FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE ESTÉTICA E COSMÉTICA
ERLANE ALVES DE MATOS
VISAGISMO: UMA ABORDAGEM TEÓRICA
VITÓRIA DA CONQUISTA – BA NOVEMBRO–2015
ERLANE ALVES DE MATOS
VISAGISMO: UMA ABORDAGEM TEÓRICA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de Tecnólogo em Estética e Cosmética da Faculdade Independente do Nordeste de Vitória da Conquista – BA. Orientador: Profª. Esp. Lezenir Fontes Honorato Morais.
VITÓRIA DA CONQUISTA – BA NOVEMBRO–2015
ERLANE ALVES DE MATOS
VISAGISMO: UMA ABORDAGEM TEÓRICA
Trabalho de Conclusão de Curso de Estética e Cosmética apresentado a Faculdade Independente do Nordeste –FAINOR, como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Estética e Cosmética.
Aprovado em ___/___/___
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________ Prof. . Esp. Lezenir Fontes Honorato Morais Orientador
________________________________________________ Prof. Esp. Esp. Ana Paula Silva Nogueira 2º membro
________________________________________________ Prof. Esp. Sirlândia Santos Oliveira 3° Membro
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Agradeço em primeiro lugar a Deus que permitiu que tudo isso acontecesse. Aos meus pais, Jonas e Malvina pelo amor incentivo e apoio incondicional. A professora Lezenir Honorato pela orientação e apoio. Agradeço aos amigos e aos colegas da faculdade pelo apoio e incentivo. Em especial, Vanessa Carvalho pelo apoio, incentivo e dedicação. Meus agradecimentos a colega Juliana Castro pelo incentivo, disponibilidade e amizade. E a todos os professores pela dedicação e todo conhecimento que me proporcionaram nesse longo período.
A persistência é o caminho do êxito. Charles Chaplin
RESUMO O uso do visagismo tem como princípio personalizar a imagem pessoal do indivíduo, revelando através dessa imagem, suas qualidades com harmonia e estética. Através de técnicas, que vão além de analisar a imagem, mas também, características físicas, comportamentos e personalidades, identificando assim o que essa imagem pode expressar e como pode afetar a pessoa e seus relacionamentos. Baseado nesse conceito o presente trabalho tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica a fim de conhecer mais sobre esse assunto, e desvendar seus benefícios para os procedimentos estéticos. Foi realizado uma consulta a livros presentes na Biblioteca Professor Ubirajara Pereira de Brito, da Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR, localizada na cidade de Vitória da Conquista BA e por artigos científicos selecionados através de busca no banco de dados do google acadêmico, scielo, bireme, a partir das fontes Medline e Lilacs. Porém, devido à falta de estudos sobre o tema, foram encontradas mais pesquisas disponibilizadas no google acadêmico, sendo, uma grande maioria não apresentando ano e nem local de publicação. Foram selecionados 6 livros e 20 artigos que abordavam o tema. E Diante das análises bibliográficas realizadas pode se observar que o visagismo sempre foi utilizado, antes mesmo de ser definido seu próprio conceito, porém difundindo a não muito tempo, se tornando um aliado principalmente da estética, onde utiliza-se de técnicas para personalizar um procedimento para cada indivíduo sem que o mesmo fuja da sua real personalidade. Palavras-chave: Personalizar; Revisão; Técnica; Visagismo.
ABSTRACT The use of visagism has as a principle to customize the individual's personal image, revealing, through this image its qualities with harmony and aesthetics. Using techniques that go beyond analyzing the image, but also physical characteristics, behaviors and personalities, thus, identifying what that image can express and how it can affect the person and their relationships. Based on this concept, the present study aims to conduct a literature review in order to know more about this topic, and uncover its benefits for aesthetic procedures. A bibliographic research was done at the Professor Ubirajara Pereira de Brito Library, at the Northeast Independent College (FAINOR), located in Vitória da Conquista – BA, and selected scientific articles researched through the academic google database, Scielo, Bireme, from Medline and Lilacs sources. However, due to a lack of studies on the theme, it was found more research available in the academic google, but the vast majority showed no year or place of publication.They selected 6 books and 20 articles that addressed the topic. Through the bibliographic analyses, it was possible to observe that visagism has always been used, even before its own concept has been defined, but spreading not long ago, becoming an ally mainly of aesthetics, which is used techniques to customize a procedure for each individual without running away from his real personality. Keywords: Customize; Review; Technical; Visagism.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10 2. METODOLOGIA ................................................................................................... 12 3. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................13 3.1. Visagismo: História......................................................................................... 13 3.2. Estudo do visagismo .................................................................................... 14 3.3. Formatos de rosto ........................................................................................ 16 3.3.1. Rosto oval..............................................................................................16 3.3.2. Rosto redondo.......................................................................................17 3.3.3. Rosto quadrado.....................................................................................18 3.3.4. Rosto retangular....................................................................................19 3.3.5. Rosto triangular invertido.......................................................................20 3.3.6. Rosto triangular......................................................................................20 3.3.7. Rosto hexagonal-lateral reta..................................................................21 3.3.8. Rosto hexagonal-base reta....................................................................22 3.3.9. Rosto losango........................................................................................23 3.4. TEMPERAMENTOS....................................................................................... 24 3.5. AS CORES.....................................................................................................26 3.6. ÁREAS DE ATUAÇÃO DO VISAGISMO........................................................27 3.6.1. Moda......................................................................................................28 3.6.2. Maquiagem...........................................................................................28 3.6.3. Design de sobrancelha..........................................................................28 3.6.4. Cabelos.................................................................................................29 3.6.5. Medicina................................................................................................30 3.6.6. Psicologia..............................................................................................30 3.6.7. Empresas...............................................................................................30 3.6.8. Esporte...................................................................................................32 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................32 5. REFERÊNCIAS......................................................................................................34
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1. INTRODUÇÃO O uso de produtos de beleza, sobretudo da maquiagem, sempre foi valorizado pela sociedade desde tempos remotos. No entanto, na década 1980 surge a preocupação com a beleza e a autoimagem, criam-se novos produtos que além de embelezar,
cuidava
da
pele.
