Importante instrumento na dinamização da vida cultural da comunidade chamusquense, a Biblioteca Pública da Chamusca completa no presente ano, 25 anos de existência. Ao longo destes 25 anos muito se tem feito com a par%cipação a%va da comunidade que servimos.
Assim, e no âmbito das a%vidades comemora%vas dos 25 Anos de Biblioteca Pública, convidámos 25 pessoas, que também elas fazem parte da história da Biblioteca Pública, a pra%car a di*cil tarefa de escolher um dos livros da sua vida.
Atores, professores, estudantes, técnicos de Biblioteca, escritores, polí%cos, diariamente, debateram, conversaram, discu%ram sobre livros e leituras na Biblioteca Municipal e arriscaram o di*cil exercício que se apresenta.
Ana Cristina Santos Palavras escolhidas 28 de Abril Não é preciso ser cien sta para compreender as árvores, basta ser pássaro. Ou Abril.
sobre a obra A preto e branco com palavras e ilustrações simples. Somos informados na contra capa que estas são páginas do diário de uma menina que carrega um jardim na cabeça, a%ra palavras aos pombos e sabe quanto tempo demora uma sombra a ficar madura. Na verdade este livro é muito mais que isso. É uma viagem atenta pelas quatros estações. É um poema do princípio ao fim, uma lição de vida, uma esperança, um sonho. É lido a uma velocidade alucinante e no final dessa primeira leitura desenfreada voltamos atrás. E lemos outra vez. O livro do ano cresce cá dentro a cada estação.
Anabela Pinto Palavras escolhidas O Tempo não pode ser dado. Mas pode ser par lhado.
sobre a obra Este livro é uma verdadeira lição de vida. No dia à dia temos tendência para nos afastar da nossa família e amigos e isso não deve acontecer. Devemos sim, aproveitar todos os minutos, todos os segundos da nossa vida com quem mais amamos.
André Fernandes Palavras escolhidas Poema: Primeira Parte, II — Os castelos, Ulysses II— Os Castellos Primeiro Ulysses O mytho é o nada que é tudo. O mesmo sol que abre os céus É um mytho brilhante e mudo—O corpo morto de Deus, Vivo e desnudo. Este, que aqui aportou, Foi por não ser exis ndo. Sem exis r nos bastou. Por não ter vindo foi vindo E nos creou. Assim a lenda se escorre A entrar na realidade, E a fecundá-la decorre. Em baixo, a vida, metade De nada, morre.
Sobre a obra Este é um livro de 44 poemas composto por Fernando Pessoa, no qual o autor procura analisar o passado glorioso de um Portugal descobridor e unido face a um presente decadente e estagnado. Mensagem é um apelo essencial para que Portugal retome o seu rumo em direção à grandeza a que sempre esteve des%nado.
António Matias coelho Palavras escolhidas Passava da meia-noite quando o escru1nio terminou. Os votos válidos não chegavam a vinte e cinco por cento (…). Pouquíssimos os votos nulos, pouquíssimas as abstenções. Todos os outros, mais de setenta por cento da totalidade, estavam em branco.
sobre a obra A apologia do voto branco, provavelmente o mais ú%l — e o mais lúcido — dos votos quando os polí%cos pequenos tornam pequena a democracia. Uma reflexão muito per%nente no tempo que vivemos.
António Maurício
Sobre a obra Eu sou mais um leitor de livros técnicos e esses mudam consoante a tarefa que estou a desempenhar. De ficção, o livro que mais me marcou, foi sem dúvida a Profecia Celes%na de James Redfield, romance baseado em um an%go manuscrito encontrado nas florestas peruanas. A obra é composta por nove visões, a quarta visão foi a que mais me despertou interesse, porque trata da luta pelo poder, é esta compe%ção consciente, ou inconsciente, que está pra%camente na base de quase todos os conflitos humanos.
Appio Cláudio
Sobre a obra Quando me perguntam sobre o livro da minha vida, apetece-me dizer: não existe. Vários são os livros e os autores que nos vão imprimindo algo que nos leva a melhorar o nosso caminho. No entanto, desde o Ser ou não ser, eis a questão de Sheakspeare até ao Todo o mundo é feito de mudança de Camões, são marcas e vínculos de uma adolescência que me acompanharam toda a vida. Depois… Os Miseráveis de Victor Hugo e tudo o mais que a vida nos foi somando por estudo e por prazer de descoberta. Já agora, porque não os Bichos de Miguel Torga?
