ao mesmo tempo já havia a separação de gêneros. Com isso, é possível entender que os homens tinham o papel de ensinar os meninos às tarefas diárias, e as mulheres, da mesma forma, transmitiam os ensinamentos para as meninas. Logo, com o desenvolvimento da sociedade no que diz respeito às práticas políticas e econômicas, surgiu a necessidade de melhorar a transmissão de conhecimentos diários, onde a educação de pai para filho não era mais suficiente. Assim, surgiram os primeiros professores, eram contratados pelas famílias de alto poder aquisitivo para ensinar e educar as crianças. Sem qualquer estrutura física correta, o ensino era passado dentro das residências, em lugares improvisados. Na história da humanidade, o processo de transmitir os conhecimentos e as atitudes necessárias para que o indivíduo tenha condições de integrar-se à sociedade teve formas variadas e objetivos específicos. Em culturas primitivas, a educação acontece sem estrutura formal, mas o ambiente onde se vive pode ser chamado de escola. Todos os membros dessas sociedades exercem o papel de educador, com influência maior da família. (KOWALTOWSKI, 2011, pág. 19)

Na Grécia Antiga, os locais de ensino tiveram início por meio das diferentes atividades desenvolvidas pelos filósofos. A educação era vista como método de preparar o homem para viver na cidade. O homem era instruído no conhecimento das artes, filosofia, esportes, conhecimentos naturais. Durante a Idade Média a educação era desenvolvida quase exclusivamente pela Igreja, que tinha o objetivo de formar, educar e conformar. Durante o período medieval, a população se concentrava predominantemente nas zonas rurais, visto que isso ocorreu durante uma mudança na sociedade no sistema feudal. A


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educação era passada aos alunos nos mosteiros e sedes episcopais, e os educadores eram líderes religiosos.

Fig. 01 – Mosteiro. (imagem ilustrativa) Fonte: Disponível em <http://setepecadosimortais.blogspot.com.br/2015/08/o-mosteiromedieval.html> Acesso: Abril, 2016.

Devido aos ambientes destinados ao ensino serem reduzidos, a educação ainda era para poucos e muito elitizada, apenas o clero tinha acesso direto a educação, e esses espaços eram dedicados principalmente para a formação de sacerdotes e uma pequena parcela de funcionários da corte. Com a crise no sistema feudal, o comércio neste período ganhou força. Com base em Kowaltowski (2011), Comenius - Jan Amos Komensky, pensador do século XVII e considerado o fundador da didática moderna - pregava ainda a necessidade de um ambiente escolar arejado, bonito, com espaço livre, capaz de favorecer a aprendizagem, que se iniciava pelos sentidos, permitindo que fossem internalizadas as impressões sensoriais obtidas pela experiência com objetos e, mais tarde, interpretadas pela razão.


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2.2 ORIGEM DA EDUCAÇÃO NO BRASIL O ensino no Brasil teve início na colonização, por volta de 1549, com a chegada dos jesuítas, liderados por Manoel de Nóbrega. Esse líder religioso tinha como principal foco catequizar os povos nativos. Segundo seus princípios, antes de ensinar a doutrina católica, era necessário ensinar aos índios primeiramente a ler e escrever. De acordo com Garcia (2015), os jesuítas durante muito tempo foram os únicos responsáveis pela educação brasileira, apoiados pela coroa portuguesa. Foram também os primeiros responsáveis pela construção de igrejas e escolas por toda colônia, a fim de catequizar os povos de maneira mais rápida. Existia uma ligação muito forte entre a educação jesuíta e a religião católica, já que o padrão arquitetônico utilizado por eles na escola era análogo, onde o colégio era a extensão da Igreja. Com isso, a tipologia do pátio pode ser entendida através da ligação deste com os setores da escola, muito similar ao que acontecia nos conventos das Igrejas.

Fig. 02 – Pátio do Colégio: Colégio Jesuíta – 1824 (SP). Tipologia de escolas jesuítas. Fonte: Disponível em <http://virtualiaomanifesto.blogspot.com.br/2007/12/ptio-do-colgio-local-genticoda.html> Acesso: Abril, 2016.

Com a chegada de Marquês de Pombal, no ano de 1759, um novo sistema de educação foi implantado, com características iluministas, cientificas e nacionalistas, que causou o afastamento da educação advinda dos jesuítas.


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Com a conquista da Independência, em 1824 foi elaborada a primeira constituição, assegurando “como compromisso do Império assegurar instrução primária e gratuita a todos os cidadãos”. De acordo com declarações de Garcia (2015), essa garantia foi confirmada pela lei 15 de outubro de 1827, “que previa a criação de escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e vilarejos”. Com o passar dos anos a Constituição sofreu mudanças que a alterara drasticamente. Entende-se que as construções das escolas usadas hoje em dia, com tipologias repetidas, que não consideram os condicionantes locais, tiveram influência do século XIX, onde já se imaginava um modelo ideal que pudesse ser aplicado em qualquer localidade. Acreditava-se em uma fórmula universal para todas as escolas, partindo-se dos padrões da arquitetura Europeia. Era a fase de industrialização que começava a despontar no país, acarretando o princípio do processo de urbanização e, por conseguinte, a necessidade de novas demandas por educação. [...] inaugura-se uma fase de projetos de edificações escolares inspiradas em programas educacionais europeus. (SALES, 2000, pág.49)

O programa educacional dessa época, já demonstrava preocupação com a higiene, o conforto e a tecnologia, porém era muito rígido e pouco eficiente. Na segunda metade do século XIX, a pedagogia sofreu uma série de inovações causadas pelas transformações da sociedade, fazendo com que as teorias começassem a se preocupar com a criatividade e o individualismo do aluno. Com base nas afirmações de Garcia (2015), a partir de 1920, o Brasil passou por um movimento de renovação na educação, com momentos de transformação cultural e artístico, derivados da semana de arte moderna de 1922. Com isso, alguns educadores criticaram o modelo educacional existente até o momento, o modelo passivo, onde o estudante não é um ser pensante, e sim um receptor de conhecimentos, passados por meio de educadores.


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3 ESCOLAS BRASILEIRAS 3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO O ambiente de ensino, denominado escola, é o lugar de criação, execução e avaliação de seu processo educativo, uma vez que prioriza a organização do trabalho pedagógico com base em seus alunos. Nesse sentido, a escola tem a necessidade de assumir as responsabilidades, sem que seja frequente a interferência de esferas administrativas. Com isso, é importante que haja uma forte ligação entre as escolas e os sistemas de ensino. A escola deve ser pensada de forma que promova transformação e mudança, rompendo com paradigmas tradicionais e com os conhecimentos que mesmo culturalmente valorizados, não tenham significado no cotidiano do indivíduo. As escolas brasileiras são reflexos das mudanças entre épocas e isso demonstra que há uma necessidade de planejamento e melhorias nas condições de ensino. A sociedade determinou que a educação fosse um instrumento indispensável para a inclusão social e para o desenvolvimento local. De acordo com Bandeira e Lucena (2014), entre a década de 1960 e 1990, por questões de custos e de verbas limitadas, houve uma simplificação no sistema de construções escolares. Os padrões de construção se adaptaram a essas mudanças, de forma que o sistema construtivo fosse rápido e econômico, a fim de desenvolver as necessidades de novas construções escolares e além de possuir possibilidades de reformas e ampliações. A maioria das edificações escolares, ainda hoje, seguem um projeto arquitetônico padrão, principalmente na rede pública de ensino. Consequentemente, quase todas as escolas são desfavoráveis ao aprendizado, já que muitas vezes não são levadas em consideração as situações especificas do local, os fluxos, as necessidades da comunidade, os condicionantes ambientais, como sol e ventos. Com isso, foram desenvolvidas no governo de Brizola, as escolas públicas de período integral, denominadas CIEP – Centro Integrado de Educação Pública. Esses projetos

arquitetônicos

foram

idealizados

por

Oscar

Niemayer,

prédios

desenvolvidos com concreto pré-fabricados, com a finalidade de se adaptar aos custos construtivos. A estrutura padrão da escola possui refeitório, biblioteca, posto médico, alojamentos e quadras de esportes cobertas. Algumas dessas instituições


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foram construídas e ainda são utilizadas até hoje, entretanto, com a alteração dos gestores, a maioria já se encontra desativada.

Fig. 03 – CIEP Mané Garrincha – Porto Alegre (RS), escola em funcionamento Fonte: Disponível em <http://noticias.terra.com.br/educacao/s onho-de-brizola-escola-de-turno-integralfracassa-no-rj-es> Acesso: Maio, 2016.

Fig. 04 – CIEP Tancredo Neves – Rio de Janeiro (RJ), escola em funcionamento. Fonte: Disponível em <http://www.pbase.com/andremendonca/ cieptancredoneves> Acesso: Junho, 2016.

Ao analisar a realidade das escolas atualmente, observa-se o quanto é preciso trilhar caminhos para uma educação de qualidade, e que esta tenha o papel de preparar o educando para a vida em sociedade. O papel primordial da escola é a formação do indivíduo como agente de transformação da sociedade. A educação é garantida como direito de todo cidadão, por meio do Art. 6º da Constituição Brasileira, de 1988. A Educação infantil, além de ser dever do Estado, é também direito e dever da criança.

3.2 EDUCAÇÃO INFANTIL Primeiramente deve-se pensar sobre os conceitos da criança, para assim refletir sobre a educação infantil e a proposta pedagógica para esse segmento de ensino. É possível perceber hoje que não há como definir o conceito de criança, sem levar em consideração o meio social onde está inserida, sua realidade pessoal e ainda sua atuação neste lugar. Dessa forma, as experiências vivenciadas pela criança e os meios sociais são de fundamental importância para a construção e desenvolvimento do futuro adulto. A educação infantil exerce um papel imprescindível na formação do indivíduo, onde as atividades lúdicas devem estar presentes. É também caracterizada como


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local de produção de cultura e conhecimento em grupo, por meio do espaço e do tempo, portanto, não se deve levar em conta somente a faixa etária da criança e nem as teorias de desenvolvimento. As Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil contidas na Resolução nº 5, de 15 de dezembro de 2009, considera “a criança como sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.” Além de deixar claro que as diretrizes curriculares nacionais devem nortear propostas curriculares e projetos pedagógicos, cujos eixos norteadores devem ser as interações e brincadeiras. A Educação Infantil se faz por meio de um Projeto Político Pedagógico (PPP), construído com a participação da comunidade escolar, na qual promovem de modo integrado o desenvolvimento físico, afetivo, cognitivo, linguístico e sociocultural, através das diferentes faixas etárias e as singularidades das crianças. Corresponde à primeira etapa da Educação Básica, oferecida em Creches e Pré-escolas, às quais se caracterizam como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade. (Cf. DCNEI, art. 5º, pág. 12, 2009)

A instituição de ensino (escola/creche) utiliza o método de ampliação e alargamento do universo primitivo da criança, através do contato com outras crianças e até mesmo com adultos, já que esses normalmente têm origens e hábitos culturais diferentes, proporcionando assim novas chances de aprendizado e conhecimento da realidade. Outro meio de desenvolvimento da criança, mais importante, pode-se assim considerar, é a linguagem corporal, obtida através do contato físico com outras pessoas, construindo assim sua aprendizagem. De acordo com Barbosa (2009), os estabelecimentos de Educação Infantil ocupam atualmente na sociedade, lugares importantes como produtores e divulgadores de uma cultura de defesa da infância, ou seja, possuem o compromisso político e social de garantir as especificidades das infâncias na sociedade contemporânea. O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (RECNEI) determina uma política e traça parâmetros curriculares com o intuito de auxiliar o trabalho educativo junto às crianças pequenas.


