Chapéus há muitos f

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9.º ano, turmas B, C e D

Chapéus há muitos Disciplina: Português Professora: Beatriz Seixas Gomes

Março de 2016


Índice Introdução ........................................................................................................................ 6 A ELEITA ............................................................................................................................ 7 A caminho de casa ............................................................................................................ 8 Assim me fico... ................................................................................................................. 9 A livraria .......................................................................................................................... 10 “ Mal-vindo” a este Mundo ............................................................................................ 11 Com um simples olhar .................................................................................................... 12 Ao lado do café ............................................................................................................... 13 De carteira em carteira................................................................................................... 14 De bolso em bolso… ....................................................................................................... 15 Às riscas .......................................................................................................................... 16 Passeando… .................................................................................................................... 17 Destino ........................................................................................................................... 18 Caixa de fósforos ............................................................................................................ 19 Preso por um fio ............................................................................................................. 20 Entre Terra e Mar ........................................................................................................... 21 Gota de água................................................................................................................... 22 Testemunha .................................................................................................................... 23 De onda em onda ........................................................................................................... 24 Uma moeda sem sorte ................................................................................................... 25 Valentim, o valentão ...................................................................................................... 26 Entrelaçados ................................................................................................................... 27 Uma prenda inesperada ................................................................................................. 28 Por engano...................................................................................................................... 29 Viagens sem rumo .......................................................................................................... 30 Fugindo de … .................................................................................................................. 31 Pena de Escritor .............................................................................................................. 32 Presente Esquecido ........................................................................................................ 33 Artigo de Luxo ................................................................................................................. 34 Tudo por uma vida .......................................................................................................... 35


Pura sorte ....................................................................................................................... 36 Uma noite de Natal......................................................................................................... 37 Mas para onde eu vim parar?! ....................................................................................... 38 Vida de Realeza............................................................................................................... 39 De volta ao início ............................................................................................................ 40 Numa fração de segundos .............................................................................................. 41 Por falta de tinta… .......................................................................................................... 42 Enfeitando ...................................................................................................................... 43 A moeda viajante ............................................................................................................ 44 Lição de vida ................................................................................................................... 45 Ao som da maré .............................................................................................................. 46 Ai! A minha sorte ........................................................................................................... 47 Onde o azar nos leva ...................................................................................................... 48 Missão Abortada............................................................................................................. 49 Canto abafado ................................................................................................................ 50


Introdução

Esta atividade de escrita criativa teve como ponto de partida o estudo da unidade “Textos narrativos e outras leituras”, na disciplina de Português. Após a interpretação do conto “História Comum” de Machado de Assis, os alunos produziram textos narrativos a partir da frase “Cai na copa de um chapéu de um homem que passava e…”. Esta atividade teve como objetivo principal a promoção e desenvolvimento da escrita criativa. Todos os alunos das turmas de 9ºB,C e D realizaram com sucesso e empenho esta tarefa, que permitiu, mais tarde a elaboração do presente Ebook e compilação de textos.

Leiam e desfrutem!


A ELEITA “Caí na copa do chapéu de um homem que passava e, então foi aqui que começou a minha pequena história. Sou uma simples folha que acabou de cair de uma árvore. Sou uma coisa insignificante. Quando eu ainda estava na copa da minha mãe, observava as minhas irmãs caírem e acabarem por ser pisadas pela multidão que passava na rua. Num dia de ventania, quando caí do chapéu de uma criança meiga e tranquila, fui apanhada no meio de milhares de irmãs. No momento, pensei que me ia destruir, mas enganei-me pois tratou-me como se fosse uma pedra preciosa. Foi logo mostrar-me à mãe dizendo-lhe que eu era a mais bonita no meio de muitas. Aí senti-me uma privilegiada. Levou-me para casa e colocou-me junto à janela do seu quarto onde já existia uma folha. Deixou-me ali durante uns dias e por isso já estava a perder a minha linda cor amarela e sentia-me envelhecer. A menina voltou a procurar-me num dia muito cinzento. Já estava muito seca, mas ela tratou-me como da primeira vez. Via-a ir buscar um livro, fita-cola e uma caneta. Colou-me numa página branca e escreveu umas palavras ao meu lado. E assim fiquei naquele livro fechada durante muitos anos…

Sara Matouças, 9ºB


A caminho de casa As minhas manhãs são todas iguais: começo por me levantar, tomar o pequeno-almoço, ou seja, algo muito simples. Mas antes de ir de sair, fico sempre a apreciar as flores da rua em frente a casa. Foi aí que tudo aconteceu. Uma grande e gorda gota de água cai em cima das minhas asas; tento levantar-me mas outra gota de água cai de novo em cima de mim e acabo por cair na copa do chapéu de um homem que por ali passava. Acordei numa estação de Metro. Ainda estava no chapéu, sentia-me suficientemente forte para sair dali antes que o tal homem embarcasse, mas como não foi possível, tive de enfrentar vários obstáculos: a senhora cheiinha que não me queria deixar passar, um homem que segurava uma vara para não cair atordoava-me com o seu cheiro a suor e, ainda um casal que estava sempre a discutir e que não me deixava passar … Mas por fim consegui passar. É incrível o que se pode ver numa só viagem de Metro. Finalmente, de volta a casa, encontro as minhas amigas borboletas que estavam, decerto, preocupadas comigo. Nunca mais voltei a ver o homem do chapéu apesar de ter sido uma aventura inesquecível.

Sara Pires, 9.º C


Assim me fico... “Caí na copa de um chapéu de um homem que passava e...”

Agora os leitores perguntam-se o que poderei ser. Posso ser tanta coisa !!! Enfim, sou um anel, um simples anel mas com uma grande história para contar. Estava eu ali na montra de uma das ourivesarias da rua principal da baixa, com mais uns quantos irmãos a imaginar o que seria de mim. O que me aconteceria? Quem me compraria? Quando apareceu um rapaz alto, loiro e de olhos verdes. Lembro-me que se dirigiu à secção dos anéis de noivado. Esta é a parte em que eu entro. Tive a sorte de ser comprado pelo Rui. Posso mesmo dizer que nunca em toda a minha vida iria arranjar um dono igual a este! Sintam a minha alegria… Iria ser o início de uma nova vida para mim. Porém o Rui, descuidado, deixou-me cair... Fui parar à copa do chapéu do Henrique, que por sorte, precisava de mim pois ia pedir a namorada em casamento. Assim aconteceu... A Sofia acabou por aceitar e fui passando de geração em geração durante séculos e séculos.

Ana Nunes, 9ºB Andréa Carlos, 9ºB


A livraria “Caí na copa do chapéu de um homem que passava e” refleti no que tinha acontecido. Tudo começou quando uma rapariga alta, elegante e bonita entrou numa livraria, pegou em mim e levou-me. Fui vendida por trinta e cinco euros, muito pouco para a minha qualidade! Depois de sairmos da livraria, fomos para casa, e a rapariga mostrou à família o que tinha comprado para o exame final da universidade. A sua irmã mais nova ficou a olhar para mim, com uns olhos reluzentes e verdes. No dia seguinte, pegou em mim e foi para casa de uma amiga, que vivia na rua 25 de Abril, estudar para os exames. A rapariga, que tinha umas mãos muito finas e macias, usou-me com muito cuidado e respeito. Quando regressámos, fui colocada cuidadosamente na minha caixa. De manhã, fui para a universidade com ela, no autocarro que passava todos os dias à mesma hora. Quando chegámos, fomos diretamente

para

a

sala

da

realização do exame. Terminado o exame, saiu da sala e foi almoçar com um amigo, a quem me ofereceu como recordação. Ele usou- me para assinar uns papéis no restaurante e quando acabou atirou-me pela janela fora e, caí na copa do chapéu de um homem que passava … Miguel Ruivo, 9.º C


