JOYSE DIAS MOREIRA

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FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE – FAINOR CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

JOYSE DIAS MOREIRA

ESPAÇO DE ENTRETENIMENTO EM TREMEDAL-BA: A BUSCA POR UM MAIOR CONVÍVIO SOCIAL

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA, DEZEMBRO DE 2018


JOYSE DIAS MOREIRA ESPAÇO DE ENTRETENIMENTO EM TREMEDAL-BA: A BUSCA POR UM MAIOR CONVÍVIO SOCIAL

Projeto Apresentado à Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR, para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista. Professor Orientador: Erika Alezard Ostermann

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA, DEZEMBRO DE 2018


JOYSE DIAS MOREIRA ESPAÇO DE ENTRETENIMENTO EM TREMEDAL-BA: A BUSCA POR UM MAIOR CONVÍVIO SOCIAL

Projeto Apresentado à Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR, para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista. Professor Orientador: Erika Alezard Ostermann

Aprovado em ___/___/______

Banca examinadora:

_____________________________________________________ Erika Alezard Ostermann MSc. Arquiteta e Urbanista Universidade Federal da Bahia

_____________________________________________________ Fernando Salgado Bernadino Dr. Arquiteto e Urbanista Fainor

_____________________________________________________ Jessyka Nunes Cintra Esp. Arquiteta e Urbanista Fainor

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA, DEZEMBRO DE 2018


RESUMO

As diversas e novas buscas de lazer decorrem de fatores que se aliam ao cotidiano das pessoas, à forma de se relacionar com o próximo e com o meio, à necessidade crescente por mudanças e de novas alternativas de entretenimento. A mesma importância que vem se aplicando à sociedade e seus direitos, serviu como base para a elaboração do trabalho. A cidade de Tremedal possui riquezas em recursos ambientais, pouco aproveitadas para serviços recreativos. Os seus recursos hídricos proporcionam a Tremedal o seu maior atrativo: oportunidade de acesso ao lazer, recreação e entretenimento para a população local e das cidades vizinhas, colocando-a, em definitivo, no mapa de roteiros turísticos. Sendo assim, faz-se do campo, palco de novas atividades que oferecem abrigo, conforto, interação com o meio ambiente, que por sua vez, é responsável por oferecer aos visitantes tranquilidade e sensações de bemestar. A elaboração deste projeto possibilitou uma maior percepção sobre a cidade de Tremedal, suas riquezas ambientais, meio social, situação geográfica e econômicas, os quais são abordados ao longo do trabalho, transmitindo o seu reconhecimento diante do público, oferecendo novos espaços que proporcionem oportunidades de convívio social. Palavras-Chave: Lazer. Meio Ambiente. Recursos Hídricos, Tremedal, Bahia.


ABSTRACT

The diverse and new pursuits of leisure derive from factors that are allied to the daily rotine of the people, the way of relating to the neighbor and the environment, the growing need for changes and new alternatives of entertainment. The same importance that has been applied to society and its rights, served as a basis for the elaboration of the work. The city of Tremedal is modeled because of its scarcity of recreational services, despite its wealth of environmental resources. Its water resources provide Tremedal with its greatest attraction: an opportunity to enjoy leisure, recreation and entertainment for the local population and neighboring cities, placing it in a definitive tourist map. Therefore, it is the countryside, the stage of new activities that offer shelter, comfort, interaction with the environment, which in turn is responsible for offering visitors tranquility and feelings of well-being. The elaboration of this preliminary project made possible greater knowledge about the city of Tremedal and its environmental, social, economic and geographic situation. These will be, throughout this work, transmitted their recognition to the public, offering new spaces that will provide opportunities for social interaction. Keywords: Leisure. Environment. Water resources, Tremedal, Bahia.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 5 2 EXPLORAÇÃO TEÓRICA ................................................................................................................. 8 2.1 Teorias e Conceitos .............................................................................................................. 8 2.1.1 História e Evolução do Lazer ............................................................................... 8 2.1.2 Direito e Importância do Lazer na Sociedade..................................................... 10 2.1.3 Características do Lazer: Relações Com a Proposta do Empreendimento ......... 13 2.1.4 Lazer e Capacidades Turísticas do Meio Agrário............................................... 16 2.2 Projetos Referenciais ............................................................................................. 20 2.2.1 Serviço Social do Comércio (SESC) Pompéia - Barra Funda, São Paulo, Brasil. ..................................................................................................................................... 20 2.2.2 Serviço Social do Comércio (SESC) Jundiaí – Jundiaí, São Paulo, Brasil. .................... 22 2.2.3 Fazenda Capoava - Itu, São Paulo, Brasil ....................................................................... 25 3. APRESENTAÇÃO DA ÁREA ......................................................................................................... 28 3.1 Inserção do empreendimento .............................................................................................. 29 3.2 Localização......................................................................................................................... 29 3.3 Usos e atividades do entorno .............................................................................................. 31 3.4 Indicação de Infraestrutura urbana ..................................................................................... 32 3.5 Condicionantes Físicos ....................................................................................................... 33 3.6 Legislação........................................................................................................................... 35 3.6.1 Legislações Complementares ............................................................................. 37 3.6.2 Leis Florestais ..................................................................................................... 41 4 CONCEITO E PARTIDO .................................................................................................................. 41 5 PROGRAMA ..................................................................................................................................... 43 6 CONCEPÇÃO E DESCRIÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO .............................................. 55 6.1 Sustentabilidade.................................................................................................................. 63 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................. 65 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 67 APÊNDICES ......................................................................................................................................... 70 Apêndice A – Formulário Online .......................................................................................................... 70



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1 INTRODUÇÃO A elaboração deste trabalho tem como base desenvolver um projeto de um Espaço de Entretenimento na cidade de Tremedal, situada no Sudoeste da Bahia. A necessidade de implantar esse tipo de espaço no meio rural vem possibilitar imediata proximidade de convivência, in loco, com seus recursos naturais, além de proporcionar maior convívio social, oportunidade de acesso ao lazer, recreação e entretenimento para a população local e das cidades vizinhas; tudo isso com propostas arquitetônicas que promovem condições físicas espaciais, que oferecem ao público espaços agradáveis e com infraestrutura adequada para as atividades a serem realizadas. O lazer pode ser associado à vida das pessoas com diferentes práticas de atividades e distintos motivos para quem as procura: alguns o vêem como um acréscimo de atividades prazerosas nos tempos livres, o momento de atenuar as tensões obtidas no decorrer do dia. Para outros o lazer tem como finalidade proporcionar novas experiências e diversas formas de adquirir conhecimentos relacionados à prática de exercícios não habitualmente exercida no cotidiano, momentos de divertimento, descanso e outras sensações, aliando benefícios para a saúde física e mental. [...] o lazer é por mim entendido como a cultura compreendida no seu sentido mais amplo - vivenciada (praticada ou fruída) no tempo disponível. É fundamental, como traço definidor, o caráter “desinteressado” dessa vivência. Não se busca, pelo menos basicamente, outra recompensa além da satisfação provocada pela situação. A disponibilidade de tempo significa possibilidade de opção pela atividade prática ou contemplativa. (MARCELINO, 1990 apud MENOIA, 2000, p.13).

A realidade vivenciada em cidades pequenas no Brasil –– no que se refere ao acesso à cultura, espaços de recreação e lazer –– é limitada. Na maioria dos casos, os modelos de lazer oferecidos à população são provenientes de espaços públicos, podendo destacar a predominância de quadras poliesportivas e campos de futebol, com algumas praças públicas e equipamentos para brincadeiras infantis. Outro tipo de entretenimento muito comum é o arraigado hábito de frequentar bares e restaurantes, locais nem sempre adequados a todos. É visível perceber que a movimentação durante os cinco dias úteis da semana e finais de semana, exceto o dia de feira, a cidade se mostra estagnada por não possuir um lugar de recreação onde a população possa tê-lo como ponto de encontro, diversão, lazer, ou outras formas de divertimento. Como característica acentuada das cidades de interior brasileiras, no que diz respeito,


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à insuficiência de espaços que ofereçam lazer e cultura, condizem à realidade da cidade de Tremedal, sendo possível perceber a ausência de áreas onde o público possa usufruir das mesmas, exceto os espaços públicos, e em evidência a população que possui facilidades na locomoção e saem à procura de lugares em outras cidades que possam propiciar a eles e seus familiares momentos de lazer e interação. A população de Tremedal estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) do ano de 2017, é de 17700 pessoas, sendo levada em consideração para o acréscimo do devido projeto, ponderando também a absorção da proposta pelas cidades circunvizinhas. O projeto foi formulado com o intuito de atuar como ambiente de lazer e interação para a população como um todo, uma opção para frequentar com diversas opções de escolhas, com espaços livres de modo que se integre às demais atividades, que impactam de forma positiva, trazendo, sob o ponto de vista socioeconômico, benefício para cidade de Tremedal. Diante da decorrente necessidade, é proposta a elaboração de um projeto arquitetônico para a cidade de Tremedal que apresente um panorama de utilização do espaço, que venha atender as necessidades do município e das cidades circunvizinhas, agregando ao lazer valores e trazendo aspectos econômicos e sociais à região. A partir da definição do tema para elaboração do referido projeto, foram utilizadas, inicialmente, técnicas de pesquisas documentais indiretas por meio documental e bibliográfico de monografias existentes, artigos científicos, livros online, blogs, revistas e legislação. Outros fatores que influenciam na pesquisa foram locais onde se exerce a prática de atividades relacionadas, como forma de obtenção de informações que contribuíssem para melhor entendimento, funcionalidade do tema e abordagem escrita do mesmo. As técnicas de pesquisas utilizadas possuem formas de estudo de caráter exploratório, contribuindo com isso para um estudo fundamentado na necessidade e importância do tema lazer, sua contribuição para a sociedade; seu significado associado a um contexto histórico; a evolução com que o mesmo se propagou; o local onde seria implantado e como sua inserção se justifica como necessidade para a população. Todas essas justificativas têm como base um conjunto de informações sobre a cidade de Tremedal, local de implantação do presente memorial descritivo. O estudo também está baseado na observação de pessoas que procuram espaços que propiciem práticas relacionadas ao tema proposto. A ausência, porém, de espaços de interação e entretenimento para as práticas dessas atividades, contribuiu de forma decisiva para este presente trabalho. Para a complementação do desenvolvimento do trabalho e projeto, foi utilizado o emprego da técnica de pesquisa de caráter documental direta e intensiva, por meio de um


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formulário online, objetivando coletar informações da população local e das cidades circunvizinhas para obter dados que reafirmem a necessidade e a receptividade de um espaço como o apresentado na proposta. A pesquisa também conta com o método de abordagem de caráter qualitativo, permitindo, assim, a percepção da relação usuário e recinto, bem como o reconhecimento de suas verdadeiras necessidades.


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2 EXPLORAÇÃO TEÓRICA 2.1 Teorias e Conceitos 2.1.1 História e Evolução do Lazer Após a Revolução Industrial, o termo lazer começou a ser abordado, antes se tratava somente da cessação do trabalho, e a partir do século XIX transformações da sociedade sob o trabalho se desencadearam nos países europeus. No ano de 1880, na Alemanha, surgiram as primeiras defesas ao lazer, por Paul Lafargue, com a abordagem “Direito a Preguiça”1, um manifesto que gerou muita controvérsia. “A paixão cega, perversa e homicida do trabalho transforma a máquina libertadora em um instrumento de sujeição de homens livres: sua produtividade os empobrece”. (LAFARGUE, 1999, p. 88). Pensadores da linha marxista e neoliberais foram uns dos primeiros a despertar o interesse sobre a temática do lazer no século XX e o assunto tomou outras proporções, sendo aprofundado nas sociedades urbano-industriais. A transição de agrário-exportadora para urbano-industrial influenciou as abordagens do lazer no Brasil, o que acarretou uma mudança na economia brasileira. As condições instáveis de vida que os trabalhadores vivenciavam nesse período, influenciava de forma moderada na economia, motivando ao pensamento capitalista buscar soluções para essas mudanças econômicas. Assim, o lazer foi pensado como solução para resolver questões políticas, socioeconômicas, e manifestações oriundas das novas organizações operárias que defendiam a redução da jornada de trabalho, como forma de melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e, consequentemente, aumento na rentabilidade da produção (BARBOSA; SILVA, 2011). O Brasil recebeu influências internacionais por intermédio do Serviço Social do Comercio (SESC), com propostas de seminários cujos temas estavam direcionados ao lazer. Através dessas propostas o tema foi aplicado nos futuros estudos e pesquisas científicas, sendo posteriormente inserido na literatura com orientação de Joffre Dumazedier2, quem ressaltava que o lazer teria que fazer parte da vida das pessoas em todos os tempos disponíveis. [...] um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou ainda para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais 1

Documento escrito por Paul Lafargue que reivindica o tempo livre dos trabalhadores, e faz levantamentos relacionados com o capitalismo e o cristianismo ocidental, expõe também questões de atualidade em nosso tempo, quando a automação da produção pelas novas tecnologias diminui a necessidade material de trabalho e cria uma situação mundial inquietante. 2 Sociólogo francês pioneiro nos estudos do lazer e de formação.


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(DUMAZEDIER, 1976 apud MENOIA, 2000, p.11).

Se fez necessário o pensamento do lazer para solucionar problemáticas obtidas após a transição para novos processos da manufatura. Com isso surgiram transformações na sociedade e no seu modo de administração, bem como, mudanças culturais e econômicas que perduram até os dias atuais, sempre com novas políticas de atuação no meio. O lazer é, portanto, aqui entendido como resultado do tipo de organização socioeconômica urbano-industrial e, simultaneamente, atua sobre tal organização como implementador de novos valores, pensamentos, práticas que contestam esta mesma lógica organizacional. Para que isto aconteça é necessário à construção de consciências críticas bem como de políticas públicas que venham atender as necessidades concretas dos sujeitos na sociedade que queremos (OLIVEIRA, 2004, v.2, n.1, p.32).

As perspectivas dos aspectos de lazer tomam novas formas relacionadas às atuações do ser humano. “Esse entendimento parece ser uma postura que contribui para abrir possibilidades de alteração do quadro atual da vida social, tendo em vista a realização humana, a partir de mudanças no plano cultural.” (MARCELLINO, 1995, p. 314). O lazer começa a ganhar reconhecimento, podendo ser concebido na sociedade atual, de forma diferente do que era estabelecido no período industrial, com novas possibilidades nas relações sociais e culturais e nas diferentes formas de escolhas relacionadas à sua prática. A partir da consolidação de propostas de lazer coerentes e condizentes com a especificidade concreta de cada grupo, incrementa-se o exercício pleno da cidadania, através da participação ativa que buscando gerar novas possibilidades de ação, atua como um instrumento de educação, mobilização, organização, transformação e inclusão social, operacionalizando o alcance multidimensional, por suas relações com o mundo do trabalho, da educação e da cultura (OLIVEIRA, 2004, v.2, n.1, p.24).