Ainda
nessa
época,
as
divas do
cinema
desempenharam um papel muito importante quanto à popularização da maquiagem. Com essas inovações, no início do século XX a elite dominante procurou diferenciar-se através do estilo de roupa, da maquiagem para imprimir poder. Observando isto, Fernand Aubry com sua sensibilidade artística, criou métodos para personalizar cada pessoa humana. Tinha um enfoque estético, harmonizava o cabelo, a maquiagem com os traços físicos, a cor dos olhos, da pele e a expressão facial de cada um. Exercia este trabalho já nos anos 60 em Londres na Vidal Sassoon. Ele idealizava a beleza com a “beleza interior”. Percebe-se, pelas suas declarações e pelas fotografias de seus trabalhos, que Aubry foi um dos primeiros profissionais a procurar criar uma imagem personalizada para seus clientes (HALLAWELL, 2010). Diante dessas observações Fernand Aubry criou o termo “visagismo”. O conceito
foi
difundido,
porém
faltavam
algumas
informações
essenciais,
principalmente sobre a linguagem visual ou um método eficaz. Foi somente depois da publicação do livro “Visagismo: harmonia e estética” do autor Philip Hallawell, um artista plástico e arte-educador, publicado pelo SENAC São Paulo, que o visagismo começou a se popularizar no Brasil. O autor mostra como essa linguagem se aplica à arte de criar uma imagem pessoal através da maquiagem. Com esse conhecimento, o profissional da estética tem mais liberdade de criar uma maquiagem de acordo com suas personalidades e físicos (LEAL, 2014; OLIVEIRA; MORAES, 2007). O termo “visagismo” é derivado de visage, que em francês significa “rosto” ou “face”. É um mecanismo que usa de técnicas específicas a fim de criar uma imagem pessoal personalizada a cada pessoa, respeitando sua personalidade, e indicando possibilidades de adaptações e correções para se obter a solução mais adequada a cada caso (HALLAWELL, 2010). No significado do visagismo, segundo o dicionário da língua português, é considerado uma arte, um conceito que usa os recursos baseados nas
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características físicas de uma pessoa e da linguagem visual visando uma harmonia geral da imagem. O objetivo é criar uma nova imagem pessoal e corporal onde possa revelar as qualidades interiores, utilizando a maquilagem, o corte de cabelo, a coloração e o penteado. Para conseguir um bom resultado com o visagismo é necessário que o profissional fique atento às características do cliente e transmita a ele seus desejos de mudança. O visagista precisa conhecer a rotina da pessoa, suas preferências estéticas, suas proporções, desde o tom da pele frio ou quente, cor dos olhos, formato do rosto, cor do cabelo, sua capacidade de aceitar o novo visual proposto. O profissional precisa ter consciência da importância da imagem pessoal e de como ela afeta o senso de identidade das pessoas. Uma adequação dessa imagem, a partir dos recursos do visagismo, pode fazer com que o indivíduo finalmente se reconheça no espelho. Quando isso ocorre, os benefícios se estenderão em todas as áreas de sua vida. Por outro lado, uma alteração feita sem consciência e conhecimento, mesmo trazendo resultados estéticos positivos, pode fazer com que a pessoa não se reconheça mais. (HALLAWELL, 2010, p .30).
Hallawell (2010) informa que se pode compreender o visagismo através dos quatro pilares definidos por Hipócrates, considerado pai grego da medicina. Levando em conta os temperamentos, onde o colérico é ligado a paixões, força, liderança e domínio; já o sanguíneo é mais despojado, alegre e curioso; o melancólico é mais pensativo e profundo; e o fleumático, pacífico e com necessidade de segurança. Para o visagista, a harmonia e a estética, são de suma importância. A harmonia se baseia no equilíbrio entre todos os elementos utilizados na criação da imagem. Refere-se à disposição com regularidade, bem organizada, das partes de um todo ou entre partes de um todo onde predominam os fatores de equilíbrio, ordem e regularidade visual do objeto ou da composição, possibilitando uma leitura simples e clara (HALLAWELL, 2010; CRUZ; MARQUES, 2014). A aparência, tanto masculina, quanto feminina, está ligada ao idealismo. Pois está diretamente ligada à realidade contemporânea e como as coisas apresentam em si mesmas. Aparência é o que se mostra à primeira vista, a exterioridade de uma pessoa, aquilo que se percebe no momento que se vê uma pessoa através da realidade em si (HALLAWELL, 2010). Contudo a aparência é o cartão de visita de uma pessoa. Daí a importância de manter uma boa imagem, pois o modo como uma pessoa se apresenta já fala de si mesma. Aqui não se está falando de exagero com a autoimagem, do narcisismo, mas de uma aparência que conta nas relações inter e intrapessoais do dia a dia. Portanto, o que ver-se hoje na sociedade é a valorização da aparência, que se tornou uma grande questão pessoal, pois cada pessoa acaba sentindo obrigada a
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renovar-se constantemente e permanentemente. Diante de uma busca por harmonia na criação de uma imagem que diversas áreas estão adotando o visagismo. O conhecimento dessas técnicas pode ser aplicado em muitas áreas, além da beleza e da arte, onde é utilizado para criar imagens (HALLAWELL, 2009). Seguindo a relevância deste tema este trabalho tem como objetivo realizar uma ampla revisão bibliográfica tentando descrever a história do visagismo, seu estudo, bem como, sua aplicabilidade em diversas áreas do conhecimento. 2. METODOLOGIA Este estudo classifica-se como uma pesquisa de caráter qualitativo, do tipo descritivo exploratório com procedimentos técnicos baseados em uma revisão bibliográfica. Essa abordagem da investigação qualitativa exige que o mundo seja examinado com a ideia de que nada é trivial, que tudo tem potencial para constituir uma pista que nos permita estabelecer uma compreensão mais esclarecedora do nosso objeto de estudo (LAKATOS; MARCONI, 2003). Esta revisão de literatura foi realizada entre junho de 2015 a outubro de 2015, com vasta consulta a livros presentes na Biblioteca Professor Ubirajara Pereira de Brito, da Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR, localizada na cidade de Vitória da Conquista – BA, artigos científicos selecionados através de busca no banco de dados do google acadêmico, scielo, bireme, a partir das fontes Medline e Lilacs, e livros disponibilizados em formato online. Porém, devido à falta de estudos sobre o tem, foram encontradas mais pesquisas disponibilizadas no google acadêmico, sendo, uma grande maioria não apresentando ano e nem local de publicação. A busca nos bancos de dados foi realizada utilizando às terminologias básicas sobre o assunto, como; visagismo, imagem pessoal e visagismo, visagismo na estética, visagismo em diversas áreas, história do visagismo e temperamentos. Os critérios de inclusão para os estudos encontrados foram à abordagem sobre o visagismo e sua história, bem como sua aplicabilidade nas diversas áreas do conhecimento. Procurou-se durante toda essa abordagem cientifica estudar e compreender os principais parâmetros sobre o tema, e sua relevância para a vida de diversos profissionais. Vale ressaltar que este estudo é basicamente baseado na literatura do então considerado percursor do visagismo no Brasil, Philip Hallawell.