Aurelina Garrido Palavras escolhidas (…) nós os pobres também sabemos fazer perguntas e obter respostas.
sobre a obra Gostei par%cularmente deste livro porque admiro muito a cultura indiana e através dele fica provado que a cultura, o conhecimento e o saber não se adquirem só nas universidades. Este jovem provou que o vivido e percorrido lhe deu conhecimento e saber, experimentados no quo%diano da vida. Provou que o lido/estudado nos foge da memória com alguma facilidade, mas o vivido nos marca como o cunho que não saí da nossa pele.
Beatriz rodrigues Palavras escolhidas - Obrigada por exis res. Mas tenho medo de que o nosso amor se evapore como o orvalho ao calor do sol. - Nalguns momentos, eu decepcionar-te-ei, noutros, tu frustrar-me-ás, mas se vermos coragem para reconhecer os nossos erros, habilidade para sonharmos juntos e capacidade para chorarmos e recomeçarmos tudo de novo tantas vezes quantas forem necessárias, então, o nosso amor será imortal.
Sobre a obra Este livro é para mim um pequeno tesouro. O seu conteúdo é tão enriquecedor e de uma sensibilidade envolvente que me ca%vou da primeira à úl%ma página. Além de ser uma ajuda preciosa quando atravessamos momentos menos bons, também nos traz grandes ensinamentos. É, pois, uma obra que recomendo vivamente, tendo a certeza que, tal como eu, vai adorar!
Bruno Praia Palavras escolhidas Luz das trevas, assim que ela aparece, nasce o dia! Assim que ela aparece, a aurora ilumina-se com a sua luz! D seu clarão irradiam os sóis, e as luas do sorriso de seus olhos! Que se rasguem os véus do seu mistério e as criaturas todas se prostrem maravilhadas a seus pés! Ante os raios suaves de seus olhos, molhem-se todas as pálpebras com o rocio de apaixonadas lágrimas!
sobre a obra As Mil e Uma Noites é a obra mais conhecida da literatura árabe. Nesta narra%va Xerazade consegue adiar a sua morte às mãos do rei Sehahrian que matava as donzelas ao fim de passar uma noite com elas, começando uma história que deixa sempre incompleta, con%nuando a contá-la no dia seguinte. Consegue sobreviver 1001 noites e por fim o rei desposa-a. É um livro cheio de ero%smo, delicadeza, fantás%co e moralidade. Surpreende e prende o leitor pelo mundo maravilhoso que retrata, evocando uma realidade distante e exó%ca.
Carlos petisca Palavras escolhidas “ O essencial é invisível aos olhos...”
sobre a obra O Principezinho é à primeira vista um livro para crianças, mas tem um grande conteúdo poé%co e uma mensagem poderosa. Da primeira vez que li %nha cerca de nove anos e não passou de uma história de um menino que vez uma viagem para arranjar amigos. Da segunda %nha dezasseis anos e %ve de o ler para a disciplina de francês . Foi mais complicado pois não só %nha que o ler em francês como explicar também. (descobri aí que o livro em francês tem outra componente, o jogo de palavras francesas que Antoine u%liza parece uma melodia quando as dizemos). A terceira foi à muito pouco tempo. U%lizei este lindo conto para o projecto de teatro que tenho, onde vinte e sete crianças dão vida ao livro de Exupéry. E aqui reparei na grande mensagem que Antoine queria transmi%r. Muitas mensagens de bondade podemos encontrar neste conto magnifico, mas uma tem um significado muito poderoso e é com esta que aconselho a leitura deste livro.
Carlos santos oliveira Palavras escolhidas Lágrima de preta Encontrei uma preta que estava a chorar, pedi-lhe uma lágrima para a analisar.(…)
sobre a obra Sugiro a leitura do Livro "Poesias Completas" de António Gedeão, um dos mais talentosos e expressivos poetas portugueses. O Poema "Lágrima de Preta", afirma que o que diferencia as pessoas não é a cor da pele, mas a sua Humanidade.