“ Mal-vindo” a este Mundo “Caí na copa de um chapéu de um homem que passava e”… dormi um sono de uns dez minutos, que em vida de animal pequeno e de pouca vida equivale a uns trinta anos. Um sono bem merecido! Não é qualquer um que passa por quinze cabeças, dois cães e um gato sem tirar uma sesta. Nunca tive grande sorte, nenhuma para ser sincero. Quando nasci, vim eu e mais sete iguais a mim a este tão cruel mundo. A minha mãe já passava dos quarenta e, a coitada morreu para nós vivermos. O meu pai, esse nem lhe sei o nome, era um animal egoísta e sem escrúpulos. Ficamos cada um à mercê da vida. Ainda éramos pequenos, não tínhamos noção do que era viver e eu, na minha humilde inexperiência, fui viver sozinho. Sempre fui muito magro, ora por não sugar suficiente sangue ora por o hospedeiro ser desnutrido. Agora, sou adulto e pago pelos erros do passado. Nunca casei, nunca procriei e a única paixão que tive era reflexo do meu desequilíbrio mental. Foi numa tarde de primavera (estação em que a nossa raça ataca os cães sem deixarlhe gota) que a felina mais bonita passou por mim. Com um aroma a rosas, um pêlo reluzente e o sangue? Aí, o melhor do mercado! Eu não estava em condições de lhe falar, estava gordo e redondo como uma ervilha, cheio de sangue, mas não a podia deixar escapar! Escondi-me na pata esquerda traseira, entre os tão fofos dedinhos. Ela, brava, miou: - Saí daí carraça maldita! - Só mais umas gotas. – Pedi eu como quem não quer a coisa. Sacudiu a pata, uma e duas vezes, pulou para cima de uma árvore e catou-me. Foi então que caí para a copa do chapéu do homem que passava. Demasiada sorte para um pobre como eu. Adormeci e quando acordei deparei-me com um mendigo, magro para “xuxu”, e, para mal dos meus pecados, era careca! Nem um cabelo, nem um pseudo pêlo. Andei, rebolei, escorreguei, e até o pino dei para não cair. Mas a vida nunca me foi amiga. O senhor agarrou-me, apreensivo, e disse: - Não tenho como me sustentar a mim. Quanto mais a mim e a ti. Maldito mundo, maldita vida! Agarrou-me fortemente e, num instante, atirou-se para a A4. Assim o atropelaram, assim se suicidou, assim alguém me pôs termo à vida.

Ana Carolina Malta Gomes, 9ºD


Com um simples olhar “Caí na copa de um chapéu de um homem que passava e” quase me parti. Sou uma simples amostra de perfume, que foi atirada pela janela por alguém que achava que eu não servia para nada. Mal caí no chapéu de um homem, este apanhou-me. Era uma pessoa muito bem-parecida, bem vestida, bonita e aparentava ter cerca de vinte anos. Isto era apenas superficial, pois por dentro estava uma pessoa incrível, mas que tinha sido magoada, várias vezes. Agarrou-me com todo o cuidado e cheirou-me, a cara dela iluminou-se, como se lhe tivesse acontecido algo maravilhoso. Então, decidiu que tinha de encontrar a dona deste perfume. No dia seguinte, pôs-me num bolso e fomos a uma perfumaria, pois este queria saber a que marca eu pertencia e se era um perfume muito vendido. A senhora que o atendeu foi muito simpática, disse-lhe a marca e também referiu, que era um perfume pouco vendido, mas que davam imensas amostras. Visto isto, ele pensou que nunca iria encontrar aquela que me largou, até que passou por uma mulher aparentemente da sua idade, trocaram um olhar e, ele ofereceu-me. Passaram-se dois anos e, finalmente chegou o dia do casamento do homem que me apanhou com a mulher a quem ele me entregou. Estavam os dois muito felizes e, tudo por minha causa e também de quem me largou.

Eva Martins, 9ºB


Ao lado do café “Caí na copa do chapéu de um homem que passava e”… ali fiquei sozinho, na escuridão sem sequer sentirem a minha presença. Até que, um dia, me encontraram. Sonhava ter um dono que fizesse bom uso de mim. Então tudo começou assim….Quando chegámos à ótica do Sr. Rafael, eu e outros tantos iguais, fomos expostos em prateleiras diferentes. Havia sempre muita gente a entrar e a sair, com sacos na mão e, eu estava sempre desejosa de entrar nesses sacos e pertencer a alguém. Mas, um dia, o dono da ótica, o Sr. Rafael, tirou-me da prateleira e colocou-me na sua cara, e finalmente vi os olhos de alguém de perto. E lá fomos nós até à rua. Estava a adorar a experiência. Agora tinha arranjado uma boa companhia. Colocoume dentro da caixa para dormir e lá fiquei durante dois dias. Quando finalmente me tirou da caixa, colocou-me na sua cabeça e lá fomos nós. Reparei que ele foi ter ao café da D. Maria, quase ao lado da ótica, e estava à espera de alguém. Vi que alguém se aproximara dele e ele escondeu-me no bolso. Estive ali durante algumas horas. Até que este se levantou e eu, caí ao chão ….

Daniela Fernandes, 9ºC


De carteira em carteira “Caí na copa do chapéu de um homem que passava” junto de tantos outros iguais a mim, mas taparam-me logo. Eu gosto de andar sempre de carteira em carteira, de casa em casa, de cidade em cidade e de país em país. Certo dia, quando acabava de ter um novo dono, saímos do mercado e fomos para junto de algumas pessoas que estavam a ver um espetáculo. No final, um senhor veio pedir uma moeda e fui parar às mãos do mágico. Estava curioso, pois já tinha um novo dono. Fomos para casa dele e reparei logo que este meu novo dono devia viver com algumas dificuldades. Ao abrir a porta apareceu logo uma jovem criança a perguntar como tinha corrido o dia. Este, como tinha tido um bom dia de trabalho, deu-lhe logo uma moeda. Essa moeda era eu, e fui guardada pela criança ao pé de outras tantas. E cá estou eu, ao pé destas moedas e mais algumas que apareceram, na esperança de um dia voltar a sair e viajar pelo mundo fora.

Luís Rodrigues 9ºD


De bolso em bolso… “Caí na copa do chapéu de um homem que passava”…. Isto aconteceu há alguns anos, era um chapéu preto e fofo, daí não me ter aleijado na queda. A grande questão é: como é possível alguém cair num chapéu. Pois bem, eu não sou um qualquer, sou uma moeda, uma moeda de dois euros. A história da minha vida é muito longa, portanto vou apenas narrar esta nova fase da minha existência, a minha grande mudança. Eu sou uma moeda fabricada em Espanha há alguns anos e mudei-me para Portugal quando caí no tal chapéu do homem que passava. Este homem estivera em Vigo a tratar de uns assuntos da empresa sediada em Braga e trouxe-me com ele para a sua terra natal. Quando entrou em casa, colocou o chapéu no cabide e eu caí, ele viume, agarrou-me e meteu-me na carteira. No dia seguinte, foi passear e levou-me com ele. Era sábado e a certa altura alguém chocou contra o homem, depois ouviu-se um “Desculpe” e alguém tirou a carteira do seu bolso, um carteirista, que ao ver o que tinha a carteira deixou-me cair. Caí na típica calçada portuguesa e fui pisado e pisado, até que um rapaz de cerca de sete anos me agarra e disse: -Mãe, mãe, encontrei uma moeda! E lá fomos todos contentes: o rapaz por ter encontrado uma moeda e eu, por ter sido apanhada por um jovem bondoso que me usou para comprar um gelado. Mais tarde fui utilizado como troco, passando para a mão de um homem supersticioso que murmurou algumas palavras e me atirou para uma fonte, ali perto. Nela estive alguns dias, até que, numa manhã, um homem discretamente me tirou e comprou o “Diário de Notícias” num quiosque, cujo dono me deu à neta. Por sua vez, esta ofereceu-me a um homem que fazia malabarismo na rua. No domingo seguinte, fui parar à caixa das esmolas de uma igreja. Retirado pelo padre, este usou-me para comprar uma garrafa de água “Penacova” e, ali fiquei durante uns dias, no depósito da máquina, até que saí pela mão de um funcionário estrangeiro. Este funcionário levou-me para casa. Uns dias mais tarde, um conhecido de infância seu veio visitá-lo. Era um homem engravatado da alta sociedade, trocaram algumas palavras desconhecidas para mim e o dono da casa, entregou-me com mais algumas moedas. Durante algum tempo não vi o sol…..E de repente estava exposto numa sala, cheia de moedas, algures em Moscovo, na casa de um colecionador de moedas, familiar de Putin. E aqui estou eu, há alguns anos, rodeado pelos meus semelhantes, na esperança de poder conhecer o presidente da Rússia pessoalmente.