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Considerando a fase transitória pela qual passam creches e préescolas na busca por uma ação integrada que incorpore às atividades educativas os cuidados essenciais das crianças e suas brincadeiras, o Referencial pretende apontar metas de qualidade que contribuam para que as crianças tenham um desenvolvimento integral de suas identidades, capazes de crescerem como cidadãos cujos direitos à infância são reconhecidos. Visa, também, contribuir para que possa realizar, nas instituições, o objetivo socializador dessa etapa educacional, em ambientes que propiciem o acesso e a ampliação, pelas crianças, dos conhecimentos da realidade social e cultural. (Cf. RECNEI, vol.1, p7, 1998).

O RECNEI sugere que a integração curricular se desenvolva por meio da ligação entre os objetivos da Educação Infantil, com os diferentes eixos de trabalho, sendo esses, a educação pessoal e social e conhecimento do mundo. Nesse sentido, serão contemplados os objetivos relacionados ao movimento, música, artes visuais, linguagem oral e escrita, natureza e sociedade, e raciocínio lógico matemático. No que diz respeito às dependências físicas, o Conselho Municipal de Ensino (CME) justifica que elas não se resumem apenas a metragens, pois devem possibilitar a existência de ambientes internos e externos capazes de congregar um número variado de crianças, atendendo aos objetivos das atividades que nelas se desenvolverão, segundo a proposta pedagógica das instituições.

3.2.1 PARÂMETROS DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL No quesito aprendizagem, a criança se desenvolve por meio do intercâmbio com outras pessoas, sejam crianças ou adultos, através de recursos de interação. Dentre esses recursos destacam-se a imitação, o faz-de-conta, a oposição, a linguagem e a apropriação da imagem corporal. A linguagem (corporal, escrita e falada) é o fator de mais destaque no que diz respeito à autonomia e à identidade. É através desse meio de comunicação que a criança expande e enriquece sua forma de expressão e desenvolvimento, além de ampliar as mais diversas possibilidades de interação. Portanto, a linguagem é representada como um importante veículo de socialização. A brincadeira é um dos recursos mais importantes para a construção da identidade, pois por meio dela que é desenvolvida a autonomia de cada criança. Através das brincadeiras, a criança interage com o outro e com isso amplia sua capacidade de imaginação, atenção e memória.


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Com a imitação, a criança desenvolve a capacidade de observar, aprender com os outros, copiar os gestos e falas, identificar-se com eles. As crianças realizam o processo de imitação observando e imitando as coisas e pessoas ao seu redor – normalmente as pessoas que elas tendem a imitar são do seu currículo afetivo. No jogo do faz-de-conta, a criança assume papeis, brinca através do imaginário e troca experiências com demais crianças, ou até mesmo adultos. Na brincadeira, a criança passa a fazer muitas vezes o papel de ator, onde ela representa o que é mais comum no seu dia-a-dia, sendo mãe, pai, médico, policial, até mesmo animais, etc.

3.3 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA A Constituição Federal de 1988 é a regulamentadora do sistema educacional brasileiro, pela Emenda Constitucional nº 14 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9.394 de dezembro de 1996. Além das normativas, existem também as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Básica (2013) e o Plano Nacional de Educação (PNE 2014/2024), aprovados pelo Congresso Nacional em 2014. Outro documento fundamental é o Estatuto da Criança e do Adolescente de 13 de julho de 1990. Segundo o Ministério da Educação (MEC, 2016), por meio da Secretaria de Educação, “a educação básica é o caminho para assegurar a todos os brasileiros a formação comum e indispensável para o exercício da cidadania e fornece-lhes os meios para progredir no trabalho e os estudos posteriores”. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 05 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (Lei Federal - nº 9394/96 – Art.29).

De acordo com LDB 9.394/1996, da educação infantil, Art. 30º – A educação infantil será oferecida em: I – creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II – pré-escolas, para crianças de 4 a 5 anos de idade. (Cf. lei nº 12796/2013) Art. 31º – Na escola infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro de seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. (Cf. lei nº 12796/2013)


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4 ARQUITETURA E ESPAÇO ESCOLAR Durante o século XIX, a arquitetura escolar, no que diz respeito a história, pode ser dividida em duas dialéticas: a primeira caracterizava-se por meio do desejo de haver espaços bem planejados e determinados, com o controle e as disciplinas em primeiro plano; e a segunda dialética, pode ser definida através das influências das teorias pedagógicas, que apreciavam e valorizavam a individualidade e a criatividade. [...] A educação de qualidade depende de um ambiente de ensino com um grande número de componentes que devem trabalhar em sintonia com o objetivo de aprofundar e ampliar o aprendizado dos alunos. O ambiente depende das características das pessoas presentes, do sistema educacional adotado, do suporte da comunidade e da infraestrutura disponível. A escola também depende da qualidade dos espaços que abrigam as atividades pedagógicas desenvolvidas. A arquitetura escolar, por isso, tem um papel fundamental ao propiciar um ambiente de ensino adequado, considerado o terceiro professor. (KOWALTOWSKI, 2011, pág. 79)

A arquitetura escolar pode ser definida como a utilização de um edifício definindo-o como escola, que é composto de programa de necessidades; por meio disso, cada tipo de instituição escolar tem um tipo de programa. Para que haja relação entre a arquitetura e a educação, a arquitetura deve desenvolver possibilidades de aprendizado através dos espaços, onde esta relação será proposta neste projeto. De acordo com Mellatti (2004), o arquiteto – conhecedor da concepção do espaço, materiais, natureza e cores - deve interagir com os educadores com o intuito de desenvolver um ambiente escolar agradável e flexível para todos os usuários. Com isso, pode-se afirmar que a arquitetura escolar ocupa um dos principais pilares da educação. É possível observar a relação da criança com a escola, através do seu primeiro contato, segundo Mellati (2004), “pode ser um indicador da importância do ambiente escolar, já que a mesma demonstra de imediato, se o espaço, as cores e a estrutura física da instituição, lhe causaram uma boa impressão ou não”. Não existe a possiblidade de pensar na arquitetura escolar, sem obrigatoriamente pensar na pedagogia, pois são fatores que se relacionam diretamente, essa ligação entre o ambiente escolar e a pedagogia são os principais fatores para a realização do projeto arquitetônico escolar.


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De acordo com Santos (2015) apud Pacheco (2011), a arquitetura através dos tempos procura acompanhar, muitas vezes de forma acanhada, a evolução dos sistemas de educação e das teorias pedagógicas. No entanto, existe a possibilidade de prejuízos para a proposta pedagógica, se houver incompatibilidade arquitetônica com a metodologia proposta. Segundo Kanitz (2000), as salas de aulas seguiam o padrão tradional “de um monte de cadeira voltadas para um quadro-negro e uma mesa de professor bem imponente em cima de um tablado”. Com isso, Kanitz (2000) definiu que os edifícios escolares são passiveis muitas vezes de críticas, principalmente através das salas de aulas. Portanto com esse modelo de configuração das salas de aula, o aluno acaba sendo desmotivado e o professor é tido como autoridade, o que vai contra as novas linhas pedagógicas, que valorizam o indivíduo.

Fig. 05 – Sala de aula tradicional (Imagem ilustrativa) Fonte: Disponível em <http://www.redebomdia.com.br/noticia/detalhe/90134/volta-s-aulas-tem-salascom-mais-alunos-> Acesso em: Abril, 2016.

As características do ensino tradicional, demonstram o abandono da individualidade,

e

desprezam

o

desenvolvimento

sensitivo

e

artístico.

Consequentemente, o ambiente escolar necessita de uma arquitetura humana, que previna o surgimento desses fatores e os substitua através da linha pedágogica adotada para cada instituição, tornando a arquitetura o reflexo da educação. Teremos gerações com animo dedicado e com sentimento para o belo somente quando nossos filhos forem educados em escolas espaçosas, abertas, simples, bem planejadas, que possam formar a educação vivida e elevar os pensamentos das crianças. (SANTOS. 2015, pág. 28, apud HABITAT, 1951, pág.29)


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Os espaços dentro das escolas, devem ter a possibilidade de modular-se e ainda possuir funcões polivalentes. Os espaços devem ser preparados com boa iluminação para que possam ter a capacidade de receber diferentes tipos de ativiades e configurações espaciais, assim como ligação externa com jardins e paisagens. É no período da infância que a criança

necessita de espaços que as

instiguem a busca por novas descobertas, que alimentem os seus velhos e novos sentidos, levando a criança a desenvolver uma relação lúdica com o espaço. Assim, o papel da escola é de ser o espaço lúdico para a criança, onde através do espaço, ela desenvolva o desejo de brincar, conversar, e ainda querer viver naquele ambiente. Todos esses fatores são encontrados na Escola Construtivista. Na

educação

infantil

é

de

fundamental

importância

para

o

seu

desenvolvimento, a organização dos espaços, para que sejam desenvolvidas as habilidades ainda desconhecidas, sejam elas: habilidades cognitivas, motoras e ainda afetivas. O que a criança aprende nos ambientes escolares, são aparatos para a construção de sua autonomia, onde a criança por si só é construtora de seu conhecimento. A cada momento em que a criança explora ambientes acessíveis a ela, o conhecimento é construído. Os espaços que se constituem e se definem como o espaço da educação infantil é também local de criação, de produção, que não devem ser reduzidos a espaços onde o pedagógico se limite a pensar a aprendizagem e o desenvolvimento, com base em conteúdos preestabelecidos, segundo esta ou aquela teoria. (MUNIZ, 1996, citado por KRAMER, 1999, p.264).

