Izabella Oliveira Marques

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FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE – FAINOR CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

IZABELLA OLIVEIRA MARQUES

ESCOLA TOM DAS ARTES

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA DEZEMBRO DE 2016


IZABELLA OLIVEIRA MARQUES

ESCOLA TOM DAS ARTES

Projeto apresentado a Faculdade Independente do Nordeste – Fainor, obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Prof. Orientador Esp. Adriana Gusmão Braga

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA DEZEMBRO DE 2016


IZABELLA OLIVEIRA MARQUES

ESCOLA TOM DAS ARTES

Projeto apresentado a Fainor – Faculdade Independente do Nordeste, como parte das exigências para a obtenção do título de bacharel em arquitetura e Urbanismo

Vitória da Conquista, 09 de dezembro de 2016

BANCA EXAMINADORA

Prof. Adriana Gusmão Braga

Prof. Érika Ostermann

Prof. Ivana Suzi Labanca


SUMÁRIO 1

INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 9 1.1

OBJETIVOS ................................................................................................. 12

OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 12 OBJETIVOS ESPECIFICOS ............................................................................... 12 2

EXPLORAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 13 2.1

ARTE NO BRASIL........................................................................................ 17

2.2

ARTES ABORDADAS .................................................................................. 19

MÚSICA .............................................................................................................. 19 DANÇA ............................................................................................................... 20 PINTURA ............................................................................................................ 21 ESCULTURA ...................................................................................................... 22 TEATRO ............................................................................................................. 22 2.3

METODOLOGIA DAS ARTES ..................................................................... 24

2.4

PROJETOS REFERÊNCIAIS ...................................................................... 25

2.4.1 ESCOLA DE ARTES JOHN CURTIN - Fremantle, Austrália Ocidental ..... 25 2.4.2 VIVA ESCOLA DE ARTES – Fortaleza, Ceará - Brasil.............................. 26 2.4.3 CUCA – Feira de Santana, Bahia - Brasil .................................................. 27 3

METODOLOGIA ................................................................................................. 31 3.1

QUESTIONÁRIO .......................................................................................... 31

RESULTADO DE PESQUISA ............................................................................. 32 4

APRESENTAÇÃO DA ÁREA .............................................................................. 34

5

ESTUDO DE INSOLEJAMENTO E VENTILAÇÃO ............................................. 35

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ESTUDO DAS VIAS ........................................................................................... 37

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ESTUDO DE ENTORNO .................................................................................... 38

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CÓDIGO DE OBRAS E NORMAS TÉCNICAS ................................................... 39

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PROGRAMA DE NECESSIDADES .................................................................... 41

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DEFINIÇÃO DO CONCEITO E PARTIDO....................................................... 42

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PROPOSTA/PROJETO ................................................................................... 43

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CONCLUSÃO .................................................................................................. 46

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REFERÊNCIAS ............................................................................................... 47

APÊNDICES.............................................................................................................. 49 ANEXOS ................................................................................................................... 52


AGRADECIMENTOS A Deus, o mestre dos mestres, por ter me dado vida, sabedoria, força e capacidade, me permitindo chegar até aqui. Sem Ele nada seria e muito menos chegaria onde consegui chegar. À Ele toda glória, honra e louvor. Aos meus pais José Marques e Eutânia, que mesmo em meio as dificuldades da vida foram os primeiros a acreditar em mim, pelo amor, paciência, orações, incentivo e apoio em todos os momentos. As minhas irmãs Gabriela e Rafaela pela contribuição valiosa e sempre presente em todos os momentos de minha vida. Aos mestres que passaram em minha vida, deixando um pouco da sabedoria e conhecimento, parte do que hoje eu sei, dedico a eles. A minha professora orientadora Adriana Gusmão pela confiança, paciência, apoio e orientação. Ao arquiteto Mauricio Muiños pela confiança, aprendizado, tempo e experiência doada. Aos meus amigos, que fizeram parte da minha formação desde o início do início até os de hoje, que foram e vão continuar presentes em minha vida. A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, о meu muito obrigado.


“Por meio da arte podemos conhecer a forma como o outro vê o universo. ” (Marcel Proust)


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RESUMO A arte pode ser considerada importante na vida de uma pessoa, e mesmo que não consiga ser definida algumas vezes, as pessoas que utilizam esse meio a sentem, e isso é o que as impulsiona a viver e dividir desse conhecimento. O objetivo deste trabalho é apresentar de forma concreta a importância da arte, como ela surgiu, como funciona até os dias de hoje e, principalmente, como ela é abordada na cidade de Vitória da Conquista. A partir disso foi elaborado um projeto de uma escola de artes para essa cidade. Os conceitos utilizados abordam como a humanidade evoluiu através da arte e como a mesma se desenvolveu com o passar dos anos. Foram coletados todos os dados importantes sobre o desenvolvimento e a utilização das artes abordadas no presente trabalho, para colocar em prática no projeto de arquitetura da escola de artes de Vitória da Conquista. O projeto propõe a implantação de uma escola voltada para artes específicas, podendo trazer a interação e a complementação de uma arte com a outra, mesmo que estudadas de forma individual, além de um espaço físico que atenda as exigências das normas brasileiras, assim como trazer conforto e prazer em ser utilizado. Palavras-Chave: Escola de artes. Projeto de arquitetura. Arte.


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ABSTRACT The art can be considered important in a person's life, and even if you can not be defined sometimes, people who use feel it, and that is what drives them to live and share that knowledge. The objective of this work is to present in a concretely the importance of the art, how it came about, how it works until this day, and especially how it is approached in the city of Vitoria da Conquista. From this was elaborated a project of an arts school for this city. The concepts used approach how humanity evolved through art and how it has developed over the years. All important data about the development and use of the arts discussed in this work were collected to put in practice the architecture project of the art school of Vitรณria da Conquista. The project proposes the implementation of a school turned to specific arts, which can bring the interaction and complementation of one art with the other, even if studied individually, besides a physical space that meet the requirements of Brazilian standards, as well as bring comfort and pleasure to be used. Keywords: School of arts. Architecture project. Art.


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1 INTRODUÇÃO A presente proposta trata da elaboração do projeto de uma escola de artes na cidade de Vitória da Conquista, com o intuito de aprendizado e aperfeiçoamento prático e teórico de música, dança, escultura, pintura e teatro, em espaços confortáveis que atendam às necessidades do aluno. Vitória da Conquista é um município brasileiro do estado da Bahia considerado a capital do sudoeste baiano, que possui um dos PIBs que mais crescem na região. De acordo com o IBGE, a sua população é de 346.199 habitantes e sua área é, em média, de 3.204,257 km², sendo considerada a terceira maior do estado. Sua estrutura é compatível com sua população, ganhando destaque nos setores de saúde, educação, indústria e comercio, setores esses com abrangências em cidades da região e propulsores de desenvolvimento. Por exemplo, o setor da construção civil é um desses vetores de crescimento, tendo grande participação no fortalecimento do mercado local e, consequentemente, no desenvolvimento populacional. Além disso nota-se que Vitória da Conquista é uma cidade altamente artística, diante dos inúmeros talentos que nasceram, cresceram ou por algum motivo vieram a morar na cidade. Alguns conquistaram a fama, como Glauber Rocha, Camilo de Jesus Lima, Elomar Figueira, Silvio Jessé, Romeu Ferreira, Anecy Rocha, Eugênio Avelino, conhecido como Xangai, entre outros. Entretanto a grande maioria, ainda, permanece anônima ou conhecidos apenas na cidade. De acordo com entrevistas feitas com artistas a grande maioria questiona a não valorização do profissional pelo fato de não terem a oportunidade de serem vistos através de sua arte, e também, que mesmo sendo uma cidade com muitos talentos, faltam eventos específicos voltados a valorização dos mesmos, com espaços exclusivos. Percebem que nem todos podem se dedicar a arte apenas pelo não reconhecimento da mesma como profissão, tampouco não tendo o seu valor justo reconhecido. Ademais, existe a carência do aperfeiçoamento de alguns artistas que são moradores desta cidade de forma acessível: faltam escolas gratuitas ou com preços ao alcance das diversas classes sociais, principalmente por conta da manutenção de escolas que fornecem esse tipo de ensino. Isso fica claro quando se listam as escolas especializadas nas artes existentes e em funcionamento, Exemplo disso é que há apenas um limitado número de escolas particulares, sete escolas de danças especificas, alguns grupos de teatro,