João Bento,9ºB


Às riscas

“Caí na copa do chapéu de um homem que passava” e pensava que tinha caído numa nuvem. A partir desse momento não sabia como devia descer, pois era um homem alto, e por isso tinha muito medo porque me podia magoar. Quando o homem retirou o chapéu porque tinha sentido alguma coisa cair, reparou que era uma coisa pequena, preta e às riscas brancas. Mas este colocou-me no bolso e, passado algum tempo foi beber um café e deixou-me cair. A funcionária do café, ao fazer as limpezas, viu-me caída no chão e apanhou-me. Ao chegar a casa tirou-me do bolso da bata que tinha levado para lavar e foi semearme num vaso grande e bonito onde cresci e torneime num girassol.

Inês Gonçalves,9ºC


Passeando… “Cai na copa do chapéu de um homem que passava e…” Estava eu junto das minhas irmãs no bolso de um senhor de idade. Certo dia, o meu dono estava a passear comigo e eu ouvi uma melodia muito bonita a sair da viola de um homem que passava por ali. O meu dono meteu a mão ao bolso e tirou-me, ficou comigo na mão e quando o músico acabou a sua atuação, atirou-me para dentro do chapéu que se encontrava no chão. Lá havia muitas iguais a mim, umas, eu já tinha estado com elas, outras, eu não as conhecia. No fim do dia, o meu novo dono pegou na viola e no chapéu onde nos encontrávamos e despejou-nos para a sua algibeira. No caminho para casa encontrou um rapaz que lhe pediu esmola. Eu queria ser a escolhida mas não fui e fiquei muito triste. Passados dois dias, o meu dono pegou em mim e deume a uma turista inglesa. Ainda bem que fui escolhida, porque, deste modo, tive a oportunidade de conhecer mundo.

Pedro Gradíssimo, 9ºD


Destino “Caí na copa do chapéu de um homem que passava e… ” nesse preciso instante apercebi-me que se tratava de um homem rico. Nada mau para um simples botão como eu! Mas como era de esperar, o homem enxotoume com o seu dedo e fiquei ali, sozinho, sem que alguém me desse utilidade. Felizmente, no dia seguinte, um pobre rapazola que passava na rua, encontrou-me no chão, pegou em mim e correu diretamente à suposta mãe. Pois….agora… lá estava eu nas calças do rapazola. E aí começou uma nova aventura. Estive muito tempo naquelas calças até que o rapaz cresceu e cresceu de tal forma que já não lhe serviam as ditas calças. Logo foram dadas ao seu irmão mais novo. O pequeno rapaz era muito irrequieto até que as rompeu e as linhas que me sustentavam seguiram o mesmo caminho. E, infelizmente, tudo voltara à estaca a zero. Lá estava eu de novo, perdido, sozinho e triste na rua. Tudo o que sonhara, tinha ido por água abaixo. Afinal só queria ser útil e não ser lixo de rua! Passado uns tempos houve um milagre dos grandes! Passeava um homem bondoso que me observou com muita atenção e pegou em mim. Meteu-me no bolso e colocou-me dentro de uma luxosa casa. Logo percebi que os seus filhos precisavam de um botão para as calças ou camisas. Estava certíssimo! Por isso, começou uma nova aventura…

Rodrigo Amaro Borges 9ºB


Caixa de fósforos “Caí na copa do chapéu de um homem que passava e…” quando ele pôs o chapéu na cabeça caí dentro do bolso da camisa. Esse senhor chamava-se Aniceto, era muito pobre e não tinha para onde ir, por isso dormia na rua. Eu perdi-me da minha família e tentei encontrar um lugar, onde me sentisse bem e confortável, e a bolsa daquela camisa tinha o que precisava. Eu não me importava que o senhor Aniceto fosse pobre ou rico, eu só queria sentir-me em segurança. O Sr. Aniceto nunca dormia no mesmo sítio e, por isso conheci muitos lugares e muitas cidades. Certo dia, estava cheio de fome e comecei a descer pelo braço dele e comecei a saltar para ver se reparava em mim. Ele assustou-se e levantou a mão e disse: - Mas que bicho é este? Pegou na sua mão e chegou-a perto mais perto dele e viu que eu era um grilo. Pensei que me matasse mas não, ele até gostou de mim e guardoume dentro de uma “caixa de fósforos”. Quando íamos visitar outros lugares e outras cidades, ele punha-me no seu ombro e às vezes até desabafava comigo. Até que um dia, ao tirar o lenço deixou cair a “caixa de fósforos”… e caí dentro do chapéu de um homem que passava e…

Tatiana Santos,9ºC


Preso por um fio “Caí na copa do chapéu de um homem que passava e” já estava cansado do percurso. Estava cozido a uma coisa grande e peluda junto com os meus irmãos. Andei preso àquilo durante algum tempo. Passado alguns dias, caí para o chão, pois soltara-me, agarraram-me e trocaram-me por um parecido e fui parar a uma caixa. Fiquei na caixa durante algum tempo, e numa manhã, alguém me tirara para me cozer e ir outra vez para ao pé dos meus irmãos. Assim, voltei a andar preso durante algum tempo e depois voltei novamente a cair, mas aqui, caí na rua. Logo a seguir, uma criança pegara-me e enfiarame num sítio escuro, mas algumas horas depois fora colado a uma folha de papel. Servi de enfeite para um trabalho e fui para uma exposição onde era constantemente observado. Passado algum tempo, recolheram os trabalhos e uma senhora descolou-me e levou-me com ela. A senhora usou-me para compor um casaco muito bonito, mas já bastante gasto. Andei ali algum tempo, até que, um dia, a senhora baixou-se para dar uma esmola a um mendigo e lá fui eu, pois a linha que me segurava já era fraca.

Joana Minhoto,9ºD


Entre Terra e Mar “Caí na copa do chapéu de um homem que passava”, um marinheiro português. Quando olhou para mim e viu que era uma bússola, meteu-me no bolso do casaco castanho, pois pensou que, como estávamos na época dos descobrimentos, eu iria servir para alguma coisa. No dia seguinte, eu e o homem muito alto e moreno, e mais alguns marinheiros fomos para o barco onde íamos viajar em busca de um tesouro numa ilha. O barco era enorme e de madeira. O homem tinha na mão um mapa, no qual estava marcada a ilha com uma cruz vermelha e o percurso que era necessário fazermos até ao destino. A viagem foi muito longa e cansativa, mas quando lá cheguei concluí que todo o esforço valera a pena. A ilha era maravilhosa... Havia ouro, diamantes, esmeraldas, pérolas e rubis por todo o lado! Era um lugar incrível. À noite, quando os marinheiros acabaram de encher o barco com pedras preciosas foram deitar-se. O homem agradeceu-me pela minha valiosa ajuda, colocou-me debaixo da sua almofada e adormeceu…