Através disso, percebe-se a importância da arquitetura na organização dos espaços e também seu planejamento, fatores importantes para que os sentidos da criança no início da infância sejam estimulados positivamente. A composição do ambiente escolar depende das condições sociais, econômicas e culturais. De acordo com Kowaltowski (2011), os espaços físicos abrigam as atividades educacionais escolhidas pelo sistema, tanto nas áreas internas como externas, com isso há necessidade de uma variedade de mobiliário e equipamentos, além de material didático para apoiarem as atividades pedagógicas.


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5 PRINCIPAIS TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO 5.1 JEAN-JACQUES ROUSSEAU O modelo educacional proposto por Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) tem como base a liberdade, os dons da criança através do meio natural e a autonomia voltada para a educação. Ele acreditava que a vida possuía em cada etapa características próprias, através do conceito de que a educação é o elemento necessário, para as modificações que a sociedade e o homem atravessam. Rousseau propôs para a criança o brinquedo, o esporte e a agricultura, além do uso de instrumentos de variados ofícios: canto, linguagem, aritmética e geometria. E por meio dessas atividades, a criança estaria apta a medir, contar, pesar e, assim, poderia desenvolver atividades relacionadas à sua vida cotidiana.

5.2 JOHANN HEINRICH PESTALOZZI Johann Heinrich Pestallozzi (1746-1827) determinou que a educação fosse um direito de toda criança, e defendeu que os conhecimentos através da mente humana eram a base para teorias e práticas da educação. De acordo com Kowaltowski (2011), Pestallozzi defendia a ideia de que a escola deveria assemelhar-se a uma casa bem organizada, pois o lar era a melhor instituição de educação, base para a formação moral, política e religiosa. Através disso, Pestallozzi acreditava que o desenvolvimento educacional deveria ser orgânico, regido por leis estabelecidas, e os sentidos sensoriais deveriam estar em contato com os objetos. Pestallozzi desenvolveu materiais pedagógicos voltados à linguagem, música, ciências, matemática, geografia e história.

5.3 FRIEDRICH FROEBEL A pedagogia de Friedrich Froebel (1782-1852), é conhecida por ser baseada na liberdade e na atividade. Destacou-se por atribuir e evidenciar a importância dos brinquedos na educação, Froebel elaborou blocos de construção, utilizados pelas crianças para realização de atividades criativas, individuais ou em grupo, conhecidos como Froebel Blocks. Além disso, foi o primeiro fundador de um jardim de infância, conhecido e nomeado como Kindergarten.


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Froebel dedicou-se unicamente à educação infantil, com a elaboração de métodos educacionais destinados à criança e à formação de professores especializados nesse assunto. Ele acreditava que o professor não poderia impor ou interferir na educação da criança, contudo, deveria procurar e solucionar as causas atribuidas ao desenvolvimento desta, através do seu comportamento, atribuindo aos brinquedos e aos contos infantis o papel de desenvolvimento criativo.

Fig. 06 - Blocos Froebel: Blocos originais Fonte: KOWALTOWSKI, 2011, pág. 26.

Fig. 07 - Blocos Froebel: Blocos usados atualmente nas escolas Fonte: KOWALTOWSKI, 2011, pág. 26.

5.4 JOHN DEWEY John Dewey (1859-1952) defendia o princípio de que as crianças aprendiam de forma mais rápida realizando tarefas relacionadas aos conteúdos ensinados em


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sala, além de definir a escola como vida, e não um ambiente de preparação para a vida. A educação para Dewey era o meio trasmissor e mantenedor das ideias, conhecimentos e crenças dos povos. As crianças eram estimuladas a realizar atividades manuais (artesanais, muitas vezes) e criativas, para que ao final de cada uma elas pudessem expressar o pensamento individual. De acordo com Kowaltowski (2011), Dewey acreditava que a finalidade da educação era propriciar à criança as condições para resolver por si os seus problemas.

5.5 PAULO FREIRE Paulo Freire (1921-1997) importante pedagogo da atualidade, é também conhecido mundialmente através dos seus feitos à educação popular. Kowaltowski (2011, pág.40) define a pedagogia proposta por Freire, como, A educação feita com e para o povo, respeitando e interagindo com a realidade socioeconômica das situações específicas. [...] A educação popular é aquela cujo currículo é pensado pela própria população. Paulo Freire desenvolveu um método revolucionário de alfabetização, de apenas 40 horas, sem cartilha ou material didático.

Freire entendia que o indivíduo – aluno - era um sujeito histórico e também social, onde na relação entre o aluno e o professor, os conhecimentos trazidos para a sala de aula, eram boa parte de experiências vividas pelo aluno.

5.6 ANÍSIO TEIXEIRA Para que houvesse a reconstrução pedagógica brasileira, uniram-se através dos ideais de Anísio Spínola Teixeira (1900-1971), pedagogos, cientistas, filósofos naturalistas e reformadores e artistas. Teixeira desenvolveu ideias a respeito da educação que revolucionavam as metodologias de organização do sistema educacional. Acreditava-se que a educação era formada por três pilares essenciais, sendo esses, a escola, a biblioteca e o museu. Anísio Teixeira fundou em Salvador, no ano de 1949, a Escola Parque e as Escolas Classe, nomeadas posteriormente como Centro Educacional Carneiro Ribeiro (CECR). Teixeira tinha como objetivo principal oferecer às crianças ensino de forma integral, através disso, a Escola Parque, foi considerada pela ONU a maior experiência de educação primária nesse século, pela ONU (Organização das


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Nações Unidas). O CECR era dividido em dois pavilhões, onde na Escola Parque atividades educativas eram destinadas à arte, através de trabalhos manuais, educação artística, atividades sociais; já nas Escolas Classe eram desenvolvidos atividades e ensino convencionais as demais escolas, como o estudo da leitura, escrita, matemática, etc.

Fig. 08 – Centro Educacional Carneiro Ribeiro: em duas etapas 1947 e 1956. Salvador – BA. Fonte: Disponível em <http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/178/a-escola-parque-ou-o-sonhode-uma-educacao-completa-em-122877-1.aspx> Acesso: Maio, 2016.

5.7 RUDOLF STEINER Rudolf Stenier (1861-1925), em meados do século XX, idealizou uma teoria educacional nomeada como Waldorf. A principal caracteristica dessa teoria era a fundamentação no que dizia respeito ao desenvolvimento do ser humano. A pedagogia Waldorf cultivava a individualidade dos alunos através do sentir, do pensar e do querer. Os ideiais de Steiner influenciaram os ambientes físicos das escolas, a arquitetura e as metodologias pedagógicas. As escolas Waldorf, adotam uma arquitetura além de orgânica, diferenciada, através dos espaços livres e sem


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reproduções iguais dos ambientes. Os materiais utilizados nas escolas Waldorf, são elaborados e confeccionados manualmente, com caracteristicas artesanais.

Fig. 09 – Material Didático: Bonecos Waldorf Fonte: KOWALTOWSKI, 2011, pág. 32.

Fig. 10 – Colégio Waldorf Micael, São Paulo (SP). (a) Fachada Externa, (b) Sala de aula Fonte: Disponível em <http://www.micael.com.br/site/galerias> Acesso: Maio, 2016.

5.8 MARIA MONTESSORI A pedagogia de Maria Montessori (1870-1952), tem como objetivo, através da educação, a liberdade de escolha e vontade que permita a criança determinar qual o material que irá utilizar. Com isso, a sala de aula, deixa a criança livre para usar os objetos preestabelecidos, assim como sobre os brinquedos e jogos, e os demais materiais criados por Maria Montessori. Montessori desenvolveu cinco grupos distintos de material didático. De acordo com Kowaltowski (2011), os materiais são específicos para cada área, como para exercícios do cotidiano, e abordagem por meio da linguagem, da matemática, das


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ciências e das questões sensoriais. Esses materiais são constituidos de peças sólidas de diversos tamanhos e formas. O material mais conhecido e usado atualmente nas escolas, é o “material dourado”, que baseia-se nas regras do sistema de numeração.

Fig. 11 – (a),(b) e (c) Materiais Didáticos da pedagogia Montessori; (d) Esboço de tipologia salas de aulas. Fonte: KOWALTOWSKI, 2011, pág. 34.


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6 TEORIA PEDAGÓGICA DE PROJETO 6.1 JEAN PIAGET “Professor não é o que ensina, mas o que desperta no aluno à vontade de aprender.” (Jean Piaget) Jean William Fritz Piaget (1896-1980) nasceu em Neuchâtel, Suíça. Ficou conhecido através dos trabalhos realizados na área da inteligência infantil. Piaget passou boa parte de sua vida profissional interagindo com crianças e estudando seu processo de raciocínio, inclusive com crianças com deficiências mentais. Além de ser um renomado psicólogo e filósofo, Piaget especializou-se no estudo de epistemologia genética e na psicologia evolutiva. Piaget foi um revolucionário na educação, por meio dos seus estudos sobre pedagogia e chegou a derrubar algumas teorias tradicionais relacionadas à aprendizagem. Ao longo de sua carreira, Piaget escreveu por volta de 80 livros e vários trabalhos científicos. Foi também fundador e condutor do Centro Internacional destinado a Epistemologia Genética.

Fig. 12 – Jean Piaget Fonte: Disponível em <http://psicologia-paulo-rafa.webnode.com.pt/> Acesso: Abril, 2016.


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6.2 TEORIA PEDAGÓGICA Durante os anos 60, surgem as escolas experimentais, onde a liberdade é a condição preponderante para o desenvolvimento das crianças. Este período foi determinante no que diz respeito aos termos educacionais. Nesta época foi fundada a Teoria Piagetiana, na qual institui que a criança é o sujeito de aprendizagem e não mais o professor. É por meio da interação com o meio e sua experiência, que serão determinados ou não o desenvolvimento cognitivo e social da criança. De acordo com Bello (1995), a teoria Piagetiana não objetiva oferecer aos educadores uma maneira de desenvolver o intelecto da criança, mas demonstra que a cada fase de desenvolvimento expõe estilos, características e possibilidades de amadurecimento.

Tab.01 – Estágios de desenvolvimento da criança – Jean Piaget Fonte: Elaborada pela autora, 2016.

Jean Piaget é o maior representante dessa teoria. No entanto, esta linha pedagógica tem outra representante, no que dizer respeito à leitura e escrita, Emília Ferreiro. Por meio de estudos e investigações nos processos de aprendizado de leitura e escrita, através de crianças entre 04 e 06 anos de idade, Emília constatou que a criança aprende a ler e escrever por meio de sua própria lógica. A partir disso, Emília define que é necessário que os educadores baseiem suas práticas pedagógicas na lógica da criança, e não mais nos métodos tradicionais de ensino, no qual conduzem a criança para a alfabetização. Além disso, Emília nomeia a teoria pedagógica Piagetiana, também como Teoria Construtivista, ficando assim mais conhecida mundialmente.