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dois institutos de música, onde um fornece aulas de teatro e de forma acessível. Existe o Conservatório de Música Municipal e o coral da Universidade Estadual, com vagas limitadas, havendo lista de espera. Esse fato é responsável por limitar o acesso aos conhecimentos artísticos por quem anseia aprender sobre arte e, consequentemente, viver dela, principalmente para as classes sociais menos favorecidas. Diante de pesquisas feitas através de questionários, conclui-se que as artes que geram mais interesse é música e dança, o que justifica que, apesar de já existirem escolas que trabalham com essas artes, ainda há uma demanda para a escola em questão. Podemos considerar a cultura como um forte agente de identificação pessoal e social, o que amplia a percepção do mundo do indivíduo que a vive. Já é cientificamente comprovado que as crianças que possuem contato com as artes em geral possuem maior desempenho nas matérias escolares bem como nas relações interpessoais, pois desenvolvem melhor algumas partes que normalmente são inexploradas no cérebro, favorecendo por exemplo a facilidade com a matemática e também empatia com o próximo. Favorece também o aumento da parte criativa do cérebro, o que possibilita que, em momentos de resolução de problemas, o indivíduo tenha uma facilidade em achar soluções. Marlua, 2016, acervo pessoal

Com isso podemos afirmar que a cultura em seus aspectos artísticos, seja de criação, prática ou simplesmente de consumo, vem com o intuito de trazer identidade a uma determinada população. Ferraz e Resendi Cortez (1993) dizem que a arte, assim como as práticas educativas surgem da mobilização social, pedagógica e filosófica, mas vai além disso, porque também se dá a mobilidade artística e estética. Isso se prova nos diversos momentos históricos, ajudando a compreensão do processo educacional e a relação com a vida própria. A arte é um meio de representação da realidade, uma construção social, percepção de nós mesmos no mundo possibilitando-nos assumir modelos de identidade e comportamento. Tais representações do mundo podem nos inspirar para a compreensão do presente e criação de alternativas para o futuro. *(Gruman, 2010, s/p)

O estudo da arte ultrapassa os limites da prática e traz consigo uma necessidade do conhecimento teórico para quem a pratica. A proposta de uma escola de Artes na cidade de Vitória da Conquista seria trazer junto ao seu nome, uma forma de chamar atenção para a valorização da arte e do artista como um todo. Trabalhar no intuito de dar visibilidade aos artistas anônimos,


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além de criar ambientes onde as pessoas com interesse em desenvolver ou aperfeiçoar seu dom, como os conhecimentos em música, dança, pintura, escultura ou teatro possam usufruir desses espaços. Assim, a população como um todo ter acesso para apreciação de todas as artes. Tal projeto poderia também ser um instrumento para inclusão social, que juntamente com uma parceria público/privado desenvolveria projetos de aperfeiçoamento nas artes, como afirma Melo (2010).


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1.1 OBJETIVOS OBJETIVO GERAL O objetivo é elaborar um projeto de uma escola de artes em Vitória da Conquista que possa atender as necessidades de pessoas que possuem o interesse em se aperfeiçoar nas diversas artes, ou simplesmente tem desejo de aprendizado em alguma arte especifica, seja ela música, dança, pintura, escultura ou teatro. OBJETIVOS ESPECIFICOS Os objetivos específicos consistem na elaboração do projeto arquitetônico de uma escola de artes, visando entender a construção de escolas de artes e espaços adequados de acordo com a necessidade da demanda local. A finalidade é projetar um espaço adequado para o aprendizado, a prática, performance e criação de música, dança, pintura, escultura e teatro, com a garantia de um conforto acústico, térmico no local, propondo uma estrutura adequada, que permita comportar as pessoas que irão utilizar os espaços, de forma que todos tenham acesso.


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2 EXPLORAÇÃO TEÓRICA O tema escolhido é uma escola de artes, com cursos de formação profissional, trabalhando a prática e a teoria da área escolhida. Muito mais do que um passatempo, como muitos pensam, as artes têm um grande poder de influência na sociedade e, de modo geral, estão introduzidas na cultura de um povo. A mesma define quem a produz e muitas vezes quem a consome, mas até os dias atuais, ela não pode ter sido definida. A Educação Artística apresenta-se como uma das possibilidades para o desenvolvimento do "ser" e o "pertencer". As diferentes linguagens ou expressões (plástica, sonora, sinestésica, dramática, literária); os diferentes diálogos (tônico, corporal, pelo olhar, gestual, sonoro, plástico), e os diferentes jogos e brincadeiras que a Educação Artística possibilita, significam para o educando um espaço em potencial de liberdade ou de expressão de liberdade, expressão do sentir, do criar, do ser, do estar, do pertencer, do agir, do compartilhar. (HOLZMANN, GIOVANNONI, MAES, 1993, sem página)

A história da humanidade se inicia através das artes e é descoberta através delas, e a sociedade sofre influência desde então, transformando assim, de forma direta as diversas culturas de um povo. Através de rituais religiosos e adoração a deuses o homem usou e ousou de sua criatividade, e por muito tempo a evolução da arte foi acontecendo, podendo ser classificada por meio de períodos e sendo transformada até os dias de hoje, com novos estilos a cada época e se adaptando a novas formas de manifestação, muitas vezes ousadas, de quem a pratica. Com dezenas de estilos e formas criadas a cada nova época, a arte pode caracterizar uma era. Ao olhar uma imagem podemos definir seu estilo por meio de suas cores e luminosidade, o traço e a expressão. Tudo se refere a época em que foi criada, ou a época que quer ser retratada conforme Proença (2012) afirma. As artes caminham e conversam entre si, por isso, quando misturadas, podem cumprir uma função complementar e, quando separadas, continuam a manter a sua dimensão particular. Ou seja, podem ser relacionais ou dependentes. Por exemplo, uma equipe de dançarinos, ao dançar, podem funcionar com ou sem os acordes de músicos trazendo a complexidade de seus instrumentos através da música. Talvez algum desses dois, ou os dois juntos, podem complementar uma peça de teatro gerando muito mais emoção ao enredo proposto pelo autor. Autor esse que precisou se inspirar e passou horas, talvez dias, meses ou anos, visualizando cada


