11
BienalInternacional deArquitetura
SĂŁoPaulo
De8 de agostoa 5 de setembrode 1993
_______ __ ·s~~-=>
--,__, F
,,"-• li
. Arquivo Hictórico Wanda Svevo Tombo: 104~4 Class: t ~lS ~\\\ b (of
FUNDAÇÃO BIENAL DE SÃO PAULO
DIRETORIA Edemar Pedro
EXECUTIVA - Presidente
Cid Ferreira
Paulo de Sena Madureira - Diretor
Jens Olesen Fábio
- Vice-Presidente
- Diretor
Penteado
Ivo Rosset - Diretor Ricardo
Secretário Rodolfo
de Estado da Cultura - Diretor
Konder
Secretário Nelson
Municipal
Francisco
PERPÉTUO
Matarazzo
CONSELHO
Sobrinho
DE HONRA
P. Landmann
Luiz Fernando
Rodrigues
Luiz Diederichsen Roberto
Muylaert
Periscinoto
Jorge Eduardo
Alves
Vil lares
Jorge Wilheim Alex
de Cultura
- Curador
Aguilar
PRESIDENTE
Oscar
- Diretor
Ohtake
Stockler
( 1898/1977)
Conselho Membros
de Administração Vitalícios
Edgardo
Pires Ferreira
Eduardo
de Moraes
Eduardo
Kneese de Mel lo
Ernst Gunter Armando
Costa de Abreu
Benedito
José Soares de Mel lo Pati
Fernando
Sodré
Roberto
Botelho
de Almeida
Hélene
Salles
Matarazzo
Henrique
de Macedo
Jens Olesen
Justo Pinheiro
Jorge da Cunha
da Fonseca
P. Landmann
Oswaldo
Arthur
Oswaldo
Silva
Otto
(Vice-Presidente)
Lucio
Membros
Gomes
Manoel
Magaldi
de Almeida
Prado Sampaio
não Vitalícios
Alex
do Carmo
de Abreu
Maria
Rodrigues
Alves
Mário
Pimenta
Oswaldo
Periscinoto
Alves
Piva
Angelo
Andrea
Matarazzo
Pietro Maria
Aureo
Bonilha
Bratke
Carlos
Eduardo
Roberto Roberto
Caio de Alcântara Carlos
Bueno
Machado
Romeu
Bardi
Duailibi Mal uf Mindlin
Rubens José Mattos Moreira
Ferreira
Rubens
Ricupero
Celso Neves (Presidente)
Thomaz
Farkas
Diná
Wladimir
Murtinho
Wolfgang
Sauer
Lopes Coelho
Edemar
Gonçalves
do Lago
Pedro Franco Cunha
Pereira
Pedro Corrêa Vidigal
Bittencourt
Cid Ferreira
Sodré
Camargo
Correa
Augusto
Henrique
Sal les
Aronis
Álvaro
Antonio
de A. Carvalho
Maria
Mendel
Leirner
Seraphico
Ferraz Withaker
Miguel Adolpho
Lima
Machado
Luiz Antonio
Sábato Antonio
Netto
Júlio Landmann
Bratke
Pinto de Souza
Sebastião
Bracher
Jorge Wilheim
Hei ler
Roberto
Salles
Matarazzo
João de Scantimburgo Oscar
Moreira
G i I berto Chateaubriand
Luiz
Giannandrea
Lipkau
Fernão Carlos
César G iorgi Francisco
Dantas
Cunha
Lima
INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL DIREÇÃO
NACIONAL
Presidente: Ciro Pirondi Vice-Presidente: Marcos Carri I ho Secretária-Geral: Elisabete França Vice-Presidentes Regionais Nordeste: Campeio Costa, IAB / CE Norte: João Castro Filho, IAB / PA Sul: Ricardo José Machado Pereira, IAB / PR Centro-Oeste: Valter Cortez, IAB / MS Diretora Administrativa: Glória Maria Bayeux Diretor Financeiro: Roberto Loeb Diretor Cultural: Abrahão Sanovicz Secretário Executivo: Aleixo Furtado
DEPARTAMENTOS IAB -Acre Presidente:
Josélia
IAB - Pará Presidente: João de Castro Filho Correspondente Bienal: Pane Albuquerque
ESTADUAIS
da Silva Alves
IAB - Alagoas Presidente: Josimée Gomes de Lima Correspondente Bienal: Lúcia Borba da Costa IAB -Amapá Presidente: Rostan Martins IAB - Amazonas Presidente: Antônio Roberto Moita Machado Correspondente Bienal : Roger Abrahim IAB - Bahia Presidente: Armando Branco Correspondente Bienal: Pascoalino
Magnavita
IAB - Ceará Presidente: Romeu Duarte Júnior Correspondente Bienal: Antônio Carlos
C. Costa
IAB - Distriro Federal Presidente: Antônio Carlos Moraes de Castro Correspondente Bienal: Alberto Alves de Farias IAB - Espírito Santo Presidente: Rogério Pedrinha IAB - Goiás Presidente: Denise IAB - Maranhão Presidente: Cleon
Pádua
Albuquerque
Ferreira
Furtado
IAB - Mato Grosso Presidente: Ana de Cássia Moraes
Abdalla
IAB - Mato Grosso do Sul Presidente: Regina Maura Couto Colombo Correspondente Bienal: Valter Cortez /AB - Minas-Gerais Presidente: Maria Elisa Baptista Correspondente Bienal: João Grillo
IAB - Paraíba Presidente: Rossana
Honorato
IAB - Paraná Presidente: Lauri da Costa Correspondente Bienal: Ricardo
José M. Pereira
/AB - Pernambuco Presidente: Vânia Avelar de Albuquerque Correspondente Bienal: Marco Antônio Gilborsoi IAB - Piauí Presidente: José Ricardo
de Freitas
Dias
IAB - Rio Grande do Norte Presidente: Fernando José de Medeiros IAB - Rio Grande do Sul Presidente: Sônia Mascarei lo Correspondente Bienal: Douglas
Aguiar
IAB - Rio de Janeiro Presidente: Luiz Fernando Janot Correspondente Bienal: Antônio
Pedral
Costa
IAB - Rondônia Presidente: Sílvio Carvajal Feitosa Correspondente Bienal: Wagner de Oliveira /AB - Santa Catarina Presidente: Vera Lúcia Gonçalves da Silva Correspondente Bienal: Ale ides Pheiss IAB - São Paulo Presidente: Carlos Bratke Correspondentes Bienal: Pescchiai Saldanha
Liane
Lafer
/ João
IAB - Sergipe Presidente:
José Wellington
Costa
IAB - Tocantins Presidente: Pedro Lopes Júnior Correspondente Bienal: Edson Eloy de Souza
Ruy
li BIENAL INTERNACIONAL DE ARQUITETURA PRESIDENTE DE HONRA Oscar N iemeyer PRESIDENTE Fábio Penteado PATRONO Oswaldo Corrêa
Gonçalves
CONSELHO DIRETOR Abrahão Sanovicz Lúcio Gomes Machado Marcos Carri I ho Miguel Alves Pereira Rubens Cunha Lima Sarni Bussab Telésforo Cristóforo COMISSÃO EXECUTIVA Aline Sultani Carlos Verna Ciro Pirondi - Presidente Edson Elito Elisabete França Júlio Abe Wakahara Miguel Alves Pereira Pedro Cury Sophia da Silva Telles Pau lo Mendes
da Rocha
- Consultor
PROJETO DE ARQUITETURA Ciro Pirondi Pau lo Mendes da Rocha COMUNICAÇÃO McCann-Erickson
VISUAL
Hoje,
O futuro
depois
criativo
de muitos anos esquecida, será inaugurada em São Paulo a Bienal de Arquitetura. Arquitetos e Urbanistas de todo o mundo estarão presentes. Nela serão exibidas as mais variadas opções que o talento oferece e haverá encontros, conferências e debates. e imprevisível, os problemas da beleza e da técnica, o mundo injusto em que vivemos e no qual a arquitetura e o urbanismo se adaptam e se desmerecem, tudo isso será discutido neste encontro festivo, cordial e solidário. Oscar Presidente
li Bienal
Niemeyer de Honra
Internacional
da
de Arquitetura
A li Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo realiza-se em agosto de 1993 com vinte anos de distância desde aquela inaugural. É o primeiro evento da atual diretoria da Fundação Bienal de São Paulo e procuramos, neste teste inaugural, resgatar aquilo que de mais relevante aconteceu na arquitetura brasileira e mundial nas últimas duas décadas. Esta Bienal é, para a nova diretoria, o ponto de partida na concepção renovada que implementaremos na Fundação Bienal de São Paulo. Iremos transformá-la numa grande usina cultural da mais importante metrópole brasileira. Como uma referência cultural e artística do país, e não apenas no terreno das artes plásticas e da arquitetura, a Fundação será, a partir de agora, um pólo orgânico e vivo de eventos, debates e reflexões, de forma a favorecer toda a comunidade. A nova diretoria pretende também fazer da Fundação Bienal uma instituição cultural a atuar segundo os padrões internacionais contemporâneos, ou seja, convocar a iniciativa privada para atuar como parceira e patrocinadora de eventos culturais e artísticos de grandes dimensões. Vários projetos já estão adiantados, mas um deles merece destaque por sua íntima ligação com a Bienal de Arquitetura e por enfeixar toda a nova concepção que preside atualmente a Fundação. Em 12 de julho último nos reunimos, eu, Fábio Penteado, presidente da li Bienal Internacional de Arquitetura e Ciro Pirondi, presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil, com o pai do prédio da Fundação, Oscar Niemeyer. Como resultado deste encontro, Niemeyer desenhou um anexo e os elementos cruciais da reforma no prédio da Fundação que pretenderão revisar e atualizar uma das obras mais marcantes deste brasileiro, além de materializar a intenção globalizante da nova diretoria. Neste anexo daremos concretude à idéia da usina cultural, com a criação de novos espaços. A intervenção arquitetônica que se pretende realizar no Parque lbirapuera guarda relação íntima de Arquitetura," Arquitetura Meio Ambiente e com o tema desta li Bienal Internacional Desenvolvimento": procuramos registrar a profunda intervenção urbanística que caracteriza a arquitetura atual; buscamos fugir do particular, da arquitetura residencial, para buscar o coletivo, o global, o urbano, que é o grande tema dos últimos anos. Nesta Bienal, arquitetura e público terão contato com as principais intervenções urbanísticas realizadas nas grandes cidades do Brasil e do mundo, permitindo uma reflexão sobre a vida nos grandes centros urbanos e quais os caminhos a perseguir para responder a um dos maiores desafios do fim do século: a conciliação entre urbanização e qualidade de vida.
Edemar Presidente
Cid Ferreira
da Fundação
Bienal
de São Paulo
Com a cara do IAB, o Instituto de Arquitetos do Brasil e a coragem da Fundação Bienal de São Paulo, estão abertas as portas desta li Bienal Internacional de Arquitetura. Entrando no Pavilhão da Bienal há de se notar, primeiro, a singela beleza das grandes linhas brancas, dos painéis que se harmonizam com os espaços generosos projetados por Oscar Niemeyer, e sobre os quais se encontram montadas as arquiteturas, para a grande exposição. São trabalhos de mais de 500 arquitetos e estudantes, representando quase tudo o que se fez, no Brasil, nos últimos 20 anos, lado a lado com uma boa parcela do que de mais significativo se está fazendo em outras regiões do mundo, na arquitetura e no urbanismo. Para os arquitetos, mas principalmente para os nossos estudantes de arquitetura, se oferece a melhor oportunidade para o encontro e a troca de informações renovadoras, momentos fundamentais, para uma reflexão consciente sobre os caminhos e o futuro da arquitetura brasileira, neste final de século.
Fábio Penteado Presidente da li Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo
..
A li Bienal Internacional de Arquitetura em São Paulo é um evento dos arquitetos brasileiros. O estabelecimento de uma periodicidade para sua realização, através do convênio firmado entre o IAB e a Fundação Bienal, assegurará, por certo, o retorno da produção brasileira ao cenário internacional. Este encontro solidário é, sem dúvida, um momento de reflexão sobre os caminhos perseguidos nestes últimos anos pela arquitetura brasileira.
Ciro Pirondi Presidente
Nacional
do IAB
Sobre a montagem
da Bienal
O desenho de uma exposição contemporânea é mais que um desafio. Enquanto fomos modernos o presente era uma promessa de transformação. Seu impulso confundia-se com a nossa vontade e ganhava um frescor que se nomeava então o novo. O contemporâneo sempre foi moderno. Hoje, o contorno do presente se dissolve no esforço de mantermos o que se perde sem cessar. Se somos contemporâneos é porque ainda retemos o resíduo da imaginação moderna como uma disposição de mudança. Sem esse substrato comum, não podemos dizer que algo é contemporâneo de algo, mesmo os antagonismos e as diferenças ou o que se chama pós-modernamente de tendências. A Bienal de Arquitetura expõe cerca de 400 arquitetos no setor da "Produção Contemporânea". O que se verá é uma enorme diversidade de campos de atuação e formas múltiplas de intervenção. Difícil dizer que são tendências. Em cada uma das atitudes e atividades da arquitetura se circunscrevem, hoje, tempos particulares de existência e modos de vida impermeáveis uns aos outros. Mais do que um fenômeno da arquitetura, é a frágil sociabilidade deste fim de século. Impossível classificar ou convergir em linhas de fuga. Melhor deixá-las soltas. O que é novo é a disposição, ainda, de armar um ponto de vista sobre a diversidade, uma geometria da paisagem. A montagem da "Produção Contemporânea" é a geografia. Talvez essa seja uma contribuição muito brasileira. Entre os anos trinta e setenta, o processo de modernização do país esteve articulado fundamentalmente ao projeto moderno da arquitetura. Os planejamentos de cidades têm longa tradição na ocupação do território. Construímos a partir do horizonte, olhando para um mar interior, na expressão de um poeta chileno. Nos últimos trinta anos, setenta por cento da população se tornou urbana. Olhamos agora o território a partir das cidades: o atraso e o desenvolvimento são completamente modernos. E contemporânea é a perplexidade frente ao potencial extraordinário da ciência e da tecnologia e a exclusão não menos extraordinária da pobreza. Na Bienal estamos colocando as cidades do mundo em um lugar, o recinto comum que acolhe as diferenças e as tornam parte de uma breve comunidade que chamamos de "Território e Cidade". Um pequeno 'habitat' para pensar.
Sophia da Silva Telles Comissão
Executiva
,
INDICE Produção
Contemporânea
25 Núcleo
"Território
e Cidade"
317 Escolas
347 Escolas Pioneiras
371 Referências
Históricas
377 Projetos
Executivos
382 Projetos
Institucionais
383
,..,,
PRODUÇAO
CONTEMPORANEA
ABCARIUS BURNS ARCHITECTS École
D'Architecture
Jean Marc
Abcarius
de Paris-Belleville
- 1988
Christopher Yale
Equipe
Mairis
~_1-~~·•--1 1
Jaira Ferreira
:
..• ..• ..'