Na sociedade moderna democrática, o lazer se tornou uma prática realizada por diferentes classes sociais. Essa escolha oferece um vasto conjunto de opções, que se apresentam nos diferentes planos da vida humana, nos momentos livres ou nas dinâmicas do trabalho, variando de um indivíduo para o outro, podendo ser acrescidas outras formas de se aproveitar o tempo. Na sociedade capitalista a busca por essas práticas vem aumentando, influenciando também a expansão da economia, e se tornando cada vez mais uma prática do homem moderno, principalmente pela busca do prazer “ [...] que podem estar associados ao imaginário; à realidade; na busca por informação; nas práticas esportivas; na capacidade de manipulação, seja para transformar objetos ou para lidar com a natureza; na quebra de rotina; no relacionamento e convivência social.” (BARBOSA, SILVA, ano. VIII, n.14, 2011). Essa concepção moderna se


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instala também no uso da prática para obtenção de resultados positivos na qualidade de vida das pessoas. Entre os seus benefícios é possível citar: o combate ao estresse, a sensação de bemestar e o equilíbrio mental, colaborando na manutenção da saúde. Analisando os conteúdos do lazer, é possível encontrar um amplo leque de opções que passam pelos inúmeros campos da vida humana. Tendo em vista tais conteúdos, o ideal seria que cada indivíduo praticasse atividades que abrangessem vários grupos de interesse, de forma a aproveitar, em seu tempo disponível, todas as habilidades que o corpo e a mente oferecem. Porém, na maioria das vezes, isto não acontece, pois o lazer é interferido por aspectos que impedem com que o indivíduo tome contato com os diversos conteúdos, devido as camadas sociais, o tipo de profissão, o local de moradia, entre outros elementos que afastam o homem do contato com o lazer. 2.1.2 Direito e Importância do Lazer na Sociedade Todos os indivíduos, independentemente da posição financeira, raça, estado físico e mental, possuem o direito de praticar atividades relacionadas ao lazer. O direito ao lazer propicia ao homem o uso da sua independência, da sua imaginação, contribuindo no convívio de suas relações sociais. Este direito está inserido na Constituição da República Federativa do Brasil 1988 – no artigo 6º, artigo 7º, IV, artigo 217, § 3º, e artigo 227. O lazer está anexado no capitulo dos Direitos Sociais3, que por sua vez está anexado no Título dos Direitos Fundamentais. Art. 217 - É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e nãoformais, como direito de cada um, observados: § 3º - O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social. (BRASIL, Constituição, 1998). Art. 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (BRASIL, Constituição, 1998).

A Constituição Federal assegura o direito ao descanso, ao repouso, às férias e ao gozo destas, assim como, a aposentadoria, no artigo 7º, incisos XIII, XIV, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX e XXIV, que são respectivamente: XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; 3

Direitos sociais são todos os direitos fundamentais e garantias básicas que devem ser compartilhados por todos os seres humanos em sociedade, independente de orientação sexual, gênero, etnia, religião, classe econômica, etc.


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XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XV – Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menor, um terço a mais do que o salário normal; XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX – licença - paternidade, nos termos fixados em lei; XXIV – aposentadoria.

O inciso XXIV, do art. 7º da Constituição Federal traz o direito à aposentadoria, sendo uma das mais importantes conquistas dos trabalhadores. A situação do idoso se identifica à da criança, por não poder se exigir esforço físico, carecendo de tempo disponível para seu desenvolvimento físico e psicológico. O idoso deve usufruir os últimos anos de vida sem coibição nem atribuição de trabalhar, restando-lhe complementar seu tempo de forma voluntária: conversando com os amigos, viajando, lendo, etc. Tendo em vista que o lazer é um período da vida em que não se tem a atribuição de trabalhar, usando o tempo com independência e naturalidade de conceber o que for melhor para si, a aposentadoria é uma categoria de lazer. O Estado moderno tem como propósito oferecer a seus trabalhadores condições decentes de vida, e a aposentadoria é um dos meios para se atingir esse objetivo. O lazer se manifesta como um direito social, tendo o objetivo de favorecer a todos, na realização integral à igualdade e ao contentamento. O direito ao lazer busca beneficiar a vida humana e, de modo geral, proporcionar uma melhor qualidade de vida, atuando consequentemente, de forma positiva na saúde das pessoas. O lazer acomoda-se ao espirito das transformações, realidade e produção de numerosos outros direitos fundamentais, consentindo que o ser humano possua, não apenas a alternativa de efetivar a sua prática, mas o direito ao mesmo. "A recreação, na verdadeira acepção do termo recriação tende a fortalecer e construir. Afastando-nos de nossos cuidados e preocupações usuais, proporcionando descanso ao espírito e ao corpo, e assim nos habilita a voltar com novo vigor ao sério trabalho da vida.” (WHITE, 1968, p. 207). O lazer se faz presente na vida das pessoas, podendo ser praticado de diversas maneiras e provocar sensações nas pessoas de forma individual ou coletiva. A busca da satisfação que o lazer proporciona pode ser obtida através de atividade física, recreativa, cultural, intelectual, ao ar livre e/ou em espaços construídos para tais fins. Investir no lazer é uma ótima opção para se conquistar sentimentos de felicidade e prazer, bem como manter um equilíbrio entre corpo e mente. Diante de uma compreensão mais vasta sobre o lazer, é possível observar que algumas


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de suas atividades pertencem há uma herança cultural de uma determinada comunidade ou sociedade, ou seja, falar de cultura e de lazer é relacionar a conexão existente entre ambas. A busca do prazer se une ao relacionamento com o outro, havendo integração sociocultural, inclusive dos grupos de maior vulnerabilidade social. Desse modo, o lazer é membro da cultura historicamente construída, tornando-se base para a reiteração da sociedade. Percebe-se que desenvolver o lazer como exercício educativo é romper com a visão prática e conservantista das suas atuais análises; é disseminar a ideia de que mudanças são plausíveis e fundamentais, e que o lazer pode ser um caminho possível para essas transformações. Sendo assim, é perceptível que a influência do lazer no cotidiano das pessoas pode acrescentar positivamente em seu desenvolvimento social, seja por meio das atividades em grupo, seja pela tomada de conhecimento de seus compromissos, tanto para com o meio, como para com as pessoas. De maneira geral, o crescimento humano está aliado à evolução da personalidade, como também a evolução das capacidades físicas, biológicas e psicológicas; consequentemente está agregado ao avanço da urbanidade, da individualidade e da liberdade de expressão, a prática da cidadania com o desempenho dos seus direitos e deveres e a consciência de que suas ações individuais atingem, de forma positiva ou negativa, a sociedade como um todo e, ainda, à capacidade dos indivíduos de negar a realidade. Acredita-se que essas realizações podem ser proporcionadas pela vivência e pela prática do lazer. Sendo assim, é possível perceber que, além da evolução da personalidade, o lazer também proporciona avanço social e pessoal, seja por meio do contato face a face, de atividades coletivas, ou quer por meio da concepção da realidade, da busca de informações, etc. A importância do lazer se faz presente no meio educacional, informando às pessoas para que desfrutem das diferentes alternativas de recreação e encantamento, atuando também como forma de interação dos mais aos menos excluídos, em que as atividades grupais tornam esses indivíduos mais próximos uns dos outros, fortalecendo o convívio social. A educação para o lazer em seu sentido amplo, que ocorre na família, na rua, na igreja, no sindicato, nos clubes, parques, praças entre outros espaços, e em seu sentido restrito, na escola é importante referência quando pensamos na construção e consolidação de consciências críticas, criativas e questionadoras. Devendo ser compromisso de todos aqueles que se empenham na transformação social a assunção plena dos desafios colocados na perspectiva de contribuir para esta transformação onde a inclusão sociocultural de grupos excluídos a exemplo pessoas com deficiência entre outros grupos já mencionados neste artigo, seja objetivo maior a ser alcançado (OLIVEIRA, 2004, v.2, n.1, p.32).


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O lazer é marcado como um tempo ao aprendizado de valores que contribui para transições de ordem moral e cultural, possibilitando, como requisição social, o resgate da cidadania por meio da participação cultural que é, segundo Marcellino, “a atividade crítica e criativa de sujeitos historicamente situados” (1999, p. 45), e percebida como uma das bases para a transformação da sociedade, transformação em busca da implantação de uma nova posição social e cultural. 2.1.3 Características do Lazer: Relações Com a Proposta do Empreendimento As práticas de lazer vêm sendo desenvolvidas, acrescentadas e inovadas, desde o século XIX, por novas formas e caracterizações do lazer. Suas práticas, de modo geral, aliam-se pela busca do prazer e as opções são de livre escolha dos praticantes. No que se refere às atividades, podem ser desenvolvidas de modo individual ou coletivo, sejam elas no cotidiano, ou em dias específicos. Isso pode mudar de acordo com as oportunidades ou compromissos dos indivíduos, possuindo como ponto positivo o fato de não afetar terceiros, se a prática não acontecer. Todos são possuidores de interesses pessoais que complementam algumas necessidades de diversão, descanso e lazer. Cada um com características, crenças e manias diferentes, mas todos em busca dos mesmos benefícios. Dessa forma, até mesmo as atividades de lazer possuem interesses individuais ou coletivos, mas cada qual com características particulares. O lazer possui conteúdos culturais que são divididos em cinco áreas de interesses, que são: I) manuais: onde a predominância é na capacidade de manipulação; 2) intelectuais: onde a predominância é na busca de informações objetivas; 3) sociais: é quando se busca o relacionamento, o contato; 4) físicoesportivos: onde o que prevalece é o movimento e 5) artísticos: abrange as diferentes manifestações artísticas. 6) turístico, onde predominantemente, o que se busca, é a quebra da rotina temporal ou espacial, além do contato com novas paisagens e culturas. (DELGADO, 2003).

Outro conceito referido ao lazer está relacionado ao lazer passivo e ao ativo. No primeiro caso, refere-se ao lazer de consumo como é o caso dos cinemas, teatros, shopping center, televisão. Soma-se ainda a contemplação, como é o caso da leitura e de alguns jogos que estão inclusos em propostas de parques, calçadões e outros espaços de apreciamento. O lazer ativo refere-se àquele ligado, principalmente, às atividades físicas, como as caminhadas, as práticas esportivas e as lúdicas através de brincadeiras e alguns tipos de jogos (ALVES, 2014), e até mesmo nas brincadeiras com os filhos e animais. A dança também é uma atividade que movimenta todo o corpo. Ou seja, são lazeres prazerosos, mas ativos: o corpo está em atividade e, consequentemente, estão sendo aplicados benefícios a saúde.


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Figura 1 – Lazer passivo.

Fonte: Reamp Equipe. Disponível em < http://www.reamp.com.br/blog/2017/07/novo-sistema-dereconhecimento-facial-ira-captar-suas-emocoes-durante-um-filme >. Acesso em maio de 2018. Figura 2 – Lazer ativo.

Fonte: Neuro Saber. Disponível em < https://neurosaber.com.br/as-atividades-fisicas-melhoram-o-tdah/>. Acesso em maio de 2018.

Os conceitos de lazer passivo e ativo estão presentes na proposta deste trabalho, (figura 1 e 2). O lazer passivo, tanto pode estar conexo ao esporte, ao encantamento e admiração do observador de práticas esportivas, o que decorre a este caso a participação ao lazer passivo. O lazer ativo, como os exercícios físicos, está relacionado com atividades corporais de movimento e em todas as atividades esportivas de modo geral. A ginástica e a dança, que podem ser absorvidas por interesses artísticos, são consideradas também o dito lazer ativo, pois influencia a ação que ocorre de modo decisivo. Os interesses sociais, são atingidos por intermédio do contato e do convívio social entre os indivíduos, que podem estar relacionados com a influência das práticas de atividades referente ao lazer esportivo, quando desenvolvidas de forma coletiva, promovem a sociabilidade entre indivíduos. Alguns espaços físicos utilizados para os usuários


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que buscam essas práticas são as quadras poliesportivas, pistas de cooper, parques, praças, etc. Estes espaços alternativos, além de interagir, também possibilitam aproximações com pessoas que buscam estes locais com os mesmos fins. Os interesses turísticos permitem a alternativa de explorar novos lugares e de se ter contato com novas paisagens, experimentar novas práticas de lazer que sejam pouco conhecidas ou até mesmo aproveitar melhor os espaços que lhes são oferecidos, desenvolvendo práticas de atividades não realizadas antes, como por exemplo, o uso de espaços e equipamentos disponíveis em parques, além de explorar também o lado do interesse turístico culinário. Os interesses citados acima se relacionam, já que é possível notar a presença fluida das práticas de esportes, o contato com outras pessoas e a busca por novas experiências. Os mesmos se fazem presente neste trabalho, sendo viável citar o fato de conter práticas de lazer relacionadas aos interesses físicos, por meio de atividades como: áreas para jogos infantis, disponibilidade de espaços para prática de esportes ao ar livre, pistas de cooper (que podem influenciar no convívio social) que circundam todo o empreendimento, entre outros. Os interesses sociais se aplicam por meio de espaços pensados para que haja um maior convívio social entre pessoas, com praças, áreas para piqueniques, espaços que permitam a realização de programas em grupo (piscinas, quiosques, espaços de eventos, etc.) com possibilidades de se tornar um espaço atrativo para turistas vindos de outras regiões, onde são oferecidos aos visitantes locais para hospedagens, mirante de contemplação para a paisagem local e os recursos hídricos presentes. É perceptível notar a presença dos dois conceitos de recreação e relacionar tais práticas como lazer ativo devido à mobilização corporal dos visitantes que se submetem às atividades disponíveis. E, ao que diz respeito ao lazer passivo, serão disponibilizados espaços para realizações de leituras ao ar livre, apresentações musicais e corporais, possibilidades para os espectadores contemplarem a prática de esportes realizada por praticantes, a apreciação culinária, ou até mesmo o ato de contemplar paisagens naturais. O lazer acarreta a possibilidade de livre escolha e promove oportunidades de serem realizadas, concedendo diversidade: atuações sociais e individuais, promove a sociabilidade entre indivíduos, aliando consequências positivas à saúde mental, devido ao bem-estar proporcionado aos receptores, e física, quando se exerce atividades inerentes ao esforço corporal, causando aos praticantes sensações de prazer.


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2.1.4 Lazer e Capacidades Turísticas do Meio Agrário As atividades caracterizadas como não agrícolas no campo, tendo por base o lazer e o turismo rural, possuem iminentes respostas por parte da sociedade: procuram desencadear consequente desenvolvimento econômico local (comércio e aumento de emprego), integração social e valorização do patrimônio natural. O diálogo da realidade rural com a urbana é um fato presente e vívido, podendo esses espaços serem de morada e afazeres, ou até mesmo de descanso e lazer. Estudar a indagação das expressões do lazer das pessoas, que ocorrem nesse ambiente, não de forma que se contraponha ao mundo do trabalho, mas de forma que se faça presente na vida do ser humano que motiva a cultura. De uma maneira simples ou complexa, a um nível elevado, as atividades de lazer proporcionam, por um breve tempo, a erupção de sentimentos agradáveis fortes que, com frequência, estão ausentes nas suas rotinas habituais da vida. A sua função não é simplesmente, como muitas vezes se pensa, uma libertação de tensões, mas a renovação dessa medida de tensão, que é um ingrediente essencial da saúde mental (ELIAS; DUNNING, 1992, p. 137-8).