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personalidade e como cada um se comportaria, montando personagens fictícios, ou não. Outro caso é um cenário composto por peças escultóricas, definindo o tempo em que se passa o enredo, ou telas sendo pintadas simultaneamente por artistas inspirados pela emoção e calor do momento em que tudo está acontecendo. Cada uma com sua particularidade, expressando a alma do artista que a criou. Vê-se que as Artes podem assumir, separadas, um papel de protagonismo ou juntas operarem a função comumente atribuída a arte, como encantar, refletir sobre algo, propor mudanças. Pois a arte mesmo, não sendo definida por algum grande historiador ou filosofo, pode ser sentida e penetrar na alma de quem está em contato com ela, seja de qual forma for, como afirma Battistoni (2011). A arte não existe, o que existe são os artistas. Essa é a definição da arte para Gombrich (2010). Já para Coli (2008), a arte se mostra em tudo que vemos ao nosso redor, artistas anônimos e famosos exibem sua arte através de mínimos detalhes, desde uma peça renovada, até grandes produções cinematográficas. Temos uma cultura de que a arte tem lugares, admiração e formas especificas de atuação, como em museus ou em uma sala de concertos, ou até em uma sala de cinema, mas não temos na verdade uma definição do que é arte. No lugar disso procurarmos entender a essência, considerando o contexto em que foi produzida, embora a mesma tenha nascido a milhares de anos atrás. Segundo Battistoni (2011) para compreender a obra de arte de nosso tempo, e também a de épocas passadas, é necessário sempre considerar a sua natureza dentro do contexto em que foi produzida e os princípios pelos quais foram estruturadas. E também lembra a importância de assinalar a diferença entre arte e estética, ressaltando que arte manifesta o belo e estética vem da palavra grega sensível que tem a mesma explicação do belo. Proneça (2012) diz que todas as manifestações artísticas demonstram uma preocupação humana, na busca por expressar a beleza, e essa busca está presente em todas as culturas sendo até os objetos utilitários concebidos de forma harmoniosa, com uma cuidadosa combinação de materiais e cores. Continuando no mesmo pensamento, Battistoni (2011 p.10;11) diz que a cor é um dos principais meios de que se vale o artista para dar variedade, ênfase e unidade ao seu trabalho, quer para criar efeitos de volume e espaço, quer para exprimir ideias e emoções. Ela afeta os olhos e o coração, tanto física como metaforicamente, de


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maneira muito mais direta do que qualquer outro elemento. Na primeira descoberta, o fogo, o homem utilizou a mão, e na sua segunda grande descoberta foi a expressão, instrumentos que permitem ao pensamento exercitar-se em colocar-se em relação com a realidade, com o mundo exterior. Segundo a história da arte, com o surgimento da humanidade apareceram formas de expressão e assim, a arte estaria inserida nessa situação, com o início da vida humana, no período Paleolítico, quando o homem vivia em cavernas e necessitava confeccionar seus próprios instrumentos de sobrevivência, a partir de pedras, ossos e madeira. De acordo com as necessidades o homem foi aperfeiçoando seus instrumentos. Nessa mesma época as manifestações artísticas passaram a existir através de desenhos nas cavernas representando comportamentos humanos, como caça, assim como as pinturas rupestres e esculturas primitivas ligadas a símbolos ou ritos religiosos, período que se estendeu de 30mil a 18mil anos a.C. Battistoni (2011 p.16) afirma que não existem vestígios de obras de arquitetura no período paleolítico. A preocupação do homem nessa época era a sobrevivência, então perambulavam de um lugar para o outro, morando em cavernas para proteger-se das inclemências da natureza. Mais tarde, com acesso a determinados materiais como a madeira e o barro, começa a construir choças e cabanas grosseiras, cobertas com ramagens e pele de animais. De acordo com Strickland (2004) a arte nasceu por volta de 25 mil anos atrás e sua evolução acompanhou o desenvolvimento da civilização. Com o passar dos séculos a arte adquiriu um desenvolvimento técnico, no qual continua a se desenvolver até os dias de hoje. Podemos classificar os estilos artísticos por períodos históricos e classificar a história da arte por seus movimentos artísticos de acordo com Strickland (1999). PRÉ-HISTÓRIA ANTIGUIDADE CLÁSSICA IDADE MÉDIA (Sec. V a sec. XIV) IDADE MODERNA (Sec. XIV a sec. XVIII)

Período Paleolítico e neolítico Arte Egípcia, Arte Grega, Arte Romana, Arte Paleocristã, Arte Bizantina Arte românica e arte gótica Renascimento, Barroco, Rococó, Neoclássico


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IDADE CONTEMPORÂNEA (Sec. XVIII a sec. XX)

IDADE ATUAL (Sec. XX e início de sec. XXI)

Romantismo, Realismo, Impressionismo, pósimpressionismo, artneuveau, simbolismo, primitivismo, expressionismo, fauvismo, ingênuos, cubismo, futurismo, abstracionismo Primitivismo, Expressionismo, Fauvismo, Ingênuos, Cubismo, Futurismo, Abstracionismo, Pintura, Metafísica, Construtivismo, Suprematismo, Dadaísmo, Arte Fantástica, Neoplasticismo, Realismo, Surrealismo, Concretismo, Tachismo, Expressionismo abstrato

A arte se banalizou com o tempo, sendo vista como serviço voluntário. Essa ideia é iniciada através da igreja, onde pessoas usam sua arte ao serviço de Deus, influenciando assim toda uma sociedade, mostrando que não é preciso ou necessário pagar pela arte apresentada. Consequentemente os artistas são desmotivados, fazendo com que usem a arte como fonte de realização pessoal, mas sem ser fonte de renda, deixando-a em segundo plano. Assim os artistas são levados a procurarem outras profissões que paguem e valorizem o seu trabalho. Segundo o pensamento de Shapiro (2004). O crescimento da atividade artística tem inerente um aspecto prático e um aspecto simbólico. Nas sociedades ocidentais, a demografia das profissões artísticas tem conhecido um aumento constante nas últimas décadas, verificando-se um aumento igualmente significativo no que diz respeito à prática amadora (Shapiro, 2007, s/p)

A arte, de modo geral, tem uma função social e inclusiva que pode muito contribuir para a sociedade. Isso fica claro em muito projetos artísticos desenvolvidos em comunidades de todo o Brasil, e na maioria das vezes em grandes capitais. A arte pode e deve ser vista como instrumento de inclusão social, complementando as diversas formas de desenvolver aprendizagens nas diferentes áreas do conhecimento. O filme “Vem Dançar” mostra como a arte de dançar foi incluída no cotidiano de uma escola e como, por meio dela, um professor mobilizou jovens que eram marginalizados pela sociedade, despertando neles a descoberta de valores pessoais e culturais. ( FRANÇA

2010, s/p)

Assim também como mostra o G1, através de uma série de reportagens exibidas no dia 03/06/2016 no programa jornalístico Globo Repórter, afirmando que a arte pode mudar a vida de jovens pobres, que ocupam seu tempo utilizando do


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aprendizado e pratica da arte, e dali saem grandes e talentosos artistas. E continua afirmando que a arte é o novo passaporte dos jovens brasileiros. 2.1 ARTE NO BRASIL No Brasil a arte iniciou-se através dos índios, muito antes de Pedro Alvares Cabral, sendo classificada como arte indígena. Proença (2012) afirma que a primeira questão que se impõe em relação a arte produzida pelos indígenas é como defini-la ou caracterizá-la ante as demais atividades, e que ao dizermos que um objeto tem qualidade artística, estamos usamos o nosso ponto de vista, critérios de nossa civilização e não da cultura indígena. Para eles qualquer objeto, tem que ser executado de forma perfeita, e muitas vezes vai além da finalidade. Para eles a perfeição resulta na beleza. A arte indígena representa a personalidade de sua comunidade, e não podemos defini-la como uma apenas, pois cada povo produz suas obras de acordo com sua vivencia. De acordo a estudos a 1100 a.C. o Brasil já era ocupado por povos indígenas, e uma de suas principais produções características foi a cerâmica, que era dividida para uso doméstico e de vasos cerimoniais funerais, com sua superfície desenhada em relevo. Além da cerâmica, produziram outros objetos, como bancos, apitos, adornos para o corpo e estatuetas de formas humanas de maneira estilizada. Porém, para alguns estudiosos não se sabe se essas estatuetas são meros adornos ou teriam alguma função cerimonial, como afirma Proneça (2012). Assim, podemos citar também como arte indígena, a arte plumária, as máscaras e a pintura corporal. Segundo o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) podem ser encontrados vestígios de arte primitiva em sitos arqueológicos espalhados pelo país e que foram tombados. Além disso, a história da arte no Brasil passa a ser citada a partir do período colonial, no estilo barroco desenvolvido a partir do século XVIII, e segundo Proneça (2012) claramente associado a religião católica, podendo ser encontradas diversas construções em todo Brasil associadas ao barroco. Com a corte portuguesa, na segunda metade do século XIX, o neoclassicismo tomou o lugar na arte brasileira, e seguiu sofrendo influência dos movimentos e estilos de cada época. Depois da década de 1950, em razão da nova capital, a arte brasileira evoluiu em novas e diversas direções, expressando um questionamento a respeito da própria arte


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e do fazer artístico. Assim como no mundo, a arte contemporânea brasileira estimulou o espectador a pensar, interagir com as obras e sair da atitude de contemplação. De acordo a Martins & Imbroisi a semana de Arte Moderna é considerada um marco importante, quando as pessoas passam a ter uma nova concepção do fazer e compreender a obra de arte no Brasil, dando impulso a muitos grupos, algumas vezes um pouco divergentes, mas todos ligados ao modernismo.