•
•
•
..•- - i."' 1
•
•-.
1
1
•
r-
!
••
•
Rindone,
- 1988
do projeto:
Erat, Leo Faoro,
da Silva, Agneska
Stophano
Bums
University
Thomas
Preibizs, Ringhof
• •• •
-
Cidade Jardim de Falkenberg - Berlim Abcarius Ursula
Burns Architects Kurz,
Landscaping
Berlim Paris
Este projeto é uma proposta para uma cidade-jardim moderna numa área originalmente planejada pelo arquiteto e urbanista alemão Bruno Taut. Só um fragmento da sua proposta foi realizado antes do começo da Primeira Guerra Mundial. O que foi construído durante os últimos 70 anos e as exigências atuais de densidade habitacional tornam impossível a implementação de uma reinterpretação dos princípios urbanísticos de Taut. O Nível Urbano: o sistema de apartamentos se baseia numa série de variações de um mesmo tema: o desenvolvimento de tipologias com orientação norte-sul e leste-oeste. As demais variações do sistema se apresentam onde ocorrem acidentes topográficos ou particularidades da paisagem. O resultado é a divisão da área em bairros heterogêneos com estruturas de construção diferentes. O Nível da Paisagem: 1inhas da paisagem ao redor são prolongadas e dão estrutura aos jardins fazendo ligações entre bairros individuais. O sistema de árvores pode ser visto como um sistema coletivo: uma massa verde flutua por cima dos espaços tanto privados como públicos. Por cima, um guarda-chuva coletivo; por baixo, a individualidade de cada árvore específica. Com a mudança das estações e das cores e flores das várias espécies, desenhos e I i n has surgem da floresta coletiva. Estratégia de Desenho: Linhas que dividem são ao mesmo tempo linhas que conectam. O terreno se divide em duas áreas, uma curva no leste e um paralelogramo no oeste. A extensão do "Tusckastensiedlung" de Bruno Taut flui no meio como um rio, alongando a curva histórica por volta do Falkenberg. No cruzamento do rio com o eixo de pedestres leste-oeste, o centro da cidade está estabelecido como uma praça pública com mercado (Markplatz), habitação coletiva (Genossenschaaftshauser), e lojas (Gewerbe). Uma divisão secundária é criada pela zona verde que corta o paralelogramo, dando ao centro social (Gemeinschaftshaus) uma vista do falkenberg, e um eixo transversal aos espaços verdes existentes. As ligações de pedestres entre as estações do S-Balm criam novas modificações à paisagem e aos sistemas urbanos.
26
ABRAHÃO SANOVICZ Fac. de Arqu.
e Urb. - FAU
Universidade
de São Paulo
USP - 1958
Terminal
para turismo
de massa - Bertioga/SP
Colocado em plena areia, o edífício configura-se em um grande avarandado - uma forma acolhedora para recepcionar os usuários, que assim visualizam o mar desde a chegada. Sua planta desenvolve-se em um duplo L; constitui-se em uma cobertura articulada por domas longitudinais que unem as calhas entre as duas estruturas em L. Dois volumes de vestiários, cobertos por lajes, extravasam a cobertura, demonstrando sua independência estrutural. Outros dois volumes compactos abrigam respectivamente a administração e a lanchonete. Embora fechados por lajes, esses volumes inserem-se sob a cobertura, de cuja estrutura guardam distância, deixando-a desenvolver-se livremente. Um quinto volume, totalmente independente, coloca-se externamente e configura um pequeno anexo para a zeladoria, correspondendo à sua autonomia funcional. A estrutura do edifício apoia-se na associação entre o sistema tradicional (tesoura/telha) e o de prémoldados. Os pilares, locados com vãos de aproximadamente 14m, são travados unicamente por vigas longitudinais, das quais a central se transforma em duas calhas separadas, apoiando simultaneamente os domas e as águas das estruturas em L. No sentido transversal, o travamento se dá através de tesouras de madeira. Essa composição das duas estruturas permite a leitura independente de cada sistema.
27
AFONSO RISI JR Fac. de Arqu. Mackenzie
e Urb.
- FAU
- SP - 1972
EDSON JORGE ELITO Fac. de Arqu. Mackenzie
e Urb.
- FAU
- SP - 1971
JOSÉ MÁRIO NOGUEIRA JR. Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1972
LEO TOMCHINSKY Fac. de Arqu. Mackenzie
Residência
dos Padres Clarentinos
e Urb.
- FAU
- SP - 1971
- Batatais - SP
A Residência dos Padres Clarentinos, em Batatais, foi projetada pelos arquitetos Affonso Risi Júnior e José Mario Nogueira de Carvalho Júnior em 1981/82 e concluída em 1983. A residência tem o programa de um pequeno convento, anexo a um edífício escolar. Todas as paredes e coberturas foram executadas em alvenaria estrutural de tijolos de barro, empregados em diversas maneiras, algumas hoje quase esquecidas, como a de fazer lajes planas de cobertura, cúpulas ou abóbodas parabólicas. Foi importante a colaboração dos pedreiros na retomada de velhas técnicas e sua transformação ou adequação às condições locais. Experiências no canteiro definiram a argamassa empregada, a amarração de tijolos e permitiram, inclusive, a construção das abóbodas dos quartos sem formas ou cimbramento. Houve ainda a preocupação de retomar, de forma variada, elementos formais associados tradicionalmente ao programa conventual. Assim, o claustro com arcos, a torre campanária, a sala capitular ou a fonte no claustro foram evocados através das parábolas dos quartos sobre a galeria, pela torre de água, pelo refeitório coberto por quatro abóbodas em "catavento" (com pilar central em granito bruto) ou pelo espelho d'água junto à capela. A obra recebeu o Prêmio Rino Levi na Premiação IAB-SP em 1983.
28
AFLALO & GASPERINI Plinio Croce Fac. de Arqu. Mackenzie Roberto
e Urb.
- FAU
- SP - 1946 Aflalo
Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Mackenzie
- SP - 1950
Gian Cario
Gasperini
Fac. de Arqu.
- Universidade
do Brasil
RJ - 1 949
Com a somatória da experiência destes profissionais, Aflalo & Gasperini Arquitetos elaborou nestes trinta anos de atividades, projetos diversos no campo da Arquitetura e do Planejamento Regional e Urbano, atuando em toda extensão do território brasileiro, com destaque para o Estado de São Paulo, conta ainda com inúmeros prêmios, embora tenha participado de projetos no exterior. Aflalo & Gasperini concursos e inúmeras obras publicadas em revistas como: L' Architecture d' Aujourd'Hui, Progressive Architecture, Process Architecture, Domus, Revista Projeto, Publicação da Trienal de Belgrado.
29
ALBERTO BOTTI Mackenzie
- SP - 1954
MARC RUBIN Mackenzie
- SP - 1955
Os arquitetos, ao longo da existência do escritório, foram responsáveis por um grande número de projetos, tanto na área de urbanização como na de edificação. Projetaram conjuntos habitacionais; shoppings centers e hotéis; edifícios comerciais e habitacionais, entre os quais a sede Nestlé (1964), Centro Cultural e Desportivo do Sesc, na Billings (1971) e em Santos, 1980, Edifício River Park, em São Paulo (1986) e atualmente o centro empresarial do aço e o centro empresarial Nações Unidas, em São Paulo. Elaboraram, entre outros, os planos urbanísticos das regiões sul e leste do município de São Paulo. As primeiras obras, davam ênfase forte na expressão dos sistemas construtivos aparentes. Com o tempo, o pensamento evoluiu e atualmente sem cair no arbitrário ou no exoterismo deconstrutivista, a verdade construtiva se acomoda de mais fantasia. De fato, as formas dos últimos projetos de Botti e Rubin utilizam ao máximo os recursos que os novos materiais proporcionam, evitando o ornamentalismo desvinculado de qualquer conteúdo do que se convencionou chamar de pós-modernismo. De fato, as formas dos últimos projetos de Botti e Rubin utilizam ao máximo os recursos que os novos materiais proporcionam, evitando, no entanto, o ornamental ismo desvinculado de qualquer conteúdo do que se convencionou chamar de pós-modernismo. A equipe formada obedece a esta filosofia de trabalho, e incorpora toda uma nova tecnologia com computadores e atualização permanente de conhecimento que possibilitam uma posição de vanguarda frente às tecnologias construtivas que constituem a dinâmica da concepção arquitetônica em evolução. Esta equipe, além dos titulares, é formada atualmente pelos arquitetos Agostino Landsmann, Eduardo P. Suarez, Antonio R. Noronha e Miriam Butenas; e mais: Sonia M. Oliveira, Vania Zanocco, Erica N. de Camargo, Simoni V. Saidon, Fernando S. Silva, João B. Grande, Gerson Bilezikjian e Prudence Winardi.
30
ALCICES BARBOSA Fac. de Arqu. Pontifícia
e Urb.
- FAU
Universidade
PUC - Campinas
Católica
- SP
ESTHER CERVINI Fac. de Arqu. Pontifícia
e Urb. - FAU
Universidade
PUC - Campinas
Católica
- SP
PATRÍCIA MARTINS Fac. de Arqu. Pontifícia
e Urb.
Universidade
PUC - Campinas
- FAU Católica
- SP
Desde 1990 encontramo-nos periodicamente para desenvolver discussões e projetos que nos são especialmente interessantes. Não somos um escritório, quase um grupo de estudos e, em cada projeto outros arquitetos se incorporam. Foram co-autores dos projetos expostos, Shigueo Torigoi (Núcleo Urbano de Campinas), M. Cley (Faculdade de Medicina de Botucatu) e Priscila C. Ferie Endo (Paisagismo de Palmas). heurístico, que parte das O Núcleo Urbano de Campinas, de 1990, é uma proposta de planejamento possibilidades de um desenho urbano baseado em princípios dos fractais. Cidades dentro de cidades, descentralizadas e dessetorizadas onde privilegiou-se espaços coletivos condominiais em várias escalas, em detrimento da dualidade público-privado. Na Faculdade de Medicina de Botucatu, de 1991, os edifícios, em sua indeterminação, acompanham a evolução das necessidades dos usuários e da tecnologia da construção. Não se busca um desenho, mas uma forma que atrai outras construções dispersas para sua estrutura, internaliza espaços abertos e contamina tipologias, criando ambigüidades. Para o eixo viário de Palmas do Tocantins, de 1992, propomos um eixo parque-praça, onde a perspectiva renascentista é substituída por uma multiplicidade de focos e pontos de vista, travellings, É produzida uma hipersimulação da experiência urbana, ilusão de vida e movimento. Parque subjetivas. que se constrói com a presença do sujeito, espaço-evento. Nosso trabalho tem tido caráter exploratório, posição crítico-criativa subterrânea (H. Oiticica). Projeainda em formação. tos-sonda à procura de algo específico
31
ALCILIA AFONSO DE ALBUQUERQUE MELO Universidade
Edifício Junta Comercial
Federal
de Pernambuco
- UFPE - 1983
do Estado do Piauí
Projetar o edifício foi unir razão à emoção, funcionalidade à estética. Uma repartição pública necessita de espaços livres, que possam ser mutáveis: a compartimentação feita com divisórias. A estrutura modulada, básica, limpa. Apenas escadas e baterias sanitárias como áreas pré-fixadas. A solução foi buscar num retângulo modulado a resposta para o problema. Em cima desta "coisa funcional", brincar um pouco com o volume ... uma casca envolvendo um cubo. Uma casca de I i n has angulosas, formando figuras geométricas, gráficas, uti I izando cores, e buscando deixar uma marca na paisagem urbana de Teresina.
32
ALCINO IZZO JÚNIOR Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo
- USP
Parque de Lavras - Salto - SP Com aproximadamente 140.000 m2, o parque se desenvolveu ao redor da antiga Usina das Lavras, como núcleo externo do Museu da Cidade de Salto, em implantação, na época. Constituiu-se da recuperação da área e dos edifícios históricos existentes, construídos em granito típico da região, e suas obras complementares, entre elas o extenso canal de captação de água, por vezes cavado na rocha viva. No conjunto restaurado foram instaladas exposições sobre o funcionamento da Usina e sua inserção na história da energia elétrica do Estado de São Paulo. O tratamento da área do parque buscou preservar e valorizar as características naturais da paisagem local, revitalizar essa área duramente degradada por décadas de descaso e queimadas e ao mesmo tempo possibilitar sua utilização como lazer, turismo e educação ambiental. Os parcos recursos disponíveis para essa realização levaram a um trabalho de características peculiares, a uma arquitetura possível, onde procurou-se otimizar todas as condições existentes e disponíveis pela Prefeitura Municipal em conjunto com uma visão de projeto que privilegia as definições espaciais na própria área de intervenção, no diálogo direto com a paisagem da qual farão parte. Ao arquiteto coube traçar as diretrizes gerais de ocupação e coordenar um processo coletivo de intervenção no território, controlando as contribuições de uma equipe bastante heterogênea. Uma vez definido o programa, o projeto foi desenvolvido praticamente "in loco", em escala: 1 :1. Suas trilhas e equipamentos foram desenhados nos locais onde se ergueriam, com croquis e informações verbais que se completaram com a contribuição dos responsáveis por sua execução. Buscou-se uma arquitetura de espaços abertos e materiais locais, que se integrasse na paisagem com a forte presença do rio Tietê, em trecho bastante encachoeirado.
