Kaick Silva Ribeiro

Page 1

FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE – FAINOR CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

KAICK SILVA RIBEIRO

ESCOLA PÚBLICA DE ARTES E TEATRO MUNICIPAL: A EXPANSÃO DA FUNDAÇÃO MOVIMENTO DE CORAIS CANTO DAS ARTES NO ENSINO CULTURAL E ARTÍSTICO DA CIDADE DE ITAPETINGA - BAHIA

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA, 18 DE JUNHO DE 2018


KAICK SILVA RIBEIRO

ESCOLA PÚBLICA DE ARTES E TEATRO MUNICIPAL: A EXPANSÃO DA FUNDAÇÃO MOVIMENTO DE CORAIS CANTO DAS ARTES NO ENSINO CULTURAL E ARTÍSTICO DA CIDADE DE ITAPETINGA - BAHIA

Projeto de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Independente do Nordeste, FAINOR, de Vitória da Conquista para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, sob orientação da professora especialista Alícia Sousa Abreu Santos.

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA, 18 DE JUNHO DE 2018


KAICK SILVA RIBEIRO ESCOLA PÚBLICA DE ARTES E TEATRO MUNICIPAL: A EXPANSÃO DA FUNDAÇÃO MOVIMENTO DE CORAIS CANTO DAS ARTES NO ENSINO CULTURAL E ARTÍSTICO DA CIDADE DE ITAPETINGA - BAHIA

Projeto Apresentado à Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR, para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista. Professora Orientadora: Alícia Sousa Abreu Santos Aprovado em ___/___/______

Banca examinadora:

_____________________________________________________ Alícia Souza Abreu Santos Arquiteta e urbanista Faculdade Independente do Nordeste - Bahia

_____________________________________________________ Erika Alezard Ostermann Mestre em Arquitetura e urbanismo Universidade Federal da Bahia

_____________________________________________________ Rebeca Sampaio Sousa Arquiteta e urbanista Faculdade Independente do Nordeste - Bahia

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA, 18 DE JUNHO DE 2018


“A arte é a manifestação de tudo que vemos e vivemos. Não podemos nos interagir no mundo sem conviver com algum tipo de representação artística ou cultural, a começar com a própria natureza que é a mais significante de todas as artes. A relação entre a arte e a cultura forma um conceito de pensamento, de ideia e de objetividade. Portanto, sinteticamente, a cultura está ligada à arte e arte à cultura. ” - Leandro Flores (Sertanista, jornalista, poeta, designer gráfico, cordelista, arte educador e ativista cultural)


Dedico este trabalho ao único que é digno de receber, a honra e a glória, a força e o poder. Ao Criador da mais bela expressão de arte que o homem já contemplou, a natureza, a criação. Ao Rei eterno, Autor da vida e de todas as coisas, consagro este trabalho, que é a síntese de todas as oportunidades que me deste, mesmo não merecendo tamanho amor. Este trabalho é o resumo de um sonho, que Tu me permitiste sonhar, e que através da tua Graça me permitiu realizar. Gratidão à ti ó Deus.


AGRADECIMENTOS Desde o primeiro momento em que percebi que a Arquitetura era a mais bela forma de arte que que eu poderia oferecer ao mundo como pessoa e como profissional, iniciou-se uma luta para que a realização desse tão distante sonho fosse possível. Não existem palavras para descrever como Deus moveu as peças que tornaram esse sonho possível, e que hoje está concretizado através deste trabalho, mas posso narrar meus agradecimentos quando percebo que nesse sonho e na vida, nada poderia ter acontecido sem as pessoas que estavam comigo nessa caminhada, acima de tudo, agradeço à Deus por tê-las colocado em minha vida. À minha família, agradeço por tudo o que vocês representam para mim, nunca teria chegado até aqui sem o apoio de vocês, que em todos os momentos estiveram me dando suporte, sendo minha base durante todos esses anos de curso e de vida. A vocês, “Mainha” e “Painho”, não existe forma de expressar minha gratidão, por tudo que sacrificaram e abriram mão por mim, meu amor por vocês é incondicional. A meus irmãos, Dito e Max, como caçula, vocês são minhas inspirações e o apoio de vocês é indescritível, minhas cunhadas Nalli e Raíza, e também meu sobrinho lindo Bernardo, conviver com vocês sempre será à mais bela das motivações. À minha segunda mãe, tia Dina, você é uma das pessoas mais importantes para mim, e também minhas avós Bina e Clélia. Aos meus tios, Rubem, Fernando e Juliane, e minha prima Fernanda, obrigado. Para minha “prima/irmã” Dely, você sabe o quão é importante para mim, essa vitória não seria a mesma sem você. À família Alcântara, vocês foram minha segunda família durante esses 5 anos, com certeza esse sonho não teria sido possível sem a oportunidade que me deram e o amor que me acolheu enquanto a vida me mostrava os novos desafios e lutas. Gratidão eterna por tudo que vocês significam para mim, especialmente a você tia Sil, Graça, e dona Maria, que foram mães que Deus colocou em minha vida. E claro, não posso deixar de agradecer a você Analu, por me ensinar que sempre é possível ter mais curiosidade e aprender mais. Aos docentes e acadêmicos, meu total agradecimento por tudo que me ajudaram a construir e todas as experiências e ensinamentos compartilhados. Um agradecimento à minha orientadora, Alicia Abreu, por todos os momentos em que você me ajudou durante este trabalho, com certeza ele não teria sido o mesmo sem a sua participação. E um outro agradecimento muito especial à Rosana Sales, porque durante esses anos você teve um dos maiores papeis como docente, chefe, arquiteta e amiga, minhas manhãs não teriam sido iguais sem a sua companhia, agradeço imensamente a oportunidade de ter trabalhado para você. À minha


orientadora da iniciação científica, professora, e amiga, Érika Ostermann, por me ensinar a reconhecer a beleza da vida que temos, e a importância dos estudos como instrumento transformador. Aos meus amigos, como dizer o quão agradecido sou por tê-los em minha vida? Nunca conseguiria citar todos que estiveram presentes durante esta longa caminhada. Entretanto, não poderia deixar de falar sobre alguns, primeiramente, ao “Grupo do Uno”, Anderson, Carlécio, Diórgenes, Eduardo, Síntia e William, vocês foram o maior presente que a Arquitetura me deu o prazer de receber, durante esses 5 anos aprendemos a conviver e nos ajudar e nossas diferenças nos ensinou a nos auto conhecer, estando ao lado um do outro e buscando juntos esse sonho. Foram muitos momentos compartilhados, momentos eternizados para sempre, muito obrigado pelo que vocês significam para mim, amizades que levarei para toda a vida. A outros colegas e amigos, Mariana Braga, Vanessa e Arthur, nossas histórias foram escritas juntas, e sou grato por isso. À Joilson e Aline, obrigado pela inspiração de vida. À Esdras, pela motivação pelos estudos. À Esly, você tem um significado especial e único nessa jornada, estivemos juntos durante fases incríveis e transformadoras, você, durante tudo isso, pela inspiração em Cristo e por sua amizade, teve um papel insubstituível. À Ana Beatriz, nos nossos altos e baixos nunca nos separamos, e vivemos nossa amizade e irmandade ligados um com o outro durante toda esta fase, essa conquista também é sua. Aos não mencionados, perdão, mas não caberia todos nessas páginas. À instituição, Faculdade Independente do Nordeste, obrigado pelo que me proporcionou durante estes anos de estudos, pelo corpo docente, direção, administração e funcionários, que me deu a oportunidade de realizar esse grande sonho, me ensinando como a vida acadêmica nos leva mais longe, evoluindo sempre nossas capacidades como profissionais e pessoas. À quem não está mais presente, jamais os esquecerei, eternos amigos. E por fim, meus agradecimentos a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a minha formação e capacitação profissional, por terem me levado a compreensão de que a Arquitetura faz parte de mim e com ela conseguirei transformar a vida das pessoas. Meu sincero obrigado.


RESUMO A atuação da arte é de extrema importância na construção da identidade de uma sociedade e, no decorrer da história, é possível verificar como suas diversas vertentes foram evoluindo e influenciando na transformação cultural de cada povo. Ter o conhecimento desse papel transformador da arte levanta a argumentação da importância do ensino de artes para a população, de forma que complemente a formação de cada indivíduo com eficiência e sem distinções étnicas, sociais e econômicas. É com essa abordagem que o seguinte trabalho irá propor um projeto arquitetônico, abrangendo parâmetros técnicos, históricos e justificativos, que viabilizem a implantação de uma escola pública de artes na cidade de Itapetinga, no interior da Bahia, que seja capaz de ampliar as ações promovidas pela Fundação Movimento de Corais Canto das Artes, que já vem atuando na cidade há mais de 45 anos neste seguimento, mas que infelizmente não possui estrutura adequada para atingir um público alvo mais abrangente. O projeto arquitetônico apresentado pretende proporcionar o crescimento das atividades exercidas, contemplando uma nova edificação capaz de fornecer espaço adequado e equipado, provido de soluções que integrem a sociedade com a produção artística Itapetinguense, tornando-se uma referência na docência de artes plásticas, de dança, cênicas e música da região. Palavras-Chave: Educação. Arquitetura. Arte. Musica. Inclusão social. Itapetinga. Bahia.


ABSTRACT The performance of art have a extreme importance in the construction of the identity of a society and, throughout history, it is possible to verify how its various aspects have evolved and influencing the cultural transformation of each people. Being aware of this transformative aspect of art raises the argumentation of the importance of teaching the arts to the population, in a way that complements the formation of each individual with efficiency and without ethnic, social and economic distinctions. It is with this approach that the following work will propose an architectural project, covering technical, historical and justifatory parameters that will enable the implementation of a public arts school in the city of Itapetinga, in the interior of Bahia, Brazil, that has ability of expanding the promoted actions by the Foundation "Movimento de Corais Canto das Artes", which has been working in the city for more than 47 years in this segment, but unfortunately doesn't have adequate structure to reach a wider target audience. The architectural project presented intends to provide the growth of the activities carried out, contemplating a new edification capable of providing adequate and equipped space, with solutions that integrate society with artistic production of the city, becoming a reference in teaching plastic arts, dance, scenic and music in the area. Keywords: Education. Architecture. Art. Music. Social inclusion. Itapetinga. Bahia. Brazil.


LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

FMCCA

- Fundação Movimento de Corais Canto das Artes.

MEC

- Ministério da Educação.

PRONAC

- Programa Nacional de Apoio à Cultura.

FNC

- Fundo Nacional da Cultura.

FICART

- Fundos de Investimento Cultural e Artístico.

PEC

- Proposta de Emenda Constitucional.

INEP

- Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.

CTI/NE

- Comissão de Turismo Integrado do Nordeste.

IPAM

- Instituição de Promoção ao Menor Abandonado.

AMCI

- Associação Menores Carentes de Itapetinga.

UESB

- Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

FAINOR

- Faculdade Independente do Nordeste.

SCAR

- Sociedade Cultural Artística.

ABNT

- Associação Brasileira de Normas Técnicas.

PDU

- Plano Diretor Urbano.

BA

- Bahia.

PGT

- Polo Gerador de Tráfego.

PCR

- Portador de Cadeira de Rodas.

PMR

- Portador de Mobilidade Reduzida.

ACR

- Acompanhante de Cadeirante.

PO

- Portador de Obesidade.

SAAE

- Serviço Autônomo de Água e Esgoto

.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

IMAGEM 01 – Cavernas de Lascaux. França. C. de 15-13000 A.C. ------------------------ pg.20 IMAGEM 02 – Pinturas hieroglíficas em um antigo templo egípcio em Dendera. -------- pg.21 IMAGEM 03 – Leniza Souza Santos. Fotografia por Alex Oliveira. ------------------------ pg.28 IMAGEM 04 – Coral da terceira idade. Fotografia por Alex Oliveira. ---------------------- pg.29 IMAGEM 05 – Evento de artes plásticas na Concha Acústica. ------------------------------- pg.30 IMAGEM 06 – Homenagem no Desfile de Independência. Anos 80 ------------------------ pg.30 IMAGEM 07 – Semana Alternativa realizada no Casarão. Anos 2000. --------------------- pg.31 IMAGEM 08 – Situação atual do casarão. ------------------------------------------------------ pg.32 IMAGEM 09 – Situação recente do antigo Colégio Otávio Camões. ----------------------- pg.32 IMAGEM 10 – Edificação atual onde funcionam as atividades da Fundação -------------- pg.33 IMAGEM 11 – Fotografia da Fachada da VIVA Escola de Artes. ---------------------------- pg.34 IMAGEM 12 – Fotografia do auditório da VIVA Escola de Artes. ---------------------------pg.35 IMAGEM 13 – Fotografia do salão de dança da VIVA Escola de Artes. -------------------- pg.36 IMAGEM 14 – Centro Cultural da SCAR. ------------------------------------------------------ pg.37 IMAGEM 15 – Fotografia da plateia e palco em uso do Pequeno Teatro da SCAR. ------ pg.37 IMAGEM 16 – Fotografia da cabine de controle técnico do Pequeno Teatro da SCAR. - pg.38 IMAGEM 17 – Foto divulgação do Centro Cultural Glauber Rocha. ----------------------- pg.39 IMAGEM 18 – Fotografia das atividades musicais no Conservatório Municipal. --------- pg.39 IMAGEM 19 – Arte urbana produzida pela FMCCA em muros e painéis onde atuaram.- pg.47 IMAGEM 20 – Intervenção artística urbana feito por Eduardo Kobra, muralista. --------- pg.48 IMAGEM 21 – Desenho descritivo do partido arquitetônico adotado. ---------------------- pg.49 IMAGEM 22 – Cidades relevantes ao redor da cidade de Itapetinga. ----------------------- pg.51 IMAGEM 23 – Mapa de Itapetinga com a relação dos acessos e região do terreno. ------ pg.51 IMAGEM 24 – Mapa de pontos de interesse em um raio de 1 km do terreno. ------------- pg.53 IMAGEM 25 – Mapa de categorias de uso em um raio de 400 m do terreno. -------------- pg.54 IMAGEM 26 – Mapas de itinerários do transporte público de Itapetinga. ------------------ pg.55 IMAGEM 27 – Imagens do terreno escolhido e suas relações com as vias de acesso. ---- pg.56 IMAGEM 28 – Informações sobre os dimensionamentos básicos do terreno. ------------- pg.57 IMAGEM 29 – Condições de conforto térmico relativos à umidade em Itapetinga. ------ pg.58 IMAGEM 30 – Direções dos ventos predominantes em Itapetinga. ------------------------- pg.59 IMAGEM 31 – Estudo altimétrico, de insolejamento e condições climáticas. ------------- pg.59


IMAGEM 32 – Estudo da topografia em perspectiva. ----------------------------------------- pg.60 IMAGEM 33 – Organograma. -------------------------------------------------------------------- pg.78 IMAGEM 34 – Fluxograma. ---------------------------------------------------------------------- pg.79 IMAGEM 35 – Esquema de representação dos setores e acessos da edificação. ----------- pg.80 IMAGEM 36 – Esquema gráfico humanizado da guarita e acessos. ------------------------- pg.81 IMAGEM 37 – Esquema gráfico humanizado da escola, administração, artes plásticas e dança. ------------------------------------------------------------------------------------------------- pg.82 IMAGEM 38 – Esquema gráfico humanizado da escola, artes cênicas, música e canto. - pg.83 IMAGEM 39 – Esquema gráfico humanizado do teatro. -------------------------------------- pg.84 IMAGEM 40 – Miniatura humanizada da planta geral do projeto. -------------------------- pg.85 IMAGEM 41 – Indicação da cobertura e suas captações das águas pluviais. --------------- pg.86 IMAGEM 42 – Estudo de Visibilidade em planta e módulo do espectador. ---------------- pg.89


LISTA DE QUADROS E GRÁFICOS QUADRO 01 – Tipos de uso de acordo a legislação vigente em Vitória da Conquista. -- pg.61 QUADRO 02 – Parâmetros, critérios e restrições de obras Itapetinga. --------------------- pg.62 QUADRO 03 – Característica físico-operacionais das vias em Itapetinga. ---------------- pg.63 QUADRO 04 – Anexo III e a não abrangência do código de obras de Itapetinga. -------- pg.64 QUADRO 05 – Classificação quanto à área de influência baseado nos tipos de uso. ----- pg.65 QUADRO 06 – Critérios e restrições relativos a PGT e vagas para estacionamento. ----- pg.65 QUADRO 07 – Caracterização das vagas de estacionamento adotadas no projeto. ------- pg.67 QUADRO 08 – Espaços para P.C.R e assentos para P.M.R. e P.O. -------------------------- pg.68 QUADRO 09 – Distribuição dos lugares no projeto arquitetônico proposto. -------------- pg.68 QUADRO 10 – Classificação das edificações quanto à sua ocupação. --------------------- pg.69 QUADRO 11 – Classificação das edificações quanto à sua altura. -------------------------- pg.69 QUADRO 12 – Classificação das edificações quanto às suas dimensões em planta. ----- pg.70 QUADRO 13 – Classificação das edificações quanto às suas propriedades físicas. ------ pg.70 QUADRO 14 – Distâncias máximas a serem percorridas. ------------------------------------ pg.70 QUADRO 15 – Dados para dimensionamento da população e saídas. ---------------------- pg.71 QUADRO 16 – Cálculo populacional e dimensionamento das saídas. ---------------------- pg.72 QUADRO 17 – Número de saídas e tipos de escadas. ----------------------------------------- pg.73 QUADRO 18 – Programa de necessidades com descrições e dimensionamentos. -------- pg.74 QUADRO 19 – Estimativa de uso dos reservatórios. ------------------------------------------ pg.87 QUADRO 20 – Características e dimensionamento dos reservatórios. --------------------- pg.87 GRÁFICO 01 – Análise da pergunta 3. ---------------------------------------------------------- pg.43 GRÁFICO 02 – Análise da pergunta 6. ---------------------------------------------------------- pg.44 GRÁFICO 03 – Análise da pergunta 7. ---------------------------------------------------------- pg.44 GRÁFICO 04 – Análise da pergunta 8. ---------------------------------------------------------- pg.45 GRÁFICO 05 – Análise da pergunta 9. ---------------------------------------------------------- pg.45 GRÁFICO 06 – Análise da pergunta 11. --------------------------------------------------------- pg.46 GRÁFICO 07 – Análise da pergunta 13. -------------------------------------------------------- pg.46


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 16 1.1 Tema ............................................................................................................................... 16 1.2 Justificativa ..................................................................................................................... 16 1.3 Objetivos ......................................................................................................................... 17 1.3.1 Objetivo Geral .............................................................................................................. 17 1.3.2 Objetivos Específicos .................................................................................................. 17 2. EXPLORAÇÃO TEÓRICA ................................................................................................. 19 2.1 Teorias e Conceitos ......................................................................................................... 19 2.1.1 A evolução histórica da Arte como expressão da sociedade. ................................... 19 2.1.2 A importância da arte na formação do ser humano. ................................................. 22 2.1.3 O direito cultural como direito fundamental da sociedade ...................................... 24 2.1.4 A ineficiência do poder público como garantidor do acesso à arte. ......................... 26 2.1.5 A Fundação Movimento de Corais Canto das Artes em Itapetinga. ........................ 28 2.1.5.1. Histórico da Fundação Canto das Artes. .............................................................. 28 2.2 Projetos Referenciais ...................................................................................................... 34 2.2.1 VIVA Escola de Artes – Fortaleza, Ceará................................................................ 34 2.2.2 Pequeno Teatro da SCAR – Jaguará do Sul, Santa Catarina. .................................. 36 2.2.3 Conservatório Municipal de Música de Vitória da Conquista, Bahia. ..................... 38 3. METODOLOGIA................................................................................................................. 41 3.1. Análise do questionário aplicado. ...................................................................................... 42 4. CONCEITO DO PROJETO ................................................................................................. 47 5. PARTIDO ARQUITETÔNICO ........................................................................................... 49 6. CARACTERIZAÇÃO DA PROPOSTA ARQUITETÔNICA ............................................ 50 6.1 Localização do empreendimento .................................................................................... 50 6.1 Estudo do Entorno .......................................................................................................... 52 6.2 Vias de Acesso ................................................................................................................ 55 6.3 Dimensionamento do terreno .......................................................................................... 57 6.4 Estudo de insolejamento, condições climáticas e altimetria. .......................................... 57 7. ESTUDOS NORMATIVOS................................................................................................. 61 7.1 Código de Obras e de Uso e Ocupação do Solo. ............................................................ 61


7.2 NBR 9050 e Acessibilidade. ........................................................................................... 68 7.3 NBR 9077 e soluções em casos de emergência. ............................................................. 69 8. MEMORIAL JUSTIFICATIVO .......................................................................................... 74 8.1 Programa de Necessidades .............................................................................................. 74 8.2 Organograma .................................................................................................................. 78 8.3 Fluxograma ..................................................................................................................... 78 8.4 Concepção e descrição do projeto arquitetônico. ........................................................... 80 8.5 Iluminação e ventilação natural. ..................................................................................... 85 8.6 Sustentabilidade. ............................................................................................................. 86 8.7 Reservatórios. ................................................................................................................. 86 8.8 Acústica. ......................................................................................................................... 88 8.9 Visibilidade de Palco. ..................................................................................................... 88 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 90 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 91 APÊNDICE I - Principais marcos e reconhecimentos históricos da FMCCA. ................. 93 APÊNDICE II – Modelo do questionário aplicado. .......................................................... 94 APÊNDICE III – Transcrição de Entrevista com a FMCCA............................................ 98

ANEXOS - Planta de localização --------------------------------------------------- Prancha 01/08 (ISO A3) - Planta de Situação ------------------------------------------------------ Prancha 02/08 (ISO A0) - Planta Layout Humanizado 1º Pavimento --------------------------- Prancha 03/08 (A0 Ext.) - Planta de Edificação 1º Pavimento ----------------------------------- Prancha 04/08 (A0 Ext.) - Planta Layout Humanizado e de Edificação 2º Pavimento -------- Prancha 05/08 (ISO A0) - Planta de Cobertura ----------------------------------------------------- Prancha 06/08 (A0 Ext.) - Cortes --------------------------------------------------------------------- Prancha 07/08 (A0 Ext.) - Fachadas ------------------------------------------------------------------ Prancha 08/08 (A0 Ext.)