É importante acentuar que o rural vem se adequando não só ao sucessivo desenvolvimento do espaço urbano, com aspectos socioeconômicos e históricos, mas às requisições do mercado e aos progressos técnicos de todos os tempos. Por esse motivo, é apontado por Galvão (1995) que o entendimento da organização e da dinâmica do espaço agrário deve ser buscado fora de seus próprios limites, ou seja, nas relações com a cidade e por meio dela, com os vários vetores da economia e da sociedade em diferentes escalas. Os processos de produtividade capitalista vêm se expandindo com novas técnicas e conhecimentos. Já que o rural, em deliberada proporção, retrata uma fração do espaço geográfico, seus aspectos naturais, em conjunto com a técnica de transmissão de informação, mostram-se como alternativas para as atividades humanas. Dessa forma, por intermédio das múltiplas atuações que acarretam uma diversidade de relações, o rural engloba novidades nas atividades como é, por exemplo, o caso do turismo e do lazer. O conjunto de atividades relacionadas a lazer/turismo rural é vasto e passam por transformações ajustadas com as alternativas que oferece cada lugar. É possível notar algumas práticas que são comuns em todos, ou alguns estados brasileiros, como: caminhadas, esportes ao ar livre, festividades, shows regionais, apreciação de costumes e paisagens naturais, artesanato, áreas rurais, entre outros.


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A fim de denotar os objetivos apresentados para este estudo, é fundamental esclarecer o que se percebe por lazer/turismo no espaço rural. Firmando-se na visão de Graziano, Vilarinho e Dale (1998), no presente trabalho são utilizados os termos turismo em áreas rurais ou turismo no espaço rural como sinônimo para englobar tanto as atividades que se desenvolvem no interior das propriedades, como também o lazer que se faz fora das propriedades. As atividades de lazer que acarretam ao turismo necessitam de suporte em infraestrutura, para hospedagens dos visitantes, e dos espaços para as práticas do lazer. Essas apresentações técnicas, –– aliadas com os aspectos sócios ambientais –– tornam mais significantes os locais turísticos, podendo favorecer o seu desenvolvimento. O turismo passa a se caracterizar como fonte especial para o reconhecimento do espaço rural, sendo possível influenciar de forma positiva as condições de vida da população local. Contudo, para que o público seja capaz de desfrutar dos proveitos ocasionados por essa atividade turística, é indispensável conservar não tão somente os encantos naturais, mais também tradições e costumes dos habitantes locais. Assim sendo, como diversos empreendimentos econômicos, as atividades pertinentes ao lazer/turismo, da mesma forma, necessitam do apoio do poder público em distintas escalas, especialmente as que se relacionam ao aperfeiçoamento da infraestrutura viária, saneamento básico, entre outros. Por conseguinte, seu progresso deve estar firmado na comunicação de desiguais atores, tanto público quanto privado. O turismo pode estimular os espaços rurais, não como principal fonte de desenvolvimento, mas como um componente que adicione, em conjunto, com outras atividades tradicionais como a lavoura, a pecuária, os pequenos produtores artesanais e industriais, etc; sendo capaz de influenciar de forma positiva nos aspectos sociais, ambientais e culturais. Entretanto, para que esses propósitos sejam obtidos, é indispensável que se tomem medidas de sustentabilidade e compreender que é provável preservar os recursos naturais e, ainda assim, obter resultados suscetíveis ao desenvolvimento. Os quatro elementos-chave que configuram a sustentabilidade (economia, cultura, sociedade e meio ambiente) devem envolver o turismo nas áreas rurais com uma importância redobrada, nutrindo e enriquecendo o desenvolvimento da atividade turística, ao mesmo tempo em que se configuram na matériaprima da atividade, isto é, nos próprios recursos que favorecem e influenciam na demanda para o meio rural (VEZZANI, 2008).


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Figura 3 – Desenvolvimento turístico no espaço rural.

Fonte: MARTINEZ, MONZONÍS, 2000 apud VEZZANI, 2008, p.32.

A sustentabilidade rural se manifesta na essência de possibilitar procedimentos de modo que o desenvolvimento agrícola seja conservado, as requisições da comunidade sejam acolhidas, desde que o meio ambiente não seja degradado por esses motivos, e seus recursos naturais sejam mantidos, a começar do agricultor familiar até as empresas e produtores agrícolas. O turismo rural pode ser chamado, efetivamente, de turismo rural sustentável quando for estimulador da compreensão sobre os impactos que poderá causar nos ambientes: natural, cultural e humano; quando for estimulador da justa distribuição de benefícios e custos, quando for o gerador de empregos locais – diretos e indiretos −, quando for estimulador de indústrias domésticas como: agroindústrias, hotéis e outros tipos de alojamentos, restaurantes e outros serviços, por exemplo, alimentação, sistemas de transporte, artesanato e serviços de guias locais de forma compatível com a sustentabilidade, quando diversificar a economia das áreas rurais, quando encorajar o uso produtivo de terras consideradas marginais para a agricultura, permitindo a conservação de grandes áreas com cobertura vegetal original e quando intensificar a autoestima das comunidades locais, oferecendo oportunidades de maior compreensão e comunicação entre a população rural e a urbana. (SWARBROOKE, 2000 apud VEZZANI, 2008, p.32).

O convívio do homem com a natureza deve ser praticado de forma prudente, levando em consideração que os bens naturais precisam de cuidados e planejamento. Dessa forma, é importante conscientizar a população e os turistas, a fim de diminuir os danos e a deterioração do patrimônio natural. Com base nesses pressupostos, considera-se que a gestão dos meios de hospedagem deve possuir atitudes responsáveis na redução dos impactos ambientais, adotando uma conduta voltada para o equilíbrio do ambiente. A responsabilidade ambiental torna-se um


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importante instrumento gerencial para dar condições de competitividade às organizações de qualquer segmento do turismo e da hotelaria. Desde a harmonia para a conservação do meio ambiente adequado, o corpo social vai estabelecendo incontáveis traços para existir e encontrar-se no mundo. Nessas circunstâncias, o turismo e seus artifícios necessitam serem aptos para atender os propósitos que estimulam as pessoas a se deslocarem do meio urbano e visitar espaços no campo. É possível observar que as atividades de lazer e turismo percorrem ao ambiente ou os artifícios naturais e culturais, e que devem se adequar à forma e necessidades do espaço. À frente desses argumentos é possível verificar a relevância da atividade do turismo, assim como da qualificação e da preservação do meio ambiente. As conexões entre lazer e turismo, junto ao meio ambiente natural, provocam consequências tanto positivas quanto negativas. Nas positivas, os movimentos turísticos intervêm no ambiente natural com visibilidade para contribuir na sua guarda e preservação, seja pela admissão de medidas regulatórias, seja por manuseio e planejamento também colabora com o fluxo do capital, com o progresso econômico regional e a formação de emprego e renda, promovendo uma melhor qualidade de vida dos grupos receptores. As negativas sucedem da incontestabilidade de uma organização ambiental e turística apropriada dos recursos naturais constituintes a essa atividade e que muitas vezes passa por modificações visíveis. Exemplo é o uso impróprio do solo, que ocasiona modificações de conduta da fauna silvestre, depravação e sonegação da paisagem, vários tipos de contaminação, que tem como consequência a extinção da flora local. Dessa forma, a evolução de um lazer rural sustentável deve apresentar os pontos ambientais, culturais, sociais e econômicas. As pesquisas inerentes aos turistas são limitadas, quando se trata de envolvimento nas concepções que relata o turismo sustentável. Segundo Swarbrooke (2000), os turistas que levam a sério o desenvolvimento sustentável em suas vidas diárias acreditam que suas férias anuais são os únicos momentos em que podem comportar-se hedonisticamente, sem a necessidade de serem responsáveis. Ainda assim, é fundamental que se sigam medidas de sustentabilidade e que se tornem aceitáveis frequentes avanços, no mesmo momento em que se protegem os recursos naturais existentes. Dessa forma, é preciso amplificar o turismo em zonas rurais com maior relevância, fruindo e aumentando o progresso das atividades de lazer e, simultaneamente, que se cuide da matéria-prima da atividade: o espaço rural. Assim, como dos inerentes modos que beneficiam e induzem na procura para esse meio, é importante informar os proprietários rurais, os trabalhadores e os turistas, que também


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precisam realizar a sua parte nesse procedimento, empenhando-se com a redução dos efeitos negativos ambientais e culturais, que as práticas sejam capazes de ocasionar. Enfim, a sustentabilidade ambiental no lazer deve retratar a expansão de políticas, de técnicas e atos frequentes, que propiciem a prevenção do meio ambiente. 2.2 Projetos Referenciais No desenvolvimento deste tópico serão apontadas as referências projetuais que colaboraram de forma positiva para o desenvolvimento do programa de necessidades, escolha de materiais, dimensionamento dos espaços propostos no presente projeto, bem como, setorização. 2.2.1 Serviço Social do Comércio (SESC) Pompéia - Barra Funda, São Paulo, Brasil. O SESC Pompéia foi projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi, inaugurado no ano de 1986 e está localizado na rua Clélia, nº 93, Barra Funda, São Paulo, Brasil, em uma área de 23.571 m². O projeto se iniciou com a revitalização de uma antiga fábrica de concreto e se tornou um dos marcos da arquitetura brasileira, sendo também referência internacional. O projeto conta com três volumes prismáticos de concreto aparente. O prisma maior é retangular e possui cinco pavimentos com 8,60 m de altura entre os pisos; o prisma menor é retangular com doze pavimentos, destinados à prática dos esportes; o terceiro prisma possui formato de um cilindro formado por uma concretagem sistemática de setenta anéis, de um metro de altura cada e está interligado ao prisma menor por uma passarela metálica na sua cobertura (ARCHDAILY BRASIL, 20134). Além disso, o projeto não apresenta estruturas internas complementares. Por isso, suas paredes possuem 30 cm de largura e lajes que chegam a 1 m de altura e os moldes das paredes foram feitos com tábuas de madeira. Sua arquitetura é marcada por suas formas retangulares, bem como aberturas de janelas quadradas, mas, que não seguem alinhamento. Os prismas são interligados com passarelas elevadas, onde cada uma apresenta um desenho diferente, detalhes que dão maior relevância ao projeto (ARCHDAILY BRASIL, 2013).

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Clássicos da Arquitetura: SESC Pompéia / Lina Bo Bardi. ArchDaily Brasil, 2013. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-153205/classicos-da-arquitetura-sesc-pompeia-slash-lina-bo-bardi>. Acesso em abril 2018.


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Figura 4 – Fachada principal da obra, ilustrando passarelas.

Fonte: Archdaily. Disponível em <https://www.archdaily.com.br/br/01153205/cl assicos-da-arquitetura- sesc-pompeia-slashlina-bo-bardi>. Acesso em abril de 2018.

Figura 5 – Vista das aberturas disposições das externas e disposição dos prismas.

Fonte: Archdaily. Disponível em <https://www.archdaily.com.br/br/01153205/cl assicos-da-arquitetura- sesc-pompeia-slashlina-bo-bardi>. Acesso em abril de 2018.

Para os espaços de convivência mais aconchegantes, Lina criou um riacho (que também possui função coletora das águas pluviais), uma lareira e mobiliários confortáveis que promovessem a socialização entre as pessoas. Foram também criados espaços vagos entre os galpões, formando ruas, com o intuito de organizar os fluxos internos. Figura 6 – Vista externa, ruas de ligações aos galpões

Fonte: Archdaily. Disponível em < https://www.archdaily.com.br/br/01-153205/classicosda-arquitetura-sesc-pompeia-slash-lina-bo-bardi>. Acesso em abril de 2018.

Figura 7 – Vista interna da área de convivência

Fonte: Archdaily. Disponível em < https://www.archdaily.com.br/br/01-153205/classicosda-arquitetura-sesc-pompeia-slash-lina-bo-bardi>. Acesso em abril de 2018.

Esse projeto é referência para a elaboração do presente trabalho devido a seu programa diversificado e variedade de atividades, podendo destacar espaços como: de estar, alimentação, piscinas e espaços administrativos. É relevante a disposição das áreas livres de convivência, amplas e integradas, fazendo com que os ambientes se tornem mais confortáveis. O emprego


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do uso dos materiais como concreto, alvenaria, mesclados às fôrmas de madeira formam uma composição simplificada no custeio, mas ainda assim permanecendo a beleza da obra. Estes elementos aparentes, agregam de forma positiva, para aplicação no projeto. 2.2.2 Serviço Social do Comércio (SESC) Jundiaí – Jundiaí, São Paulo, Brasil. O SESC Jundiaí foi projetado no ano de 2014 pelo grupo de arquitetas da Teuba Arquitetura e Urbanismo, Christina de Castro Mello e Rita Vaz (autoras). Está localizado em Jundiaí, São Paulo, Brasil, e possui uma área de 19.752.92 m². Cercado pelo Rio Jundiaí e o Jardim Botânico, com visão favorecida dos pontos altos da cidade, o projeto do SESC vincula a opostos: formas orgânicas, linhas retas e volumétricas (ARCHDAILY BRASIL, 20155). Figura 8 – Fachada principal do projeto

Fonte: ArchDaily. Disponível em < https://www.archdaily.com.br/br/767462/sesc-jundiai-teuba-arquitetura-eurbanismo>. Acesso em abril de 2018.

É um projeto que envolve a sociedade com um programa de necessidades bem amplo e inovador, e que oferece às pessoas que ali frequentam atividades relacionadas ao lazer, cultura, arte e a saúde. Possui também características que exaltam a arquitetura moderna brasileira: “A articulação de opostos, a leveza, a transparência dos espaços, sem segredos, a fruição e a integração dos espaços internos e externos, desmanchando a noção das “caixas” construídas e também a incorporação de elementos da arquitetura tradicional brasileira com suas varandas,

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SESC Jundiaí / Teuba Arquitetura e Urbanismo. ArchDaily Brasil, 2015. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/767462/sesc -jundiai-teuba-arquitetura-e-urbanismo>. Acesso em abril, 2018.


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chão de cacos de cerâmica e tetos de ripados de madeira.” (GALERIA DA ARQUITETURA, 20166). Figura 9 – Vista externa, ruas de ligações aos galpões

Fonte: ArchDaily. Disponível em < https://www.archdaily.com.br/br/767462/sesc-jundiai-teuba-arquitetura-eurbanismo>. Acesso em abril de 2018.