33
ALCINO PEIXOTO CASTRO SOUTINHO Curso
de Arquitectura
Escola Superior Belas-Artes
de
- 1957
Porto - Portugal
"Alcino Soutinho é um arquitecto de excepção. Incluído pela crítica nacional e internacional na chamada Escola do Porto, ele é geralmente referenciado mais como um elemento dissonante, mas que confirma a regra, do que como elemento clarificador." Eduardo Souto Moura - Janeiro de 1988 " ... A arquitectura de Alcino Soutinho participa deste sentido de glória. Sóbria e discreta como na recuperação exemplar da Pousada de Vila Nova de Cerveira - ou subtilmente dando-nos a entender a conjugação possível e acertada entre a tradição e a modernidade (como no Museu de Amarante), ela as formas nítidas de dar encontra, nas suas intervenções mais explícitas, como é a Câmara de Matosinhos, um rosto ao tempo, na medida justamente em que o projecta na senda da História ... No caso da Camara de Matosinhos, Alcino Soutinho atingiu aquilo que suponho ser um ponto alto na carreira de quaisquer arquitecto: a capacidade de projectar uma imagem, um desenho no espaço, um rosto nítido de alguma coisa que só depois de existir constatamos que nos tinha antes, feito falta . ... A arquitectura de Alcino Soutinho ganha a sua dimensão metafísica justamente pelo facto de se organizar na plena consciência de que, toda a verdadeira arquitectura é, ou começa por ser, um puro desenho no espaço." Bernardo Pinto de Almeida - Abril de 1989
34
ALCIR CARLOS CALUX Universidade UMC
de Mogi
das Cruzes
- 1984
Quatro
Moradias
para Veraneio
como tem se apresentado unifamiliares, a moradias e obras direcionada de projetos A execução na cidade de São Paulo. instalados atuantes, e escritórios de arquitetos parcela pequena da produção e nos permite quase sempre, aplicar com ampla liberdade esta área de atuação tão singular, Entretanto, o com além de tudo, diretamente integrando-nos, de nossos estudos e pesquisas, prazer o produto obra. da execução na presença sempre a exigir com rigor nossa canteiro, (meados de em épocas próximas foram projetadas As quatro moradias que escolhi para esta exposição em meados de 93. Apesar de versarem sobre tema 91 ao início de 92), tendo suas obras sido concluídas entre si e a distintos a programas atendem e/ou fim de semana), os projetos (casa de veraneio comum "desecujo obras em resultando e geo-climática), (cultural pela ordem regional demandas estabelecidas e com simplicidade de integrar-se a intenção expressam utilizados aos materiais nho" em comunhão as valoriza. à belíssima paisagem local, que elegantemente despretensão
35
ALEIXO ANDERSON FURTADO
36
ALEXANDRE COUTINHO RIZZO MANSO FAUSS - 1989
A "Casa de Espetáculos" é um projeto que reflete a carência de áreas destinadas a shows no Rio de Janeiro, especialmente na zona oeste da cidade, onde se situa o projeto. Afastado cerca de 50 km do Rio, o local foi escolhido por ser de fácil acesso a uma grande área sem opções de lazer do seu tipo. A Casa de Espetáculos em si é um espaço para múltiplas utilizações. Possui um teatro mecanizado com 700 lugares que pode ser utilizado também como cinema. Possui ainda um grande salão com um palco para shows e uma pista de dança. Este salão pode ser utilizado para bailes, festas particulares e ainda abrigar exposições periódicas de arte. Tudo isso com o suporte de uma cozinha industrial localizada no subsolo de forma a atender qualquer tipo de público. Externamente a edificação se caracteriza por uma mistura de formas, cores, materiais e estilos, tentando representar o atual e indefinido momento da arquitetura nacional sem esquecer os "vãos livres" de Le Corbusier. Plasticamente, o conjunto utiliza desde a treliça metálica pintada ao tijolo maciço aparente, entremeados com vidros, pastilhas cerâmicas amarelas e uma despojada escultura de um grande tecido vermelho que cai sobre o edifício, fazendo uma analogia com o pano do palco do teatro. Desta forma, tem-se uma edificação no mínimo eclética mas que se torna agradável a partir do momento em que serve ao seu propósito.
37
ALEXANDRE DELIJAICOV
o ,.,
A
T
t
r--i --------iLJi..,--2
'
:íl; •
."
'2. -
1 -
• ::
o
e "
,.
..,. ....
38
(
..... "
.. (>
l
1
.l
,.. \
e. • "
\
'
,..
""
,-J \
'l.
5
ALEXANDRE FEU ROSA Fac. de Arqu.
e Urb. - FAU
Universidade
Federal
Rio de Janeiro
do
- UFRJ - 1982
Centro de Desenvolvimento
de Sistemas de Vitória
S/ A - 1991
O programa do edifício visa abrigar a filial da Xerox no Espírito Santo, o Centro de Desenvolvimento de Sistemas de Vitória - CDSV, e um Centro Cultural que atenderá a encontros e seminários internos e ainda a comunidade local. O edifício é uma lâmina com duas fachadas. A principal, de vidro, a iluminar os ambientes principais de trabalho, vitrine da invenção e da modernidade, do futuro e da inovação, marcas da empresa. A secundária, hermética, esconde os lugares de apoio e serviços. A frontal, reflete o centro cultural, forma livre e sinuosa, navegando sobre o espelho d'água. A posterior, opaca, se interrompe para a curva transparente que abriga a rampa, se movimentando permanentemente com o vai e vem das pessoas que sobem e descem. Acercando-se do prédio, em uma praça demarcada pelo centro cultural e um renque de árvores, a fachada, de vidro é cenário e personagem principal, a se aproximar por uma passarela sobre as águas, uma passarela que prolongando-se ao infinito, propicia a separação e a união de duas atividades, diferenciadas, mas juntas sobre o mesmo teto e a mesma imagem, separadas pelo hall comum, espera e mantém direcionamento dos clientes e dos funcionários. A rampa luminosa no final do hall clarifica o entendimento dos dois usos, à direita a filial e à esquerda a CDSV. Junto ao fim da rua, no retorno, um acesso secundário permite o acesso de veículos de carga ao almoxarifado e à oficina. onde pequenos jardins Na CDSV, os pavimentos se interrompem junto à fachada estreita e ensolarada, e terraços visitáveis valorizam os salões da tecnologia do laboratório e dos programadores. O prédio é claro. Alvo. Brilhante.
39
ALEXANDRE S. LOUREIRO Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP - 1987
A construção como fator de aprimoramento das reflexões de projeto. Primeiros projetos desenvolvidos até administração da obra. Inferências na produção do espaço. Entre 1990/1992 constitui com Givaldo L. Medeiros, E. A. Escritório de Arquitetura SCL, sendo a parceria, "produção referida à idéia de significação e de presente, mas reconhecendo conteúdos retrospectivos e prospectivos, ao assinalar a importância de memória e tecnologia (linguagem), portanto cultura e conhecimento, desejo e escolha, procurando um caminho que não exclui descoberta e iritenção 11 •
40
ALEXANDRE SALAZAR MAÇÃES Fac. de Arqu. e Urb. - FAU Universidade Federal de Pernambuco
ALFREDO LINDER JR.
Americana
Granitor
Esc. de Arqu.
-Faculdade
Universidade
Federal
de Engenharia
do Paraná
- UFPR
do Brasil Ltda.
A obra surge de um conceito desconhecido de produção industrial objetivando um planejamento ideal que viabilize sistemas e instalações de tecnologia avançada na nossa realidade econômica e sóciocultural. () beneficiamento de granito reuniu o cliente e o arquiteto em busca de soluções esteticamente inovadoras e tecnicamente perfeitas, utilizando sistemas construtivos racionalizados que possibilitassem futuras ampliações e que fossem flexíveis, pois nada estava definido no programa de máquinas e equipamentos quando do início do projeto. () sítio, cerca de 200.000 m2, localiza-se no município de Benedito Novo, no Vale do ltajaí, Estado de Santa Catarina. A obra hoje tem cerca de 15.000 m2 de área construída, podendo chegar a 40.000 m2 quando a planta estiver concluída. Dois platôs com desnível de 24 m, são interligados por uma via de circulação interna de veículos e por uma grande escadaria com patamares alternados, formando mirantes que, juntamente a uma cortina de concreto com curvas sinuosas e a estação de tratamento e reaproveitamento de efluentes, em forma semicircular de concreto, criam um conjunto escultural orgânico e harmonioso, em meio às formas ortogonais dos pavilhões de produção.
42
ÁLVARO JOSÉ FERNANDES DARIZA Fac. de Arqu. e Urb. - FAU Braz Cubas - Mogi das Cruzes SP-1974
Professor da cadeira de projeto e orientador de T.G.I. (trabalho de graduação interdiciplinar) desde 1975. Participou da Bienal (1971) pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Braz Cubas. Professor da UNITAU (Universidade de Taubaté) no curso de arquitetura (1980 a 1987). Atua como profissional autônomo, colabora na coordenação do curso de arquitetura (UBC) e é coordenador da sequência de projeto final (T.C.I.). Projeto: Bloco Administrativo. O projeto, que está localizado em área do Campus da Universidade Braz Cubas, em Mogi das Cruzes, SP, foi elaborado no ano de 1988, destinando-se a atender os espaços de reitoria e administração.
43
ÁLVARO HARDY (VEVECO) Esc. de Arqu.
UnivPrsidade
Federal
de Minas UFMC
Gerais - 1970
MARIZA MACHADO COELHO Esc. de Arqu.
Universidade
Federal
de Minas UFMC
Cer.lis - 1975
Mix Shopping Sion Trat.1-sp dP um centro comercial de bairro que tem como objetivo atender o comércio lojista e as à comunidade local, ligados ao consumo e atendimento atividades prPstadoras de serviços essenciais imediato. De pequeno porte, este tipo de centro-comercial visa atingir a unidade de vizinhança situada num raio de 500m de distância do empreendimento. Situado numa esquina do bairro do Carmo, em Belo Horizonte, o edifício abriga 46 lojas, com área interna média de 20 m2, além de sanitários públicos, escritório de administração, portaria e serviços gerais. Construído em dois níveis - cada um com 5,50m de altura, teve a circulação vertical entre os dois pisos resolvida por meio de uma confortável escada metálica e de um elevador transparente. Considerando que nesta categoria de shopping não é obrigatório o uso do automóvel para que o consumidor se desloque até o local das compras e serviços, tornou-se desnecessário reservar área de estacionamento. No sistema estrutural foram adotadas peças pré-moldadas de concreto e como revestimento das fachadas foram empregadas, sobre a alvenaria de vedação dos vãos, placas de argamassa armada, fixadas com peças metálicas. Os dois pórticos metálicos aplicados nas fachadas servem não só para marcar fortemente as entradas das galerias pelas respectivas ruas e suportar a programação visual, mas, além disso, têm o propósito de promover a aplicação integrada de tecnologias diferenciadas (aço e pré-moldados de concreto) no projeto arquitetônico.
44
ÁLVARO SIZA Escola Superior
de Belas-Artes
- 1955
Porto - Portugal
Enérgicos traços de pena sobre o papel branco, os esquiços de Siza são testemunhos de íntimos, de epifânicos momentos em que a realidade se fez presente através da arquitectura, que se nos manifesta como se fosse o único instrumento capaz de captar e aprisionar a realidade. A essência de um lugar, a substância de um espaço, são descobertas através de acidentes - dando ao termo o sentido que lhe deram os escolásticos - que só a arquitectura é capaz de iluminar e representar. O instante quase religioso de transpôr o umbral de uma casa fica preso na singularidade da porta de entrada. A estreiteza exagerada de um espaço urbano torna-se ainda mais evidente quando fechada por paredes carregadas de conteúdo e vontade estética. A escada retorcida fala da impossível reconciliação entre dois níveis que, não obstante, estão condenados a estar sempre próximos. O perfil curvo afirma fortemente o prazer que supõe desenhar um contorno num plano. Tudo nos mostra a sua condição acidental. E, através dela, a arquitectura de Siza põe-nos em relação com a vida e em comunicação com o sentido que a realidade tem para ele. Os seus edifícios respondem a problemas imediatos e directos, tanto quando se erguem numa paisagem abrupta, como quando estabelecem diálogo com a complexidade da cidade antiga. Siza ama profundamente as cidades. Mas o seu respeito pela cidade tradicional nunca resulta em pura mímesis. Reconhece a presença do existente, dos tipos, mas transforma-os e distorce-os de acordo com as imposições do tempo e do lugar. Daí que seja capaz de aceitar as mais variadas circunstâncias, englobando-as sem conflito na singularidade das suas obras. A arquitectura aparece sem afirmar a sua presença violentamente: mantém a sua autonomia sem fazer alarde, sem se converter em imagem aparatosa que reclama protagonismo. Siza avisou-nos de que não havia linguagens pré-estabelecidas. Rafael Moneo
45
AMBIENTE ASSESSORIA
Fazemos parte de um conjunto de escritórios que atuam no mercado de trabalho intitulados de assessorias técnicas. Nossos clientes são associações de pessoas sem moradia, advindas de movimentos sociais de São Paulo. Nos constituímos juridicamente em setembro de 1992 com o nome "Ambiente - Trabalhos para o Meio Habitado" e como nome fantasia, mais usual "Ambiente Assessoria". Nosso quadro técnico é formado por arquitetos, engenheiros, economistas, projetistas e estagiários de arquitetura. Este tipo de organização profissional tem atuado no mercado de trabalho desde o início da década de 80, de forma marginal, como atuam os seus clientes dentro da sociedade. Hoje, após alguns anos de trabalhos dos movimentos populares apoiad?s tecnicamente pelas assessorias, por alguns políticos e setores da sociedade, foram implementados programas habitacionais em gestões governamentais democráticas e populares. É a partir disto, no final da década de 80 e início de 90, que as assessorias se multiplicam em função da demanda distanciando-se do papel marginal dentro do mercado de trabalho e numa crescente contribuição para a qualidade tanto dos projetos urbanísticos e arquitetônicos como posterior da ocupação dos conjuntos habitacionais. Nós desenvolvemos projetos urbanísticos e arquitetônicos de conjuntos habitacionais e equipamentos em pequena e grande escala. Estes são discutidos com os componentes das associações, os futuros mutirantes e moradores, cabendo a nós técnicos, desenvolvê-los e adequá-los às exigências dos órgãos públicos que financiam estes empreendimentos. Tendo em vista a grande carência de habitação social em São Paulo, a gestão municipal passada criou um programa para atendimento da demanda, chamado Funaps Comunitário, com excelentes resultados. A atual gestão estadual, através da Secretaria de Habitação e Cia. de Desenvolvimento Habitacional e Urbano - CDHU, criou um programa semelhante, também com excelentes resultados. Conhecendo isto, lamentamos que a atual gestão municipal não trate com a mesma seriedade.
46
ANDRÉ FRANCISCO CÂMARA SCHMITT Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade Rio Grande
Federal
- FAU do
do Sul
UFRGS - 1970
Projeto A - Complexo
Turístico
Costão do Santinho
Localizado na Costa Norte da Ilha de Santa Catarina, o Complexo Turístico Costão do Santinho é um empreendimento com um programa urbanístico, arquitetônico e ambiental que busca nos aspectos culturais e arquitetônicos locais a expressão de sua linguagem. A estrutura geradora do conjunto - constituído basicamente por um hotel de padrão internacional e um conjunto habitacional-hoteleiro - baseia-se na definição do sistema viário de pedestres, veículos e interrelacionamento de três centros de animação polarizadores: centro de lazer (na orla), centro ecológico (entre o morro e as dunas) e centro comercial esportivo (na planície). As Unidades Habitacionais hoteleiras estão organizadas em 14 vilas autônomas e individualizadas pela tipologia da edificação, mas integradas pela forma de ocupação espacial e utilização de serviços comuns. As vilas possuem em média 20 unidades habitacionais e estão agrupadas em módulos verticais geminados que adaptam-se à topografia do terreno de forma contínua e escalonada. O Hotel Internacional Costão do Santinho tem sua implantação prevista à beira-mar, junto ao promontório sul em níveis que estabelecem uma gradativa privacidade. O conceito de implantação encontra sua referência na forma de segurança e ocupação do sítio, do sistema de fortificações da Ilha de Santa Catarina: volumes articulados sobre basamentos de diversos níveis, cuja finalidade de pátios de concentração e manobras (nos fortes) é substituída por praças de encontro e convívio (no hotel).