16

1. INTRODUÇÃO 1.1 Tema A proposta presente neste trabalho permeia a elaboração do projeto de uma escola pública de artes e teatro municipal para a cidade de Itapetinga, interior da Bahia, de forma que o ensino das artes plásticas, cênicas, dança e música possa ser oferecido de modo acessível e com qualidade para a população, concedendo espaços confortáveis e equipados, com uma infraestrutura adequada para produção artística do município. O projeto será capaz de oferecer uma expansão das atividades exercidas pela Fundação Canto das Artes, uma organização governamental atuante na cidade. A edificação e sua estrutura projetadas têm a concepção de dar um novo espaço para esta iniciativa e além disso expandir imaterialmente a dinâmica prática do serviço social exercido, adotando posturas, técnicas e recursos arquitetônicos que promovam a qualidade de ensino para os seus públicos, que internamente se dirige aos discentes e externamente à cidade. 1.2 Justificativa As artes desempenham ao longo da história um papel extremamente importante no desenvolvimento cultural e racional da humanidade, atribuindo individual e coletivamente para a sociedade uma percepção de mundo e uma visão crítica da produção de conhecimento em várias perspectivas, além de despertar, desenvolver e expandir habilidades e talentos. Fomentar espaços com qualidade, proporcionar o ensino e a produção de artes e oferecer à população um serviço adequado e sem distinções são ações de suma importância dentro do prisma da educação para sociedade, e, além disso, é uma das maneiras de efetivar com competência um dos direitos fundamentais de cada indivíduo, que é o direito à cultura. (BRASIL, Art. 215.) Ao entrar no cenário socioeducativo da cidade de Itapetinga, Bahia, encontramos muitos obstáculos no que tange à educação pública de artes e música, tanto dentro do ensino fundamental e médio, quanto em escolas especializadas, que são compostas em sua maioria por instituições privadas. Em contrapartida, a Fundação Movimento de Corais Canto das Artes, FMCCA, vem há mais de 40 anos dedicando-se a romper com essa disparidade e assumindo a responsabilidade de levar através da arte o desenvolvimento criativo, a cultura artística e o equilíbrio entre o sentir e o pensar, transformando a vida de pessoas que, muitas vezes, não possuem perspectivas para o futuro, tornando-os em cidadãos atuantes dentro da sociedade. Ao mesmo tempo, as circunstâncias são frágeis e vulneráveis no sentido de dispor de um ambiente preparado e manutenido, sua abrangência ainda é muito tímida e isso se deve em grande parte


17

pelo espaço físico limitado, pois atuam em um espaço não planejado inicialmente para este fim e que, portanto, não atende às reais necessidades da fundação. Outros aspectos que atingem diretamente a funcionalidade da fundação estão ligados as manutenções das demandas exigidas nesse tipo de projeto, que são muito específicas, e atualmente estão condicionadas a permissões ligadas diretamente à outras gestões públicas já que o espaço não é da FMCCA. Em vista disso, se pode constatar a primordialidade do desenvolvimento de um projeto arquitetônico que em sua concepção já esteja focado em atender tais necessidades e que proporcione uma absoluta qualidade na atuação de disseminação cultural da Fundação Canto das Artes em Itapetinga. Ainda neste cenário de educação pública voltada para o ensino artístico, é relevante levar em consideração também que a localização no contexto urbano de espaços com essa tipologia deve ser pensada e estabelecida de forma que abranja o público que se espera atender, e como o objetivo esperado com a realização deste novo projeto é atingir à todos sem distinções, o terreno a ser trabalhado deverá atender questões como centralização espacial, visibilidade, localidade com infraestrutura urbana adequada, afinidade à mobilidade e transporte público, e acessibilidade, que são aspectos não atendidos em sua totalidade com a atual situação vivenciada na cidade. A escolha do terreno para este projeto está diretamente ligada à localização estratégica que permita atingir um maior público alvo, e nessa visão garantir aspectos urbanísticos como facilidade de acesso, infraestrutura e transporte público. Nessa perspectiva, a proximidade da edificação com áreas residenciais de alta concentração de escolas e colégios é essencial, já que o projeto se dispõe justamente a facilitar o acesso à população, principalmente alunos de ensino fundamental e médio. 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo Geral Desenvolver um projeto arquitetônico de uma escola pública de artes e conservatório municipal para a cidade de Itapetinga, Bahia, de forma que venha garantir a efetivação do direito à cultura e educação no contexto das artes plásticas, cênicas, de dança e música. 1.3.2 Objetivos Específicos Identificou-se as reais dificuldades no ensino público de artes e música no Brasil, mais especificamente na cidade de Itapetinga de modo a constatar as razões que justifiquem a implantação desta proposta de projeto, e argumentem as resoluções adotadas dentro do projeto arquitetônico a ser desenvolvido, além disso, verificou-se as necessidades do público alvo,


18

analisando e adequando às condições do programa de necessidades do projeto arquitetônico idealizado, de forma que possibilite a expansão das atividades da FMCCA nas diferentes vertentes artísticas. Planejou-se espaços com arquitetura que proporcione estrutura adequada para este projeto socioeducativo, garantindo conforto térmico e acústico, em salas específicas que não comprometam as atividades que acontecerão simultaneamente, não ignorando obrigações como acessibilidade e segurança da edificação. Além disso, desenvolveu-se um espaço de apresentações de pequeno porte, capaz de funcionar como ambiente de ensaios e apresentações abertas ao público.


19

2. EXPLORAÇÃO TEÓRICA 2.1 Teorias e Conceitos Desenvolver uma abordagem que traduza as intenções deste trabalho se trata de argumentar e fundamentar as justificativas e então explicar os motivos que inspiram e viabilizam a proposta desenvolvida. Seguindo essa ideia, esse tópico destina-se primordialmente a apresentar os principais pontos referentes ao ensino de artes, ao papel da arte na transformação da sociedade, ao esclarecimento da participação do estado nesta proposta, além de apresentar o histórico da Fundação canto das Artes, contextualizando todos esses aspectos com a atual realidade de Itapetinga na Bahia, vista pelo prisma da educação artística. 2.1.1 A evolução histórica da Arte como expressão da sociedade. Ao estudar a história da arte e seu papel na sociedade, é imprescindível entender como ela se estende além dos conceitos metafóricos e subjetivos, podendo abranger experiências e resultados concretos e tangíveis, sendo, portanto, observada, compreendida e apreciada através da experiência vivida pelos povos. Através desse potencial da arte, o ser humano desenvolve sua imaginação, criação e aprende a viver com seus semelhantes, sabendo respeitar as diferenças e modificando sua percepção da realidade em prol de um objetivo maior. A arte em sua essência se trata de encontrar forma e significado na vida, sendo instrumento da busca pelo autoconhecimento sobre quem se é, onde se está e o que se faz no mundo. (AZEVEDO JUNIOR, 2007. p. 05) O desenvolvimento artístico é tão antigo quanto o próprio ser humano. Segundo Rosa e Zingano (2013, p. 35) na pré-história encontramos os primeiros relatos de produções artísticas. As primeiras manifestações foram as pinturas rupestres1, e nesse caso é possível observar facilmente a função informativa e até mesmo educativa que era atribuída à arte pelo ser humano naquelas condições. Educação e sobrevivência se confundem quando se analisa a função artística para qual as pinturas rupestres (Imagem 01) eram designadas, representar o sucesso de uma caçada, ou uma técnica de caça, ou até mesmo retratar figurativamente o aprisionamento dos animais, eram formas de conseguir expressar as suas vidas. Nesta abordagem, se pode ver a arte surgindo para o ser humano como expressão da realidade e dos seus desejos vindouros, que além disso, garantia aos mais jovens a disseminação de um legado técnico e teórico acerca

1

Arte rupestre, pintura rupestre ou mesmo gravura rupestre, são termos dados às mais antigas representações artísticas conhecidas, as mais antigas datadas do período Paleolítico Superior (40.000 a.C.) gravadas em abrigos ou cavernas.


20

de sua vivência, muito importante nesta época para a garantia de que novos seres viessem a perpetuar o grupo. Imagem 01 – Cavernas de Lascaux. França. C. de 15-13000 A.C.

Fonte: Disponível em < http://andrerio5.blogspot.com.br/2014/09/a-importancia-da-luz-para-imagem_15.html >. Acesso em out. 2017.

Ao longo da história, as formas de figurar essa expressão artística foi se modificando. Ainda durante o período pré-histórico se pode ver uma construção artística que se adaptava as novas realizações do ser humano, crescendo paralelamente com a necessidade de se desenvolver técnicas de sobrevivência. Na construção de instrumentos de ossos, pedras e outros materiais, domínio do fogo, domínio da agricultura, até a invenção da escrita, a arte aparece lado a lado com o desenvolvimento do ser humano como indivíduo e como comunidade. [...] havia várias formas de expressão – couro decorado, cestaria e trabalhos em madeira, contudo o que chegou entre nós foram as esculturas e pinturas de caçadores do Paleolítico Superior. Nessa época havia pequenas estatuetas de osso, argila conhecidas como Vênus. [...]. As mais famosas apareceram na França, Itália e Alemanha (Willendorf). A grande arte do paleolítico é a pintura RUPESTRE – onde os melhores exemplos são as cavernas de Lascaux (França) ou a de Altamira (Espanha) (FERRARI. 2007, p. 02).

Segundo Azevedo Junior (2007. p. 08) “A arte, ao longo dos tempos, tem se manifestado de modos e finalidades diversas. Na Antiguidade, em diferentes lugares a arte era vislumbrada em manifestações e formas variadas – na Grécia, no Egito, na Índia, na Mesopotâmia.”. Na história da Grécia pode-se observar a arte sendo expressada durante o período clássico como um fruto do pensamento filosófico e ideológico, suas maiores expressões estão nas esculturas, pinturas cerâmicas, na música e arquitetura. No Egito a arte foi desenvolvida principalmente como manifestação do poder dos faraós e na relação das crenças com os deuses egípcios. Neste período a arte toma a característica monumental e cênica, se tornando muito expressiva e com uma linguagem particular, com uso de cores e técnicas que buscavam o louvor de seus


21

governantes e deuses (Imagem 02). Destacam-se no Egito, a arquitetura monumental e as pinturas, que inclusive originou os primeiros registros do que hoje conhecemos como maquiagem. Na Índia as artes também eram expressões das crenças e divindades do povo indiano, destacando principalmente a arte como linguagem para seus rituais religiosos e suas relações transcendentais. Seus maiores destaques são a dança e a música, além de suas representações artísticas na pintura, escultura e arquitetura, em ambas as áreas se destacam a plástica escultural e a criatividade expressa em suas cores e formas. Imagem 02 – Pinturas hieroglíficas nas paredes de um antigo templo egípcio em Dendera.

Fonte: Disponível em < https://www.dreamstime.com/stock-photo-hieroglyphic-carvings-ancient-egyptiantemple-paintings-interior-walls-dendera-image48808361>. Acesso em dez. 2017.

Nesse contexto é relevante situar que cada sociedade, em seu determinado tempo, possui seus próprios valores morais, religiosos e culturais, e são essas diferenciações que vão ser expressas em suas produções artísticas, posto que cada qual atribui a sua arte uma determinada caracterização. Os grupos sociais vêem a arte de um modo diferente, cada qual segunda a sua função [...] a arte não era separada do convívio do dia-a-dia, presente nas vestimentas, na relação com o natural e o sobrenatural, onde cada membro da comunidade podia exercer uma função artística (AZEVEDO JUNIOR. 2007, p. 08).

A arte se divide em conformidade à sua função, e em cada momento da história pode ser expressa em diferentes vertentes, sendo a própria sociedade o condicionante que direciona a produção artística. Logo, conclui-se que esse produto cultural de um determinado grupo e período é o fruto de seus questionamentos e modo de pensar. Segundo Aranha e Martins, podemos então distinguir três funções principais para a arte: pragmática, a naturalista e a formalista.


22

Função pragmática ou utilitária: Dentro dessa função, a arte serve como meio para se alcançar um fim não artístico, não sendo valorizada por si mesma, mas só pela sua finalidade. Esses fins não-artísticos variam muito no decorrer da história, Função formalista: Do ponto de vista formalista, vamos procurar, em cada obra, os princípios que determinam a sua organização interna: os elementos da composição e as relações que existem entre eles. Não importa o tipo de obra analisado, todos envolvem a estruturação interna de signos selecionados a partir da linguagem ou código especifico de cada arte, Função naturalista: O interesse está voltado para o conteúdo da obra do que para seu modo de apresentação A obra de arte seria como uma janela que deixa entrever uma realidade que está além e fora dela, isto é, não no mundo artístico, mas no dos objetos retratados (ARANHA; MARTINS, 1992, p. 194-196).

Por esse prisma que se consegue dar luz e dispor de bases que expliquem o porquê a arte desempenha um papel tão essencial na formação social do mundo. Seguindo a linha de raciocínio proposta por Sesi (2007, p. 17), as artes passaram a representar figurativamente os conceitos e ideologias de um grupo social, com a finalidade de expressar as ideias, mostrar suas projeções futuras, ambições, esperanças, seus medos, decepções, conhecimento, ideias e ideais. Sendo assim, a linguagem é variada por natureza e a expressão pode ser tanto objetiva como simbólica, com aspectos estéticos distintos, mas inevitavelmente sendo as reflexões da cultura, sensações e sentimentos da sociedade. As formas como a arte se expressa mudaram e continuam mudando a cada nova necessidade e realidade humana, mas um argumento infalível é que independente da sua forma de expressão, todos os meios de manifestação artística estão diretamente relacionados com o modo no qual o ser humano integra o seu pensamento com o meio em que vive, em outras palavras, é a forma de expressar sua visão do passado, presente e/ou futuro do mundo, não sendo apenas uma consequência banal, mas uma necessidade do ser humano. É como argumenta Ernst em “A Necessidade da Arte”. [...] a arte concebida como o meio de colocar o homem em estado de equilíbrio com o meio circundante - trata-se de uma ideia que contém o reconhecimento parcial da natureza da arte e da sua necessidade. Desde que um permanente equilíbrio entre o homem e o mundo que o circunda não pode ser previsto nem para a mais desenvolvida das sociedades, trata-se de uma ideia que sugere, também, que a arte não só é necessária e tem sido necessária, mas igualmente que a arte continuará sendo sempre necessária (ERNST. 1983, p. 11).

2.1.2 A importância da arte na formação do ser humano. Na abordagem de educação de artes, é importante entender o porquê de sua efetivação ser tão importante para a sociedade. As artes são formas de linguagem que complementam a linguagem verbal padrão ampliando a visão do espectador e fazendo-o entender as preposições discutidas através de prismas variados. Nesse contexto de arte como linguagem pode-se destacar o que argumenta Susanne Langer, famosa especialista em filosofia da arte, sobre a existência de três diferentes tipos de linguagens: a verbal, a científica e a presentacional. As


23

artes vão se enquadrar nesta terceira modalidade, por sua imprescindibilidade. “A linguagem presentacional é aquela que você não consegue traduzir em outras linguagens. Ela está presente na arte, que articula a vida emocional do ser humano.” (ÉPOCA, 2016). Uma pessoa que esteja com essas três linguagens bem desenvolvidas está potencialmente habilitada a conhecer com maior plenitude outras áreas do conhecimento. Nesta linha de raciocínio, um indivíduo que, além das linguagens habituais, possui a linguagem artística, é capaz de abordar o mesmo objeto de estudo de forma emocional e diferenciada, do que outro indivíduo que não possui linguagem presentacional. Nesta conjuntura, possibilitar ao aluno uma experiência além da tradicional e expandir suas possibilidades de aprendizado com a arte, significa expandir seus sentidos e desenvolver cidadãos com a capacidade de interpretarem suas ideias através das diferentes linguagens e formas. Tratando-se dessa importância da arte para a sociedade, é relevante contemplar que existe a arte como expressão e a arte como cultura, na abordagem tratada anteriormente observa-se a arte como expressão. Durante entrevista para a revista Época, Ana Mae Barbosa, especialista em arte-educação, aborda, entre outras coisas, esse outro conceito de arte, possibilitando a compreensão da arte como cultura. A arte como cultura trabalha o conhecimento da história, dos artistas que contribuem para a transformação da arte. É muito importante que o aluno tenha um leque de conhecimento acerca do seu próprio país e do mundo. Não se conhece um país sem conhecer a sua história e a sua arte (ÉPOCA, 2016).

A história do mundo e da arte estão ligadas inseparavelmente, e o conhecimento e estudo dessa história eleva o conhecimento cultural de uma sociedade. Esse mesmo argumento segue em seu livro “A Imagem no Ensino da Arte”, quando Ana afirma que “sem conhecimento de arte e história não é possível a consciência de identidade nacional” (BARBOSA, 1991, p. 33). Isso significa que a produção artística de um país tem nela própria o significado históricocultural desse país. Nessa perspectiva é relevante abordar que o ensino de artes não significa necessariamente formar artistas, ou promover a herança de técnicas e métodos artísticos propriamente ditos, mas fazer com que haja entendimento do valor cultural e histórico de cada forma de arte, postergando tal conhecimento para a construção da identidade daquela sociedade para o futuro. A relevância da educação de artes ultrapassa a produção artística em si, neste sentido, o valor está na capacidade de disseminar o conhecimento de como esses processos aconteceram ao longo da história e como sua construção se deu até chegar a atualidade, ou seja, é uma transmissão de conhecimento que está ligada com a capacitação daquele indivíduo de entender


24

o valor cultural e histórico da arte, para só então fornecer o embasamento necessário para ele ir além, desbravando a futura identidade cultural daquela sociedade em que ele vive. Só se cria uma nova forma de arte compreendendo a sua história, a sua identidade clássica. É necessário que um indivíduo que é capaz de produzir alguma forma de expressão artística tenha também a capacidade de conhecer os seus preceitos e processos históricos. (CAIXETA; PEREIRA, p. 05.) Até este ponto, os argumentos aqui tratados estão mais direcionados para a educação artística como benefício cultural da sociedade como um todo, mas esses benefícios são facilmente entendidos também individualmente quando se consegue compreender que a habilidade artística como linguagem ou como expressão cultural capacita o indivíduo na construção de um olhar perceptivo e crítico do mundo a sua volta, possibilitando-o identificar os diversos significados de questões vivenciadas no seu dia-a-dia. Nota-se que essa capacidade não se limita as circunstâncias vividas somente pelo profissional do meio artístico, mas a qualquer outra área de atuação. Neste ponto, a capacidade intelectual e habilidade em lidar com as situações e interpretações da sua vivência de mundo são vantagens da pessoa que teve contato com o ensino de artes e adquiriu a predisposição de compreender a sua vida pessoal e profissional. “Este mundo cotidiano está cada vez mais sendo dominado pela imagem. Há uma pesquisa na França mostrando que 82% da nossa aprendizagem informal se faz através da imagem a 55% desta aprendizagem é feita inconscientemente. ” (BARBOSA, 1991, p. 34). A atuação da arte no ensino e na formação do ser humano ultrapassa o seu nicho artístico e atinge o indivíduo como um todo, pois é preciso preparar o cidadão para a decodificação da gramática visual tão presente nos dias atuais, como argumenta Lidiana Fonseca, psicopedagoga. A arte-educação tem um objetivo maior que a formação de profissionais dedicados a esta área de conhecimento, no âmbito da escola regular busca oferecer aos indivíduos condições para que compreenda o que ocorre no plano da expressão e no plano do significado ao interagir com as artes, permitindo sua inserção social de maneira mais ampla (ALVES, 2011, disponível em: https://www.webartigos.com/artigos/metodologia-do-ensino-de-artes-arte-naeducacao-escolar/72298/).

2.1.3 O direito cultural como direito fundamental da sociedade Entendendo a necessidade da arte para a sociedade, as buscas em garantir essa livre e acessível disposição para o “fazer artístico” partem como princípio de efetivação do direito à cultura, que ao longo da história constitucional no Brasil evoluiu e se consagrou, por fim, como indissociável à dignidade da pessoa humana (BRASIL, Art. 215.2). Em termos práticos, ao ser

2

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.


25

definido por lei como direito, o Estado passa a ser responsável por prover para a sociedade esse acesso à cultura. Historicamente, é relevante esclarecer que a definição do direito cultural como fundamental foi gradual, deve-se ter em mente que os direitos sociais tratados na Constituição Federal de 1988, em seus artigos 6º 3ao 12º, não fazem menção direta a um Direito Cultural propriamente dito, sendo o mesmo inicialmente apenas abordado dentro do direito fundamental à educação. Contudo, na atualidade temos a garantia estatal através da Constituição Federal que assegura à sociedade a liberdade de acesso e participação no exercer cultural do país, ainda tendo como garantia a proteção de cláusula pétrea4. Para argumentar: A Constituição de 1988 deu relevante importância à cultura, tomando esse termo em sentido abrangente da formação educacional do povo, expressão criadora da pessoa e das projeções do espírito humano materializadas em suportes expressivos, portadores de referências à identidade, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, que se exprimem por vários de seus artigos (50, inc. IX; 23, incs. III, letra 'a' e inc. V: 24, incs. VII a IX: 30, inc. IX e 205 a 217) formando aquilo que se denomina ordem constitucional da cultura, ou Constituição cultural, constituída pelo conjunto de normas que contêm referências e disposições consubstanciadoras dos direitos sociais relativos à educação e à cultura. (SILVA, 2007, p. 311)

Reforçando, o direito à cultura se enquadra legalmente ao fundamentalismo através do direito à educação, e através do fato da cultura estar indissociavelmente ligada ao patrimônio inalienável do ser humano e que, portanto, possibilita o conhecimento, exercício e exigibilidade dos direitos individuais. A Carta Cidadã5 dedicou atualmente uma seção exclusiva à cultura, como se pode ler no artigo 215 já referenciado: “O artigo 215 [...] dispõe que o Estado garantirá, além do pleno exercício dos direitos culturais, o acesso às fontes da cultura nacional, além de apoiar e incentivar sua valorização e a difusão de suas manifestações.” (GÖTTEMS; ROCHA. 2017, p. 09). Com vistas à efetivação desses pontos levantados, o estado adota alguns instrumentos que, basicamente, se constituem de políticas públicas como benefícios fiscais e incentivadores de projetos culturais. Dentre os quais se destacam: Programa Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC); Fundo Nacional da Cultura (FNC); Fundos de Investimento Cultural e Artístico (FICART). É importante ressaltar que todas essas medidas e incentivos são expressamente atribuídos a projetos culturais que visem a exibição, utilização e circulação pública, sendo

3

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010) 4 A condição de cláusula pétrea garante que os direitos consagrados pela Constituição não sejam alterados por propostas legislativas (PEC). Conforme expressamente consignado no parágrafo 4º do artigo 60 da constituição Federal. 5 Constituição Federal de 1988.


26

vedada a concessão de incentivo a obras ou eventos destinados a circuitos privados ou particulares. (GÖTTEMS; ROCHA. 2017, p. 11). 2.1.4 A ineficiência do poder público como garantidor do acesso à arte. Ao tomar conhecimento da importância da arte como dissertado até aqui, fica a indagação da razão pela qual a educação de artes no Brasil é tão deficiente. Esse questionamento fica bem explícito neste trecho comentado por Barbosa, “É paradoxal que, ao mesmo tempo em que a sociedade moderna coloca na hierarquia cultural a arte como uma das mais altas realizações do ser humano, [...] ela despreza a arte na escola. ” (1991, p. 32.). Ao somar o potencial da arte como ensino cultural e as disposições legais garantidas pela Constituição Federal a respeito do acesso à cultura como direito fundamental, a resposta mais clara para esse questionamento é que esta atual situação é fruto da falta de políticas públicas eficientes que forneçam estrutura física adequada, e que essa estrutura esteja em consonância com a formação de uma grade curricular adequada que evidencie e efetive o papel transformador da arte. É fato que o ensino das artes nas escolas públicas é imperfeito, como destaca Nascimento, “Observa-se que a arte vem sendo tratada, na maioria das escolas brasileiras, como suporte para as demais disciplinas que compõe o quadro curricular, fato que acaba negando o seu caráter específico enquanto área do conhecimento humano [...]” (2012, p. 01.). Infelizmente a formação do conceito atual de ensino de artes é frágil e pobre, sendo ensinada com menos relevância do que disciplinas como matemática e geografia, por exemplo. Quando se aborda a questão da formação desses profissionais responsáveis pelas disciplinas artísticas no ensino brasileiro, a questão fica ainda mais complexa, revelando a fragilidade do sistema público educacional brasileiro. [...] em relação à formação dos professores que ensinam arte em todos os segmentos nas escolas brasileiras, segundo dados elaborados pelo programa Todos pela Educação, com fonte no MEC/Inep/Deed, o total de docentes lecionando a disciplina de Artes (sic) é de 536.488, sendo que entre esses apenas 29.195 possuem formação em artes (licenciatura ou bacharelado – L/B) [...] Dos 29.195 docentes com formação em artes, 982 estão na Região Norte; 2.133, na Nordeste; 18.041, na Sudeste; 6.202, na Sul; e 1.857, na Centro-Oeste. [...] com base nesses dados, verifica-se que 94,6% dos professores que lecionam arte no país não possuem formação em arte. (IAVELBERG, 2013-2014, p. 53.)