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2.2 ARTES ABORDADAS As artes que a escola irá englobar são algumas das onze artes, como a música, dança, pintura, escultura e teatro. MÚSICA Para Bernnett (1986), ao escrever uma peça de música, o compositor está combinando simultaneamente diversos elementos musicais importantes que chamaremos de componentes básicos da música. São eles: MELODIA

HARMONIA

RITMO

TIMBRE

FORMA

TEXTURA

Seguindo com o mesmo pensamento de Bernnet (1986) utilizamos a palavra estilo para designar a maneira pela qual compositores de épocas e países diferentes apresentam esses elementos básicos em suas obras, e a maioria deles está presente em todos os períodos da história da música, embora não exista melodia em certas composições do século XX. De fato, é a maneira particular como esses componentes são tratados, equilibrados e combinados que faz com que certa peça caracterize um período. De início, a música estava associada a celebrações. Para festejar uma boa colheita ou uma boa caça, as pessoas utilizavam instrumentos musicais primitivos e também a voz humana. A música também estava presente nas festas que antecediam as guerras, ou as que comemoravam as vitórias. Familiares doentes eram apaziguados por música, como forma de fortalecimento espiritual. Instrumentos musicais feitos de pedra, ossos e madeira existem há milênios e foram encontrados em muitas culturas antigas, como a africana, árabe e várias culturas orientais. ( MARTINS 1988,

IMBROISI 1998, sem página) Podemos dividir a história da música em períodos distintos, cada qual identificado pelo estilo que lhe é característico. Os musicólogos dificilmente estão de acordo com respeito das datas que apontam o começo e o término de um período, e também sobre os nomes que caracterizam cada estilo, afirma Bernnet (1986) Copland (1974) classifica a música em quatro elementos essenciais: o ritmo, a melodia, a harmonia e o timbre, ou colorido tonal, afirmando que essa é a matériaprima do compositor. Um ritmo puro tem um efeito tão imediato e direto sobre nós, através do sentimento que temos relacionado as origens elementares do mesmo, como mostra o estudo dos povos primitivos no ritmo por instinto. A música hoje ainda


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é composta por elementos rítmicos que podem crescer em complexidade. A melodia não é tão importante quanto o ritmo, mas junto a ele o que causa na nossa sensibilidade é misterioso, de forma que nos comove de forma inexplicável, as pessoas são capazes de reconhecer uma linha melódica de qualidade, mesmo que o critério aplicado seja de forma inconsciente. A harmonia, dos três elementos, é o mais sofisticado, e comparada a esses dois elementos ela é uma invenção recente. A idéia que nós temos dela era coisa desconhecida na música até meados do século IX. Continuando a mesma linha de pensamento de Copland (1974) a melodia e o ritmo, fazem parte do instinto humano, mas a harmonia evolui gradativamente no quesito de concepção intelectual. Depois desses três elementos, vem o timbre, ou colorido tonal. Assim como é impossível ouvir uma voz que não tenha o seu timbre específico. O timbre, na música, é comparável à cor na pintura, considerado um elemento fascinante pelos seus amplos recursos, como suas infinitas possibilidades futuras. Na música, o colorido tonal, é a qualidade do som lançado por um certo instrumento, esta é uma definição formal dada por Copland (1974) DANÇA Essa é a arte de mover o corpo através de um ritmo de movimentos, criando uma harmonia própria, e segundo Barros (2006) não precisa necessariamente de um som para acontecer, afinal os movimentos independem de sons. Para Portinari (1989) o surgimento dessa arte se deu na Pré-História, quando os homens batiam os pés no chão e de acordo iam aumentando a intensidade novos ritmos iam aparecendo. O surgimento das danças em grupo aconteceu através dos rituais religiosos, em adoração ou pedidos aos deuses, ao sol e a chuva. De acordo com o que diz a história, as danças surgiram no Egito, há dois mil anos antes de Cristo e mais tarde, já perdendo o costume religioso, as danças apareceram na Grécia, em virtude das comemorações aos jogos olímpicos. Já em Roma, as danças se voltaram em homenagem ao deus Baco. Para Garaudy (1980), dançar é vivenciar e manifestar, com o máximo de intensidade, a relação do indivíduo com a natureza, com a sociedade, com o futuro e com seus deuses. Assim a Dança é como um modo de viver, um fruto das necessidades de expressão do homem, e esse sentimento está ligado ao básico na natureza humana. O mesmo autor cita que a dança perde a força por volta do século IV quando alguns líderes cristãos condenam algumas artes e quem a faz, e no século XII foi praticamente banida, existindo apenas “danças macabras”.


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Mas tornou a tomar força no período renascentista quando os valores da vida e do corpo foram novamente exaltados. O balé nasceu do cerimonial da corte no século XV. Até então a dança era algo da aristocracia, mas com a revolução francesa a mesma deixou de ser, passando a ter a burguesia como classe dominante. Com o uso de gás em 1820 pode-se trocar a luz das velas por uma iluminação cênica dando mais emoção a espetáculos. E assim como todas as artes, a dança sofreu modificações com o período modernista, no final do século XIV. No século XIX surgiram as danças feitas em pares, como a valsa, a polca, o tango, dentre outras. Com o passar dos anos e as misturas dos povos, alguns aspectos culturais foram se espalhando e sendo modificados de acordo a cada país ou sociedade. A dança pode ser classificada através de estilos, esses são: Dança Clássica, Dança de Salão, Dança Moderna e Dança Rítmica conforme classifica Barros (2006). PINTURA Essa é uma forma de expressão artística que surgiu na pré-história, com as pinturas rupestres, e se dá à técnica de pigmentação de uma superfície, seja com tons ou texturas. Battistoni (2011) conta que a primeira descoberta de pinturas préhistóricas foi feita por acaso em 1880, na caverna Altamira na Espanha, e que segundo historiadores de arte, a caverna de Altamira representa a Capela Sistina da pré-história, tamanha riqueza e variedade de pinturas ali encontradas. O homem aplicava tinta com as mãos, espátulas, bastonetes ou pinceis rudimentares, quando não empregava a técnica que consiste em encher a boca de tinta e soprar por um canudo de madeira ou osso. Junto as pinturas descobertas dessa época, encontra-se numerosas silhuetas de mãos. A pintura foi uma das artes que, de acordo com o que Proença (2012) diz, ajudou historiadores e antropólogos em pesquisas para construir a cultura humana pré-histórica dentro das cavernas. A característica dos desenhos se dava ao naturalismo, onde o artista representava o que sua visão captava, assim também como as caças ou animais temidos. Seguido do período Neolítico, pode ser observado a modificação dos registros em pintura, onde o artista passou a sugerir movimento por meio de imagens, mostrando o ser humano em atividades cotidianas coletivas. Desde então, o homem não parou de pintar, os egípcios, gregos, romanos, até os dias de hoje, se adaptando-se a cada novo estilo: pode ser figurativa, ou seja, de uma paisagem, seja ela qual for o significado, ou simplesmente abstrata.