47
ANDRÉ VAINER Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo USP - 1980
- FAU
GUILHERME PAOLIELLO Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP - 1979
Os dois arquitetos se conheceram na FAU-USP a partir de 1974, ano de ingresso na escola, formando equipes de trabalhos curriculares e iniciando alguns trabalhos profissionais em grupo com vários outros colegas (Anselmo Turazzi, Fernando Millan, Ucho Carvalho, Paulo Fecarota e outros). Durante o período de formação além da atuação com o grupo acima citado, estagiaram com arquitetos como Lina Bo Bardi, Marcos Acayaba, Joaquim Guedes, Arnaldo Paoliello, Fernando Chacel e outros, em diversas áreas. A partir da formatura (1980) este grupo se dispersa paulatinamente e os dois arquitetos começam a trabalhar em parceria, profissionalizando-se, mas mantendo estreitas colaborações com outros arquitetos. Durante estes anos (1980 a 1993) o escritório realizou diferentes tipos de trabalho procurando diversificar e atuar em todas as áreas pertinentes à profissão: edificações, reformas e recuperações, design, interiores, paisagismo, cenários e instalações sempre acompanhando ativamente a execução das obras. Os arquitetos sempre atuaram procurando enfatizar a pesquisa do uso dos materiais e de técnicas construtivas não convencionais, gerando uma diversidade de soluções e resultados muito variados.
48
ANGELA MARIA DE ABREU ROCHA E ROLDÃO Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
Federal
- FAU do Rio de Janeiro
UFRJ - 1976
A minha arquitetura, basicamente de casas e interiores, tenta seguir o conselho dos mestres. A intenção é uma obra suscinta, de formas, volumes e proporções. Procurando ser o mais simples, clara e agradável possível. Uma arquitetura que tenta ser expressiva e bonita mesmo sem objetos, mesmo sem mobiliário. Sem esquecer de ser prática, funcional e limpa. Condizente com o ano 2000 que se aproxima e com a nova ordem que (espero!) irá instalar-se no mundo. Espaços calorosos mas reflexivos onde a pessoa se sinta bem. Com muita luz! E sombras, muitas sombras ...
49
ANGELO BUCCI Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP - 1987
ALVARO PUNTONI Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP - 1987
ALVARO RAZUK Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1987
Essa associação foi uma alternativa para satisfazer o desejo de expressar uma pos1çao diante do quadro que configura a produção contemporânea da arquitetura. Um quadro marcado sobretudo pelo silêncio, pelas experiências isoladas, pelo distanciamento das questões primordiais da arquitetura. Os trabalhos que escolhemos para expor nesta Bienal de Arquitetura são resultados desta associação; selecionamos uma residência, uma pequena biblioteca no interior do estado de São Paulo e o Pavilhão Brasileiro para a EXPO 1 92 em Sevilha. As casas são de enorme importância, porque constituem o campo das experimentações, os pequenos projetos onde ensaiamos as nossas propostas. da Secretaria da Cultura, possuem caráter As bibliotecas desenvolvidas junto à Divisão de Bibliotecas quase que eminente propositivo. Sabíamos desde o início das dificuldades de ordem político-administrativas para construí-las. São desenhos possíveis que procuram encontrar espaços mais adequados para abrigar as atividades culturais que se pretendem estimular. O Pavilhão Brasileiro para a EXPO' 92 em Sevilha, projeto vencedor do concurso nacional, comparece porque embora não construído foi tema de intenso debate entre os arquitetos. O cancelamento da construção e o espaço medíocre que representou o Brasil na Feira, são eventos correlacionados. O projeto do governo na época era de destruição cultural, o projeto que venceu o concurso aponta a direção oposta. Os projetos que desenvolvemos nesse período buscam sempre a mesma orientação de firmar um entendimento da dimensão da arquitetura dentro da atual situação da cultura nacional. Os edifícios, suas formas e espaços, procuram abarcar as questões do nosso tempo, da nossa realidade. Daí a necessidade de não abandonar, ao contrário do que nos tem insistentemente proposto a tradição antidemocrática, as referências históricas e culturais que construíram o país. Fazemos disso um projeto, nossa contribuição.
50
ANGELO CECCO Fac. de Arqu. Mackenzie
e Urb.
- FAU
- SP - 1986
EDNA NAGLE Fac. de Arqu. Mackenzie
e Urb.
- FAU
- SP - 1986
Acreditamos que as soluções mais completas e abrangentes para cada projeto passam pela compreensão de seu contexto, pela proposição de formas e modelos e pelo estudo de técnicas adequadas à sua realidade. Assim, acreditamos que a definição de um partido deve acontecer a partir de aspectos técnicos e culturais, levando em consideração o sítio, o tema e a história. Perseguimos sempre as soluções de projeto com um desenho claro, definido com rigor e referências, sempre procurando novos modelos e experiências formais, evitando modismos ou respostas fáceis.
51
ANNE MARIE SUMMER Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP - 1978
Alexandre
Serrano
André
Aaltonen
Luciana
Flores Martins Vara Goulart
opacidade e situação
ANTONIO PAUL DE ALBUQUERQUE Curso de Arquitetura Escola Nacional Universidade
de Belas Artes do Brasil
- 1942
PAUL MARCUS DE ALBUQUERQUE Curso de Engenharia Universidade
Federal
Civil do Pará - 1979
O projeto destina-se a implantação de um Hotel de Lazer, dentro dos ditames da EMBRATUR para Hotéis de Lazer e dirigida a pessoas que queiram conviver com a natureza, pois o mesmo será construído dentro de uma fazenda já existente e esta encontra-se localizada na maior ilha fluvial do mundo, possuidora de campos naturais, em área isolada e tranquila, repleta de animais silvestres e nativos da região amazônica. A referida fazenda é denominada de Fazenda Santa Cruz da Tapera e encontra-se na direção de família tradicional paraense Acatauassú já há mais de oitenta anos. Por este motivo, e impulsionada por membros da família, a sua proprietária resolveu introduzir-se comercialmente no ramo hoteleiro.
53
AP CULTURAL - D'S Jomar Bragança de Matos Walfredo Novaes Esc. de Arqu. Federal
- Universidade de Minas
Gerais
UFMG
- 1990
O fazer arquitetura sempre foi matéria multidisciplinar. A dupla arquiteto/projeto é centro de uma grande atividade deste fazer - são técnicos, engenheiros, máquinas e, cada dia mais, a crítica, o olhar, as opiniões formatadas em edições. Fotos e livros, textos e livros, eterna lacuna brasileira na área de arquitetura é a função da AP/D's. Um arquiteto fotógrafo, outro artista gráfico, outro filósofo, um arquiteto desenhista e um poeta coordenados por uma desenhista industrial juntam-se a um pequeno grande sonho de ficar através do registro das coisas que ouvem, vêem e transferem. A AP/D's está nesta BIA fazendo parte da "produção contemporânea", ampliando a idéia do que seria a produção brasileira de arquitetura com a sua edição. A dupla arquiteto/projeto incorpora definitivamente aos seus parceiros a maneira de mostrar o que fazem, vêem e ouvem.
54
ARAMAR! PROJETOS ARQUITETÔNICOS Universidade
Federal
Fluminense
do Estado do Rio de Janeiro Niterói
- 1979
Como diversas lojas do grupo G. Barbosa, esta unidade parece destinada a exercer certo papel "civilizador"na sua área de atuação. Tem sido comum criar-se um novo dinamismo econômico e urbanístico em torno das lojas à medida que elas vão surgindo. A loja está localizada no bairro Ponto Novo, uma concentração das classes socio-econômicas C e B. Mas a sua área de influência extrapola-se para a zona sul da cidade, onde habita a fatia mais nobre dos consumidores sergipanos. Isso graças à abertura de novas avenidas, como a Augusto Franco, à margem da qual planta-se a nova loja de G. Barbosa. Por essa via que tem menos de três anos de construção, o bairro Luzia e o novo supermercado começam a ser invadidos por um público mais abastado e com padrões mais sofisticados de consumo. E a loja G. Barbosa foi feita exatamente com a destinação mercadológica de receber e atender bem e esse público especial. O projeto da loja entregue ao escritório de Arquitetura Aramari Bandeira Tude (tendo como co-autor Murilo Guerra), considerou bem esses objetivos de marketing, aproveitando da maneira funcional possível o espaço de 4.850m2 de área a sua disposição, sendo arrojado e sofisticado. Foram necessários onze meses para tudo ficar pronto. Hoje, a loja pode acomodar com segurança 1 20 automóveis em seu estacionamento, que tem 1 .650m2 de área no subsolo, além de uma parte ao ar livre. Este é sem dúvida um atrativo inestimável para o público alvo da loja. Na área de vendas de 1 .500m2, o público pode movimentar-se confortavelmente por amplos corredores, tendo a sua disposição cerca de 6.000 ítens dispostos de forma racional e visualmente agradável. O conforto ambiental é garantido ainda por uma cobertura termoacústica (formando um sanduíche de poliuretano) e iluminação adequada além de sinalização eficiente de todas as secções e serviços disponíveis. A loja possui 23 check-outs, existem ainda um depósito de 800m2, câmaras frigoríficas com 160m3 de estocagem e a padaria de 120m2.
55
ARCHI 5 - ARQUITETOS ASSOCIADOS Alder Catunda
Fac. de Arqu. Universidade
Timbo
e Urb.
Muniz
- FAU
do Rio de Janeiro UFRJ - 1983 Bruno Fernandes
Fac. de Arqu. Universidade
e Urb.
- FAU
do Rio de Janeiro UFRJ - 1983
Octavio
Fac. de Arqu. Universidade
Henrique
e Urb.
Reis
- FAU
do Rio de Janeiro UFRJ - 1983
Pedro da Luz Moreira
Fac. de Arqu. Universidade
e Urb.
- FAU
do Rio de Janeiro UFRJ - 1983
Roberto
de Almeida
Fac. de Arqu. Universidade
Nascimento
e Urb.
- FAU
do Rio de Janeiro UFRJ - 1983
O escritório Archi 5, cujos sócios vêm trabalhando em conjunto desde o início dos anos 80, realiza nesta exposição um esforço de reflexão sobre seus processos internos de criação. A exposição resgata os diversos momentos desse processo; do croqui à obra construída, dos textos teóricos à expressão gráfica, dos concursos à repercussão na crítica. Nela apresentamos os elementos necessários à visualização e a compreensão do amadurecimento de um trabalho coletivo, em busca de uma linguagem e de uma atitude de projeto que exprimam os valores do nosso tempo: - o papel dos concursos de arquitetura como instrumento de discussão interna e aprofundamento das questões teóricas e estéticas. - a manipulação dos elementos arquitetônicos, em busca de uma arquitetura preocupada com os desejos do homem. - a preocupação com o simbólico e o monumental no projeto do prédio público. - as propostas teóricas que informam a nossa criação, e a resposta da crítica ao que foi e ao que será nossa arquitetura. Croquis e desenhos que mostram os procedimentos de gestão de uma obra e de amadurecimento de uma linguagem coletiva.
56
ARCHITECT ARQUITETURA TECNOLOGIA E CONSTRUÇÃO LTDA Mário José de Miranda Universidade
- 1976
José Daniel
P. Campbell
Universidade
Federal
do Pará - UFPA
Silvia Macêdo Universidade
•.
Penna
D
D
on
°
0
(],--P~. -Q-:,:,-, ,~ 1-B ,!J. -13.,.,....,~ ~$ki}-9
O • :::i O
~'O.\~
- 1977
---::------~--_:::-
Bordallo
-
O O
'-"-'-----'--L->-.....-------" ~==
--·~--- -· ·- -- -·
Federal
do Pará - UFPA
Raimundo
_1JJJiiii.3~3~J;i;~~i-~~~~~il~~~~~ • \~~~6§E ·~-=-,.._,_,
Federal
do Pará - UFPA
- 1981
Oliveira
I
• -
-
de Souza
Administrador
Kao Yung Hoo Engenheiro
Naval
_ -----
....... ....-
Navio Hospitalar Este projeto visa aparelhar um navio com o objetivo de atender a população ribeirinha nas localidades do interior as quais não dispõem de serviço hospitalar para atendimentos tais como partos, cirurgias, serviço ambulatorial, etc ... O projeto foi desenvolvido em apoio ao projeto de engenharia naval desenvolvido pelo Estaleiro INAL - Industria Naval Amazônia Ltda. Para atender a solicitação de prefeituras do interior da Amazônia. Conceito - O navio deverá dispor de dimensões e equipamentos que permitam a sua navegação em rios de pequeno calado. Deverá ter a possibilidade de aportar mesmo em localidades com pequena infraestrutura portuária (pontes, trapiches, portos, etc ... ). Deverá ser dotado de modernas instalações hospitalares as quais, guardadas as devidas proporções, atenderá a população em suas emergências com eficiência, higiene e modernidade. Foi efetuado o estudo das circulações e espaços internos de modo a obter o melhor rendimento das diversas atividades, eliminando todos os possíveis conflitos entre as atividades ali desenvolvidas tais como: à navegação (ponte de comando, alojamento para a tripulação, refeitório da - Atividades inerentes tripulação, casa de máquina, sistemas de refrigeração, etc. .. ). - Atividades Ambulatoriais (atendimentos, vacinas, primeiros socorros, dentistas, consultórios, alojamentos, etc ... ). - Atividades Hospitalares (internações, partos, berçário, enfermarias, centro cirúrgico, etc ... Bem como alojamentos para médicos, enfermeiras e tudo mais necessário ao programa de necessidades).
57
ARCHITECTOS Marcelo
Dias do Couto
Fac. de Arqu. Pontifícia
e Urb. - FAU
Universidade
Católica
PUC - Santos - SP - 1985 Olegário
Vasconcelos
Fac. de Arqu. Pontifícia
Pereira Jr.
e Urb. - FAU
Universidade
Católica
PUC - Santos - SP - 1985 Nivaldo
Yoshiro
Fac. de Arqu. Pontifícia
Nozoi
e Urb. - FAU
Universidade
Católica
PUC - Santos - SP Fábio Goldman Fac. de Arqu.
e Urb. - FAU
Mackenzie Thelma
Lygia Figueiró
Fac. de Arqu.
e Urb.
Mackenzie
Centro
Comunitário
- SP Cunha - FAU - SP
em Áreas de Lazer da SABESP
Localizado em dois bairros da periferia de São Paulo esta obra faz parte de um conjunto composto por play-ground, quadras desportivas, passeios, anfiteatro e centro comunitário. Fruto da iniciativa da SABESP em dar utilização às áreas desocupadas de seus reservatórios o projeto foi desenvolvido dentro de um orçamento bastante limitado. O centro comunitário foi projetado com uma extensão da praça que envolve o reservatório. A estrutura foi resolvida em duas grandes empenas de concreto travadas por um par de vigas. Uma estrutura metálica independente e externa sustenta a cobertura vencendo o vão de 12,50, apoiada nas empenas. vazados de concreto, independente da estrutura O fechamento lateral é feito em blocos e elementos principal. Um sistema de portas em chapa perfurada completa o fechamento do edifício onde por suas características de uso procurou-se utilizar materiais duráveis e que permitissem um espaço claro e ventilado. O conjunto das duas praças localizadas na Vila Jaguara e Jardim Popular, receberam em 1989 "Prêmio Rino Levi" outorgado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil, por sua especial contribuição ao desenvolvimento cultural, tecnológico e social à obra construída.