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3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1.
VISAGISMO: História
O uso de produtos de beleza, sobretudo da maquiagem, sempre foi valorizado pela sociedade desde tempos remotos. No entanto, na década 1980 surge a preocupação com a beleza e a autoimagem, criam-se novos produtos que além de embelezar,
cuidava
da
pele.
Ainda
nessa
época,
as
divas do
cinema
desempenharam um papel muito importante quanto à popularização da maquiagem. Com essas inovações, no início do século XX a elite dominante procurou diferenciar-se através do estilo de roupa, da maquiagem para imprimir poder. Observando isto, Fernand Aubry com sua sensibilidade artística, criou métodos para personalizar cada pessoa humana. Tinha um enfoque estético, harmonizava o cabelo, a maquiagem com os traços físicos, a cor dos olhos, da pele e a expressão facial de cada um. Exercia este trabalho já nos anos 60 em Londres na Vidal Sassoon. Ele idealizava a beleza com a “beleza interior”. Percebe-se, pelas suas declarações e pelas fotografias de seus trabalhos, que Aubry foi um dos primeiros profissionais a procurar criar uma imagem personalizada para seus clientes (HALLAWELL, 2010). Diante dessas observações Fernand Aubry criou o termo “visagismo” (HALLAWELL, 2008).
O conceito foi difundido, porém faltavam algumas
informações essenciais, principalmente sobre a linguagem visual ou um método eficaz. Foi somente depois da publicação do livro “Visagismo: harmonia e estética” do autor Philip Hallawell, um artista plástico e arte-educador, publicado pelo SENAC São Paulo, que o visagismo começou a se popularizar no Brasil. O autor mostra como essa linguagem se aplica à arte de criar uma imagem pessoal através da maquiagem. Com esse conhecimento, o profissional da estética tem mais liberdade de criar uma maquiagem de acordo com suas personalidades e físicos (LEAL, 2014). O termo “visagismo” é derivado de visage, que em francês significa “rosto” ou “face”. É um mecanismo que usa de técnicas específicas a fim de criar uma imagem pessoal personalizada a cada pessoa, respeitando sua personalidade, e indicando possibilidades de adaptações e correções para se obter a solução mais adequada a cada caso (SENAC, 2006).
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Difundido a partir de 1936, Fernand Aubry, dizia que o visagismo é uma arte e o visagista é um escultor do rosto humano e se refere à arte de embelezar ou transformar o rosto, utilizando cosméticos, tinturas, corte de cabelo, enxertos e cirurgias modificadoras. Apesar de o termo visagismo surgir apenas no século XX, há registros históricos de que foi através da linguagem visual, desenvolvido na antiguidade principalmente pelos gregos, que tinham o interesse em modificar a beleza da face (HALLAWELL, 2009). Pode ser considerado também como um conjunto de símbolos usados para se comunicar visualmente com harmonia, buscando o conhecimento na matemática e na ciência para criar imagens proporcionais com volume e movimento, descobrindo então a perspectiva, a harmonia e a estética. Diante dessas observações os gregos da época, perceberam que havia ligações entre a matemática e a arte, onde o que era perfeito geométricamente e matematicamente passou a ser notado como beleza artística (HALLAWELL, 2009). 3.2.
O estudo do visagismo
O uso do visagismo tem como princípio personalizar a imagem pessoal do indivíduo, revelando através dessa imagem, suas qualidades com harmonia e estética. Através de técnicas, que vão além de analisar a imagem, mas também, características físicas, comportamentos e personalidades, identificando assim o que essa imagem pode expressar e como pode afetar a pessoa e seus relacionamentos. (HALLAWELL, 2010). Estudar o rosto é desnudar a face, reconhecendo através da linguagem visual as estruturas ósseas, musculares, cartilagens e pigmentos que mapeiam todas as particularidades de cada indivíduo, ou seja, sua identidade, os pontos fortes e os pontos não tão agradáveis a apreciação. Para o idealizador da técnica de visagismo o maquiador e cabeleireiro francês Fernand Aubry a beleza é a expressão das qualidades interiores e os profissionais da estética deverão adequar com harmonia estas expressões com procedimentos que revelem belezas desconhecidas (DUARTE; REDLICH; THIVES, s/d, p.2).