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A teoria educacional construtivista define que o desenvolvimento do conhecimento surge através da relação da criança com os meios físicos e sociais. Segundo Becker (1994), “A ideia de que nada, a rigor, está pronto, acabado, e de que, especificamente, o conhecimento não é dado, em nenhuma instância, como algo terminado”. Na perspectiva do Construtivismo, o papel do professor na sala de aula é diferente do abordado na teoria tradicional. Portanto, a maneira de ensinar é modificada, através disso, o aluno é estimulado a procurar, descobrir, questionar e pesquisar, fazendo com que o seu conhecimento seja desenvolvido de forma livre e dinâmica. O que se deseja é que o professor deixe de ser apenas um conferencista e que estimule a pesquisa e o esforço, ao invés de se contentar com a transmissão de soluções já prontas [...]. Seria absurdo imaginar que, sem uma orientação voltada para a tomada de consciência das questões centrais, possa a criança chegar apenas por si a elaborá-las com clareza. (PIAGET, 1977, p. 18).

O construtivismo dá valor a interação ente os alunos e as atividades em grupo, onde a participação do educador é apenas de motivação. Os professores têm o papel de aproveitar a individualidade do aluno para favorecer e enriquecer os trabalhos em grupo. O construtivismo promove a construção e exploração do conhecimento, através de motivações particulares, onde os discentes utilizam a forma lúdica, participativa e descontraída para contribuir no aprendizado da criança. Na sala de aula as disciplinas são passadas aos alunos de maneira mais acolhedora, fazendo com que o aluno se sinta a vontade no ambiente, sendo utilizados elementos como a dramatização e a música como fonte de proximidade com os alunos. O construtivismo propõe que o aluno participe ativamente do próprio aprendizado, mediante a experimentação, a pesquisa em grupo, o estímulo à dúvida e o desenvolvimento do raciocínio, entre outros procedimentos. [...] Utiliza de modo inovador técnicas tradicionais como, por exemplo, a memorização. (MAMEDE-NEVES, 2010)

Segundo Niemann e Brandoli (2012), “a concepção construtivista não é identificável em algum momento específico da aula, mas no embasamento teórico, na organização da escola, propósitos educativos e no papel assumido pelo professor nas práticas pedagógicas”.


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6.3 ARQUITETURA NA ESCOLA CONSTRUTIVISTA A dinâmica pedagógica Construtivista não se restrige apenas às salas de aula, ela usufrue do espaço externo, com o objetivo de extender as atividades, para que a criança tenha consciência da importância do lazer, dos jogos em conjunto, havendo através dessas atividades formação de conhecimentos diferentes. Os espaços escolares devem ser flexíveis e acessíveis, com o intuito de proporcionar eventuais transformações no ensino, além de permitir a maleabilidade na instalação de novas tecnologias e na organização de trabalhos em grupo. A justificativa pedagógica, está expressa por uma série de aspectos referentes ao projeto arquitetônico, dentre os quais destacam-se: a forma e o tamanho da sala e sua importância no trabalho em pequenos grupos, a acessibilidade a alunos com deficiência físicas, a proximidade entre as salas de aula e o setor administrativo como forma de aumentar esta relação, espaços que permitam múltiplos usos e também, que estejam abertos à participação da comunidade, etc. (SAGER, 2002, págs. 49-50)

O espaço arquitetônico também pode contribuir para o crescimento intelectual da criança, a partir da disposição dos ambientes por meio do seu programa, pela geometria dos espaços, principalmente através das salas de aula e da sua composição formal, com áreas destinadas à arte. Deste modo, é possível que haja influência significativa na forma com que as crianças aprendem.


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7 PROJETOS REFERENCIAIS Com a finalidade de promover um melhor embasamento teórico no que diz respeito a um equipamento institucional, neste caso denominado Escola, foram realizadas análises de projetos referenciais de forma direta e indireta. Sendo assim, serão destacadas neste estudo, características principais do projeto, como: breve histórico, localização, programa de necessidades, fotografias dos espaços, sistemas construtivos, etc. As análises foram realizadas com o intuito de agenciar à elaboração do projeto arquitetônico escolar.

7.1 Lua Nova – Salvador, Bahia (BR)

Fig. 13 – Escola Lua Nova: Fachada (Entrada) Fonte: LUA NOVA, 2016

A Escola Lua Nova – Centro de Estudos, encontra-se localizada em Salvador – BA (BR). De acordo com a coordenação pedagógica da instituição, no ano de 1984, um grupo formado por 06 mulheres insatisfeitas com a educação da época, fundou o Centro de Estudos, trazendo uma proposta pedagógica diferente para o ensino na Capital, posteriormente chamado Lua Nova – Centro de Estudos.


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A Lua Nova possui uma proposta pedagógica baseada no Construtivismo, e tem a finalidade de educar, sempre buscando o desenvolvimento do ser humano, através da solidariedade e dignidade de cada um. A escola é dividida em segmentos, onde a Educação Infantil (2-5 anos) é subdivida em ciclos, por meio da faixa etária das crianças. Ensino Fundamental (611), seguindo o modelo de turmas do 1º ao 5º ano. Possui hoje cerca de 300 alunos matriculados, distribuídos nos turnos matutino e vespertino. As salas de aula possuem capacidade para 18 alunos na educação infantil e 25 alunos no ensino fundamental. A Lua Nova enfrentou algumas vezes a mudança de local, hoje a sede está situada no bairro Pituba, onde a casa foi adaptada para à realidade da escola. Quanto ao programa de necessidades, o projeto apresenta: 

Pavimento Térreo: Recepção, Salas de aula com sanitário e copa individuais (educação infantil), parque infantil 01 de madeira, parque infantil 02, parque infantil 03 de areia, quadra de esportes, pátio descoberto, cantina, biblioteca, sala de vídeo, sala de múltiplo uso, sala secretaria, sala pedagogia, sala direção, sanitários e sala de artes.

Pavimento Superior: Salas de aula (ensino fundamental), sanitários, sala de informática e sala da coordenação.

Fig. 14 – Escola Lua Nova: Sala de Aula (Data Comemorativa) Fonte: Lua Nova, 2016


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Fig. 18 – Escola Lua Nova: Biblioteca Fonte: Lua Nova, 2016

Fig. 15 – Escola Lua Nova: Amarelinha. Fonte: Lua Nova, 2016 Fig. 19 – Escola Lua Nova: Sala Múltiplo Uso Fonte: Lua Nova, 2016

Fig. 16 – Escola Lua Nova: Parque Infantil 01 Fonte: Acervo Pessoal, 2016

Fig. 17 – Escola Lua Nova: Parque Infantil 02 Fonte: Acervo Pessoal, 2016

Fig. 20 – Escola Lua Nova: Quadra de Esportes Fonte: Acervo Pessoal, 2016

Fig. 21 – Escola Lua Nova: Circulação e Acesso para Salas de Aula Fonte: Acervo Pessoal, 2016


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Fig. 22 – Escola Lua Nova: Sala de Aula (Ensino Fundamental) Fonte: Lua Nova, 2016

Fig. 23 – Escola Lua Nova: Patio Central Fonte: Acervo Pessoal, 2016

Fig. 24 – Escola Lua Nova: Sala de Informatica Fonte: Lua Nova, 2016

Fig. 25 – Escola Lua Nova: Biblioteca (Sala de vídeo) Fonte: Lua Nova, 2016


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7.2 Ederto – Zaldibar, Biscay (ESP)

Fig. 26 – Ederto: Fachada/Parque Infantil Fonte: ARCHDAILY, 2013.

O Edifício Ederto (Creche e Jardim de Infância), encontra-se localizado na cidade Zaldibar (Biscay, Espanha). Construído no ano de 2013, projeto desenvolvido pela equipe de arquitetura Hiribarren-Gonzalez e engenharia Estudio Urgari, possuindo 663m² de área construída. A proposta do Edifício Ederto se desenvolve em dois módulos integrados por meio dos ambientes de convivência, sendo um módulo destinado para Creche (0-2 anos) e outro Jardim de Infância (2-3 anos). O projeto foi desenvolvido por conta das necessidades da população residente em sua proximidade. Sua concepção teve por finalidade, atender a realidade do lugar, sua viabilidade, utilizar sistema construtivo rápido e econômico (sistema pré-fabricado de painéis de madeira), além de possuir a sustentabilidade em primeiro plano. A formatação do seu partido arquitetônico foi concebida a partir de um jogo infantil, que tem um zig-zag contínuo de descobertas para as crianças, através da combinação de janelas na fachada, possuindo diferentes alturas, cores e dimensões, além de possuir uma fachada que retomasse a lembrança de uma casa. Outros fatores importantes para a definição do partido arquitetônico foram à utilização dos condicionantes

locais,

como

a

orientação

solar,

isolamento

e

controle

térmico/acústico e o uso de energias renováveis. Além de usufruir de materiais existentes na região.


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Quanto ao programa de necessidades, o projeto apresenta: 

Módulo 01- Creche: 02 salas de aula, 01 sala de professores, 03 banheiros, 01 área de armários e 01 recepção.

Módulo 02 – Jardim de Infância: 04 salas de aula, 04 dormitórios, 01 espaço multifuncional, 03 banheiros, 01 vestiário, 01 área de armários, 01 estacionamento de carrinhos de bebês, 02 cozinhas e 01 sala de direção.

Fig. 27 – Ederto: Fachada (Acesso Principal) Fonte: ARCHDAILY, 2013 Fig. 30 – Ederto: Hall de Entrada Fonte: HIRIBARREN GONZALEZ, 2013

Fig. 28 – Ederto: Sala de Aula (Tipo 01) Fonte: ARCHDAILY, 2013.

Fig. 29 – Ederto: Fachada - Janelas Fonte: ARCHDAILY, 2013.

Fig. 31 – Ederto: Sala de Aula (Tipo 01) Fonte: ARCHDAILY, 2013.


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Fig. 32 – Ederto: Espaço Multifuncional Fonte: ARCHDAILY, 2013.

Fig. 35 – Ederto: Planta Baixa Fonte: HIRIBARREN GONZALEZ, 2013. Fig. 33 – Ederto: Espaço de Lazer Fonte: HIRIBARREN GONZALEZ, 2013.

Fig. 36 – Ederto: Estudo de Visibilidade Fonte: HIRIBARREN GONZALEZ, 2013.

Fig. 34 – Ederto: Sala de Aula (Tipo 02) Fonte: ARCHDAILY, 2013.