É composto por dois volumes: um de formato cilíndrico que comporta o ginásio, um horizontal com comprimento extenso e curvo que é constituído de acordo com o programa disposto nas figuras 10,11 e 12, exceto um mezanino que em sua área livre da planta possui outro setor administrativo e cozinhas, e um terraço “Ao planejarmos a cobertura do bloco horizontal, concebemos um terraço com jardins marquises que funcionam como uma concorrida área de estar, lazer, exposições, ginásticas e jogos, votados para a paisagem do jardim botânico, da cidade e da Serra do Japi.” (GALERIA DA ARQUITETURA, 2016). O bloco horizontal está composto por: estacionamentos e serviços em cota abaixo do pavimento térreo, porém com aberturas e jardins que possibilitam iluminação e ventilação natural. Pavimento térreo com o grande hall de acesso tendo à direita o teatro e respectivas áreas de apoio e à esquerda vestiários das piscinas, setor médico, ambientes técnicos e acesso as áreas de esporte externas. A frente do grande hall e no térreo do bloco vertical a biblioteca, a oficina de tecnologia da informação, o espaço brincar, as áreas de ginástica e atividade física, vestiários esportivos e a clínica de odontologia (ARCHDAILY BRASIL, 2015).

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Arquitetura Cilíndrica se Impõe no Entorno. Galeria da Arquitetura. Disponível em: < https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/teuba-arquitetura-e-urbanismo_/sesc-jundiai/2144>. Acesso em abril 2018.


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Figura 10 – Planta subsolo

SUBSOLO 1 – Estacionamento 2 - Porão do palco 3 – Reservatório dos sprinklers 4 – Poço inglês 5 – Central de água gelada 6 – Galeria (acesso à casa de máquinas das piscinas). Fonte: ArchDaily. Disponível em < https://www.archdaily.com.br/br/767462/sesc-jundiai-teuba-arquitetura-eurbanismo >. Acesso em abril de 2018 / Adaptado pela autora, 2018. Figura 11 – Planta térreo

TÉRREO 1 – Acesso principal 2 – Convivência 3 – Foyer do teatro 4 – Teatro 5 – Camarins 6 – Acesso ao subsolo 7 - Acesso ao estacionamento 8 – Acesso às piscinas 9 – Biblioteca 10 - Hall 11 – Ginástica 12 – Odontologia 13 – Espaço Brincar 14 – Tecnologia 15 – Rampa de acesso às piscinas 16 – Sala de multiuso 17 – Sala de atividades 18 – Quadra poliesportiva 19 – Minicampo de futebol 20 – Arquibancada Fonte: ArchDaily. Disponível em < https://www.archdaily.com.br/br/767462/sesc-jundiai-teuba-arquitetura-eurbanismo >. Acesso em abril de 2018 / Adaptado pela autora, 2018.

O pavimento superior está integrado ao pavimento térreo pelo vazio do grande hall com espaços expositivos, de estar, alimentação, o ginásio de múltiplo uso (esportes e espetáculos), as piscinas e espaços administrativos (ARCHDAILY BRASIL, 2015).


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Figura 12 – Planta pavimento superior

PAVIMENTO SUPERIOR 1 – Vazio 2 – Rampa de acesso 3 – Exposições 4 – Cabine de som e projeção 5 – Administração 6 – Quadra poliesportiva 7 – Oficinas 8 – Sala multiuso 9 – Comedoria 10 - Cozinha 11 – Piscina semiolímpica coberta 12 – Piscina infantil coberta 13 – Solário 14 – Piscina infantil descoberta 15 – Piscina descoberta 16 – Fonte lúdica. Fonte: ArchDaily. Disponível em <https://www.arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/teuba-arquiteturaurbanismo-sesc-jundiai-sp >. Acesso em abril de 2018/ Adaptado pela autora, 2018.

Todo o projeto foi pensado para que houvesse uma melhor iluminação e ventilação natural, que funcionam muito bem. Para garantir a qualidade da ventilação foram criadas aberturas em toda a estrutura que renovam o ar por efeito chaminé. Essas aberturas também colaboram com a iluminação natural, aliadas a uma composição de esquadrias de vidros que se aplicam em todo o projeto de forma leve e sutil. O planejamento e o uso da integração do projeto, com uma zona de preservação existente no local é semelhante com a proposta do projeto em estudo, com soluções arquitetônicas encontradas para a acessibilidade dos espaços, bem como o programa de necessidades. Também foi utilizado como referência o emprego do uso dos materiais que se conectam, trazendo uma sutileza a obra e promovem de forma direta o uso dos recursos naturais. 2.2.3 Fazenda Capoava - Itu, São Paulo, Brasil A Fazenda Capoava está localizada na cidade de Itu, São Paulo, entre a Mata Atlântica e rochas de granitos da região chamadas de Matacões. Seu acesso é através da Rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, em um percurso completamente envolvido pela natureza que proporciona aos visitantes, desde então, a tranquilidade do campo. Na atualidade, a fazenda Capoava faz parte da Associação de Hotéis Roteiros de Charme7 e se tornou uma das fazendas

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É uma Associação de Hotéis Roteiros de Charme, que congrega atualmente 70 Hotéis, Pousadas e Refúgios Ecológicos situados, do Norte ao Sul do Brasil, em 16 estados e 64 destinos turísticos.


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mais fascinantes do Brasil. Arquitetonicamente conserva sua base histórica desde a época dos bandeirantes, a forma de acolhimento e mantimento da culinária. O casarão, que é a sede principal da fazenda, é de meados de 1750, acompanha o padrão da arquitetura bandeirista, utilizando a técnica da taipa e pilão. A cidade de Itu possuía grande influência da produção de açúcar, sendo a Fazenda um dos mais importantes engenhos da região, passando por transições, realizada por seus antigos proprietários, e transformada em hotel anos depois (FAZENDA CAPOAVA, 20168). A fazenda proporciona aos seus visitantes experiências de lazer e hospitalidade, através da harmonização do campo, valorizando as histórias de seus antepassados, além de potencializar a ideia de um desenvolvimento sustentável. Ainda, segundo a página oficial do empreendimento, um aspecto importante para a área e a sociedade é o “Projeto Floresta do Futuro e Preservação das Águas”, em parceria com a Fazenda Capoava, o S.O.S Mata Atlântica9 e a Rodovia das Colinas. O projeto agrupa a regeneração de matas ciliares, através da plantação de 14 mil mudas de espécies nativas, cooperando de forma direta na proteção das represas e das margens de córregos contra processos erosivos, além de atuar como um programa de educação ambiental (FAZENDA CAPOAVA, 2016). Figura 13 – Fazenda Capoava – Sede

Fonte: Fazenda Capoava. Disponível em < Fonte: Disponível em <http://www.fazendacapoava.com.br/v3/pt/afazenda>. Acesso em abril de 2018.

De acordo com informações obtidas no sitio eletrônico da Fazenda Capoava, ela dispõe de sete chalés nomeados: Chalé Ypê, Chalé Capoava Padrão, Chalé Capoava Loft, Chalé

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Fazenda Capoava. Turismo com Estilo Brasileiro. Disponível em: <http://www.fazendacapoava.com.br/v3/pt/afazenda >. Acesso em abril 2018. 9 Ela tem como meta preservar o que resta da Mata Atlântica, aprimorar o patrimônio material e cultural elaborado e exercitado pelos grupos que residem nesta região.


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Figueira, Chalé Lago, Chalé Figueira com Jardim e Chalé Colônia. Ambos possuem hospitalidade que atendem às necessidades e gostos dos visitantes nos quesitos arquitetônicos, disposições e quantidade de cômodos. A culinária é um diferencial da Fazenda baseada nas influências dos povos que aqui aportaram, e propiciaram uma troca de experiências em que usos e costumes são preservados. Os serviços de lazer oferecidos pela Fazenda são: piscina, sauna, massagem, sala de star, recreação, cavalgadas/charrete, pavilhão de jogos, quadra de tênis, caminhadas, bicicleta, caiaque/stande up paddle, eventos, eventos corporativos, casamentos, programação (FAZENDA CAPOAVA, 201610). Figura 14 – Fazenda Capoava – Sede.

Figura 15 – Fazenda Capoava – Salão de Jogos.

Fonte: Fazenda Capoava. Disponível em < <http://www.fazendacapoava.com.br/v3/pt/afazenda>. Acesso em abril de 2018.

Fonte: Fazenda Capoava. Disponível em < <http://www.fazendacapoava.com.br/v3/pt/a -fazenda>. Acesso em abril de 2018.

Figura 16 – Fazenda Capoava – Epaço para Casamento

Fonte: Fazenda Capoava. Disponível em < <http://www.fazendacapoava.com.br/v3/pt/afazenda>. Acesso em abril de 2018

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Figura 17 – Fazenda Capoava – Refeitório.

Fonte: Fazenda Capoava. Disponível em < <http://www.fazendacapoava.com.br/v3/pt/afazenda>. Acesso em abril de 2018.

Fazenda Capoava. Turismo com Estilo Brasileiro. Disponível em: < http://www.faz endacapoava .com.br/v3/pt/a-fazenda >. Acesso em abril 2018.


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A concepção e o uso da integração do projeto com uma zona de preservação existente, assim como, o programa de lazer oferecido no local, citado acima, se assemelha com o presente projeto em estudo. Além de possuir uma maior relevância no que diz respeito a preservação do meio onde será implantado, de elementos construtivos como madeira e pedras, são pontos determinantes para escolha da presente referência. 3. APRESENTAÇÃO DA ÁREA O município de Tremedal está localizado na região sudoeste do estado da Bahia, com área de 2.010,316 km² e uma população de 17.700 habitantes (IBGE, 2017). Pertence à microrregião de Vitória da Conquista situada a 84 km de distância, sendo divisa com os municípios de Belo Campo, Piripá, Maetinga, Presidente Jânio Quadros e Cândido Sales. Atualmente, seu território situa-se no polígono da seca, com topografia ondulada, de clima semiárido, apresentando uma temperatura média anual em torno de 20º C, apresenta um período chuvoso de novembro a janeiro e apontando um índice pluviométrico de 500 mm. Figura 18 – Vista aérea da cidade de Tremedal

Fonte: Prefeitura Municipal de Tremedal. Disponível em < https://www.facebook.com/TremedalBA >. Acesso em abril de 2018.

A economia do município de Tremedal é proveniente de alguns estabelecimentos comerciais locais que geram empregos; e empresas prestadoras de serviços. A economia da cidade, no que concebe as formas de empregos, as atividades administrativas da prefeitura absorvem a mão de obra local, pelo fato de empregar parte da população. Outras contribuições se devem aos aposentados que são consumidores fidedignos, fazendo com que o capital circule pela cidade. A área comercial da sede se concentra, basicamente, no perímetro central difundindo-se para as demais áreas.


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3.1 Inserção do empreendimento Propõe-se a implantação de um Espaço de Entretenimento, decorrente da necessidade de um local que oferte o uso de práticas de atividades voltadas ao lazer, e que promovam interação e convívio social e que influencie na economia local. Decorrente dessas necessidades foi elaborada uma proposta de um espaço que proporcione bem-estar físico e mental à população, oferecendo amplitude nas escolhas de sua programação, além de promover o reconhecimento do local onde será implantado o empreendimento, enaltecendo o potencial dos seus recursos hídricos, assim como os valorizar e respeitar o meio ambiente. Além do que diz respeito às necessidades e o contexto ambiental, a escolha do local de inserção conduz ao desenvolvimento socioeconômico do município, principalmente pela obrigatoriedade de transitar nas principais vias coletoras (que concedem o acesso ao espaço), onde se faz presente à maior concentração do comércio da cidade. Isso influenciará no consumo, principalmente dos visitantes vindos das cidades circunvizinhas, ademais no desenvolvimento econômico para o município. A proposta também conduz a melhoria de vida dos moradores através da geração de emprego e renda. 3.2 Localização O terreno escolhido para a implantação do Espaço de Entretenimento localiza-se na Fazenda Ilha, área rural da cidade de Tremedal, especificamente às margens do açude Ribeirão da Ressaca (lago artificial de abastecimento da região). O fácil acesso, devido à estrada que leva para o distrito de Lagoa Preta, viabiliza ainda mais a implantação do empreendimento. Figura 19 – Mapa da Região de Tremedal- Ba.

Fonte: Adaptado pela autora a partir do BLOG SPOT e GOOGLE MAPS, 2018.


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O terreno (Figura 20 e 21) possui características rurais e encontra-se em um local estratégico, em que podem ser usufruídos os recursos naturais. Seus atributos se encaixam de acordo com a proposta apresentada, por ser o local estabelecido em uma área pouco edificada, o que proporciona redução de impactos como ruídos e sombreamento. Figura 20 – Vista lateral esquerda.

Fonte: Arquivo pessoal da autora, 2018.

Figura 21 – Vista principal, frontal.

Fonte: Arquivo pessoal da autora, 2018.

Ressaltando o fácil acesso de pedestres e veículos, –– de acordo com informações obtidas pelo Google Earth –– o percurso existente entre o final da rua Lagoa Preta em encontro com a Estrada Para Lagoa Preta, que dão acesso ao terreno, possui 2,12 km. A via de acesso à cidade, a BA-263, perfaz exatos 4,94 km até a Ilha, de onde é possível observar o conjunto de vias coletoras que concedem ao terreno do Espaço de Entretenimento. Figura 23 – Mapa de vias.

Fonte: Elaborada pela autora a partir do CADMAPPER e GOOGLE EARTH, 2018.


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Figura 22 – Mapa de Localização.

Fonte: Elaborada pela autora a partir do CADMAPPER e GOOGLE EARTH, 2018.

A via coletora de maior importância na cidade, receptora dos fluxos oriundos da BA263 é a avenida Sete de Setembro. Essa se encontra com outra via, a rua Lagoa Preta, que dão origem à via denominada Estrada Para Lagoa Preta (citado acima, 4.2 Localização) que dá acesso de forma direta ao terreno. 3.3 Usos e atividades do entorno Devido à localização rural do terreno escolhido, uma fração do seu entorno é acrescentada por áreas de pastagem, vegetação nativa e alguns fragmentos de vegetação mista. As residências que o contornam são sítios e pequenas fazendas que apresentam estado médio de conservação ambiental, com espaços destinados ao cuidado animal de pequeno e médio porte com plantações de palma (opuntia fícus - indica) e árvores frutíferas dispostas nos seus terrenos. As demais áreas, as mais longínquas, que compõem o seu entorno, são basicamente de uso misto, residencial e comercial, além de possuir áreas institucionais, de lazer, saúde e serviços. É possível também perceber que o entorno imediato ao terreno é composto por edificações de uso residencial sem conexões direta com a área. É provável, assim, que impactos


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sejam diminuídos ou nulos, como a não propagação de ruídos e sombreamento. Há também, área de pouca circulação de veículos e de pedestres, o que proporciona fluidez no tráfego, não ocasionando problemas ao empreendimento e vizinhança. Figura 24 – Mapa de usos e atividades do entorno.