Com esses dados se pode constatar a falta de um grupo docente realmente qualificado em ensinar arte nas escolas, a situação está longe do ideal. Claro que, em contrapartida, muitos professores sem formação específica conseguem atuar de forma funcional e eficiente, mas não é o que acontece em relação as outras disciplinas, que exigem profissional qualificado na área de atuação da matéria. Em uma dedução lógica, comparando os dados dispostos por Iavelberg


27

e os dados captados através do CTI/NE6, sobre a região nordeste possuir 1.793 municípios, vemos que nessa região se tem uma média de 1,19 docentes com formação em artes para cada município, ou seja, aproximadamente 1 professor capacitado em média para cada cidade, essa informação é preocupante quando se tem a consciência do potencial que a arte tem na formação da sociedade e esse mesmo potencial vem sendo negligenciado. Esses índices supracitados, embora negativos, são resultados melhores do que os obtidos nas décadas anteriores, mas ainda está distante de uma realidade ideal no que tange o ensino público de artes. Dando continuidade a essa linha de raciocínio sobre educação pública, é relevante levar em consideração também que, após a aprovação da Reforma do Ensino Médio, sancionada em 16 de fevereiro de 2017, a gestão pública deverá dispor, em um prazo relativamente curto, de políticas públicas e ações que venham a expandir a carga horária e as atividades dispostas no ensino público, sendo uma das novas obrigações dispor de ambientes adequados e preparados para os alunos que, por exemplo, pretenderem ter em sua grade curricular o ensino de artes. “Pensando que o grande objetivo da educação no Brasil hoje é a escola de tempo integral [...] Não posso imaginar uma escola de tempo integral que vá manter os alunos sentados em carteiras por seis, oito horas. E não posso imaginar uma escola de tempo integral sem um número de horas bastante razoável para cada uma dessas disciplinas. Estou partindo do ideal. Está se chegando ao convencimento de que a educação não se faz em quatro horas. (ÉPOCA, 2016)

Essa necessidade que o poder público enfrentará nos próximos anos para suprir as necessidades de um ensino integral é o que também justifica a criação de um ambiente próprio para determinadas disciplinas, no caso deste trabalho, o ensino de artes plásticas, cênicas, de dança e música. Com a criação de um espaço com essas características, os benefícios são significantes, além de focalizar a área de conhecimento em um espaço adequado para tal, se reduziria consideravelmente o custo inicial de adaptação de todas as escolas públicas à estrutura exigida em um projeto desta categoria, atentando-se que essa estrutura física não precisa estar necessariamente dentro da escola em si, mas que deve ser acessível e complementar à grade curricular do aluno. Em poucas palavras, a proposta idealizada estenderia a experiência do aluno para fora da escola tradicional em um ambiente propicio para esse fim, de forma que ele completasse a carga horária da grade curricular do ensino integral, mas de forma desassociada da sua escola matriz, possibilitando um investimento inicial menos agressivo, e um local inteiramente artístico.

6

Comissão de Turismo Integrado do Nordeste, dados disponíveis em: http://www.ctinordestedobrasil.com.br/infogerais.html


28

2.1.5 A Fundação Movimento de Corais Canto das Artes em Itapetinga. Em sua história, Itapetinga possui um grande exemplo quando o conceito tratado é ensinar arte e música para a sociedade, principalmente para pessoas carentes que não tem os próprios meios financeiros para esse aprendizado. É exatamente sobre esse fundamento que se baseia a Fundação Movimento de Corais Canto das Artes, que basicamente vem atuando na transformação de vidas através da arte. A ideia desse trabalho é justamente aliar a atuação desta fundação com um espaço adequado e arquitetonicamente capaz de suprir as demandas das atividades elaboradas, e para tal é imprescindível ter o conhecimento histórico do significado que a Fundação Canto das Artes tem para a cidade de Itapetinga. 2.1.5.1. Histórico da Fundação Canto das Artes. Para descrever historicamente os marcos na qual a Fundação se desenvolveu em Itapetinga, é preciso começar identificando a grande idealizadora por trás desse movimento social tão emblemático na cidade, a senhora Leniza Souza Santos. A Fundação Movimento de Corais Canto das Artes surgiu do altruísmo e das condições vividas por Leniza (Imagem 03), em 1970. Em entrevista para o programa Ação, da Rede Globo de Televisão, apresentado por Serginho Groisman em agosto de 2002, dona Leniza descreve como se deu o surgimento da Fundação. Nesta época a professora tinha uma escola particular de música, mas a maior parte do público que a procurava não tinham condições financeiras de pagar pela mensalidade. Nesta situação, dona Leniza tomou a decisão de ensinar gratuitamente música para aqueles cidadãos menos favorecidos. “[...] Depois eu resolvi fazer o trabalho todo voluntário, para ensinar todo mundo de graça, especialmente as pessoas carentes.” (AÇÃO, 2002). Imagem 03 – Leniza Souza Santos. Fotografia por Alex Oliveira.

Fonte: Disponível em < http://funcebitinerante2013.blogspot.com.br/2013/05/arte-em-todos-os-cantos.html >. Acesso em Nov. 2017.


29

A partir daquela decisão, Leniza fomentou o surgimento da maior inciativa na área de ensino e educação de artes que Itapetinga possui até os dias atuais, dispondo inteiramente do seu tempo, dinheiro e conhecimento para oferecer cultura a quem até então não tinha acesso, possibilitando a muitos a chance de adquirir e aprimorar qualificações artísticas até antes negadas e inviabilizadas devidas as circunstâncias. Nesses anos iniciais, Leniza dispôs da própria casa para dar as aulas, iniciando na sua sala de estar. Com o tempo o espaço ficou pequeno, as turmas foram ficando maiores e sua garagem passou a ser a sala de aula que eles precisavam. Durante este período, seu marido a ajudava com as necessidades básicas e apoio financeiro e ela sempre estava à frente, liderando o projeto. Em 22 de novembro de 1984 oficializou-se fundação, como dito na fala de dona Leniza em entrevista: “22 de Novembro de 84 se tornou fundação. Fundação Movimento de Coral Canto das Artes. Essa fundação não tem fins lucrativos. Eu trabalho com pessoas de 02 anos a idosos de 100 anos.” (AÇÃO, 2002). Essa atitude inclusiva e sem distinções permanece em funcionamento atualmente, como exemplo o coral da terceira idade, do projeto Espalhando Artes (Imagem 04). Imagem 04 – Coral da terceira idade. Fotografia por Alex Oliveira.

Fonte: Disponível em < http://funcebitinerante2013.blogspot.com.br/2013/05/arte-em-todos-os-cantos.html >. Acesso em Nov. 2017.

Uma característica marcante da Fundação Canto das Artes é sua integração com a sociedade. Dona Leniza não se limitava a desenvolver seu trabalho somente nos lugares onde ensinava seu conteúdo (música, educação artística, canto coral, artes plásticas, artesanato etc.), mas também difundia suas produções artísticas pela cidade, em escolas públicas onde lecionava, como por exemplo a Escola Polivalente, e também de forma voluntária em outras instituições, como abrigos, orfanato, creches, instituições religiosas (igreja católica e evangélica, centro


30

espírita), prefeitura, escolas privadas, Instituição de Promoção ao Menor Abandonado (IPAM), Associação Menores Carentes de Itapetinga (AMCI), praças, parques públicos, Concha Acústica (Imagem 05). Essas ações evidenciaram principalmente o papel transformador da arte na sociedade Itapetinguense, fazendo com que a arte fosse vivida pela cidade. E em vista a esses movimentos, Itapetinga, de maneira muito natural, começou a responder positivamente (Imagem 06) a este movimento que em sua essência é social. (CARVALHO, 2012) Imagem 05 – Evento de artes plásticas na Concha Acústica. Fotógrafo Desconhecido.

Fonte: Disponível em < http://fmccartes.blogspot.com.br/ >. Acesso em Nov. 2017.

Imagem 06 – Homenagem no Desfile de Independência. Anos 80. Fotógrafo Desconhecido.

Fonte: Disponível em < http://fmccartes.blogspot.com.br/ >. Acesso em Nov. 2017.

Durante todos esses anos de atuação, a Fundação passou por diversas dificuldades, a maior parte delas envolvendo o local de atuação das aulas e questões de cunho financeiro, afinal, quanto mais crescia o projeto, maior eram as necessidades financeiras para manutenção e funcionamento. Após um grande período atuando na residência de dona Leniza, o dimensionamento do local não comportou mais a quantidade de alunos, e graças a ações


31

voluntárias de um casal de empresários, a fundação passou a atuar em um casarão (Imagem 07) que foi concedido para as atividades, propriedade desse mesmo casal. Neste período, a abrangência da Fundação Canto das Artes se expandiu grandiosamente pois esta edificação estava localizada próximo ao centro da cidade e em um espaço maior do que até então a Fundação tinha atuado, era mais interessante para as atividades e mais visível e acessível à população. Porém, após algumas discordâncias entre os donos do imóvel, o uso do casarão foi interrompido, e a FMCCA, sem alternativas para atender a quantidade de alunos participantes, passou atuar ao ar livre na Concha Acústica7 da cidade. Foi então que as ações da fundação chamaram atenção nacional, e suas atividades foram divulgadas pela Rede Globo de Televisão no programa Ação, apresentado na época por Serginho Groisman em agosto de 2002. Após esse momento de reconhecimento, o casal de empresários volta a ceder o espaço do casarão em 2003. Em 2003, a Empresária Srª Nádia Coelho, cedeu temporariamente o casarão praticamente abandonado, passando assim por ligeiras reformas em regime de mutirão, este localizado na Rua Góes Calmon nº 150, Itapetinga, e tem como objetivo sediar a Fundação Movimento de Corais Canto das Artes, realizando desta forma todas as suas ações. (CARVALHO, 2012. Disponível em: <http://fmccartes.blogspot.com.br/>)

Imagem 07 – Semana Alternativa realizada no Casarão. Anos 2000.

Fonte: Disponível em < http://fmccartes.blogspot.com.br/>. Acesso em nov. 2017.

Novamente, por motivos pessoais dos proprietários, a FMCCA precisou sair do casarão do Ponto Certo8, que após esse momento permaneceu em desuso até hoje (Imagem 08). Em vista dessa situação a prefeitura cedeu espaço nas instalações do antigo prédio do Colégio 7

Anfiteatro localizado na R. Barão do Rio Branco, Bairro Camacã, Itapetinga – BA. Diversas atividades culturais são realizadas neste espaço, principalmente pelo espaço de plateia ser relativamente grande. 8 Nome local dado a região norte do centro onde se localizam vários comércios na Avenida Vitoria da Conquista e na Avenida Itabuna, caracterizados por situarem na baixada.


32

Otávio Camões (Imagem 09) que estava desativado, lá a fundação teve um ambiente para trabalhar e realizar suas ações durante esse período, mas não demorou muito até que problemas começassem a surgir. O local era ponto de tráfico e abrigava situações ilícitas entre grupos criminosos, e a atuação da fundação começou a ameaçar as ações ilegais realizadas naquela área. Neste período, dona Leniza e a fundação de modo geral passaram a receber ameaças e atentados físicos e psicológicos, tendo sido esta época marcada pela disputa entre o medo de permanecer ali, e a vontade de continuar a levar música e arte à população. Imagem 08 – Situação atual do casarão.

Fonte: Acervo pessoal. Fotografado em nov. 2017.

Imagem 09 – Situação recente do antigo Colégio Otávio Camões.

Fonte: Capturado pelo autor através do programa Google Earth. Acesso Março. 2018.

Em 2007 as atividades tiveram que ser interrompidas no Colégio Otávio Camões pois o risco constante inviabilizou que a FMCCA pudesse dar continuidade a sua atuação naquele


33

local9. Após essa interrupção, a prefeitura entrou com apoio, juntamente com a UESB, e cedeu novas instalações a fundação em outra localização para dar continuidade ao trabalho, no antigo prédio Escolar D. Pedro II (Imagem 10), na Avenida Esperanto, s/nº, no Bairro São Francisco de Assis, que é o mesmo local onde a fundação está funcionando atualmente, atendendo uma média de 450 crianças, adolescentes e jovens, 50 idosos e 200 adultos, totalizando 700 pessoas direta e indiretamente, com atividades no próprio local de atuação, ou indo a escolas e colégios da cidade e em outras instituições como asilos, creches e espaços públicos comunitários. Imagem 10 – Edificação atual onde funcionam as atividades da Fundação.

Fonte: Capturado pelo autor através do programa Google Earth. Acesso nov. 2017.

A Fundação Movimento de Corais Canto das Artes é sem dúvida uma grande ferramenta de inclusão e transformação social que Itapetinga possui, e a proposta de projeto arquitetônico aqui apresentado vem justamente para expandir a atuação da FMCCA à ainda mais cidadãos.

9

É relevante salientar, que nos dias atuais o colégio Otávio Camões continua desativado e é utilizado como área de suporte público, e como garagem dos ônibus escolares, não sendo mais considerado uma área de tráfico.


34

2.2 Projetos Referenciais No processo de argumentação e justificativa para a análise e desenvolvimento do projeto proposto neste trabalho, os referenciais arquitetônicos são de extrema importância, pois os projetos arquitetônicos analisados fornecem elementos para fundamentação deste trabalho, seja pela técnica, estética, funcionalidade ou semelhanças encontradas entre esses projetos e a proposta defendida. A maior importância nesse processo de analisar obras referenciais é a possibilidade de usá-las como comparativo, pois assim pode-se apontar as principais características na qual se destacam e as principais motivações para suas escolhas como referência para aplicação no projeto. 2.2.1 VIVA Escola de Artes – Fortaleza, Ceará. A VIVA Escola de Artes é uma instituição que pode ser classificada com êxito dentro da sua área de atuação e dentro do segmento de ensino de artes na cidade de Fortaleza, pois consegue retornar para a sociedade as produções artísticas produzidas e desenvolvidas na escola. É uma instituição privada que atua desde 2003 no ensino artístico, ministrando aulas direcionadas para as áreas de música, artes visuais, dança e teatro, e oferecendo cursos específicos dentro das abrangentes variações dessas áreas. Localiza-se no bairro Meireles, na Avenida Desembargador Moreira, 629, em Fortaleza, Ceará. Sua fachada (Imagem 11), embora simples, se destaca das outras edificações do local. Imagem 11 – Fotografia da Fachada da VIVA Escola de Artes

Fonte: Disponível em < https://www.groupon.com.br/deals/viva-escola-de-artes >. Acesso em set. 2017.

De acordo com as pesquisas realizadas no site da VIVA e nos outros meios de comunicação digitais na qual a instituição faz divulgação das suas atividades, se pôde examinar a metodologia e didática abordada nessa escola, que dentre as principais características se


35

destacam a formação acadêmica do corpo docente e a quantidade de alunos por aula, que por ser de quantidade reduzida, em média 10 alunos por sessão, acaba possibilitando um aprendizado mais focado nas necessidades individuais de cada discente. “Nossas aulas são ministradas individualmente por professores com formação acadêmica, utilizando metodologia própria que favorece o aprendizado e incentiva o aprimoramento. ” (VIVA ESCOLA DE ARTES, Disponível em: < http://www.vivaescola.com.br/a-escola/ > Acesso 20/09/2017 às 14h07) Além do funcionamento e questões didáticas da VIVA Escola de Artes, sua estrutura também é um ponto importante, principalmente para desempenhar função comparativa ao projeto desenvolvido neste trabalho. A VIVA atua em um prédio da própria instituição e que possui mais de trinta salas, todas climatizadas de acordo com o curso que é ministrado em cada uma. Além disso possui um auditório (Imagem 12) que desempenha o papel de comportar os recitais, peças teatrais e apresentações musicais, juntamente com este espaço há um estúdio para ensaios e uma sala diferenciada para as atividades do coral. Imagem 12 – Fotografia do auditório da VIVA Escola de Artes

Fonte: Disponível em < http://blog.opovo.com.br/imae/escola-de-artes-musica-teatro-danca-para-pequenos/ >. Acesso em set. 2017.

Ainda sobre a infraestrutura da edificação, no espaço destinado a dança (imagem 13), um amplo salão com barras laterais funciona em horários alternados, possibilitando todas as modalidades de dança oferecidas na escola em um único ambiente. No que tange as artes plásticas, além das salas tipo ateliê10, a instituição tem na própria edificação uma galeria de 10

Um ateliê é um termo francês para estúdio, sendo um lugar de trabalho ou estudo de pessoas com intenção de criar e onde se pode experimentar, manipular e produzir um ou mais tipos de arte, possibilitando uso em grupo.


36

artes com a finalidade de expor as obras produzidas. Complementando, há sistema de segurança interno, a edificação conta com estacionamento próprio e serviço de lanchonete/café. Imagem 13 – Fotografia do salão de dança da VIVA Escola de Artes

Fonte: Disponível em < https://www.groupon.com.br/deals/viva-escola-de-artes >. Acesso em set. 2017.

A principal motivação para escolha desta instituição como referência arquitetônica está na abrangência dos seus cursos e as áreas de atuação, que correspondem em sua maioria com o programa de necessidades do projeto elaborado neste trabalho, que são as artes cênicas, plásticas, dança e música. Outro fator importante para essa escolha está na capacidade de alunos e serviços que esta instituição consegue abranger mesmo em um terreno relativamente pequeno, relacionando as atividades em turmas e turnos variados. 2.2.2 Pequeno Teatro da SCAR – Jaguará do Sul, Santa Catarina. O Pequeno Teatro faz parte de um grande complexo cultural e artístico da Sociedade Cultural Artística (SCAR). Fundada em 8 de junho de 1956, a SCAR tem no Centro Cultural inaugurado em 16 de maio de 2003 o agrupamento de diversos conjuntos e espaços destinados as artes em Santa Catarina. Localizada em área privilegiada da cidade, cercada de áreas verdes e próxima ao centro da cidade de Jaraguá do Sul, o Centro Cultural do SCAR possui 10.000m² de área distribuídos em 6 pisos, o complexo conta com instalações modernas e de arquitetura arrojada, se posicionando como uma das melhores estruturas da região para o desenvolvimento artístico, recebendo espetáculos nacionais e internacionais, além de alcançar o reconhecimento de artistas, técnicos e produtores de todo o Brasil, que compreendem a abrangência deste complexo artístico (Imagem 14).


37

Imagem 14 – Centro Cultural da SCAR

Fonte: Disponível em < http://adancadecadaum.blogspot.com.br/2012/07/os-palcos-pelo-mundo_28.html >. Acesso em set. 2017.

O Pequeno Teatro é apenas uma das demais partes do complexo que contém diversas outras instalações como o Grande Teatro e as Salas Multiusos com enfoques diferenciados. Como referencial arquitetônico para este trabalho, o Pequeno Teatro se destaca por suas características de teatro de médio porte no que tange a quantidade de espectadores, mas com equipamentos e tecnologia que consegue oferecer aos usuários uma experiência próxima daquela oferecida por um teatro de grande porte, como por exemplo, sistema de urdimento técnico eficiente e áreas de apoio além das coxias, acústica de qualidade e curva de visibilidade planejada. Neste quesito, basicamente, o Pequeno Teatro (imagem 15) cumpre o mesmo objetivo esperado com o teatro do projeto da escola pública de Artes e Conservatório Municipal de Itapetinga, pois o mesmo será uma janela para as produções artísticas da escola em relação as suas capacidades técnicas, mas em proporções menores que se adeque ao público da cidade. Imagem 15 – Fotografia da plateia e palco em uso do Pequeno Teatro da SCAR

Fonte: Disponível em < http://we.art.br/1o-weart-con >. Acesso em set. 2017.


38

“Com capacidade para 223 pessoas, o Pequeno Teatro é ideal para concertos e espetáculos de médio porte ou para eventos como formaturas e convenções. O espaço é dotado de cabine de luz e som, camarins para até 20 pessoas, área técnica de circulação e montagem de cenários. ” (SCAR. Disponível em: < http://www.scar.art.br/espacos/pequeno-teatro/ >). Outro ponto referencial do Pequeno Teatro é a resolução arquitetônica adotada no seu interior, tanto na plateia quando nas áreas técnicas (Imagem 16) seu desenho e estrutura foram pensados para serem compactos, mas de forma que não renuncie aspectos como o bom funcionamento técnico e de controle teatral, planejamento acústico adequado, plateia confortável incluindo espaços para espectadores com necessidades especiais, design e arquitetura notável, iluminação técnica e ornamental de qualidade, além de fornecer aparos técnicos, coxias, camarins e torre de urdimento que possibilitam a circulação e uso dos cenários. Imagem 16 – Fotografia da cabine de controle técnico do Pequeno Teatro da SCAR

Fonte: Disponível em < http://we.art.br/1o-weart-con >. Acesso em set. 2017.

O Pequeno Teatro do SCAR é um exemplo de como é possível oferecer um espaço adequado e de excelente qualidade arquitetônica para produções musicais, teatrais, seminários, convenções diversas, apresentações de dança, ou eventos educacionais, mesmo em proporções otimizadas, não abrindo mão de uma grande parte das características que os grandes teatros icônicos ao redor do mundo podem oferecer. 2.2.3 Conservatório Municipal de Música de Vitória da Conquista, Bahia. Criado em 1974, o Conservatório Municipal de Vitória da Conquista é definido pelo site oficial da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista como a única escola de música atualmente mantida por uma prefeitura em todo o interior da Bahia. Atualmente o Conservatório Municipal atua no Centro Cultural Glauber Rocha (Imagem 17), localizado na Avenida


39

Brumado, no bairro Brasil, zona oeste de Vitória da Conquista, Bahia. Ligado à Secretaria de Cultura, o conservatório oferece, de forma inteiramente gratuita, cursos de diversos instrumentos e aulas relacionadas ao canto, entre as modalidades oferecidas temos piano, teclado, trompete, violão clássico e popular, flauta doce e transversal. Para fomentar também o ensino da música popular e não só da erudita, no Conservatório são ministradas aulas com viola e acordeão. Sobre o ensino de canto, destaca-se também a atuação de um coral. Imagem 17 – Foto divulgação do Centro Cultural Glauber Rocha.

