FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE-FAINOR ARQUITETURA E URBANISMO
ANNA PAULA DOS SANTOS PEREIRA CORREIA
PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO DO PARTO NORMAL: Ampliação do Hospital Esaú Matos com implementação do Centro de Parto Normal Peri-hospitalar.
VITÓRIA DA CONQUISTA-BA NOVEMBRO / 2015
ANNA PAULA DOS SANTOS PEREIRA CORREIA
PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO DO PARTO NORMAL : Ampliação do Hospital Esaú Matos com Implementação do Centro de Parto normal Peri-hospitalar.
Projeto apresentado à Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR, para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Prof. Orientador Esp. Dall'Orto Pithon Macedo.
VITÓRIA DA CONQUISTA-BA NOVEMBRO 2015
Líbera
Campo
C824p
Correia, Anna Paula dos Santos Pereira Processo de humanização do parto normal: ampliação do Hospital Esaú Matos com implementação do Centro de Parto Normal Peri-hospitalar. / Anna Paula dos Santos Pereira Correia._ _ Vitória da Conquista, 2015. 82 f; il. Artigo (Graduação em Arquitetura e Urbanismo) Faculdade Independente do Nordeste - FAINOR Orientador(a): Prof. Líbera Campo Dall'Orto
1. Centro de Parto Normal. 2. Humanização. I. Título CDD: 720
Catalogação na fonte: Biblioteca da Fainor
FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE-FAINOR TERMO DE APROVAÇÃO
PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO DO PARTO NORMAL :Ampliação do Hospital Esaú Matos com implementação do Centro de Parto Normal Peri-hospitalar. ANNA PAULA DOS SANTOS PEREIRA PROFESSORA ORIENTADORA: LÍBERA CAMPO DALL'ORTO PITHON MACEDO. Projeto do curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Independente do Nordeste, avaliativo para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Aprovado em: ____/____/_______ BANCA EXAMINADORA
______________________________________________ Prof. Esp. Líbera Campo Dall'Orto Pithon Macedo Orientador ______________________________________________ 2º Membro
______________________________________________
3º Membro
VITÓRIA DA CONQUISTA - BA NOVEMBRO 2015
Dedico este trabalho, primeiramente, a Deus,que esteve comigo em todos os momentos; aos meus pais, Agna e Renato, pelo esforço e dedicação; ao meu marido Nilton Meira Correia Neto, pelo apoio e cooperação; e em especial aos meus filhos.
“Para mudar o mundo, primeiro é preciso mudar a forma de nascer”.(Michel Odent)
AGRADECIMENTOS
A minha orientadora Líbera Campo Dall'Orto Pithon Macedo, pela paciência e orientação indispensável à elaboração deste trabalho. Ao professor Ricardo Stumpf pela colaboração nas primeiras ideias deste trabalho. A minha querida sogra Christianne Schettine por compartilhar seus conhecimentos na área de saúde; sua contribuição foi fundamental nesse trabalho. Ao meu amado esposo Nilton Meira Correia Neto por estar comigo em todos os momentos sempre me apoiando e ajudando. A todo o corpo docente do Curso de Arquitetura e Urbanismo, pelos conhecimentos repassados a minha pessoa. Aos amigos e colegas de curso, por este período de convivência, companheirismo e dificuldades que passamos juntos. A todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho.
Sumário 1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................16 1.1 - Problema:.........................................................................................................18 1.2 - Justificativa: .....................................................................................................18 1.3 - Objetivo Geral: .................................................................................................19 1.4 - Objetivos Específicos: .....................................................................................19 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................19 2.1 Parto humanizado ..............................................................................................19 2.2 Arquitetura x Humanização ...............................................................................22 2.3 Humanização dos espaços ................................................................................23 3 MODELOS DE CASA DE PARTO ...........................................................................24 3.1 CPN do Hospital Sofia Feldman- CPN David Capistrano da Costa Filho .........24 3.2 Casa de Maria ....................................................................................................25 3.3 Casa de parto de Sapopemba ...........................................................................26 3.4 Centro de Parto Normal Marieta de Souza Pereira ...........................................27 4 METODOLOGIA .......................................................................................................28 5 QUESTIONÁRIO ......................................................................................................29 6 MEMORIAL JUSTIFICATIVO ..................................................................................39 6.1 Introdução ..........................................................................................................39 6.1.1 Estudo para análise e desenvolvimento do programa ................................39 6.1.1.1 Normatização ........................................................................................39 6.1.1.2 Critérios de admissão da parturiente ..................................................41 6.1.1.3 Atribuições do estabelecimento ...........................................................41 6.1.1.4 Requisitos específicos ao estabelecimento ..........................................43 6.1.1.5 Equipe do CPN......................................................................................43
6.1.1.6 Equipamentos .......................................................................................44 6.1.1.7 Estrutura física ......................................................................................46 6.1.2 Caracterização do Público Alvo ..................................................................49 6.1.3 Zoneamento.................................................................................................50 6.1.4 Fluxograma ..................................................................................................51 6.2 Parâmetros utilizados para implantação ...........................................................52 6.2.1 Estudo do terreno ........................................................................................52 6.2.1.1 Localização ...........................................................................................53 6.2.1.2 Acesso ao Terreno ................................................................................53 6.2.1.3 Vistas do terreno ...................................................................................54 6.2.1.4 Topografia .............................................................................................54 6.2.1.5 Dimensão ..............................................................................................55 6.2.1.6 Infraestrutura .........................................................................................55 6.2.1.7 Estudo do Terreno - Legislação ............................................................56 6.2.2 Justificativa da adequação do empreendimento aos parâmetros ambientais ..............................................................................................................................57 6.3 Parâmetros estéticos e funcionais .....................................................................59 6.3.1Justificativa do programa arquitetônico e setorização proposta ..................59 6.3.1.1 Descrição do empreendimento .............................................................59 6.3.1.2 Partido arquitetônico ............................................................................59 6.3.1.3 Fluxo e circulações internas do CPN ....................................................64 6.3.1.4 Programa de necessidades ..................................................................70 6.3.1.5 Quadro de áreas ...................................................................................72 6.3.1.6 Acessibilidade .......................................................................................73 6.3.1.7 Estacionamento.....................................................................................73 6.3.1.8 Sistema e técnicas construtivas utilizadas ...........................................74
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................76 ANEXO ........................................................................................................................80
LISTA DE FIGURAS
Figura 01: Parto na água
Figura 02: Casa de parto "Casa de Maria"
Figura 03: Casa de Parto Sapopemba
Figura 04: Centro de Parto Marieta de Souza Pereira
Figura 05: Faixa Etária
Figura 06: Estado Civil
Figura 07: Escolaridade
Figura 08: Tipos de parto
Figura 09: Quanto a decisão do tipo de parto
Figura 10: Se você pudesse escolher hoje, qual seria o tipo de parto?
Figura 11: Você já ouviu falar em parto humanizado?
Figura 12: Durante a sua internação, você recebeu informações sobre o que foi planejado e o que aconteceu no parto de forma que você pudesse facilmente entender ?
Figura 13: Você sentiu que sua privacidade foi respeitada durante o parto ou na sua recuperação no hospital?
Figura 14: Durante o trabalho de parto ou início da cesárea até o nascimento do seu filho você teve a oportunidade de ficar com um acompanhante?
Figura15: Durante o trabalho de parto, foram oferecidas a você técnicas que aumentaram seu conforto e diminuíram a dor ?
Figura 16: Se você teve parto normal você assumiu a posição de sua escolha quando seu bebê estava nascendo?
Figura 17: Você recebeu apoio e ajuda para ter um parto natural e sem medicamentos ?
Figura 18: Você ficou em contato pele-a-pele com o seu bebê imediatamente após o parto?
Figura 19: Você sentiu que suas escolhas foram respeitadas (consentimentos ou recusas) ao final de sua gestação, durante o trabalho de parto e no nascimento do seu bebê?
Figura 20: Em geral, você achou que a sua experiência acerca dessa internação para o parto do seu bebê foi ?
Figura 21: Você teria um filho em um centro de Parto Normal?
Figura 22: Exemplos de reforma/ampliação/construção
Figura 23: Zoneamento
Figura 24: Fluxograma
Figura 25: Fachada Hospital Municipal Esaú Matos
Figura 26: Fachada USF Professor Nelson Barros
Figura 27:Vista aérea
Figura 28: Avenida Macaúbas
Figura 29: Área de intervenção
Figura 30: Área de intervenção
Figura 31: Área de intervenção
Figura 32: Área de intervenção
Figura 33: Área de intervenção
Figura 34: Área de intervenção
Figura 35: Dimensões do terreno
Figura 36: Macrozoneamento de Ocupação do Solo
Figura 37: Parede revestida de pedra
Figura 38: Insolação
Figura 39: Perspectiva do Centro de Parto
Figura 40: Perspectiva do jardim interno
Figura 41: Ambientes do primeiro setor
Figura 42: Ambientes do segundo setor
Figura 43: Ambientes do terceiro setor
Figura 44: Recepção
Figura 45: Sala de Espera
Figura 46: Sala de atividades
Figura 47: Perspectiva do posto de enfermagem
Figura 48: Quarto PPP
Figura 49: Pátio interno
Figura 50: Refeitório
Figura 51: Deambulação interna
Figura 52: Deambulação externa
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Como você avalia a importância de existirem as seguintes áreas na internação?
Quadro 02: Ambientes físicos CPN
Quadro 3: Programa de necessidades
Quadro 4: Quadro de áreas
Quadro 5: Critérios e restrições relativos a polos geradores de tráfego - PGT e vagas para estacionamento.
Quadro 6: Vagas de estacionamento.
16
1 INTRODUÇÃO O parto é um evento único, excepcional e marcante, na vida de uma mulher. Este evento, que é estritamente fisiológico, passou por transformações ao longo do tempo, devido à implantação de um novo modelo obstétrico. Inicialmente, o parto era conduzido por mulheres mais experientes, as parteiras, que se deslocavam para o domicílio da parturiente, mas a gestante sempre foi a protagonista do parto. Com o surgimento do controle das infecções e o advento do aumento do índice de mortalidade materna e perinatal, a figura do médico começa a se consolidar no momento do parto. Mudam-se os atores, a mulher deixa de ser a protagonista, e o médico assume o papel principal, como detentor do conhecimento técnico, estabelecendo o modelo tecnocrático. Muda-se o cenário - o parto deixa de ser um evento domiciliar, íntimo, familiar, acolhedor e migra para o hospital, um local totalmente medicalizado, que dispõe de tecnologia e suporte especializado, onde o acesso familiar é restrito, onde o acolhimento à gestante não pode ocupar o espaço dos protocolos operacionais padronizados. Com esta mudança, o conhecimento da mulher sobre o parto foi diminuindo e, por consequência, deu à equipe médica maior autonomia quanto à decisão de como este parto deveria acontecer.