Cristina martinho
sobre a obra Escolhi este livro porque o autor apresenta a história de uma família britânica, em que os seus elementos parecem não reparar uns nos outros, pois estão centrados nos seus problemas. Tudo isto com muito humor e sensibilidade.
Dora césar Palavras escolhidas “Portugal parece ser uma máquina adormecida no tempo e que acordando de um marasmo sonolento só sabe fazer espanhóis”
Sobre a obra A escrita de valter hugo mãe primeiro estranha-se mas depois entranha-se…. Nesta trágica e irónica história, o autor escreve sobre o que é ser português, sobre o seu fado. Procura ser uma chamada de atenção para a terceira idade, como é vista e tratada na sociedade contemporânea, onde a morte não deve ser encarada como o final mas o completar de um ciclo.
Eugénia Silva Palavras escolhidas Queres que te diga o que penso, diz, penso que não cegámos, penso que estamos cegos, cegos que vêem, cegos que, vendo, não vêem.
sobre a obra Podemos ver mas estamos cegos, pois o pior cego é o que não quer ver.
Francisco matias Palavras escolhidas (…)
Já vão elas Pela estrada de alcatrão Atraentes moças belas Onde brilha a sedução Lá vão elas Como a sina lhe propôs As donzelas Para a monda do arroz (…)
Sobre a obra Al tempo que Custódio Mira, vivia e escrevia no Casal dos Coelhos, ficou-me re%do na memória da infância um “Boa tarde, vizinho!”, na passada simples, mas firme, nos encontros entre a Rua do Vale e a Gamelinha. Mais tarde, na adolescência revisitei a poesia do vizinho Custódio. Verde como era a capa do seu primeiro livro editado, ficou-me a esperança de um dia, a vida ser melhor e mais livre que no tempo dos meus avós e do vizinho Custódio. E… coisas de criança, guardamos sempre um pedaço firme de criança, o poema que destaquei fazia sen%r coisas do tempo em que também a minha mãe pisava a estrada de alcatrão para ir para o trabalho.
Joaquim garrido
Sobre a obra Mas como reacordar dos afectos, se faz em qualquer idade, é já depois dos quarenta anos, que “o meu pé de laranja lima” de José Mauro de Vasconcelos, um livro para adolescentes, desperta em mim, os percursos do acreditar, e do mo%var a voltar às origens do querer crer, na possibilidade de ajudar “os homens que nunca foram meninos” a alcançar os seus sonhos. Deixei para o fim este livro, guardando os ensinamentos dos milhares que injustamente não invoco, realçando a pureza que aos olhos de muitos, poderá ser um livro menor, mas que tem para mim, o sal suficiente, para achar o mundo, como sendo só a nossa casa grande.
Joaquim morgado Palavras escolhidas Fernando olhou de novo para o terreiro, onde as chamas das tochas tremiam ao vento, ouviu os gritos, percebeu os insultos, para estes insultos o seu português chegava. Virando-se para a rainha, insis u: - Maria, o mais sensato é embarcar na esquadra inglesa, que está à nossa espera. Seguros, a bordo, reunimos forças, decidimos o que fazer a seguir. A rainha olhou-o, furiosa. Não faria como o seu pai, nunca: - Se o senhor D. Fernando quer par r, parta. A rainha de Portugal morre no trono.
Sobre a obra Leitura fascinante e demonstra%va da coragem da rainha de Portugal. Esta é uma forma diferente de aprender a nossa história.
Manuel João ferreira Palavras escolhidas Este livro será para Manuel João, a presença Da pátria viva que para Sempre guardarás no teu coração Dedicatória da poe%sa a Manuel João
Sobre a obra Acompanhou-me ao longo da vida, viajou comigo até aos Emiratos Árabes Unidos e França e con%nua a ser um livro de pesquisa, onde vou procurar os poemas que gravo. Mimela será para mim sempre, a maior poe%sa do Ribatejo!