Fig. 37 – Ederto: Técnica Construtiva – Sistema Pré-Fabricado. Fonte: HIRIBARREN GONZALEZ, 2013.


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7.3 Guarderia Municipal - Velez-Rúbio, Almeria (ESP)

Fig. 38 – Guarderia Municipal: Fachada Principal Fonte: ARCHDAILY, 2011.

A Guarderia Municipal localiza-se na cidade de Velez-Rúbio (Almeria, Espanha) e foi construída entre os anos de 2006 e 2009. O projeto foi desenvolvido pela equipe de arquitetura Losdeldesierto, contando com 3520,00m² de área construída, destinado a atender crianças a partir de 0 até 3 anos de idade. O projeto se desenvolve acerca de um pátio central, formando assim um único bloco de edificação, cujo principal objetivo é que as crianças se sintam em casa, assim desenvolvendo um melhor desempenho motor, mental e social. Através de uma arquitetura simples as crianças conseguem identificar o edifício como uma casa grande, além dos espaços que são divididos por cores, o que traz a facilidade de identificação e diferenciação dos ambientes. Quanto ao programa de necessidades, o projeto apresenta: 

Creche: 02 salas de aula (0-1 ano), 03 salas de aula (1-2 anos), 03 salas de aula (2-3 anos), 01 refeitório, 01 sala de administração, 01 arquivo, 01 sala de direção, 01 recepção e 01 recepção, 01 cozinha, 01 despensa, 03 dormitórios, 04 sala de higiene, 03 sanitários, 01 pátio central, 02 parques externos.


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Fig. 39 – Guarderia Municipal: Fachada

Fig. 42 – Guarderia Municipal: Acesso Principal

Principal Fonte: ARCHDAILY, 2011.

Fonte: ARCHDAILY, 2011.

Fig. 43 – Guarderia Municipal: Circulação Fonte: ARCHDAILY, 2011.

Fig. 40 – Guarderia Municipal: Refeitório Fonte: ARCHDAILY, 2011.

Fig. 41 – Guarderia Municipal: Sala de aula (Tipo 01) Fonte: ARCHDAILY, 2011.

Fig. 44 – Guarderia Municipal: Sala de aula (Tipo 02) Fonte: ARCHDAILY, 2011.


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Fig. 45 – Guarderia Municipal: Pátio Central

Fig. 46 – Guarderia Municipal: Localização

Fonte: ARCHDAILY, 2011.

Fonte: ARCHDAILY, 2011.

Fig. 47 – Guarderia Municipal: Planta Baixa Fonte: ARCHDAILY, 2011.

Fig. 48 – Guarderia Municipal: Fachadas Fonte: ARCHDAILY, 2011.


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8 METODOLOGIA O presente trabalho desenvolveu-se através de pesquisa bibliográfica, por meio da leitura de livros, artigos, normas, leis e teses acadêmicas, para que esse fosse sistematizado e relacionasse a arquitetura com as linhas pedagógicas de ensino através da educação. Além disso, o trabalho também foi realizado por meio do levantamento direto, realizado em maio de 2016, com base na observação direta intensiva, através da observação assistemática, individual e não participante, na escola Lua Nova, atuante em Salvador – Ba, cuja linha pedagógica e programa de necessidades foi de fundamental importância para o desenvolvimento deste projeto. Além disso, foi possível realizar uma entrevista, de forma não estruturada, com a pedagoga responsável pela instituição visitada, sendo esta especializada em educação infantil e também na teoria construtivista. Essas técnicas foram utilizadas com o intuito de aperfeiçoar as pesquisas realizadas e esclarecer como é o funcionamento real desta teoria de ensino, para que fosse fundamentada de maneira mais clara a proposta deste projeto.


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9 ÁREA DE INTERVENÇÃO A cidade de Vitória da Conquista é considerada a terceira maior cidade do estado da Bahia, ficando atrás somente de Salvador e Feira de Santana. Além disso, também é destaque na área da educação, sendo esta, considerada o polo estudantil mais importante da região sudoeste, com base nas informações do IBGE (2012) e PMVC (2015).

Fig. 49 – Foto Satélite: Vitória da Conquista – Ba. Fonte: Google Earth, 2014.

9.1 TERRENO A proposta de projeto será realizada na cidade de Vitória da Conquista, no bairro Candeias. O terreno é plano, e possui 9.954m² de área, com testada principal de 158,00m e testada secundária de 63,00m, apresentando infraestrutura urbana existente como: rede viária, redes de esgotamento sanitário, drenagem de águas pluviais e energia elétrica.


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A escolha desta localidade, para implantação da escola, se deve ao fato de que nas imediações do terreno, a carência de creches com a metodologia de ensino Construtivista e com a capacidade de 150 alunos por turno, oferecida nesta instituição.

Fig. 50 – Foto Satélite: Terreno Fonte: Google Earth, 2014.

Fig. 51 – Vista da Av. Luís Eduardo Magalhães Fonte: Elaborada pela autora, 2016


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Fig. 52 – Vista da Rua Local 01 Fonte: Acervo Pessoal, 2016.

Fig. 53 – Vista da Rua Pastor Valdomiro Oliveira Fonte: Acervo Pessoal, 2016. .

Fig. 54 – Vista da Av. Braulino Santos Fonte: Elaborada pela autora, 2016.


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9.1.1 TOPOGRAFIA O terreno apresenta topografia relativamente plana, com leve inclinação acompanhando o desnível das vias Av. Luís Eduardo e Av. Braulino Santos, como é possível visualizar na planta altimétrica a seguir.

Fig. 55 – Planta Altimétrica do terreno – Sem escala Fonte: Acervo PMVC/Elaborada pela autora, 2016.

Fig. 56 – Cortes Esquemáticos Latitudinal e Longitudinal do terreno – Sem escala Fonte: Elaborada pela autora, 2016.


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9.1.2 ESTUDO ESQUEMÁTICO DE VENTILAÇÃO E INSOLEJAMENTO De acordo com o estudo de Ventilação e Insolejamento, foi constatada a predominância dos ventos dominantes nos sentidos Nordeste (NE) para Sudoeste (SO) e Sudeste (SE) para Noroeste (NO). Em relação ao percurso do sol, é possível visualizar no mapa, as regiões de sol nascente, meio dia e poente. Sendo assim, foram analisadas as áreas de incidências insolação e onde ocorrem os corredores de ventilação no terreno proposto. Para que fosse possível realizar a implantação do projeto devido aos condicionantes ambientais para que houvesse melhor aproveitamento destes.

Fig. 57 – Estudo Esquemático de Ventilação e Insolejamento Fonte: Elaborada pela autora, 2016.


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9.1.3 ESTUDO DE ENTORNO Caracteriza-se como classificação da comunidade: Classe Média Alta (tipo A e B). Nota-se através do estudo de entorno que a região é predominantemente residencial; apresentando construções de pequeno e grande porte, as edificações são em sua maioria de térreas e até 04 pavimentos, porém há presença de edifícios superiores a 10 pavimentos. As áreas verdes são escassas, com vegetação rasteira e de pequeno porte. Já as áreas comerciais e de serviços são espalhadas de forma heterogênea, onde a predominância é de supermercados, academias, lojas e restaurantes; além da presença de grandes vazios urbanos e a quase inexistência de construções de uso misto e religioso. Através deste estudo, foi possível perceber que esta região é carente de préescolas, sendo assim, a implantação desta escola se torna viável.

Fig. 58 – Estudo de Entorno Fonte: Elaborada pela autora, 2016.


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9.1.4 ACESSOS VIÁRIOS E FLUXOS O terreno está localizado rodeado por quatro vias, sendo a Av. Luís Eduardo Magalhães de fluxo de veículos intenso, a Av. Braulino Santos e a Rua Pastor Valdomiro Oliveira de fluxo de veículos moderado, e a Via Local 01 possui fluxo de veículos fraco quase inexistente. Todas as ruas e avenidas são largas e conservadas, possuindo trânsito de mão dupla. Além de pontos de ônibus municipais bem localizados – existindo aproximadamente 05 pontos bem próximos ao terreno proposto para projeto. As ruas que circundam o terreno como a rua Pastor Valdomiro, rua Arthur Freire e Av. Braulino Santos, possuem sentindo duplo (mão e contra-mão) e a Av. Luís Eduardo Magalhães possui sentido de mão única.

Fig. 59 – Acessos Viários e Fluxos Fonte: Elaborada pela autora, 2016.


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9.1.5 LEGISLAÇÃO E NORMAS Para definição do projeto é necessária a consulta a algumas normas vigentes no Município, para que o este tenha viabilidade de execução. Os quadros a seguir, apresentam definições que são necessárias para entendimento e aplicação do projeto no terreno escolhido. Conforme Lei nº 1.481/2007 – Código de Ordenamento do uso e da Ocupação do Solo e de Obras e Edificações, vigente na Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista. 

ANEXO II – QUADRO 2.1 – ATIVIDADES/EMPREENDIMENTOS QUE CONFIGURAM O USO DO SOLO Neste quadro 2.1, é determinado o tipo de categoria de uso do solo, por meio

da classificação das atividades do projeto. CÓDIGO

CATEGORIAS/SUBCATEGORIAS DE USO SERVIÇO – S

S-3

Serviços de Educação

S-3.3

Creche

S-3.14

Maternal, jardim e pré-primário

ANEXO II – QUADRO 2.2 – USO POR SOLO POR ÁREA DE INFLUÊNCIA

Neste quadro 2.2, é determinado a área de influência, por meio da área construída do projeto, este empreendimento será classificado como de nível local, por não ultrapassar a área de 2.500m². SERVIÇOS: S-i Área de Influência: Local: Atividades e Empreendimentos em área construída até 2.500m². Municipal: Atividades e Empreendimentos em área construída de 2.500m² até 5.000m². Metropolitana: Atividades e Empreendimentos em área construída acima de 5.000m². USO S-3 Serviços de Educação S-3.3, S-3.14


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ANEXO III – QUADRO 3.1 – CRITÉRIOS E RESTRIÇÕES APLICÁVEIS ÀS ZONAS E CORREDORES DE USOS O quadro 3.1, determina a zona de uso por meio da localização do terreno,

através disso, é possível determinar as restrições e critérios obrigatórios para desenvolvimento do projeto, como recuos mínimos, coeficientes de aproveitamento máximo, permeabilidade e ocupação do solo.