58
ARILDA MARIA CARDOSO SOUZA Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
Federal
- FAU da Bahia
UFBA - 1959
Projeto - Frigorífico
Scar
A natureza do equipamento exigia um programa que incluía camâras frigoríficas de grandes áreas, variando entre 1 70 m2 e 350 m2, para atender a uma demanda de 2.000 toneladas, o que seguramente resultaria em grandes volumes de área construída. O terreno onde deveria ser implantado o empreendimento era o baixio de um grotão onde estava assentado um bairro popular, cujas centenas de pequenas habitações se escalonavam pela encosta que o emoldurava. O grande desafio do projeto não seria tanto equacionar programa, partido e função, mas encontrar uma forma de expressão nesta arquitetura de grandes volumes que, ao contracenar com a paisagem construída, estabelecesse com esta um diálogo, sem no entanto, perder a sua identidade como equipamento de natureza comercial. Para alcançar este objetivo optou-se por fragmentar e movimentar os volumes que abrigassem funções que pudessem estar desatreladas das demais, como era o caso do edifício da administração, das instalações de conforto do pessoal e da loja de varejo. A valorização dos elementos verticais da estrutura portante do edifício onde ficaram as camâras frigoríficas, produziu um efeito de fragmentação de muito bom resultado. Amplas marquises e passarelas vazadas interligaram com leveza os diversos volumes da edificação.
59
ARQPLANT PAISAGISMO Marcelo Fac. de Arqu. Universidade
Federal
Vasconcellos e Urb.
- FAU
do Rio de Janeiro UFRJ - 1984 Cláudia
Fac. de Arqu. Universidade
Federal
Baptista
e Urb. - FAU
do Rio de Janeiro UFRJ - 1991 Fernando
Univerdidade
Acylino
Santa Ursula USU - RJ - 1984 Anelice
Fac. de Arqu. Universidade
Federal
Lober
e Urb. - FAU
do Rio de Janeiro UFRJ - 1985
Este projeto foi vencedor do concurso público nacional de estudos preliminares de arquitetura paisagística de Palmas, Tocantins, promovido em 1992 pelo Governo do Estado de Tocantins e organizado pelo IAB-DF. O concurso colocava uma difícil questão de escala: a Praça dos Girassóis, marco inicial da nova capital em construção, onde se localiza o centro administrativo estadual, com aproximadamente 60 ha, sendo dividida em quatro partes pelo cruzamento das duas avenidas principais da cidade, uma com 36 metros e a outra com 150 metros de largura, aproximadamente - grandes vazios separando as quadras e os edifícios públicos que demandavam em sentido urbano, deixado a cargo do tratamento paisagístico. Situação esta agravada pelo clima da região, de verões quentes e úmidos, invernos secos, onde amplo sombreamento tornava-se desejável, mas sem prejuízo dos espaços com características cívicas. A integração homem x natureza, a necessidade de interação com a paisagem autóctone, a procura de novos e diferentes níveis de experiências criados segundo o conceito de imagem linear, que depende sempre de uma linha de movimento para diante, gerando uma série de espaços interligados que permite ao usuário experimentar a paisagem de formas sucessivas - estas foram as diretrizes básicas do partido adotado para o tratamento paisagístico da nova cidade. A intenção didática do projeto é bastante óbvia, contudo o motivo básico de seu planejamento está em restaurar a condição do ser humano de integrar-se e relacionar-se com os aspectos naturais da região em que pretende habitar. A interação da cidade com panorama natural vizinho, respeitando suas especificidades faunísticas e florísticas foi, verdadeiramente, o ponto focal do nosso trabalho.
60
ARQUIPROM - ARQUITETURA E PROMOÇÕES Flávio Mindlin Universidade
Guimarães Federal
do Rio de Janeiro
UFRJ -1965 Marklen
Siag landa
Universidade
Federal
do Rio de Janeiro
UFRJ-1965 Fernando
José Arouca
Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
e Urb.
- FAU
Santos - 1985 Gisele Garrido Fac. de Arqu. Santos - 1985
Sistema Inflado
para Exposição Itinerante
- 1990
Há 25 anos projetando e executando trabalhos na área de Arquitetura Promocional, bem como eventos especiais no Brasil e no exterior, a ARQUIPROM sempre buscou a originalidade inerente a este mercado, mas consciente de seu papel enquanto produtora de arquitetura contemporânea. Para o lançamento dos Cadernos Regionais da Folha de S. Paulo, foi necessário o desenvolvimento de um sistema que atendesse as exigências do programa básico: sete ambientes para vídeo, recepção e estar VIP, grande impacto visual. Transmitindo a idéia de novidade e um calendário de cinco eventos em cinco semanas consecutivas, exigindo adaptabilidade a locais de características diferentes. A utilização de módulos inflados auto-portantes confeccionados em nylon possibilitou grande liberdade de cores e formas, proporcionando praticidade de montagem e transporte. A iluminação direcionada, tratada cenograficamente e fixada em treliças metálicas independentes, acentuou o caráter lúdico dos inflados. Túnel de acesso e "Exposição de Primeiras Páginas" completam a ambientação geral e organizam o fluxo de visitação.
61
ARQUITETURA 4 ARQUITETOS ASSOCIADOS LTDA. Clara Calabria Universidade
Federal
de Pernambuco UFPE - 1971 Colaboradores:
Celme Antonieta
Cavalcante Cavalcante Vera Pires
Carmen
Mayrinck
A CASA ... Desenvolveu-se pela expressão da forma, seu significado histórico e pela vínculação à natureza. Parte da marcação de dois eixos, que se constroem, voltados para os sentidos horizontal e vertical, conduzindo à completa fluidez dos espaços, à transparência, à vinculação ao ambiente exterior. É definido um corpo central, com sentido dominante sobre o volume com marcação da cobertura, predominando o traçado geométrico. Procurando fugir à rigidez, indica fragmentação ordenada, orientando-se pelas diversas funções que a forma pode assumir, constituindo-se como novos espaços e volumes que, em menor escala, compõem o significado global da proposta. Define-se a casa, redefinindo-se pelas casas. Interligando-se todas pela busca do habitar na natureza, edificando a história. (Clara Calabria).
62
Arquitetura
i companhia
Alisson Macedo
Fac. de Arqu. Cristina
e Urb.
- FAU - Mackenzie
- SP - 1989
- FAU - Mackenzie
- SP - 1989
Francisco
Fac. de Arqu.
e Urb.
A arquitetura conduz, direciona, orienta, reflete, interfere, abriga ... e resgata. Daí a responsabilidade do Arquiteto para com a sociedade, em todos os níveis de atuação, tanto macro quanto micro, pois sua obra influi diretamente no "habitar", no "trabalhar", no "lazer", no "orar", enfim, no "viver" de uma sociedade. Dentro desta ótica, a nossa preocupação em produzir uma arquitetura consistente, fundamentada principalmente na realidade da qual ela se insere. Realidade analisada na sua plenitude, pois pensamos ser esta uma das maiores condicionantes para a determinação de um partido arquitetônico, objetivando sempre uma relação direta com o sítio, e mais ainda, com referências históricas e culturais, pois, a arquitetura sem memória não vive. Particularmente, não procuramos inserir nossa arquitetura em tendências, mas sim produzir um trabalho contemporâneo coerente com os dias atuais. Buscamos um referencial para esta arquitetura através de uma identidade ideológica e projetual. O equilíbrio entre: a harmonia das formas com a rigidez da função, a sensualidade da curva com a objetividade da reta, a realidade com a criação, o entorno com o objeto, é o elemento básico para a concretização do nosso trabalho.
63
ARQUITRAVE Ana L.uiza Prata Libório Universidade
Federal
do Rio de Janeiro UFRJ - 1983
Sheila Trope Universidade
Federal
Fluminense
- 1985
Souza Rocha Universidade
Federal
da Bahia
UFBA
Gândara Universidade
RESTAURAÇAO
Mercado
E
AMPLIAÇÃO
Municipal
DO
MERCADO
MUNICIPAL
Federal
Fluminense
- 1967
Júnior - 1983
!:>E ARACAJÚ
de Aracaju
De toda cidade de Aracaju é a área de influência das atividades do Mercado Municipal a que mais preserva a pátina do tempo. Ali se concentram edificações representativas de uma época muito importante para a nova cidade, quando Aracaju se firma definitivamente como Capital do Estado de Sergipe. O início da ocupação dessa área acontece na década de 20 e se confunde com a história da cidade. Datam de 1926 os prédios do Mercado Municipal Antônio Franco e da Associação Comercial de Sergipe, primeiras edificações no local. Essas construções, apesar e por causa do descuido Municipal e fuga de capitais, se encontram relativamente preservadas. Em função de estar bastante degradada do ponto de vista urbano e pela sua localização privilegiada, é tratada como reserva de mercado à expansão do centro de negócios mais "moderno" de Aracaju.Essa situação põe em risco a permanência do Mercado Municipal, que está constantemente ameaçado de remoção. Propomos o resgate da paisagem urbana da área, contemplando as funções de mercado que a caracterizam. Um mercado organizado através de disciplinamento municipal, com suas características preservadas, pode coexistir com o centro da cidade, enquanto ponto de atração e referencial de uma original função das cidades, a comercialização. Tal simbologia, intrínseca a todos os mercados, está viva e carregada de significados na grande feira que é o Mercado Municipal de Aracaju. É esta a face "antiga" de uma cidade recente, e um dos seus grandes referenciais de passado que traduz a sua idade. Aracaju tem como função histórica, a portuária, mas, logo em seguida à utilização das tecnologias do século (trem, bonde, luz ... ) surge uma função definitiva, o comércio e o comerciante.
64
ATELIER ARCANE Marcos Queiroz de Paula Pontifícia
Universidade
Católica
PUC - GO - 1986
Hospital Oftamológico Atualmente a imagem de um estabelecimento de saúde é alvo de grande discussão, arquitetonicamente falando. O que se coloca realmente em questão é a qualidade arquitetônica da edificação e sua impressão imposta tanto à população quanto à paisagem urbana. Angústia, medo e morte, enfim, a todo esse ancestral imaginário se colocou em questão o programa hospitalar. Mimetismo com centros comerciais e referências hoteleiras, por exemplo, auxilia nesta mudança de imagem e o resultado é a criação de uma atmosfera terapêutica, em uma combinação frágil entre elementos formais simbólicos de um sistema hospitalar funcional e uma ambientação acolhedora, tratada por materiais tradicionais, tons quentes, intimidades nos espaços e multiplicação dos espaços de comunicação., A idéia principal do partido adotado é a inserção de volumes, jogando-os com escalas e materiais de acabamento diferentes multiplicanqo os espaços de comunicação. A idéia principal do partido é a intersecção de volumes, jogando-os com escalas e materiais de acabamento diferentes multiplicando os espaços externos (esplanadas, terraços, atriuns, etc.) e rompendo a uniformidade da instituição graças às ambientações específicas a cada função/serviço capital. Ao mesmo tempo unificando com um design puro, clean. A necessidade de visibilidade e de uma fácil orientação, conduziu a propor disposições geométricas simples, enfim, a idéia de abertura, de transparência, de visibilidade, propiciou a criação de um espaço fechado/íntimo, e ao mesmo tempo aberto/poroso. No terceiro, o centro cirúrgico, com quatro salas de cirurgia e sete apartamentos para internação. Situado em um setor nobre de Goiânia, o edifício se inscreve na paisagem urbana. Linhas simples e puras, ele deixa à luz a liberdade de criar volumes e movimento. Aos materiais, de expressar toda sua energia, onde o funcional dialoga com a qualidade de vida.
65
AURÉLIO LONGO Fac. de Arqu. e Urb. FAU - Braz Cubas Mogi das Cruzes SP-1974
O fim do objetivo inicialmente desejado: - colocar em debate a paisagem tecnológica, localizando-se na América Latina. - perguntar como os recursos da nossa (pequena) herança cultural e o nosso decantado Engenho podem fazer para suprir a debilidade tecnológica. - buscar, na arquitetura e tecnologia, imaginar um modelo. E sobre este modelo restabelecer um diálogo entre técnica e a dimensão de sua escala humana e social. - indagar daí se o chamado Domínio Tecnológico para a indústria civil/social não seria pouco mais que um fantasma. Usado como excelente arma política. Se sua suposta intangibilidade não dita seu alto preço. - reafirmar se não seria a divergência entre a efetividade de nossos sistemas sócio-políticos e a de nossos sistemas técnicos, a causa de que os tecnológos não chegarem aos problemas sociais, e os políticos, tão pouco a aperceber-se das exigências tecnológicas. - reafirmar ser possível suportar através da pesquisa os protestos que anunciam os limites de uma fase e que do bojo técnico também podem ser anunciadas novas etapas. E que é ali, dentro do otimismo a que nos reservamos, que podemos dar, aos limites da técnica, novas perspectivas e vê-la bem além das necessidades puramente construtivas. Eis aí o que pretendemos afirmar: para nosso conforto, a tecnologia que aqui faz bombas pode fazer indústrias limpas.
66
AVELLAR FERNANDES MONTEZUMA ARQUITETOS ASSOCIADOS Cátia Avellar Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
Federal
- FAU de Pernambuco
UFPE - 1982 Glicia Fernandes Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
Federal
- FAU de Pernambuco
UFPE - 1983 Roberta Montezuma Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
Federal
- FAU de Pernambuco
UFPE - 1983
O Centro Empresarial Artesinafiori está inserido no principal eixo urbano sul da cidade do Recife, precisamente, na secção que sofre o maior processo de renovação urbana. A tipologia urbana sugere uma ocupação diferenciada nos dois primeiros pavimentos. A composição arquitetônica traduz essa idéia na construção de um objeto que tem base, corpo e coroamento e é contaminado por um eixo central que organiza o projeto internamente. Na base do edifício, dispõem-se as lojas e sobrelojas que compõem a galeira urbana pontuando a escala da rua na dimensão dos pilares, muros e marquise. No corpo do edifício localizam-se os escritórios, organizados frontalmente à rua mas amenizados do sol poente através do uso de longos beirais. Projetam-se desse corpo, visores laterais como púlpitos de observação selecionados. No coroamento do edifício, a cobertura descola dos dois corpos simétricos e os une em um único plano que juntamente à marquise da galeria memorizam em sinuosidade a identidade da clássica arquitetura moderna brasileira. O eixo central organiza internamente a intervenção em um vazio que separa partes, reforça o acesso, prossegue a praça existente em frente ao edifício e conecta os blocos simétricos resultantes, nos É nesse pavimentos superiores, com pontes metálicas numa decodificação de um elemento arquitetônico. espaço que ocorre a dramatização das cores básicas (amarelo, azul e vermelho), opondo-se às outras pontes do volume (branco, grafite e preto). Esse vazio gerador é o ponto nevrálgico da propü'sta. Busca-se ainda no edifício o exercício de três escalas arquitetônicas: a do automóvel - macroescala,_. intervenção precisa à distância; volumetria clara dos cheios e vazios. A do pedestre - média escala, intervenção próxima dos elementos arquitetônicos: beirais, abertura, colunas. A do usuário - microescala, intervenção táctil dos detalhes arquitetônicos: pisos, bancos, bancadas, luminárias.