O modo de produção capitalista, aliado aos valores desproporcionais entre um parto cesáreo e um parto vaginal, além das questões antropológicas, como o medo da dor do parto, os argumentos preconizados pela equipe obstétrica para desestimular o parto vaginal, como: bacia estreita, mulher magra, mulher com sobrepeso ou obesa, hipertensa, circular de cordão, entre outros, fizeram com que o número de cesarianas aumentasse vertiginosamente no Brasil. Segundo dados do DATASUS, em 2011 o índice de cesarianas foi de 53,58%, sendo que o preconizado pela OMS é de, no máximo, 15%. Outro fator que corrobora para este alto índice de partos cirúrgicos é a comodidade médica, já que o procedimento é rápido e pode ser agendado de acordo com a conveniência do profissional e algumas vezes também da gestante, não demandando tempo nos finais de semana e feriados, tornando-o cada vez mais mercantilizado.
17 Através de ações do Ministério da Saúde, aliado a organizações pró-parto normal e parto humanizado, o Brasil começa a tentar reverter este quadro através da realização de campanhas de incentivo ao parto, com a associação da imagem de celebridades que optaram por parto normal. Porém, existem barreiras que vão além de campanhas que disponibilizam a informação sobre parto normal. Entre estas, está principalmente, a escassez de locais acessíveis equipes multidisciplinares preparados para que a mulher possa ter autonomia sobre o processo do parto, com o mínimo de intervenções médicas e com um ambiente humanizado, simplificado e acolhedor.
O parto humanizado adéqua o nascimento do bebê a cada mãe, a família deve estar envolvida em cada momento.
A humanização do parto vai além do que somente oferecer serviços médicos, o parto normal humanizado permite que a mulher seja livre para agir conforme suas necessidades, onde ela esta totalmente ativa, adotando posições que sejam confortável para o seu corpo, deixando de ser uma paciente passiva, que é conduzida pelo médico.
O ambiente onde a gestante é acolhida, a maneira como este processo acontece, a equipe que está envolvida e a forma como vai ser conduzido este momento, é um diferencial marcante que poderá implicar em uma vivência prazerosa e feliz, como também, em contrapartida, em uma situação de extremo sofrimento e decepção.
Desde meados da década passada, vem se disseminando pelo país um modelo de assistência obstétrica, recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que realça a mudança no olhar do profissional de saúde sobre a parturiente e sua família. Trata-se dos Centros de Parto Normal.
Os Centros de Parto Normal atendem as normas preconizadas pelo Ministério da Saúde, conforme Portaria 985/99 GM. Constituem-se em unidades de atendimento ao parto normal, localizadas fora do centro cirúrgico obstétrico.
18 Dispõem de um conjunto de elementos destinados a receber a parturiente e seus acompanhantes, permitindo um trabalho de parto ativo e participativo, empregando práticas baseadas em evidências recomendadas e que os diferenciam dos serviços tradicionais de atenção obstétrica. As primeiras recomendações para esta modalidade de assistência foram citadas pela Organização Mundial da Saúde, em 1996.
Vale destacar que os Centros de Parto Normal surgiram com o objetivo de resgatar o direito à privacidade e à dignidade da mulher ao dar à luz num local semelhante ao seu ambiente familiar e, ao mesmo tempo, garantir segurança à mãe e seu filho, oferecendo-lhes recursos tecnológicos apropriados em casos de eventual necessidade. Seguem um padrão de procedimentos previamente estabelecidos e que direcionam as ações que realizam. (MACHADO, PRAÇA, 2006)
Em Vitória da Conquista existem unidades hospitalares de assistência ao parto, públicas e privadas, porém, a cidade não dispõe de um espaço que se enquadre no modelo de Centro de Parto Normal - CPN.
1.1 - Problema: Existe a necessidade de criação de um espaço que promova a prática do parto normal humanizado na cidade de Vitória da Conquista - BA?
1.2 - Justificativa: O trabalho consiste em um projeto arquitetônico de um Centro de Parto Normal na cidade de Vitória da Conquista, resgatando o parto humanizado, dentro de um contexto de arquitetura de ambientes de saúde, que venham suprir as demandas da assistência obstétrica e neonatal, que vise o planejamento de ambientes exclusivos a prática do parto natural, que não remeta aos ambientes hospitalares convencionais, ou seja, espaços mais aconchegantes e acolhedores, de forma a criar a sensação a parturiente de se sentir em casa e proporcione um parto mais tranquilo e que seja um momento único. Considerando de fundamental relevância que a sua concepção esteja focada em características facilitadoras, para
19 proporcionar através do modelo arquitetônico uma melhor assistência na atenção à saúde da mulher e da criança, no pré-parto, parto e puerpério.
1.3 - Objetivo Geral: Elaborar um projeto arquitetônico de um
Centro de Parto Normal
Humanizado anexo ao Hospital Esaú Matos, em Vitória da Conquista, oferecendo conforto e tranquilidade às gestantes, com uma tipologia arquitetônica que remeta ao ambiente residencial.
1.4 - Objetivos Específicos: Resgatar o parto natural; Contribuir para redução de cesáreas ; Humanizar os espaços de saúde por meio Arquitetura e conforto ambiental; Atrair a gestante para o ambiente onde ela seja acolhida; Contribuir com um novo estabelecimento de Saúde no Município de Vitória da Conquista.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Parto humanizado A promoção de um parto humanizado é um grande desafio. Isso não quer dizer que se deve voltar no tempo e adotar o modelo vivido pelas gerações passadas, mas contribuir para que essa experiência que antes era natural seja em um ambiente hospitalar porém mais próximo do familiar, buscando integrar no ato do parto os recursos tecnológicos e a ciência humana (REIS E PATRÍCIO,2005).
O conceito de humanizar parte do reconhecimento dos direitos fundamentais de mães e crianças terem um parto normal como toda a assistência e tecnologia apropriada.Estes direitos fundamentais inclui o direito a escolha do local, pessoas, e formas de assistência durante o trabalho de parto, também podemos resaltar a preservação da integridade corporal de mães e crianças, respeitando o parto como uma experiência altamente pessoal, sexual e familiar.Também é possível citar a
20 assistência em relação a saúde, apoio emocional, social e material em todo processo gestacional, como também a proteção contra abuso e negligência (QUEIROZ et al.,2003).
Segundo Basile(2004), humanizar é a possibilidade de estar atento as condições e necessidades do outro, já que as atividades do profissional de saúde tem como base as relações humanas.
Basile(2004) ainda afirma que humanizar representa um novo modo de ver o ato de "assistir" sendo que este ato deve incluir as relações interpessoais com a mãe, o recém-nascido, o acompanhante e com os colegas de equipe da instituição.
Humanizando o atendimento do parto e nascimento, proporciona um privilégio de utilizar de toda a tecnologia e técnicas obstétricas possíveis fazendo com que os benefícios alcançados sejam maiores que os riscos a serem corridos (BASILE,2004).
Conforme Basile(2004), existem algumas condutas que podem levar a humanização do trabalho de parto: a respiração, que promove o auto controle e oxigenação da mãe e do bebê, está deverá ser espontânea durante as contrações; o estímulo a micção espontânea, pois diminui a retenção urinaria e o desconforto nas contrações; a massagem, que alivia a tensão e promove o relaxamento; a deambulação, que abrevia o tempo do trabalho, beneficiando a descida do bebê; a dieta livre, que é justificada pela necessidade de reposição da energia e hidratação, garantindo o bem estar da parturiente e do bebê; o banho, pois ele é benéfico para favorecer a boa circulação, diminuindo o desconforto, regulando as contrações, promovendo relaxamento e diminuindo o tempo do trabalho de parto.
O Ministério da Saúde(2001), concordando com o autor supracitado, também preconiza medidas não farmacológicas e não invasivas que devem ser utilizadas para diminuir o estresse e a dor, essas medidas podem ser realizadas por familiares e/ou profissionais.
21 É possível destacar as práticas que não são recomendadas pelo Ministério da Saúde (2001), pois dificultam a "segurança e o bem-estar" da parturiente, que ainda estão sendo praticadas de forma rotineira em muitas instituições de saúde, dentre estas são: manobra de Kristeller(pressão no fundo do útero durante o trabalho de parto), episiotomia; utilização de ocitocina para acelerar o trabalho de parto; utilização do soro, com o objetivo de puncionar a veia, para facilitar a aplicação de medicamentos; imobilização; exame de toque vaginal, que é realizado várias vezes por profissionais diferentes; lavagem intestinal e indução a tricotomia(raspagem dos pelos que deve ser feita antes de uma cirurgia).
A Organização Mundial da Saúde (OMS), publicou um guia para a assistência ao parto normal. Este guia apresenta recomendações sobre as práticas relacionadas ao parto normal, que foram classificadas em categorias.Entre as recomendações estão: Respeitar a vontade da mulher em ter um acompanhante de sua escolha durante o trabalho de parto e o parto; monitorar o bem estar físico e emocional, durante todo o processo de atendimento; responder as informações e explicações solicitadas; permitir á mulher que ela caminhe durante o período de dilatação a adote a posição que deseja no momento de expulsão; orientar e oferecer métodos de alívio da dor durante o trabalho de parto como massagens, banho morno e outras técnicas de relaxamento; permitir o contato pele a pele entre mãe e criança e o início do aleitamento materno, imediatamente após o nascimento; em relação específica aos serviços: possuir normas de procedimentos e monitorar a evolução do parto pelo partograma, oferecer alojamento conjunto e estimular o aleitamento materno.
A OMS ainda resalta a respeito dos direitos da mulher, as seguintes recomendações: Estar acompanhada durante o trabalho de parto e o parto, por alguém de sua escolha; conhecer a identidade do profissional; serem informadas pelos profissionais sobre os procedimentos que serão realizados com ela e com seu filho; receber líquidos e alimentos durante o trabalho de parto sem excessos; caminhar e fazer movimentos durante o trabalho de parto; receber massagens ou outras técnicas relaxantes; tomar banhos mornos; adotar a posição que desejar na
22 hora da expulsão; receber o recém-nascido na hora de amamentar, imediatamente após o parto; ser chamada pelo nome.
A conscientização dos profissionais de saúde
é o fator para que essas
ações sejam implementadas, pois devem reconhecer que a mulher é a principal protagonista do processo de parto, lhe assegurando a sua dignidade, individualidade e valores respeitados(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).
A grande conquista é a disseminação da prática de partos naturais, enquanto existe a queda do número de cesarianas.
Esse guia elaborado pela OMS foi a inspiração para a elaboração do Manual técnico pelo Ministério da Saúde em 2001.
2.2 Arquitetura x Humanização A ligação entre arquitetura e humanização deveria ser uma relação íntima no conceito e na prática. A concepção dos espaços arquitetônicos tem como importância a adequação dos espaços ao usuário (CIACO, 2010).
Além dos aspectos e das circunstâncias que mobilizam a medicina e enfermagem, através dos profissionais da área de saúde e dos familiares, nos procedimentos de atenção ao parto e nascimento, a arquitetura e as condições físicas do ambiente, disponibilizadas para o evento, sempre tiveram significativa relevância na compreensão histórica do processo e na pesquisa pela melhor condição de conforto, de segurança e de bem estar da parturiente.(BITENCOURT, 2008, p.15)
A arquitetura sempre teve uma significativa relevância para as atividades de medicina e enfermagem, pois os espaços hospitalares dependem de um planejamento e concepção adequados para os profissionais da área de saúde, familiares e pacientes, dessa forma, o processo de humanização destes espaços deve ser compreendido na concepção do projeto arquitetônico onde é necessário observar, analisar e trabalhar com todas as necessidades dos indivíduos que utilizarão os espaços.