Fonte: Disponível em < http://blitzconquista.com.br/prefeitura-realiza-sorteio-dos-boxes-do-centro-deartesanato-do-glauber-rocha/>. Acesso em dez. 2017.

Em relação a questões de docência, o Conservatório Municipal possui semelhanças tangíveis com o projeto realizado pela FMCCA quando se observa que a transmissão do conhecimento não se limita entre a relação professor-aluno, mas também há a possibilidade do conhecimento ser adquirido em uma relação aluno-aluno, sendo isso possível pois os alunos mais avançados estão no mesmo ambiente (Imagem 18) que o iniciante, permitindo uma relação pessoal e educacional recíproca entre alunos com diferentes níveis de aprendizado. Imagem 18 – Fotografia das atividades musicais no Conservatório Municipal.

Fonte: Disponível em < http://www.pmvc.ba.gov.br/wp-content/uploads/conservatorio-municipal-de-musica9.jpg >. Acesso em nov. 2017.


40

Por suas características, a escolha do Conservatório Municipal de Música de Vitória da Conquista foi importante para a elaboração desta pesquisa, isso porque suas particularidades assemelham-se bastante à proposta presente neste trabalho. A principal motivação foi o potencial social, o conservatório é um projeto inteiramente de cunho público, tal qual a proposta que permeia esse presente trabalho. Além disso, a própria questão da região atuante é um ponto extremamente importante para a escolha dessa referência, permitindo a exploração do funcionamento de edificações com esse tipo de uso, e para a argumentação de comparação e definição de alguns parâmetros básicos para o projeto pretendido em Itapetinga. Separadas por apenas 101 km, Vitória da Conquista e Itapetinga possuem características diferentes em alguns aspectos, mas semelhantes em outros, como é o caso do público alvo atingido pela iniciativa, suas similaridades ajudarão a definir o programa de necessidades, e estabelecer um comparativo funcional para as proporções adotadas. Sobre o público alvo acima argumentado: “O público atendido é bastante diversificado, de pessoas inexperientes com a música a profissionais gabaritados que desejam conhecer novos instrumentos, proporcionando assim uma maior interação entre os cursistas. Não há distinção quanto à idade e, sobretudo, quanto á classe social dos estudantes. ” (PMVC, acesso em: Nov, 2017. Disponível em: <http://www.pmvc.ba.gov.br/conservatorio-munic ipal/>

Sobre o Conservatório como referencial propriamente arquitetônico, a mesma proposta de análise comparativa permanece válida, nesse caso será possível abordar o entendimento sobre as dificuldades que a estrutura física do espaço enfrenta, e poder evita-las no presente projeto. Alguns exemplos disso, são as questões acústicas, o layout das instalações e mobiliários, e fluxos internos, que não são muito eficientes no caso do Conservatório Municipal de Vitória da Conquista, mas servem como argumentação das escolhas arquitetônicas adotadas no projeto arquitetônico em Itapetinga.


41

3. METODOLOGIA

Para a elaboração deste trabalho foram utilizadas algumas metodologias de pesquisa para se obter resultados e informações que pudessem ser incorporadas ao trabalho de modo positivo, agregando conhecimento científico para dar o embasamento necessário para todas as informações discutidas. Serão descritos e explicados como cada método foi utilizado, e suas aplicações práticas para o desenvolvimento da produção deste trabalho. Analisando a forma de estudo, este trabalho aborda o método de pesquisa exploratória, que se entende por aquela que permite ao leitor entender o fenômeno ou fato tratado, tornando o conhecimento esclarecido e mais elucidado, envolvendo levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não padronizadas, estudos de caso, e outras técnicas como podem ser vistas a seguir. Em relação a definição da metodologia deste trabalho quanto aos objetivos, se classifica como uma pesquisa descritiva, por abordar os assuntos relacionados ao ensino de artes e música como dever do estado e sua relação com a população, não somente apontando as falhas e dificuldades encontrados no cenário atual do Brasil, focando em Itapetinga na Bahia, mas também procurando soluções e embasamentos que possam, em sua totalidade, viabilizar a execução de uma edificação para este fim. Além desses aspectos citados, a pesquisa se enquadra como descritiva por analisar, descrever, e verificar as relações entre os fatos discutidos, mesmo que não tão profundamente, além de tomar conhecimento do público no qual está relacionado o tema do trabalho. Em relação a definição da pesquisa quanto à abordagem, o trabalho se enquadra no hipotético-dedutivo, assim, as afirmações das soluções sugeridas ficam margeadas em buscar a verdade sobre o assunto tratado eliminando tudo o que é falso através do embasamento científico. O uso desse método de abordagem se explica por que o tema tratado tem relação direta com os sentimentos, sensações, percepções e intenções, mas ao mesmo tempo é possivelmente abordado em números e quantitativos. O trabalho irá abordar argumentos subjetivos e objetivos, contrapondo dedutivamente o porquê desse tema ser válido e pertinente para ser discutido e solucionado. Sobre as técnicas de procedimento, o método mais abordado é o comparativo, pois através dos projetos referenciais e outros analisados, o trabalho realiza comparações com a finalidade de verificar semelhanças e explicar divergências entre as necessidades atendidas ou não de outras instituições e edificações semelhantes. Ainda sobre técnicas de procedimento, se pode também considerar o uso do método histórico, mesmo que levemente, pois consiste na investigação dos acontecimentos, processos e instituições do ponto de vista da análise temporal,


42

verificando a influência da arte e da música na sociedade de hoje. Neste procedimento este trabalho visa observar a arte em seu papel transformador ao longo dos anos para melhor compreender sua natureza e função atualmente. No que tange as técnicas de pesquisa, a exploração bibliográfica foi selecionada de forma que seus conteúdos possam embasar todo conhecimento discutido ao longo deste trabalho, em suas diversas formas, como: publicações avulsas, revistas, livros, pesquisas e artigos, monografias, material cartográfico, normas técnicas da ABNT e documentos legais como a Constituição Federal, Código de Obras e Plano Diretor Urbano. Além desses meios, foi utilizado como pesquisa bibliográfica conteúdo de televisão abordando a temática. Também foi utilizado como técnica de pesquisa levantamentos diretos, como entrevista estruturada, que consiste em proporcionar argumentos através do conhecimento adquirido de outras pessoas que estão diretamente ligados com o objeto de estudo, no caso deste trabalho, principalmente sobre a atuação da Fundação Canto das Artes na cidade de Itapetinga. Por último, além desses citados, foi desenvolvido um questionário, por ser uma das ferramentas mais importantes para entender o público alvo, o objetivo deste método de levantamento de dados destina-se a compreender qual o real público a ser atingido pelo projeto e quais são suas opiniões em relação a FMCCA e sobre a proposta arquitetônica sugerida. Ademais, dentro dos resultados do questionário, será possível observar e tirar conclusões sobre como o ensino de artes é visto pela sociedade Itapetinguense, apontando as necessidades e dificuldades que o poder público tem em propiciar esse ensino de forma eficiente e sem distinções, além de possibilitar a percepção sobre as possibilidades de terrenos à implantar a proposta da nova edificação, dessa forma fazendo escolhas que balanceie as questões técnicas com a abordagem da realidade vivida pelas pessoas. 3.1. Análise do questionário aplicado. O questionário foi desenvolvido por meio digital através das ferramentas disponíveis pelo Google Forms, e divulgado para o público que se desejava alcançar, o modelo do questionário pode ser visto no apêndice anexado a este trabalho. O questionário dividiu-se basicamente em 3 etapas, a primeira, identificação dos participantes como forma de entender a faixa etária e público e também para garantir a não repetição de respostas, a segunda sobre o entendimento da arte de modo geral e os interesses das pessoas nas predileções das ramificações artísticas, e a terceira sobre a relação do público Itapetinguense com a Fundação Canto das Artes, entendendo então a importância deste projeto acadêmico.


43

O questionário teve a meta de atingir 100 pessoas, e em seu resultado final se obteve um total de 105 respostas, já incluso nessa contagem a eliminação de 4 respostas duplicadas11. Para fins de análise, foram consideradas todas as 105 respostas na primeira e segunda etapa do questionário, onde o público era mais generalizado e as respostas eram obrigatórias para todos os participantes, já na terceira etapa, que necessitava de um público mais especificamente ligado à Itapetinga, as respostas eram opcionais, deixando a cargo do participante decidir se se sentia apto ou não a responder questão mais especificas de Itapetinga e da FMCCA, portanto a quantidade de respostas desta etapa do questionário não foram fixas em 105, mas sim variáveis, e a quantidade de respostas estarão indicadas nos próprios gráficos das perguntas, lembrando que nem todos os gráficos serão apresentados para não alongar demais o corpo do trabalho. Sobre o público atingido, das 105 pessoas, 60 são mulheres e 45 são homens, em relação a faixa etária (gráfico 01), pode-se ver que a maioria (75,3%) dos participantes têm entre 12 e 25 anos, atingindo realmente o público alvo da proposta de projeto. Sobre a cidade dos participantes, 60% são de Itapetinga, 26,6% são de Vitória da Conquista, e 11,4% são de outras cidades. Gráfico 01 – Análise da pergunta 3.

Fonte: Realizado pelo autor. Mai. 2018.

Adentrando a segunda etapa do questionário, sobre o entendimento da arte na educação, se pôde identificar o que os participantes pensam em relação a arte como potencial relevante para a transformação sociedade, e além disso, mostrar como a população vê o papel do estado neste sentido, e a atual realidade do ensino de arte no Brasil. Primeiramente foi perguntado se concordavam que as artes têm um papel importante na formação pessoal e na integração da 11

Por erro do participante, houve entradas de respostas iguais feitas pela mesma pessoa.


44

pessoa com a sociedade, neste questionamento 100% dos participantes concordaram de alguma forma com esse papel da arte (gráfico 02). Gráfico 02 – Análise da pergunta 6.

Fonte: Realizado pelo autor. Mai. 2018.

Quando questionados sobre a qualidade do ensino de artes nas escolas públicas nas opiniões deles (gráfico 03), as respostas não foram animadoras, como já discutido no referencial teórico. Apenas 10,5% das pessoas acreditam que o ensino é excelente ou bom, enquanto que 35,2% acham regular, e mais da metade (54,3%) dos participantes acham ruim ou péssimo. Gráfico 03 – Análise da pergunta 7.

Fonte: Realizado pelo autor. Mai. 2018.


45

Quando perguntados sobre as modalidades artísticas que teriam interesse de aprender ou ter aprendido (gráfico 04), as respostas foram das mais variadas, o que ajuda bastante a entender qual programa de atividades o projeto deve abranger. E quando questionados se oferecer o ensino dessas modalidades artísticas era papel do estado (gráfico 05) as respostas também foram positivas, sendo que 102 das 105 pessoas concordam que é sim responsabilidade da gestão pública, demonstrando o conhecimento da população sobre o direito cultural. Gráfico 04 – Análise da pergunta 8.

Fonte: Realizado pelo autor. Mai. 2018.

Gráfico 05 – Análise da pergunta 9.

Fonte: Realizado pelo autor. Mai. 2018.

Entrando na terceira etapa do questionário, pôde-se entender um pouco a relação dos participantes com a FMCCA, como dito anteriormente, essas questões não tem um número fixo


46

de respostas, porque elas eram opcionais. Relacionado ao conhecimento dos participantes sobre a FMCCA (gráfico 06), das 88 pessoas, 48 (54,5%) conheciam a fundação. Gráfico 06 – Análise da pergunta 11.

Fonte: Realizado pelo autor. Mai. 2018.

A importância da fundação sobre a perspectiva da inclusão social (gráfico 07) fica tangível quando se analisa que 85,5% dos participantes classificaram como 4 ou 5 numa escala de 1 a 5, onde 1 significa “não há importância” e 5 “extrema importância”. Gráfico 07 – Análise da pergunta 13.

Fonte: Realizado pelo autor. Mai. 2018.

A análise dessas e das demais perguntas do questionário foram imprescindíveis para se compreender qual a importância dessa proposta de projeto e o como a arte também pode, e é vista como uma necessidade da sociedade, elevando a importância da FMCCA em Itapetinga.


47

4. CONCEITO DO PROJETO No que tange a visualização funcional e objetiva da proposta presente neste trabalho, pode-se definir este projeto como uma escola pública de arte e música funcionando como instrumento de inserção social e fomento ao desenvolvimento artístico e cultural, porém o conceito arquitetônico de um projeto vai além de definições técnicas, entrando na linguagem subjetiva e visual, ou seja, na imagem, e se tratando de um local para disseminação de arte, a própria arte acaba por se tornar o conceito, e essa essência social artística não poderia nunca prosseguir desligada da vivência urbana. Tendo conhecimento acerca da atuação da Fundação Movimento de Corais Canto das Artes na cidade de Itapetinga, a principal linguagem conceitual da proposta de projeto abordada nesse trabalho permeia o entendimento de qual imagem física a sociedade conecta quando se vem à mente a fundação como palavra-chave, e isso está intrinsecamente ligado ao patrimônio cultural intangível que é o aspecto particular pelo qual um ser ou um objeto é percebido, nesse caso a FMCCA. E ao decorrer de mais de 47 anos de história, a imagem construída pela sociedade é justamente o fim para o qual destina-se a fundação, que é a própria arte inserida no conceito urbano através de seus muros e paredes pintadas à mão (Imagem 19). Logo, o conceito arquitetônico dessa proposta de projeto está na experiência estética em sua circunstância vivida, que a caracteriza e é vista pelo habitante urbano em sua vida cotidiana. Imagem 19 – Arte urbana produzida pela FMCCA em muros e painéis onde atuaram.

Fonte: Compilação de fotografias realizadas pelo autor. Acervo pessoal. Mar. 2018.

Nesse contexto que se define o conceito arquitetônico dessa proposta de projeto, que é aliar a arte urbana com a concepção de arquitetura urbana que surgiu nos Estados Unidos entre a década de 50 e 70 e traz consigo elementos típicos industriais de materiais crus como concreto,


48

tijolo aparente, estruturas destacadas e instalações aparentes, que ajudam a compor esse aspecto visual de cidade, em espaços simples e ao mesmo tempo descontraídos que desempenham o papel da tela em branco para as produções artísticas criadas posteriormente pela própria fundação, dessa forma harmonizando um ambiente novo com aspectos que resgatem as memórias das pessoas através do contraste da matéria bruta com o colorido das artes urbanas (imagem 20), ajudando também a mostrar as personalidades daqueles que ali alimentam a produção artística Itapetinguense. A cidade é democrática! Costumo dizer que as ruas podem ser consideradas a principal galeria de arte do mundo. Há trabalhos diferentes uns dos outros, universos únicos, histórias pessoais, muitas vezes de superação, únicas. Cada desenho ou obra feita nas ruas vem de todo esse contexto e pode ser apreciada ou mesmo desvendada em seus detalhes. (KOBRA, 2016, disponível em: https://zupi.com.br/entrevista-comeduardo-kobra/).

Imagem 20 – Intervenção artística urbana feito por Eduardo Kobra, muralista paulistano.

Fonte: Disponível em https://zupi.com.br/entrevista-com-eduardo-kobra/). Acesso em mar. 2017.


49

5. PARTIDO ARQUITETÔNICO Das modalidades artísticas ensinadas pela Fundação Canto das Artes ao longo de sua atuação, a música sempre desempenhou um papel extremamente importante, primeiro por ser a motivação da origem da fundação e da formação de Leniza Souza, e segundo pela sua capacidade de transformar o emocional de quem a vivencia. A música obriga a esquecermo-nos da nossa verdadeira personalidade, transporta-nos a um estado que não é o nosso. Sob a influência da música temos a impressão de que sentimos o que não sentimos; que compreendemos o que na realidade não compreendemos; que podemos o que não podemos. É como o bocejo ou o riso. Não temos sono mas bocejamos quando vimos alguém bocejar. Não temos vontade de rir, mas rimo-nos, ouvindo rir. A música transporta-nos, de surpresa e imediatamente, ao estado de alma em que se encontrava o artista no momento da criação, confundimos a nossa alma com a dele e passamos de um estado a outro sem saber por que o fazemos. (Sonata a Kreutzer- Leon Tolstói, 1889)

É desse potencial de mudar a realidade de quem se relaciona com a música que origina a inspiração para este projeto, mas música em si é muito subjetiva, então ao relacionar esse aspecto emocional com o caráter social da fundação, a imagem que parte à mente é um instrumento musical que seja acessível e que represente tanto a função artística transformadora quanto a função social, e rapidamente a imagem da Flauta Doce (Imagem 21) surge à mente, um instrumento de custo extremamente baixo, que muitas vezes é confundido como brinquedo, e já esteve presente na infância de muitos. Imagem 21 – Desenho descritivo do partido arquitetônico adotado.

Fonte: Acervo pessoal. Mar. 2018.


50

6. CARACTERIZAÇÃO DA PROPOSTA ARQUITETÔNICA O empreendimento tem como finalidade a implantação de uma escola informal que lecione matérias artísticas que capacitem e qualifiquem seus alunos nas mais diferentes vertentes artísticas dentro das áreas de artes cênicas, artes plásticas, dança e música, oferecendo ambientes preparados para fornecer o espaço qualificado para o ensino eficiente, com características que abranjam o conforto técnico tanto para o funcionamento interno, quanto para a relação com o entorno. Para fins de garantir espaços humanizados e bem distribuídos, dentro da esfera da qualidade de uso para atividades artísticas, as instalações, layouts e disposição dos ambientes serão feitas conforme a lógica de ocupação do solo, conferindo sempre as atribuições das normativas técnicas referentes ao projeto arquitetônico como a ABNT NBR 9077, para garantir a acessibilidade dos funcionários, alunos e visitantes, e a ABNT NBR 9050, para fornecer segurança em proteção contra incêndios. Além disso, o projeto tem o cuidado de se ater as legislações vigentes no município, como a Lei 1.179/2012 (Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de Itapetinga), a Lei 1.176/2012 (Código de obras e edificações do município de Itapetinga), Lei 1.181/2012 (Código Ambiental do Município de Itapetinga-BA) e a Lei 1.178/2012 (Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo de Itapetinga). Complementando, o projeto também se beneficia dos métodos de bibliografias clássicas como A Arte de Projetar em Arquitetura, e O Manual do Arquiteto, para fornecer embasamento para alguns parâmetros específicos de projeto que envolvam a parte de visibilidade de auditórios, e também elementos da caixa cênica presente no projeto, todas essas especificidades com a intenção de promover espaço para as futuras apresentações artísticas produzidas na escola. O projeto caracteriza-se como uma edificação em sua maior parte térrea, com 2 pavimentos apenas na área de auditório e salas técnicas da caixa cênica, com características conceituais de arquitetura urbana em materiais crus e industriais em contraste com espaços para artes urbanas, que propiciarão uma linguagem artística única para a FMCCA. As demais caracterizações técnicas do projeto serão apresentadas a seguir em tópicos específicos. 6.1 Localização do empreendimento Itapetinga é um município brasileiro localizado no interior da Bahia, e que pertence a mesorregião do centro-sul baiano. A distância do município para a capital do estado, Salvador, é de 562 km, e 101 km de Vitória da Conquista, terceira cidade com maior população da Bahia (Imagem 22). A sua população de acordo coma estimativa populacional do IBGE em 2017, era de 77.533 habitantes, sendo assim classificada como a 26ª cidade mais populosa da Bahia.


51

Imagem 22 – Cidades relevantes ao redor da cidade de Itapetinga.

Fonte: Elaborado pelo Autor. Mapa por GoogleEarth. Mar. 2018.

O terreno proposto para implantação do projeto fica localizado no Bairro Urbis, na região sul de Itapetinga. Como a cidade tem uma proporção alongada no sentido leste-oeste, essa área, embora esteja ao sul, acaba estando relativamente próxima do centro geográfico da cidade. Em relação aos acessos da cidade, Itapetinga possui 3 entradas principais, que levam as cidades próximas, ambas as entradas utilizam como conexão principal a BR-415, que possui ligação direta com a Avenida Américo Nogueira de Souza, indicada na seta vermelha da imagem a seguir (imagem 23), que é uma das vias de acesso do terreno proposto, dessa forma se localizando em um ponto de fácil acesso. Imagem 23 – Mapa de Itapetinga com a relação dos acessos e região do terreno.

Fonte: Elaborado pelo Autor. Mapa por OpenStreet. Mar. 2018.


52

6.1 Estudo do Entorno Uma das partes mais relevantes no processo de localizar o terreno é o estudo de entorno, esse estudo consiste em caracterizar a zona ao redor do terreno e identificar os pontos mais relevantes que viabilizam e/ou justificam a sua implantação. No caso deste projeto, a escolha do terreno se deu principalmente com o propósito de encontrar um local na cidade que atendesse os três itens a seguir: 

Proximidade com o público-alvo: Planejar uma escola de música que tenha os mesmos princípios da FMCCA, significa aumentar ao máximo o potencial de atender o público-alvo do projeto. Embora a fundação trabalhe com pessoas de qualquer faixa etária, o seu público predominante são alunos do ensino fundamental e médio, logo, locar a edificação em uma área próspera em escolas e colégios é uma escolha indispensável para facilitar o acesso e incentivar os alunos.

Zona residencial: Um dos problemas de situar uma escola dessa tipologia no centro da cidade ou áreas próximas ao centro (atual situação), é que as pessoas precisarão se deslocar para a escola para exercer as atividades da fundação, e do ponto de vista de facilitar o acesso, seria mais interessante que a escola se localizasse próximo ao dia a dia das pessoas, de forma que facilitasse ao público alvo. Além disso, regiões centrais tem a tendência de serem inativas nos períodos não comerciais, que é uma situação na qual o projeto almeja evitar.

Transporte público: Mesmo que o local escolhido atenda os itens acima, ainda assim é necessário ter acesso facilitado a todos os bairros, de modo a permitir a integração de toda a cidade, por este motivo, foi realizado uma análise em relação aos itinerários das linhas coletivas de transporte público, demarcando assim as áreas da cidade que se enquadravam com esse aspecto de boa localização.

Após esse processo, algumas áreas se destacaram, mas essa localidade do bairro Urbis tornou-se a mais promissora por todo um complexo de pontos relevantes ao projeto, que valorizam a implantação dessa proposta arquitetônica em relação ao público alvo, a facilidade de acesso, ao transporte público, à área do terreno que comporte a estrutura do programa de


53

necessidades, e o entorno adequado. Toda essa gama de pontos importantes pode ser vista na análise da imagem abaixo (imagem 24), onde se pode ver as localidades que tiveram algum grau de importância dentro de um raio de um quilometro. Dentro desta exploração, destacamse a quantidade excepcional de escolas e colégios, são um total de 7 escolas públicas12 e 2 escolas particulares13, que estão diretamente ligadas ao público alvo do projeto. Além disso, está nas mesmas imediações onde a Fundação Movimento de Corais Canto das Artes já tinha atuado posteriormente, o antigo Colégio Otávio Camões, o que faz ter a certeza que a troca de região de atuação, não será um problema para as atividades da FMCCA. Outros aspectos relevantes analisados são em relação as vias principais da cidade que interligam os bairros e estão conectando também o terreno, além disso, outros pontos mostram a diversidade de uso da localização escolhida, como áreas sociais, de saúde e de lazer próximas, dando destaque à essa última para o Ginásio de Esportes, que está situado no mesmo quarteirão do terreno. Imagem 24 – Mapa de pontos de interesse em um raio de 1 km do terreno.