Desse modo, o visagismo estabelece as bases da individualização da imagem, estilo de vida, posição social e características físicas. Explica o funcionamento da linguagem visual, como entender o que uma imagem expressa e como identificar as características físicas de uma pessoa. É um método onde se associa o conhecimento de quatro áreas de estudo científico: a linguagem visual, a
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psicologia, a ciência cognitiva e a antropologia. Interessante que toda a técnica está vinculada à psicologia de Carl Jung em seus estudos sobre identidade, personalidade e temperamento, e técnicas de indução à reflexão e à criação de conceitos, desenvolvidos para estimular a criatividade. Através da teoria deste psicólogo, os formatos do rosto, as feições, a cor e formato do cabelo, permitem fazer uma leitura do que a imagem pessoal como um todo expressa o que a face revela do temperamento. (HALLAWELL, 2010; SILVA, 2010). Nas técnicas do visagismo, o estudo da fisiognomonia, que é baseado na interpretação da personalidade através da face. Sempre houve um interesse em entender as manifestações expressivas da face, portanto, surge a fisiognomonia, a arte milenar de conhecer o caráter das pessoas pelos traços fisionômicos (KUHN; BERTUOL; THIVES, s/d; ORASMO, 2011). A fisiognomonia divide o rosto em três partes horizontais, sendo possível realizar uma análise das características da personalidade do indivíduo. A testa é a área que representa a Região Mental, dos olhos ao nariza a Região Afetiva e a região da boca e queixo indica a Região Intuitiva (Figura – 1). Feito essa divisão, diferencia-se os contornos e linhas dos olhos, nariz, boca e o formato de rosto. Cada uma dessas observações implica-se em temperamentos diferentes (HALLAWELL, 2010).
Figura 1: Fisiognomomia da face. Fonte: Araújo; Sebben; Ellery, s/d.
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3.3.
Formatos de rosto
Saber reconhecer o formato do rosto é de suma importância para um bom visagista, podendo assim identificar suas características anatômicas, usando de sua criatividade para a realização de um procedimento (KOWALSKI, 2009). Para Hallawell (2010), além de conhecer os formatos de rosto o profissional visagista deve ter uma visão holística, exigi muita observação e capacidade de comparar os espaços nos dois lados das linhas que indicam os formatos. Esses formatos são definidos pelas características das estruturas ósseas presentes no rosto da pessoa. O autor salienta que ao realizar essa análise, sempre deixe o cabelo puxado para trás, para revelar toda testa e a linha do cabelo. É natural que pessoas com testa larga usem cabelo que caia sobre ela, o que pode dar a aparência de uma testa arredondada, quando na verdade é quadrada. Formatos de rosto mais comuns segundo relatos de (HALLAWELL, 2010). 3.3.1. Rosto oval Neste formato de rosto, a testa tem característica arredondada e não muito larga, e a região temporal é muito profunda. A linha do cabelo é arcada. As linhas das maçãs do rosto e do queixo são suaves e levemente arredondadas. A maçã do rosto é levemente saliente e desce até a curva da mandíbula, que começa na altura da boca. O rosto oval antigamente era descrito como o formato que representava delicadeza e suavidade, principalmente em faces femininas. No entanto, esse tipo de descrição foi abolido, devido sugerir quea mulher ideal deveria expressar delicadeza e a suavidade, algo preconceituoso e antiquado no mundo atual. Há beleza na delicadeza e na suavidade, e ainda na força, na expressividade e no dinamismo, por exemplo. Com isso, pode se dizer que há beleza em todos os formatos. Aliás, também há beleza masculina no formato oval (HALLAWELL, 2010).
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Figura 2: Rosto Oval. Fonte: HALLAWELL, Philip. Visagismo, 2003.
3.3.2. Rosto redondo Este formato o rosto possui poucos ângulos. É o formato angelical ou infantil, muito usado por pintores da renascença para suas madonas. A testa e o queixo são menores que nos rostos ovais, e os olhos frequentemente são mais espaçados que o usual. Geralmente dos olhos e nariz também são arredondados, assim como a linha do cabelo. É um formato muito encontrado entre pessoas asiáticas e indígenas.
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Figura 3: Rosto Redondo. Fonte: HALLAWELL, Philip. Visagismo, 2003.
3.3.3. Rosto quadrado A principal característica do rosto quadrado são os ângulos retos. A testa é retangular, com a linha de cabelo reta, e as temporas não são muito profundas. As maçãs do rosto também não são muito salientes e descem até a mandíbula até uma linha com pouca inclinação, quase vertical. A curva da mandíbula encontra-se abaixo da linha da boca e corre quase horizontalmente até o queixo, que ser um pouco pronunciado.
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Figura 4: Rosto Quadrado. Fonte: HALLAWELL, Philip. Visagismo, 2003.
3.3.4. Rosto retangular Este tipo de é somente uma variação do quadrado, sendo um pouco mais longo e tendo uma proporção mais próxima da áurea. Esse formato é muito comum em pessoas que provem do norte da Europa - alemães, escandinavos e ingleses – e, portanto, em muitos americanos e brasileiros do sul. Tradicionalmente, o quadrado é associado a qualidades masculinas por causa das linhas retas.
Figura 5: Rosto Retângulo. Fonte: HALLAWELL, Philip. Visagismo, 2003.
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3.3.5. Rosto triangular invertido Esse formato de é observado em pessoas com a testa larga e a mandíbula estreita. Frequentemente, os olhos são também bastante espaçados. As maçãs do rosto não são muito pronunciadas, nem as temporas profundas. Praticamente não se percebe a curva da mandíbula, e o rosto é formado por uma linha contínua que corre da maçã do rosto até o queixo, num ângulo bem acentuado. O
queixo
é
pontudo, mas nem sempre pronunciado. O rosto triangular invertido é muito comum entre os brasileiros, especialmente os do Norte e do Nordeste do país.
Figura 6: Rosto triangular invertido. Fonte: HALLAWELL, Philip. Visagismo, 2003.
3.3.6. Rosto triangular O rosto tem formato parecido com o de um triangulo, também conhecido como formato de pera, não é muito comum, especialmente em mulheres. Sua característica mais marcante é a mandíbula bastante evidente, larga e quadrada, pois apresenta sua parte mais larga na área da mandíbula, enquanto a testa é pequena e estreita. As maçãs do rosto não são pronunciadas, porém as temporas são profundas. A parte inferior do rosto é muito semelhante ao formato do rosto quadrado, com a curvatura do osso da mandíbula abaixo da linha da boca, mas geralmente é mais pronunciada ainda. Portanto, a linha da maçã do rosto até a
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mandíbula inclina-se para fora, ao contrário do que percebemos nos outros formatos.
Figura 7: Rosto Triangular. Fonte: HALLAWELL, Philip. Visagismo, 2003.