23 O edifício destinado ás atividades de atenção ao parto e ao nascimento deve contemplar e dispor de características arquitetônicas que, embora tenham a responsabilidade intrínseca ao serviço e a complexidade dos procedimentos médicos e de enfermagem, ofereça a conformação de um ambiente o mais próximo possível da atenção as necessidades específicas e próprias da sensibilidade da mulher/gestante. (BITENCOURT, 2008, p.33)
Apesar de existir a necessidade em relação a concepção arquitetônica dos espaços, de atender a responsabilidade e complexidade das atividades obstétricas, é preciso que o ambiente esteja adequado para atender as necessidades
da
gestante. A prática da humanização dos espaços não está relacionada a criar ambientes luxuosos, mas sim espaços que possam oferecer conforto, segurança, iluminação e ventilação adequada, a utilização correta das cores, mobiliário adaptado as necessidades básicas da parturiente e que promova a sensação de estar em um ambiente familiar.
2.3 Humanização dos espaços O conceito da humanização pode ser associado a diversas dimensões da saúde, ora em relação as suas práticas, ou como são atendidos e tratados os pacientes e também pode ser relacionado ao ambientes onde ocorrem essas práticas, para este último caso, a humanização está ligada diretamente a arquitetura dos espaços (ROCHA, 2010).
O Ministério da Saúde concorda com o autor supracitado afirmando que a ambiência não compreende apenas o aspecto social, profissional, as relações interpessoais, mas também o espaço físico dos ambientes de saúde. Este conceito encontra-se evidenciado nas cartilhas do Plano Nacional de Humanização, que tratam sobre ambiência, destacando elementos importantes como por exemplo: cor, arte, sinestesia, som, cheiro, luz, morfologia e o tratamento das áreas externas.
Segundo Sampaio(2004), deve existir uma preocupação com os pacientes em todo o projeto, desde a concepção até os detalhes do seu interior. O autor ainda afirma que existem itens que ajudam a criar ambientes relaxantes e que auxiliam na
24 recuperação dos pacientes como: cores, texturas, aberturas para o exterior da edificação, entrada de luz, materiais naturais, como pedra e madeira.
3 MODELOS DE CASA DE PARTO 3.1 CPN do Hospital Sofia Feldman- CPN David Capistrano da Costa Filho Localizado em Belo Horizonte, Minas Gerais, foi inaugurado em dezembro de 2001, o Centro de Parto Normal “David Capistrano da Costa Filho” é uma iniciativa vanguardista. Construído com recursos do Ministério da Saúde, trata-se da primeira Casa de Parto de Minas Gerais. Com capacidade para atender 150 partos ao mês, o CPN funciona como unidade intra-hospitalar do Hospital Sofia Feldman, partilhando, desta forma, da filosofia humanista que o norteia como instituição filantrópica. Definido pela Secretaria Municipal de Saúde de BH como referência para os Distritos Sanitários Norte e Nordeste da cidade, atende, exclusivamente pelo SUS, a uma população de aproximadamente 400 mil pessoas, a maior parte de baixo poder aquisitivo. No CPN o parto ocorre em quarto privativo, onde a mulher permanece – se quiser, acompanhada – antes, durante e após o parto. Em todo o processo ela é encorajada a caminhar, a ingerir líquidos açucarados, a utilizar bola do nascimento, escada de Ling, massagens e práticas complementares (homeopatia, florais, shiatsu, reink) no alívio não farmacológico da dor, e a assumir a posição que considerar mais confortável no trabalho de parto: deitada, de cócoras, ajoelhada ou na água. A Casa de Parto possui 4 quartos com banheiros e jardins de inverno privativos; um deles com banheira para parto na água. As usuárias, seus familiares e a equipe de assistência participam de cafés comunitários, pela manha e à noite, momentos em que compartilham experiências a respeito do nascimento. Uma pesquisa de satisfação das usuárias realizada anualmente pela Secretaria Municipal de Saúde de BH, revela que o atendimento prestado no CPN é considerado ótimo e bom, na proporção de cerca de 80 e 20%, respectivamente. (HOSPITAL SOFIA FELDMAN, 2015)
25 Figura 01 - Parto na água
Fonte: Hospital Sofia Feldman(2015) 3.2 Casa de Maria Localizada na cidade de São Paulo e fundada em 2002, a Casa de Maria, foi construída em um prédio anexo a um hospital geral, o Santa Marcelina do Itaim Paulista, na zona leste da cidade, que já faz 450 partos por mês. Se algo ocorrer durante o parto, a mulher estará no centro cirúrgico em menos de três minutos. A primeira casa de parto de São Paulo funcionou por quase dez anos na favela Monte Azul, na zona sul. Seu modelo foi seguido pela casa de Sapopemba (zona leste), aberta em 1998 no meio de uma região com mais de 100 mil habitantes e quase nenhum leito de maternidade. A casa está integrada ao Projeto Qualis, em parceria com o governo do Estado. As mulheres contam com acompanhante e a companhia de uma "doula", voluntária treinada que passa todo o tempo com ela. Na casa de parto, as mulheres terão massagens numa banheira e, além da "doula", poderão estar acompanhadas da família. O parto é feito no quarto, onde há poltronas e almofadas. A mulher escolhe a posição. Além de um banquinho especial, e de almofadas no chão, a cama permite o parto de várias formas. Segundo o coordenador, o bebê é colocado sobre o peito ainda com o cordão umbilical, que só é cortado quando parar de pulsar. (FOLHA DE SÃO PAULO, 2015)
26 Figura 02 - Casa de parto "Casa de Maria"
Fonte: Casa de Maria 3.3 Casa de parto de Sapopemba Localizada na cidade de São Paulo, fundada em 1998, a Casa do Parto de Sapopemba é um Centro de Parto Normal, localizado na região sudeste da capital paulista. É um serviço de saúde gerenciado em conjunto pela Supervisão Técnica de Saúde de Vila Prudente e Sapopemba e pela SPDM – Associação Paulista pelo Desenvolvimento da Medicina, associação parceira com a Prefeitura de São Paulo para gerenciar os serviços do Programa de Saúde da Família nesta região. Atende desde 1998 a mulheres com gestação normal, de baixo risco, independentemente do local de moradia ou do setor aonde foi realizado o pré-natal – SUS, particular ou convênio.
Seu
atendimento
é
feito
integralmente
por
Enfermeiras
Obstétricas e Obstetrizes com longa experiência na área, apoiadas por auxiliares de enfermagem. Nas situações em que ocorrer necessidade de encaminhamento imediato da mulher na gestação, durante o trabalho de parto ou para avaliação do recém-nascido, a Casa do Parto de Sapopemba dispõe de motorista e ambulância exclusivos para estas transferências. O
27 hospital de retaguarda é o Hospital Estadual de Vila Alpina, acessível a 8 minutos da Casa do Parto. A equipe é treinada para casos de emergências que envolvem a mulher e o recém-nascido e dispõe de equipamentos e medicações para estas situações. Com esta estrutura, a Casa do Parto de Sapopemba dispõe de tecnologia, ambiente e profissionais adequados para oferecer às gestantes de baixo risco e suas famílias a experiência do parto e nascimento como eventos familiares e em ambiente acolhedor. (HOSPITAL VIRTUAL, 2015)
Figura 03 - Casa de Parto Sapopemba
Fonte: Hospital Virtual(2015) 3.4 Centro de Parto Normal Marieta de Souza Pereira Localizado em Salvador, Bahia, seu nome é uma homenagem à mãe de Nilson de Souza Pereira, fundador da Obra, com Divaldo Pereira Franco. O empreendimento representa um projeto audacioso em gestação. E não apenas pelo pioneirismo, mas também porque vai exigir da Instituição muitos recursos e parcerias para que seus objetivos sejam alcançados. A iniciativa, categorizada como serviço de atendimento, avança numa área de proteção a direitos de segmentos carentes da sociedade. A meta é acolher a gestante e avaliar suas condições, propiciar a presença de acompanhamento durante o parto, assim como garantir assistência ao recém-nascido. O CPN da Mansão do Caminho é o primeiro do Norte e Nordeste do País, concebido com a mais moderna técnica arquitetônica, construído com materiais de excelente qualidade e equipado com 06 leitos PPP (pré-parto, parto e pós-parto), apropriados para o máximo conforto e funcionalidade da parturiente e do obstetra durante a realização de seu ato médico.
28 Além de tudo, servido com ambulância totalmente equipada para transporte da paciente para hospitais da rede pública, no caso de situações de risco ou emergência. A Instituição gradativa e rapidamente está adequando o seu Centro de Saúde a fim de que o seu Programa de Pré Natal esteja em condições de detectar situações de risco entre suas gestantes, somente comprometendo-se em acolher para a parturição aquelas que estejam em condições clínicas satisfatórias.A expectativa é que possam acontecer de 120 a 150 partos por mês, quando o Centro de Parto Normal (CPN) da Mansão do Caminho estiver em plena capacidade. Este Centro tem como princípio a assistência humanizada ao parto, considerando-o acontecimento de cunho familiar, social, cultural e fisiológico. “A proposta é acolher a gestante e o bebê, amando ao próximo diante da luz que se apresenta no momento em que a vida se renova” . Este é um depoimento do obstetra responsável pelo projeto, que se propõe materializar um velho sonho de Divaldo Franco: “Cuidar da criança desde o nascimento até a conclusão de sua escolaridade básica. (MANSÃO DO CAMINHO, 2015)
Figura 04 - Centro de Parto Marieta de Souza Pereira
Fonte: Mansão do Caminho(2015) 4 METODOLOGIA Este projeto foi desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliográfica, através de leitura de caráter teórico, consulta de legislação pertinente tanto na área de saúde ( programas governamentais), quanto relativo á construção ( código de obras, plano diretor, resíduos hospitalares, normas dos SUS, etc), análise de projetos arquitetônicos ligados ao tema. Também foi elaborado uma pesquisa de campo em forma de questionário, com levantamento topográfico e fotográfico.
29 A partir dos dados coletados foi elaborado um projeto arquitetônico de um Centro de Parto Normal Humanizado, através de software de representação gráfica para edificações com plataforma BIM.
5 QUESTIONÁRIO Foi realizada uma pesquisa de campo em forma de questionário com mulheres que já passaram pela experiência da gravidez, com uma amostra de 33 mulheres que responderam um questionário com 18 questões objetivas a respeito da experiência que tiveram no período do pré-parto, parto e pós-parto.
O questionário tem o objetivo de conhecer a prática que está sendo realizada nos partos atualmente, e se esta se aproxima do Parto Humanizado, qual o papel da mulher nesta prática e qual a importância que o ambiente exerce neste processo.
Baseado no questionário aplicado, é possível analisar os resultados obtidos através dos gráficos abaixo.