Fonte: Elaborado pelo Autor. Mapa por Google Earth. Mar. 2018.

12

Por ordem de proximidade: Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães; Escola Municipal Rosalina Vesper de Souza; Colégio Estadual Polivalente; Escola Municipal Maria Amélia; Escola Municipal Esther Ferraz; Centro Educacional e Cultural José Marcos Gusmão; Escola Municipal Sizaltina S. Fernandes. 13 Por ordem de proximidade: Escolinha Alegria do Saber; Escola Adventista de Itapetinga


54

A partir dessas análises do terreno, os estudos dão bastante validade a implantação dessa proposta de projeto, entretanto, uma análise mais minuciosa é necessária para entender as categorias do uso na área escolhida e por fim chegar à conclusão que o terreno é ideal e propicio para o projeto. Através da imagem elaborada abaixo (imagem 25), se pode identificar a caracterização da vizinhança onde se encontra o empreendimento, que predominantemente é residencial, com um uso diversificado nas adjacências da Avenida Américo Nogueira e do quarteirão onde o terreno foi escolhido. Essa escolha é justificada justamente por estar próximo a áreas residências onde está o público alvo, mas ao mesmo tempo situado em uma área onde já existe um uso misto de atividades de comercio, serviço, lazer e institucional, o que faz com que, embora seja uma implantação em zona residencial, seja um projeto que se ligue harmonicamente com o seu entorno. Imagem 25 – Mapa de categorias de uso em um raio de 400 m do terreno.

Fonte: Elaborado pelo Autor. Mapa por Google Earth. Mar. 2018.

Como forma de seguir parâmetros para esta setorização, foram consideradas áreas institucionais (aquelas destinadas à edificação de equipamentos comunitários, tais como praças, ginásio de esportes, áreas de lazer, escolas, postos de saúde, segurança, entre outros, conforme dispõe o art. 4º, §2º da Lei nº 766/79). Já no que diz respeito as áreas verdes, serão considerados os espaços de domínio público que desempenham função ecológica e/ou paisagística, que dão suporte à qualidade funcional, ambiental e estética da cidade, dotadas de vegetação em espaços permeáveis.


55

6.2 Vias de Acesso Do ponto de vista de implantação do projeto, é fundamental compreender as vias de acesso que interligam o sistema viário com o terreno escolhido. Dessa forma identificando possíveis soluções para implantação no que tange aos acessos de pedestre e de veículos e os seus posicionamentos em relação ao entorno, tal qual a ligação da edificação com o transporte público que como dito anteriormente, foi um dos focos na escolha do terreno. Essa relação entre o transporte público e a edificação, pode ser visualizada na imagem a seguir. Em Itapetinga, basicamente existem 2 linhas de ônibus coletivo de acesso a população, cada uma possui 2 itinerários (ida e volta), totalizando 4 itinerários, dos quais todos estão ligados com o quarteirão do terreno, dois passando na esquina do próprio terreno, e as outras duas passando no lado norte do quarteirão, em frente ao Ginásio de Esportes, como pode ser visto na imagem a seguir (imagem 26), onde a linha laranja representa as vias que o transporte público trafega e o ponto demarcado em preto (indicado pela seta) é o terreno. Imagem 26 – Mapas de itinerários do transporte público de Itapetinga.

Fonte: Elaborado pelo Autor. Mapa por OpenStreet. Mar. 2018.

Relativo as vias em si, o terreno possui ligação com a Avenida Américo Nogueira de Souza, avenida asfaltada e com canteiro central de 1 metro de largura, onde se localiza a testada oeste do terreno, a Rua Equador, com calçamento em pedra, testada sul, e a Rua Paraguai,


56

também com calçamento em pedra, testada leste. Os pontos relevantes de acesso e os sentidos de tráfego dessas vias estão destacados na imagem a seguir (imagem 27) que referencia geograficamente o terreno através do mapa e de fotografias posicionadas estrategicamente, dessa forma permitindo a visualização rápida do entorno, das condições do terreno, e as condições das vias no que tange a infraestrutura urbana. Imagem 27 – Imagens do terreno escolhido com suas relações com as vias de acesso.

Fonte: Elaborado pelo Autor. Mapa por OpenStreet. Mar. 2018.


57

6.3 Dimensionamento do terreno O terreno possui uma área de 11.014,01m², em uma disposição trapezoidal de 422,66 metros de perímetro. Em suas testadas temos os seguintes dimensionamentos: 88,97m na testada norte, 107,76m na testada leste, 103,05m na testada sul e por fim, 122,87m na testada oeste, todas essas medidas sem incluir a calçada, que atualmente é inexistente, mas no projeto serão projetadas em conformidade com a Lei 1.179/2012, sendo 5 metros de largura na Av. Américo Nogueira de Souza, 3 metros de largura na Rua Paraguai e 2 metros na Rua Equador. De acordo com as disposições apresentadas, o terreno é composto por 3 lados voltados ao logradouro público e 1 lado, à norte, voltado para o terreno onde se encontra o Ginásio de Esportes. Em relação as suas angulações das esquinas, nenhuma está no esquadro (90º), sendo suas medidas informadas na imagem abaixo (imagem 28). Imagem 28 – Informações sobre os dimensionamentos básicos do terreno.

Fonte: Elaborado pelo Autor. Mar. 2018.

6.4 Estudo de insolejamento, condições climáticas e altimetria. Na implantação do projeto, o estudo das condições climáticas, insolejamento e altimetria são extremamente relevantes, pois norteiam diversas decisões de projetos. No cenário geral


58

dessas condicionantes, o estudo do clima de Itapetinga se fez necessário para entender futuras questões de projeto. Relativo a umidade e temperatura da cidade, os estudos indicam que o período abafado do ano dura cerca de 9 meses, no qual o nível de conforto é abafado, opressivo ou extremamente úmido por pelo menos em 38% do dia. O mês mais abafado do ano costuma ser em março, com condições abafadas durante 97% do dia e o mês mais confortável é em agosto, com condições abafadas em apenas 19% do tempo. A temperatura média da cidade é de 21ºC, variando entre 17ºC a 32ºC. Essas informações são importantes do ponto de vista de projeto porque o condicionamento climático da cidade é bastante particular e reflete em escolhas adotadas no projeto, como por exemplo essa combinação de umidade e temperatura, que geram níveis opressivos de conforto térmico em grande parte do ano, e o projeto, através do conhecimento dessas informações, adotará medidas que mitiguem essas condições. Todas essas informações sobre os níveis de conforto em Itapetinga podem ser conferidas abaixo (imagem 29), retiradas do site WeatherSpark. Imagem 29 – Condições de conforto térmico relativos à umidade em Itapetinga.

Fonte: Adaptado pelo Autor de WeatherSpark. Mar. 2018.

Outra condicionante climática de extrema importância é a direção predominante dos ventos, principalmente por abordar no projeto conceitos como ventilação cruzada e coberturas que direcionem a ventilação de forma favorável ao conforto. Em Itapetinga os ventos predominantes são oriundos do Leste (imagem 30), com pequenas variações à sudeste e nordeste durante o ano. Relativo a altimetria, o terreno em encontra entre as altitudes 289 e 284,5 metros em relação ao nível do mar, conta com um desnível total de 6,50m em sua diagonal sentido noroeste-sudeste. A parte mais elevada se encontra na testada adjacente à Avenida


59

Américo Nogueira de Souza, tendo um declive acentuado de 3 metros de desnível nos primeiros 15m do terreno, aproximadamente, e os outros 3,5 metros distribuídos uniformemente em um declive leve até o final do terreno na esquina entre a Rua Equador e a Rua Paraguai. A influência da topografia (imagem 31), no projeto refletiu nos setores em platôs com níveis variados e na escolha da entrada principal, também como a distribuição dos setores dentro do terreno. Imagem 30 – Direções dos ventos predominantes em Itapetinga.

Fonte: Adaptado pelo Autor de WeatherSpark. Mar. 2018.

Imagem 31 – Estudo altimétrico, de insolejamento e condições climáticas.

Fonte: Elaborado pelo Autor. Mar. 2018.


60

Ainda sobre a topografia, analisando a perspectiva do terreno (imagem 32), se pode ilustrar que o projeto terá que se adaptar ao terreno com cortes e aterros leves, dividindo os blocos edificados em platôs nivelados que levem em consideração a topografia de forma harmônica e com acessos fáceis à edificação, sempre lembrando da acessibilidade. Imagem 32 – Estudo da topografia em perspectiva.

Fonte: Elaborado pelo Autor. Abr. 2018.


61

7. ESTUDOS NORMATIVOS Com o objetivo de caracterizar as diretrizes de projeto dentro das normas vigentes, este tópico se destina a especificar as propriedades arquitetônicas da proposta do projeto trabalhado e relacioná-las aos parâmetros legais exigidos de acordo com as normativas, sejam elas referentes as leis municipais, estaduais ou nacionais referentes a o uso e ordenamento do solo, bem como Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O principal objetivo desse estudo está em determinar padrões e medidas essenciais ao projeto de forma a garantir o conforto da edificação e além disso, a acessibilidade e segurança dos usuários, fornecendo um espaço saudável e produtivo para a docência, estudo e produção artística. 7.1 Código de Obras e de Uso e Ocupação do Solo. O projeto seguiu como base as diretrizes legais municipais da Lei 1.179/2012 - Plano diretor de desenvolvimento municipal de Itapetinga, Lei 1.176/2012 - Código de obras e edificações do município de Itapetinga, Lei 1.181/2012 - Código ambiental do município de Itapetinga-Ba e a Lei 1.178/2012 - Parcelamento, uso e ocupação do solo de Itapetinga. O projeto se ateu ao máximo à legislação vigente em Itapetinga, porém, por conta de alguns elementos não bem descriminados e nem tão abrangentes dessas leis, algumas resoluções também foram adotadas da Lei Nº 1.481/2007 – Código de ordenamento do uso e da ocupação do solo e de obras e edificações de Vitória da Conquista – Ba. A justificativa para essa escolha se encontra no fato de ser a cidade mais próxima que tem um código de obras atualizado. Para desenvolver os parâmetros iniciais de projeto, se deve caracterizar a edificação quanto o seu uso. Considerando o Código de obras de Vitória da Conquista, enquadraríamos a edificação de acordo com o quadro a seguir (quadro 1). Quadro 1 – Tipos de uso de acordo a legislação vigente em Vitória da Conquista. CÓDIGO S-3 S-3.4 S-8 S-8.15

CATEGORIAS/ SUBCATEGORIAS DE USO SERVIÇO – S Serviços de Educação Curso de artes e ofícios e de habilitação Serviços de Esportes, Lazer e Diversão Representações teatrais, espetáculos, “shows” em espaço fechado Fonte: Elaborado pelo Autor embasado na Lei Nº 1.481/2007. Abr. 2018.

As categorias de uso serão consideradas separadamente, visto que a proposta de projeto inclui dois usos diferenciados, como uma edificação de uso misto, sendo um uso relacionado


62

diretamente à educação artística e o outro a espaço para apresentações e shows, que é o teatro. Entretanto, essas categorizações de uso são necessárias para se determinar os critérios e restrições aplicáveis às zonas de uso e em Itapetinga não existe essa configuração separada de uso. Segundo a Lei 1.178/2012, Parcelamento, Uso e Ocupação do solo de Itapetinga, a categoria de uso dessa proposta se enquadra apenas como “Serviço Geral”, onde a definição vai abranger tanto o uso educacional como o uso de espaço para apresentações, tudo isso dentro da categoria de uso “Serviço”. XL. serviço geral - atividade de médio porte, de utilização mediata e intermitente, destinada à população em geral, a exemplo de: escritórios de profissionais liberais, ateliers, estabelecimentos de ensino em geral, casas de culto, postos assistenciais, hospitais, casas de saúde, sanatórios, clínicas, laboratórios, instituições financeiras, agência bancárias, de jornal, de publicidade, postos de telefonia, de correios, oficinas de eletrodomésticos, mecânicas e borracharias, laboratórios fotográficos, imobiliárias, grandes escritórios, hotéis, lavanderias, cinemas, teatros, casas de espetáculos, museus, auditórios de teatro e televisão, clubes e sociedades recreativas, casas de diversão noturna, saunas, postos de abastecimentos e serviços, estacionamento de veículos e usos institucionais (Lei 1.178/2012, p. 08).

Mesmo com essa abordagem sendo menos abrangente, para esta proposta de projeto se utilizou os dados da legislação de Itapetinga como base para o quadro de parâmetros, critérios e restrições, já que a zona de uso é algo particular de cada cidade e o Plano diretor de desenvolvimento municipal de Itapetinga (Lei 1.179/2012) categorizando justamente essas zonas urbanas para a categorização de uso. Nesta perspectiva, de acordo com o Plano Diretor, se identifica a Zona de Uso do projeto como ZR-2, onde se enquadra o bairro do projeto, que é a Urbis. As informações de parâmetros podem ser vistas no quadro a seguir (Quadro 2). Quadro 2 – Parâmetros, critérios e restrições de obras Itapetinga. ZR 2 - NOVA ITAPETINGA / ECOZANE / URBIS / CLODOALDO COSTA / CAMACÃ / PRIMAVERA / OTÁVIO CAMÕES / VITÓRIA RÉGIA / CALIFÓRNIA RESTRIÇÕES DE OCUPAÇÃO ZONA

ZR 2

GABARITO (pavimentos)

USOS PERMITIDOS

Ca

UNIFAMILIAR

1

0,4 0,6

250

8

2,5

1,5

2,5

2

MULTIFAMILIAR

1

0,4 0,6

350

10

2,5

1,5

2,5

3

COMÉRCIO / SERVIÇO

1

0,4 0,6

250

8

2,5

1,5

2,5

2

MISTO

1

0,4 0,6

350

10

2,5

1,5

2,5

3

IP

LOTE MÍNIMO RECUO MÍNIMO (m) IO AREA TEST. FRENTE LAT. FUNDO (m2) MÍN.(m) (m) (m) (m)

Fonte: Elaborado pelo Autor embasado na Lei 1.179/2012. Abr. 2018.


63

Os itens acima podem ser averiguados através do quadro de áreas presente na planta de situação anexada ao trabalho, confirmando a adequação à normativa. Nestes itens é relevante levar em consideração que, pelas necessidades da estrutura cênica do palco, a caixa cênica possui 4 pavimentos, entretanto, apenas 2 pavimentos é de uso da população, acima desses dois pavimentos tem o terceiro pavimento que é a última varanda cênica, e acima desta, a sofita, ou seja, apenas áreas de uso técnico em estruturas e plataformas metálicas, que neste caso, não serão representadas plantas desses pavimentos pois necessitam de um profissional especializado em cenografia para desenvolve-las como projeto final. Outro ponto relevante nesses itens de critérios e restrições, é em relação a área de permeabilidade, que neste projeto estão sendo consideradas as áreas verdes, áreas ajardinadas e gramadas, com 100% de permeabilidade, e os pisos intertravados das áreas externas, com 50%, sempre tendo cuidado para especificar as juntas e materiais adequados na camada de base do assentamento. Ainda sobre o Código de Obras, no que diz respeito a infraestrutura do terreno, adotouse as medidas de passeios, que atualmente são inexistentes, de acordo com o anexo 2.2 da Lei 1.179/2012 (quadro 3) que vai ditar as características físico-operacionais das vias que compõem o sistema viário de Itapetinga, para detalhes sobre estas medidas, verificar planta de situação. Quadro 3 – Característica físico-operacionais das vias em Itapetinga. CARACTERÍSTICAS Velocidade Diretriz Número mínimo de faixas por sentido Largura mín. canteiro central Largura da faixa de rolamento Largura mínima do Passeio

VIA UNID. ESTRUTUR ANTE BR-415 Km/h 80 Km/h

VIA ARTERIAL

VIA COLETORA

VIA LOCAL

60 Km/h

50 Km/h

30 Km/h

un

2

2

1

1

m

3.00

2.00

1,00

-

m

3,50

3,50

3,50

3,50

m

2,00 Permitido com baia Permitido sob controle Direto sob controle

2,00 Permitido com baia Permitido sob controle Direto sob controle

1,50

1,00

Permitido

Permitido

Permitido sob controle Direto sob controle

m

2,50

2,50

2,50

2,50

Travessia de pedestres

-

Passagem em desnível

Travessia em nível c. faixa

Travessia em nível

Número de pistas

-

2

1 ou 2

1

Parada de ônibus

-

Estacionamento

-

Acesso às propriedades adjacentes Largura mínima da faixa de estacionamento/acostamento

-

Passagem em desnível. Travessia em nível c. faixa 2

Fonte: Elaborado pelo Autor embasado na Lei 1.179/2012. Abr. 2018.

Permitido Direto


64

Ainda com base nesse anexo citado, é relevante identificar as vias de acordo com suas características, sendo então a Avenida Américo Nogueira de Souza uma via arterial, a Rua Equador uma via coletora, e a Rua Paraguai uma via local. Através dessas caracterizações, se pôde obter outras escolhas de projeto, como a adoção de baia para transporte público na parada de ônibus exigidas em uma via arterial; a possibilidade de estacionar nas próprias vias, desde que seja sob controle; os cruzamentos em faixas de pedestres com ou sem desnível; como também as larguras das faixas de rolamento internas do estacionamento. Pode-se averiguar as especificações recomendadas para cada item no quadro 3, relevante observar que essa tabela foi editada mostrando apenas os itens relevantes, o quadro completo está referenciado. No que diz respeito aos estacionamentos, houve a necessidade de recorrer parcialmente ao Código de Obras de Vitória da Conquista, isso porque segundo o anexo III (quadro 4) da lei 1.176/2012 não é discriminado quantidade de vagas para esse uso, sendo averiguado no § 1º do Art. 125 dessa mesma lei que os casos não especificados no anexo III serão definidos pelo órgão de planejamento do município, ou seja, deixa aberto à decisão da Prefeitura decidir e definir o que seria considerado suficiente. Portanto, fora adotado o Código de Obras de Vitória da Conquista como base para esse cálculo, mas também seguindo informações legislativas de Itapetinga, como dito no Art. 123, a área mínima por vaga é de 15,00m² (quinze metros quadrados), com largura mínima de 3,00m (três metros), sendo assim todas as vagas dimensionadas na proporção de 3 metros de largura por 5 metros de comprimento, como também o que é dito no Art. 121 onde se previu uma área de acumulação, acomodação e manobra de veículos, para comportar, no mínimo 3% (três por cento) de sua capacidade. Quadro 4 – Anexo III demonstra a não abrangência do código de obras de Itapetinga. Uso privativo 1 vaga por unidade

Uso coletivo  supermercados, centros comerciais, restaurantes, churrascarias e similares - 1 vaga a cada 50,00m2 de área útil, com número mínimo de 5 vagas  hospitais, clínicas e similares - 1 vaga para cada 100,00m2 de área útil  hotéis, albergues e similares - 1 vaga a cada 3 unidades  motéis - 1 vaga por unidade Fonte: Lei 1.176/2012. Abr. 2018.

Seguindo essa perspectiva, passa-se a caracterizar o empreendimento de acordo a legislação vigente em Vitória da Conquista para chegar ao quantitativo mínimo final. Abaixo


65

podem ser vistos através do quadro (quadro 5) as definições quanto à área de influência encontradas, neste aspecto a edificação em ambos os usos é definida com área de influência municipal, o que é relevante pois é objetivo do empreendimento abranger também o distrito Bandeira do Colônia e o povoado Palmares que também são administrados pelo município. Quadro 5 – Classificação quanto à área de influência de acordo com os tipos de uso. Serviços S-i USO S-3 Serviços de Educação S-3.1, S-3.2, S-3.3, S-3.4, S-3.5, S-3.6, S-3.7, S-3.8, S-3.9, S-3.10, S-3.11, S-3.13, S-3.14, S-3.15 S-8 Serviços de Esportes, Lazer e Diversão S-8.1, S-8.9, S-8.10, S-8.11, S-8.12 ÁREA DE INFLUÊNCIA: Local: Atividades e Empreendimentos em Área Construída até 500m² Municipal: Atividades e Empreendimentos em Área Construída de 500 a 5.000 m² Metropolitana: Atividades e Empreendimentos em Área Construída acima de 5.000 m²

Serviços S-l USO S-8 Serviços de Esportes, Lazer e Diversão S-8.2, S-8.3, S-8.4, S-8.5, S-8.6, S-8.7, S-8.8, S-8.13, S-8.14, S-8.15, S-8.16 ÁREA DE INFLUÊNCIA: Local: Atividades e Empreendimentos até 100 lugares Muncicipal: Atividades e Empreendimentos de 100 a 1.000 lugares Regional: Atividades e Empreendimentos acima de 1.000 lugares Fonte: Elaborado pelo Autor embasado na Lei Nº 1.481/2007. Abr. 2018.

Obtendo as definições citadas acima, chega-se através do anexo III (quadro 6) do Código de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo de Vitória da Conquista, ao indicador PGT14 e a quantidade mínima das vagas de estacionamento relativas a esse polo gerador de tráfego. Quadro 6 – Critérios e restrições relativos a PGT e vagas para estacionamento. CATEGORIAS DE USO

CLASSIFICAÇÃO DO PGT

PORTE (Área Construída)

S-i , S3.5, S3.10, S-3.11, S3.13, S3.14, S3.15

P1

Até 500 m²

P2

de 500 a 5.000 m²

P3

Acima de 5.000 m²

14

NÚMERO MÍNIMO DE VAGAS ESTACIONAMENTO E/OU GARAGEM

01 para cada 50 m² de Área Útil ou fração 01 para cada 50 m² de Área Útil ou fração 01 para cada 30 m² de Área Útil ou fração

CARGA E DESCARGA

EMBARQUE E DESEMBARQUE

OBS.

-

02

-

01

02 (2)

01

03

Polo Gerador de Tráfego é um indicador que quantifica e qualifica edificações permanentes que atraem ou produzem um determinado número de viagens ao longo do dia e/ou por período determinado, causando impacto no sistema viário e de transporte, podendo comprometer a acessibilidade, a mobilidade e a segurança.


66

CATEGORIAS DE USO

CLASSIFICAÇÃO DO PGT

PORTE (Área Construída)

NÚMERO MÍNIMO DE VAGAS ESTACIONAMENTO E/OU GARAGEM

CARGA E DESCARGA

EMBARQUE E DESEMBARQUE

P1

Até 100 01 para cada 02 lugares 08 lugares de 100 a 01 para cada P2 1.000 01 03 S-l 06 lugares lugares Acima de 01 para cada P3 1.000 02 05 04 lugares lugares (2) - Prever Área de Acumulação calculada em função do tempo médio de embarque e desembarque, do tipo de controle de acesso e a frequência no horário de pico.

OBS.

-

(2)

Fonte: Elaborado pelo Autor embasado na Lei Nº 1.481/2007. Abr. 2018.