Ana Filipa Messías 9ºB


Gota de água “Caí na copa de um chapéu de um homem que passava e”… dei por mim a soltar um grito abafado e agudo, próprio de uma gota. Bolas, tinha-me voltado a distrair enquanto seguia os cães de rua e acabara por mergulhar dentro do chapéu daquele senhor. Como não podia fazer nada até que ele retirasse o chapéu de xadrez para que eu pudesse sair dali, recostei-me na sua nuca, de forma a conseguir observar pela pequena abertura da frente o que se passava lá fora. O senhor parecia alguém de bem, com uma gabardine comprida e negra e uns sapatos bicudos. Parou no quiosque da esquina para comprar o jornal e continuou a andar até casa, assobiando umas músicas. Quando entrou, tirou a gabardine, pousou o jornal, preparou um café e, só depois, tirou o chapéu para eu poder finalmente sair. Tinha planeado que logo que possível voltava para juntos das outras gotas, pois as famílias que haviam caído da chuvada de Terça de manhã tinham combinado apanhar a maré de Quinta-feira, que nos levaria para o Atlântico, e eu não queria de forma alguma ficar para trás. No entanto, aquele homenzinho despertara-me curiosidade. Decidi que ficaria por umas horas e entraria depois na corrente do lavatório que, pelos meus cálculos me levaria a casa. Subi então as imensas escadas com uma alcatifa vermelha e corrimões de ouro e entrei num quarto, provavelmente do senhor pois vira-o entrar lá uns minutos antes. Saltei para cima da cama e vi na mesinha de cabeceira uma fotografia do senhor com uma mulher. Era bonita, de cabelos pretos e longos e, pelo seu sorriso diria que era feliz. Ao lado estava uma caneca com o nome Henry escrito a letras pretas e gordas o que me levou a crer que fosse o nome do homem. Depois de visitar uns sete quartos encostei-me no parapeito da janela de um deles a olhar lá para fora e acabei por adormecer. Acordei com crianças a gritar pela casa e um cão a ladrar. Curiosa, escorreguei pelo corrimão e dei de caras com os filhos do homem. Eram pequeninos e risonhos, fiquei horas a observá-los brincar desejando poder divertir-me tanto quanto eles. Mas não podia. Eu era apenas uma gota. Uma dos milhares que iriam partir na quinta-feira para o Atlântico. E, enquanto lamentava a minha insignificância, reparei que já era quase de noite, eu tinha de ir para casa e nem pensar em apanhar as correntes de água nocturnas, elas eram brutas e coscuvilheiras. Subi até à casa de banho e consegui apanhar ainda uma pequena corrente para voltar para casa. Quando cheguei já todas as gotas dormiam. Procurei a minha família e infiltreime entre tantas outras gotas, como se sempre estivesse estado lá, mas, na verdade, eu sentia-me especial, eu tinha entrado numa casa, conhecido pessoas. Eu tinha visto crianças e passeado dentro de um chapéu de um homem de bem. Eu tinha escorregado por corrimões dourados e saltado em cima de uma cama. Eu tinha… e assim adormeci pensando em como seria a viagem ao Atlântico… Sara Mercereau,9ºD


Testemunha Nasci a 14 de Junho de 1939 em Paris. Posso dizer que estava sem sombra de dúvida um belo dia. Várias pessoas andavam na rua, umas bem mais apressadas do que outras, uns por causa do trabalho, outros porque queriam comprar os melhores croissants da cidade. Era apenas um dia habitual na cidade do amor, mas algo iria transformá-lo num dia especial. E interrogam-se vocês como sabia isto tudo se tinha acabado de nascer? Bem apenas não sabia, mas com o passar do tempo, as coisas apenas mudaram um pouco. Passados 76 anos, a cidade continua na sua agitação normal, apenas havia mais pessoas, mais carros, mais população, mais tecnologia e muitas menos como eu. Durante todos estes anos tive uma vida bastante boa, fiz várias mudanças, estive em várias molduras, fui colocada em várias prateleiras e paredes. Os meus verdadeiros donos já faleceram, infelizmente, e na tristeza desta partida recordo-me todos os dias daquele dia 14 de Junho de 1939, o dia do casamento deles. Foi em frente à Torre Eiffel que me tiraram, sou uma das muitas fotos de um casal em Paris, não fosse esta, a cidade do amor. Nunca conheci um casal como este, eram jovens quando casaram e cada dia que passava, continuavam mais apaixonados do que nunca, e eu fui testemunha deste grande amor. Hoje estou de mudanças outra vez, já me tiraram da minha velha moldura, uma rajada de vento fez com que voasse pela janela. Sei que caí na copa de uma um chapéu e… Liliana Oliveira, 9.º B


De onda em onda

“Caí na copa do chapéu de um homem que passava”, copa idêntica à minha casa. Fiquei no escuro durante algum tempo, não sei quanto tempo estive ali, só sei que saí quando ele chegou a casa. Estava com alguma fome e comecei a procurar comida. De repente anoiteceu e tive de arranjar um sítio para dormir. A senhora que me recolheu era linda e bem arranjada. No dia seguinte, quando acordei, ela já tinha saído fazer compras. Quando chegou a casa, vinha carregada de sacos; claro que eu, para ser um cavalheiro, ajudei-a. E, como não conhecia nada, pedi-lhe que me ajudasse a encontrar comida. Procurámos alimento e, de repente, senti um cheiro que me era familiar: açúcar. Entrei no pacote que estava cheio, comecei a comer, fiz um buraco, formou-se uma onda e...

Francisco Ricardo,9ºC


Uma moeda sem sorte “Caí na copa de um homem que passava e” este levou-me para casa. Quando chegámos a casa reparei que era um homem pobre, pois tudo era simples. Eu, uma simples moeda vermelha atirada para dentro de um chapéu de um homem que estava a tentar ganhar a vida a tocar viola, sempre tive a ambição de pertencer a uma pessoa rica. Fui guardada com outras moedas num recipiente de plástico por alguns dias, mas depois o homem deu-me ao seu filho Luís, que me trocou por alguns doces. Agora tinha um novo dono, mas este perdeu-me e passei uma noite à chuva. De manhã, fui encontrada por uma pessoa rica, mas como viu que eu era de pouco valor, atirou-me para a copa do chapéu de um homem que passava e …

Tiago Esteves,9ºD


Valentim, o valentão “Caí na copa do chapéu de um homem que passava e…” Oh! Desculpem nem me apresentei! Sou o Valentim, o pequeno valente. Este nome foi-me dado por um poderoso feiticeiro! Onde é que eu ia? Ah! Caí na copa do chapéu de um sujeito que passava e que não se apercebeu de nada. Assim, caminhámos os dois até uma sumptuosa casa nos arredores da pequena cidade. Quando entrámos, por cima de uma coleção inigualável de troféus, avistei um cartaz com letras vermelhas: “Circo Império, o circo mais extraordinário do universo” Que azar! – pensei - vir logo parar às “garras” do dono de um grande circo! Estremeci e o medo aumentou ao reparar que dois olhos arregalados me fitavam: - Oh! O que temos aqui?perguntou ele mostrando um sorriso que denunciou os seus dentes de ouro -Já estou a imaginar: “Senhoras e senhores, tenho o prazer de vos apresentar algo nunca antes visto: o…- mas o som de um telemóvel soou no bolso do seu vistoso casaco. Cheio de pressa, atirou-me para uma jaula apertadíssima ao lado de outras. Na manhã seguinte, quando tentava fugir, o homem apareceu. Ameaçoume entre dentes e, bruscamente, conduziu-me para um lugar desconhecido! O brilho das luzes ofuscava-me, mas sentia o olhar de centenas de pessoas que, estupefactas, admiravam as minhas habilidades sem se aperceberem que era obrigado a cumpri-las. De regresso a casa, fui então fechado num espaço mais seguro: um cofre antigo de dupla fechadura. Uma nova aventura começou, mas o que aconteceu não cabe nas páginas desta narração. Pedro Sonim, 9ºB


Entrelaçados “Caí na copa do chapéu de um homem que passava”. O seu cabelo preto e macio cheirava a jasmim e estive ali no escuro durante duas horas. Passado algum tempo tirou o chapéu, coçou a cabeça e aí eu caí em cima de uma mesa castanha escura de um escritor famoso. Quando se apercebeu que estava em cima da sua secretária, meteu-me numa caixinha muito fofa e quentinha onde passei dias e dias sozinho. De repente, ouvi uma voz que me encantou, era doce como o mel e tinha uma suavidade encantadora. Só passado muito tempo é que percebi que a voz era de uma jovem casadoira. Então, o meu dono tirou-me do bolso e colocou-me no dedo fino da jovem. Eu era um bonito anel de ouro com três pequenos diamantes, sozinha até ao dia do casamento, juntou-se a mim uma bonita aliança e aí fiz uma grande amiga e companheira de vida que ficou comigo até ao dia da morte da bonita senhora.