Figura 05: Faixa Etária
Faixa Etária 18%
15 à 25 anos 26 à 45 anos 46 à 55 anos
82%
56 ou mais
Fonte: Dados da pesquisa
De acordo à figura 05, quando questionadas sobre a faixa etária, 82% afirmaram ter entre 26 à 45 anos e 18% afirmaram ter entre 15 à 25 anos.
30
Figura 06: Estado Civil
Estado Civil 9% Solteira Casada Outros
91%
Fonte: Dados da pesquisa
De acordo à figura 06, 91% das entrevistadas são casadas, e 9% afirmaram ter outro de relacionamento. Figura 07: Escolaridade
Escolaridade 1º grau 42%
2º grau 58%
Nivel Superior Outros
Fonte: Dados da pesquisa
Quando questionadas sobre o nível de escolaridade conforme figura 07, 58% afirmam ter completado o 2º grau e 42% já concluíram o nível superior. Figura 08: Tipos de parto
31
Qual foi seu tipo de parto? 27%
Normal Humanizado
73%
Cesariana
Fonte: Dados da pesquisa Ao serem questionadas quanto ao tipo de parto conforme a Figura 08, 73% responderam Cesariana,
27% Parto Normal e nenhuma respondeu Parto
Humanizado. Figura 09: Quanto a decisão do tipo de parto
Quanto a decisão do tipo de parto 9%
Própria
27%
Médico 64%
Outros
Fonte: Dados da pesquisa Quanto a decisão do tipo de parto (Figura 09), 64% das mulheres responderam que foi uma escolha própria, 27% que foi escolha do médico e 9% responderam que outros fatores influenciaram na decisão.
32 Figura 10: Se você pudesse escolher hoje, qual seria o tipo de parto?
Se você pudesse escolher hoje, qual seria o tipo de parto? 18%
9%
Normal Humanizado
73%
Cesariana
Fonte: Dados da pesquisa Quando questionadas sobre a possibilidade de escolher o tipo de parto(Figura 10), 73% afirmaram que escolheriam o Parto Humanizado, caso estas tivessem a chance de optar por este. No que diz respeito ao restante das entrevistadas, 18% escolheriam a tradicional intervenção cirúrgica chamada Cesariana e 9% teriam o seus filhos de Parto Normal.
Figura 11: Você já ouviu falar em parto humanizado?
Você já ouviu falar em parto humanizado?
Sim Não 100%
Fonte: Dados da pesquisa Quanto ao conhecimento do Parto Humanizado(Figura11), todas as participantes da pesquisa afirmam conhecer este tipo de parto.
33 Figura 12: Durante a sua internação, você recebeu informações sobre o que foi planejado e o que aconteceu no parto de forma que você pudesse facilmente entender ? Durante a sua internação, você recebeu informações sobre o que foi planejado e o que aconteceu no parto de forma que você pudesse facilmente entender ?
18%
Nunca 27%
Algumas vezes
18%
A maioria das vezes 37%
Sempre
Fonte: Dados da pesquisa Quando questionadas quanto ao recebimento de informações referentes ao processo de planejamento e execução do parto(Figura 12), 37% responderam algumas vezes tomaram conhecimento destas informações, 27% afirmam que nunca tomaram conhecimento de qualquer informação referente aos processos, 18% dizem que a maioria das vezes e 18% disseram que sempre receberam informações sobre o planejamento e o que aconteceu no parto. Figura 13: Você sentiu que sua privacidade foi respeitada durante o parto ou na sua recuperação no hospital? Você sentiu que sua privacidade foi respeitada durante o parto ou na sua recuperação no hospital?
9% Nunca 36%
Algumas vezes 37%
A maioria das vezes Sempre
18%
Fonte: Dados da pesquisa
34 Quando questionadas sobre a privacidade durante o parto e a recuperação no hospital( Figura 13 37% responderam que algumas vezes sua privacidade foi respeitada durante o parto e sua recuperação, 36 % afirmaram que sempre foi respeitada a sua privacidade durante todo o processo, 18% disseram que a maioria das vezes e 9 % responderam que nunca se sentiu respeitada durante o parto e sua recuperação. Figura 14: Durante o trabalho de parto ou início da cesárea até o nascimento do seu filho você teve a oportunidade de ficar com um acompanhante? Durante o trabalho de parto ou início da cesárea até o nascimento do seu filho você teve a oportunidade de ficar com um acompanhante? Nunca 18% 64%
18%
Algumas vezes A maioria das vezes
Fonte: Dados da pesquisa Quanto a se ter um acompanhante durante o parto ou inicio da cesárea até o momento do nascimento do filho (Figura 14), 64% responderam que sempre teve o oportunidade de ficar com um acompanhante, 18% afirmaram nunca poder ficar com um acompanhante.No que diz respeito ao restante das entrevistadas, 18% responderam que puderam ficar algumas vezes com o acompanhante durante o processo.
35 Figura15: Durante o trabalho de parto, foram oferecidas a você técnicas que aumentaram seu conforto e diminuíram a dor ? Durante o trabalho de parto, foram oferecidas a você técnicas que aumentaram seu conforto e diminuíram a dor ? Nada disso me foi oferecido 27%
73%
Nada disso me foi oferecido, mas usei alguma(s) dela(s) mesmo assim
Fonte: Dados da pesquisa Ao serem questionadas sobre as técnicas oferecidas durante o parto para aumentar o conforto e diminuir a dor ( Figura 15), 73% responderam que não foi oferecido nenhuma técnica, 27% afirmaram que foi oferecido, mas optou por não utilizar nenhuma das técnicas. Figura 16: Se você teve parto normal você assumiu a posição de sua escolha quando seu bebê estava nascendo? Se você teve parto normal você assumiu a posição de sua escolha quando seu bebê estava nascendo?
Sim Não 100%
Fonte: Dados da pesquisa
36 Quanto a assumir a posição de
sua escolha quando o bebê estava
nascendo (Figura 16), 100% responderam que não assumiu a posição de sua escolha.Nenhuma respondeu que assumiu a posição de sua escolha no momento do nascimento.
Figura 17: Você recebeu apoio e ajuda para ter um parto natural e sem medicamentos ? Você recebeu apoio e ajuda para ter um parto natural e sem medicamentos ? Nunca 14% Algumas vezes
14% 72%
A maioria das vezes
Fonte: Dados da pesquisa Quando questionadas quanto ao apoio e ajuda para ter um parto natural e sem medicamentos ( Figura 17), 72% afirmaram que nunca receberam apoio e ajuda, 14% tiveram ajuda algumas vezes, 14% sempre receberam apoio e ajuda. Figura 18: Você ficou em contato pele-a-pele com o seu bebê imediatamente após o parto?
Você ficou em contato pele-a-pele com o seu bebê imediatamente após o parto? 10% 10% 20% 60%
Não se aplica em meu caso, porque o bebê estava doente Nada disso me foi oferecido
Fonte: Dados da pesquisa
37 Questionadas a respeito do contato inicial(Figura 18) imediatamente após o parto, 60% disseram que ficaram por alguns segundos com seu bebe, 20% afirmaram que este contato não lhe foi oferecido, 10% disseram que não puderam ter contato pois seu bebe estava doente e apenas 10% das entrevistas puderam desfrutar do contato com o bebe por vários minutos. Figura 19: Você sentiu que suas escolhas foram respeitadas (consentimentos ou recusas) ao final de sua gestação, durante o trabalho de parto e no nascimento do seu bebê? Você sentiu que suas escolhas foram respeitadas (consentimentos ou recusas) ao final de sua gestação, durante o trabalho de parto e no nascimento do seu bebê? 27%
28%
Nunca Algumas vezes
18%
27%
A maioria das vezes
Fonte: Dados da pesquisa
Quando questionadas se suas decisões foram respeitadas durante o processo de parto(Figura 19), 28% responderam que nunca foram respeitadas, 27% disseram que sempre tiveram suas decisões respeitadas, 27% tiveram suas decisões acatadas algumas vezes e 18% responderam que suas decisões foram levadas em conta na maioria das vezes.
Figura 20: Em geral, você achou que a sua experiência acerca dessa internação para o parto do seu bebê foi ?
Em geral, você achou que a sua experiência acerca dessa internação para o parto do seu bebê foi: 10%
60%
30%
Insatisfatória Regular Boa Excelente
Fonte: Dados da pesquisa
38
Conforme a figura 20, 60% das entrevistadas consideraram a experiência da internação boa, 30% consideraram regular e 10%, insatisfatória.
Quadro 1: Como você avalia a importância de existirem as seguintes áreas na internação? Ambiente Sala de espera para visitantes Local para acompanhantes Área para atividades/passeio no préparto Varanda/Solarium na sala de parto Média
Muito Importante 64% 91%
Importante 36% 9%
Pouco Importante 0% 0%
Desnecessário 0% 0%
64% 55% 68%
36% 27% 27%
0% 9% 2%
0% 9% 2%
Fonte: Dados da pesquisa Quando foram questionadas a respeito da importância dos ambientes existentes em casas de parto humanizado, conforme mostra o Quadro 1, foi obtido a média de que 68% acreditam que esses ambientes são muito importantes, 27% concordam que os ambientes são importantes, 2% julgam ser pouco importantes e 2% dizem que estes ambientes seriam desnecessários para o processo do parto.
Figura 21: Você teria um filho em um centro de Parto Normal?
Você teria um filho em um centro de Parto Normal? 18% Sim Não 82%
Fonte: Dados da pesquisa
39 Quando foi perguntando se teriam o seu filho em um Centro de Parto Normal (Figura 21), 82% afirmaram que teriam seu filho no mesmo e 18% não desejariam ter em um Centro de Parto Normal.
6 MEMORIAL JUSTIFICATIVO 6.1 Introdução 6.1.1 Estudo para análise e desenvolvimento do programa 6.1.1.1 Normatização Foi feita uma pesquisa sobre legislações existentes relativas aos Centros de Parto para a definição do programa. Abaixo estão listadas as leis e portarias que contem diretrizes relativas ao tema:
Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990- Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências;
Portaria 985/GM, de 5 de agosto de 1999- Cria e regulamenta o Centro de Parto Normal no âmbito SUS;
Resolução RDC 50, de 21 de fevereiro de 2002- Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde;
Lei 11.108, de 7 de abril de 2005- Altera a Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990 para garantir ás parturientes o direito à presença do acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do SUS;
Portaria 2.418, de 2 de dezembro de 2005-Regulamenta, em conformidade com o art. 1º da Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005, a presença de acompanhante para mulheres em trabalho de parto, parto e pós-parto imediato nos hospitais públicos e conveniados com o Sistema Único de Saúde - SUS;
40 Lei 11.634, de 27 de dezembro de 2007- Dispõe sobre o direito da gestante ao conhecimento e a vinculação à maternidade onde receberá assistência no âmbito do Sistema Único de Saúde;
Resolução RDC 36, de 3 de junho de 2008- Dispõe sobre Regulamento Técnico para Funcionamento dos Serviços de Atenção Obstétrica e Neonatal.