Fazendo uso dos quadros mostrados acima e considerando o que é descrito no § 2º, do art. 125 da lei 1.176/2012, onde para efeitos dos cálculos será considerada área útil aquela efetivamente utilizada pelo público, ficando excluídos depósitos, cozinhas, circulação de serviços e similares, se chegará as seguintes definições: 

Para o uso relativo a escola se terá um valor de área útil de 1886,8m², este valor considera todo o grupo funcional da docência artística (salas de aula) e o grupo funcional das áreas administrativas, além dessas é incluso o refeitório, o hall de memórias, o pátio coberto e a circulação entres esses dois últimos ambientes, excluindo todos os itens citados no § 2º. Usando o indicador de 1 vaga para cada 50 m² de Área Útil, se terá um valor de 37,74 vagas, ou seja, 38 vagas de estacionamento para atender a escola. Relacionado a carga e descarga, 1 vaga apenas, e sobre embarque e desembarque, 2 vagas.

Para o uso relativo ao teatro, ao contrário do cálculo da escola, teremos um cálculo baseado na quantidade de assentos da plateia, que é de 250 lugares. Usando o indicador de 1 vaga para cada 6 lugares, se terá um valor de 41,67 vagas, ou seja, 42 vagas de estacionamento para atender o teatro. Relacionado a carga e descarga, 1 vaga apenas, e sobre embarque e desembarque, 3 vagas.

Somando os quantitativos mínimos supracitados, se teria um total de 80 vagas de estacionamento, 2 vagas destinadas a carga e descarga, e 5 vagas de embarque e desembarque. Entretanto, os funcionamentos dos dois usos não se dão simultaneamente, assim sendo, adotouse a medida de maior abrangência, chegando a um valor final de 42 vagas totais de estacionamento. Além dessa justificativa, a escolha do estacionamento também se amparou em


67

outros aspectos, tais como: O público alvo é composto em sua maioria de pessoas de baixa renda, menos provável de possuir veículos próprios; Considerando o quadro 3, vemos que a própria rua também pode ser utilizada como estacionamento e, tendo em vista o perímetro livre da Rua Paraguai (via local onde é permitido estacionamento), se teria espaço para acomodação de mais 17 veículos (5 metros linear por vaga) em uma teórica necessidade; O ginásio de Esportes, terreno adjacente ao do empreendimento, possui um pátio de estacionamento que não é utilizado frequentemente, apenas em eventos esporádicos. Por ser um pátio aberto, o mesmo também poderia ser utilizado para acomodação de veículos em uma teórica necessidade, e as chances de eventos estejam acontecendo simultaneamente em ambos os locais é mínima; Os veículos de duas rodas como bicicletas, motocicletas e ciclomotores tem uma grande parcela de uso em Itapetinga e serão dispostas vagas adicionais apenas para atingir essa parte do público. Sobre as questões de acessibilidade no estacionamento, foi considerado o Art. 126. da lei 1.176/2012 que diz que deverão ser previstas vagas para os usuários com deficiência física na proporção de 1% no estacionamento, garantindo o espaçamento mínimo entre veículos de 1,20m. No caso do projeto se adotou uma quantidade total de 4 vagas, sendo então 9,5% das vagas de carro para portadores de necessidades especiais, e além disso na faixa de descida da vaga foi adotado a largura de 1,5 metros, 30 centímetros a mais do que o recomendado, a faixa também é elevada, para facilitar a entrada e saída do veículo. Todas essas vagas citadas acima foram localizadas próximas das entradas das edificações, para facilitar o acesso. As escolhas finais relativas a descriminação e quantificação das vagas podem ser vistas no quadro a seguir. Quadro 7 – Caracterização das vagas de estacionamento adotadas no projeto. TIPO/ VEÍCULO COMUM P.N.E. MOTOCICLETAS BICICLETAS ESCOLA CARGA E DESCARGA TEATRO INTERNO EMBARQUE E DESEMBARQUE EXTERNO TAXI EXTERNO ÔNIBUS EXTERNO CARRO

QUANTIDADE (unidade) 38 4 20 20 1 2 2 4 4 1

DIMENSIONAMENTO TOTAL

LARGURA

PROFUNDIDADE

3 metros

5 metros

42

1 metro 0,5 metro 3,5 metros 4 metros

2 metros 1,50 metros 6 metros 10 metros

20 20

2,5 metros

5 metros

6

2,5 metros 2,5 metros

5 metros 12 metros

4 1

VAGAS TOTAIS PARA ESTACIONAMENTO Fonte: Elaborado pelo Autor. Abr. 2018.

3

96 VAGAS


68

Considerando todos os itens supracitados, chega-se a resolução de que as escolhas para estacionamento serão suficientes para comportar o público tanto da escola quanto do teatro de forma eficiente, sem gerar para a cidade quaisquer problemas e impactos no sistema viário, garantindo dessa forma a mobilidade da população interna e externa ao empreendimento. 7.2 NBR 9050 e Acessibilidade. Com o cuidado de desenvolver uma edificação acessível e inclusiva, toda a proposta foi criada com base na NBR 9050, que vai definir parâmetros básicos para garantir a acessibilidade da edificação. Nesses quesitos, dimensionamentos básicos como acessos, portas, rampas, guias balizadoras, corrimãos, sanitários, entre outros elementos de acessibilidade, foram considerados. É relevante salientar o uso da tabela (quadro 8) de distribuição de assentos em plateias e auditórios, nesse caso o projeto seguiu rigorosamente as recomendações mínimas dispostas. A distribuição final de assentos e suas classificações são especificados no quadro 9. Quadro 8 – Espaços para pessoa em cadeira de rodas e assentos para P.M.R. e P.O. CAPACIDADE TOTAL DE ASSENTOS Até 25 De 26 a 50 De 51 a 100 De 101 a 200 De 201 a 500 De 501 a 1000 Acima de 1000

ESPAÇOS PARA P.C.R. (portador de cadeira de rodas)

ASSENTO PARA P.M.R. (portador de mobilidade reduzida)

ASSENTO P.O. (portador de obesidade)

1 2 3 4 2% do total 10 espaços, mais 1% do que exceder 500 15 espaços, mais 0,1% do que exceder 1000

1 1 1 1 1%

1 1 1 1 1%

1%

1%

10 assentos mais 0,1% do que exceder 1000

10 assentos mais 0,1% do que exceder 1000

Fonte: Elaborado pelo Autor embasado na NBR 9050. Abr. 2018.

Quadro 9 – Distribuição dos lugares no projeto arquitetônico proposto. TIPO DE LUGAR

PORCENTAGEM

QUANTIDADE (unidade)

ASSENTOS COMUNS ASSENTOS CAMAROTE ESPAÇOS PARA P.C.R. (portador de cadeira de rodas) ESPAÇOS PARA A.C.R. (Acompanhante de cadeira de rodas) ASSENTO PARA P.M.R. (mobilidade reduzida) ASSENTO P.O. (portador de obesidade) CAPACIDADE TOTAL DE LUGARES

83,8% 8,1%

228 22

2,2%

6

2,2%

6

1,5% 2,2% 100%

4 6 272

Fonte: Elaborado pelo Autor. Abr. 2018.


69

Por fim, salienta-se que as normas de acessibilidade e disposições legais do município foram atendidas em sua total completude, garantindo todas as indicações normativas que garantem que a edificação seja acessível e disponha de um ambiente agradável, promovendo a mobilidade dos usuários. 7.3 NBR 9077 e soluções em casos de emergência. A segurança da edificação também é um dos pontos que foi considerado nas escolhas de projeto e distribuição da arquitetura. Como Itapetinga não possui Corpo de Bombeiros que lidam com as questões técnicas das edificações e legislam sobre esses aspectos, para esta proposta de projeto foram adotadas exclusivamente as normativas expostas na NBR 9077, não fazendo então uso das IT’s, que vale lembrar são normativas baseadas na NBR supracitada. Como ponto de partida para definição da população e unidades de passagem para o correto dimensionamento das saídas de emergência, foi realizado a caracterização da edificação, dividindo novamente, para melhor compreensão e dimensionamento, a categoria de uso Escola e Teatro. Abaixo seguem as tabelas (quadro 10 a 15) e escolhas adotadas em consonância com os anexos da NBR 9077, destacando então aspectos do cálculo populacional como também a altura da edificação, características construtivas, resistência dos materiais ao fogo, dimensionamento dos pavimentos, entre outros itens descriminados separadamente. Quadro 10 – Classificação das edificações quanto à sua ocupação. GRUPO E

F

OCUPAÇÃO/USO Educação e Cultura Física.

Locais de reunião de público.

DIVISÃO

DESCRIÇÃO Escolas Especiais.

E-2

F-5

Locais para produção e apresentação de artes cênicas.

EXEMPLOS Escolas de artes e artesanatos, de línguas, de cultura geral, de cultura estrangeira. Teatros em geral, cinemas, óperas, auditórios de estúdio de rádio e televisão e outros.

Fonte: Elaborado pelo Autor embasado na NBR 9077. Abr. 2018.

Quadro 11 – Classificação das edificações quanto à sua altura. DIVISÃO ESCOLA (E-2) TEATRO (F-5)

CÓDIGO

TIPO DE EDIFICAÇÃO (DENOMINAÇÃO)

H – (Alturas contadas da soleira de entrado ao piso do último pavimento)

K

Edificações Térreas

Altura contada entre o terreno circundante e o piso da entrada igual ou inferior a 1,00m

L

Edificações baixas

H 6,00 m

Fonte: Elaborado pelo Autor embasado na NBR 9077. Abr. 2018.


70

Quadro 12 – Classificação das edificações quanto às suas dimensões em planta. DIVISÃO

NATUREZA DO ENFOQUE

Q

De grande pavimento

Sp 750 m2

2.242,60m²

R

Com pequeno Subsolo

o piso da entrada igual ou inferior a

0 m²

V

Edificações Grandes

1500 m2 St < 5000 m2

2.242,60m²

L

Edificações baixas

H 6,00 m

1.263,58m²

R

Com pequeno Subsolo

o piso da entrada igual ou inferior a

0 m²

V

Edificações Grandes

1500 m2 St < 5000 m2

1.752,69m²

Quanto à área dos pavimentos situados  abaixo da soleira de entrada (Ss). Quanto à área total (St).  (soma das áreas de todos os pavimentos) Quanto à área do maior pavimento (Sp).

TEATRO (F-5)

PARÂMETROS DE ÁREA

Quanto à área do maior pavimento (Sp).

ESCOLA (E-2)

CLASSE DA EDIFICAÇÃO

PROJETO

CÓD.

Quanto à área dos pavimentos situados  abaixo da soleira de entrada (Ss). Quanto à área total (St).  (soma das áreas de todos os pavimentos)

(Área construída)

Fonte: Elaborado pelo Autor embasado na NBR 9077. Abr. 2018.

Quadro 13 – Classificação das edificações quanto às suas propriedades físicas. DIVISÃO

CÓD.

ESCOLA (E-2)

Z

TEATRO (F-5)

Y

ESPECIFICAÇÃO Edificações onde a propagação do fogo é difícil.

EXEMPLOS Prédios com concreto armado calculado para resistir ao fogo, com divisórias incombustíveis, sem divisórias leves, com parapeitos de alvenaria sob as janelas ou com abas prolongando os entrepisos e outros.

Edificações com estruturas resistentes ao fogo, mas com fácil propagação do fogo entre pavimentos.

Edificações com paredes-cortinas de vidro resistente ao fogo, mas com "cristaleiras"; edificações com janelas sem peitoris (distância entre vergas e peitoris das aberturas do andar seguinte menor que 1,00 m); lojas com galerias elevadas e vãos abertos e outros.

Fonte: Elaborado pelo Autor embasado na NBR 9077. Abr. 2018.

Quadro 14 – Distâncias máximas a serem percorridas.

DIVISÃO

ESCOLA (E-2)

TIPO DE EDIFICAÇÃO

Z

GRUPO E DIVISÃO DE OCUPAÇÃO C, D, E, F, G-3, G-4, G-5, H, I

SEM CHUVEIRO AUTOMÁTICO

COM CHUVEIRO AUTOMÁTICO

SAÍDA ÚNICA

MAIS DE UMA SAÍDA

SAÍDA ÚNICA

MAIS DE UMA SAÍDA

30 metros

40 metros

45 metros

55 metros

PROJETO (Maiores Distâncias registradas no projeto*) 16,19m (SALA CORDAS)


71

DIVISÃO

TIPO DE EDIFICAÇÃO

GRUPO E DIVISÃO DE OCUPAÇÃO

TEATRO (F-5)

Y

Qualquer

SEM CHUVEIRO AUTOMÁTICO

COM CHUVEIRO AUTOMÁTICO

SAÍDA ÚNICA

MAIS DE UMA SAÍDA

SAÍDA ÚNICA

MAIS DE UMA SAÍDA

20 metros

30 metros

35 metros

45 metros

PROJETO (Maiores Distâncias registradas no projeto*) 29,91m (POLTRONA CAMAROTE)

* Distâncias medidas do centro do ambiente (no caso do auditório, da poltrona mais distante) até a última porta para ambiente seguro, excluídas as distancias percorridas nas escadas).

Fonte: Elaborado pelo Autor embasado na NBR 9077. Abr. 2018.

Quadro 15 – Dados para dimensionamento da população e saídas. OCUPAÇÃO DIVISÃO ESCOLA (E-2) TEATRO (F-5)

CAPACIDADE DA U. DE PASSAGEM ESPECIFICAÇÃO

GRUPO

DIVISÃO

E

E-1 a E-4

F

F-2, F-5 e F-8

ACESSOS E DESCARGAS

ESCADAS E RAMPAS

PORTAS

Uma pessoa por 1,50 m² de área (*)

100

60

100

Uma pessoa por m² de área (**) (***)

100

75

100

* Auditórios e assemelhados, em escolas, bem como salões de festas e centros de convenções em hotéis são considerados nos grupos de ocupação F-2, F-6 e outros, conforme o caso. ** Por "área" entende-se a "área de pavimento" que abriga a população em foco; quando discriminado o tipo de área (p.ex.: "área de alojamento"), é a área útil interna da dependência em questão. *** As cozinhas e suas áreas de apoio, nas ocupações F-6 e F-8, têm sua ocupação admitida como no grupo D, isto é, uma pessoa por 7 m2 de área.

Fonte: Elaborado pelo Autor embasado na NBR 9077. Abr. 2018.

Os cálculos populacionais para dimensionamento das saídas podem ser vistos na tabela demonstrativa a seguir (quadro 16), foram utilizadas as classificações discriminadas nas tabelas anteriores, principalmente levando em consideração o quadro 15, contabilizando as capacidades de cada unidade de passagem referentes especificamente a cada edificação e suas capacidades individuais. Para melhor distribuição, foram separadas as partes destinadas ao teatro como “Térreo público” e “Térreo Técnico” onde não será definido medidas para escadas já que esse público está situado a nível das áreas externas, e “2º Pav. Público” e “2º Pav. Técnico” já que possuirão escadas, mas com acessos independentes, não compartilhando mesmas exigências e medidas.


72

Quadro 16 – Cálculo populacional e dimensionamento das saídas. DIVISÃO

ESCOLA (E-2)

ÁREA*

TÉRREO 2.242,60m²

ESPECIFICAÇÃO POPULAC. Uma pessoa por 1,50 m² (2.242,6 /1,50) 1496 PESSOAS

TÉRREO 685,43m² (PÚBLICO)

Uma pessoa por m² de área 686 PESSOAS

TÉRREO 469,38m² (TÉCNICO)

Uma pessoa por m² de área 470 PESSOAS

2º PAV 141,63m² (PÚBLICO)

Uma pessoa por m² de área 142 PESSOAS

TEATRO (F-5)

2º PAV 182,49m² (TÉCNICO)

Uma pessoa por m² de área 183 PESSOAS

CÁLCULOS ACESSOS E DESCARGAS

ESCADAS E RAMPAS

PORTAS

1496 / 100 = 14,96 ~ 15 U.P. (15 x 0,55m) 8,25 metros

1496 / 60 = 24,93 ~ 25 U.P. (25 x 0,55m) 13,75 metros

1496 / 100 = 14,96 ~ 15 U.P. (15 x 0,55m) 8,25 metros

------686 / 100 = 6,86 ~ 7 U.P. (7 x 0,55m) 3,85 metros 10,40 metros 470 / 100 = 4,70 ~ 5 U.P. (5 x 0,55m) 2,75 metros 3,00 metros

------686 / 75 = 9,15 ~ 10 U.P. (10 x 0,55m) 5,50 metros ------470 / 75 = 6,27 ~ 7 U.P. (7 x 0,55m) 3,85 metros -------

27,10 metros 686 / 100 = 6,86 ~ 7 U.P. (7 x 0,55m) 3,85 metros 7,20 metros 470 / 100 = 4,70 ~ 5 U.P. (5 x 0,55m) 2,75 metros 3,50 metros

142 / 100 = 1,42 ~ 2 U.P. (2 x 0,55m) 1,10 metros

142 / 75 = 1,89 ~ 2 U.P. (7 x 0,55m) 1,10 metros

142 / 100 = 1,42 ~ 2 U.P. (2 x 0,55m) 1,10 metros

2,50 metros

3,50 metros

3 metros

183 / 100 = 1,83 ~ 2 U.P. (2 x 0,55m) 1,10 metros

183 / 75 = 2,44 ~ 3 U.P. (3 x 0,55m) 1,65 metros

183 / 100 = 1,83 ~ 2 U.P. (2 x 0,55m) 1,10 metros

-------

2,20 metros

4,50 metros

* Por "área" entende-se a "área de pavimento" que abriga a população em foco, conforme 3.7; quando discriminado o tipo de área (p.ex.: "área de alojamento"), é a área útil interna da dependência em questão. OBS¹ - Nos casos ondem não se apresentam valores para os acessos e descargas, escadas e rampas, significa que a própria porta já dá direto para o ambiente externo e seguro, sem passar por corredores ou antecâmaras, nem escadas e rampas. OBS² - Embora o número da população fixa e flutuante não sejam representados exatamente como os mostrados na tabela, esse valor é utilizado apenas para fins de atender a abrangência da normativa, ficando claro a majoração do cálculo. OBS³ - Em preenchimento verde estão os valores finais do projeto que atendem o cálculo da normativa.

Fonte: Elaborado pelo Autor embasado na NBR 9077. Abr. 2018.

Conferidas as medidas acima em projeto, pode-se definir os tipos de escada. Para isso foi utilizado a tabela 7 da NBR 9077, onde chegou-se à conclusão de que eram necessárias apenas escadas NE (Não enclausuradas) por se tratar de áreas pequenas no 2º pavimento que abrangeriam uma quantidade relativamente pequena de pessoas. A conclusão dessas definições pode ser vista na tabela a seguir (Quadro 17).


73

Quadro 17 – Número de saídas e tipos de escadas. P (ÁREA DE PAV.  750m²)

DIMENSÃO ALTURA

K

OCUPAÇÃO*

Nºs

Nºs

1

1

Tipo Escada NE

------

------

2

ESCOLA (E-2)

TÉRREO 2.242,60m²

TEATRO (F-5)

TÉRREO 685,43m² (PÚBLICO) TÉRREO 469,38m² (TÉCNICO) 2º PAV 141,63m² (PÚBLICO) 2º PAV 182,49m² (TÉCNICO)

L

Q (ÁREA DE PAV. > 750m²) K

L

Nºs

Nºs

2

2

Tipo Escada NE

------

22

------

------

2

NE

2

2

EP

4

------

------

------

------

------

2

2

NE

2

2

EP

2

------

------

------

------

------

2

2

NE

2

2

EP

------

2

NE

------

------

------

2

2

NE

2

2

EP

------

2

NE

------

------

------

Fonte: Elaborado pelo Autor embasado na NBR 9077. Abr. 2018.

As últimas especificações da NBR 9077 dizem respeito a necessidade de sistema de alarme de incêndio, no caso, ao analisar as diretrizes da tabela 8 da norma citada, encontrou-se necessidade de instalação de alarmes em todo o teatro, nas áreas de acesso ao público como também na parte técnica, enquanto que nas áreas da escola não foi exigido sistema, principalmente por se tratar de ambientes térreos. Para maiores detalhes sobre as especificações deste tópico, recomenda-se acompanhar os dados e informações textuais da NBR 9077.


74

8. MEMORIAL JUSTIFICATIVO Através de todas as escolhas referenciais, embasamentos teóricos e práticos, análises de pesquisa e aferimento das restrições normativas, chegou-se as escolhas finais de projeto, e as justificativas que nortearam a composição desta proposta arquitetônica. Este tópico trata-se justamente de expor as características do projeto arquitetônico, argumentando suas optações. 8.1 Programa de Necessidades As primeiras etapas de definição dos ambientes a ser trabalhados vão estar integralmente distribuídos no programa de necessidades, através da tabela a seguir pode se obter as informações de todos os ambientes projetados, a descrição das atividades presentes em cada item, a população fixa (funcionários e alunos), a população flutuante (eventuais) e as áreas úteis de cada cômodo apresentado. Segue em

Quadro 18 – Tabela com o programa de necessidades, descrições e dimensionamentos.

PROGRAMA DE NECESSIDADES GRUPO

AMBIENTE

ADMNISTRAÇÃO E SEGURANÇA DA ESCOLA

RECEPÇÃO SECRETARIA ALMOXARIFADO DIREÇÃO E COORDENAÇÃO GUARITA ESPAÇO FUNCIONÁRIOS SALA PROFESSORES E REUNIÕES HALL NUTRIÇÃO/COZINHA SALA NUTRICIONISTA DEPÓSITO GERAL

DESCRIÇÃO Espaço destinado a receber os familiares e a comunidade. Área de fluxo de documentação, e atendimento aos alunos ou pais. Local onde são guardados os materiais pedagógicos e administrativos. Espaço privado para organização pedagógica e de direção financeira da instituição. Área que administra a entrada e saída das pessoas na edificação. Ambiente de descanso e interação entre os funcionários, com copa e estar. Ambiente de descanso, planejamento e troca de pedagógico entre professores. Área divisora entre ambientes. Área do profissional de nutrição. Almoxarifado de equipamentos, materiais de apoio e mobiliários.

POP. FIXA

POP. FLUT.

QTD.

ÁREA UNID.

ÁREA TOTAL

1

6

1

44,17m²

44,17m²

3

6

1

29,14m²

29,14m²

0

1

1

9,50m²

9,50m²

2

2

1

20,60m²

20,60m²

1

1

1

9,48m²

9,48m²

0

12

1

24,70m²

24,70m²

10

2

1

19,40m²

19,40m²

0

0

1

2,87m²

2,87m²

1

2

1

7,84m²

7,84m²

0

1

1

8,40m²

8,40m²

APOIO TERAPÊUTICO

TOTAL SALA DE TERAPIA HOLÍSTICA SALA DE PSICOLOGIA SALA DE ESPERA

Salas com layout para terapias holísticas (Reiki, musicoterapia, cromoterapia, acupuntura, florais de Bach, etc.). Sala para apoio psicológico profissional. Ambiente destinado a atender os doentes/debilitados e direcioná-los.