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ESCULTURA Segundo Battistoni (2011) a primeira manifestação escultórica do homem foi encontrada no período Aurinaciano, que inaugura o período Paleolítico Superior. O mesmo autor relata que o principal utensilio do homem é o machado de mão feito de pedra. Nessa época já começavam a aparecer estatuetas em marfim e ossos, baixo relevos em pedra, desenho de incisão em ossos e pedras, objetos de adornos pessoal, decoração de armas e utensílios. Também, apareceram figuras femininas geralmente gordas, característica que estava ligada ao símbolo ou ritos de fecundação. Das esculturas mais conhecidas, podemos destacar as famosas Vênus de Lespugue, de Brassempouy, de Villendorf e do baixo-relevo de Laussel, em que uma mulher, de formas exageradamente volumosa, ergue na mão, presumivelmente em um gesto ritual, uma espécie de chifre ou objeto em forma de meia-lua. No final do período os escultores e modeladores eram mais realistas e menos estilizadores, deixando rara a figura humana e representando mais animais, O homem foi primeiro escultor e depois pintor, dada a maior capacidade de abstração exigida pela pintura. TEATRO O encanto mágico do teatro está na capacidade de apresentar-se aos olhos do público sem revelar seu segredo pessoal. O teatro primitivo utilizava acessórios exteriores, exatamente como seu sucessor altamente desenvolvido o faz. Máscaras e figurinos, acessórios de contra-regragem, cenários e orquestras eram comuns, embora na mais simples forma concebível. Os caçadores da Idade do Gelo que se reuniam na caverna de Montespan em torno de uma figura estática de um urso estavam eles próprios mascarados como ursos. Em um ritual alegórico-mágico, matavam a imagem do urso para assegurar seu sucesso na caçada. (BERTHOLD, 2001 – pág. 3)

Para os historiadores a origem do teatro se deu no século VI a.C., na Grécia, Berthold (2001) afirma que a história do teatro europeu começa em Atenas, o berço de uma forma de arte dramática cujos valores estéticos e criativos não perderam nada da sua eficácia depois de um período de 2.500 anos. Suas origens encontram-se nas ações recíprocas de dar e receber que, em todos os tempos e lugares, prendem os homens aos deuses e os deuses ao homem, através de rituais de sacrifício, dança e culto em homenagem a Dioniso, o deus do vinho da vegetação e do crescimento, da procriação e da vida exuberante. Essas festas, que eram rituais sagrados, procissões e recitais que duravam dias seguidos e aconteciam uma vez por ano na primavera, período de colheita de vinho daquela região, o público participava diretamente,


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compartilhando do conhecimento e conexões mitológicas. Quando os ritos dionisíacos se desenvolveram e resultaram na tragédia e na comédia, então ele se tornou o deus do teatro. Berthold (2001) continua a relatar que o papel do ator surgiu através de Téspis, quem teve uma nova e criativa idéia, ao colocar parte do coro como solista, criando assim o papel do hypokritcs ("respondedor" e, mais tarde, ator), que apresentava o espetáculo e se envolvia num diálogo com o condutor do coro. Essa inovação se desenvolveria mais tarde na tragédia. Duare (2013) afirma que os gregos consideravam que Téspis teria dado início à tragédia ao ter a ideia de destacar um elemento do coro para com ele contracenar, criando assim o primeiro ator; mas foi Ésquilo o primeiro poeta trágico poupado pela ação do tempo. Embora vários poetas tenham participado dos concursos dramáticos ao longo do século V, apenas quatro tiveram peças conservadas na íntegra. São eles os tragediógrafos Ésquilo, Sófocles e Eurípides, e o comediógrafo Aristófanes. Eles estão reunidos representados através de suas obras mais impactantes, respectivamente: Prometeu acorrentado, Édipo rei, Medeia e As nuvens. O local de apresentações era a encosta da colina do santuário de Dioniso, ao sul da Acrópole. Ali erguia-se o templo, uma imagem de madeira do deus, um pouco mais abaixo ficava o círculo da dança, e então, num terraço plano, a orquestra. Em seu centro, sobre um pedestal baixo, erguia-se o altar sacrificial. A presença do deus tornava-se real para os espectadores: Dioniso estava ali com todos eles, centro e animador de uma cerimônia solene, religiosa, teatral. Como todas as grandes peças cultuais do mundo, esta começou com um sacrifício de purificação, afirma Berthold (2001) Ainda hoje notam-se resquícios dessa cultura grega no teatro contemporâneo. Miranda (2006) diz, em um breve comentário, que no final do século XIX surgiu sob a ilusão modernista de que devia ter uma linguagem absoluta e científica para o acesso à realidade, com sistemas objetivos de criação e atuação desenvolvidas por teóricos do teatro como Delsarte, Stanislavsky e Meyehold. Talvez sob a influência das descobertas de Freud e dos expressionistas alemães, os atores desenvolviam metáforas e linguagens de representação que faziam subjetividade do fixar a fonte da verdade.


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2.3 METODOLOGIA DAS ARTES De acordo com entrevistas feitas aos artistas e professores nas áreas da formação de artistas, apesar das inúmeras metodologias aplicadas a cada arte especifica, as mesmas podem ser usadas em diversos lugares, sejam eles abertos, fechados, projetados ou adaptados: o que importa é a expressão artística. Holzmann, Giovannoni, Maes, 1993 visa o ensino artístico como uma troca, citando o mesmo como democrático, onde o professor também participa do processo de aprendizado e aumento de conhecimento, assim como o aluno. E também diferencia a educação artística, trazendo a ideia de educar através da arte, com o ensino da arte que visa a formação de artistas, como é o caso do trabalho em questão. Santomauro, 2009 diz que o ensino da arte sofreu transformações ao longo do tempo, e suas principais tendências são: a tradicional, que ainda se usa até hoje em algumas escolas, que foca o aprendizado técnico e desenvolve habilidades manuais, trabalha a coordenação motora e movimentos precisos na finalização de um produto, precisando assim haver a repetição da atividade que está sendo realizada, chegando a reproduzir obras artísticas consagradas; a livre expressão, que visa a importância da experiência, não tendo importância o resultado, utilizando desenhos livres e variedade de materiais, não havendo o certo ou errado e sim a ideia que o aluno externe suas inspirações; a sociointeracionista, a tendência atual, que favorece o aluno por meio do ensino da linguagem das artes, e visa a experiência do aluno de fora da escola, baseado em três eixos que são a produção, a apreciação e a reflexão, sendo que todos devem ser usados da mesma forma e dada a mesma importância.


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2.4 PROJETOS REFERÊNCIAIS 2.4.1 ESCOLA DE ARTES JOHN CURTIN - Fremantle, Austrália Ocidental De acordo com a tradução do site de projetos arquitetônicos ArchDaily Brasil, a Escola de Artes John Curtin College é uma escola histórica localizada em Fremantle, Austrália Ocidental. John Curtin foi a primeira escola na Austrália a oferecer teatro e dança como temas especializados. Promove, desde 1973, um currículo especializado e enriquecimento para estudantes de artes com dons artísticos e talentosos. Grande parte dos alunos admitidos na escola, entram através de um programa de talento ou um programa de excelência de futebol. Em 2000 a escola foi reconhecida formalmente e renomeada Escola de Artes John Curtin. JCCA (siglas em inglês) estando comprometida com o desenvolvimento da criatividade, inovação e imaginação em cada estudante através da busca da excelência em todas as áreas do currículo formal e informal, com ênfase especial nas Artes. O escritório que foi contratado para fazer o projeto das novas instalações, preservou a variedade de estilos arquitetônicos. Com blocos que rodeiam grandes pátios centrais exteriores, como mostra na figura 1, conseguem uma integração entre o interno e o externo, criando uma forte conexão visual através dos diversos ambientes de aprendizagem, que serve para fortalecer o sentido de lugar e identidade, exemplo a ser inserido no projeto da escola de artes em questão.