Portaria 1.459, de 24 de junho de 2011-Institui no âmbito do SUS, a Rede Cegonha;
Portaria nº 2.351, de 5 de outubro de 2011- Altera a Portaria nº 1.459/GM/MS, de 24 de junho de 2011, que institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Rede Cegonha;
Lei 12.895, de 18 de dezembro de 2013- Altera a Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, obrigando os hospitais de todo o País a manter, o local visível de suas
dependências,
aviso
informando
sobre
o
direito
da
parturiente
a
acompanhante;
Projeto de Lei 8 do Senado, de 2013- Altera a Lei 8.080 de setembro de 1990, para incluir a obrigatoriedade de obediência às diretrizes e orientações técnicas e o oferecimento de condições que possibilitem a ocorrência do parto humanizado nos estabelecimentos de saúde do SUS;
Portaria nº 11, de 7 de janeiro de 2015- Redefine as diretrizes para implantação e habilitação de Centro de Parto Normal (CPN), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), para o atendimento à mulher e ao recém-nascido no momento do parto e do nascimento, em conformidade com o Componente PARTO E NASCIMENTO da Rede Cegonha, e dispõe sobre os respectivos incentivos financeiros de investimento, custeio e custeio mensal.
41 6.1.1.2 Critérios de admissão da parturiente De acordo o Ministério da Saúde (Portaria nº 985/1999) cada CPN tem de dispor de um protocolo assistencial, que servindo de manual técnico, estabelece os critérios da admissão da parturiente, as condutas a serem tomadas durante a assistência no CPN e as condições clínicas da parturiente e do recém-nascido, que determinam a transferência de ambos no caso de intercorrências e desvios da evolução fisiológica.
Os critérios de admissão para assistência no CPN incluem: gestação entre 37 e 41 semanas completas, fase ativa do trabalho de parto, apresentação fetal de vértice, e ausência de mecônio, macrosomia fetal ou COUR, ou anormalidades nos batimentos cardíacos fetais. A parturiente deve ser afebril e normotensa, sem histórico de cesárea anterior ou rotura de membranas com duração maior do que seis horas, e sem qualquer intercorrência clínica ou obstétrica. A transferência materna é obrigatória em casos de detecção de líquido meconial; desacelerações cárdio-fetais, indicando estado fetal não-tranqüilizador; parada de progressão do trabalho de parto por duas horas com atividade uterina adequada; hipertonia ou hiperdinamismo uterino; hemorragias durante ou após o parto; lacerações de 3º e 4º graus; retenção placentária; hematomas da parede vaginal; elevação da pressão arterial acima ou igual a 140/90mmHg; e febre durante ou após o parto. Também deve ser removido o recém-nascido submetido a manobras de ressuscitação e que permanece instável hemodinamicamente; o recém-nascido com peso abaixo de 2.500g ou pré-termo; e o recém-nascido com qualquer intercorrência clínica, incluindo suspeita de malformação congênita, quadro infeccioso e desconforto respiratório.
6.1.1.3 Atribuições do estabelecimento Conforme a Portaria nº 985/99 do Ministério da Saúde, em seu Art. 3º, ao Centro de Parto Normal - CPN competem as seguintes atribuições:
42 I. desenvolver atividades educativas e de humanização, visando à preparação das gestantes para o plano de parto nos CPN e da amamentação do recém-nascido/RN;
II. acolher as gestantes e avaliar as condições de saúde materna;
III. permitir a presença de acompanhante;
IV. avaliar a vitalidade fetal pela realização de partograma e de exames complementares;
V. garantir a assistência ao parto normal sem distócias, respeitando a individualidade da parturiente;
VI. garantir a assistência ao RN normal;
VII. garantir a assistência imediata ao RN em situações eventuais de risco, devendo para tal, dispor de profissionais capacitados para prestar manobras básicas de ressuscitação, segundo protocolos clínicos estabelecidos pela Associação Brasileira de Pediatria;
VIII. garantir a remoção da gestante, nos casos eventuais de risco ou intercorrências do parto, em unidades de transporte adequadas, no prazo máximo de 01 (uma) hora;
IX. garantir a remoção dos RN de risco para serviços de referência, em unidades de transporte adequadas, no prazo máximo de 01 (uma) hora;
X. acompanhar e monitorar o puerpério, por um período mínimo de 10 dias (puerpério mediato), e
XI. desenvolver ações conjuntas com as Unidades de Saúde de referência e com os programas de Saúde da Família e de Agentes Comunitários de Saúde.
43 6.1.1.4 Requisitos específicos ao estabelecimento De acordo o Ministério da Saúde (Portaria nº 11/2015) estabelece requisitos mínimos para a implantação da CPN, são elas:
a) estar localizado nas imediações do estabelecimento hospitalar de referência, a uma distância que deve ser percorrida em tempo inferior a 20 (vinte) minutos do respectivo estabelecimento, em unidades de transporte adequadas;
b) garantir a transferência da mulher e do recém-nascido para o estabelecimento hospitalar de referência, nos casos eventuais de risco ou intercorrências, em unidades de transporte adequadas, nas 24 (vinte e quatro) horas do dia e nos 7 (sete) dias da semana;
c) ter como referência os serviços de apoio do estabelecimento ao qual pertence ou está vinculado; e
d) garantir a permanência da mulher e do recém-nascido no quarto PPP, da admissão à alta.
6.1.1.5 Equipe do CPN Em conformidade com a Portaria nº 11/2015 do Ministério da Saúde, em seu Art. 7º cada Centro de Parto Peri-Hospitalar - CPNp deverá possuir a seguinte equipe mínima: com 5 (cinco) quartos PPP:
a) 1 (um) enfermeiro obstétrico ou obstetriz como coordenador do cuidado, responsável técnico pelo CPN, sendo profissional horizontal com carga horária semanal de trabalho de 40 (quarenta) horas, 8 (oito) horas por dia; b) 2 (dois) enfermeiros obstétricos ou obstetrizes com cobertura 24 (vinte e quatro) horas por dia, 7 (sete) dias por semana; c) 1 (um) técnico de enfermagem com cobertura 24 (vinte e quatro) horas por dia, 7 (sete) dias por semana; e d) 1 (um) auxiliar de serviços gerais, com cobertura 24 (vinte e quatro) horas por dia, 7 (sete) dias por semana.
44 6.1.1.6 Equipamentos Alguns equipamentos são fundamentais
para o funcionamento
de um
Centro de Parto Normal. Estes equipamentos são utilizados no pré-parto, parto, e pós-parto, e estão de acordo com o que prega a humanização do nascimento. Conforme anexo III da Portaria nº 11/2015, os equipamentos mínimos necessários são os seguintes: - Estetoscópio clínico; - Esfigmomanômetro; - Fita métrica; - Estetoscópio sonar, 01 (um) por quarto PPP; - Amnioscópio com fonte de luz; - Mesa auxiliar; - Foco de luz móvel; - Instrumental para exame ginecológico incluindo especulo vaginal e pinça de Cheron; Materiais para alívio não farmacológico da dor e de estímulo à evolução fisiológica do trabalho de parto, tais como: - Barra fixa ou escada de Ling; - Bola de Bobat e cavalinho; - Arco de suporte (acoplável e removível na cama de alvenaria) que possibilite a adoção da posição de cócoras pela mulher; - Banheira ou piscina para o trabalho de parto/parto; - Perneira para adoção da posição ginecológica pela mulher (acoplável e removível na cama de alvenaria);
45 - Instrumental para parto normal com clampeador de cordão; - Mesa para refeição; - Colchão de 1,28m x 1,88m, D33 revestido com material lavável para quarto PPP - Banquetas e/ou cadeiras para o parto vertical; - Relógio de parede com marcador de segundos, 01 (um) por quarto PPP; - Balança para recém-nascido; - Oxímetro de pulso; - Berço aquecido para reanimação com fonte de calor radiante; - Berço de acrílico, 01 (um) por quarto PPP; - Material para aspiração: sondas traqueais sem válvula números 4, 6, 8, 10, 12 e 14; sondas de aspiração gástrica números 6, 8 e 10. Dispositivo para aspiração de mecônio na traquéia; - Material para ventilação: balão auto-inflável de 500 ml e de 750 ml, reservatório de oxigênio aberto ou fechado, com válvula de segurança com escape entre 30-40 cm H2O e/ou manômetro, máscaras faciais para recém-nascidos a termo; - Capacete HOOD para oxigenioterapia de RN; - Plástico protetor para evitar perda de calor; - Maleta de reanimação com material para intubação: laringoscópio com lâminas retas tamanhos 0 e 1, cânulas traqueais de diâmetro uniforme sem balonete, tamanhos 2,5 - 3,0 - 3,5 - 4,0 mm; - Material para cateterismo umbilical; - Incubadora de transporte (caso o estabelecimento não possua); - Fonte de oxigênio;
46 - Poltrona reclinável para acompanhante; - Mesa para exame ginecológico; - Escadinha de dois lances; - Computador com impressora; - Cardiotocógrafo Equipamentos e Materiais Opcionais do Centro de Parto Normal: - Camas PPP; - Mesa de cabeceira; - Equipamento áudio-visual. 6.1.1.7 Estrutura física Segundo o Ministério da Saúde os serviços de engenharia e/ou arquitetura são classificados em: Ampliação ou Reforma.Ampliação é quando há acréscimo de área física à uma edificação existente ou construção de uma nova edificação vinculada física ou funcionalmente à algum estabelecimento existente(mesmo que seja em outro terreno). Reforma é uma alteração em ambientes sem acréscimo de área física.
47
Figura 22 - Exemplos de reforma/ampliação/construção
Fonte: Ministério da Saúde - Rede Cegonha Conforme a Resolução RDC nº 36/2008, RDC 50/2002 , Portaria Portaria nº 11/2015, existe o Centro de Parto Normal Intra-Hospitalar e o Peri-Hospitalar. Para o projeto proposto seria um Centro de Parto Peri-Hospitalar(localizado nas dependências externas ao estabelecimento hospitalar de referência, no caso o Hospital Municipal Esaú Matos, o que classifica que ele deverá possuir no mínimo os ambientes físicos abaixo:
48
Quadro 02 - Ambientes fĂsicos CPN
49
Fonte: Ministério da Saúde - Rede Cegonha
6.1.2 Caracterização do Público Alvo
Gestantes com idade gestacional entre 37 e 41 semanas;
Pacientes que tenham realizado no mínimo 04 consultas de pré-natal (em qualquer clínica ou unidade de saúde);
Não tenham sido submetida a nenhuma cirurgia uterina;
Que não apresentem qualquer problema de saúde (pressão alta, diabetes, bronquite, asma, uso de medicação controlada e outros a serem avaliados);
E, principalmente tenham o desejo de gerar um filho por meio do parto natural.