TOTAL

176,10m² 1

2

1

18,67m²

18,67m²

1

2

1

10,01m²

10,01m²

0

2

1

8,08m²

8,08m²

36,76m²


75

PROGRAMA DE NECESSIDADES GRUPO

AMBIENTE

DESCRIÇÃO

ATELIÊ PINTURA E DESENHO

Sala de aula para trabalhos de pinturas e desenhos com cavaletes e pranchetas. Sala de aula para trabalhos manuais e confecção itens e esculturas. Sala ampla para aula/estudo que permitam a união das categorias musicais para ensaio coletivo do coral. Salas de aula/estudo separadas por categorias vocais: Soprano, Mezzo, Contralto, Tenor, Barítono e Baixo. Sala ampla para aula/estudo que unam os instrumentos musicais para ensaios. Salas de aula/estudo/armazenamento separadas e caracterizadas pelas categorias musicais dos instrumentos. Salas de aula/estudo/armazenamento separadas e caracterizadas pelas categorias musicais dos instrumentos. Salas de aula/estudo/armazenamento separadas e caracterizadas pelas categorias musicais dos instrumentos. Sala isolada acusticamente, para captação de produções sonoras. Antessala para o estúdio e técnica. Sala isolada acusticamente, para controle das produções sonoras. Sala de aula direcionada aos alunos entre 4 e 6 anos, com layout infantil. Sala de aula com computadores e mesas digitalizadoras para edição de imagens e desenhos digitais. Sala de aula focada em estudos de técnicas e equipamentos fotográficos, além de método Chroma-key e estúdio. Sala de aula não convencional e despojada, com proporções próximas ao palco para ensaios e exercícios. Sala que antecede o espaço das atividades cênicas. Salas para até 5 pessoas, para decorar falas, ensaiar expressões e diálogos. Sala de aula para criação de roteiros, peças e outras produções cênicas. Sala de preparação para montagem de figurino, maquiagem e artes corporais necessárias ao aprendizado dos alunos. Corredor que interliga as salas cênicas. Sala de aula ampla com espaço para danças com características especiais (piso apropriado, barras e espelhos). Sala que antecede o espaço das atividades performáticas de dança.

ATELIÊ ARTESANATO SALA CANTO: CORAL SALA CANTO: INDIVIDUAL SALA DE MUSICA: ORQUESTRA SALA DE MUSICA: PERCUSSÃO E CORDAS SALA DE MÚSICA: MADEIRA E METAL SALA DE MÚSICA: VIOLÃO E TECLADO

DOCÊNCIA ARTÍSTICA

ESTÚDIO SOUND LOCK SALA TÉCNICA ESTÚDIO MUSICALIZAÇÃO INFANTIL LABORATÓRIO DE ARTES DIGITAIS SALA DE FOTOGRAFIA SALA DE ARTE CÊNICA ÁREA ESPERA CÊNICA SALA DE ENSAIO CÊNICO CRIAÇÃO CÊNICA SALA DE FIGURINOS HALL CÊNICO SALAS DE DANÇA ÁREA DE ESPERA DANÇA

TOTAL

ÁREA UNID. 102,52 m²

ÁREA TOTAL 102,52 m²

1

76,76m²

76,76m²

102

1

142,40 m²

142,40 m²

20

2

6

17,64m²

105,84 m²

0

82

1

206,80 m²

206,80 m²

20

2

2

44,93m²

89,86m²

20

2

2

36,66m²

73,32m²

8

2

2

17,86m²

35,72m²

10

1

1

33,54m²

0

1

1

6,44 m²

33,54 m² 6,44 m²

2

1

1

7,38 m²

7,38 m²

15

2

2

27,34 m²

54,68 m²

24

2

1

68,81m²

68,81m²

24

2

1

48,23m²

48,23m²

24

2

1

59,85 m²

59,85 m²

0

5

1

6,90 m²

6,90 m²

5

1

3

8,74 m²

10

2

1

13,97 m²

26,22 m² 13,97 m²

0

6

1

17,98 m²

17,98 m²

0

0

1

11,20m²

11,20m²

21

2

2

60,31m²

120,62 m²

0

4

1

19,36m²

19,36m²

POP. FIXA

POP. FLUT.

QTD.

24

2

1

24

2

0

1328,40m²


76

PROGRAMA DE NECESSIDADES GRUPO

AMBIENTE

POP. FIXA

POP. FLUT.

QTD.

ÁREA UNID.

ÁREA TOTAL

HALL DE MEMÓRIAS

Espaço de circulação com painéis memoriais sobre a história da FMCCA.

0

2

1

52,42m²

52,42m²

CIRCULAÇÃO

Espaço de circulação com bebedouros.

0

0

1

24,66m²

24,66m²

PÁTIO COBERTO MULTIUSO

Espaço livre e coberto, para atividades, e também convivência dos alunos. Ambiente após adentrar o teatro, onde se recepciona e vende os ingressos. Para acomodação da plateia antes, durante e depois de apresentações. Idem anterior. Local com assentos para acomodação da plateia durante as apresentações. Local reservado com assentos para plateia durante as apresentações.

0

200

1

225,80 m²

225,80 m²

2

60

1

60,49m²

60,49m²

0

200

1

0

50

1

0

250

1

145,92 m² 88,15m² 305,62 m²

145,92 m² 88,15m² 305,62 m²

0

11

2

15,05m²

30,10m²

Ambiente que separa plateia e foyer.

0

0

2

18,54m²

37,08m²

Ambiente que separa plateia e foyer.

0

0

2

3,78m²

7,56m²

Ambiente que separa plateia e foyer.

0

0

2

3,87m²

3,87m²

Ambiente que separa plateia e exterior.

0

0

2

3,78m²

12,55m²

Espaço para refeições dos alunos. Vagas para veículos.

81 0

2 50

1 1

85,31m² -

85,31m² -

0 0

120 0

1 1

88,40m² 32,81m²

0

50

2

57,66m²

0 0

20 1

1 1

34,45m² 14,46m²

88,40m² 32,81m² 115,32 m² 34,45m² 14,46m²

0

3

1

13,53m²

13,53m²

0

3

1

14,46m²

14,46m²

0

2

1

10,05m²

10,05m²

0

2

1

8,78m²

8,78m²

0

10

2

28,30m²

56,60m²

0 0 0

0 2 0

1 1 1 1 1

0

120

1

40,76m² 40,56m² 14,45m² 110,33 m²

40,76m² 40,56m² 14,45m² 110,33 m²

0

2

1

31,71m²

31,71m²

0

0

1 1

5,98m²

5,98m²

VESTÍBULO INTERNO

ESPAÇOS COLETIVOS E DE APRESENTAÇÕES

DESCRIÇÃO

FOYER TÉRREO FOYER MEZANINO ESPAÇO DE PLATÉIA CAMAROTE ANTE-CAMARA 1º piso RAMPA ANTE-CAMARA 1º piso ESCADA ANTE-CAMARA 2º piso ANTE-CÂMARA EMERGÊNCIA REFEITÓRIO ESTACIONAMENTO

TOTAL PALCO PROSCÊNIO COXIAS LATERAIS COXIA POSTERIOR DEP. DE MOBILIÁRIO SALA TÉCNICA TEATRO

ÁREAS TÉCNICAS

RECEPÇÃO DE PALCO CAMARIM IND. PNE. 01 CAMARIM IND. PNE. 02 CAMARINS COLETIVOS PASSARELA VARANDA 2º PAV VARANDA 3º PAV SOFITA DEP. FIGURINOS OFICINA APOIO PALCO OFICINA DEP. CENÁRIOS DOCA TÉCNICA APOIO

Espaço principal para as apresentações. Espaço à frente da boca de cena. Área backstage que dá suporte a saída e entrada de cena nas apresentações. Idem anterior. Guarda de piano e mobiliários de palco. Cabine de controle técnico para a iluminação, sonorização, projeção, etc. Área que recepciona os artistas, e comunica-os entre o exterior e o palco. Espaço individual para preparação dos artistas antes das apresentações. Espaço individual para preparação dos artistas antes das apresentações. Espaço individual para preparação dos artistas antes das apresentações. Hall dos camarins coletivos e vestiários. Espaço técnico do urdimento de palco. Espaço técnico do urdimento de palco. Espaço técnico do urdimento de palco. Guarda figurinos e vestuários de cena. Área de recebimento de cargas, itens, cenários e apoio do palco. Área de montagem, criação e reparos dos itens de cenário, e armazenamento. Baia elevada de recepção de cargas. Suporte para atividades técnicas teatro.

TOTAL

1079,53m²

632,65m²


77

PROGRAMA DE NECESSIDADES GRUPO

AMBIENTE

DESCRIÇÃO

D.M.L. FUNCIONÁRIOS D.M.L. PÁTIO D.M.L. ORQUESTRA D.M.L. CAMARIM

Depósitos de materiais de limpeza para áreas administrativas. D.M.L. para as salas, pátios e refeitório. D.M.L. exclusivo para salas de música. D.M.L. para área de camarins do teatro. D.M.L e depósito para dar suporte as atividades técnicas teatro. Ambiente de reparos dos instrumentos e outros equipamentos da escola. Sanitários e trocadores para os alunos de dança. Sanitário infantil da musicalização. Sanitário para funcionários da guarita. Sanitário unissex para uso da recepção e de atividades no pátio. Sanitário unissex para uso da coordenação e diretoria. Sanitário público individual, masculino e feminino, para necessidades especiais. Sanitário público coletivo, masculino e feminino. Sanitário para funcionários da cabine técnica do teatro Hall de funcionários com armários para guarda de itens pessoais, mochilas, etc. Banheiros com áreas para trocar roupas para uso dos funcionários. Banheiros com áreas para trocar roupas para uso dos alunos. Banheiros com áreas para trocar roupas para uso dos artistas do palco. Banheiro para funcionários p.n.e.

DEPÓSITO E D.M.L. SALA DE REPAROS SANIT. TROCADOR DANÇA SANIT. INFANTIL SANIT. GUARITA SANIT. FAMILIAR P.N.E. SANIT. P.N.E. DIRETORIA SANIT. P.N.E. FOYER

ÁREAS DE SERVIÇOS

SANIT. FOYER SANIT. SALA TÉCNICA GUARDA-VOLUMES FUNCIONÁRIOS VESTIÁRIO FUNC. VESTIÁRIO ALUNOS VESTIÁRIO PALCO W.C. P.N.E. FUNCIONÁRIOS W.C. P.N.E. ALUNOS W.C. P.N.E. CAMARIM TROCADOR COZINHA LIMP. E HIG. DE LOUÇAS LIXO COZINHA LANCHONETE E GUARDA VOLUMES DO TEATRO CASA DE GÁS CASA DE LIXO

Banheiro para funcionários p.n.e. Banheiro para artístas p.n.e. Espaço para trocar fraudas de crianças. Área de limpeza, cocção, distribuição, preparo e armazenamento de alimento. Área separada de limpeza, que recebe, lava e armazena as louças e talheres. Área de acumulação do lixo, sendo retirados a cada 2 dias. Espaço que abriga terceirizadas que fornecem alimentos e artigos de consumo para o público do teatro, além de dar suporte aos mesmos. Abrigo dos botijões de gás de cozinha. Destino final e abrigo do lixo até ser coletado pelo sistema de coleta.

POP. FIXA

POP. FLUT.

QTD.

ÁREA UNID.

ÁREA TOTAL

0

1

1

2,90m²

2,90m²

0 0 0

1 1 1

1 1 1

2,80m² 1,82m² 2,55m²

2,80m² 1,82m² 2,55m²

0

1

1

5,98m²

5,98m²

0

1

1

6,13m²

6,13m²

0

4

2

15,53m²

31,06m²

0 0

1 1

1 1

5,60m² 1,82m²

5,60m² 1,82m²

0

1

1

4,84m²

4,84m²

0

1

1

4,84m²

4,84m²

0

1

2

3,37m²

6,74m²

0

1

2

6,86m²

13,72m²

0

1

1

2,10m²

2,10m²

0

2

1

7,87m²

7,87m²

0

2

2

18,99m²

37,98m²

0

4

2

23,75m²

47,50m²

0

2

2

20,38m²

40,76m²

0

1

1

4,38m²

4,38m²

0 0 0

1 1 2

1 2 1

4,38m² 4,49m² 3,22m²

4,38m² 8,98m² 3,22m²

2

2

1

40,63m²

40,63m²

1

1

1

7,22m²

7,22m²

0

1

1

2,96m²

2,96m²

2

2

1

31,88m²

31,88m²

0

0

1

4,27m²

4,27m²

0

0

1

5,00m²

5,00m²

TOTAL

TOTAL GERAL

ÁREA ÚTIL (Para cálculo de aproveitamento)

339,93m²

3.593,37m²


78

8.2 Organograma Ao relacionar os grupos funcionais dentro da escola e do teatro, criou-se um organograma funcional geral da edificação pois as áreas do projeto estão ligadas estrategicamente pensando no fluxo e na funcionalidade, onde as áreas da escola se comunicam com o espaço do auditório-teatro, e vice-versa. Nessa visão o organograma se faz preciso para interligar as áreas que se comunicam entre si e que foram aplicadas no projeto desde sua fase de anteprojeto vindo até o projeto final. O organograma elaborado pode ser visto na imagem a seguir. Imagem 33 – Organograma.

Fonte: Elaborado pelo Autor. Abr. 2018.

8.3 Fluxograma Como o mesmo intuito do organograma, o fluxograma vem descrever detalhadamente o fluxo de todos os ambientes do projeto, através do fluxograma delineou-se toda a concepção arquitetônica do projeto, possibilitando um controle maior na distribuição desses ambientes. A seguir pode-se ver o fluxograma, permitindo qualquer consulta de fluxo que seja necessário para entendimento do projeto.


79

Imagem 34 – Fluxograma.

Fonte: Elaborado pelo Autor. Abr. 2018.


80

8.4 Concepção e descrição do projeto arquitetônico. Como deixado em evidencia, o projeto proposto nesse trabalho trata-se de uma escola de artes, com foco nas seguintes áreas, artes plásticas, canto, música, artes cênicas, fotografia e dança, e juntamente a isso o teatro, que funcionará juntamente com a escola, para ensaios, apresentações, e também para eventos externos. Nesse caso, combatendo um dos grandes problemas de propor a inserção de um teatro em municípios menores, que é a questão da manutenção, frente ao alto investimento, e o uso esporádico. Nesse projeto proposto, o teatro se torna essencial, justamente para o uso dos alunos, uso esse constante que realmente justifica sua implantação como palco para as apresentações e a interação com a sociedade. Inicialmente, para melhor compreensão do projeto, se abordará os acessos e os setores na qual o projeto foi dividido, nas imagens a seguir (imagem 35 e 36) se pode entender melhor o que será dito. Existem 3 acessos principais para a edificação. Na Avenida Américo Nogueira, lado oeste do terreno, se dão os acessos de pedestres e veículos através da guarita, que faz o controle da entrada e saída, além de permitir o acesso da coleta à casa de lixo. Por meio da Rua Paraguai se dá o 3º acesso, o acesso técnico, usado esporadicamente e com entrega programada para elementos cênicos e de apresentações do teatro. Imagem 35 – Esquema de representação dos setores e acessos da edificação.

Fonte: Elaborado pelo Autor. Jun. 2018.


81

Imagem 36 – Esquema gráfico humanizado da guarita e acessos.

Fonte: Elaborado pelo Autor. Jun. 2018.

Após adentrar a edificação através da guarita, se tem a escadaria com rampas integradas, que foram inseridas para adequar o nível da rua ao nível inferior do estacionamento de forma acessível. No estacionamento se distribuem todas as vagas já descritas anteriormente, e as edificações ficam logo a vista de quem adentra o terreno. À esquerda estão os módulos da docência artística. À primeira vista podem ser vistos 3 dos 6 módulos destinados a esta atividade (imagem 37), sendo, da esquerda para direita, o módulo de artes plásticas, com os ateliês de pintura, desenho e escultura, depois o módulo administrativo onde se encontra a recepção da escola e todos os ambientes administrativos que gerem a escola, e após este, o módulo de dança.


82

Imagem 37 – Esquema gráfico humanizado da escola, administração, artes plásticas e dança.

Fonte: Elaborado pelo Autor. Jun. 2018.

Na parte posterior das edificações apresentadas acima estão os outros 3 módulos da escola. Vendo-os da Rua Paraguai (imagem 38), à leste do terreno, se pode identificar, da esquerda para direita, o módulo de artes cênicas e fotografia, que abrigam também o laboratório de artes digitais, que é complementar a fotografia, depois o módulo de música, que é o maior modulo da docência artística, dividida de acordo com a diversidade musical oferecida pela FMCCA e a musicalização infantil, e, na sequência, o módulo de canto, que possui distribuição de salas para o canto coral e o canto individual, segue ilustração.


83

Imagem 38 – Esquema gráfico humanizado da escola, artes cênicas, música e canto.

Fonte: Elaborado pelo Autor. Jun. 2018.


84

No teatro (imagem 39), localizado à direita de quem adentra os acessos da guarita, a ideia é distribuir um espaço capaz de comportar as atividades da fundação, além de possibilitar apresentações, projeções, seminário e congressos externos. Como argumentado anteriormente, esta edificação propõe atender 250 pessoas, com espaços de lanchonete, foyer e vestíbulo, além de áreas técnicas que possibilitem uma montagem cênica em apresentações mais profissionais, como torre de urdimento, coxias, oficina de palco, proscênio, camarins diversos, entre outras. Imagem 39 – Esquema gráfico humanizado do teatro.

Fonte: Elaborado pelo Autor. Jun. 2018.


85

A compreensão total de pormenores do projeto, podem ser consultados e analisados nas plantas técnicas anexadas ao trabalho. Vale ressaltar a necessidade de cada ambiente apresentado, e todo o estudo e pesquisa levantados e já demonstrados para comprovar que a população Itapetinguense tem sim a necessidade de ter um espaço projetado como este, de forma a fomentar cada vez mais a cultura e o fazer artístico na cidade. Para uma visão rápida e geral dos módulos e edificações demonstradas, segue a miniatura (imagem 40) da planta humanizada, também disponível em escada maior nas plantas técnicas. Imagem 40 – Miniatura humanizada da planta geral do projeto.

Fonte: Elaborado pelo Autor. Jun. 2018.

8.5 Iluminação e ventilação natural. Após estudo dos ventos e orientação geográfica do terreno, diversas atitudes foram tomadas no projeto. Como a fachada principal está voltada para o poente, diversos brises horizontais de concreto foram adotados, de forma a impedir a insolação direta na edificação,


86

aproveitando melhor os espaços, e diminuindo a necessidade de recursos de refrigeração, para fins estéticos, os brises foram replicados também nas fachadas a leste. Além disso, a distribuição dos módulos desprendidos uns dos outros, permitem que a ventilação circule com maior facilidade dentro da edificação, adentrando nos ambientes e facilitando a higienização do ar e a diminuição da temperatura no interior dos ambientes. 8.6 Sustentabilidade. As medidas sustentáveis do projeto, envolvem separação do lixo reciclável para reaproveitamento do mesmo nas atividades dos ateliês de artes plásticas, promovendo não apenas a ação direta de redução dos resíduos, como também a conscientização dos alunos, disseminando a consciência ecológica. Outra ação tomada no projeto foi a captação das águas pluviais para uso em jardins e também nas descargas dos vestiários dos alunos. Pode ser visto na imagem a seguir (imagem 41) quais águas da cobertura fazem essa captação, indicadas em azul, as outras, indicadas em cinza, são direcionadas estrategicamente nos jardins e áreas permeáveis de forma a facilitar a infiltração da água no próprio solo do terreno, já que as ruas adjacentes não possuem sistema de captação, sendo dispensadas no logradouro público. Imagem 41 – Indicação da cobertura e suas captações das águas pluviais.

Fonte: Elaborado pelo Autor. Jun. 2018.

8.7 Reservatórios. Os reservatórios da edificação foram dimensionados com base nas informações do livro Instalações Hidráulicas e o Projeto de Arquitetura, de Roberto de Carvalho Júnior, seguindo as


87

tabelas 1.2 (taxa de ocupação de acordo com a natureza do local) e 1.3 (consumo predial diário). A seguir podem ser vistas as escolhas de projeto. Quadro 19 – Estimativa de uso dos reservatórios. TIPOS DE CONSTRUÇÃO

CONSUMO MÉDIO ( litros/dia )

POPULAÇÃO DE PROJETO

Escolas - externatos

50 por pessoa

400 pessoas

Cinemas e Teatros

2 por lugar

250 lugares

Jardins

1,5 por m²

796.98m² de área efetivamente ajardinada

CAPACIDADE MÍNIMA DOS RESERVATÓRIOS ( litros/dia ) 50x400= 20000L 2x250= 500L + (30x50=1500L)* = 2000L 1,5x796,98= 1195,47L

* Esse adicional referencia-se ao profissionais para funcionamento do teatro em dias de apresentação, incluindo o consumo dos camarins e vestiários, para esse cálculo foi utilizado a medida de 50 litros por pessoa.

Fonte: Elaborado pelo Autor embasado em CARVALHO. Mai. 2018.

No caso deste projeto os reservatórios foram programados para durarem até 2 dias sem fornecimento da rede local (SAAE). A seguir podem ser identificados a quantidade e as capacidades finais de projeto dos reservatórios, salientando antes algumas observações. Não existe reservatório inferior (a nível do chão da edificação) no projeto por causa do desnível do projeto, o ponto mais alto do terreno se localiza na cota 6,5metros, sendo que as alturas dos reservatórios superiores (exceto o do teatro) estão abaixo dessa cota, e a rede fornece até 10 metros de coluna d’agua. E quanto ao reservatório superior do teatro, o mesmo será bombeado do reservatório da escola destinado aos vestiários, dessa forma não sendo necessário a adição de um reservatório inferior apenas para fazer a elevação da água para os níveis mais altos. Quadro 20 – Características e dimensionamento dos reservatórios. RESERVATÓRIO

FINALIDADE (USO PRINCIPAL)

I

TEATRO

II

ESCOLA (VESTIÁRIOS)

III

ESCOLA (SALAS E ADM)

IV

JARDINS

ESPECIFICAÇÃO Reservatório em alvenaria. Água do Sistema de fornecimento local (SAAE) Reservatório em alvenaria. Água do Sistema de fornecimento local (SAAE) Reservatório em alvenaria. Água do Sistema de fornecimento local (SAAE) Reservatório em alvenaria. Água de captação pluvial.

TIPO

CAPACIDADE FINAL (para até 2 dias sem abastecimento) USO DIÁRIO

EMERGENCIA

TOTAL

SUPERIOR (Acima 10m)

4000L

800L

6500L

SUPERIOR (Abaixo de 10m)

20000L

4000L

24000L

SUPERIOR (Abaixo de 10m)

20000L

4000L

24000L

SUPERIOR (Abaixo de 10m)

5000L

-----

5000L

Fonte: Elaborado pelo Autor. Mai. 2018.