ZONAS DE USO

LOCALIZAÇÃO

Av. Juracy Magalhães, BR 415, Av. Olívia Flores, Av. Luís Eduardo Corredores de Magalhães, Av. Usos Bartolomeu de Diversificados Gusmão, Av. Nível II Brasil, Av. Presidente Vargas, Av. Perimetral, Av. de Interligação (entre BA 265 e Av. Olívia Flores)

CA

USOS PERMITIDOS

CO CAB

CAM

1,00

2,00

CP

RECUOS MÍNIMOS (m) FRONTAL LATERAL

DIMENSÕES MÍNIMAS DOS LOTES (m²) LOTE TESTADA MÍNIMO MÍNIMA

CA - até nível Municipal; CV, S - até nível Regional;

0,60

0,20

5,00

1,50

360,00

10,00

ID-a - até nível Local; R, E, IN

ANEXO III – QUADRO 3.4 – CRITÉRIOS E RESTRIÇÕES RELATIVOS A PÓLOS

GERADORES

DE

TRÁFEGO

PGT

E

VAGAS

DE

ESTACIONAMENTO Neste quadro 3.4, é determinado a classificação do projeto em relação aos pólos geradores de tráfego, através do porte da edificação baseado na área construída, para determinação do número de vagas mínimas, sendo este empreendimento classificado como P1. CATEGORIAS CLASSIFICAÇÃO DE USO DO PGT

S-i (S-3.5, S3.10, S-3.11, S-3.13, S-3.14, S.3.15)

PORTE (área construída)

P1

Até 2.500m²

P2

de 2.500m² a 5.000m²

P3

Acima de 5.000m²

NÚMERO MÍNIMO DE VAGAS ESTACIONAMENTO CARGA E EMBARQUE E E/OU GARAGEM DESCARGA DESEMBARQUE 01 para cada 50m² de Área Utilização 02 Prolongada ou Fração 01 para cada 50m² de Área Utilização 01 02 Prolongada ou Fração 01 para cada 30m² de Área Utilização 01 03 Prolongada ou Fração


54

ANEXO III – QUADRO 3.6 – VAGAS DE ESTACIONAMENTO E/OU GARAGENS SEGUNDO O USO Neste quadro 3.6, é determinado a quantidade de vagas de estacionamento

mínimas que devem ser oferecidas no projeto, através da classificação do uso. Neste caso, o item S-3.3, com área construída superior a 750m², determina que deverá ser projetada uma (01) vaga para cada 30m² de área útil.

CATEGORIAS DE USO

S-i (S-3.1, S-3.2, S-3.3, S-3.4, S-3.6, S.3.7, S.3.8, S.3.9, S.8.9)

PORTE (área construída ou fração)

ESTACIONAMENTO E/OU GARAGEM

Até 750m²

01 para cada 50m² de Área Útil ou Fração

Acima de 750m²

01 para cada 30m² de Área Útil ou Fração

NÚMERO MÍNIMO DE VAGAS

ANEXO V – PARÂMETROS TÉCNICOS PARA OBRAS: CRITÉRIOS E RESTRIÇÕES Neste anexo, são apresentados parâmetros técnicos e obrigatórios para cada

tipo de edificação, neste caso o empreendimento é classificado como educacional. e) Do dimensionamento das edificações: e11) As edificações destinadas a abrigar atividades educacionais deverão dimensionar suas salas de aula na proporção de 1,20m² por aluno, e deverão dispor de local de recreação, coberto e descoberto. e12) As edificações destinadas a escolas, colégios e ginásios deverão satisfazer as seguintes condições, além das exigências desta Lei, e das especificações relativas as edificações em geral: 1. Recuo mínimo de 5,50m em relação ao alinhamento do gradil e de 3,00m em relação a qualquer ponto das divisas do terreno, quando servir de área de iluminação e ventilação de sala de aula; 2. Taxa de ocupação máxima de 50%, qualquer que seja o setor urbano em que se situa; 3. Salas de aula com pé-direito mínimo de 3,00m. l) Dos vãos de passagem, portas e circulação:


55

l4) As portas de acesso das edificações destinadas a abrigar atividades de educação deverão ter largura mínima de 3,00m. l9) Os corredores que servem às salas de aula das edificações destinadas a abrigar atividades de educação, deverão apresentar largura mínima de 1,50m e acréscimo de 0,20m para cada sala. 

POPULAÇÃO DO EMPREENDIMENTO: Para cálculos de população neste tipo de empreendimento, a Lei de Diretrizes

Básicas da Educação nº 9.394 (Brasil, 1996), regulamenta que nas Creches e PréEscola a relação entre o número de crianças e adultos: 1) 05 crianças de até 01 ano por adulto; 2) 08 crianças de 01 a 2 anos por adulto; 3) 13 crianças de 2 a 3 anos por adulto; 4) 15 alunos de 3 a 4 anos por professor. 5) 25 alunos de 4 a 5 anos por professor. Na Escola Construtivista são contratados para cada sala de estimulação, além do Cuidador (professor), um auxiliar fixo e um estagiário volante, para que as crianças sejam monitoradas de melhor forma. Conforme escolas existentes que oferecem essa metodologia ensino. Não foi constatado nenhuma norma ou legislação que regulamente a obrigatoriedade e a quantidade de auxiliares e estagiários. SETOR ADMINISTRATIVO Funcionários SETOR DE PROFESSORES Cuidadores – Matutino Cuidadores – Vespertino Auxiliares Fixos – Matutino Auxiliares Fixos – Vespertino Estagiários Volantes – Matutino Estagiários Volantes – Vespertino Professora Balé Professor Judô Professor Música

QNTD. 23 QNTD. 08 10 08 10 05 07 01 01 01 TOTAL MAT. = 24 TOTAL VESP. = 30


56

MATUTINO SETOR Creche I (0-1 ano) Creche II (1-2 anos) Creche III (2-3 anos) Creche IV (3-4 anos) Pré-escola I (4-5 anos) Pré-escola II (5-6 anos)

QNTD. SALAS 02 01 01 01 02 01

QNTD. ALUNOS POR SALA 08 10 15 15 20 20

QNTD. ALUNOS TOTAL

QNTD. ALUNOS POR SALA 08 10 15 15 20 20

QNTD. ALUNOS TOTAL

16 20 15 15 40 20

VESPERTINO SETOR Creche I (0-1 ano) Creche II (1-2 anos) Creche III (2-3 anos) Creche IV (3-4 anos) Pré-escola I (4-5 anos) Pré-escola II (5-6 anos)

QNTD. SALAS 02 01 02 02 01 02

16 10 30 30 20 40

Para execução dos cálculos de Reserva Hídrica obrigatória, foi utilizado o Manual de Instalações hidráulicas e sanitárias, de Hélio Creder. De acordo com a Tabela 1.3 – Consumo Predial diário mínimo, o cálculo de necessidade hídrica p/ castelo d’ água, corresponde a Creche = 50L per capita. A população fixa total de 330 pessoas do empreendimento, o consumo diário é de 16.500L, sendo realizado cálculo para abastecimento de 3 dias, totalizando 49.500L. Além da obrigatoriedade da Reserva Técnica de Incêndio (R.T.I.) que corresponde a 20% do consumo diário total, sendo 9.000L, totalizando a capacidade hidráulica do Castelo d’ água de 59.400L. 

DIRETRIZES GERAIS DE IMPLANTAÇÃO: Conforme

Conselho

Nacional

de

Trânsito

(Contran)

Lei

10.098/00,

regulamenta: 

Art. 7º - em todas as áreas de estacionamento de veículos, localizadas em vias ou em espaços públicos, deverão ser reservadas vagas próximas dos acessos de circulação de pedestres, devidamente sinalizadas para veículos que transportam pessoas portadoras de dificuldades de locomoção.


57

Parágrafo único. As vagas a que se refere o caput deste artigo deverão ser em número equivalente a dois (2%) por cento do total, garantida, no mínimo, uma vaga, devidamente sinalizada e com as especificações técnicas de desenho e traçado de acordo com as normas técnicas vigentes.

Conforme

Conselho

Nacional

de

Trânsito

(Contran)

Lei

10.741/03,

regulamenta: 

Art. 41º - é assegurada a reserva, para idosos, nos termos locais, de 5% (cinco por cento) das vagas de estacionamento públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade ao idoso.


58

10 PREMISSAS PROJETUAIS 10.1 PARTIDO ARQUITETÔNICO E CONCEITO O partido arquitetônico foi desenvolvido a partir da ideia central de utilizar a forma e características de um jogo educativo. Tal escolha permeou no jogo chamado originalmente como Cubo de Rubik, popularmente conhecido como Cubo Mágico. O Cubo Mágico é um quebra-cabeça tridimensional inventado pelo professor de arquitetura Erño Rubik, em 1974. A primeira versão foi realizada em madeira possuindo os 06 (seis) lados, pintados com 06 (seis) cores distintas. O principal objetivo de Erño foi ilustrar e ajudar seus alunos a entenderem o conceito da terceira dimensão. O Cubo Mágico é normalmente confeccionado em plástico e possui várias versões e cores diferentes.

Fig. 60 – Cubo Mágico Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Fig. 61 – Cubo Mágico Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Partindo-se da ideia inicial de utilização do Cubo, para confecção do partido arquitetônico, surgiu à ideia de desmonta-lo e posicionar as peças em volta de uma grande praça central, espaço esse que servirá de convivência para as crianças, além de moldar os blocos de acordo com os condicionantes ambientais, ao redor desta praça.


59

Fig. 62 – Cubo Mágico Desmontado Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Fig. 63 – Cubo Mágico Fonte: Disponível em <http://www.cubovelocidade.com.br/info/historia-do-cubo-magico.html> Acesso: 30 de agosto de 2016.

Os blocos possuem na versão original apenas 06 (seis) cores, sendo essas: vermelho, amarelo, verde, azul, branco e laranja; as faces dos blocos possuem tamanho único, sendo 2x2cm, Porém, na definição do partido arquitetônico, foram utilizadas mais variações de cores e tamanhos nos blocos.


60

Fig. 64 – Partido Arquitetônico em planta Fonte: Elaborada pela autora, 2016.

Fig. 65 – Estudo Volumétrico final do Partido Arquitetônico Fonte: Elaborada pela autora, 2016.

O Conceito Arquitetônico deste projeto pode ser definido através da palavra; integração, cuja ação fica evidente na proposta arquitetônica, por meio da disposição dos blocos e a integração destes com a praça central. Além dos espaços que interagem entre si sem que haja nenhuma barreira física que os impeça de interagir, as crianças poderão usufruir de todos os ambientes da escola de forma mutua, principalmente através das salas de aulas, onde estas estão diretamente ligadas com um parque infantil de uso múltiplo. Além disso, a teoria pedagógica escolhida para esta instituição prioriza as atividades em grupo, a interação com os ambientes físicos e sociais, fazendo com que as crianças se relacionem diretamente independente das faixas etárias existentes.