Fonte: Elaborada pela autora a partir do CADMAPPER e GOOGLE EARTH, 2018.

3.4 Indicação de Infraestrutura urbana A área escolhida atende à infraestrutura urbana necessária para edificações como espaço de lazer pois compreende: rede elétrica fornecida pela Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (COELBA), e estrutura viária da Estrada Para Lagoa Preta, de solo cascalhado, uma vez que recebe manutenção anual pela prefeitura. A área ainda não possui inserção junto aos órgãos competentes quanto ao sistema de saneamento básico: como o abastecimento de água, que é fornecido pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento (EMBASA), a mesma que abastece Tremedal. Não há sistema de coleta de resíduos sólidos, serviços que serão solicitados antes da implantação do projeto. Com o estudo de um raio médio de um quilômetro, é possível identificar o uso dessa área para fins comerciais e residenciais, bem como, demarcar a presença de setores importantes no município, como: supermercados, salões de cabeleireiro, panificadora, lojas de roupas, lojas de utensílios e materiais escolares – comercial; bares e restaurantes – alimentação; quadra poliesportiva – lazer; creche e escolas municipais – educação; hospital municipal, Programa Saúde da Família (PSF), Unidade de Saúde Familiar (USF) – saúde; delegacia municipal – serviços; borracharias e oficinas de carro e moto – oficinas.


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A disposição dessas áreas influencia na valorização do empreendimento, por estar próximo a setores relevantes: postos de atendimento à saúde, policiamento e pontos comerciais, o que facilita o acesso para possíveis necessidades dos visitantes, dando–lhes maior segurança e confiança ao frequentar o espaço. Figura 25 – Mapa de infraestrutura.

Fonte: Elaborada pela autora a partir do CADMAPPER e GOOGLE EARTH, 2018.

É válido ressaltar que a cidade não dispõe de transporte coletivo. O fluxo de veículos automotores é baixo devido a duas vias coletoras de mãos duplas que a cidade possui, formando assim um gargalo, impedindo a distribuição do mesmo para a via local. Além disso, há poucas moradias em seu entorno, o que caracteriza o baixo fluxo também de usuários. 3.5 Condicionantes Físicos De acordo com a análise topográfica do terreno é possível perceber irregularidades, com elevação mínima de 519 m, média 523 m, máxima 524 m. O terreno possui uma diferença de 5 m entre seu ponto mais alto e o mais baixo, no entanto, o desnível não é brusco, atingindo no máximo 6,1% de declividade. Com área de 47.049,41 m² e perímetro de 807,39 m, o entorno imediato conta, em sua face Norte, Leste e Sul com terrenos vazios, águas calmas e algumas residências A face Oeste apresenta terrenos vazios com poucas residências. Ressalta-se que sua localização está ligada de forma direta ao Ribeirão da Ressaca, que forma o açude, –– que contribui fortemente para a economia da região. As matas ciliares do Ribeirão da Ressaca e


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margens do açude são compostas de vegetações baixas e rasteiras, em permeio árvores de porte médio, típicas do semiárido. Figura 26 – Mapa da topografia.

Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir do GOOGLE EARTH, 2018.

Ao que se refere ao estudo de insolação do terreno, é possível observar as maiores incidências solares na fachada frontal e lateral direita, bem como o poente, que alcança a fachada posterior e a lateral esquerda. Da análise da ventilação, nota-se que as direções predominantes dos ventos no terreno, são oriundas do Sudeste. Além disso, é possível perceber que as edificações vizinhas possuem crescimentos horizontais e se distanciam do terreno. Portanto as mesmas não interferem na ventilação do terreno. Estes fatores contribuem para a decisão de como foram dispostas as construções a serem implantadas, visando maior conforto térmico, acústico e físico dos frequentadores.


35

Figura 27 – Mapa de Insolação e ventilação.

Fonte: Elaborada pela autora a partir do CADMAPPER e GOOGLE EARTH, 2018.

Em relação à projeção ou cone de sombra geradas, foi possível perceber que a iluminação natural não ocasiona problemas tanto para o empreendimento implantado quanto para as edificações vizinhas. 3.6 Legislação Considerando que o Estatuto da Cidade isenta qualquer município com população abaixo de 20.000 habitantes a ter um plano diretor urbano, a cidade de Tremedal não emprega relações para construções, assim como projetos urbanísticos. Dessa forma, as legislações a serem aplicadas tem como base o Plano Diretor e Código de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo e de Obras e Edificações, de lei nº 1.481/2007 da cidade de Vitória da Conquista, por ser a mais próxima que apresenta legislação (BRASIL, 2001). De acordo com o Anexo II do Código de Obras, os usos nos quais enquadra o projeto em questão são o uso de serviços de esportes, lazer e diversão, inseridos no S-i, que qualifica o centro de lazer como outros serviços de diversão, cultura, recreação, reunião e afluência de público não classificados. O projeto também pode ser qualificado como complexo turístico, inserido nos serviços de usos especial, que considera o centro como Complexo Turístico. Esses conhecimentos se tornam importantes para se observar, a zona de uso identificada, Núcleos Urbanos, por se denominar como área afastada dos centros urbanos. A leitura da relação campo e cidade constitui-se em um debate rico para a ciência geográfica, principalmente ao tratar da influência dessa relação na dinâmica dos pequenos núcleos urbanos, como algumas vilas que embora classificadas como espaços urbanos pelos órgãos e instituições oficiais, apresentam em seu cotidiano, práticas e reprodução de valores característicos


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do mundo rural. (MESQUITA, MENDES, 2014. p.15-32).

Assim como, os critérios para uso dos coeficientes, recuos e vagas de estacionamentos. Possuindo como maior relevância os quadros de usos do solo por área de influência, o empreendimento se classifica como atividade municipal, com área de 500 a 5.000 m². Devido à localização do terreno e classificação do empreendimento os critérios de maior influência e uso foram voltados ao código florestal. O uso dos recuos, abordados no Anexo II do Código de Obras, não precisaram serem empregados durante a elaboração do projeto.

S-8 S-8.11

Quadro 01 - Atividades empreendimentos que configuram o uso do solo SERVIÇO - S Serviços de Esportes, Lazer e Diversão Outros serviços de diversão, cultura, recreação, reunião e afluência de público não classificados. Fonte: Vitória Da Conquista. Quadro 2.1 do anexo II, do Código de Obras do Município, 2007 / Adaptado pela autora, 2018. Quadro 02 - Atividades empreendimentos que configuram o uso do solo EDIFICAÇÃO - ED Especial

ED-2 ED-2.7

Complexo Turístico

Fonte: Vitória Da Conquista. Quadro 2.1 do anexo II, do Código de Obras do Município, 2007 / Adaptado pela autora, 2018.

De acordo com o Código de Obras do Município, o cálculo de vagas de estacionamento para o empreendimento resulta um total de 66 vagas de estacionamento. São acrescidas 10 vagas de estacionamento, reservadas para táxi, ônibus, além das vagas especiais destinadas aos idosos (5% do total) e pessoas com deficiências (2% do total), de acordo com o Decreto Federal 5.296/2004 com uso regulamentado por Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN). As vagas estão dispostas no projeto, divididas em estacionamento 01 e estacionamento 02 – estas ficam localizadas dentro do empreendimento com uma área disponível para estacionar, próximo ao salão de eventos.


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CATEGOR IAS DE USO (2)

Quadro 03 - Vagas de estacionamentos e ou garagens segundo o uso. CLASS PORTE NÚMERO MÍNIMO DE VAGAS IFICA (Área ESTACIONCARGA E EMBARQUE E ÇÃO Construí AMENTO DESCARGA DESEMBARQUE DO da) E/OU PGT GARAGEM

OBSERVAÇ ÃO

S-i, S-3.5, S-3.10, S01 para cada de 500 a 3.11, S-3.13, P2 50 m² de Área 01 02 (2) 5000 m² 2-3.14, SÚtil ou fração 3.15 Fonte: Vitória Da Conquista. Quadro 3.6 do anexo V, do Código de Obras do Município, 2015/ Adaptado pela autora, 2018.

3.6.1 Legislações Complementares De acordo com as classificações do empreendimento, observadas na IT Bahia 11 – Saidas Emergências e o Decreto nº 16.302 de 27 de agosto de 2015, o empreendimento se classifica como ocuapção/uso F; F-6 e F8; sendo atendidas em todo o projeto com larguras de saidas de emergencia acima de 1,65 m. Quadro 04 – Classificação das edificações, estruturas e áreas de risco quanto à ocupação. GRUPO OCUPAÇÃO/USO DIVISÃO DESCRIÇÃO EXEMPLOS Boates, clubes em geral,salões de baile, restaurantes Clubes sociais e dançantes, clubes F-6 diversão sociais, bingo, bilhares, tiro ao Local de reunião de F alvo, boliche e público assemelhados. Restaurantes, lanchonetes, bares, F-8 Local para refeição cafés, refeitorios, cantinas e assemelhados. Fonte: Decreto nº 16.302 do Corpo de Bombeiros da Bahia, 2015/Adaptado pela autora, 2018.

De acordo com a normativa de Instrução técnica nº 06/2016 de Acesso de viatura na edificação estruturas e áreas de risco do Corpo de Bombeiros da Bahia, que comprova e caracteriza a largura mínima permitida de 6 m para as vias de acesso ao empreendimento, além de abordar a dimensão mínima de 4 metros para largura de portões de acesso. Ao que se refere as normativas de acessibilidade NBR 9050 – 2015 – Acessibilidade a edificações, mobiliario, espaços e equipamentos urbanos, é valido ressaltar o uso do dimensionamento das rampas, atendendo a inclinação máxima admissivel de 8,33%, a aplicação do guia de balizamento, assim como corrimãos e guarda-corpos. Com a finalidade de


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um espaço que possa ser usado por todos, foram observadas as normativas referentes ao uso das piscinas e aplicadas no projeto. Foram aplicadas também ao projeto o uso da acessibilidade de banheiros, sendo atendidas as dimensões, distancias e larguras mínimas dos vãos, assim como nos vestiários, com barras de apoio, dimensões e banco. Foi usada a NBR 16537/2016 – Acessibilidade, sinalização tátil no piso, diretrizes para elaboração de projetos e instalação, para indicação dos pisos tateis que interligam a entrada do empreeendimento as edificações, não sendo detalhada em planta por função da escala estabelecida. Outra normativa utilizada no projeto foi a Resolução-RDC nº 216/2004 da Anvisa, que regula as boas práticas para serviços de alimentação em virtude das disposições dos ambientes necessários e básicos para um favorável funcionamento em paralelo com a vigilância sanitária O

sistema

de

reservação

será

constituído

de

reservatórios

inferiores

e

superiores. Segundo Creder (2006) e a NBR 5626/98, o reservatório inferior deve armazenar 60% e o superior, 40% do consumo. Devemos também dimensionar a reserva de incêndio, estimada em 15 a 20% do consumo diário. Quadro 05 – Estimativa de população pela área construída

LOCAL

TAXA DE OCUPAÇÃO

Restaurantes

Uma pessoa por 1.40 m² de área

Fonte: Instalações hidráulicas e sanitárias. Creder, 2006/ Adaptado pela autora, 2018. Quadro 06 – Consumo per capta por tipologia de edificação

PRÉDIO

CONSUMO (LITROS)

Restaurantes e similares

25 por refeição

Escritórios

50 per capta

Cinemas e Teatros

2 por lugar

Apartamentos

200 per capta

Fonte: Instalações hidráulicas e sanitárias. Creder, 2006/Adaptado pela autora, 2018. Quadro 07 – Cálculo dos reservatórios.

CÁLCULOS PARA DIMENSIONAMENTO DOS RESERVATÓRIOS Restaurante: 386 pessoas x 75 per capta x 2 dias = 34682,00 + 11560,80 L (RTI) = 46242,00 L Reservatório Inferior: 60 % x 57804 = 34682,79 L Reservatório Superior: 40 % x 57804 = 23121,60 L + 11560,80 L (RTI) = 34682,00 L Recepção – Classificação utilizada – Escritório: 37 pessoas x 50 x 2 dias = 3700 L Reservatório Inferior: 60 % x 3700 = 2200 L


39

Reservatório Superior: 40 % x 3700 = 1480 L Serviço – Classificação utilizada – Escritório: 37 pessoas x 50 per capta x 2 dias = 3700 L Reservatório Inferior: 60 % x 3700 = 2200 L Reservatório Superior: 40 % x 3700 = 1480 L Sanitários Piscina – Classificação utilizada – Pav. Térreo: 48 pessoas x 50 per capta x 2 dias = 4800,00 L Reservatório Inferior: 60 % x 4800,00 = 2880,00 L Reservatório Superior: 40 % x 4800,00 = 1920,00 L

Salão De Eventos – Classificação utilizada – cinema e teatro: 500 pessoas x 50 per capta x 2 dias = 2000,00 L Reservatório Inferior: 60 % x 2000,00 = 1200,00 L Reservatório Superior: 40 % x 2000,00 = 800,00 L

Quiosques – Classificação utilizada – Pav. Térreo: 6 pessoas x 50 per capta x 2 dias = 400,00 L Reservatório Inferior: 60 % x 800,00 = 480,00 L Reservatório Superior: 40 % x 800,00 = 320,00 L

Chalé 01 E 03 – Classificação utilizada – Apartamento: 3 pessoas x 200 per capta = 600 L Reservatório Inferior: 60 % x 1200,00 = 720,00 L Reservatório Superior: 40 % x 1200,00 = 480,00 L

Chalé 02 – Classificação utilizada – Apartamento: 4 pessoas x 200 per capta x 2 dias = 1600,00 L Reservatório Inferior: 60 % x 1600,00 = 960,00 L Reservatório Superior: 40 % x 1600,00 = 640,00 L

Chalé 04 – Classificação utilizada – Apartamento: 2 x pessoas x 200 per capta x 2 dias = 800,00 L Reservatório Inferior: 60 % x 800,00 = 480,00 L Reservatório Superior: 40 % x 800,00 = 320,00 L Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Segundo Creder (2006), fossa séptica pode ser definida como uma unidade de sedimentação e digestão, de fluxo horizontal e funcionamento contínuo, destinada ao tratamento primário do esgoto sanitário. A fossa séptica destina-se a separar e transformar a matéria sólida contida nas águas de esgoto e descarregar no terreno, onde se completa o


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tratamento. Para a ação neutralizante das bactérias, a altura mínima do líquido é de 1,20m nessas fossas. A fossa séptica do restaurante será compartilhada com a do setor de serviço e administração/recepção, devido a quantidade inferior de fluxos nessas edificações. Da mesma forma será com o salão de eventos que será compartilhada com quiosques e sanitários da área da piscina. Quadro 08 – Contribuição unitárias de esgotos

CONTRIBUIÇÃO (LITROS/DIA) PRÉDIO Restaurantes e similares

UNIDADE Refeição

ESGOTOS (C) 25

LODO FRESCO (LF) 0,10

Cinemas, teatros e templos

Lugar

2

0,02

Apartamentos

Pessoa

200

1

Fonte: Instalações hidráulicas e sanitárias. Creder, 2006/Adaptado pelo autor, 2018.