Figura 1 - Área de convivência Escola de Artes John Curtin College Fonte: http://www.archdaily.com.br/


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Grandes salões flexíveis se expandem em espaços de atividade que permitem interação na sala multiuso e modos de ensino flexíveis. O acabamento neutro, em painéis de concreto, cria contraste suave com uma composição de painéis coloridos. O conceito do novo projeto teve como aspecto principal o desenho artístico. JCY Architects, através de muitos projetos, utilizou este esquema e suas oportunidades para fomentar colaborações fortes entre arquitetos e artistas, através do compromisso no processo de desenho. Este projeto é um exemplo desta colaboração e forte desejo de integração da arte e da arquitetura. (SBEGHEN, 2016, s/p)

A fachada é composta por uma complexa tela de alumínio dobrada inspirada na forma do triangulo, criando um mosaico de 3 dimensões e ao mesmo tempo funcionando como proteção solar, assim como contribuindo para o desenho arquitetônico geral, como mostra na figura 2.

Figura 2 – Fachada Escola de Artes John Curtin College Fonte: http://www.archdaily.com.br/

2.4.2 VIVA ESCOLA DE ARTES – Fortaleza, Ceará - Brasil De acordo com pesquisas feitas no site da escola, é uma instituição fundada em 2003, e localizada em Fortaleza que oferece aulas de artes para todas as idades. As aulas são ministradas de forma individual e a metodologia de ensino é de acordo com a forma como o professor ensina, favorecendo o aprendizado e incentivando o aprimoramento, tendo eles formação acadêmica e sendo aptos a exercerem o papel


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de instrutor. Os cursos oferecidos são voltados para quem deseja aprender música, teatro, artes visuais, por hobby ou profissionalmente. A escola oferece uma das melhores estruturas para o ensino da música no Ceará. A estrutura é composta por 30 salas climatizadas e adaptadas de acordo com o curso ministrado. Sua referência se dá por conta dos cursos oferecidos e a forma de expor os talentos e trabalhos realizados na escola. Conta com um auditório no qual são promovidas apresentações mensais com os alunos de música, além de ter um estúdio para ensaios e uma sala diferenciada para os alunos do coral, onde os alunos de artes plásticas podem expor suas obras e realizar exposições promovidas pelo curso. Também oferece bolsas para alguns alunos, selecionados através de audições por vídeos, fazendo assim uma inclusão de pessoas que não podem pagar, mas que tem interesse em aperfeiçoar a sua arte.

Figura 3 -Parte da fachada da Viva escola de artes Fonte: http://www.vivaescola.com.br/

2.4.3 CUCA – Feira de Santana, Bahia - Brasil Segundo o histórico do centro Universitário de Cultura e Arte, disponível no site da própria escola, o mesmo foi fundado em 15 de setembro de 1995, na cidade de Feira de Santana na Bahia, funcionando no conjunto arquitetônico da antiga Escola Normal, como mostra a figura 4. É responsável pela gestão da política cultural da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) junto à comunidade acadêmica e


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a sociedade da região sob sua abrangência direta. Sua origem se deu com o idealizador, reitor Prof. Josué da Silva Mello que segundo o histórico do site reconheceu a necessidade de construir um setor que viesse a atender a demanda de crescimento cultural. As ações culturais eram até então desenvolvidas de forma isolada pelos departamentos da universidade, assim também como pelas Próreitorias. Para a idealização do centro universitário de cultura e arte, houve uma junção de aparelhos culturais que já faziam parte da UEFS: o seminário de Música de Feira de Santana e o Museu Regional de Feira de Santana. A ligação entre esses aparelhos constituiu os setores do CUCA, especializados em suas respectivas linguagens artísticas, além da criação de novos segmentos para atuar junto aos existentes, como teatro e dança. Com a junção dessa estrutura o CUCA desenvolve atividades regulares com diversas áreas e linguagens artísticas, assim incentivando a criação e o desenvolvimento no quesito arte-educação, aumentando as experiências artísticas, e do apoio em manifestações da cultura popular, em suas diversas formas de expressão. A inserção do aluno no CUCA se dá por meio de inscrições fornecidas pelo site da universidade, além de fornecer uma bolsa de arte e cultura da UEFS, através de um programa institucional aos estudantes de graduação da própria universidade, com o objetivo de possibilitar a participação dos mesmos em projetos de ações de cunho artístico, através de editais.

Figura 4 - CUCA (Centro Universitário de cultura e arte) Fonte: http://www.cuca.uefs.br/


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O Centro Universitário de Cultura E Arte é um conjunto de espaços físicos destinados a suas variadas atividades culturais e artísticas, também estão disponíveis a comunidade como parte do programa de promoção artístico-cultural do CUCA: uma galeria de arte como mostra a figura 5, um teatro como mostra a figura 6, um teatro de arena como mostra a figura 7 e salas para aulas teóricas e práticas.

Figura 5 - CUCA (Centro Universitário de cultura e arte) - galeria de exposições Fonte: http://www.cuca.uefs.br/

Figura 6 – CUCA (Centro Universitário de cultura e arte) - teatro Fonte: http://www.cuca.uefs.br/


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Figura 7 - CUCA (Centro Universitário de cultura e arte) - Teatro de arena Fonte: http://www.cuca.uefs.br/

A referência do CUCA, na escola de artes em questão no presente trabalho, é a forma de atuação, e como fundamentação de possibilidade de existência de um centro que engloba o estudo das artes em uma cidade no interior da Bahia, além da inclusão através de parcerias.


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3 METODOLOGIA Para dar início ao trabalho foram feitas pesquisas bibliográficas, para o embasamento de conceitos e teorias. No desenvolver do estudo de viabilidade da proposta foi elaborado um questionário para coletar dados, com o intuito de mostrar o interesse e a necessidade de aprendizado dos cidadãos de Vitória da Conquista e saber qual é o tipo de arte se tem mais interesse. Assim também como análise de projetos referenciais de escolas nacionais e internacionais. Além disso foram realizadas entrevistas com diretores e professores de escolas existentes na cidade, para entender o funcionamento das mesmas e poder auxiliar o desenvolvimento do projeto em questão, ainda foram feitas entrevistas com artistas locais para compreender como funciona a arte e o comportamento do artista na cidade. 3.1 QUESTIONÁRIO O questionário foi aplicado, via internet, em 100 moradores da cidade de Vitória da Conquista, cujas idades oscilam entre os 10 e 60 anos, de sexo feminino e masculino, com ocupação, escolaridade e classe social variáveis. A finalidade é saber em quais tipos de arte a população tem maior interesse.


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RESULTADO DE PESQUISA A primeira pergunta do questionário foi para saber qual tipo de arte atrai as pessoas, e como mostra o gráfico na figura 1, as artes de maior interesse são música com (75%) e dança com (65%), o que justifica uma grande demanda de procura em artes que já existem em escolas na cidade

Gráfico 1- Quais tipos de arte te atrai 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Categoria 1 Música

Dança

Pintura

Escultura

Teatro

Literatura

Cinema

Fotografia

Outros

Apesar de ter interesse nas artes em questão, de acordo com a segunda pergunta vemos que muitas vezes acontece só por apreciação, porque nem todos que se sentem atraídos desenvolvem alguma habilidade nessa arte.

Gráfico 2- Você desenvolve alguma habilidade artistica? Qual? 60 50 40 30 20 10 0 Categoria 1 Música

Dança

Pintura

Escultura

Teatro

Literatura

Cinema

Fotografia

Nenhuma


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Quando vamos analisar a questão do interesse em aperfeiçoamento podemos ver que a maioria das pessoas que já tem conhecimento em alguma das artes tem interesse de aperfeiçoar a mesma.