61

10.2

PROGRAMA

DE

NECESSIDADES

E

PRÉ-

DIMENSIONAMENTO ADMINISTRAÇÃO ÁREA ÚTIL POR ALUNO (m²)

ÁREA UNITÁRIA (m²)

ÁREA TOTAL ESTIMADA (m²)

AMBIENTE

QUANT.

QUANT. DE ALUNOS E FUNC.

Recepção/Espera

01

-

-

7,00

7,00

Secretaria

01

-

-

14,00

14,00

Almoxarifado

01

-

-

17,50

17,50

Sala de professores

01

-

-

31,00

31,00

Sala de reunião

01

-

-

16,35

16,35

Sala da Direção

01

-

-

12,25

12,25

Coordenação pedagógica

01

-

-

12,25

12,25

Sala de psicologia

01

-

-

12,25

12,25

Tesouraria

01

-

-

12,25

12,25

Mastro p/ bandeiras

01

-

-

3,00

3,00

Sala de psicopedagia

01

-

-

12,25

12,25

Vice Direção

01

-

-

12,25

12,25

Posto de Enfermagem

01

-

-

8,00

8,00

Copa Funcionários

01

-

-

8,00

8,00

Estar Funcionários

01

-

-

8,00

8,00

Sanitário PRC

02

-

-

2,50

5,00

Estacionamento

40

-

-

-

-

CRECHE I (0-1 ano) ÁREA ÚTIL POR ALUNO (m²)

ÁREA UNITÁRIA (m²)

ÁREA TOTAL ESTIMADA (m²)

AMBIENTE

QUANT.

QUANT. DE ALUNOS E FUNC.

Salas de estimulação

02

08

1,50

22,50

45,00

Salas de repouso

02

07

1,50

15,00

30,00

Fraldários

02

02

-

12,35

12,35

Lactário

01

-

-

12,30

12,30

Solário

01

16

-

27,00

27,00

Sala de Amamentação

01

04

-

7,80

7,80

Depósito de Brinquedos

01

-

-

20,00

20,00


62

VIVÊNCIA/LAZER ÁREA ÚTIL POR ALUNO (m²)

ÁREA UNITÁRIA (m²)

ÁREA TOTAL ESTIMADA (m²)

AMBIENTE

QUANT.

QUANT. DE ALUNOS E FUNC.

Mini Quadra

01

-

-

50,00

50,00

Mini Zoo

01

-

-

60,00

60,00

Horta

01

-

-

113,60

113,60

Brinquedoteca

01

-

-

30,00

30,00

Parques Infantis

03

-

-

20,00

80,00

Cozinha Experimental

01

20

1,50

30,00

30,00

Oficina de Artes

01

20

1,50

30,00

30,00

Mini Teatro

01

20

2,60

52,00

52,00

Camarins Fem./Masc.

02

-

-

6,00

12,00

Refeitório

01

36

1,68

60,48

60,48

Pátio Coberto

01

170

0,94

159,80

159,80

Pátio Descoberto

01

60

1,50

90,00

90,00

Bicicletário

01

28

-

25,00

25,00

Sala de vídeo

01

20

2,17

43,40

43,40

Biblioteca

01

20

2,30

46,00

46,00

CRECHE II, III e PRÉ-ESCOLA (1-6 anos) AMBIENTE

QUANT.

Salas p/ atividade

07

Sala de repouso

04

Sala de Múltiplo Uso Sala de Judô Sala de Balé Sala de Música

01 01 01 01

QUANT. DE ALUNOS E FUNC. 20 (Capac. máxima) 06 (Capac. máxima) 20 -

ÁREA ÚTIL POR ALUNO (m²)

ÁREA UNITÁRIA (m²)

ÁREA TOTAL ESTIMADA (m²)

1,50

30,00

210,00

1,50

15,00

60,00

2,60 2,00 2,00

52,00 64,00 40,00 40,00

52,00 64,00 40,00 40,00


63

SERVIÇO ÁREA ÚTIL POR ALUNO (m²)

ÁREA UNITÁRIA (m²)

ÁREA TOTAL ESTIMADA (m²)

AMBIENTE

QUANT.

QUANT. DE ALUNOS E FUNC.

Guarita

01

-

-

7,00

7,00

Sanitário (Guarita)

01

-

-

1,50

1,50

Cozinha

01

-

-

24,50

24,50

Despensa

01

-

-

19,80

19,80

Sala do Nutricionista

01

-

-

10,00

10,00

Depósito Geral

01

-

-

16,00

16,00

DML

03

-

-

4,00

12,00

Lavanderia

01

-

-

11,35

11,35

Rouparia

01

-

-

5,60

5,60

GLP

01

-

-

4,90

4,90

Casa de Resíduos Vestiários Funcionários (Fem./Masc.) Área de Serviço

01

-

-

7,50

7,50

02

-

-

12,00

24,00

01

-

-

8,50

8,50

Área de Serviço Descoberta

01

-

-

12,00

12,00

Sanitários (Alunas/Alunos)

06

-

-

15,00

90,00

Vestiários (Alunas/Alunos)

02

-

-

10,00

20,00

Apoio Jardim

01

-

-

4,00

4,00

Depósito Quadra

01

-

-

4,00

4,00

Sanitário PCD

01

-

-

2.50

2,50

SETORES Administração Serviço Creche I (0-1 ano) Creche II, III e Pré-Escola (1-6 anos) Vivência/Lazer TOTAL

ÁREA TOTAL ESTIMADA (m²) 191,35 285,15 154,45 466,00 882,28 1979,23


64

10.3 ORGANOGRAMA

10.4 FUNCIONOGRAMA


65

11 PROPOSTA A separação das edificações no terreno, foi realizada com o intuito de gerar fluidez e proporcionar acesso amplo aos diversos setores da escola. O maior objetivo desta proposta, é de que a escola possua um espaço onde haja interação entre todos os blocos, e também a independência de cada um deles.

Fig. 67 – Maquete Eletrônica: Vista Superior Sudeste Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Cada módulo possui uma função ou atividade específica, de acordo com o uso de cada um. A forma que foi encontrada para diferenciar e criar um senso de particularidade e cognição, entre as idades das crianças, sem que haja interferência na metodologia de ensino Construtivista - já que esta visa o intercâmbio e a integração entre todas as idades - foi a proposta de identificar os blocos com cores específicas, possuindo o intuito de que as cores remetessem ao cubo mágico, para criar uma relação de acordo com as atividades a serem ali praticadas.

Fig. 68 – Maquete Eletrônica: Vista Acesso Principal Fonte: Acervo pessoal, 2016.


66

Fig. 69 – Maquete Eletrônica: Vista Superior Nordeste Fonte: Acervo pessoal, 2016.

A disposição formal das edificações distribuídas por grande parte do terreno forma uma extensa praça central (612,61m²), sendo esta definida como um espaço destinado para atividades lúdicas. Através dessa praça central e dos demais jardins espalhados pelo terreno, compondo uma área verde de 1.181,16m², as crianças poderão lidar diretamente com as vegetações nativas da região, além de desenvolver técnicas sensoriais e estimular a percepção cognitiva, mediante as atividades que utilizam areia, plantas, sol e atividades ao ar livre.

Fig. 70 – Maquete Eletrônica: Praça Central Fonte: Acervo pessoal, 2016.


67

Fig. 71 – Maquete Eletrônica: Praça Central Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Fig. 72 – Maquete Eletrônica: Praça Central Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Há ainda como a presença de alguns objetos geométricos, destinados a brincadeiras, que remetem ao Cubo Mágico, objetos que serão utilizados pelas crianças para que possam desenvolver a sua criatividade e o raciocínio lógico através das cores e da geometria dos blocos. É presente também na praça central, um grande deck molhado (85,42m²), com o intuito de oferecer um sistema com jatos


68

de água, posicionados no piso, de forma que os jatos serão direcionados na vertical - de baixo para cima -, para utilização das crianças nos dias muito quentes.

Fig. 73 – Maquete Eletrônica: Blocos Geométricos Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Fig. 74 – Maquete Eletrônica: Deck Molhado Fonte: Acervo pessoal, 2016.

O acesso principal da escola é efetivado pela Rua Local 01, e se dá por meio do estacionamento, composto por sessenta e duas (62) vagas de automóveis, sendo duas (02) vagas destinadas para pessoas com necessidade especiais (PNE) e três


69

(03) vagas destinadas para idosos, além de onze (11) vagas de motocicleta. Há também uma área para embarque e desembarque, com capacidade para quatro (04) carros estacionados. Além da presença de duas entradas para pedestres, uma localizada na Rua Local 01, e a outra na Av. Braulino Santos.

Fig. 75 – Maquete Eletrônica: Vista Superior do Estacionamento Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Como homenagem ao fundador Jean Piaget, a escola foi nomeada: Piaget Escola de Educação Infantil Construtivista. Com o intuito de demostrar através do nome a teoria pedagógica escolhida para servir de base no ensino desta escola,

Fig. 76 – Maquete Eletrônica: Pórtico de Entrada Fonte: Acervo pessoal, 2016.


70

A distribuição dos blocos de atividades se dá utilizando alguns critérios, (vide Fig.83), partindo-se do acesso principal, encontra-se a guarita (9,85m²), com função de controlar a entrada e saída dos usuários, está a um nível mais elevado para que haja maior segurança e visibilidade para o porteiro, composta por um sanitário (1,78m²) e uma mini copa.

Fig. 77 – Maquete Eletrônica: Acesso Interno Principal Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Logo em seguida, o usuário tem a opção de seguir para o pátio descoberto (96,89m²) composto por mastro de bandeiras e o bicicletário logo ao lado (56,86m²), que são dispostos à direita de quem adentra a escola.

Fig. 78 – Maquete Eletrônica: Bicicletário e Pátio Descoberto Fonte: Acervo pessoal, 2016.


71

Outra opção, é a de seguir para a mini quadra (63,08m²) que fica do lado oposto, disposta na direção norte-sul, e composta por um depósito de materiais (5,75m²) para quadra, ou também adentrar para o restante da escola através do pátio coberto (167,28m²).

Fig. 79 – Maquete Eletrônica: Mini Quadra Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Fig. 80 – Maquete Eletrônica: Pátio Coberto Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Ao acessar a escola, o usuário irá deparar-se com um grande pátio coberto, que além de marcar o principal acesso da escola pelo grande vazio, funciona como uma espécie de pátio multiuso, já que é composto por uma divisória articulada, que


72

serve como fechamento de uma das paredes do pátio, ou ficará aberta para a utilização maior do espaço.

Fig. 81 – Maquete Eletrônica: Vista Superior Sudeste Fonte: Acervo pessoal, 2016.