50 6.1.3 Zoneamento Figura 23: Zoneamento
Fonte: Dados do projeto
51 6.1.4 Fluxograma Figura 24: Fluxograma
Fonte: Dados do projeto
52 6.2 Parâmetros utilizados para implantação 6.2.1 Estudo do terreno Foi escolhido como área de intervenção o Hospital Municipal Esaú Matos (Figura 25), considerado como referência em saúde materna, (situado à Avenida Macaúbas, nº 100, bairro Patagônia), para a implantação de uma CPN, por ser uma maternidade da rede SUS, e concentra no próprio hospital o banco de leite humano, consultórios para pré-natal de alto risco e exames de diagnóstico por imagem, como USG obstétrica, e possuir área livre, que preenche os critérios necessários para a ampliação. Além disso, no seu entorno está localizada a USF – (Unidade de Saúde da Família ) Professor Nelson Barros (Figura 26), que atende ao pré-natal de baixo risco. O ambiente hospitalar remete ao binômio saúde-doença, do qual o evento do parto está excluindo-se de uma situação peculiar, fisiológica, que ocorrendo sem distócias poderá ser conduzido de maneira efetiva no CPN. Porém caso haja a necessidade de intervenção, a proximidade com uma unidade hospitalar que ofereça suporte avançado, como Centro Cirúrgico e UTI Neonatal, garante um apoio tecnológico na condução das distócias.
Figura 25 : Fachada Hospital Municipal Esaú Matos
Figura 26 : Fachada USF Professor Nelson Barros
53 6.2.1.1 Localização Figura 27: Vista aérea
Fonte: Dados do projeto
6.2.1.2 Acesso ao Terreno O terreno está localizado em uma das vias principais do bairro Patagônia e é de fácil acesso, tanto para pedestres como para automóveis.
Figura 28 : Avenida Macaúbas
54 6.2.1.3 Vistas do terreno
Figura 29 : Área de intervenção
Figura 31 : Área de intervenção
Figura 33 : Área de intervenção
6.2.1.4 Topografia A topografia do terreno é plana.
Figura 30 : Área de intervenção
Figura 32 : Área de intervenção
Figura 34 : Área de intervenção
55 6.2.1.5 Dimensão O terreno possui uma área de 1.643,30 m² com forma Irregular, tendo 49,66m de frente, lateral direita 32,76m, lateral esquerda 32,32m, fundo 51,40m.
Figura 35: Dimensões do terreno
Fonte: Dados do projeto
6.2.1.6 Infraestrutura Quanto à infraestrutura, o terreno escolhido já dispõe de rede elétrica, coleta de lixo e rede de água e esgoto, devido a estar situado em uma área bastante habitada e densa, dispensando o processo de solicitação e ampliação da rede dos serviços básicos.
E infraestrutura do CPN conta com uma central de gás, gerador, casa de lixo e reservatório superior.
56 6.2.1.7 Estudo do Terreno - Legislação O Plano direto Urbano do Município de Vitória da Conquista, define como usos permitidos nesta região a implantação de empreendimentos, comerciais, serviços e industrias até nível local; e residencial, governamentais. A área faz parte da ZR -1 (Área de Ocupação Consolidada).
Uso do solo: -Serviços de Saúde, Saneamento e Assistência Social S-2 -Assistencial a saúde com internamento S-2.3
Taxas:
Área do terreno: 1643,30 m²
Coeficiente de Ocupação: 60%
Coeficiente de Permeabilidade: 15%
Recuo frontal : 3 metros
Recuo lateral e fundo: 1,5 m
Testada mínima: 10 m Figura 36: Macrozoneamento de Ocupação do Solo
Fonte: Código de ordenamento do uso e da ocupação do solo e de obras e edificações de Vitória da Conquista(2007)
57 6.2.2 Justificativa da adequação do empreendimento aos parâmetros ambientais O projeto visa o desempenho do edifício quanto aos princípios ambientais de sustentabilidade ou seu impacto no meio ambiente.
A fachada principal está orientada para Leste; como esta fachada estará exposta a incidência direta do sol durante todo o ano no período da manhã e conforme aproxima o inverno até as primeiras horas da tarde será usado em algumas partes da fachada brises horizontais e contara também com uma parede na frente das janelas de serviço e apoio(Figura37). Esta parede tem uma distancia das fachadas, que além de dar privacidade, permite a entrada de ventilação e luz natural e também foram implantadas vegetações no espaço.
Figura 37: Parede revestida de pedra
Fonte: Dados do projeto
58 Figura 38: Insolação
Fonte: Dados do projeto Iluminação natural: Para um uso otimizado de luz natural, o pátio interno receberá uma cobertura zenital do tipo domus com
superfície
iluminante (policarbonato) revestida por um painel prismático. Sua vantagem é que fracionam a luz natural do Sol por todo o ambiente sem causar aquecimento do mesmo.
Permeabilidade: Será utilizado no empreendimento revestimentos permeáveis no entorno da edificação para a realimentação dos lençóis d'água ou reaproveitamento do edifício, será instalado grelhas para a captação de águas em áreas impermeáveis.
Energia alternativa: O projeto contará com a utilização de painéis solares para o aquecimento de água.
59 6.3 Parâmetros estéticos e funcionais 6.3.1Justificativa do programa arquitetônico e setorização proposta 6.3.1.1 Descrição do empreendimento A casa de Parto Normal Pedrina Ferraz é uma unidade peri-hospitalar , integrada ao Hospital da sua referência, o Hospital Municipal Esaú Matos, na cidade de Vitória da Conquista e funciona 24 horas por dia. A área de cobertura é de 343,230 mil habitantes(IBGE). Dispõe de uma ambulância 24 horas, para eventuais necessidades de remoção. Possui cinco quartos PPP, sendo um deles com banheira,1 sala de registro e recepção, 1 sala de atividades,1 sala de exames e admissão da parturiente com sanitário anexo, 1 sala administrativa com sanitário anexo, 2 banheiros PNE para o público, sendo um feminino e outro masculino, 1 sala de atividades, 1 refeitório, 1 copa, 1 área de deambulação interna,1 área de deambulação externa, 1 posto de enfermagem, 1 sala de serviço, 1 quarto de plantão para funcionários, com banheiro anexo, 1 sala de utilidades, 1 rouparia, 1 DML, 1 depósito de equipamentos e materiais, 1 área para guarda de macas e cadeira de rodas, 1 quarto para o motorista com sanitário anexo. A equipe diária será composta de : 3 enfermeiros obstétricos, sendo 1 coordenadora e 2 enfermeiros plantonistas, 1 técnico de enfermagem, 2 auxiliares de serviços gerais, 1 administrativo, 1 motorista, 1 vigilante diurno e noturno.
6.3.1.2 Partido arquitetônico O partido arquitetônico foi pensando a partir da proposta de trazer o ambiente familiar para o momento único, onde a mulher possa se sentir acolhida, confortável e respeitada, como se estivesse em casa, quebrando totalmente a proposta dos ambientes cirúrgicos. Esse ambiente foi pensado de maneira a traduzir todo o conceito do parto normal, que é o processo fisiológico, onde a mulher resgata a forma natural do nascer. Por isso foram utilizados elementos que remetem à natureza; como pedras, madeira, vegetação, espelho d´água.
60 O projeto tem partido horizontal com setores ligados por meio de corredores que circulam o jardim interno, estes corredores dão acesso aos quartos PPP e as áreas de serviço e apoio,são destinados a área de estar e deambulação da parturiente. O jardim interno foi pensado para trazer um maior contato entre as pacientes e a natureza, assim como uma visão do céu, transmitindo ao estabelecimento um ar de espaço aberto e não de um bloco fechado como é o edifício hospitalar tradicional.
Figura 39: Perspectiva do Centro de Parto
Fonte: Dados do projeto
61 Figura 40: Perspectiva do jardim interno
Fonte: Dados do projeto A proposta foi de criar um ambiente de nascer e não somente um espaço de atendimento hospitalar.Para que a população usuária pudesse estar de forma mais tranquila e confortável, foram criados espaços de estar. O primeiro setor está localizado na direção da Avenida Macaúbas, e é onde se localiza a entrada, com a recepção e espera, assim como sala de atividades, sala administrativa, banheiro para o público e os serviços de atendimento a gestante como o consultório de exames e admissão. Essa configuração permitiu um espaço com um caráter mais restritivo, preservando o acesso ao pátio interno e aos quartos PPP, alem de controlar as chamadas para as consultas.
62 Figura 41: Ambientes do primeiro setor
Fonte: Dados do projeto O segundo setor também está paralelo a Avenida Macaúbas e nele se encontra os serviços de apoio e área técnica como: Posto de enfermagem, sala de serviço, quarto de plantão de funcionários, quarto do motorista, sala de utilidades, rouparia, depósito de material de limpeza, deposito de equipamentos e materiais. É neste setor que se encontra a entrada de funcionários e insumos, como materiais e alimentos.
Figura 42: Ambientes do segundo setor
Fonte: Dados do projeto
63 O terceiro setor é destinado aos quartos PPP, refeitório, copa e área de deambulação interna e externa. Os quartos estão localizados com as janelas voltadas para o fundo da edificação, pois não possui tráfego, permitindo um ambiente mais tranquilo para as parturientes.
Figura 43: Ambientes do terceiro setor
Fonte: Dados do projeto O projeto foi pensado para a reunião da harmonia, tanto a funcionalidade e estrutura, quanto a humanização e conforto, para proporcionar uma melhor assistência a parturiente. Para isso foram trabalhados aspectos projetuais estratégicos, tais como:
Integração interior/exterior: O projeto foi desenvolvido para que atendesse o melhor aproveitamento de ventilação e iluminação natural possível, com o uso de cobogós, pergolados, jardins internos e cobertura zenital.
Cores: Serão utilizadas cores variadas nas paredes, tetos e pisos para tornar os ambientes mais humanizados, aconchegantes e tranquilos.
As cores predominantes no interior da Casa de Parto serão amarelo, azul, branco e bege.
Segundo Grandjean(1988), a cor amarela causa um efeito psíquico estimulante, enquanto que a cor azul proporciona um efeito tranquilizante. As tonalidades
de
marrom,
como
o
bege,
também
proporciona
efeito
64 tranquilizante, sendo que esta é de caráter mais neutro. O branco representa a inocência , traz paz, alegria e está associado à luz. Realça todas as cores e permite o efeito de luminosidade das outras cores.
Texturas: Na parte interna houve integração do uso da madeira utilizada nos bancos , jardineiras, painéis, paredes, balcão; com vegetações diferenciadas, com a finalidade de um espaço relaxante suavizando a frieza e monotonia das ambientes dos hospitais convencionais.Também foi utilizado pedras naturais em algumas partes da fachada e no interior da CPN trazendo o conceito de um espaço natural.
6.3.1.3 Fluxo e circulações internas do CPN Hall de entrada: O hall é a principal entrada, é o principal acesso ao público, situa-se na Avenida Macaúbas, sua função é receber parturiente e seu acompanhante e leva-los até a recepção e sala de espera. Ainda na entrada há a área de embarque e desembarque de ambulância.
Recepção: Este é um espaço que tem um caráter mais restritivo para preservar o acesso ao pátio interno e aos quartos PPP, alem de controlar as chamadas para as consultas.
Figura 44: Recepção
Fonte: Dados do projeto
65 Sala de espera: A sala de espera é o local onde as parturientes e seus acompanhantes aguardam para as consultas ou alguma atividade que esteja sendo feita na Casa de Parto. Neste mesmo ambiente encontra-se também a administração, banheiros para o público e sala de atividades.