Gráfico 3- Quais tipos de arte você teria interesse em se aperfeiçoar? 60

55

50

45

50

40

40 25

30 20

15

10

10

0

0

0 Categoria 1 Música

Dança

Pintura

Escultura

Teatro

Literatura

Cinema

Fotografia

Outros


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4 APRESENTAÇÃO DA ÁREA O projeto da escola de artes em questão se encontra na cidade de Vitória da Conquista, localizada no sudoeste da Bahia, com sua população em média de 346.199 habitantes de acordo com o IBGE, e área de 3.204,257 km², esse é um município brasileiro do estado da Bahia, considerada a terceira maior cidade do estado por conta de suas características de polo de serviços, a área de educação, a rede de saúde e o comércio que vem se expandindo nas últimas décadas, atraindo moradores de cidades vizinhas. Possui um dos PIBs que mais crescem no interior desta região, com uma área que abrange aproximadamente oitenta municípios na Bahia e dezesseis no norte de Minas Gerais. Sua altitude máxima chega a 1000m acima do mar. A área escolhida fica localizada na avenida Olivia Flores, que é uma das principais vias da cidade com um grande fluxo de pessoas e veículos, a mesma passa pelos bairros Candeias I, II, II e sua extensão vai até ao bairro Universidade, além de ter acesso a outras vias principais, como a Avenida Luís Eduardo e Rosa Cruz. A outra avenida onde o terreno se encontra é a nova avenida projetada, também chamada de avenida perimetral que liga o aeroporto em construção, ao bairro Candeias. Para a implantação da escola temos uma área que possui 16.000,00m², com 100,00m na parte frontal e 160,00m nas laterais. A área escolhida tem sua topografia com desnível de 3 metros de declive. Há uma ausência de vegetação no entorno do terreno, sendo proposto para o empreendimento a implantação de áreas verdes. O fato desta área ter sido escolhida foi pensando na inclusão social, onde pessoas de classe mais baixa teriam acesso a um bairro considerado de classe alta através da escola, principalmente porque ao lado do bairro Candeias 3 existem bairros de classe baixa, além da avenida que está sendo construída ao lado do terreno, percorre toda a cidade, facilitando assim o acesso a esta área. Por suas proximidades tem diversas instituições de grande porte, sendo elas públicas e privadas.


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5 ESTUDO DE INSOLEJAMENTO E VENTILAÇÃO O estudo de insolejamento e ventilação foi iniciado através do reconhecimento do Norte, como mostra a figura 8 e 9. A lateral para a avenida projetada e se encontra ao noroeste, e a face que está na Olivia Flores é sudoeste, onde podemos apreciar o pôr do sol, no Oeste do terreno, valorizando a visão de dentro do empreendimento. Os principais ventos (ventos sul) são recebidos em duas laterais do terreno, assim como as chuvas sul.

Figura 8 - mapa de insolejamento da área de estudo Fonte: acervo pessoal


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Figura 9 - estudo de insolejamento e ventos Fonte: acervo pessoal

Foi escolhido locar as salas de aulas teóricas, assim como os ateliês na posição leste do terreno, para assim usufruir das condições climáticas trazendo conforto térmico e iluminação natural para essas salas. As salas escolhidas para ficar ao oeste do terreno foram salas que necessitavam de isolamento acústico, logo ficariam fechadas na maior parte do tempo, já que obrigatoriamente teriam necessidade de uma ventilação indireta, e climatizadas.


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6 ESTUDO DAS VIAS As vias que predominam no entorno do terreno são vias locais, não pavimentadas em sua grande maioria, representadas na imagem 10 pela cor laranja, e as pavimentadas na cor roxa. A via principal que dá acesso ao empreendimento é a Olivia Flores, uma via coletora, e na lateral do terreno passa uma avenida projetada, que liga a avenida Olivia Flores ao outro lado da cidade.

Figura 10 - mapa de vias da área de estudo Fonte: acervo pessoal

Pode-se ter acesso a avenida Olivia Flores, por duas avenidas principais que são: Avenida Luís Eduardo Magalhães e Avenida Rosa Cruz. A distância do terreno onde será o empreendimento até o centro da cidade é em média de 5,5KM, podendo ser de todos os tipos de meios de transportes, onde o ponto de ônibus mais perto está a 100 metros do acesso principal do empreendimento, que está voltado para Olivia Flores.


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7 ESTUDO DE ENTORNO O entorno do terreno é composto por grandes vazios urbanos, e os edificados são de até 4 (quatro) pavimentos, como pode ser visto na figura 12. Quando classificados de acordo com o uso, vê-se que a grande maioria são edificações institucionais, algumas de serviço, e outras mista, entre comercial e residencial como mostra a figura 11.

Figura 11 - mapa de uso do solo Fonte: acervo pessoal

Figura 12 - mapa de massa edificada Fonte: acervo pessoal


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8 CÓDIGO DE OBRAS E NORMAS TÉCNICAS De acordo com o novo código de obras da cidade de Vitória da Conquista a lei complementar nº 2.043, de 26 de junho de 2015 que altera as Leis Municipais nos 1.385/2006 e 1.481/2007 e dá outras providências, os serviços de educação são ditos como S-3, no serviço S-i, onde a área de influência é colocado da seguinte forma: 

Local: Atividades e Empreendimentos em área Construída até 2.500m².

Municipal: Atividades e Empreendimentos em área Construída de 2.500m² a 5.000m².

Regional: Atividades e Empreendimentos em área Construída acima de 5.000m².

O bairro Candeias II é considerado como zona de uso ZR-5, sendo permitido apenas empreendimentos de nível local, ou seja, com área construída até 2.500m² (dois mil e quinhentos metros quadrados). A área do projeto ultrapassa esse valor não podendo assim ser construída a escola de artes em questão. Porém, a própria lei dá uma abertura, dizendo que a avenida Olivia Flores faz parte dos corredores de uso diversificado II, sendo possível assim, então, construir empreendimentos a nível regional, ou seja de 2.500m² (dois mil e quinhentos metros quadrados) a 5.000m² (cinco mil metros quadrados), com os seguintes critérios e restrições:

Ca

RECUOS MÍNIMOS Co

Cab

Cam

1,0

2,0

0,60

Cp Frontal

Lateral

5,0

1,50

0,20

DIMENSÇÕES MINÍMAS DOS LOTES Lote

Testada

mínimo (m²)

mínima

360,0

10,0

Na tabela de uso de parcelamento do solo os percentuais mínimos das áreas para usos complementares, são os seguintes: ÁREAS

ÁREAS VERDES

SISTEMA

INSTITUCIONAIS

E LAZER

VIÁRIO

8%

15%

13%

COMÉRCIO

SERVIÇO

2%

2%


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Em outra tabela encontramos os números de vagas de estacionamentos segundo o uso. No caso da escola de artes concluímos que com área construída acima de 750m² (setecentos de cinquenta metros quadrados), deve-se calcular 01 (uma) vaga para cada 30,00m² (trinta metros quadrados) de área útil ou fração. Já na tabela de acessos, área de espera, área de acumulação e altura livre dos estacionamentos e/ou garagens critérios e restrições aplicáveis ás zonas e corredores de usos, consideramos a atividade não residencial com números de vagas de 61 (sessenta e um) a 200 (duzentos). Precisa-se apenas de 1 (um) acesso com 10,00m (dez metros) de largura e 2,30m (dois metros e trinta centímetros) de altura.