É através pátio coberto, que se distribuem os fluxos do programa de necessidades. Esse espaço proporciona ao usuário sensação de amplitude embora possa servir de pátio de encontro, onde poderá ocorrer atividades como teatro, danças, encontro com os pais, abrigo em dias chuvosos e outros eventos.

Fig. 82 – Maquete Eletrônica: Vista dos Pátios Coberto e Descoberto Fonte: Acervo pessoal, 2016.


73

Fig. 83 – Maquete Eletrônica: Vista Superior Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Partindo do pátio coberto, encontra-se a direita o bloco (A), denominado de Creche I (0-1 ano), neste bloco o acesso é facilitado, por conta da proximidade a entrada da escola, principalmente para os pais, que necessitam acompanhar as crianças até a sala de estimulação. Além da implantação dele ser voltada completamente para o sol nascente.

Fig. 84 – Maquete Eletrônica: Creche I Fonte: Acervo pessoal, 2016.


74

Nesta edificação, as crianças precisam da atenção completa dos cuidadores. O bloco da Creche I, é composto por duas salas de estimulação (32,17m², cada), cada uma contendo uma sala de repouso (16,20m²), um fraldário (12,71m²) e um parque infantil (20,41m²). Além da presença de lactário (12,71m²), sala de amamentação (8,37m²), solário (49,34m²) e depósito de brinquedos (20,85m²), esses ambientes servem de apoio para ambas as salas de estimulação.

Fig. 85 – Maquete Eletrônica: Creche I Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Fig. 86 – Maquete Eletrônica: Creche I (Parque Infantil) Fonte: Acervo pessoal, 2016.


75

Seguido imediatamente tem-se o bloco (B), onde são englobadas as Creche II, III e IV (1-2/2-3/3-4 anos, respectivamente), Pré-escola I e II (4-5/5-6 anos, respectivamente). Nas Creches II, III, IV, as crianças já começam a ter um pouco mais de autonomia e liberdade, porém, necessitam da supervisão dos docentes, já que é nessa fase que eles estão aprendendo a falar e a lidar com a presença de mais crianças em sua volta.

Fig. 87 – Maquete Eletrônica: Vista Interna da Sala de Atividades Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Nas Pré-escolas I e II, as crianças já lidam com as atividades mais educativas, como aprender a ler, escrever. Este bloco, conta com sete (07) salas de atividades possuindo por volta de 30,00m², interligadas por quatro (04) salas de repouso (15,00m²), que servem de apoio para as salas de atividades, na proporção de uma sala de repouso para cada duas salas. Há também um parque infantil (224,10m²), ligado diretamente a todas as salas, proporcionando um elo de ligação entre crianças de todas as idades.


76

Fig. 88 – Maquete Eletrônica: Vista Interna da Sala de Atividades Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Fig. 89 – Maquete Eletrônica: Parque Infantil Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Do lado esquerdo ao pátio coberto, foi inserido logo na entrada o bloco (C), sendo este o setor administrativo, composto por dois pavimentos, onde no primeiro são encontrados os ambientes de apoio da escola, que servem para o atendimento imediato de pais, alunos e visitantes, como: recepção/espera (27,66m²), sala da direção (15,51m²), sala da vice direção (12,50m²), secretaria (20,93m²), almoxarifado (18,09m²), tesouraria (13,47m²) sanitário PCR unissex (3,00m²) e um depósito de


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materiais de limpeza (6,05m²). Já no segundo pavimento, são encontrados os ambientes de apoio íntimo aos professores e funcionários, como: sala de reunião (17,01m²), sala dos professores (39,80m²), estar (15,51m²), copa (12,50m²) de funcionários e um sanitário PCR unissex (3,00m²).

Fig. 90 – Maquete Eletrônica: Vista Bloco Administrativo. Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Logo após, foi distribuído o bloco (D), composto também por setores administrativos, que servem de auxílio pedagógico aos responsáveis e às crianças. Estão presentes neste bloco ambientes como: sala de psicologia (12,25m²), sala de psicopedagogia (12,25m²), sala da coordenação pedagógica (13,13m²) e posto de enfermagem (8,40m²).

Fig. 91 – Maquete Eletrônica: Vista Externa Bloco A e D. Fonte: Acervo pessoal, 2016.


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Bem próximo a este bloco, foi implantado o bloco (E) onde encontra-se a biblioteca (46,61m²), ambiente este, que possui um layout diferenciado das bibliotecas tradicionais, com a presenças de tatames, puff’s, estantes móveis, bancadas e estantes de livros, que possuem espaços para que a criança se acomode de forma lúdica para efetuar a leitura.

Fig. 92 – Maquete Eletrônica: Vista Interna da Biblioteca Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Fig. 93 – Maquete Eletrônica: Vista Interna da Biblioteca Fonte: Acervo pessoal, 2016.


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Posteriormente, encontra-se a Horta (92,92m²), espaço este que foi desenvolvido com o intuito de aproximar as crianças do universo da natureza, e que assim aprendam a lidar com os vegetais, a partir do plantio e colheita dos alimentos. Por meio da horta, foi pensado no espaço denominado cozinha experimental (35,41m²), ambiente que servirá para que as crianças aprendam a lidar com os alimentos, através da higienização, e preparo até a ingestão dos mesmos.

Fig. 94 – Maquete Eletrônica: Horta Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Foram dispostos pelo terreno três (03) blocos (F), de forma que sirvam de apoio para os alunos, compostos por sanitários femininos e masculinos (18,75m², cada), e em um destes blocos há presença de um depósito de material de limpeza (10,00m²). Sendo implantados com o objetivo de dar apoio a cada jogo de blocos de atividades. O bloco (G), disposto à esquerda do terreno, é composto por sala de vídeo (43,40m²), que possui um layout diferenciado por meio de tatames e puff’s espalhados pela sala, uma cozinha experimental (35,41m²), um mini teatro (60,96m²), com capacidade para sessenta e uma (61) pessoas sentadas e duas (02) áreas reservadas para PCR, composto por dois camarins, sendo um feminino e um masculino (7,10m², 6,70m², respectivamente), um palco elevado (29,37m²) e uma coxia (12,58xm²), além de um depósito geral (22,56m²), que servirá de apoio para o setor de serviço da escola.


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Outro bloco (H) apresenta a brinquedoteca (30,34m²), ambiente este que será utilizado por qualquer turma da instituição, porém com capacidade para no máximo duas turmas por vez. Esta será usada nos horários de recreação e principalmente dos dias chuvosos.

Fig. 95 – Maquete Eletrônica: Vista Interna da Escola Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Já o bloco (I), atende aos ambientes de serviço, como: refeitório (64,34m²) com capacidade para quarenta (40) crianças, cozinha (45,90m²), sala da nutricionista (10,11m²), despensa (20,28m²) que engloba despensa seca e fria, triagem (16,57m²), sanitário PCR unissex (3,28m²) e sanitários/vestiários feminino e masculino (16,91m², cada). Próximo a esse bloco, há presença da área de carga e descarga, blocos destinado a casa de resíduos seletivos (17,09m²) e outro para a casa de GLP (6,83m²), ambos com acesso externo para a Av. Braulino Santos.


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Fig. 96 – Maquete Eletrônica: Vista Externa Blocos I e J Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Seguido desta edificação, encontra-se o bloco (J), também composto por ambientes de serviço, como: lavanderia (11,73m²), rouparia suja (4,58m²), rouparia limpa (4,45m²), área de serviço descoberta e coberta (12,42m², 10,00m², respectivamente), depósito de material de limpeza (5,66m²) e depósito para apoio de jardinagem (7,04m²). Um outro bloco (K), composto por sala de múltiplo uso (52,08m²), podendo ser estendido, através do englobamento desta sala com o gazebo (41,72m²), totalizando uma área de 93,80m², além de outro ambiente denominado sala de balé (40,80m²). Já o bloco (L), possui uma sala de judô (64,00m²), e uma sala para oficinas de artes (30,00m²), com capacidade para vinte (20) crianças.

Entre os

blocos K e L, possui um bloco (M) de vestiários para alunos, feminino e masculino (11,40m², cada), que tem a função de atender os ambientes que necessitam que a criança efetue a troca de roupa para sua utilização. Já o bloco (N), possui a sala de música (42,88m²).


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Fig. 97 – Maquete Eletrônica: Vista Superior Noroeste Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Próximo a estes módulos, foi implantado o mini zoo (58,85m²), composto por uma edificação onde será posicionado o aquário, e três (03) construções em miniatura, sendo, um viveiro para porquinhos da índia, um terrário para tartarugas e uma casa para coelhos.

Fig. 98 – Maquete Eletrônica: Mini Zoo Fonte: Acervo pessoal, 2016.


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Fig. 99 – Maquete Eletrônica: Mini Zoo Fonte: Acervo pessoal, 2016.

Para finalizar, foi destinada uma área para implantação do castelo d’água, com o formato de um grande cubo mágico. Devido a sua monumentalidade, este servirá de ponto referencial para localizar a escola.

Fig. 100 – Maquete Eletrônica: Castelo D’ Água Fonte: Acervo pessoal, 2016.


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12 CONCLUSÃO Foi possível concluir com a realização deste trabalho que a organização dos espaços no projeto arquitetônico para uma escola de educação infantil é de fundamental importância para o desenvolvimento integral da criança, pois é possível que esta aprenda a desenvolver suas potencialidades, além de atingir novas habilidades, sejam elas: motoras, cognitivas ou afetivas. Com a realização deste trabalho, foi diagnosticado que é de competência da escola e sua metodologia, proporcionar aos seus educandos um ambiente rico em atividades lúdicas, já que a maioria das crianças hoje passa grande parte do seu tempo dentro da escola. Além de definir que através da atividade lúdica, a criança desenvolve melhor sua atenção, imaginação, memorização, dentre outros aspectos básicos para o processo de aprendizagem. Com a proposta da implantação de uma escola construtivista, numa cidade em que a educação é destaque regional, foi possível perceber o quanto a metodologia de ensino pode influenciar na vivência e no aprendizado da criança, desde sua primeira fala até sua completa formação na educação infantil. Ao fim deste processo cheio de infinitas possibilidades arquitetônicas, como é o caso de um projeto para pré-escola, foi aprendido a valorização de cada etapa de projeto, desde sua pesquisa, concepção, ideia, proposta até chegar ao projeto final. Ao tratar de um processo tão delicado quanto uma pré-escola, ao longo desse estudo, percebemos como esta pode ser transformadora, por meio dos detalhes necessários para que a criança tenha um ambiente ideal para suas atividades.


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“O ideal da educação não é aprender ao máximo, maximizar os resultados, mas é antes de tudo aprender a aprender, é aprender a se desenvolver e aprender a continuar a se desenvolver depois da escola”. (Jean Piaget)


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REFERÊNCIAS

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