Figura 45: Sala de Espera
Fonte: Dados do projeto Sala de exames: Nas salas de exames é realizada a admissão de urgência ou consultas agendadas. Sala de atividades: Na sala de atividades poderá ser feito atividades físicas e educativas.Neste ambiente serão realizados trabalhos que visam preparar a gestante para o parto e nascimento como palestras, reuniões, cursos ministrados para gestantes e acompanhantes e atividades como yoga.
66 Figura 46: Sala de atividades
Fonte: Dados do projeto Posto de enfermagem e sala de serviços: O projeto buscou a solução de oferecer espaços que favoreçam a deambulação e a funcionalidade. Por isso o posto de enfermagem e sala de serviço foram implantadas de modo a permitir uma boa visualização e rápido deslocamento da equipe para os quartos.
Figura 47: Perspectiva do posto de enfermagem
Fonte: Dados do projeto
67 Quarto PPP: Com um espaço confortável e hospitaleiro para as mulheres se sentirem como se estivessem em seu próprio lar, foi projetado um ambiente espaçoso para que as parturiente seja estimulada caminhar e fazer os exercícios com mais conforto, utilizar os aparelhos necessários, tomar banho para amenizar as dores das contrações , receber massagens relaxantes e também poder receber os acompanhantes como por exemplo: o marido, mãe e doula de maneira confortável. Cada quarto possui um jardim privativo e varanda.Um dos cinco quartos da casa de parto possuirá uma banheira, proporcionando, durante o trabalho de parto um
momento relaxante e
consequente dilatação do colo do útero.
O quarto contará com uma cama de casal, uma poltrona, um pequeno armário, quadros delicados nas paredes, será utilizado no quarto cores suaves para trazer mais tranquilidade para a parturiente.
O quarto receberá muita luz e ventilação natural, proporcionando um ambiente bem iluminado, e ventilado, contudo oferece a possibilidade de escurecer a entrada de luz natural, com cortinas e/ou backout, bem como o controle gradativo da iluminação artificial feita por interruptor do tipo ''dimmer''.
Em cada quarto terá também um aparelho de som para que a parturiente ouça músicas da sua escolha. E também um ar-condicionado com controle remoto, pois o ambiente deve ter uma temperatura agradável, nem muito quente ou abafado, nem muito frio, sendo possível a parturiente alterar a temperatura de acordo com sua necessidade. Para aliviar as dores durante o trabalho de parto e para ajudar no progresso de dilatação as parturientes irão se movimentar e fazer exercícios, para isso contaram com materiais como: ling, bola suiça, "cavalinho", banqueta para parto de cócoras. Lembrando no momento do parto a gestante
é
encorajada a escolher a posição que mais lhe convier, não deve ser conduzida ou constrangida a utilizar estes materiais, mas sim estimulada ou lembrada pela equipe.
68 Figura 48: Quarto PPP
Fonte: Dados do projeto Pátio interno: Alem de poder deambular no quarto e no próprio ambiente de deambulação, as parturientes tem a opção de caminhar e se exercitar no pátio. Ele é rodeado pela circulação que leva aos quartos, e a possibilidade de espaços coletivos, assim a parturiente tem a oportunidade para caminhar e exercitar sejam eles coletivos ou privados.
O pátio conta com uma jardim no centro onde foram inseridos bancos, foi usada cobertura zenital para o melhor aproveitamento de luz natural, em umas das paredes do pátio foi inserido o cobogó permitindo a entrada de iluminação e ventilação natural.
Figura 49: Pátio interno
Fonte: Dados do projeto
69 Refeitório: No refeitório são servidos as refeições para as parturientes e seu acompanhante e são servidas também as refeições dos funcionários da Casa de Parto. Neste sentido não existe uma separação hierárquica de espaços de alimentação, o que permite o encontro dos usuários e funcionários, promovendo uma convivência que contribuirá para familiarização dos usuários com o espaço.
Figura 50: Refeitório
Fonte: Dados do projeto Área de deambulação interna e externa: Logo após o refeitório, e separado por uma porta de vidro está a área de deambulação coberta que da acesso a área de deambulação descoberta.Esta área terá banco e jardim, com espaços bem convidativos as futuras mamães em trabalho de parto e aquelas que já aguardam alta.
Foram criados espaços para estimular a deambulação das parturientes, com boa iluminação e ventilação, com visualização do exterior e integrado também com jardins.
Figura 51: Deambulação interna
70 Figura 52: Deambulação externa
Fonte:Dados do projeto
Fonte:Dados do projeto
Portão de funcionários: Este espaço também poderá ser uma alternativa para a saída das parturientes caso necessite ser transferida.
6.3.1.4 Programa de necessidades Além dos principais ambientes de um Centro de Parto Normal PeriHospitalar com 5 quartos PPP, foram acrescidos mais ambientes ou áreas maiores, que foram julgadas necessárias.
Quadro 3: Programa de necessidades
AMBIENTES
ÁREA MÍNIMA (m²)
QUANT. (un)
DIMENSÃO (MÍNIMA-m)
ARÉA PROPOSTA(m²)
ÁREA TOTAL(m²)
AMBIENTES FINS Hall
-
1
-
8,36
8,36
Recepção/espera
12,00
1
-
39,86
39,86
Sala para atividades
30,00
1
-
30,05
30,05
Sala de exames e admissão
12,00
1
-
12,78
12,78
Sanitário anexo á sala de exames
2,5
1
1,20
2,52
2,52
Sanitário/Recepção(PNE) 1/2
2,40
2
1,20
5,17
10,34
Refeitório
12,00
1
-
23,08
23,08
Área de embarque e desembarque
21,00
1
-
28,09
26,94
ÁREA MÍNIMA (m²)
QUANT.(un)
DIMENSÃO (MÍNIMA-m)
ARÉA PROPOSTA(m²)
ÁREA TOTAL(m²)
AMBIENTES
71 PARTO Quarto PPP ( sem banheira)
14,50
Quarto PPP ( com banheira)
19,30
Banheiro anexo ao quarto PPP
4,80
5
Jardim anexo ao quarto PPP
-
Varanda anexa ao quarto PPP Área para higienização das mãos Área para deambulação coberta ou
4
3,20
23,84
95,36
23,84
23,84
1,70
4,88
24,40
5
-
6.03
30,15
-
5
-
5,75
28,75
-
1
-
-
3,62
30,00
1
-
24,85/ 45,78
70,63
1
-
QUANT.(un)
DIMENSÃO (MÍNIMA-m)
ARÉA PROPOSTA(m²)
ÁREA TOTAL(m²)
1
3,20
descoberta
AMBIENTES
ÁREA MÍNIMA (m²)
ÁREA ADMINISTRATIVA Sala administrativa
6,00
1
-
9,00
9,00
Sanitário
2,40
1
1,20
2,42
2,42
ÁREA MÍNIMA (m²)
QUANT.(un)
DIMENSÃO (MÍNIMA-m)
ARÉA PROPOSTA(m²)
ÁREA TOTAL(m²)
AMBIENTES
ÁREA TÉCNICA Posto de enfermagem
2,5
1
-
6,77
6,77
Sala de serviço
5,70
1
-
6,37
6,37
para
12,00
1
2,00
12,00
12,00
Quarto
de
plantão
funcionários Banheiro
anexo
ao
quarto
de
2.30
1
-
3,27
3,27
ao
quarto
de
2.30
1
-
2,64
2,64
4,00
1
1,15
8,22
8,22
-
1
-
7,00
7,00
-
1
-
2,88
2,88
ÁREA MÍNIMA (m²)
QUANT.(un)
DIMENSÃO (MÍNIMA-m)
ARÉA PROPOSTA(m²)
ÁREA TOTAL(m²)
plantão (feminino) Banheiro
anexo
plantão (masculino) Copa Descanso motorista Banheiro
anexo
ao
quarto
do
motorista AMBIENTES
72 AMBIENTES DE APOIO Sala de utilidades
6,00
1
2,00
6,45
6,45
-
-
-
-
2,11
de
4,15
1
1,00
4,15
4,15
Deposito de equipamentos e
3,15
1
-
3,52
3,52
-
1
-
13,12
13,12
Abrigo de resíduos
-
1
-
16,45
16,45
Central de gás
-
1
-
6,91
6,91
Gerador
-
1
-
9,42
9,42
Guarita
4,00
1
-
6,95
6,95
Circulação
-
-
-
156,16
156,16
Jardim interno
-
-
-
22,74
22,74
Rouparia Deposito
de
material
limpeza(DML)
materiais Área para guarda de macas e cadeiras de rodas
TOTAL GERAL
Fonte: Dados do projeto 6.3.1.5 Quadro de áreas Quadro 4: Quadro de áreas
Fonte: Dados do Projeto
739,65 m²
73 6.3.1.6 Acessibilidade De acordo com norma ABNT NBR 9050 Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, prevê além dos espaços com dimensionamentos adequados, todos os equipamentos de acordo com o especificado na norma, tais como: barras de apoio, equipamentos sanitários, sinalizações visuais e táteis.
Tendo em vista a legislação vigente sobre o assunto, o projeto prevê: Rampa de acesso; piso tátil direcional e de alerta perceptível por pessoas com deficiência visual; sanitários para adultos (feminino e masculino) portadores de necessidade especiais.
6.3.1.7 Estacionamento De acordo com o código de ordenamento do uso e da ocupação do solo de obras e edificações de Vitória da Conquista, quanto aos critérios e restrições relativos a polos geradores de tráfego e vagas de estacionamento, o projeto preenche os requisitos mínimos .
Quadro 5 - Critérios e restrições relativos a polos geradores de tráfego - PGT e vagas para estacionamento. NÚMERO MÍNIMO DE VAGAS
CATEGORIAS DE USO (2)
S-h , S-2.3
CLASSIFICAÇÃO DO PGT
PORTE (Área Construída)
P1
Até 10.000 m²
ESTACIONAMENTO E/OU GARAGEM
CARGA E DESCARGA
01 para cada 2 leitos
01 para cada 3.000m²
EMBARQUE E DESEMBARQUE
OSERVAÇÃO
02
01 para ambulância a cada 2.500 m²
Fonte: Código de ordenamento do uso e da ocupação do solo e de obras e edificações de Vitória da Conquista(2007) São previstos estacionamentos para pacientes , funcionários, vagas para ambulância e carga e descarga.
74 O estacionamento será composto pelas vagas descritas na tabela abaixo :
Quadro 6 - Vagas de estacionamento Tipo Veículos Moto e bicicleta PNE Ambulância Carga e descarga Total geral:
Quantidade 12 vagas 4 vagas 1 vaga 1 vaga 1 vaga 19 vagas
Fonte: Dados do Projeto 6.3.1.8 Sistema e técnicas construtivas utilizadas Deseja-se a utilização de sistema construtivo convencional em concreto armado moldado in loco, com elementos de vedação cerâmico.
Estrutura: Foi utilizado o sistema estrutural em concreto armado, composto por lajes, vigas e pilares.
De acordo Bastos(2014) o concreto é um material
composto, formado por agregados graúdos, miúdos, cimento portland e água.