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9 PROGRAMA DE NECESSIDADES O programa de necessidades foi baseado no caderno técnico para elaboração de projetos e adequação de edificações escolares do MEC. ENSINO E DOCÊNCIA

SUPORTE PEDAGÓGICO

RECURSOS DIDÁTICOS ADMINISTRAÇÃO ALIMENTAÇÃO SERVIÇOS GERAIS

SETOR PUBLICO

Studio Sala de aula piano Sala de aula violino e violão Sala de aula guitarra e baixo Sala de aula bateria Sala de aula instrumento de sopro Sala de aula acordeão Sala de aula de canto individual Sala de aula de musicalização Sala de aula de figurino Sala de aula de maquiagem Salas de aula prática interna (teatro/dança) Tenda de aula prática externa Salas de aula teórica Ateliê de pintura Ateliê de cerâmica Ateliê de modelagem Área de convivência interna Sala do diretor Arquivo Sala de coordenação pedagógica Sala dos professores Enfermaria Biblioteca

24,50m² 24,50m² 24,50m² 24,50m² 24,50m² 24,50m² 24,50m² 24,50m² 113,50m² 91,35m² 81,00m² 112,50m² 121,74m² 63,00m² 105,75m² 105,75m² 81,00m² 233,00m² 13,60m² 7,95m² 13,60m² 21,00m² 20,80m² 128,60m²

Recepção Secretaria Lanchonete Vestiários alunos Vestiário funcionários Área de serviço Depósito de serviço Depósito geral Copa/cozinha funcionários Auditório Sala de exposições

13,90m² 14,00m² 20,00m² 38,22m² 18,00m² 14,50m² 11,03m² 27,45m² 14,63m² 370,00m² 90,00m²


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10 DEFINIÇÃO DO CONCEITO E PARTIDO O nome dado ao conceito do projeto é chamado de entrelaço. Segundo o dicionário Aurélio, a palavra entrelaço tem o significado “Entretecer, enlaçar (duas coisas entre si), misturar. ”, e tem como base a inclusão, seja ela qual for, entre pessoas de classes sociais ou condições econômicas diferentes. E a partir dessa idéia se dá o partido, que consiste na relação entre o interno e o externo, de forma que a prática das artes não seja só interna em salas de aulas e ambientes fechados, mas se estendendo ao exterior, principalmente na troca do conhecimento de quem está fora, onde quem faz música pode conhecer a expressão corporal, a expressão corporal conhecer as artes visuais, e assim consequentemente. Onde cada artista pode conhecer os princípios de outras artes e dessa forma aprimorar seu conhecimento e desenvolvimento. Visando a integração de alunos, professores, funcionários e visitantes, o projeto possui acessos amplos e salas de aula com aberturas de janelas que possibilitaria quem está fora poder assistir o que está acontecendo dentro.


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11 PROPOSTA/PROJETO A Escola de Artes em questão contará com espaços amplos e acessíveis, com iluminação natural em todos os seus ambientes, ventilação natural, e tratamento acústico e luminotécnico quando for necessário. Assim como a arte na vida de uma pessoa, a proposta de projeto é trazer o que tem de dentro para fora e de fora para dentro, gerando principalmente a interferência da natureza na formação do artista. O terreno, de 16000m², foi dividido em dois módulos, sendo um da escola que atende toda parte de aulas, estudos e prática, e o outro onde se encontra o auditório junto com o salão de exposições, servindo de apoio para a escola e como incentivo para que os alunos mostram a população o resultado dos estudos, como mostra a planta de implantação na imagem 13. Ao entrar no empreendimento pode-se ter acesso as 96 vagas de estacionamento para carros, com 4 vagas exclusivas para portadores de necessidades especiais, 27 vagas de estacionamento para motos e um bicicletário que comporta uma média de 30 bicicletas. Seus acessos são através de rampas (com inclinação de acordo a NBR9050). Com a maior parte da área do terreno estando livre, os frequentadores podem ter um contato com o externo e, consequentemente, com a natureza, graças a ampla área verde espalhada no terreno.

Figura 13 - Planta de implantação Fonte: acervo pessoal

Para as aulas externas foram projetadas três tendas as quais estão distribuídas no perímetro do terreno ao redor do módulo da escola. Além das passagens, fazendo com que o indivíduo tenha interação com o externo, foi projetada uma praça de


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eventos com um palco, onde podem ser feitas apresentações informais, aulas teóricas externas, reuniões, ou outras atividades. O módulo auditório, como mostra a figura 14, é composto por um foyer, com um pequeno café que serve de apoio nos dias das apresentações, que pode ser estendido para o salão de exposições, tendo um painel móvel, que facilita o isolamento ou não de uma das áreas, tendo cada um uma entrada, tanto o auditório quanto a sala de exposições. Os banheiros podem atender as duas situações, podendo ser alternado com a opção dos painéis. Para ter acesso a plateia do auditório passa-se por uma antecâmara na qual traz um conforto acústico, tanto para os que estão dentro, como para os que estão fora. Com uma capacidade para 252 pessoas, sua inclinação está de acordo com o estudo de visibilidade segundo o Neufert. Desta forma apresenta um conforto visual as pessoas que estão assistindo, assim também como a altura do palco. Atrás do mesmo podem-se encontrar toda a parte de serviços que exige um auditório de apresentações, como coxias, camarins, depósito e montagem de cenários.

Figura 14 - Planta de layout auditório Fonte: acervo pessoal

O módulo escola é dividido em 4 partes, diferenciadas através de suas alturas. Ao entrar pode-se ter acesso a uma área de convivência, a qual dá acesso a todos os outros espaços. Ao lado esquerdo tem-se a biblioteca, contendo todo acervo para estudos teóricos, e ao lado direito se encontra a parte administrativa, com uma entrada exclusiva. Da circulação tem-se acesso as demais partes da escola como as salas de


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música individuais, cada uma com uma antecâmara, que assim como no auditório, é necessária para ter um conforto acústico, além de uma grande sala de musicalização infantil. Mais à frente encontra-se toda a parte de serviço, tanto de funcionários como de alunos, de forma separada. No lado oposto a parte de música estão as salas de aula de dança e teatro, as quais exigem espelhos, e iluminação especifica, assim como um pé-direito diferenciado, atendendo assim ensaios de todos os tipos de apresentações. Passando pelas salas de dança, encontra-se toda parte de salas de aula teórica e de artes plásticas, a qual exige maior ventilação e iluminação natural, o que justifica que elas estejam direcionadas para o nordeste. Todas as salas de dança/teatro têm acesso a área externa, além de diversos acessos no decorrer de toda a escola, trazendo fidelidade ao conceito de entrelaços.

Figura 15 - Planta de layout escola Fonte: acervo pessoal


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12 CONCLUSÃO A elaboração do projeto de uma escola de artes teve como intuito suprir a necessidade do aprendizado de artes como um todo, de forma prática e teórica, já que hoje as escolas existentes na cidade trabalham de forma exclusiva e individual, assim também como opções restritas, o que foi comprovado através de pesquisa aplicada a um público na cidade com interesse em aprendizado das artes, além da valorização do artista como profissional, seja ele o formador ou o aprendiz que futuramente se tornará profissional. Também propender a inclusão social através de parcerias público privado, visando o desenvolvimento de pessoas que não tem acesso a arte, ou o aprendizado da mesma, muitas vezes excluída pela sociedade que tem acesso. Este projeto pretende retirar da imagem do artista local a ideia de amador, ou de uma arte feita sem uma curadoria ou rigor. A intenção é fomentar o ensino da arte e criar profissionais capacitados. Pois as pessoas como um todo e a sociedade valorizam situações onde se vê interesse em conhecimento, na produção de arte de qualidade em todas suas esferas. A escola seria então um lugar onde se tem liberdade de aprendizado, material e pessoas especialistas no assunto, a fim de mudar a visão de quem está de fora, principalmente, certificando o aluno, concluído o curso, como profissional. E assim, também, trazendo um incentivo para o crescimento e a valorização dele, consequentemente da sociedade. Com o acesso a esse tipo de atividade que muitas vezes parece distante. Pois a valorização da cultura e da arte são imprescindíveis para que mudanças em uma sociedade ocorra.


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13 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR nº 9050 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro – RJ 2004 BARROS, Jussara De. "Dança"; Brasil Escola. Disponível <http://brasilescola.uol.com.br/artes/danca.htm>. Acesso junho de 2016.

em

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49

APÊNDICES


50

Apêndice A – Questionário realizado com a população


51

Apêndice B – Questionário realizado com a artistas


52

ANEXOS


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