67
BAIOCCHI E MICHELON Neusa Michelon Fac. de Arqu. Pontifícia
Baiocchi
e Urb.
- FAU
Universidade Católica PUC - GO - 1972
Mário
Baiocchi
Filho
Este projeto foi desenvolvido (e está em fase de implantação) preservando e mantendo intacta a vegetação nativa em extinção das margens de um rio bastante piscoso, apesar da intervenção urbanística e arquitetônica no terreno. Após o inventário botânico e coleta de seme~tes das árvores nativas do cerrado, desenvolvemos os projetos que consistem em: - condomínio horizontal com 1 O lotes de 600 m2 residenciais de 200 m2 e 250 m2 - projeto arquitetônico padrão de 1 O unidades - quiosques para jogos e churrasqueira/guarda-barco - play-ground - parque aquático - sauna, vestiários, porto/mirante, etc. - quadras de peteca, voley, tênis Devido à topografia do terreno e à mata natural existente, a solução proposta para o zoneamento e implantação do programa foi dividida em zonas para preservação do meio-ambiente: - a partir da barreira de 9m de altura para contenção do barranco do rio foi reservada a área de lazer do lado esquerdo e preservada a mata nativa sem intervenção do lado direito. - a 80m do barranco, viabilizou-se a implantação das residências de maneira a não destruir totalmente a vegetação de porte existente na área. - a 150m do barranco, aproveitando o sombreamento natural de espécies centenárias destinou-se o local para o camping privativo dos hóspedes. - no ponto mais elevado do terreno, o acesso principal com o guarda-barco e serviços auxiliares. - a intervenção paisagística será no sentido de valorizar as espécies vegetais de porte, ramos tortuosos, casca espessa, próprias do cerrado, assim como as Palmaceas que são ricas nesta região.
68
BANCO DO BRASIL
A área de arquitetura do Banco do Brasil é representada por arquitetos localizados em 18 cidades brasileiras, cujas ações são coordenadas por um grupo em Brasília (SEARQ - Setor de Arquitetura), tendo à frente o arquiteto Valdir Peres Dias. Todos os anteprojetos, desde os Centros de Processamento de Dados, Sedes Administrativas, Superintendências Regionais passando pelos Centros de Formação de Pessoal e, é claro, as agências, são executados pelos arquitetos disseminados entre as 18 regionais. As definições e adaptações destes à dinâmica de mudanças que acontecem na área financeira são algumas tarefas programas arquitetônicos a cargo do SEARQ, além da pesquisa para projetos específicos, que por suas características especiais, não se enquadrem no conjunto de programas já devidamente normatizados. Consubstanciados nos princípios básicos de conforto a clientes e funcionários, composição formal articulada com a arquitetura contemporânea e mercadologicamente bem inserida no meio urbano, buscase reduzir custos e atingir um produto final compatível com o nível de representatividade da Empresa. Dentro desta filosofia o setor vem desenvolvendo trabalhos, que abrangem desde a Programação Visual Externa e Interna das agências do Banco do Brasil, projeto e padronização de mobiliário, projetos especiais como agência Drive ln (AutoBB), Sedes recreativas de funcionários (AABB), projetos de residências de administradores, até a compra e controle de obras de arte para as dependências do Banco. Além disto, inserido em seu credo básico, o Setor desenvolve mecanismos e instrumentos para o acompanhamento, fiscalização e promoção da arquitetura feita para o Banco do Brasil. O Banco do Brasil comparece na Bienal com uma amostragem que procura desenhar o panorama da arquitetura que vem sendo desenvolvida por seus profissionais.
69
BANCO MERIDIONAL DO BRASIL S.A. Vera Beatriz Universidade
Federal
Freire Rojas
do Rio Grande
do Sul
UFRGS - Porto Alegre Jorge Victor Universidade
Raul lberico
Nacional
- RS Yuli
de lngenieria Lima - Peru Margaret
Universidade
Nardi
do Vale do Rio dos Sinos
UNISINOS
- São Leopoldo
Beatriz Universidade
- RS
Velho Chiuchetta Luterana
ULBRA
do Brasil
- Canoas
- RS
Carla Meinecke Universidade
Federal
do Rio Grande
do Sul
UFRGS - Porto Alegre
- RS
O Banco Meridional do Brasil S.A., através de seu Departamento de Engenharia, Arquitetura e Avaliações, apresenta uma amostra dos projetos elaborados nos últimos cinco anos vinculados à arquitetura bancária, abrangendo ampla gama de atividades, incluindo reformas, restaurações, ampliações e con_strução de prédios novos, atingindo as 256 agências da Rede Meridional. Nos últimos vinte anos, a arquitetura bancária sofreu importantes alterações que mudaram a imagem corporativa da quase totalidade das instituições financeiras. A conceituação clássica de segurança e solidez, adquiriu outras formas de expressão mais condizentes com a vida moderna. Assim, as grossas paredes e ambientes compartimentados deram passagem à ousadia e leveza do vidro e à luz e colorido dos ambientes. A produção do DENGE, mesmo considerando o caráter pluralista da arquitetura, concentrou esforços para manter a unidade conceituai de seus projetos, através de uma imagem única, de fácil identificação visual, desprovida de maneirismos formais. Desta forma, 110 Banco com a força da União 11 e 110 Banco 11 ideal para mim , deixaram de ser apenas slogans publicitários, refletindo o esforço permanente da equipe em produzir unidades cada vez mais eficientes, de grande versatilidade e linguagem própria. A diminuição das barreiras físicas, deu passagem a lay-outs mais livres e simplificados, onde o próprio cliente comanda com eficácia e velocidade suas operações financeiras. Na atualidade, trata-se de obter com recursos limitados, soluções simples e inovadoras, adequadas às novas formas de atendimento cada vez mais diretas e personalizadas. Cientes de nossa parcela de contribuição no estabelecimento de uma arquitetura específica para bancos, o Meridional oferece alguns exemplos de propostas, objetivando soluções diferenciadas e criativas, num conjunto de obras com marcada unidade formal.
70
BAPTISTA & SCHMIDT ARQUITETURA E URBANISMO Esc. de Arqu.e Urb. - Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
Parque Municipal
- 1975
- Reestruturação
e Valorização
Principal espaço de lazer na área central de Belo Horizonte, o Parque Municipal Américo Gianetti é também importante área de preservação e referencial histórico. Reduzindo a um terço de seu tamanho original, foi tombado em 1977 pelo IEPHA. O Parque, hoje, é o resultado de aportes diferenciados de épocas distintas, um lugar onde a natureza, trabalhada pelo homem, é o elemento principal. O Projeto parte da compreensão dos significados do Parque como patrimônio natural e cultural, bem tombado e equipamento de uso coletivo. A intervenção deixa marcada a sua contemporaneidade e os novos elementos trazem consigo referências constantes a outras épocas. O Projeto de reestruturação e valorização do Parque Municipal inclui, além das intervenções físicas de infra-estrutura, a recuperação paisagística, tendo como parâmetro I iberação de perspectivas visuais em profundidade, a recuperação e valorização de pontos do traçado urbanístico, e ainda a reestruturação dos diversos usos e adequação da estrutura administrativa, dotando-o de condições para o desenvolvimento da proposta de educação ambiental e ecológica. Os projetos são resultados do Concurso Nacional para Reestruturação do Centro de Belo Horizonte BH - Centro, promovido pela Prefeitura de Belo Horizonte, com a participação do IAB-MG, em 89. As obras do Parque Municipal foram executadas através do convênio firmado entre a PBH e o Grupo Vale do em 12 de dezembro de 1992, 95v aniversário Rio Doce, e o Parque foi novamente entregue à população da cidade.
71
BAROSSI E VILELA ARQUITETOS Antonio
Carlos Barossi
Fac. de Arcju.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP - 1979
José Oswaldo
Vilela
Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP-1981
Barossi atualmente é professor de Projetos e cursa pós-graduação. Vilela é professor na Faculdade Braz Cubas e arquiteto no Departamento de Edificações da Prefeitura de São Paulo. É um dos autores do projeto vencedor no concurso para o Pavilhão do Brasil na Expo 92, em Sevilha. O escritório vem executando projetos desde 1981, como Galpão Arquitetos, e tendo como outros integrantes, outros arquitetos também da FAUUSP: Jaime Cupertino, Mário W. Pedreira Reali, Milton Susumu Nakamura e André Takiya.
72
BATAGLIESI & CARVALHO ASSOCIADOS LTDA Rogério Batagliesi Fac. de Arqu.
e Urb.
FAU - Mackenzie
Hélio Mariz
- SP - 1976
de Carvalho
Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1 978
Cesar Koji Hirata Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo
USP - 1983
Antônio João Malícia Fac. de Arqu. Mackenzie
Filho
e Urb.
- FAU
- SP - 1986
Jupira Corbucci Fac. de Arqu. Pontifícia
e Urb.
Universidade
PUC - Campinas
- FAU Católica
- SP - 1983
Espaços destinados ao utilitário podem dar guarida, mesmo que acessoriamente, ao lazer. Cresce hoje, a consciência de que toda e qualquer intervenção urbana de porte deve explorar seu potencial lúdico. Esta reflexão é a base deste projeto. O potencial de uma estrutura de oito metros que se projeta oitocentos metros sobre o mar, tratada a partir de um programa de funções que ressaltam aspectos intrínsecos - sol, praia e mar - do local, é imenso e fascinante. As formas lúdicas adotadas na combinação dos fatores de inovação do projeto, inserindo-se na combinação dos fatores de inovação formal e de composição de volumes baseados num "jogo arquitetônico" que tem como elemento espacial principal a própria materialização do "passeio arquitetônico" que é o pior. Os volumes, trabalhados por razões técnicas totalmente independentes, garantem a unidade da obra pelo tratamento urbano e arquitetônico sem negligenciar a diversidade de sensações ao longo da "promenade". A visibilidade excepcional proporcionada pelo oceano permite combinar uma integração discreta de escala com a cidade, com a intenção de obter um desenho marcante. A horizontalidade é compensada por esta visibilidade, associada ao reflexo dos objetos na água e ao tratamento de cores compondo com a luz do sol. Obra de impacto local à primeira vista, toma a sua importância urbanística do contexto litorâneo: seja ressaltando a modificação da percepção da escala da paisagem, agindo como marco contraposto à linearidade da escala das praias, seja como elemento único que constituirá um pólo de desenvolvimento e um símbolo turístico-ecológico para a região, integrando a imagem de uma tipologia específica ao deseflvolvimento, despoluição e revalorização das praias do litoral sul.
BEATRIZ GONTIJO E FLÁVIO DE CASTRO Esc. de Arqu.
- Universidade
de Minas
Gerais
Federal - UFMG
O escritório expõe na Bienal de São Paulo quatro trabalhos recentes e em fase de execução. O edifício Sede Manoel Bernardes Jóias (foto) consiste numa intervenção em uma edificação existente de sete pavimentos, com a junção de uma nova torre com o dobro de altura. O projeto saiu-se vencedor em um concurso de idéias sustentando-se na tese de que essa realidade - de anexação de edifícios de características e épocas diversas - não deveria ser dissimulada, mas expressa na relação de diálogo das identidades e linguagens diferenciadas. A residência Mangabeiras, ao pé da Serra do Curral em Belo Horizonte, organiza um programa extenso em um terreno urbano de 1200m, privilegiado pela proximidade da montanha e pela vista distante da cidade. Sua arquitetura, com linhas puras e fundamentais, explora a declividade acentuada do terreno no sentido transversal com espaços de lazer e projeta a edificação principal no nível mais elevado e em sentido ortogonal. A Igreja de São Pedro ergue-se sobre uma estrutura ortogonal de 56 pilares anteriormente edificada, com nova proposta formal e novo conceito espacial e ambiental, reformulando eixos ordenados, momentos de transição e a luz interior. Os materiais dão forma a essa arquitetura pela crueza de seus elementos. A cobertura de aço e concreto, as alvenarias aparentes, o piso de pedra da região e o altar de bloco de mármore. Livres de revestimentos revelam sua natureza própria e registram a paciência e a ciência no trabalho de sua construção. Finalmente, o edifício residencial KTM agencia um programa de doze apartamentos em um terreno triangular de esquina, no bairro Santo Antônio em Belo Horizonte. A solução procura nas superfícies curvas entre painéis paralelos aos alinhamentos uma resposta à irregularidade do terreno.
74
BORSOI ARQUITETOS Acacio Gilborsoi Fac. de Arqu. Universidade
do Brasil
Janete Ferreira
- 1949
da Costa
Fac. de Arqu. Universidade
do Brasil
Marco Antônio
- 1962
Gilborsoi
Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
Federal
- FAU do Rio de Janeiro
UFRJ - 1976 Rosa Maria
Chagas Aroucha
Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
Federal
- FAU de Pernambuco
UFPE - 1972 Milton
leite
Ribeiro
Centro Administrativo de Uberlândia O Condicionamento Ambiental e Espacial O projeto do Centro Administrativo procura retomar a idéia de lugar de referência e identidade na vida cívica, cultura e cotidiana da cidade, destacando, inicialmente, da sua concepção a intenção do conjunto edificado com o sítio, seu condicionamento ambiental e espacial, sua construtibilidade material, bem como sua expressão arquitetônica. Nos edifícios, os locais de trabalho estão estruturados nos princípios da "planta livre" e da continuidade espacial, apoiados em uma concepção estrutural modulada e racional. No interior, os blocos adminis-. trativos das secretarias e dos gabinetes dos vereadores estão dispostos em torno de um vazio central, formando uma pequena praça com cobertura em abóboda, caracterizada como local público dos encontros e da convivência diária, ao longo do qual se desenvolvem uma sucessão contínua de percursos e de espaços. Neste interior, procurou-se resolver as questões de condicionamento térmico com a criação de um microclima controlável, através da ventilação cruzada permanente, da tiragem do ar quente e do uso da luz natural, garantindo, por outro lado, a proteção das fachadas do sol e da chuva, mediante elementos reguladores como beirais e brises horizontais. A ventilação natural se dá no sentido transversal - área de trabalho/circulação e vice-versa - em função da locação dos prédios orientados na direção este/oeste na maior dimensão.