Quadro 09 – Período de Detenção

PERÍODO DE DETENÇÃO CONTRIBUIÇÃO (LITROS/DIA)

HORAS

DIAS (T)

Até 6000

24

1

Acima de 14000

12

0,50

Fonte: Instalações hidráulicas e sanitárias. Creder, 2006/Adaptado pelo autor, 2018. Quadro 10 – Cálculo de Fossa Séptica

CÁLCULOS PARA DIMENSIONAMENTO FOSSA SÉPTICA Restaurante: V = 180 refeições x (25 contribuições dos despejos x 0,50 período de detenção + 100 x 0,10 contribuição de lodo fresco) = 4050 m³

Salão De Eventos: V = 500 pessoas x (2 contribuições dos despejos x 1 período de detenção + 100 x 0,02 contribuição de lodo fresco) = 2000 m³ Apartamento 02 Pessoas: V = 2 pessoas x (2 contribuições dos despejos x 1 período de detenção + 100 x 1 contribuição de lodo fresco) = 600 m³ Apartamento 03 Pessoas: V = 3 pessoas x (2 contribuições dos despejos x 1 período de detenção + 100 x 1 contribuição de lodo fresco) = 900 m³ Apartamento 04 Pessoas: V = 4 pessoas x (2 contribuições dos despejos x 1 período de detenção + 100 x 1 contribuição de lodo fresco) = 1200 m³ Fonte: Elaborado pela autora, 2018.


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3.6.2 Leis Florestais De acordo com o Capitulo I – Disposições Gerais da lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Art. 2º - As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação nativa, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem. Art. 3º - Para os efeitos desta Lei, entende-se por: [...] IX - interesse social: c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e atividades educacionais e culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais consolidadas, observadas as condições estabelecidas nesta Lei; [...]

CAPÍTULO II DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE Seção I Da Delimitação das Áreas de Preservação Permanente Art. 4º - Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei: III - as áreas no entorno dos reservatórios d'água artificiais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento, observado o disposto nos §§ 1º e 2º; § 1º - Não se aplica o previsto no inciso III nos casos em que os reservatórios artificiais de água não decorram de barramento ou represamento de cursos d'água. § 2º - No entorno dos reservatórios artificiais situados em áreas rurais com até 20 (vinte) hectares de superfície, a área de preservação permanente terá, no mínimo, 15 (quinze) metros. Art. 5º - Na implantação de reservatório d'água artificial destinado a geração de Energia ou abastecimento público, é obrigatória a aquisição, desapropriação ou instituição de servidão administrativa pelo empreendedor das Áreas de Preservação Permanente criadas em seu entorno, conforme estabelecido no licenciamento ambiental, observando-se a faixa mínima de 30 (trinta) metros e máxima de 100 (cem) metros em área rural e a faixa mínima de 15 (quinze) metros em área urbana.

O terreno e a qualificação do reservatório artificial existente, açude do Ribeirão da Ressaca, está disposto em área rural. O que, segundo o código, ficando subtendido, que será preciso atender uma faixa de recuos de 30 metros, no mínimo, e 100 metros, no máximo, para que se tenha uma maior proteção das áreas de preservação dos recursos hídricos e da vegetação nativa. 4 CONCEITO E PARTIDO A premissa deste projeto está relacionada com a integração do homem e das edificações, com a natureza e suas características regionais. Decorrente da necessidade de um espaço que proporcione aos visitantes a fuga do cotidiano corriqueiro e repetitivo dos centros urbanos, é oferecido um local inserido no meio rural, com o intuito de transmitir as mais variadas sensações possíveis de se encontrar na natureza, com edificações aconchegantes e capazes de transmitir contato direto com o espaço natural.


42

A relação homem/natureza resulta em uma ligação que perpassa milhares de anos. Sendo transmitida por uma fonte de maior relevância histórica pelos povos indígenas, que carregam consigo, demonstrando as capacidades utilitárias que a natureza pode oferecer ao homem. As habilidades indígenas são uma prova da criatividade dos seres humanos e sua capacidade extraordinária de se adaptar à necessidade de sobrevivência, fazendo uso do que a natureza lhes poderia oferecer, desenvolvendo, além das técnicas de caçar, cultivo, etc. também o uso de elementos extraídos do próprio habitat para elaboração de suas moradias que são utilizados até os dias atuais. O partido arquitetônico adotado foi a aldeia indígena em que a parte central representa para eles o elo entre as moradias e o local para rituais e festejos, enfatizando, assim, uma maior relevância para essa área. Aplicado ao projeto, a parte central e inicial será composta por uma praça/clareira, situado na parte mais alta do terreno, e dessa forma os acessos as outras áreas do espaço de entretenimento, assim como nas aldeias, se dá através da parte central: a praça. Por conseguinte, são propostos espaços dispostos no terreno de forma tal que sejam aproveitadas as características geográficas, com a apropriação dos recursos e dinâmicas naturais – utilização dos recursos da natureza, sem intervenção agressiva do homem ao meio, minimizando os recortes e aterros. Como um dos objetivos é ter uma relação harmoniosa com o meio ambiente, foram adotados medidas e recursos sustentáveis, usufruindo dos benefícios que a natureza proporciona, como por exemplo, soluções de iluminação, ventilação e sombreamento natural, gerando economia de energia, assim como o emprego de materiais naturais e regionais. Figura 28 – Exemplo de estrutura da Aldeia Indígena.

Fonte: Imagens do Brasil. Disponível em <http://www.imagensdobrasil.art.br/produtos/32 8/2/1/Etnia_Kalapalo/_Parque_Indigena_do_Xingu#.W4AmvujwbIU>. Acesso em abril de 2018.


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A proposta de uso dos materiais regionais também coincide com os que foram utilizados pelos índios, como a madeira, a pedra, a terra, a palha, componentes adotados para a construção das edificações. Além desses elementos construtivos naturais e regionais, vale ressaltar o uso do tijolinho e do telhado cerâmico. Esses materiais naturais reforçam as características propostas, pois possuem a capacidade de transmitir sensação de aconchego ao homem, além do contato direto com a natureza e do que ela é capaz de oferecer, contribuindo também com a redução dos gastos e resíduos construtivos devido a capacidade de adaptação e reuso. 5 PROGRAMA Para a elaboração do programa de necessidades foram observadas as insuficiências de espaços de lazer, a prática de atividades integradas com o meio ambiente, e a falta de lugares que propiciem a população integração e entretenimento visto que esses elementos de mercado não são acatados na cidade de Tremedal, de forma que a implantação do centro de lazer em estudo venha suprir a ausência desse serviço. Levando em consideração o terreno como área favorável, conveniente e com apelo paisagístico para um espaço de lazer, é possível arquitetá-lo como um centro de categoria econômica; de tal maneira que o terreno escolhido apresenta grande dimensão, levando em consideração os recuos provenientes do Código Florestal, que se encaixam aos recursos hídricos e árvores nativas que circundam o terreno; potencializando deste modo o uso e a preservação das áreas verdes, atendendo também as necessidades de uma área de caminhada, ciclovias e práticas de esportes ao ar livre. Dado que o mesmo possui abrangência para atender as necessidades das cidades circunvizinhas, foram então previstos chalés para hospedagem dos visitantes e até mesmo para a população da cidade local. Para melhor entendimento, os ambientes foram setorizados com suas devidas especificações, sendo eles: Serviço, Recepção/Administração, Hospedagem, Lazer, que juntos formam uma área de 3244,81 m².


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SERVIÇO FUNÇÃO/JUSTIFICATIVA

MOBILIARIOS/EQUIPAMENTOS

QUANT.

ÁREA M²

ÁREA TOTAL M²

POP. FIXA

POP. VARIÁVEL

Supervisionar entrada dos visitantes.

Bancadas, cadeira, equipamentos eletrônicos.

1

8,55

8,55

1

-

Almoxarifado

Armazenamento de objetos.

Prateleiras

1

20,53

20,53

-

-

Casa do lixo

Armazenamento de lixo com cestos para coleta seletiva.

-

2

9,74

19,48

-

-

Casa do gás

Abrigo para gás.

Botijões de Gás.

1

10,03

10,03

-

-

Depósito de alimentos

Local destinado para estocagem de alimentos.

Armários

1

19,62

19,62

-

-

Depósito de bebidas

Local destinado para estocagem de bebidas

Prateleiras

1

19,62

19,62

-

-

Almoxarifado

Guarda de itens diversos.

-

1

20,53

20,53

-

-

Descanso/Estar

Espaço para descanso e convivência dos funcionários.

Sofá, poltrona, aparador e televisão.

1

19,76

19,76

-

10

Copa/Refeitório funcionários

Espaço para refeições e preparo rápido de refeições.

Bancada, bancos, armários, mesa e cadeiras, eletrodomésticos, sofás.

1

22,26

22,26

-

10

Local destinado a lavagem de roupas de cama dos chalés

Eletrodomésticos, tanques, armários.

1

21

21

1

-

Vestiário func. masculino

Atender as necessidades pessoais higiênicas e guarda de objetos.

Armário, banco e chuveiro.

1

18,4

18,4

-

-

Vestiário func. feminino

Atender as necessidades pessoais higiênicas e guarda de objetos.

Armário, banco e chuveiro.

1

18,4

18,4

-

-

ESPAÇO

Guarita

Lavanderia


45

SERVIÇO FUNÇÃO/JUSTIFICATIVA

MOBILIARIOS/EQUIPAMENTOS

QUANT.

ÁREA M²

ÁREA TOTAL M²

POP. FIXA

POP. VARIÁVEL

Sanitário func. masculino

Atender as necessidades pessoais higiênicas.

Equipamentos sanitários.

1

13,8

13,8

-

-

Sanitário func. feminino

Atender as necessidades pessoais higiênicas.

Equipamentos sanitários.

1

12

12

-

-

DML

Armazenamento de materiais de limpeza.

Prateleiras

1

5,6

5,6

-

-

Posto de controle

Local para controle de entrada de mercadorias.

Mesa, cadeiras e armário.

1

10

10

1

-

Local destinado para armazenar caixas após estocagem de mercadorias nos depósitos.

-

4,13

4,13

-

-

ESPAÇO

Depósito de caixas

ÁREA TOTAL = 263,71m² RESTAURANTE ESPAÇO

Cozinha do refeitório Despensa de alimentos Sala de refrigeração

Triagem de alimentos

FUNÇÃO/JUSTIFICATIVA

MOBILIARIOS/EQUIPAMENTOS

QUANT.

ÁREA M²

ÁREA TOTAL M²

POP. FIXA

POP. VARIÁVEL

Área destinada ao preparo das refeições para os visitantes.

Bancada, armários e eletrodomésticos.

1

17

17

1

2

Guarda de alimentos.

Armários.

1

10

10

-

1

Local destinado para a refrigeração dos alimentos.

Freezer e geladeira

1

7,8

7,8

-

-

Destinados a conferência e limpeza dos alimentos antes de entrar na cozinha.

Balcão, pia.

1

6

6

-

-


46

RESTAURANTE ESPAÇO

Sala de nutrição

FUNÇÃO/JUSTIFICATIVA

MOBILIARIOS/EQUIPAMENTOS

Avaliação do preparo dos alimentos.

Mesa, cadeira e equipamentos

eletrônicos.

QUANT.

ÁREA M²

ÁREA TOTAL M²

POP. FIXA

POP. VARIÁVEL

1

10,12

10,12

-

-

Atender as necessidades pessoais higiênicas.

Equipamentos sanitários.

1

3,25

3,25

-

-

Área de serviço

Local destinado para lavagem e limpeza

Armário e pia.

1

7,5

7,5

-

-

Depósito temporário de lixo

Local destinado para armazenagem temporária de lixo

-

1

3,75

3,75

-

-

Vestiário func. masculino

Atender as necessidades pessoais higiênicas e guarda de objetos.

Armário, banco e chuveiro.

1

16,87

16,87

-

-

Vestiário func. feminino

Atender as necessidades pessoais higiênicas e guarda de objetos.

Armário, banco e chuveiro.

1

16,87

16,87

-

-

Sanitário func. masculino

Atender as necessidades pessoais higiênicas.

Equipamentos sanitários.

1

9,75

9,75

-

-

Sanitário func. feminino

Atender as necessidades pessoais higiênicas.

Equipamentos sanitários.

1

9,75

9,75

-

-

Espaço para refeições.

Mesas, cadeiras, utensílios para servir os alimentos

1

60

60

-

50

Sanitário feminino

Atender as necessidades pessoais higiênicas.

Equipamentos sanitários.

1

11,63

11,63

-

-

Sanitário masculino

Atender as necessidades pessoais higiênicas.

Equipamentos sanitários.

1

11,63

11,63

-

-

Sanitário nutrição

Refeitório


47

RESTAURANTE

Sanitário feminino PCD

Atender as necessidades pessoais higiênicas de pessoas com necessidades especiais.

Equipamentos sanitários.

1

3,4

3,4

-

-

Sanitário masculino PCD

Atender as necessidades pessoais higiênicas de pessoas com necessidades especiais.

Equipamentos sanitários.

1

3,4

3,4

-

-

ÁREA TOTAL = 208,72 m² ADMINISTRAÇÃO FUNÇÃO/JUSTIFICATIVA

MOBILIARIOS/EQUIPAMENTOS

QUANT.

ÁREA M²

ÁREA TOTAL M²

POP. FIXA

POP. VARIÁVEL

Recepção dos visitantes.

Cadeiras, bancadas, armários, sofás e poltronas.

1

89,6

89,6

2

-

Atendimentos dos serviços por telefonia.

Bancadas, cadeiras e equipamentos eletrônicos.

1

13,35

13,35

2

-

Sala de controle para a segurança.

Bancada, cadeira, armário.

1

7,04

7,04

1

-

Controle financeiro e administrativo.

Mesa, armários, cadeiras, equipamentos eletrônicos.

1

14,45

14,45

1

2

Espaço para reuniões, vídeos e palestras.

Mesa, cadeiras, armário.

1

14,8

14,8

-

6

Armazenamento de objetos.

Prateleiras

1

11,13

11,13

-

-

Sanitário masculino

Atender necessidades pessoais e higiênicas.

Equipamentos sanitários

1

3,07

3,07

-

-

Sanitário masculino PCD

Atender as necessidades pessoais higiênicas de pessoas com necessidades especiais.

Equipamentos sanitários.