3.3.7. Rosto hexagonal – reto lateralmente O rosto hexagonal tem as laterais retas, torna semelhante ao rosto oval e, portanto, facilmente confundido com ele. No entanto, em vez de ter curvas suaves, é bastante angular. A testa também é em formato de trapézio, mas percebemos ângulos acentuados e não curvas onde ela se estreita, e a linha do cabelo é curta e reta. As maçãs do rosto são um pouco mais pronunciadas, e as temporas mais profundas. O queixo também é mais pronunciado e angular, assim como a curva da mandíbula, na altura da boca. Curiosamente, esse é o formato de rosto que os artistas preferem para seus modelos – justamente por não ser tão arredondado como o rosto oval, porque se consegue mais expressividade nos traços angulares que nos curvos, sem que se percam as proporções áureas. Pela mesma razão é um formato muito fotogênico, que explica por que tantos modelos fotográficos tem esse formato de rosto (HALLAWELL, p. 111, 2010).
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Figura 8: Rosto hexagonal de lateral reta. Fonte: HALLAWELL, Philip. Visagismo, 2003.
3.3.8. Rosto hexagonal – reto na base O rosto hexagonal com base e a testa retas, mesmo sendo parecido com o hexagonal de lateral reta, é completamente diferente no seu aspecto. As maçãs do rosto são salientes, parecidas com as do rosto triangular, mas a testa não é tão larga, nem o queixo pontudo. A linha que corre da maçã do rosto até a mandíbula é bastante inclinada. Abaixo da linha da boca podemos perceber a curva da mandíbula, bastante angular, e o queixo de formato quadrado. A testa é em formato de trapézio, com a linha do cabelo reta e razoavelmente longa. Este formato também é conhecido como formato de diamante. Muitas vezes é difícil distinguir entre este formato de rosto e o triangular invertido. Nesses casos é preciso observar cuidadosamente o queixo e o formato de testa, que, se for bastante larga, indica o formato triangular.
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Figura 9: Rosto Hexagonal. Fonte: HALLAWELL, Philip. Visagismo, 2003.
3.3.9. Rosto em losango O rosto com formato de losango é muito parecido com o triangular invertido. Ambos têm as maçãs do rosto pronunciadas, quase nenhuma definição no maxilar e queixo pequeno. A diferença está na testa, que neste caso é muito menos larga e, em vez de ser reta, forma uma ponta ou uma curva pronunciada. O losango, o triangulo invertido e os dois tipos de hexágono são os formatos de rosto mais encontrados no Brasil. É surpreendente descobrir que a maioria das pessoas não sabem como é seu próprio rosto. Isso é importante, porque mostra que a maioria dos clientes de visagistas também não sabe que tipo de rosto tem. Voce descobrirá que precisa de prática para poder identificar o tipo de rosto de uma pessoa rapidamente. Um visagista precisa ter a habilidade de observação rápida. Assim que tem o contato direto com seu cliente, deve saber qual formato do seu rosto. Há várias maneiras de exercitar essa habilidade. Basicamente, é preciso observar muito e cuidadosamente.
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Figura 10: Rosto Losango. Fonte: HALLAWELL, Philip. Visagismo, 2003.
3.4. Temperamentos A
observação
dos
temperamentos
diferencia
o
indivíduo
por
sua
personalidade e biótipo, é dividida em quatro tipos básicos: o colérico, o fleumático, o sanguíneo e o melancólico, todas as pessoas apresentam característica das quatro categorias, mas em graus diferentes. Essas características têm aspectos positivos, chamados de forças, e outros negativos, chamados de fraqueza (HALLAWELL, 2010). Para Pinto (2011), “temperamento significa “mistura de proporções” é o que define as reações de cada pessoa em relação à vida, frente aos seus obstáculos e bem como às suas graças. O visagista observa as formas do rosto, a cor dos olhos, o tom de pele, a personalidade, a linguagem visual, para padronizar as soluções. Por exemplo, um rosto retangular ou quadrado, nunca se deve usar linhas verticais ou horizontais que endurecem as feições. É um conceito que pode ser aplicado a partir de uma consultoria e com conhecimento profundo da linguagem visual.
Nota-se que a
imagem pessoal vai muito além de aspectos estéticos ou da vaidade humana. Pois de forma mais frequente, observa-se como uma exigência do mercado de trabalho, como forma de aceitação, integração social e bem-estar pessoal (PINTO, 2011). Hipócrates considerado o pai da medicina ocidental, afirma que a personalidade de uma pessoa pode ser revelada pelos seus traços físicos. Diante
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dessas implicações ele postulou a Teoria dos Quatro Temperamentos ou Humores, determinando, por meio deles, a aparência exterior das pessoas (ARAÚJO; SEBBEN; ELLERY, s/d; TRAMONTINI; BERGAMINI, 2010). A personalidade do indivíduo é desenvolvida ao longo dos anos, é influenciada pela herança genética, mas também pelo ambiente e a cultura em que se vive, os graus de instrução e as experiências diárias. “O temperamento encontra-se entre a linha da nossa hereditariedade (características herdadas) e a linha da nossa individualidade (autodeterminação espiritual) ” (MARTINEZ, 1997, p. 36). A observação da anatomia do rosto, juntamente com traços da individualidade do indivíduo é determinante para conseguir traçar seu temperamento. Sendo descritos a seguir pelo pesquisador do visagismo, Hallawell (2009): Temperamento sanguíneo: É característica do ser extrovertido, comunicativo, criativo
e
inovador,
porém
também
define
a
negativamente
pela
irregularidade, inconstância e desorganização. O formato do rosto é angular, em geral hexagonal com lateral reta, ou losangular. Segundo Martinez (1997) é reconhecível pelo contorno de rosto hexagonal. Temperamento
colérico:
Tem
traços
de
positividade,
determinação,
persistência e objetividade. Porém, a impaciência, intolerância e autoritarismo, representam o lado negativo. O formato de rosto nesse temperamento é o quadrado, podendo ser também um hexágono com a base horizontal ou triangular. Já para Martinez (1997) é representado somente pelo contorno do rosto é quadrado. Temperamento nervoso ou melancólico: Podem ser classificados em dois tipos: o artístico, que é sensível, confiável e competente. O científico, que é lógico, cerebral e sistemático. Como características negativas ambos possuem a ansiedade, indecisão e perfeccionismo. Para o artístico o formato do rosto é o oval ou triangular invertido, já para o científico é o rosto com formato retangular. Para Martinez (1997) esse temperamento é representado pelo contorno de rosto triangular. Temperamento linfático ou fleumático: Define-se como o temperamento da positividade, pela diplomacia, misticismo e constância, e negativamente pela apatia, indecisão e desinteresse. O formato do rosto pode ser de cinco formas, redondo, triangular, quadrado, largo ou oval. De acordo com Martinez (1997) é reconhecível pelo contorno de rosto cônico.