75
BORSOI ARQUITETOS Jeanne Brocos Pires Fac. de Arqu. Universidade
Federal
e Urb.
- FAU
de Pernambuco UFPE - 1978
Marco
Antonio
Fac. de Arqu. Universidade
Federal
Gilborsoi
e Urb.
- FAU
do Rio de Janeiro UFRJ - 1976 Vera Pires Viana
Fac. de Arqu. Universidade
Federal
e Urb.
- FAU
de Pernambuco UFPE - 1971
Residências
Geminadas
em Recife - PE
O projeto de duas residências geminadas (1 ), está situado em lote plano, rua de acesso poente, trecho de Boa Viagem, com gabarito de altura limitado e uso de predominância unifamiliar. De início, duas idéias orientam estes projetos, procurando recriar, através da memória, outras experiências anteriores de moradia. Uma é a casa urbana em fila, colada nas divisas, em parcelas estreitas e compridas, solução reconhecível ainda nas partes tradicionais da cidade. A outra é a casa organizada a partir de um espaço central contínuo e vazio, de matriz corbusieriana. Estas referências correspondem aos modelos da cidade colonial originária e a do urbanismo e arquitetura da modernidade, ambos identificadores de significativos momentos do crescimento do Recife. A associação aqui destes conceitos, busca responder também aos problemas de economia da construção, aproveitamento racional das condições locais, otimização da experiência espacial, além das demandas atuais de conforto, com a criação de um microclima controlável, iluminação natural no interior, ventilação cruzada e tiragem do ar quente As casas estão sujeitas a um sistema de arquitetura e construção racional e simplificada, de repetição da mesma solução básica, onde a estrutura está incorporada ao organismo da edificação, defenida pelas paredes laterais portantes, elemento principal gerador de sua organização especial. A cobertura superior em abódoda, com solução diversa para cada unidade, está estruturada pela tecnologia construtiva do tijolo armado, de bom isolamento térmico e de utilização de materiais locais.
76
BP ARQUITETURA E PROGRAMAÇÃO VISUAL S/C LTOA lgnácio Mesquita Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
- FAU
de São Paulo
José Augusto
- USP - 1985
Conceição
Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU - USP - 1985
André Guidotti Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
Marcelo
- FAU - USP - 1986
Gallacci
Fac. de Arqu. Universidade João Carlos
e Urb.
- FAU
de São Paulo
- USP - 1993
Penna
Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU - USP - 1993
Em 1981 um grupo de alunos da FAU-USP cria um atelier com o objetivo de desenvolver conjuntaà produção gráfica e arquitetônica. mente trabalhos e atividades relacionadas Entre 1981 e 1985 são desenvolvidos projetos que, dentro de uma linguagem eclética e diversificada, buscavam pesquisar novas soluções e propostas. A partir de 1985, com a graduação de alguns membros daquele grupo inicial e com o aumento substancial de projetos elaborados, surge a primeira idéia da BP Arquitetura, que seria oficialmente consolidada em janeiro de 1988. Nestes cinco anos de existência a BP Arquitetura, hoje formada por cinco membros (lgnácio Mesquita, José Augusto Conceição, André Guidotti, Marcelo Gallaci e João Carlos Penna), procurou sempre apresentar propostas e conceitos de arquitetura que, dentro da difícil realidade brasileira atual, possibilitassem a viabi I ização e, consequente, realização dos projetos que nos eram solicitados. Assim sendo, gostaríamos de mostrar nesta Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, alguns dos projetos realizados nestes últimos cinco anos destacando a diversidade das soluções adotadas em função das diferentes real idades de cada proposta. Os projetos por nós apresentados, seja para uma residência, um hospital, um centro de turismo ecológico ou um logotipo, buscam sempre uma solução adequada a cada problema. Adequada no sentido de atender ao tema proposto de modo a suprir suas necessidades básicas. Adequada ao abordar conceitos contemporâneos do "projetar" e a reflexão sobre o espaço construído. Adequada ao criar uma identidade visual, diríamos até mesmo gráfica ou plástica e, por fim, por permitir que esses projetos possam ser traduzidos em realidade concreta.
77
BRASIL ARQUITETURA Francisco
de Paiva Fanucci
Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP - 1977
Marcelo
Carvalho
Ferraz
Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP - 1978 Marcelo
Suzuki
Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP - 1980
Juntos fundaram o escritório Brasil Arquitetura em 1981 (data do lançamento do disco de João Gilberto, BRASIL), onde desenvolvem um trabalho conjunto, no qual o esforço para a absorção abrangente das informações advindas do convívio na FAU, do ambiente cultural brasileiro e do olhar para todo o mundo estão sempre presentes. O trabalho com a arquiteta Lina Bo Bardi, desde estudantes, marcou profundamente todas estas preocupações ... Olhar. Que leva à busca de uma atuação diversificada, seJa em Arquitetura e Urbanismo, seja em Design (Marcenaria Baraúna) ou nas atividades didáticas.
78
BUABSSI DA MATTA ARQUITETURA Milton Buabssi Filho Universidade
Federal
do Paraná
UFPR - 1985
Marcelo
da Matta Bastos
Universidade
Federal
do Paraná
UFPR - 1985
A Barigui Veículos Ltda, é uma concessionária Fiat com área construída de 5031 m2, implantada em um terreno de 7816, 13 m2 próximo ao Parque Barigui, região destacada de Curitiba, não só pela boa infraestrutura urbana, ambiental e transportes, mas também pela alta concentração populacional com poder aquisitivo. A implantação da obra procurou organizar as circulações em vários fluxos distintos, não só para otimização da reduzida área de terreno, também visando a segurança interna e integração dos setores. A preocupação em transformar o ponto comercial em questão, em um ponto de referência da região, exigiu que, todas as fachadas fossem igualmente valorizadas. Uma rua interna, coberta, forma um espaço de transição e faz a distribuição física dos interiores, tornando transparente e valorizando em mesmo grau todas as áreas de atendimento ao público, sem superestimar a área de venda de autos novos, e sem depreciar a área de assistência técnica. Com o mesmo raciocínio, os interiores foram resolvidos com sobriedade e descontração, para todas as faixas de clientes, ou seja, de proprietários de carros populares a carros luxuosos. O exíguo prazo de execução determinado pela Fiat exigiu o emprego de uma estrutura de concreto pré-fabricada, evitando-se a rigidez e o aspecto pradonizado deste tipo de estrutura. Resumindo, a Barigui Veículos Ltda. pode ser definida pelo resultado das respostas às inúmeras condicionantes físicas e funcionais que determinaram todas as soluções técnicas, e estas agregadas formaram um corpo equilibrado por expressar apenas o essencial.
79
C.A.A.P. CENTRO DE ASSESSORIA À AUTOGESTÃO POPULAR Desenvolvimento
Urbano,
Habitação,
Educação
e Economia
Popular
O C.A.A.P. - Centro de Assessoria a Autogestão Popular é uma O.N.G. com equipe multidisciplinar que aponta alternativas para o programa social de moradia popular, contribui para o fortalecimento das comunidades através da autogestão e luta pelas Políticas Públicas Urbanas que estimulem a Participação Popular. A Equipe do C.A.A.P. compõe-se de dezesseis profissionais entre Arquitetos, Engenheiros, Técnicos da Área Social e pessoal de apoio como também, com Consultores especializados. Seus integrantes reúnem capacitação técnica e sensibilidade para desenvolver a participação popular em todas as etapas do projeto e o crescimento social e político dos indivíduos e grupos enquanto cidadãos, no resgate de seus direitos. O objetivo do trabalho profissional do C.A.A.P. é o de transformar a comunidade organizada em sujeito e parceria do processo de elaboração do projeto arquitetônico e urbanístico, a construção comunitária das unidades habitacionais e equipamentos comunitários e a contrução de uma vida comunitária solidária se integrando à sociedade, recuperando a sua cidadania, inclusive procurando desenvolver uma nova maneira de se relacionar com o meio ambiente urbano na busca de uma vida mais digna e auto-sustentável.
80
CARLOS ANTUNES Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1977
NEYDE A. J. CABRAL Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1977
ORESTE BORTOLLI Fac. de Arqu. Braz Cubas
e Urb. - Mogi
- FAU
das Cruzes
SP - 1977
VIVIAM M. MARQUES Fac. de Arqu. Campinas
e Urb.
- FAU
- SP - 1981
KÁTIA RIBEIRO SEABRA Fac. de Arqu. Santos.-
e Urb.
- FAU
SP - 1987
ENG. GILBERTO PASCOM JR. Fac. de Eng. São José do Rio Preto - SP - 1983
Núcleo
Urbano
- Campinas
Nossa proposta de projeto para o Núcleo Urbano/Campinas se pos1c1ona, em um nível macro (de conjunto), numa compatibilização espacial com a da malha urbana existente, procurando evitar uma ruptura entre o novo núcleo e seu entorno edificado e numa organização através de eixos de circulação que privilegia o transporte de massa; como também em nível micro (unidade de vizinhança numa proposta de ocupação a ser decidida pelo próprio morador, possibilitando desta forma uma maior interação entre usuário e seu espaço físico; definindo, em última instância, o próprio desenho urbano. Desta maneira o projeto se coloca tanto como uma proposta fechada de desenho, dentro de uma definição de macro ocupação da "unidade de vizinhança", do lote, ou da própria unidade residencial unifamiliar ou multifamiliar. A diversidade de dimensionamento dos lotes baseia-se em um módulo espacial (módulo construtivo racionalizado de painéis cerâmicos) que possibilita a multiplicidade de formas de ocupação e de distribuição do espaço coletivo.
81
CARLOS BRATKE Fac. de Arqu. Universidade
Mackenzie
e Urb. - FAU - SP - 1967
A Berrini A partir de 1975, eu, meu irmão Roberto Bratke e meu primo Francisco Collet, todos arquitetos, começamos a procurar áreas alternativas dentro da cidade de São Paulo para a implantação de edifícios de escritórios. Partíamos das seguintes premissas: terrenos baratos; zonas de bom sistema v1ario; fácil acesso; possibilidade de expansão; proximidade dos bairros residenciais da cidade; ausência de grandes construções nas redondezas próximas. Assim foi selecionada uma zona antigamente sujeita a inundações e que em função de trabalhos de saneamentos, apresentava boas condições para este tipo de implantação. Nós nos sentíamos diante de um panorama totalmente sem referenciais construtivos que nos fizessem presos a estereótipos. Podíamos partir para soluções arquitetônicas que progressivamente iriam criando padrões de linguagem. A altura e volume destas construções são ditas pelas normas oficiais que previram uma densidade construtiva homogênea para a área. Estas torres na periferia, além de liberarem espaços internos, fornecem o sombreamento desejável ao nosso clima. É importante ressaltar também que estas construções foram paulatinamente e progressivamente sendo implantadas em lotes múltiplos conjugados, isto é, não houve um planejamento inicial para a construção de todos os edifícios nem a disponibilidade destes terrenos, e sim para cada novo empreendimento comprava-se uma série de lotes e partia-se para o projeto. Isto explica porque um só Arquiteto e uma só construtora produziram prédios de formatos, alturas e dimensões tão variadas. A uniformidade foi buscada através, principalmente, dos acabamentos e de certos princípios estabelecidos, tais como: 1. A sugestão da escala humana pela marcação horizontal das lajes e pilares na fachada; 2. A composição das torres de serviço e circulações verticais; 3. O uso da pintura em preto, dos panos de fachada neutralizando efeitos mais rebuscados.
82
CARLOS COSTA AMARAL JR. Fac. de Arqu. Farias
Brito
e Urb.
- FAU
- Guarulhos
- SP
___t
' 1
..:_l--
Projeto Igreja Cristo Ressuscitado pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi ... concebido ao terceiro dia; subiu aos céus, desceu à mansão dos mortos, ressuscitou morto e sepultado, crucificado, donde há de vir a julgar os mortos ... está sentado à direita de Deus Pai, todo poderoso, é o cone invertido o volume são o aço, a madeira e o vidro. Planta circular, As matérias projetadas de procissão para a realização uma rampa helicoidal do cone será desenvolvida No perímetro truncado. por uma cúpula vítrea, 90, coroado na cota vertical é encerrado cujo percurso do templo, no interior ornados com por uma cruz. Durante o trajeto na rampa, projeto nichos que abrigam oratórios, encimada a vida de Jesus Cristo. O eixo do cone será ornado com uma réplica contando imagens holográficas "Juízo Universal" Buonarroti, da imagem do "Cristo Juiz", detalhe do afresco de Michelangelo holográfica a partir da cúpula vítrea. natural deverá acontecer - Capela Sixtina. A iluminação de telecomunicação É um edifício moderno que abrigará também garagem no subsolo e equipamentos na cobertura. é uma oração à tradição. O edifício
83
CARLOS EDUARDO DIAS COMAS Fac. de Arqu. Universidade
Federal
e Urb. - FAU
do Rio Grande
do Sul
UFRGS - 1966
Centro
de Eventos e Parque
Cultural
de Porto Alegre
Os trabalhos apresentados integram uma série de projetos estratégicos da atual administração municipal de Porto Alegre. Realizados em 92/93, visam concretizar uma figuratividade urbana contemporânea, enfrentando problemas de atualidade indiscutível. Ambos buscam qualificar áreas de propriedade pública na periferia do centro antigo. Uma é aterro de 38 ha ganho ao Guaíba, onde Câmara Municipal e um punhado de edifícios administrativos da União aparecem como coleção rarefeita de intervenções aleatórias. A outra é franja de 1 O ha, entre avenida servindo área industrial deteriorada e autopista elevada paralela ao porto, em cujo canteiro central corre metrô de superfície. Estação Rodoviária marca o extremo de um vazio onde prédio administrativo da RFFSA se ergue em meio às linhas férreas desativadas. A alavanca para o desenvolvimento e estruturação arquitetônica da primeira área é a implantação de um Centro de Eventos. Desenvolvido linearmente, acolhe Centro de Congressos, Pavilhão de Exposições, Produtora de Arte e Oficina de Arte Popular - sob cobertura que constitui arquibancada para desfiles carnavalescos, tradicionalistas e cívicos. Implantado na borda de Parque a reprojetar, o novo equipamento se articula com hotéis e escritórios complementares, o futuro teatro Municipal e Centros Administrativo Municipal e Federal redefinidos. O estudo para a segunda área conjuga comércio, escritórios, garages e apartamentos com nova estação de metrô e ruas articuladas com a avenida do porto através de passagens sob a autopista, dando acesso ao Pavilhão de Feiras previsto junto ao rio. Esplanadas públicas sobre as garages e praça triangular completam empreendimento de 250.000 m2.
84
CARLOS HENRIQUE DE AFFONSECA Esc. de Arqu. de Minas
- Universidade
Gerais
- UFMG
Federal - 1973
REGINA MARIA XAVIER COSTA Esc. de Arqu. de Minas
- Universidade
Gerais
- UFMG
Federal - 1978
Associam-se em 1988, com a constituição da Esfera Ltda, e tem atuado no setor de projeto de edificações residenciais e comerciais, com destaque na área de panificadoras em Belo Horizonte, onde desenvolvem um trabalho inovador, alterando o conceito de funcionamento e atendimento público nas mesmas.