1

3,48

3,48

-

-

ESPAÇO

Recepção Sala de comunicação Sala de segurança Administração financeiro Sala de uso múltiplo Almoxarifado


48

ADMINISTRAÇÃO ESPAÇO

Sanitário feminino Sanitário feminino PCD

FUNÇÃO/JUSTIFICATIVA

Atender necessidades pessoais e higiênicas. Atender as necessidades pessoais e higiênicas de pessoas com necessidades especiais.

MOBILIARIOS/EQUIPAMENTOS

QUANT.

ÁREA M²

ÁREA TOTAL M²

POP. FIXA

POP. VARIÁVEL

Equipamentos sanitários

1

3,07

3,07

-

-

Equipamentos sanitários

1

3,48

3,48

-

-

MOBILIARIOS/EQUIPAMENTOS

QUANT.

ÁREA M²

ÁREA TOTAL M²

POP. FIXA

POP. VARIÁVEL

Armários.

1

12

12

-

-

Armário e pia.

1

6,4

6,4

-

-

Prateleiras

1

4,95

4,95

-

-

Equipamento sanitários.

1

3,14

3,14

-

-

ÁREA TOTAL = 163,47 m² HOSPEDAGEM ESPAÇO

Apoio à lavanderia Área de serviço DML Sanitário

FUNÇÃO/JUSTIFICATIVA

Local destinado para dar apoio a lavanderia em guarda de roupas de cama para os chalés. Local destinado para lavagem e limpeza Local para armazenamento de materiais de limpeza Atender necessidades pessoais e higiênicas

ÁREA INDIVIDUAL = 26,49 m² CHALÉ 01 – QUANTIDADE = 1 Dormitório PCD

Descanso para até 3 pessoas com necessidades especiais.

Cama, armário, equipamentos eletrônicos.

1

29,81

29,81

-

3

Sanitário PCD

Atender necessidades pessoais e higiênicas de pessoas com necessidades especiais.

Equipamento sanitários.

1

5,63

5,63

-

-


49

CHALÉ 01 – QUANTIDADE = 1 ESPAÇO

FUNÇÃO/JUSTIFICATIVA

MOBILIARIOS/EQUIPAMENTOS

QUANT.

ÁREA M²

ÁREA TOTAL M²

POP. FIXA

POP. VARIÁVEL

Varanda

Compartimento aberto para descanso e contemplação.

Rede, cadeiras e mesa.

1

32,5

32,5

-

3

Copa

Destinado para refeições rápidas.

Eletrodomésticos e bancadas.

1

15,8

15,8

-

3

ÁREA INDIVIDUAL = 83,74 m² CHALÉ 02 - QUANTIDADE = 1 Dormitório

Descanso para até 4 pessoas.

Cama, armário, equipamentos eletrônicos.

1

25,03

25,03

-

4

Sanitário

Atender necessidades pessoais e higiênicas

Equipamento sanitários.

1

2,8

2,8

-

-

Varanda

Compartimento aberto para descanso e contemplação.

Rede, cadeiras e mesa.

1

29,1

29,1

-

4

Copa

Destinado para refeições rápidas.

Eletrodomésticos e bancadas.

1

12,61

12,61

-

4

Cama, armário, equipamentos eletrônicos.

1

22,2

22,2

-

3

Equipamento sanitários.

1

2,8

2,8

-

-

Rede, cadeiras e mesa.

1

29,14

29,14

-

3

Eletrodomésticos e bancadas.

1

12,61

12,61

-

3

1

10,67

10,67

-

2

ÁREA INDIVIDUAL = 69,54 m² CHALÉ 03 - QUANTIDADE = 1 Dormitório Sanitário Varanda Copa

Descanso para até 3 pessoas. Atender necessidades pessoais e higiênicas Compartimento aberto para descanso e contemplação. Destinado para refeições rápidas.

ÁREA INDIVIDUAL = 66,75 m² CHALÉ 04 - QUANTIDADE = 1 Dormitório

Descanso para até 2 pessoas.

Cama, armário, equipamentos eletrônicos.


50

CHALÉ 04 – QUANTIDADE = 1 ESPAÇO

FUNÇÃO/JUSTIFICATIVA

MOBILIARIOS/EQUIPAMENTOS

QUANT.

ÁREA M²

ÁREA TOTAL M²

POP. FIXA

POP. VARIÁVEL

Sanitário

Atender necessidades pessoais e higiênicas

Equipamento sanitários.

1

3,25

3,25

-

-

Varanda

Compartimento aberto para descanso e contemplação.

Rede, cadeiras e mesa.

1

23,57

23,57

-

2

Copa

Destinado para refeições rápidas.

Eletrodomésticos e bancadas.

1

5,75

5,75

-

2

QUANT.

ÁREA M²

ÁREA TOTAL M²

POP. FIXA

POP. VARIÁVEL

ÁREA INDIVIDUAL = 43,24 m² ÁREA TOTAL = 289,76 m² LAZER ESPAÇO

FUNÇÃO/JUSTIFICATIVA

MOBILIARIOS/EQUIPAMENTOS

BAR

Bar molhado

Local inserido dentro da piscina, para consumo de bebidas. E preparo na área externa

Bancos (área interna da piscina) bancadas e equipamentos eletrodomésticos (localizados na área externa).

1

26,63

26,63

-

10

Bar/atendimento

Área de preparação de drinks, distribuição e atendimento

Bancadas, freezer, geladeira.

1

46,33

46,33

-

-

Cozinha

Área de preparação de alimentos rápidos.

Bancada, armários e eletrodomésticos.

1

23,7

23,7

-

-

Despensa de alimentos

Guarda de alimentos.

Armários.

1

6,45

6,45

-

-


51

BAR

ESPAÇO

FUNÇÃO/JUSTIFICATIVA

MOBILIARIOS/EQUIPAMENTOS

QUANT.

ÁREA M²

ÁREA TOTAL M²

POP. FIXA

POP. VARIÁVEL

Triagem de alimentos

Destinados a conferência e limpeza dos alimentos antes de entrar na cozinha.

Balcão, pia.

1

6

6

-

-

Depósito temporário de lixo

Local destinado para armazenagem temporária de lixo

-

1

3,7

3,7

-

-

Deposito de bebidas

Local destinado a estocagem de bebidas

Prateleiras

1

6,3

6,3

-

-

Sanitário Masculino

Atender necessidades pessoais e higienicas

Equipamento sanitários.

1

3,3

3,3

-

-

Sanitário Feminino

Atender necessidades pessoais e higiênicas.

Equipamento sanitários.

1

3,3

3,3

-

-

ÁREA INDIVIDUAL = 125,71 m² APOIO PISCINA ESPAÇO

FUNÇÃO/JUSTIFICATIVA

MOBILIARIOS/EQUIPAMENTOS

QUANT.

ÁREA M²

ÁREA TOTAL M²

POP. FIXA

POP. VARIÁVEL

Deposito piscina

Guarda de materiais de limpezas e manutenção da piscina.

-

1

15,54

15,54

-

1

Abrigo de gerador

Local destinado para guarda de gerador

-

1

15,54

15,54

-

-

Sanitário/vestiário feminino

Atender necessidades pessoais e higienicas

Equipamento sanitários.

1

17,63

17,63

-

-


52

APOIO PISCINA ESPAÇO

FUNÇÃO/JUSTIFICATIVA

MOBILIARIOS/EQUIPAMENTOS

QUANT.

ÁREA M²

ÁREA TOTAL M²

POP. FIXA

POP. VARIÁVEL

Sanitário/vestiário feminino PDC

Atender as necessidades pessoais higiênicas de pessoas com necessidades especiais.

Equipamentos sanitários.

1

5,63

5,63

-

-

Sanitário/vestiário masculino

Atender necessidades pessoais e higiênicas.

Equipamento sanitários.

1

17,63

17,63

-

-

Sanitário/vestiário masculino PCD

Atender as necessidades pessoais higiênicas de pessoas com necessidades especiais.

Equipamentos sanitários.

1

5,63

5,63

-

-

ÁREA INDIVIDUAL = 77,60 m² SALÃO DE EVENTOS ESPAÇO

FUNÇÃO/JUSTIFICATIVA

MOBILIARIOS/EQUIPAMENTOS

QUANT.

ÁREA M²

ÁREA TOTAL M²

POP. FIXA

POP. VARIÁVEL

Salão de eventos

Espaço destinado para prática de eventos como: cerimonias matrimoniais, festas de aniversário, et.

-

1

1020

1020

-

500

Cozinha

Preparo/distribuição dos alimentos.

Bancada, armários e eletrodomésticos.

1

24

24

-

2

Despensa de alimentos

Guarda de alimentos.

Armários.

1

6,7

6,7

-

-

Depósito temporário de lixo

Local destinado para armazenagem temporária de lixo

-

1

4,2

4,2

-

-

Área de serviço

Local destinado para lavagem e limpeza

Armário e pia.

1

5,3

5,3

-

-

Distribuição de bebidas

Área para armazenagem e distribuição de bebidas

Freezer, geladeira, armário

1

14,41

14,41

-

-


53

SALÃO DE EVENTOS ESPAÇO

FUNÇÃO/JUSTIFICATIVA

MOBILIARIOS/EQUIPAMENTOS

QUANT.

ÁREA M²

ÁREA TOTAL M²

POP. FIXA

POP. VARIÁVEL

Vestiário func. masculino

Atender as necessidades pessoais higiênicas e guarda de objetos.

Armário, banco e chuveiro.

1

16,87

16,87

-

-

Vestiário func. feminino

Atender as necessidades pessoais higiênicas e guarda de objetos.

Armário, banco e chuveiro.

1

16,87

16,87

-

-

Sanitário func. masculino

Atender as necessidades pessoais higiênicas.

Equipamentos sanitários.

1

9,75

9,75

-

-

Sanitário func. feminino

Atender as necessidades pessoais higiênicas.

Equipamentos sanitários.

1

9,75

9,75

-

-

Sanitário feminino

Atender as necessidades pessoais higiênicas.

Equipamentos sanitários.

1

13,77

13,77

-

-

Sanitário feminino PCD

Atender as necessidades pessoais higiênicas de pessoas com necessidades especiais.

Equipamentos sanitários.

1

3,69

3,69

-

-

Sanitário masculino

Atender as necessidades pessoais higiênicas.

Equipamentos sanitários.

1

13,77

13,77

-

-

Sanitário masculino PDC

Atender as necessidades pessoais higiênicas de pessoas com necessidades especiais.

Equipamentos sanitários.

1

3,69

3,69

-

-

ÁREA INDIVIDUAL = 1162,77 m² DEMAIS ÁREAS Salão de jogos

Local pra práticas de jogos, público jovem e adultos

Mesas de jogos: sinuca, pebolim, etc.

1

60

60

-

-

Piscina adulto

Local para banho adulto

-

1

540

540

-

70

Piscina bar molhado

Local para banho adulto

-

1

155

155

-

20

Piscina infantil

Local para banho infantil

-

1

44,07

44,07

-

20


54

DEMAIS ÁREAS ESPAÇO

FUNÇÃO/JUSTIFICATIVA

MOBILIARIOS/EQUIPAMENTOS

QUANT.

ÁREA M²

ÁREA TOTAL M²

POP. FIXA

POP. VARIÁVEL

Quiosques

Local reservado próximo as piscinas para grupos individuais.

Churrasqueira, mesa, cadeira, bancada.

4

39

154

-

6

Clareira

Espaço para interação e relaxamento.

-

1

-

-

-

-

Slackline

Esporte praticado nas áreas verdes livres.

-

-

-

-

-

-

Ciclovias

Área destinada para passeios ciclísticos

-

-

-

-

-

-

Caminhos

Área destinada para caminhadas.

-

-

-

-

-

-

ÁREA INDIVIDUAL = 953,07 m² ÁREA TOTAL = 2319,15 m² ÁREA TOTAL = 3244,81 m²


55

6 CONCEPÇÃO E DESCRIÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO Como retratado neste trabalho, o projeto proposto trata-se da inserção de um Espaço de Entretenimento localizado em uma área rural, de forma que promovesse a fuga do cotidiano corriqueiro dos centros urbanos, e que possa transmitir as mais variadas sensações possíveis de se encontrar na natureza, com edificações aconchegantes e capazes de transmitir contato direto com o espaço natural, relacionando a integração do homem e das edificações. A distribuição foi feita por setores e em blocos separados, com o propósito de criar uma organização equilibrada das edificações no terreno, evitando concentração de blocos em um único local, e ao mesmo tempo promovendo fluidez e naturalidade ao espaço. Para melhor compreensão do projeto se abordarão cada um dos setores que o formam: recepção e administração; hospedagem; área de lazer e vivência, restaurante, setor de serviço; espaço de eventos. Figura 29 – Implantação das edificações.

Fonte: Elaborada pela autora, 2018.

Dessa forma, foi definido o acesso que diz respeito à chegada ao estacionamento do empreendimento e guarita que se da através da Estrada para Lagoa Preta - no tópico, Apresentação da área – na área do estacionamento foi implantado um espelho d’água que possui um recorte oriundo do açude. Antes de chegar ao acesso de entrada da guarita há dois acessos livres para o público externo circundando todo o empreendimento pela faixa de preservação


56

com área para caminhada, ciclofaixa e espaços em meio a vegetação para práticas de esportes como, slackline. Ainda na parte externa da guarita foi projetado uma área maior para embarque e desembarque, atendendo as normativas de acessibilidade. Após adentrar no empreendimento, através da guarita, a primeira visão é da recepção, um local pensado de modo a ser espaçoso e confortável, com materiais como o vidro para que haja uma maior permeabilidade visual, integrando a área externa com o ambiente interno, além de fazer o uso da pedra. No mesmo espaço ficam as salas do setor administrativo, localizadas na entrada para facilitar o uso de forma mais cômoda aos visitantes. Figura 30 – Planta da Recepção/Administrativo.

Fonte: Elaborada pela autora, 2018.

Possuindo saída direta para à praça/clareira central que redirecionará os caminhos as demais áreas de uso público. A praça é o centro/ o coração das aldeias indígenas por ser o núcleo central e a área que faz conexão com a natureza, de forma direta a todos os blocos e transmite desde o primeiro instante o contato dos visitantes com o meio natural, já que esta área será composta por um amplo gramado – pois permite uso diversificado do solo – e circundada por árvores nativas, um local onde possa proporcionar aos visitantes um maior convívio social, e usos múltiplos como: piqueniques, leituras, descanso. Projetada na área mais alta do terreno proporciona, assim, aos visitantes uma vista privilegiada do terreno, espelhos d’águas para contemplação localizados na lateral direita da praça, de toda a vasta área composta de água que circunda o terreno e do pôr do sol.


57

Figura 31 – Praça.

Fonte: Elaborada pela autora, 2018.