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3.5.
As cores
Cor é a impressão que a luz refletida ou absorvida pelos corpos produz nos olhos. Tem suas respectivas divisões. As cores primárias são irredutíveis (azul,
vermelho e amarelo), as secundárias (o laranja, que é a mistura do amarelo com o vermelho, o verde, que é a mistura do azul com o amarelo e o violeta, que é a mistura do vermelho com o azul) são cores formadas pelo equilíbrio entre duas cores primárias, em igual quantidade e iguais intensidades. E as cores terciárias que são a junção de uma cor primária e uma cor secundária são complementares e podem ser utilizadas para gerar equilíbrio e força a um determinado objeto criando contrastes ou gerando uma imagem mais chamativa e dramática. Algumas cores predominam e outras são apenas pinceladas (LIMA, 2014). Ainda a autora: A conquista de uma junção cromática agradável depende principalmente de dois sistemas de regras: o equilíbrio e a harmonia. Para a harmonia, todas as cores podem ser identificadas sem que o todo se desfaça, e para que a sua composição seja mais energética e mais rica alimentando a matriz, luminosidade e saturação. É no círculo cromático, que as cores estão posicionadas de modo a facilitar o entendimento de suas possíveis combinações e resultados. As cores quentes (amarelo, vermelho, laranja) estão posicionadas na escala cromática em modo maior à esquerda do círculo, enquanto as cores frias (verde, azul, púrpura) na escala cromática em modo menor mais à direita do círculo. Considerando que o branco é a síntese de todas as cores, e o preto a ausência de cor.
A cor é com certeza um dos elementos primordiais no trabalho do visagista, pois é possível a partir do seu emprego adequado, destacar ou disfarçar características e transmitir impressões (HALLAWELL, 2009). Ainda o autor, destaca Johonas Itten e Robert Dorr como colaboradores no estudo das cores. Johonas Itten, professor de pintura na Escola de Arte Bauhaus em 1928, descobriu que seus alunos destacavam em suas pinturas uma determinada cor, que interagia com o próprio tom de pele, e notou que as escolhas das cores por eles, tinha relação com a personalidade individual de cada um. Posteriormente Robert Dorr, criou o sistema de chaves de cor ou Color Key Sistem. Um sistema que classifica as cores em frias e quentes, de acordo com suas características (DALBOSCO; BEZERRA; MASEDO, s/d). A partir deste sistema em 1942, Suzanne Caygill realizou uma extensa pesquisa sobre tons de pele, desenvolveu o Color Harmony ou harmonia da cor, que batizava os tipos cromáticos de pele com os nomes das estações. “A primavera e o outono são duas classificações distintas para peles quentes, e verão e inverno duas para peles frias” (HALLAWELL, 2009, p.168).
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As cores primárias são fundamentais para a análise da face, pois determinam a variedade de cores da pele humana, dos olhos e do cabelo. Os três pigmentos que provêm das cores primárias originam-se da melanina (marrom/azulado), carotina (amarelo) e hemoglobina (vermelho). São esses pigmentos que classificam a temperatura da pele como quente ou fria. “No Visagismo a temperatura das cores tem especial importância, porque o tom da pele é classificado de acordo com a temperatura da cor da tez, da cor e do reflexo do cabelo e da cor dos olhos” (HALLAWELL, 2004, p. 225).
No princípio do visagismo, o equilíbrio das cores se baseia nos contrastes de uma imagem, onde se tiver muitos há uma quebra de harmonia, enquanto, se tiver poucos, gerará desinteresse. Sobre os tipos básicos de harmonia pode-se citar: Harmonia monocromática: onde uma cor primária ou secundária é dominante e se usam somente variações do seu tom. Harmonia
policromática:
não
apresenta
muitas
cores
primárias
ou
secundárias para não gerar muitos contrastes. Os contrastes existentes são separados por cores neutras, ou seja, se criam espaços para o olho ‘descansar’. Para usar esses fundamentos, um dos principais meios é a maquiagem, desta forma o visagista pode criar as ilusões desejadas para harmonizar um rosto e chegar num equilíbrio que torne a face interessante. Cabe ressaltar que as proporções ideais são estudadas não com a intenção de padronizar todos os rostos. Muito pelo contrário. O profissional precisa ter conhecimento suficiente para poder desconstruir e ainda assim criar um rosto que se faça atraente, utilizando das peculiaridades e diferenças para dar lugar a novas belezas (KOWALSKI, 2009).
3.6.
