A 2.ª Revolta da Armada na imprensa francesa

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RETO MONICO

Apresentação Neste volume, encontram-se os principais artigos de opinião que a imprensa francesa dedica, entre setembro de 1893 e abril do ano seguinte1, à guerra civil entre Floriano Peixoto e os marinheiros rebeldes. Todos os jornalistas, como os seus colegas britânicos e norte-americanos, constatam a grande dificuldade em obter as informações necessárias para saber o que se passa no porto carioca. Estigmatizam-se, por um lado, os informadores fantasistas que fabricam notícias falsas favoráveis aos revoltosos que, por vezes, são desmentidas no dia seguinte. Por outro lado, interrogam-se como interpretar os telegramas oficiais e as informações dadas pelo delegado especial do governo brasileiro na Europa. Em geral, a imprensa conservadora afirma que a insurreição irá sair vitoriosa da batalha, e, lamentado a queda da dinastia dos Bragança quatro anos antes, estigmatiza a república positivista chefiada por militares, cujo chefe fez uma espécie de golpe de Estado, vetando a lei eleitoral, uma das causas principais da revolta. Como os outros estados do subcontinente, afirmam alguns, o Brasil sofre de grande instabilidade, de uma situação económica pouco favorável e de revoluções sem conta. Dois diários preveem inclusive uma desarticulação do país em quatro ou cinco «Brasis».

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Única exceção, os despachos publicados no 1º texto.

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