Aproveitando os requisitos obtidos na praça e a aproximação com o setor de serviço, o restaurante foi projetado de forma que pudesse criar uma relação direta com o exterior. Logo, optou-se por deixar vãos maiores na lateral direita e parte frontal do refeitório podendo se tornar uma varanda coberta quando as portas estiverem abertas, as treliças na parte do refeitório são aparentes, remetendo ao uso da madeira comumente utilizado na região, além de possuir vidros que influenciam, não só no resultado da fachada, mas com que se tenha uma maior incidência de iluminação natural. O uso desses elementos aliados com as paredes de pedras, a madeira utilizada em todas as portas, tornou o ambiente aconchegante e satisfatório. O bloco de sanitários que atende ao restaurante possui um acesso externo para acolher também ao público que estiver na praça, com elementos de vedação de painéis de bambu, que ficam voltados para o refeitório. Dois acessos independentes foram criados para os funcionários da área da cozinha.


58

Figura 32 – Planta Restaurante.

Fonte: Elaborada pela autora, 2018.

O setor de serviço foi posicionado estrategicamente aos fundos da recepção, com acesso direto pelos funcionários e caminhões de mercadorias pela via da lateral esquerda da guarita, sendo possível também, o acesso as demais áreas já que esta via circunda todo o empreendimento, facilitando assim, o curso para possíveis eventualidades como circulação de viaturas. Além disso, seu posicionamento foi pensado de modo que possa atender ao restaurante e ao bar molhado, já que a disposição dos depósitos pertence a esse bloco. Figura 33 – Planta Restaurante.

Fonte: Elaborada pela autora, 2018.


59

Sequenciando os caminhos direcionados pela praça, tem-se acesso aos chalés de hospedagem, que foram propostos afim de acolher os visitantes locais e os de cidades vizinhas, visando atender todos os públicos e faixas etárias, como casais, jovens, idosos, famílias e pessoas com deficiência. Sendo assim, optou-se por criar apartamentos de modelos diferentes, ambos suspensos, trazendo a releitura da arquitetura indígena. É proposto o plantio de árvores frutíferas próximos aos chalés, trazendo a sensação de se estar em mini chácaras. Ao lado dos chalés foi proposto um bloco de apoio à lavanderia que está localizada no setor de serviço, para armazenagem de roupas de cama e materiais de limpeza. Figura 34 – Chalés.

Fonte: Elaborada pela autora, 2018.


60

Figura 35 – Planta Restaurante.

Fonte: Elaborada pela autora, 2018.

Á área de lazer foi projetada com a finalidade de diversificar os usos, por meio da criação de vários ambientes. O principal abrange a área da piscina, composta por uma piscina infantil e duas piscinas adulto, uma das quais atende também ao toboágua. Possui decks molhados que circundam a maioria de sua área total e uma pequena ilha acessada por uma ponte elevada, composta por vegetação e redarios para descanso. Figura 36 – Vista aérea da área de lazer.

Fonte: Elaborada pela autora, 2018.

O curso da piscina se estende fazendo ligação com a do bar molhado, contendo diferentes níveis de profundidade. A piscina do bar é composta por bancos e balcão de


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atendimento na parte inferior, e na parte do nível de atendimento tem ligação com o setor de serviço, afim de estar próximo dos depósitos de bebidas e lixos. No entorno são dispostas mesas com guarda sol de palha, espreguiçadeiras e chuveirões. Figura 37 – Vista aérea da área de lazer.

Fonte: Elaborada pela autora, 2018. Figura 38 – Perspectiva da área de lazer.

Fonte: Elaborada pela autora, 2018.


62

A passagem de um lado para o outro das piscinas se da através de uma ponte suspensa. Foram implantados quatro quiosques com churrasqueira, sanitário e mobiliário, com a finalidade de usos coletivos por parte dos visitantes. Ao lado situa-se a área de entretenimento na qual foi proposto um espaço para jogos, um playground e um bloco de apoio à piscina com sanitários e depósitos. Figura 39 – Perspectiva da área de lazer.

Fonte: Elaborada pela autora, 2018.

Diante da necessidade de um local na cidade que pudessem ser realizados eventos em espaços em meio a natureza, foi projetado uma área para realização de atos festivos e diversos, como casamentos, festas, exposições diversificadas e afins. O espaço tem o objetivo de ser utilizado tanto pelos visitantes, quanto pelos moradores locais e público externo. O bloco comporta um salão espaçoso, com área de preparação e suporte para elaboração de alimentos, sanitários e uma varanda externa com uma parte suspensa, e a área que fica a frente do salão de eventos pode ser utilizada para eventos ao ar livre. Próximo a área do salão de eventos foi implantado um píer no açude, um local para contemplação e possíveis chegadas ou saídas de barcos para acesso ao empreendimento.


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Figura 40 – Planta salão de eventos.

Fonte: Elaborada pela autora, 2018. Figura 41 – Vista do píer e açude.

Fonte: Elaborada pela autora, 2018.

6.1 Sustentabilidade Tendo como um dos objetivos criar uma integração harmoniosa com o meio ambiente, foram adotadas algumas medidas e recursos sustentáveis, aproveitando os benefícios que a natureza proporciona, como por exemplo, soluções de iluminação, ventilação e sombreamento


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natural, gerando economia de energia, uso de sistemas biodigestores para fazer o tratamento e reutilização das águas residuárias da fossa. Além da coleta e o reaproveitamento da água, serão colocadas calhas nos telhados com correntes plásticas que escoarão as águas para uma boca de lobo, que por sua vez, encaminhará para um reservatório especial. As águas terão fins não potáveis, e por isso, não serão misturadas com a água vinda da concessionária. Sendo assim, foram utilizados materiais naturais como o bambu, a madeira ecológica, coberturas de palha epedras encontradas na região. Ainda como solução sustentável, á água dos espelhos d´águas serão reaproveitadas para o uso de irrigações das áreas verdes existentes no espaço. Em toda a implantação do Espaço de Entretenimento buscou-se não intervir muito nas características e potencialidades do terreno, mantendo o máximo de área permeável no solo. Para isso, os caminhos grafados no terreno utilizaram de piso de solo-cimento, material alternativo de baixo custo, conseguido pela mistura de solo, água e um pouco de cimento. Além disso, o solo-cimento pode ser produzido igualmente no local, diminuindo o custo da construção, agredindo muito menos o meio ambiente.


65

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho propõe a instalação de um Espaço de Entretenimento para a cidade de Tremedal, Bahia que, apesar do grande potencial de recursos hídricos e locais para implantação do mesmo, é desprovido de espaços que se relacionam ao lazer. Assim, foi pensado em um projeto que, –– junto às áreas verdes presentes no local e o aproveitamento dos recursos hídricos disponíveis –– proporcionasse tranquilidade e satisfação aos visitantes. Um empreendimento de fácil acesso, com entorno de baixo impacto de vizinhança, integrado à natureza, capaz de transmitir sensações de bem-estar aos seus usuários. Analisando as já mencionadas pesquisas, foi possível indagar do que se trata o lazer e suas abrangências, desde suas origens e evoluções, os direitos que as pessoas obtêm sobre o tema proposto e como se faz importante para a sociedade. Além disso, foram acrescidos aspectos objetivos para um melhor entendimento do tema: as características possíveis dentro do lazer, suas relações com o turismo e de qual forma poderiam atuar no desenvolvimento da proposta; sua importância para a cidade, nos aspectos de favorecer a população local, municípios e cidades vizinhas, e como impulsionará de forma positiva mudanças socioeconômicas para o comércio e geração de novos empregos que complementem a renda familiar. Os estudos de projetos referenciam a caracterização da proposta do empreendimento, de modo que os programas utilizados em ambos os projetos referenciais, possuem espaços para a prática de atividades e convívio social. No que se refere aos projetos do Serviço Social do Comércio (SESC) Pompéia e Jundiaí, pode-se destacar ainda o uso de técnicas construtivas como o emprego do concreto e sua integração com o meio que os circundam, pontos que se assemelham ao programa da presente proposta. A Fazenda Capoava que, por se tratar de um espaço rural que promove o turismo e integração com os recursos naturais disponíveis, bem como espaços que possuem acessibilidade, vale evidenciar como referência. Todos esses condicionantes influenciaram de forma direta e positiva à concepção deste estudo. A localização estabelecida para a implantação do espaço de entretenimento teve como parâmetros relevantes suas características rurais que promovem às pessoas uma visão e sensações destoantes de suas vidas corriqueiras da área urbana, proporcionadas pelo contato com os aspectos naturais presentes na área escolhida. Mesmo sendo afastada da área urbana encontra-se em um perímetro de fácil acesso aos visitantes e capaz de acomodar os espaços propostos. Os condicionantes físicos atuam de forma complementar ao projeto, já que sua


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relação está ligada ao espaço livre e congênito, o que torna ainda maior a eficiência do uso da iluminação e ventilação natural. A diversidade presente no programa de necessidades, aliada às normativas que fazem as caracterizações de uso do espaço, atua no sentido de atender à necessidade da população, no quesito de insuficiência de espaços que propiciem práticas voltadas ao lazer, integração social em um âmbito natural. Esses fundamentos contribuíram para evidenciar os objetivos de interesse para o estudo de implantação do Espaço de Entretenimento na cidade de Tremedal. Espaço este, que conta com opções de acomodações que proporcionam conforto aos visitantes, práticas ambientais, espaços ao ar livre, onde podem ser realizados eventos, atividades recreativas, além de ser preservado o meio ambiente, proporcionando a cidade valores socioeconômicos e reconhecimento dos recursos hídricos existentes.


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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES Apêndice A – Formulário Online Com a finalidade de justificar a proposta de inserção de um espaço de entretenimento para a cidade de Tremedal, Bahia; foi realizado um questionário com a finalidade de comprovar o interesse da população com o objetivo de analisar as necessidades de outros espaços almejados por outro público alvo que não estivessem presentes no estudo. Assim, complementando de forma qualitativa os dados para o desenvolvimento do projeto. Como base, fora realizado um levantamento de acordo com a técnica de pesquisa de caráter documental direta e intensiva, por meio de um formulário elaborado através de uma plataforma online, onde todos os dados obtidos eram computados de imediato. Foram analisadas respostas de 203 pessoas, durante os dias 18 de maio a 29 de maio do ano de 2018. O formulário foi aberto para respostas a todos os moradores do município, bem como os de cidades circunvizinhas, de todas as idades e sexos. A proposta de um espaço que promova de forma resumida, lazer, convívio social, bem-estar físico e mental, além do contato direto com a natureza, mostrara-se bem aceito pela população, o que levaram a resultados satisfatórios. O formulário desenvolvido é composto por nove questões; à primeira delas foi o sexo, sendo coletado informações que perfaz um total de 97 pessoas do sexo masculino e 106 do sexo feminino; a segunda foi a idade, sendo possível notar que a proposta atenderia o público de todas os anos, em destaque os jovens entre 18 a 25 anos de idade que corresponderam a 40.9% um total de 83 pessoas, os outros 59.1% se dividem em: 8.4% (17 pessoas) para o público de até 18 anos, 22.7% (46 pessoas) entre 25 a 35 anos, e os 28.1% (57 pessoas) restantes , acima de 35 anos de idade, com um total de 120 pessoas. Em virtude da proposta de atender pessoas residentes ou não do município foi elaborado uma terceira pergunta que consiste em saber onde os participantes do formulário residem, foram constatadas as seguintes cidades e as quantas pessoas de cada uma delas participaram. A começar pela cidade de Tremedal onde será implantado o espaço, as respostas se subdividem em moradores da sede e alguns moradores de regiões pertencentes ao município, que se mostraram interessados. Sede de Tremedal-Ba 125 pessoas e Regiões do município de Tremedal-Ba 30 pessoas, as demais 48 pessoas que possuíram acesso e responderam o formulário, são correspondentes das cidades do interior da Bahia como Vitória da Conquista, Belo campo, Piripá, Maetinga, Condeúba, Cordeiros, Caculé, Jacaraci, Presidente Jânio Quadros, Brumado, Batuque.


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Por conseguinte, foram formuladas outras perguntas que buscaram abordar os tipos de lazer existentes na cidade sede do projeto e a procura das pessoas por esses espaços. Foi retratado também, o posicionamento da população quanto à frequência que são buscados esses espaços propostos para o programa, além da viabilidade de inserção da proposta. Gráfico 01 – Pergunta 04 - Costuma utilizar espaços de lazer?

Fonte: Elaborada pela autora com base em dados da pesquisa, 2018. Gráfico 02 – Pergunta 05 - Quais espaços de lazer você costuma frequentar?

Fonte: Elaborada pela autora com base em dados da pesquisa, 2018. Dos entrevistados, é possível verificar pelo gráfico 01, que 86.2% costumam frequentar espaços de lazer. O gráfico 02, demonstra a frequência e utilização dessas pessoas a esses


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espaços. Dessa forma, esse resultado expressa significativa importância para a viabilidade de um espaço relacionado ao lazer, inserido na cidade de Tremedal. Gráfico 03 – Pergunta 06 - Com qual frequência você procura esses espaços?

Fonte: Elaborada pela autora com base em dados da pesquisa, 2018. Gráfico 04 – Pergunta 07 - Quais espaços de lazer você frequentaria?

Fonte: Elaborada pela autora com base em dados da pesquisa, 2018. O gráfico 04 foi elaborado com a finalidade de verificar a aceitação do público, aos espaços de lazer que estão inseridos no programa. Sendo possível através dos dados comprovar que os entrevistados possuem interesse em frequentar, como por exemplo, um clube recreativo, este por sua vez será um área no empreendimento que contará com instalações de: piscinas adulto e infantil, quadras poliesportivas, espaço para práticas de atividades esportivas, brincadeiras infantis, entre outras; a mini fazenda, que permitirá o contato dos seres humanos com animais: vacas, pôneis, porcos, etc; além disso contará com áreas para trilhas de ciclismo


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e caminhadas, praças contemplativas e espaços de eventos (fechados e abertos) que permitirão o convívio social e com a natureza; Diante da opção, outros; ainda explicita neste gráfico, foi formulada uma pergunta subsequente que permite aos participantes expressarem espaços que não foram citados, mas que estejam presentes em suas intenções de procura. Pergunta 08 – Se você frequentasse outros espaços de lazer, além dos citados acima, quais seriam? O objetivo dessa pergunta é compreender as necessidades da população inserindo espaços que não estão inclusos ao programa de necessidades do empreendimento, de acordo com as solicitações dos participantes, que são: espaço para o exercício de patinação, espaços para práticas de atividades físicas ao ar livre, inserção de um pesqueiro, área para contemplação da natureza, para este foi proposto um mirante. Pergunta 09 - Você acha que a inserção de um espaço de lazer no município de Tremedal agregaria valores socioeconômicos, qualidade de vida e bem-estar para a população?

Fonte: Elaborada pela autora com base em dados da pesquisa, 2018. Esta última análise demonstra a importância que um espaço como este agregaria para a cidade de Tremedal, nos aspectos socioeconômicos, e no reconhecimento dos potencias naturais existentes, além de ilustrar a efetivação das necessidades dos frequentadores e a receptividade da proposta de implantação para um espaço de entretenimento ao município


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