Algumas áreas de atuação do visagismo
Para o visagista, a harmonia e a estética, são de suma importância. A harmonia se baseia no equilíbrio entre todos os elementos utilizados na criação da imagem. Refere-se à disposição com regularidade, bem organizada, das partes de um todo ou entre partes de um todo onde predominam os fatores de equilíbrio, ordem e regularidade visual do objeto ou da composição, possibilitando uma leitura simples e clara (HALLAWELL, 2010. Diante de uma busca por harmonia na criação de uma imagem que diversas áreas estão adotando o visagismo. O conhecimento dessas técnicas pode ser aplicado em muitas áreas, além da beleza e da arte, onde é utilizado para criar imagens. Destacando algumas mais influentes:
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3. 6.1. Moda A moda é sempre muito empregada em desfiles de moda, ensaios fotográficos, cinema e teatro, televisão e outros. O Profissional que trabalha nesses contextos, tem que estar apto expressar o conceito da marca através das cores, dos materiais e das técnicas empregadas, harmonizando-as nos modelos. A concepção de beleza em uma produção de moda é o resultado da soma do conceito proposto pela coleção ou marca com a criatividade do Profissional. Esses tipos de eventos encontram no visagismo um aliado na concepção de beleza para produção de moda, pois através deste é possível potencializar as técnicas de elaboração de make e hair, proporcionando um resultado ainda mais satisfatório e pleno ao trabalho (DALBOSBO; BEZERRA; MACEDO, s/d). 3.6.2. Maquiagem A maquiagem não é algo novo, é uma forma de embelezamento utilizada desde a antiguidade, como na mesopotâmia, Egito, Creta, Grécia e império Romano (BRUM; MARAVIESKY; BERTIM, 2013). Esses povos, já utilizavam matérias primas oferecidas pela natureza para se embelezarem, Porém, com o avanço da tecnologia no mercado da beleza, e a influência dos padrões estéticos hoje existentes, muitos ficam na dúvida o que seria mais ideal e o mais aceitável para se usar e combinar com o estilo próprio da pessoas, pois o rosto onde mais se utiliza a maquiagem é a parte do nosso corpo que se encontra mais exposta aos olhares, é nele que enxergam a nossa imagem, a nossa identidade e nesse momento é importante que essa imagem esteja em sintonia com que no seu interior sinta-se que è expressando seus valores e qualidades ( MEDEIROS; SILVA, 2012; ASSIS, 2013). Desta forma então, tem que se estar atento o que de fato deseja expressar com sua imagem. O visagismo trabalha essas indagações, usam de suas técnicas para avaliar o efeito emocional da imagem, temperamento, formato e caraterística do rosto, cor de pele, e corpo. (HALLAWELL, 2009). 3.6.3. Design de sobrancelha As sobrancelhas, anatomicamente, têm como principal função a proteção do globo ocular. Porém observa-se essa pequena estrutura, dá expressão ao rosto, realça a beleza natural, como também evidenciam características pessoais. Por isso acredita-se que as sobrancelhas têm uma importância vital para o equilíbrio dos traços (ORTEGA; SILVA, 2012).
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Elas são responsáveis por dar expressão facial, modelar o rosto e harmonizar a estética facial da pessoa. As sobrancelhas tiveram em cada época suas impressões, pois as mulheres moldam a região acima dos olhos de acordo com as tendências de moda de cada década, ou de cada tendência. Com tanta apreciação e cuidado a essa região do corpo, surgiu a pessoa habitada a cuidar das sobrancelhas, o design de sobrancelhas, um profissional especializado em trabalhar a imagem das mesmas e transformá-las em algo que destaque todo o conjunto da face, suavizando ou modernizando a expressão, e preservando a personalidade de cada um (RAMTHUM; SILVA; PAGANINI, s/d). Hoje com as técnicas do visagismo a sobrancelha deixou de seguir somente um estilo, ela ganha características em cada rosto. A grande tendência da atualidade é a personalização, especialmente no que se refere à imagem pessoal, tanto os cabelos, como sobrancelhas, devem estar de acordo com a personalidade e característica de cada indivíduo.
As sobrancelhas têm grande importância, pois
formam a moldura dos olhos, um dos mais importantes itens do visagismo, o design de sobrancelhas, pode modificar a expressão de uma pessoa radicalmente (HALLAWELL, 2009). O formato da sobrancelha é definido pelo formato do osso frontal. Elas podem ter os seguintes formatos: retas, curtas, longas, caídas ou levantadas. É importante ressaltar que o profissional visagista deve também analisar o comportamento que revelará a personalidade e as características pessoais de cada indivíduo e consequentemente analisar o formato de rosto (RAMTHUM; SILVA; PAGANINI, s/d). Sobrancelhas compatíveis com o formato do rosto e muito bem desenhadas, não apenas realçam a beleza natural e a expressão da face, como também realçam as características bem pessoais, ou seja, podem indicar o temperamento e até a personalidade da pessoa. Com a técnica do visagismo, conseguimos modela-las para que fiquem compatíveis com o rosto e até com a personalidade da cliente. As sobrancelhas são mais que um simples detalhe no rosto, elas marcam o olhar, valorizam as maquiagens, demonstram expressões e sentimentos variados (ORTEGA; SILVA, 2012, p. 2).
3.6.4. Cabelos O visagismo é muito utilizado pelos profissionais cabeleireiros, se tratando que o cabelo é um dos mais importantes acessórios do corpo, que representa muito a imagem de uma pessoa. O cabeleireiro visagista Mauricio Morelli explica que para aplicar esse conceito o profissional tem que saber analisar não somente as características físicas (formas de rostos, tons de peles e feições), mas também a
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personalidade
e
necessidades de
cada indivíduo.
“O
trabalho
deve
ser
personalizado, é preciso analisar temperamento, estilo de vida, profissão, desejos e necessidades de cada cliente. Uma médica, por exemplo, deve passar uma imagem de segurança para os seus pacientes e o corte, neste caso, precisa ser prático e funcional”. Além disso, a informação visual pode variar de acordo com os diferentes momentos de sua vida pessoal e de trabalho. Os estilos podem ser clássicos, romântico, comunicativo, empresarial, alegre, aberto a novas experiências, confiante ou criativo, sempre levando em conta a construção de uma imagem compatível às necessidades individuais de cada pessoa. 3.6.5. Medicina Com a grande insatisfação de algumas pessoas no que se refere as assimetrias visíveis na sua face, estas procuram a medicina estética como uma opção para melhorar sua imagem. Sendo assim, a face é o foco principal da expressão. Várias intervenções podem ser feitas nesta região, desde modificações dos traços a cirurgia de rejuvenescimento. Em tempos atuais, a medicina preconiza realizar essas intervenções sem grandes modificações a ponto de que os pacientes não se reconheçam mais. Essa busca da identidade ou de reencontrar sua identidade anterior é essencial. Assim, as técnicas cirúrgicas são bem adaptadas a esta demanda, visando dar aos pacientes a melhor aparência possível, sem nenhuma modificação, deformação ou caricatura (KUHN; BERTUOL; THIVES, s/d). Segundo o médico Silva (2007), o diagnóstico proporcionado pelo Visagismo aplicadoa a medicina enxerga o que o mais sofisticado aparelho de imagem jamais enxergará Podemos chamar de “Scanner do temperamento” esse método normatizado e aplicado é muito importante para a semiologia médica e mais especificamente a semiologia aplicada a Cirurgia Plástica. Essas novas técnicas podem direcionar os médicos perante as modificações propostas de adição com implantes teciduais injetáveis, chamada de “Bioplastia” e também, guiar o medico cirurgião que se propõe realizar as modificações nas estruturas do nariz, mento, malar com as técnicas subtrativas não menos “perigosas” que as técnicas aditivas, citada como os implantes. O perigo encontra-se na negligência da análise do temperamento daquele ser humano que, em conflito e insatisfeito, nos procura para ser submetido ao equilíbrio que ele próprio não tem consciência mas vê no profissional a esperança de encontrar a resposta de sua insatisfação com aquela estrutura fenótica que encontra- se em desacordo com sua estrutura de humor. Mas o que temos, na nossa formação hipocrática e analógica é um
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total desconhecimento do Visagismo e também desconhecimento dos estudos, através dos questionários de análise de personalidade, dos estudos dos tipos de temperamentos existentes (SILVA, 200, p.3).