Diana Alves, 9ºC


Uma prenda inesperada “Caí na copa do chapéu de um homem que passava e” ali fiquei durante algum tempo ao escuro, sentia os passos da pessoa que me levava sem saber. Finalmente, senti que estava parada e pelo que conseguia ouvir tínhamos chegado á casa da tal pessoa. Ouviam-se imensas pessoas a falar ao mesmo tempo e crianças pediam ao seu pai, de nome João, para mostrar o que tinha escondido no chapéu, mas ele negava pois era surpresa. João dirigiu-se para outra parte da casa, abriu um saco e colocou tudo o que estava dentro do chapéu, incluindo eu, lá dentro. Caí no fundo do saco e ao olhar em frente via-se um enorme e brilhante laço a enfeitar, bem ao fundo também se via uma espécie de árvore com luzes a piscar sem parar. Ali estive durante algumas horas, e quando menos esperava, um monte de gente corria em direção aos sacos que estavam à minha volta e, uma pequena jovem pegou em mim. Levou-me até à cozinha, onde estavam as outras crianças e abriu o saco com uma felicidade que nunca tinha visto a ninguém, vê as prendas que lhe tinham comprado e por último tirou-me a mim. Ninguém sabia de onde eu tinha vindo, mas ninguém questionou nada, pois ela ficou muito contente com ele. E eu que era feito de ouro com uma pedra bem brilhante pendurada, estive durante muito tempo ao pescoço dela. Até que um dia, enquanto brincava com os seus amigos num parque, caí ao chão, sem ninguém se aperceber de nada.

Mónica Nascimento, 9ºD


Por engano “Caí na copa do chapéu de um homem que passava” devido a uma furiosa ventania que me arrancou das frágeis mãos do meu legítimo dono. O homem do chapéu nem se apercebeu da minha presença até porque as notas de 500 euros não são propriamente pesadas. Este apenas me viu, quando tirou o chapéu, já dentro da sua casa. Como eu não lhe pertencia, resolveu ir à esquadra para resolver o assunto. Lá fui mandado para examinação e, durante esse processo foi-me descoberto uma impressão digital. Só faltava encontrar o dono! Para a polícia resolver o problema que tinha em mãos, decidiu espalhar panfletos. No dia seguinte, havia uma fila enorme à porta, pelos vistos todos tinham perdido uma nota de 500 euros. O primeiro a entrar foi um homem muito alto e forte, mas este não sabia a minha cor. Depois entrou uma mulher que nem sabia o meu montante. Ao terceiro candidato foi necessário retirar uma impressão digital para comparação, no entanto o resultado veio negativo. Finalmente só se descobriu a quem eu pertenço no candidato 45. Afinal eu pertenço a um idoso que queria levantar 50 euros, e, por engano, selecionou a opção 500 euros. Pena foi ter o azar de me perder.

Tiago Escaleira, 9ºB


Viagens sem rumo

“Caí na copa de um homem que passava e …”onde vim parar desta vez? Ando sempre perdida e nunca chego a encontrar o meu caminho! Depois de tomar o pequeno-almoço, andava eu a passear como costumo fazer todos os dias, quando veio uma grande ventania e fui parar ao NINHO de um pássaro faminto. A minha sorte foi ele estar a dormir. Tentei voltar para a minha flor, lá longe no prado verdejante, mas não consegui, pois não tinha forças e também porque veio mais um vendaval e lá fui eu a “voar” mais uns quilómetros sem rumo, sem direção… Acordei já o sol alto, mais uma vez não sabia onde estava, mas sempre era melhor do que aquele ninho. O local onde me encontrava não era mau, não estava muito frio o que para mim era ótimo e também porque havia um cheirinho no ar… que delícia, o almoço estava servido! Continuei a minha viagem sem rumo e acabei por cair novamente num buraco sem fundo….Que vida a minha! Helena Branco, 9ºC


Fugindo de … “Caí na copa do chapéu de um homem que passava e” lá fui eu. Tive medo pois estava escuro, mas depressa passou. Um dia, andava a passear e para me sentir mais alto subi para cima de um banco de jardim. Farta de estar em cima do banco, olhei para os lados, para baixo e para cima, e quem lá estava…. o pássaro malhumorado

e

velho

que

estava

sempre a tentar comer-me. A minha reação foi saltar do banco para o chão, para ele não me apanhar e fazer de mim o seu almoço. Aleijei-me mas andei o mais que pude e enfieime num buraquinho que estava na árvore logo à frente, esse buraco era pequeno, mas grande para mim e por sinal era a casa de alguém. Ao fundo do buraco havia um túnel para cima e curioso fui investigar. Ia dar ao cimo da árvore e logo ao ninho daquele maldito pássaro. Quando ia a entrar ele apareceu e como me assustei caí e caí num sítio escuro mas macio e era nem mais nem menos, que a copa do chapéu de um homem que passava por ali.

Juliana Costa, 9ºD


Pena de Escritor “Caí na copa de um chapéu de um homem que passava e”, estranhamente, após uma queda enorme, não senti medo, só alívio. Estava livre, finalmente. Já há muito tempo que estava presa num cubículo de vidro. Encontrava-me num museu. Há mais de 100 anos que era a minha morada. Imaginam uma vida de monotonia, sempre no lugar a fitar quem me olhava, tentando imaginar quem eram essas pessoas que me observavam com curiosidade. Entenderam a vida que tive, os lugares que vi, as aventuras que vivi, sempre na companhia de um grande amigo, o maior poeta português de todos os tempos? Adivinharam quem sou? Sou a pena com que Luís Vaz de Camões escreveu tantos poemas e aquela obra que o imortalizou Os Lusíadas. Como fiquei livre? Simples. Bastaram as mãos trémulas e desajeitadas do velho diretor do museu que pretendia mudar-me de lugar, talvez para um espaço de maior destaque. Um golpe de vento levou-me pela janela aberta e aqui estou eu, bem abrigado, na copa do chapéu deste senhor que me transporta. Quem será ele? Para onde vai? Que vida me espera? Interrogo-me sem cessar. Não, não tenho medo (estive ao lado do mais corajoso dos homens). Quem será ele? Entra numa editora. Será escritor? Vejo que leva consigo um manuscrito. Entrega-o e sai serenamente. Acompanho-o até uma casa humilde, cheio de livros e calor. Ansiosamente, aguardo o momento em que ele me vai ver. É agora! Olha-me intrigado. Reconheceu-me! Entendeu que o posso acompanhar em todos os momentos da sua vida de escritor. Quem sabe, com a minha ajuda talvez se torne o próximo grande escritor português?