Manuel José aranha
Sobre a obra Não sou o leitor que deveria ser, reconheço, mas gosto par%cularmente dos livros e publicações que falam da Chamusca, da nossa vida, dos nossos hábitos, das nossas origens. Gosto de ler os escritores, os poetas da minha terra. Quanto ao livro que me despertou curiosidade e que sen% prazer de ler, foi a Crónica dos Bons Malandros de Mário Zambujal, jornalista que se estreou no campo da ficção literária com esta obra, talvez porque o Vtulo é suges%vo e, porque o texto é mexido, a linguagem é cas%ça, a forma faznos sen%r integrados nos caminhos e nas proezas levadas a cabo por aquela quadrilha de malandros com boas intenções que não usavam armas para conseguirem os seus intentos. Os seus planos passavam pela criação e inteligência daquela malandragem. Aconselho a sua leitura e não destaco aqui parte do texto porque, no seu todo, ele é interessante e lê-se facilmente.
Manuela marques Citação Todas as estradas vão dar aos homens.
Sobre a obra É um livro que está sempre actual e a dar-nos bons conselhos. Sempre que preciso de inspiração é aqui que a encontro.
Manuela praia
Sobre a obra Este livro apresenta uma verdadeira e tr谩gica hist贸ria de amor, onde o orgulho acaba por afastar as pessoas que se amam.
Paula ribeiro Palavras escolhidas … “ A polí ca! Isso tornara-se moralmente e fisicamente nojento, desde que o negócio atacara o cons tucionalismo como uma filoxera! Os polí cos hoje eram bonecos de engonços, que faziam gestos e tomavam a tudes porque dois ou três financeiros por trás lhes puxavam pelos cordéis… Ainda assim podiam ser bonecos, bem envernizados. Mas qual! …
Sobre a obra Os Maias — Episódios da Vida Român%ca, con%nuam a ser, mais de um século passado sobre a sua publicação, ponto de referência do romance português. As descrições, que majestosamente Eça de Queirós nos fornece, levam-nos a sen%rmo-nos parte integrante da trama, quando nos apercebemos estamos a passear por Sintra, pelo Chiado, sen%ndo os cheiros e os sabores. As personagens revelam importantes caracterís%cas da sociedade portuguesa. Fazem-nos a radiografia de um país e de um povo, que apesar dos alardes da modernidade e da mudança, cai no conformismo, na indiferença e no retrocesso enfim…”vencidos pela vida”.
Raul caldeira
Sobre a obra Ao ter a honra de ser convidado pela Biblioteca Municipal da Chamusca “Ruy Gomes da Silva” para apresentar um livro/obra que me tenha sensibilizado par%cularmente, eis que vos apresento aquela que, embora não seja, no parecer de muitos, um obra prima, de grande relevância no contexto literário nacional, não deixa de ser, para mim e certamente para muitos Chamusquenses, um obra fundamental para o conhecimento histórico, cultural, despor%vo, empresarial da minha querida Terra, a Chamusca. “História da Chamusca 4 volumes de João José Samouco da Fonseca. Elejo-a como a mais importante porque “Quem não tem passado, não pode viver o presente nem preparar o futuro”. Sinto-me deveras orgulhoso por ter sido um dos 25 escolhidos para poder apresentar uma obra, que é nossa, e, assim, comemorar os 25 anos de uma obra deveras importante no nosso concelho como é a nossa Biblioteca. Muitos Parabéns e longos anos de vida a bem da cultura da nossa Terra!
Sérgio carrinho
Sobre a obra A leitura de Alves Redol, cujos livros li a par%r da Biblioteca da Gulbenkian que estacionava no Largo Vasco da Gama, nos anos sessenta, reforçou a minha grande atenção a tudo o que me rodeava, gentes, terra, modo de vida, tristezas e alegrias e contribuiu decisivamente para a minha formação e modo de viver em toda a sua plenitude.
Vítor oliveira Palavras escolhidas Ao meu pai, que perdi naquela manhã, entrego agora com um beijo todos os sorrisos que na devida altura não lhe retribuí.
Sobre a obra Simplesmente …. porque me faz lembrar o meu pai.
“Encontrar livros pode ser o que de menos importante podemos fazer numa biblioteca! Muito mais importante poderá ser o que podemos encontrar em nós ao frequentar uma biblioteca…” Libório Manuel Silva, 2013