88

8.8 Acústica. Relacionado a acústica, o projeto teve um cuidado muito especial, principalmente por que a maioria das atividades da escola e do teatro geram sons relativamente incômodos à população no entorno. Por esse motivo, a arquitetura proposta proporciona soluções que facilitem os recursos de acústica para isolamento e condicionamento do som gerado nas edificações. Vale ressaltar, que o projeto acústico é um projeto adicional complementar, e a importância dada nesta proposta de projeto, não permeia soluções finais de projeto, mas sim, facilitações para os profissionais qualificados nesse segmento. Relacionado as salas de música, todas contam com modulação de paredes em tijolo dobrado (20cm), aumentando a densidade da parede e facilitando o isolamento do som, tanto para os meios externos, quanto para as salas adjacentes, já que a intenção é que as atividades ocorram simultaneamente. Além disso as portas e janelas serão escolhidas para que, quando fechadas, forneçam o condicionamento acústico necessário, nessa linha de pensamento que se vê a importância da climatização nas salas de música, já que Itapetinga é um local muito quente, e embora as janelas foram posicionadas para receber a ventilação cruzada, deixá-las abertas afetaria a qualidade acústica e a geração de ruídos para o entorno. No estúdio, a intenção é o isolamento total da sala, para facilitar a captação do som da voz e dos instrumentos, para esse condicionamento, além das paredes mais espessas, foi dado um espaço a mais de 15cm para adicionar materiais que proporciona o isolamento adequado. O mesmo segue no teatro, onde as especificações de isolamento, reflexão e absorção acústica são indicadas nas plantas. Nesse caso, tanto as paredes como o forro e o teto foram considerados para adequar o projeto ao condicionamento acústico necessário, lembrando que nesse caso, nem o som interno pode sair, nem o som externo pode entrar, ressaltando então a necessidade das antecâmaras e das portas adequadas. Além disso, a sala técnica de controle do som e cenografia está isolada por vidros duplos, e todo o som escutado é mecanizado para fornecer uma capacidade de percepção muito mais aprimorada para esses funcionários. 8.9 Visibilidade de Palco. Quando se trata de teatros e auditórios, nesse caso especificamente o tipo italiano, a visibilidade é de extrema importância, é importante garantir que todos os pontos de visão (assentos e áreas para portadores de cadeira de rodas) sejam confortáveis e se enquadre dentro das especificações. Nesse segmento, todas os assentos foram posicionados de forma que o ângulo de visão de 80º fosse respeitado ao máximo, sendo poucos os assentos que excedem


89

essa angulação, mas nenhum ultrapassando os 120º. Através do estudo, as melhores cadeiras estão situadas na seção do meio entre a 3ª e a 10ª fileira. Imagem 42 – Estudo de Visibilidade em planta e módulo do espectador.

Fonte: Elaborado pelo Autor. Abr. 2018.


90

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A relevância de propor iniciativas e projetos que fomentem a produção cultural e artística é substancial para o desenvolvimento da sociedade, quando estas propostas visam a educação, ensino de técnicas e história da arte, essa relevância se torna ainda mais considerável. Com os resultados e ponderações reunidas, se pôde obter a motivação necessária, o respaldo legal e o embasamento teórico capaz de sustentar a argumentação da real necessidade de um espaço para este fim na cidade de Itapetinga, principalmente para dar suporte e apoiar a atuação da Fundação Movimento de Corais Canto das Artes que já vem desempenhando um papel de suma importância nesse seguimento artístico para a sociedade Itapetinguense a muitos anos. Nesta abordagem, foi possível amparar as escolhas de projeto, realizando comparativos com o material pesquisado, incluindo as referências arquitetônicas abordadas e garantindo a melhor compreensão do programa de necessidades que foi desenvolvido. Similarmente, todo amparo social existente na necessidade da sociedade pela produção cultural, aliaram-se as escolhas arquitetônicas, abrangendo as decisões estéticas, funcionais, estruturais ou de fluxo. Ao final dessa produção acadêmica, o conteúdo produzido conclui as justificativas teóricas, e proporciona parâmetros para as etapas técnicas do projeto arquitetônico, se tornando por fim uma produção de pesquisa e projeto que excede o seu âmbito acadêmico, e leva a público a importância da arte na construção da identidade da sociedade.


91

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, L. F. Metodologia do ensino de artes na educação escolar. WEB ARTIGOS. Acesso em 25 de julho de 2011. Disponível em: <https://www.webartigos.com/artigos/ metodologia-do-ensino-de-artes-arte-na-educacao-escolar/72298/#ixzz4yezwGGmW>. ARANHA, M. d., & MARTINS, M. P. Em Temas de Filosofia. 1ª Ed. (pp. 26-28). São Paulo: Editora Moderna. 1992. ARTES, F. M. C. C. Ação. Rede Globo. São Paulo: Programa de Tv. 22 de novembro de 2002. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6492: Representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro. 1994. ________. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro. 2015. ________. NBR 9077: Saídas de emergência em edifícios. Rio de Janeiro. 2001. ________. NBR 13142: Desenho técnico - Dobramento de cópia. Rio de Janeiro. 1999. AZEVEDO JUNIOR, J. G. Apostila de Arte - Artes Visuais. São Luís: Imagética Comunicação e Design. 2007 BARBOSA, A. M. A Imagem no ensino da arte. 4ª Ed. Editora Perspectiva. 2001 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília, DF: Senado federal, 5 de outubro de 1988. 292p. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ constituicao/constituição.html>. ________. Lei 1.176/2012 - Código de Obras e Edificações do Município de Itapetinga. Itapetinga, BA. 04 de junho de 2012. ________. Lei 1.178/2012. Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo de Itapetinga. Itapetinga, BA. 05 de junho de 2012. ________. Lei 1.179/2012 - Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de Itapetinga. Itapetinga, BA. 05 de junho de 2012. ________. Lei 1.181/2012 - Código Ambiental do Município de Itapetinga-Ba. Itapetinga, BA. 13 de junho de 2012. ________. Lei 1.481/2007 - Código de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo e de Obras e Edificações. Vitória da Conquista, BA. 2007. CARVALHO, S. G. Histórico da Fundação Movimento de Corais Canto das Artes. FMCCartes. 2012. Disponível em: <http://fmccartes.blogspot.com.br/>.


92

CARVALHO, R. J. Instalações Hidráulicas e o Projeto de Arquitetura. 11ª Ed. São Paulo: Blucher. 2018. ÉPOCA. A Importância do Ensino de Artes nas Escolas. 16 de junho de 2016. Disponível em: <http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2016/05/importancia-do-ensino-das-artes-na-esc ola.html>. FERRARI, R. História da Arte: Da Pré-história até a Arte Contemporânea. Grupo Cultural. 2007. FISCHER, E. A Necessidade da Arte. Rio de Janeiro: Zahar Editores. 1983. GÖTTEMS, C. J., & ROCHA, T. d. A Efetividade do Direito à Cultura como um dos Fundamentos do Estado Democrático de Direito. 2007 IAVELBERG, R. Ensino de Arte na Educação Brasileira. Revista USP. n.100, pp. 47-56. Dezembro de 2014. NASCIMENTO, V. S. Ensino de Artes: Contribuições para uma aprendizagem significativa. Funarte. Políticas para as artes, pp. 1-14. 2012. PEREIRA, J. M., & CAIXETA, E. A. Arte e Educação: Um olhar sobre a importância da disciplina de arte na formação do ser humano e na vida profissional. UNIPAM. (s.d.) ROSA, A. P., & ZINGANO, E. M. Pré-História: Educação para Sobrevivência. Maiêutica Artes Visuais, 37. 2013. SESI ARTE. (2007). Caderno de Introdução/SESI. Brasília: Departamento Nacional.


93

APÊNDICE I - Principais marcos e reconhecimentos históricos da FMCCA. Em 1994 Leniza Souza Santos, passa a participar do Resgate da Memória Musical Brasileira com gravação de CD do Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora – Minas Gerais. Em 2002 foi Premiada como “Amiga da Cultura 2002”, da ABCDE com apoio da Unicef. Neste mesmo ano é reconhecida pela Rede Globo de Televisão no programa Ação, na época apresentado por Serginho Groisman em agosto de 2002. Em 2004 passou a receber o patrocínio na área de música e artes plásticas pela Petrobrás, transformando a Fundação em “Centro Cultural” para a comunidade de Itapetinga. Houve também a visita do Ministro dos Esportes Dr. Agnelo Queiroz Filho. Em 2005 concorreu ao Prêmio Servidor Cidadão e ficou em 2º Lugar. Recebeu homenagem do Maestro Nascimento, regente da Filarmônica de Sobradinho – DF. Leniza Souza Santos também neste ano recebeu o Título Sócio Honorário do Rotary Club de Itapetinga devido serviços prestados à sociedade. Em 2006 a Fundação promoveu uma turnê na Matriz e nas filiais da região da Calçados Azaléia (Atualmente Vulcabrás/Azaléia) homenageando os funcionários da empresa através de suas produções artísticas. Em 2007 recebe a visita de Jovens Norte-americanos intercambiados pelo Rotary Club Internacional, que vieram conhecer o projeto. Em 2008, a Fundação passou a ser Ponto de Cultura15 mediante aprovação do Projeto Espalhando Arte – Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Bahia – SECULT. Em 2010 firma-se convênio com a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, através do reitor Prof. Dr. Abel Rebouças São José, passando a ter sede para funcionamento de suas atividades no período de 05 anos. Observa-se que todos os dados supracitados foram retirados do conteúdo disposto na referência: CARVALHO, S. G. Histórico da Fundação Movimento de Corais Canto das Artes. FMCCartes. 2012. Disponível em: <http://fmccartes.blogspot.com.br/>.

15

Os Pontos de Cultura da Bahia são o reconhecimento do Ministério da Cultura e da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia para lugares onde fazem acontecer atividades culturais que agregam pessoas, ampliam acessos, qualificam referências e impactam positivamente na cidadania de crianças, jovens e adultos.


94

APÊNDICE II – Modelo do questionário aplicado.


95


96


97


98

APÊNDICE III – Transcrição de Entrevista com a FMCCA. A entrevista a seguir foi realizada no dia 01 de março de 2018, na atual sede da Fundação Movimento de Corais Canto das Artes, localizada no bairro São Francisco, na Avenida Esperanto, s/n. Os participantes da entrevista foram Kaick Silva Ribeiro, o autor desse trabalho e quem realizou o papel de entrevistador, e os entrevistados Leniza Souza Santos, idealizadora e fundadora da FMCCA, Sérgio Gomes Carvalho, artista e professor da fundação, e Denise, professora e colaboradora da fundação. Segue a transcrição: KAICK: inicialmente eu gostaria de agradecer a oportunidade que vocês me deram de estar aqui, para conhecer melhor história de vocês. LENIZA: imagina, quem agradece somos nós, daqui a pouco você pode vir conhecer o espaço e depois ver os alunos e as atividades. KAICK: Será ótimo, inclusive para fazer o levantamento fotográfico do local. Bem, para dar uma estruturada na entrevista, estarei levantando alguns pontos e vamos conversando sobre cada tópico. LENIZA: Sim. KAICK: Sobre a origem da fundação, o que levou você a idealizar esse projeto? LENIZA: Olha, eu vim de uma família humilde, mas muito rica culturalmente e espiritualmente, então sempre lutei para ser alguém na vida. Eu sou de Caetité, e dentro das minhas dificuldades, eu sempre tentei ver as dificuldades dos outros, então quando cheguei aqui (Itapetinga) eu vi tanta dificuldade, maiores que as minhas, e eu sempre fui uma aluna muito sensível a tudo isso. Quando eu vim para Maiquinique e para aqui (Itapetinga), eu vim para animar e ajudar na transformação dos jovens, sempre muito ativa e como me formei em tanta coisa usei isso para transformação de outros. Não me arrependo nada de tudo que eu fiz. Quem eu vejo hoje, quem foram meus alunos e que estão desenvolvendo a cultura, a música e a arte. KAICK: No caso, essa importância da arte na formação do cidadão e da sociedade foi o que te motivou a oferecer essa mesma arte a quem necessitava? LENIZA: sim, com certeza, você pode ver que ainda hoje essas pessoas não têm possibilidade de ter acesso a isso, a música em si é muito cara, e essa oportunidade não chega a eles. Aqui é gratuito, tudo, todos os instrumentos, instrumentos de ponta, de orquestra, do clássico ao popular, e infelizmente as pessoas não valorizam muito. Atualmente as pessoas não veem por que não podem mesmo, pelas condições, por causa da criminalidade também. E a mudança das pessoas que passam por aqui é muito grande! KAICK: Sobre os locais de atuação da Fundação, quais foram? LENIZA: O primeiro lugar foi minha casa, mas aí não comportou, aí fui para Concha Acústica, debaixo das árvores eram nossas salas de aula, muito engraçado, e inclusive, a gente estava atuando lá quando a Rede Globo fez a reportagem. Aí com toda a reportagem a dona do Casarão ligou pra mim, e falou; a gente já tinha conseguido aquele casarão, que uma amiga, parente dela, conseguiu pra gente, mas aí eles queriam cobrar, e a gente não tinha a menor condição de pagar, todos alunos eram pobres, e nem eu tinha condição pois eu que mantinha tudo, então saímos de lá para Concha, aí com a entrevista do programa Ação, ela ligou pra mim com vergonha, e ofereceu pra gente voltar pra lá, eu disse que queria sim, e fomos, tiramos 60


99

caçambas de entulho, até chamamos um engenheiro, Sr. Billy Graham, ele disse que não tinha problema nenhum, que não tinha risco de desabar. Depois de um tempo novamente o esposo dela (dono do casarão) queria cobrar, pois como trabalhávamos com idosos ele achava que eles podiam pagar, com a aposentadoria, mas imagina só, a maioria deles sustentava a família com a aposentadoria. Aí saímos, e fomos para o prédio do Otávio Camões (colégio), quando chegou lá, foi um período muito angustiante, eu comecei a ser ameaçada pelo pessoal do tráfico. SÉRGIO: Porque eles tinham o local como ponto de tráfico. KAICK: Em que período foi isso? SÉRGIO: Denise, em que anos viemos para aqui? DENISE: Nós viemos para cá em 2009! Lá foi entre 2007 e 2008. SÉRGIO: Eles perseguiam mesmo, já aconteceu de invadirem o espaço, espalhando coisas da merenda e colocando mensagens com ameaças de morte, xingando ela (Leniza), pois como eles usavam o espaço para transação de drogas, a nossa presença ali era um problema para eles. Então teve toda essa fase muito difícil da Fundação, a gente não tinha segurança, nenhum vigilante. KAICK: Aí depois que vocês saíram de lá, vieram direto para cá (sede atual)? SÉRGIO: Sim, aqui foi um espaço que a UESB conseguiu emprestado do estado, que era um depósito de merendas inutilizado, aí reformou, e é a UESB que cede esse espaço para a gente, temos segurança 24 horas. LENIZA: Foram os próprios ex-alunos que correram atrás, se uniram e foram até Dr. Abel, que era reitor da universidade, e eles foram pedir a ele o que podia fazer, aí ele pegou o prédio para a universidade, porque não podia passar para mim, pois sou funcionária do estado. Então assim, depois que vimos para aqui, eu sou muito grata, o espaço não é nosso, mas fazemos aquilo que podemos. KAICK: O fato de vocês não terem espaço próprio de vocês é um problema? LENIZA: A gente não pode fazer reformas, nem nada, pois o espaço é deles, e também, por exemplo, para um médico atender aqui, não pode, porque tem que ter uma sala especial, e a gente não tem dinheiro nem para comprar algumas cordas de violino. KAICK: Entendi. E sobre seu público alvo? LENIZA: É aberto a qualquer pessoa, embora o foco são pessoas carentes, até porque é muito difícil misturar, são poucos os que não discriminam, acham a iniciativa muito boa, mas é aquela coisa, rico não quer misturar com pobre, infelizmente. SÉRGIO: O público alvo do projeto é realmente os meninos das escolas públicas, em relação a questão social é isso mesmo, para as pessoas mais carentes, e em relação a faixa etária, de criança ao idoso. LENIZA: A partir de 3 anos de idade, sem limite de idade, até uma senhora de 107 anos já tivemos aqui. KAICK: Qual seria a situação atual em relação a quem patrocina a fundação, os custos, os funcionários, se o trabalho é voluntário?


100

LENIZA: O segurança e outra funcionária que são da UESB, aí temos os funcionários da prefeitura, Sergio, Denise, e tem uma merendeira que ainda não chegou. Mas não temos secretária, só tem eles dois e eu para fazer tudo, administração, tudo. Antes a gente tinha 7 professores de 40horas, e hoje só temos 2, uma de 40 horas e o outro de 20. É muito complicado, é uma luta, eu quero fazer tanta coisa, mas não posso fazer. Às vezes eu desanimo, mas aí eu penso, não posso desanimar, se não vou ficar como aqueles que não fazem nada. KAICK: Qual a quantidade de alunos que vocês conseguem atendem aqui? LENIZA: Esse ano ainda não fechamos a quantidade, porque ainda estamos realizando as matrículas, mas a gente está atuando na Vila Riachão, no Santo Antônio, na Nova Itapetinga, no Américo Nogueira também. Eu posso fazer para você a quantidade certinha, porque a gente também tem que lançar a quantidade no senso desse ano. SÉRGIO: É porque assim, tem muitos que não entram no senso, porque não vêm para fundação, eles não vêm para este espaço, ela (Leniza) que vai até lá, mas é o mesmo projeto. KAICK: Então, vocês vão até as escolas? LENIZA: Eu vou! Oh Kaick, os meninos ficam chorando, claro que eu vou, tenho uma orquestra de iniciação em flauta. SÉRGIO: Foi mais ou menos 250 a 300 alunos ano passado. LENIZA: E esse ano ainda vai passar mais, porque tem os alunos de Denise. KAICK: E vocês acreditam que esse número pode aumentar se tivesse mais suporte? SÉRGIO: Até mais que 500 alunos. LENIZA: Meu Deus do céu, muito mais! As crianças, os jovens têm sede de arte. Segundafeira eu fui no Colégio Polivalente, e montei uma turma numa rapidez, nem pude entrar em todas as salas, porque não posso pegar mais que 25 alunos em uma turma. Eles precisam, e eles querem, as vezes se envolvem com outras coisas porque não têm oportunidade. KAICK: Em relação ao espaço, vocês acham que esse local é suficiente para o projeto? LENIZA: Atualmente, o que eu mais sinto necessidade é uma sala de terapia, porque as crianças realmente passavam pela terapia, florais, massagens, e eles não tem acesso a isso e podiam fazer aqui, muitas vezes até com depressão e outros problemas, e a gente tem um médico que poderia atender aqui, meu filho, mas não pode porque o local não é adequado. Tínhamos até um projeto, Música Corpo e Mente, mas não pôde continuar. SÉRGIO: O espaço não é suficiente para algumas atividades, e o prédio não pode ser alterado em nada por causa do contrato, à não ser que a UESB fizesse. KAICK: Quais são as maiores dificuldades que vocês enfrentam para levar a diante o projeto? SÉRGIO: Transporte para os alunos é realmente uma dificuldade muito grande, afeta até a presença dos alunos.


101

LENIZA: E principalmente a falta material humano, pessoas para trabalhar no projeto. KAICK: Como vocês pensam sobre a criação de um novo lugar para atuação da fundação, um projeto de arquitetura que venha para ser o espaço de vocês mesmo? LENIZA: A melhor coisa para a gente seria isso, por que aqui o espaço não é nosso, até para limpar lá atrás não podemos sem avisar a universidade. DENISE: Não pode mexer na estrutura física da escola, por que o contrato não permite fazer nenhuma ampliação. SÉRGIO: E quando vencer o prazo que a própria UESB estabeleceu a gente não sabe o que vai acontecer! Se vai continuar ou não, se vai renovar. KAICK: Entendi, vocês acabam dependendo deles. Vocês falaram sobre a integração com outras escolas e colégios da cidade, e eu inclusive li sobre outras atividades, em asilos por exemplo, que mostram a integração da fundação com as atividades da cidade. Nessa perspectiva, vocês acreditam que seria possível vocês, tendo espaço adequado, funcionassem como uma expansão das atividades de educação convencional, principalmente levando em consideração a necessidade da implantação de uma grade curricular maior, já que temos a reforma do ensino médio trazendo o ensino integral? LENIZA: Se tivesse um governo que oferecesse toda uma estrutura, com certeza, inclusive nós no passado atingíamos quase todas as escolas da cidade, cada escola a gente fazia um grupo de coral, e outras coisas. O problema é que precisam querer! E não só sobre o governo, mas até as escolas da cidade, pare que cada um quer se aparecer mais que os outros, é como se quisesse competir, e não pensam em somar, e isso não é uma coisa boa. SÉRGIO: O problema do ensino integral, é que embora o aluno possa escolher as áreas de ensino, as escolas não terão como oferecer todas as linhas de ensino. Então as matérias básicas serão garantidas, essas que são consideradas como mais importantes, português, matemática, geografia. Então o aluno não vai ter muita opção, e acabar não incluindo filosofia, sociologia, e até a arte da educação. É tudo um jogo, e é complicado. LENIZA: Boa vontade a gente tem, mas não depende apenas da gente. KAICK: No caso, a gente está falando de hipóteses, então, hipoteticamente falando, se tivesse a possibilidade de uma nova edificação, totalmente de vocês, com estrutura adequada, em um local novo, como por exemplo, a área do campinho, ao lado do ginásio de esportes, que é uma área muito relevante para vocês, já que está situado próximo de muitas escolas, vocês acham que a fundação poderia atuar lá? LENIZA: Olha, a gente já lutou tanto, não acho que a gente não consegue nenhum lugar não, esse lugar aqui, que não é nosso, já foi um sofrimento conseguir. De qualquer forma, o sonho da gente é ter o lugar nosso, para gente fazer aquilo que a gente quiser. KAICK: Então, independentemente de onde fosse, em Itapetinga, se o local fosse de vocês seria bom?


102

SÉRGIO: Se fosso local próprio, seria sim, melhor do que ficar aqui na dúvida. LENIZA: Seria uma maravilha, para a gente fazer o que quisesse fazer. Mas meu filho, não consegue não, já são 48 anos de luta, só se aparecesse o Gugu, embora nem ele está mais fazendo isso agora. KAICK: Realmente é complicado. Então, eu gostaria muito de agradecer a vocês! Eu sou jovem ainda, não vivi metade do que a fundação viveu, e mesmo vendo de longe a história de vocês percebo o quanto a iniciativa de vocês transforma vidas. Eu tinha um colega na época da quarta série, George, que estudou com vocês, eu não lembro mais o sobrenome dele, mas tocava violino. DENISE: Sei, ele está em Salvador, George ainda toca com a gente, toda vez que ele está em Itapetinga. KAICK: Exatamente, e ele foi quem fez eu conhecer vocês a tanto tempo atrás, e vi como a música mudou a vida dele. Por isso o meu interesse em desenvolver o meu trabalho sobre a fundação, porque sei o quanto esse trabalho é excepcional, e isso transforma a vida das pessoas. E embora seja um projeto acadêmico, que é teórico e hipotético, acho importante que as pessoas vejam ideias de projetos, para muitas vezes perceberem as necessidades que a nossa cidade tem, e passam a ver a arquitetura de forma diferente, de que aquilo ali pode ser algo incrível para a transformação da sociedade. LENIZA: Imagina, não tem nada para agradecer, a gente está aqui para isso, a gente fica feliz por alguém se interessar por isso, e ver toda essa transformação. KAICK: Então é isso, muito obrigado!


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.