Pedro Torrão, 9ºB


Presente Esquecido “ Caí na copa do chapéu de um homem que passava”, quando me lembrei da tal conversa. Estava eu a receber os primeiros raios de sol do dia, quando me tiraram uma fotografia! Fiquei um pouco envergonhada, mas a verdade é que até já estou habituada a tudo isto! Tinha nascido há um mês e já tinha muitas amigas que viviam ao pé de mim, não sei, mas achava sempre que elas eram mais bonitas que eu, porque pareciam ser sempre as mais privilegiadas, com sol, fotografias… Mas, uma certa tarde fui eu a escolhida, um menino que por ali passava viu-me, e arrancou-me do jardim! Foi dos meus melhores dias sem dúvida! Sentia-me especial! Ele pôs-me no bolso da camisa, e por onde ele ia, eu via tudo: novos lugares, novas paisagens… até que encontrou uma rapariga muito bonita de cabelos longos e castanhos. O nome dela era Melissa, e foi de repente que eu passei do bolso da camisa, para a mão dela. Melissa colocou-me num jarro onde estavam outras flores. Ouvi que uma tinha mentido a outra e por isso estavam chateadas, e contaramme que Melissa não lhes mudava a água há bastante tempo, por isso tinha de ter cuidado. Foi uma simples conversa, mas de repente tinhame esquecido dela! Assim um dia, Melissa atirou-me para a rua e caí na copa do chapéu de um homem que passava, quando me lembrei da tal conversa…

Beatriz Batista, 9ºC


Artigo de Luxo “Cai na copa do chapéu de um homem que passava” em frente ao local em que tudo acabou. Bom, se calhar é bom começar pelo início da minha pequena aventura. Lá estava eu escondida no meio da confusão da loja onde me encontrava. Ainda ninguém reparou ou passou por mim. Até que um senhor bem elegante por sinal, pegou em mim e levou-me para a caixa de pagamento, e aí a empregada perguntou: - Boa tarde Sr. Hugo, é para oferta? - Sim, é para a minha mulher. Então puseram-me numa caixa toda preta apenas com o nome da loja. Espero que a mulher deste Senhor seja uma Senhora bem requintada e chique como aquelas que se veem nas revistas e jornais, pessoas de alta sociedade, tal e qual como eu sempre sonhei. Tinhamos acabado de chegar ao meu novo lar. A minha futura dona estava a acabar de abrir a caixa, onde eu me encontrava e quando me viu deu um grito de alegria e disse: - Meninas, olhem o que o meu marido me ofereceu! Uma pochete de Chanel!! A minha nova dona tinha uma aparência chique e elegante tal como eu queria. No dia seguinte, a dona Matilde levou me pela rua fora para mostra a toda agente que tinha uma Pochete nova. De repente, um homem pequeno agarrou-me pela alça e fugiu comigo. Por fim, um bom homem conseguiu apanhar o pequeno ladrão, o que fez com que me largasse e eu caisse na copa de um chapéu de um homem que passava e...

Josefa Alexandre, 9ºC


Tudo por uma vida “Caí na copa do chapéu de um homem que passava”, um comerciante do reino. O homem quando se apercebeu que algo lhe tinha caído no chapéu, foi ver o que era e viu que era eu: um diamante de grande valor. Guardou-me no bolso até chegar a casa, onde esteve a olhar para mim, durante algum tempo, a pensar no que iria fazer comigo. Até que decidiu vender-me a um joalheiro, no dia seguinte. O joalheiro era casado com uma senhora que tinha uma doença muito grave e, para sobreviver, precisava de tomar um medicamento muito caro. A rainha queria que alguém lhe fizesse os brincos mais bonitos e valiosos do mundo, por isso o joalheiro trabalhou dia e noite para conseguir fazer os brincos mais perfeitos e fascinantes. E foi o que aconteceu, a rainha comprou-lhe os brincos, pois ficou encantada com o seu trabalho. Com o dinheiro que ganhou, conseguiu comprar o medicamento que a sua mulher necessitava e, assim, salvar-lhe a vida.

Ana Catarina Messias,9ºB


Pura sorte “Caí na copa de um chapéu de um homem que passava”…e caí por um simples motivo: sorte. Então lá fui eu, sempre a espreitar para ver que tipo de homo -sapiens era. Cheguei à conclusão quando, por um acaso, o homem tirou o chapéu para dizer: -O prazer é todo meu!- para uma mulher. Com este movimento só tive tempo de me virar ao contrário para não estragar a minha linda cara. De repente, a mulher, que tinha aparência de ricalhaça, perguntou ao homem se não tinha ouvido nada. E foi assim que o homem me viu. Estava a ver que não… Não sei porquê, mas todos os dias era utilizada para dar sorte, tanto nas lotarias, como nos jogos de casino… Chegou o momento em que as pessoas lhe começaram a perguntar o porquê de ele estar sempre a ganhar. Ele disse exatamente que era por causa de mim. Ele fez bem, fez mal? Não sei, mas de uma coisa tinha a certeza, ou me roubavam ou acabava por saltar do bolso dele… E foi o que aconteceu, lá fui eu aos trambolhões… Pois ele andou à pancada, quando descobriu que o seu tio lhe tinha roubado dinheiro que lhe saiu na lotaria. Após a minha segunda queda pensei que ninguém me iria encontrar, mas foi então que encontrei a minha avó no chão, a passear. Era tão bom ver uma cara conhecida… Foi naquele momento que lhe expliquei que andei este tempo todo com um homem por uma questão de pura sorte, pois fui ali parar devido a um mau lançamento de polegar numa aposta de cara ou coroa.

Lara Correia, 9ºC


Uma noite de Natal “Caí na copa de um chapéu de um homem que passava e” caí com tanta força que o pobre homem teve obrigatoriamente de dar pela minha presença. Coitado do Pai Natal, nem se apercebeu de que caí, e o pior é que ainda lhe faltam entregar alguns presentes e sem mim ele não irá conseguir entrar em algumas casas. Ah, é verdade ainda nem me apresentei! Sou uma chave, bem, a chave mestra do Pai Natal. Ele precisa de mim para entrar em algumas casas porque há casas que não têm chaminés suficientemente largas para que ele consiga descer e subir e outras que nem sequer têm lareira. Já está quase a terminar o trabalho desta bela noite mas ele vai precisar de mim para conseguir terminar a sua tarefa, por isso é melhor que dê pela minha falta o quanto antes. Então este simpático senhor que me amorteceu a queda, mal me agarrou, olhou para cima a pensar que engraçadinho se tivera metido com ele, mas a verdade é que não viu ninguém. Depois de ter seguido com o pobre homem sem destino, um vento muito mais forte do que o normal levou-me pelos ares até ao trenó. Finalmente o Pai Natal encontrara-me! Ficou tão feliz por me reaver que me colocou ao pescoço para não me voltar a perder e lá continuámos o nosso serviço: espalhar a magia do Natal.

Raquel Fragoso, 9ºB


Mas para onde eu vim parar?! “Caí na copa de um chapéu de um homem que passava”. Esse bandido logo se aproveitou da minha boa vontade e pôs-me a trabalhar na rua…até me podia constipar! A partir daí, passei a ser a cobaia dos seus truques, tanto nos que corriam bem, como nos que corriam mal. Eu fazia os espetáculos com ele, mas no fim quem recebi as palmas e as moedas era ele! Passei bons momentos com aquele homem de onde saíam moedas de trás das orelhas e coelhos da cartola, enfim! Mas o que me levou onde estou hoje foi algo muito mais grandioso que um simples espetáculo de rua, foi o grande espetáculo de magia que havia na cidade, onde o meu querido magico se inscreveu e só ganhou porque eu dei uma ajudinha. Ora bem, estávamos no terceiro truque, quando depois de quase me assar, me tentou segurar com a ponta do seu nariz, mas não conseguiu e deixou-me cair debaixo deste palco cheio de pó… sem qualquer preocupação comigo pegou na minha tia Gisela, que até ferrugem já tinha e continuou o espetáculo… E ainda hoje aqui estou, um pouco mais velha por sinal, mas com a mesma ponta afiada de sempre e à espera que uma costureira de mão fina me leve a uma bela linha de cor vermelha que comigo queira namorar…