O concreto armado é a junção do concreto simples com o aço. A escolha da estrutura em concreto se deve a algumas de suas vantagens. Segundo Bastos(2014) o concreto armado possui baixo custo e os seus componentes podem ser encontrados em qualquer parte do Brasil. Outra vantagem é a adaptabilidade, pois o concreto ainda estando fresco pode ser moldado a qualquer forma, sendo também depois do seu período de cura resistente ao fogo, choques, vibrações, e apresentar uma boa conservação e durabilidade.
Cobertura:Para a estrutura do telhado foi escolhida a madeira .
Laje pré-moldada: Será utilizada em todos os ambientes da CPN lajes pré-fabricadas de vigotas treliçadas para forro com carga prevista de até 100kgf/m².
75 Telha cerâmica: Será utilizada nos ambientes da CPN, exceto no pátio interno que será de laje impermeabilizada. Vedação: As vedações serão em alvenaria de bloco cerâmico.
Vidro: O vidro que será empregado nas fachada onde for necessário demanda de transparência.
Cobogó: Este elemento arquitetônico será aplicado em algumas áreas da edificação para garantir o controle de insolação e ventilação nos ambientes, e também permitirá a integração do interior com o exterior.
Piso: Para o piso, foi escolhida a manta vinílica, pois além de sua fácil aplicação e diversidade de cores disponíveis no mercado, apresenta grande resistência mecânica e à abrasão, ideal para locais de fluxo intenso e tem um melhor controle térmico; será aplicada em todas as áreas do CPN, exceto na área de deambulação ,varandas dos quartos e hall de entrada da CPN que contará com piso porcelanato e as áreas molhadas, onde serão utilizado piso cerâmico.
76 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANVISA - AGENCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITÁRIA. Resolução RDC nº 50/2002. Brasília - DF, 2002.
ANVISA - AGENCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITÁRIA. Resolução RDC nº 36/2008. Brasília - DF, 2008.
ASSOSSIAÇÃO
BRASILEIRA
DE
NORMAS
TÉCNICAS.
ABNT
NBR
nº9050/2004 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro - RJ, 2004.
BASILE, A. L. O & PINHEIRO, M. S. B. Centro de Parto normal: O futuro no Presente.São Paulo. 2004. BASTOS, P. S. S. Estruturas de Concreto Armado. Estruturas de Concreto I - Notas de Aula. Departamento de Engenharia Civil. Faculdade de Engenharia. UNESP. Bauru, 2014. BITENCOURT, F.; KRAUSE, C.B.; Centros de Parto Normal: componentes arquitetônicos de conforto e desconforto. Anais I Congresso Nacional da ABDEH – IV Seminário de Engenharia Clínica, 2004, Rio de Janeiro. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/centros_parto_nacional.pdf. Acesso em 25/02/2015. BITENCOURT, Fábio. Arquitetura do ambiente de nascer: reflexões e recomendações projetuais de arquitetura e conforto ambiental. 1ª ed. Rio de Janeiro: Editora Grupo Rio Ltda, 2008. BRASIL, CASA CIVIL. Decreto Federal nº 5296. Brasilia - DF, 2004.
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual Prático para implementação da rede cegonha. Brasilia, 2011. <www.saude.mt.gov.br/arquivo/3062>, acesso em 25/02/2015
77 BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria no 904 de 29 de Maio de 2013 . Brasilia,
2013.
Disponível
em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0904_29_05_2013.html >. Acesso em 25/02/2015 BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 985/GM. Brasília - DF, 1999.
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de Humanização do Parto Humanização
no
Pré-Natal
e
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Brasília,
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sobre
Nascidos
Vivos.
Disponível
em:
<http://200.19.222.8/cgi/deftohtm.exe?sinasc.def>. Acesso em: 23/03/2015 CASA DO PARTO DE SAPOPEMBA. São Paulo - SP. Disponível em: <https://casadopartosapopemba.wordpress.com/>. Acesso em: 10 set. 2015.
CIACO, Ricardo José Alexandre Simon. A arquitetura no processo de humanização dos ambientes hospitalares. Dissertação (Mestrado em Arquitetura, Área de Concentração, Arquitetura, Urbanismo e Tecnologia) Escola de Engenharia de São Carlos/USP, 2010.
FOLHA
DE
SÃO
PAULO.
São
Paulo
-
SP.
Disponível
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<http://www.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0903200223.htm> . Acesso em: 10 set. 2015.
GRANDJEAN, Etienne. Manual de Ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. 4.ed. São Paulo: Bookman, 1998. HOSPITAL SOFIA FELDMAN. Belo Horizonte - MG. Disponível em: <http://www.sofiafeldman.org.br/>. Acesso em: 10 set. 2015.
78 MACHADO, N. X. S., PRAÇA, N. S.; Centro de parto normal e assistência obstétrica centrada nas necessidades da parturiente. Revista da Escola de Enfermagem
da
USP,
2006.
São
Paulo.
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<http://www.ee.usp.br/reeusp/upload/pdf/249.pdf>. Acesso em 25/02/2015. MANSÃO
DO
CAMINHO.
Salvador
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<http://www.mansaodocaminho.com.br/mansao/saude-centro-de-partonormal.php>. Acesso em: 10 set. 2015.
PREFEITURA MUNICIPAL DE VITÓRIA DA CONQUISTA. Lei nº 1.481/2007 Código de Ordenamento do uso e da ocupação do solo e de obras e edificações. Vitória da Conquista - BA, 2007.
QUEIROZ, M. V. O, et al. Cuidado de Enfermagem a puérpera em uma unidade de internação obstétrica: Perspectiva de humanização. Rev. Baiana de Enfermagem. São Paulo, n.18. 2003.
REIS, A. E., PATRICIO, A. M. Aplicação das ações preconizadas pelo Ministério da Saúde para o parto humanizado em um hospital de Santana Catarina. Ciências da Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v.10, Set./Dez. 2005.
ROCHA, Júlia Leutchuk da. Humanização de maternidades públicas: um estudo sobre a arquitetura das enfermeiras de alojamento conjunto. Dissertação (Mestrado em Arquitetura, Área de Concentração Métodos e Técnicas Aplicados ao Projeto em Arquitetura e Urbanismo). Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC, 2010.
SAMPAIO, Ana Viriginia Carvalhães de Faria. Arquitetura Hospital: Projetos ambientalmente
sustentáveis,
conforto
e
qualidade.
(Doutorado em Arquitetura, Área de Concentração em Estrutu
Dissertação ras
ambientais Urbanas). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, 2004.
79 SOARES, M. R. B.; Casa de Parto em São Carlos - SP, 2006. São Paulo. http://www.dendimim.com.br/public/Material%20de%20leitura/casa%20de%20p arto.pdf. Acesso em 25/02/2015.
80 ANEXO
FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE ARQUITETURA E URBANISMO
Questionário dirigido as mães
Esclarecimentos éticos:
Este questionário faz parte de uma pesquisa referente ao trabalho de conclusão de curso com o tema PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO DO PARTO NORMAL-AMPLIAÇÃO DO HOSPITAL ESAÚ MATOS COM IMPLEMENTAÇÃO DO CENTRO DE PARTO NORMAL PERI HOSPITALAR; do curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Independente do Nordeste.
Todas as informações serão utilizadas exclusivamente para a complementação deste trabalho, sendo assegurado o anonimato aos entrevistados.
QUESTIONÁRIO 1) Faixa Etária: 15 a 25 anos( ) 2) Estado Civil: solteiro ( ) 3) Escolaridade:
26 a 45 ano ( )
46 a 55 anos( )
casado ( ) outros:_________________
56 ou mais( )
81 1º grau ( )
2º grau ( )
nível superior( ) outros:____________
4) Qual foi o seu tipo de parto? Normal ( ) Humanizado( ) Cesariana ( ) 5) Quanto a decisão do tipo de parto Minha ( )
Médico ( ) Outros ( )
6) Se você pudesse escolher hoje, qual seria o tipo de parto? Normal ( ) Humanizado( ) Cesariana ( ) 7) Você já ouviu falar em parto humanizado? Sim ( ) Não ( ) 8) Durante a sua internação, você recebeu informações sobre o que foi planejado e o que aconteceu no parto de forma que você pudesse facilmente entender: Nunca ( ) ( )
algumas vezes ( )
a maioria das vezes ( )
sempre
9) Você sentiu que sua privacidade foi respeitada durante o parto ou na sua recuperação no hospital: Nunca ( ) sempre ( )
algumas vezes ( )
a maioria das vezes ( )
10) Durante o trabalho de parto ou início da cesárea até o nascimento do seu filho você teve a oportunidade de ficar com um acompanhante: Nunca( ) algumas vezes ( ) a maioria das vezes( ) sempre ( ) Não permitiram ninguém( ) 11) Durante o trabalho de parto, foram oferecidas a você técnicas que aumentaram seu conforto e diminuíram a dor como: ( ) Nada disso me foi oferecido ( ) Nada disso me foi oferecido, mas usei alguma(s) dela(s) mesmo assim. ( )Me foi oferecido, mas preferi não usar nenhuma delas ( ) Me foi oferecido e usei algumas delas
82
a.Massagens/toque b. Chuveiro c. Banheira d. Compressas mornas/frias e.Aromaterapia f.Música g.Bola h.Escadinha/Elástico/cordas i.Rebozo (pano longo) j.Acunpuntura k.Cama com ajuste de posição l.Banqueta de parto 12) Se você teve parto normal você assumiu a posição de sua escolha quando seu bebê estava nascendo: Sim ( ) Não ( ) a. De pé/andando b. Ajoelhada c.De quarto apoios d.Abraçando os joelhos e.Um pé apoiado na cadeira f.Elevando a pelve g. Sentada ou reclinada h.De cócora 13) Você recebeu apoio e ajuda para ter um parto natural e sem medicamentos : Nunca ( ) sempre ( )
algumas vezes ( )
a maioria das vezes ( )
83 14) Você ficou em contato pele-a-pele com o seu bebê imediatamente após o parto: ( ( ( (
) ) ) )
Não se aplica em meu caso, porque o bebê estava doente Nada disso me foi oferecido Fiquei por poucos segundos Fiquei por vários minutos
15) Você sentiu que suas escolhas foram respeitadas (consentimentos ou recusas) ao final de sua gestação, durante o trabalho de parto e no nascimento do seu bebê: Nunca ( ) sempre ( )
algumas vezes ( )
a maioria das vezes ( )
16) Em geral, você achou que a sua experiência acerca dessa internação para o parto do seu bebê foi : Insatisfatória ( )
Regular ( )
Boa ( )
Excelente ( )
17) Como você avalia a importância de existirem as seguintes áreas na internação: Sala de espera para visitantes: ( ) Muito importante ( ) Importante ( ) Pouco importante ( ) Desnecessário Local para acompanhantes: ( ) Muito importante ( ) Importante ( ) Pouco importante ( ) Desnecessário Área para atividades/ passeio no pré-parto: ( ) Muito importante ( ) Importante ( ) Pouco importante ( ) Desnecessário Varanda /solarium na sala de parto : ( ) Muito importante ( ) Importante ( ) Pouco importante ( ) Desnecessário 16) Você teria um filho em um centro de Parto Normal? Sim ( ) Não ( )