Alguns transtornos nas cirurgias plásticas podem ser evitados com uma análise de um profissional com conhecimento no visagismo já na primeira consulta, quando esse médico treinado pode identificar o temperamento do cliente, e realizar outras observações visagistas, a fim de proporcionar ao indivíduo um resultado satisfatório, pois ele trabalhará de acordo com o que a pessoa é, e não com o que os padrões ditam que ela seja (KUHN; BERTUOL; THIVES, s/d). 3.6.6. Psicologia O visagismo pode ser um grande aliado no tratamento de problemas psicológicos. Isso explica devido a imagem pessoal de uma pessoa pode afetar o seu estado emocional, podendo até levar a uma depressão, se estiver realçando características negativas. Entretanto, também pode elevar a autoestima. De nada adiantará uma terapia se o paciente estiver com uma imagem inadequada ou, pior, negativa. Parcerias com visagistas podem agilizar o tratamento, vale ressaltar que o visagismo não trabalha os problemas psicológicos de fundo. Somente procura ajustar a imagem às qualidades interiores das pessoas (HALLAWELL, 2011). 3.6.7. Empresas Dentre de uma empresa o visagista procura criar imagens pessoais que sejam adequadas para a personalidade e a função de cada funcionário. O rendimento profissional é otimizado porque a auto-estima é elevado e cria-se bemestar geral, enquanto os relacionamentos com colegas e clientes são melhorados. O departamento de RH, pode se beneficiar também do visagismo, onde pode ser usado para analisar melhor candidatos, e identificar qualidades e fraquezas de funcionários. Isso ajuda a evitar problemas, a colocar os funcionários aonde suas qualidades serão aproveitadas e a planejar promoções. Na área de vendas e negociações, saber analisar pessoas é uma grande vantagem, algo que faz parte do visagismo. Também ajuda no desenvolvimento de um estilo pessoal de atuação para cada funcionário, realçando suas melhores características e minimizando seus aspectos negativos, e ainda ajuda gerentes e os próprios funcionários a saber como devem ser motivados (HALLAWELL, 2011).
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3.6.8. Esporte No esporte também se pode aplicar os princípios do visagismo. Atualmente, um estudo na University de Durham, Inglaterra, está sendo conduzido por Russell Hill e Robert Barton, para conhecer melhor a influência da cor de um uniforme no desempenho de um atleta. Descobriram que a cor vermelha dá uma vantagem a lutadores de todos os tipos. Uma das observações ainda que se pode fazer, é identificar quais jogadores terão um rendimento bom em determinado time, comparando a cor do uniforme com a "cor" da sua personalidade. O visagismo pode também ajudar a identificar líderes e prever os comportamentos de seus jogadores em variadas situações, e trabalhar atitudes negativas, usando talvez a mudança de imagem pessoal. Jogadores de esportes individuais, como o tênis, poderão usar o visagismo para otimizar sua performance, desde a escolha da imagem adequada, à escolha de um uniforme. Finalmente, o conhecimento dos princípios da linguagem visual, nos quais o visagismo se baseia, é fundamental para todos que trabalham com a imagem. A maneira como a imagem pessoal afeta as pessoas é igual a como qualquer outra imagem a influência. Os mesmos princípios se aplicam à Arquitetura, o Design em geral e à Publicidade (HALLAWELL, 2011).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A esquematização deste trabalho se deu de forma a discorrer sobre a história do visagismo e seu estudo, a fim de entender a importância e os mecanismos de atuação deste tema. Tendo em vista um mercado cada vez mais exigente, diversas maneiras estão sendo aplicadas para atender a necessidade do cliente, diante do estudo em questão pode se perceber que o visagismo é algo muito complexo, que exige um conhecimento teórico e prático. É um caminho de conhecimentos amplos, porém, são técnicas que possibilita o profissional criar vínculos de segurança e confiança com seus clientes, abrir possibilidades de intervenções mais adequadas, obter um grau de observação mais apurado, conseguir resultados mais criativos e inovadores, além de diferenciar-se no mercado de trabalho. Com isso, enriquece não só a si mesmo, mas torna-se um referencial dentro de sua área de atuação. A consequência final deste aprimoramento é o surgimento de uma nova geração de profissionais mais treinadas e com uma visão holística do ser humano. Tendo em vista a escassez de estudos nesta área, que é de extrema importância em um mercado profissional em ascensão e que se expande cada vez
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mais em diversas áreas do conhecimento, esta pesquisa tem, por finalidade, enriquecer a comunidade em geral sobre os conhecimentos do visagismo, mostrando que é mais do que simples percepções, são técnicas baseadas em grandes análises, que visam trazer benefícios para o indivíduo, visto que os padrões de beleza não se limitam mais somente ao que é belo, há uma necessidade de uma realização não só profissional, mas também pessoal, o visagismo é isso, o equilíbrio entre o exterior com as manifestações interiores.
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