Vera Cordeiro, 9ºC


Vida de Realeza “Caí na copa de um chapéu de um homem que passava e…” ali sentia-me bem, pois era difícil repararem em mim, ninguém me via, mas eu via tudo principalmente aquele espectáculo de ópera. Tudo começou num baile real, onde só pessoas importantes e com altos cargos políticos podiam ir. Eu estava acompanhar uma senhora muito bem vestida e muito importante. Enquanto esta conversava e observava o rodopiar dos bailarinos, eis que me deixa cair sem se aperceber. Então caí na copa do chapéu de um homem. Por mais que o senhor fosse rico, o chapéu dele não era regularmente escovado, pois era só usado em cerimónias e festas muito importantes. As cerimónias eram os momentos de que eu gostava mais, pois dava para dormir um pouco. Mas nem tudo era aborrecido. Um dia fui assistir a uma peça de teatro, com atores muito famosos e adorei. À noite, o dono do chapéu decidiu ir assistir aquele espectáculo de ópera que mencionei no início. Porém, era quase impossível alguém me ver, pois era apenas um pequeno e insignificante cabelo. E aí lembrei-me que a sala de espetáculos era varrida todas as noites e quando olhei para o lado, lá vinha a vassoura.

José Alho, 9ºC


De volta ao início ”Caí na copa do chapéu de um homem que passava…”, desculpem, mas não posso adiantar mais e por isso obrigo-vos a ficar um pouco para conhecerem a minha história. Estive sempre dentro de uma caixa, num espaço grande onde ia muita gente comprar os meus irmãos, até que um dia um homem me comprou, meteu-me dentro de um saco transparente e levou-me numa carrinha até um sítio enorme; o paraíso para mim e para a minha família que me acompanhava. Logo de seguida, pousou o saco onde vínhamos e tirou uma mão cheia dos meus amigos e só restava eu. Passavam dias e dias, dezenas de testes com os meus irmãos e, eu ali, à espera de ser alguém na vida. Havia dezenas de oportunidades para eu ter outro estatuto, mas fiquei sempre no mesmo lugar, todos as horas e todos os dias. A certa altura perguntava-me se não se tinham esquecido de mim, ou viram que eu não prestava para nada e deixaram-me ficar ali. Até que um dia, o Sr. Gabriel veio buscar- me, pois tinha chegado um homem que precisava de mim, porque sem mim ele não ia ao Autódromo do Estoril e a sua carreira acabava ali. Fui posto na cabeça do motor de um grande carro que já tinha corrido pelo mundo fora e, eu era um dos constituintes desse carro, sim eu era um parafuso sortudo agora! O motor já fervia e ouvi uma voz de fundo 3, 2, 1 e começava a corrida. De repente, o pneu do lado esquerdo rebentou e comecei a ouvir os pneus a derrapar, começou-se a sentir-se fortemente a areia e o carro embateu na proteção da bancada. O impacto foi tão grande que eu saltei do motor para a bancada e … caí na copa do chapéu de um homem….

João Dias, 9ºC


Numa fração de segundos

“Caí na copa do chapéu de um homem que passava,”- nada de especial para um simples animal como eu. Encontrava-me num espaço escuro e pequeno, esperava que o meu futuro fosse como o de tantos outros animais, cair e ficar no chão a tentar escapar dos gigantes. Naquele momento eu sentia-me especial, como se fosse ter uma vida diferente. Fiquei ali durante algum tempo à espera de ver alguma coisa para além do escuro, até que houve um movimento esquisito e comecei a sentir fios e entrelacei-me neles. Conseguia ouvir as pessoas a falar, os carros a passar e os pássaros a cantar, até que o homem abriu e tudo ficou tranquilo. Quando o movimento se repetiu, eu fiquei misturada nos fios e vi um feixe de luz. Tive curiosidade em descobrir onde estava e, comecei a andar por ali, até que ele se sacudiu e eu caí. Ao verem-me no chão, a vontade deles era pisar-me. A minha vida ia acabar numa fração de segundos, até que uma menina pequena e franzina, de longos cabelos loiros e cara pálida, pegou em mim e levou-me para dentro de uma caixa de papel e fiquei aí sozinha durante bastante tempo.

Daniela Cepeda, 9ºD


Por falta de tinta… “Caí na copa de um chapéu de um homem que passava e “ lá fui eu para casa de um homem que não conhecia de lado nenhum. Passei a noite sozinho e triste, pois o homem não deu pela minha presença. Pela manhã, este decidiu tirar o chapéu e ouviu algo a cair ao chão. Era eu uma simples caneta. Fiquei toda maçada pois o tombo ainda foi bastante grande, mas não parti nenhuma peça graças a Deus! O homem ficou surpreso e disse: -Como é que isto veio aqui parar? Apanhou-me e meteu-me no bolso da camisa. Pensava que era um homem normal, mas, quando chegou ao trabalho pegou em mim e começou logo a assinar bastantes papéis. Fiquei espantada, mas senti tão importante quando assinava tantos documentos também eles importantes. A rotina mantinha-se e cada vez mais me sentia fabulosa … Mas um dia, a rotina alterou-se, pois fiquei sem tinta, fui posta no lixo e …

Alcino, Luís Miguel e Joana Pascoal, 9.º D


Enfeitando “Cai na copa do chapéu de um homem que passava e “este nem reparou em mim. O homem pôs o chapéu e, nesse instante, caí ao chão, ficando ali sozinha e abandonada. De repente, oiço alguém dizer: - Que brilhante, vou pegar nela e guardá-la. A menina guardou-me numa caixa durante muito tempo, até que um dia a mãe fala-lhe de uma festa de aniversário que se realizaria nessa noite. Então, esta vestiu-se e foi à caixa onde eu estava e tirou-me de lá juntamente com tantas outras como eu e meteu-nos no bolso. Chagada à festa, esta apercebeu-se que não tinha prenda para dar à aniversariante. Porém, lembrou-se de mim e, tirou-me do pulso, meteu-me num saco e deu-me como presente dizendo: - É para ti, Sofia. Usa-a se quiseres, era a minha favorita. Eu estava triste por tê-la deixado, mas também estava feliz, pois tinha uma nova dona e uma nova vida. Um dia, Sofia andava a dançar pela casa e num movimento mais arrojado, caí sem que esta desse conta. Pouco depois, a empregada apareceu e, quando me viu ali no chão, sem cor e sem brilho, pegou em mim e atirou-me para o lixo e…

Sofia Minhoto,9ºD


A moeda viajante “Cai na copa do chapéu de um homem que passava.” Hoje em dia não é difícil ver uma moeda cair na copa de um chapéu! Comecei por sair da carteira de uma mulher, depois fui parar a outra carteira, mas desta vez de um homem, e assim passei de carteira em carteira, umas mais cheias, outras mais vazias. Certo dia, levaram-me a passear ao “shopping”, ainda pensei que ficava lá, mas tive sorte que pagaram com cartão de credito. À saída, ouvia-se uma música muito bonita. A mulher pegou numa moeda e pô-la na copa do chapéu. Mais à frente, nos semáforos vieram os finalistas a vender rifas e a mulher comprou uma. Depois fomos ao supermercado, pois ela tinha de fazer compras para fazer o jantar. Ao sair do supermercado, estava um homem a tocar viola, esta agarra em mim e atira-me suavemente para a copa do chapéu do homem que tocava viola. Ao final do dia, o homem lá me juntou com as outras moedas que ganhara durante o dia e foi-se embora.

Tiago Artilheiro, 9ºD


Lição de vida “Caí na copa de um chapéu de um homem que passava...” Quando o homem me viu, olhou em redor e como não viu ninguém colocou-me rapidamente no seu bolso direito. Fiquei um pouco apreensiva, pois eu não conhecia o homem e não sabia o que ia fazer comigo... Já desde que me fizeram que eu tenciono servir de troca para alguém comprar uma coisa valiosa, mas como sou simplesmente uma nota de cinco euros, não posso comprar nada de muito valor sem a ajuda de outras notas, que por sorte, são mais valiosas que eu. Quando o homem chegou a casa, colocou-me numa carteira juntamente com uma nota de vinte e outra de cinquenta. Todas as noites, eu sonhava com o dia em que eu ia ser utilizada para comprar algo valioso e como ia deixar o meu suposto “dono” muito feliz com essa compra. Mas houve um dia em que o homem ia a andar pela rua e de repente parou, tirou-me da carteira e deu-me a um semabrigo que estava a pedir esmola. Nesse momento fiquei muito desiludida pois ao pertencer agora a um sem-abrigo, muito provavelmente não iria ser usada para comprar um relógio de ouro ou algo parecido. O semabrigo, muito agradecido ao homem, correu para um café e trocou-me por um lanche. Foi naquele momento que me apercebi que o uso que o semabrigo me deu, era muito mais importante do que qualquer compra que podia ser feita no mundo.

Gonçalo Fernandes,9ºC


Ao som da maré

“Caí na copa do chapéu de um homem que passava e” rápido saí do meu lar. Mas como é que uma pequena concha vai parar a um chapéu? Bem, eu estava a apreciar a paisagem, e as crianças a divertirem se no mar quando aparece uma pequena “exploradora” a escolher bonitas conchas e pedras para guardar, e eu fui uma das escolhidas. Estava ela a sair da água quando surge uma bola no ar e a atinge, atirando-me para cima do chapéu de um homem que passava. Quando este se apercebe atira-me para a quente areia da praia onde fiquei durante algumas horas. Ao fim da tarde, quando já quase ninguém estava ali, vejo um homem a passear na praia e a recolher conchas, pedras, estrelas do mar, etc. Ele olha para mim, com uma cara pensativa, e lá me leva também no seu pequeno balde. Chegando a casa espalha as suas descobertas em cima da mesa, e pesquisa-nos uma a uma nos seus livros. Chegada a minha vez ele fica com um ar surpreso e descobre que eu era uma raridade com grande valor. Rápido organiza uma exposição e nos coloca lá a todas. Passado um bocado aparece um vendedor e pergunta o meu preço. Apesar de ter saudades do meu paraíso, até tenho curiosidade em saber em que marés vou acabar.

Luísa Quintela,9ºB


Ai! A minha sorte

“Cai na copa de um chapéu de um homem que passava”. Lá estava eu na loja de animais do Federico, a sonhar como seria se fosse comprado, não pensava no pior que podia acontecer mas sim no melhor. Até que um dia entra uma pessoa na loja que escolheu o meu irmão Zé para companhia. Fiquei triste por não ser eu o eleito. No entanto continuei a acreditar. Certo dia, entra na loja uma senhora, bem vestida e elegante, com ela trazia um adorado e lindo menino que devia ter uns cinco anos. Essa senhora comprou-me e com ela levou uma gaiola nova. Nos primeiros dias senti-me no paraíso mas depois veio o pior. O rapaz tentou comer-me mas eu escapava sempre. Até que um dia decidi escapar e voar para sobreviver. Consegui fugir, mas não por muito tempo por cinco longos e demorados minutos, mas cansei-me de bater as asas e fui caminhar. Foi difícil encontrar mantimento mas, lá me desenrasquei e reencontrei o meu irmão Zé. Certo dia, uma pessoa foi atrás de nós. Com sorte, escapei desse homem mas o meu irmão morreu eletrocutado. No dia seguinte voltei a ter fome e voltei à procura de comida, mas não vi o fio da electricidade e cai na copa de um chapéu de um homem que passava…

Francisco Mata, 9ºC


Onde o azar nos leva “Caí na copa de um chapéu de um homem que passava e” ao ver-me, com desagrado, atirou-me, fazendo-me voar pela rua fora. Fiquei parada na berma do passeio até que alguém me apanhou. Para a minha surpresa guardou-me na carteira. Ofereceu-me a uma criança que me lambuzou de beijos. Quase morta por asfixia, decidi fugir daquele diabo de meio metro! Voltei à rua, onde fui perseguida por gatos, mas graças à minha astúcia e também àquele buraquinho onde me escondi despistei aqueles felinos. Mas a minha sorte não acaba aqui… O sino toca, era hora de ponta! Pessoas por todo o lado! Pés e mais pés prontos para me pisar! Tentei esconder-me de baixo de uma caixa dura com rodas mas esta começou a andar! Que tipo de magia seria aquela? Não sei… Só sei que precisava dela para fugir dali! Fugir daqueles sapatos todos não foi pera doce, mas começou a acalmar. Ficou calmo… Demasiado calmo para o meu gosto… Mas segui a minha jornada. Fui a um jardim à procura de algumas sementes para me alimentar. Tudo continuou calmo até que… um bando de pássaros começa a voar na minha direção! Fujo a toda a velocidade sem reparar numa ponte da qual caio. E caí numa gôndola onde estava uma menina simples e normal. Como ninguém consegue resistir aos meus encantos de chinchila, levou-me para sua casa em segurança.

Ana Morais,9ºC


Missão Abortada “Caí na copa do chapéu do homem que passava…”falta-me dizer donde caí e porque caí. Sou um simples objeto, sou de reduzidas dimensões, tenho nome e data e sou de uso regular. Eis como tudo começou. De manhã, num dia de sol radiante, estava eu a apanhar sol na montra de uma loja, quando passa um homem e fica admirado com a minha beleza. Fica ali a olhar para mim durante dez minutos e finalmente decide entrar na loja e, só já sinto a mulherzinha, a puxar por mim para tentar convencer o homem a comprar algo. Era um dia feliz para o homenzinho, pois, naquele dia ia assumir um compromisso que iria mudar o futuro dele. Chegou a hora, bem aperaltado, com uma jovem mulher ao seu lado de lindo vestido branco e umas cinquenta pessoas a assistir e eu, que era o objeto mais importante. Tocam os sinos… o homem pega em mim e na mão da jovem que se encontrava ao lado dele e o padre pergunta: -Estais disposta a aceitar este jovem como seu marido? A mulher fica calada durante algum tempo e baixinho mas muito baixinho, a mulher respondeu que não sabia. O homem começa a chorar e furioso atira com a aliança e assim caí na copa do chapéu de um homem que passava e…

Joana-9ºC


Canto abafado “Caí na copa de um chapéu de um homem que passava e” de repente lá ia eu a caminho do autocarro que estava prestes a arrancar. Fiquei preocupada, não sabia o que fazer para poder sair dali sem ser esmagada pelas pessoas que seguiam com passo apressado para apanharem o autocarro. Resolvi manter-me equilibrada e esperar por um contexto mais calmo para poder regressar àquele jardim maravilhoso que tinha avistado da varanda do onde me encontrava. Dentro do autocarro, voltei a sentir a sensação de estar presa. Primeiro, foi o Dinis que resolveu levar-me para casa e colocar-me numa gaiola. Agora, era o homem do chapéu que me levava, talvez, para uma outra forma de prisão. O autocarro arrancou e para trás ficaram a varanda da casa do Dinis e aquele jardim maravilhoso. Tinha perdido a conta aos dias que estive sem cantar e tinha a certeza que não tinha motivos para o fazer agora. Alguns minutos depois, o autocarro parou. Saíram alguns passageiros, mas o homem do chapéu continuou sentado. Ao longe avistei uma mansão com um belo jardim. O autocarro parou em frente e o homem do chapéu levantou-se e saiu. Quando percebi que se dirigia para lá fiquei apreensiva. Talvez encontrasse aqui vontade de cantar, só tinha que saltar sem que o homem do chapéu notasse. Depois de atravessarmos o portão, saltei com toda a leveza possível e entrei no jardim. Quando experimentei cantar, reparei que o homem do chapéu esboçava um sorriso.

Vasco Baptista, 9ºD



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