85
CASA ACESSORIA TÉCNICA - NORTE ASSESSORIA Cecília Universidade
C. Horner
Hoc
Fac. de Arqu.
e Urb.
de São Paulo
- USP - 1990
- FAU
Fac. de Arqu.
e Urb.
de São Paulo
- USP - 1987
Lucas Fehr Universidade
Maria Universidade
Albertina
- FAU
1. Carvalho
Fac. de Arqu.
e Urb.
de São Paulo
- USP - 1990
- FAU
--~
A Norte Assessoria vem, desde 1989, atuando junto aos movimentos populares por habitação.Gerencia em São Paulo a construção do conjunto habitacional verticalizado feito por auto construção - Projeto Apuanã.Tem ampliado seu campo de atuação assessorando Sindicatos, Associações de Classe e Cooperativas Habitacionais, desenvolvendo projetos de outros conjuntos habitacionais, sedes sociais, lay-out, parque gráfico, colônia de férias, etc. A Casa - Assessoria Técnica constitui uma Entidade sem fins lucrativos que tem como finalidade prestar assessorias a movimentos populares de moradia. Seu objetivo é a busca de uma melhor qualidade de habitação e projeto, investigando dentro desta idéia novas alternativas de construção e organização dos movimentos de moradia. O Conjunto Habitacional Sonda I possui 250 casas assobradadas, que atendem à Associação Prómoradia do Jd. Brasil, organizada há 8 anos. Tendo conseguido o financiamento para o conjunto pelo Programa Funaps da Prefeitura de São Paulo, a Associação contratou a Casa - Assessoria Técnica para desenvolver o projeto da unidade e acompanhar a obra em 1990. O programa da casa resultou das necessidades colocadas pelas famílias e pela área máxima estipulada pelo Funaps de 60 m2, para um lote de 3,35 x 14,50m definido pela implantação. O sistema construtivo rapidez e economia à execução da obra e foi o de bloco de concreto estrutural, feita devido à facilidade, oferece a possibilidade de não se utilizar revestimento. O canteiro de obras, conta com um centro comunitário e uma creche. O método de trabalho utilizado foi a organização das pessoas e grupos de trabalhos, com a escolha de coordenadores. Os encaminhamentos da obra eram discutidos e esclarecidos junto à coordenação do movimento e os mutirantes. Os desenhos do projeto foram adaptados para a obra, com um manual de construção de cada etapa do serviço. No mutirão foram confeccionados pré-moldados, que consistiram na escada da casa, utilizando o sistema de "jacaré" e peças avulsas. A construção da obra contou com 1 0% de sua verba para a contratação de mão-de-obra especializada. Além dos mutirões, uma característica a ressaltar neste trabalho a responsabilidade que cada um sente pelo conjunto da obra.
86
CASA DE PROJETOS ARQUITETOS ASSOCIADOS Fernando
Vianna
Peres
Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
Maria
Cristina
- FAU
Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
Mareio
- 1980
- USP
- 1980
- USP
- 1980
- USP
- 1980
- FAU
do Amaral
Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
Marta
- USP
Mendonça
- FAU
Dei Nero Millan
Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo
À satisfação provocada pelo convite para participar desta mostra juntou-se a consciência da responsabilidade desta participação e por consequência colocou-se a questão: que trabalhos expor? Como e porque expor? A escolha dos trabalhos constituiu-se portanto em um momento de reavaliação de nossa trajetória profissional, que vem se desenvolvendo desde 1980. São trabalhos executados em um período de profundas modificações no mundo, que chegam até nós de maneira instantânea através da tecnologia de comunicações, incrementando o nível de informações globais disponíveis para a sociedade e nos colocando a par de toda a produção internacional de arquitetura. Tempo também em que essas modificações do mundo resultaram em um questionamento do ideário da arquitetura moderna, inclusive da arquitetura moderna paulista, tão importante em nossa formação. Este questionamento expandiu os horizontes e possibilidades da linguagem em nosso enfoque profissional. Tempo também em que a relevância do arquiteto como agente cultural modifica-se diante de uma nova realidade para a sociedade brasileira, caracterizada pela crise sócio-econômica e pela busca imediatista de soluções. Assim os trabalhos escolhidos constituem o que consideramos ser entre os nossos trabalhos, oportunidades que tivemos de consolidar experimentações, tanto em linguagem como em técnica construtiva e que podem exemplificar nosso processo e a busca de identidade em nossa produção neste período em que tudo está se modificando e não existem mais certezas.
87
CAUDURO/MARTINO João Carlos Cauduro Universidade
Fac. de Arqu.
e Urb.
de São Paulo
- USP - 1960
Ludovico Universidade
Marco École
Nationale
Antonio
- FAU
Martino
Fac. de Arqu.
e Urb.
de São Paulo
- USP - 1962
Antonio
Amaral
Superieure
- FAU
Rezende
des Beaux-Arts Paris - 1971
Carlos Dranger Universidade
Fac. de Arqu.
e Urb.
de São Paulo
- USP - 1974
- FAU
Partindo das necessidas dos seus clientes, Cauduro/Martino propõe uma visão sistêmica do problema e as diretrizes para sua solução. Elas informam, rigorosamente, todo o processo de projeto. Este visa apresentar propostas de alta qualidade técnico-formal, eficazes e econômicas. Cauduro/Martino pode realizar desde as pesquisas e as definições conceituais iniciais até a supervisão e a fiscalização da execução de seus projetos. Seu grau de participação depende da própria estrutura operacional do cliente. Deste se espera um elevado nível de envolvimento em todo processo. A organização de Caudu ro/Marti no perm ite-1 he desenvolver programas de grande complexidade, com adequado controle de custos e prazos. O escritório compõe-se de uma equipe diretora multidisciplinar - responsável pelas soluções técnico criativas e pela coordenação dos projetos - e de equipes de colaboradores especializados. Visando assegurar o correto desenvolvimento dos projetos, Cauduro/Martino procura manter uma posição segura e conservadora em suas funções de gestão. à sua prática profissional, Cauduro/Martino procura manter uma posição segura e Paralelamente conservadora em suas funções de gestão. Caudino/Martino opera em sede própria de 505 m2 de área construída, projeta especialmente para suas atividades.
88
CELSO DE MENEZES CASTRO Fac. de Arqu.
e Urb.
Belas Artes
Um Centro
de Cultura
- FAU
Belas Artes
- SP - 1986
Obra concebida em blocos distintos mas unidos sob o mesmo conceito. Espaços únicos em suas formas arrojadas e originais, macro balanços em sua estética plena e harmônica nos conduzem para o "Tempo" de amanhã, de um futuro onde a curva atinge seu limite à curvatura do espaço. máximo: a imponderabilidade, e se torna visível em sua plenitude
89
CELSO PAZZANESE
-·---- ------
Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP-1981
LEONARDO S. DE PAULA Fac. de Arqu. Universidade Guarulhos
- Projeto
Edifício Sede da Associação
Comercial
e Industrial
de Mogi-Cuaçú
e Urb.
- FAU
Farias Brito - SP - 1982
- SP
O que nos interessa é recuperar e reinterpretar essa belíssima referência que é a história da arquitetura brasileira. Da popular mais comum à da elaboração conceituai mais erudita. Somos artistas contemporâneos de uma época, no Brasil, entre ciclos. Do grande ciclo criativo de 1920-70, pouco resta na memória coletiva. E a crise estrutural da nossa sociedade não vem permitindo o florescimento de uma criatividade contemporânea, e brasileira. O que há é importação acrítica de modelos, repetição alienada de soluções, ignorando o que de fato somos cultural e socialmente. Nossa busca é a criação de uma das possíveis pontes entre o nosso passado e o nosso futuro por meio da criatividade em cada projeto, em cada instante, Acreditamos que ela agüenta o tráfego ...
90
CENTRAL DE PROJETOS Tito Livio Frascino Fac. de Arqu. Mackenzie
- SP - 1965
Mackenzie
- SP - 1965
Universidade Vasco de Mello Fac. de Arqu. Universidade
Os arquitetos Tito Livio Frascino e Vasco de Mel lo são diplomados pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Mackenzie em 1965. Depois de formados seguiram trajetórias diferentes, até se associarem em 1976, na Central de Projetos, escritório de arquitetura que dirigem até os dias de hoje. Em períodos diferentes colaboraram com o Arq. Bernard Zehrfuss em Paris, e ministraram aulas de projetos na Faculdade de Arquitetura Mackenzie. O seu trabalho na Central de Projetos destaca-se em várias premiações do IAB, em publicações especializadas e nos concursos de arquitetura em que se classificou. As propostas para os edifícios implantados em São Paulo e em várias cidades do Brasil, seja para o uso público ou privado, sempre buscaram um posicionamento que concilia o seu caráter, a tecnologia envolvida e o exercício da arte.
91
CIRO PIRONDI Fac. de Arq. e Urb. - FAU Braz Cubas Mogi das Cruzes - SP - 1 980
Pequena
Igreja em São Paulo
Mas na nossa circunstância é difícil de que a vida mesmo que haja sobrevivido ao sentido da beleza 11• 11•••
não entregar-se a desesperação. Somente nos sustenta a crença a tantos cataclismas, está, agora e sempre, intimamente unida
Herbert
92
Read
CLARISSE DE ALMEIDA Fac. de Arqu.
e Urb.
Silva
- Rio de Janeiro
e Souza
- FAU
RJ - 1983
'---
-~..._...
..~~-·-
\ 1
f
·~· MUSEU DO PETRÓLEO ca,m60011 ,-se CDA ARQUITETURA
Pm1eto,
Clarissa de Almeid a Renato Drumm ond
Flávio Santo ro
1992
A obra do arquiteto Tendo se estabelecido em escritório próprio desde recém-formada valeu-se de seus estágios preciosos e empregos como técnica em edificações que teve enquanto estudante para entrar no mercado. Seus primeiros projetos: a Sede Comercial da Helena Rubinstein na Barra da Tijuca e a Sede da Navemar Marine Supplies no subúrbio do Rio de Janeiro paralelamente a residências, edifícios e lojas em Shoppings foram amadurecendo o seu trabalho. Sempre associada com outros profissionais, "o trabalho em equipe resulta em qualidade superior e convivência gratificante", atuou no Rio de Janeiro até meados de 1986 quando se transferiu a convite de uma empreendedora para o Estado de Sergipe. Presentemente vivendo e produzindo em Sergipe, depois de ter trabalhado em algumas construtoras, onde executou projetos de edificações multifamiliares para todas as faixas de consumo e ainda loteamentos para população de baixa renda, padrão COHAB em vários municípios, retornou ao seu escritório particular, onde desenvolveu projetos de temas diversos destacando-se o "Museu do Petróleo de Carmopólis", a "Implantação da Fábrica Vila Romana de Sergipe", o "Cemitério Parque dos Bouganvilles", o "Balneário de Rosário do Catete", o "Dancing de Carmópolis" e, ainda Condomínios Horizontais e Verticais na zona de expansão da cidade, entre outros; na área de desenho urbano executou diversas praças e jardins públicos, porém atualmente vem se dedicando aos trabalhos de urbanização de áreas públicas em municípios às margens do rio São Francisco. Trabalhando sempre em parceria, agradece a Paulo Biller, Fernando Perrone, Flávio Santoro, Renato Drummond, Lucia Teles e Aramati Tude, seus companheiros arquitetos, por todos esses anos de produção arquitetural.
93
CLAUDIA VIAL RIBEIRO Faculdades
Metodistas lsabela
Integradas
Hendrix
- 1984
.,,.,l
U~IDADEDE PRODUCAODE AGUARDENTE SITIO DO JACARANDÀ ___ ANTEPROJETO
IBRAH1M OE CAIMLHO ~UDIA
VIALRIBEJRO
04 / 04
A aguardente, bebida tipicamente brasileira, que utiliza a cana de açúcar como matéria prima, tem Minas Gerais como Estado melhor produtor de aguardente. A produção permite a integração com o confinamento bovino. Os subprodutos servem de alimentação do gado e de adubo para os canaviais, fechando o ciclo de produção. Nesta unidade de produção de aguardente - qualidade - foi a palavra chave na execução do projeto, expressando fisicamente o valor do produto. A implantação teve como orientação básica um anexo distribuidor, que setoriza em níveis os blocos correspondentes às fases de produção. Os blocos possibilitam futuras ampliações, como a instalação do setor de produção de melado, açúcar mascavo e rapadura. A estrutura metálica orienta, resgata o caráter das construções das velhas fazendas. Os espaços são amplos e arejados, requisitos exigidos para a fabricação de uma boa pinga. Próximo ao alambique a bebida é degustada sob a sombra de varandas que controlam a luminosidade e emolduram em verde as montanhas.
94
CLÁUDIO LIBESKIND Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de Guarulhos
- FAU
SP - 1983
--
~"--
•••••• • •••• • .. • .... • •••• -
"-•····
• •• •• • •••• - ••• • • ••oon,
-
-
- ---1!1-
Nesses últimos anos onde o país vem atravessando períodos de grande oscilação, a produção arquitetônica vem se transformando e abrindo espaço para novas linguagens que ainda não estão totalmente definidas. Esse espaço vem sendo preenchido por jovens arquitetos que não comprometidos com o movimento moderno, buscam no desconhecido a harmonia entre a cidade e o seu usuário. Com a diversidade de clientes, condições econômicas e culturais, cada projeto acaba sendo um grande laboratório de pesquisa de novas formas, materiais e processos construtivos. O não compromisso com qualquer tendência e a preocupação em atender a programas diversos vem direcionando a produção de 1 O anos de profissão. O amadurecimento desse processo culminou no projeto da Faculdade de Medicina de Botucatu (ganho através de concurso - foto). Conjunto urbanístico que implanta 4 edifícios de forma a criar vários espaços de convívio e áreas verdes, locados num nível abaixo da cota natural do terreno, para não interferir no conjunto arquitetônico existente. Esse desnível permitiu a interligação entre os dois terrenos sob a via existente e o aproveitamento do talude para criação de um anfiteatro.
95
CLÁUDIO LUIZ GOMES DE ARAUJO Fac. de Arqu. do Rio Grande
- Universidade
Federal
do Sul - UFRGS - 1955
CARLOS MAXIMILIANO FAYET Fac. de Arqu. do Rio Grande
Parque Ecológico
- Universidade
Federal
do Sul - UFRGS - 1953
de Guarapiranga
Este projeto para o Parque Ecológico de Guarapiranga foi escolhido em Concurso Nacional de Idéias realizado em outubro/dezembro de 1990, promovido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo e organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento de São Paulo. 33 projetos e a segunda de O concurso consistia em duas etapas: a primeira de idéias à qual acorreram estudos preliminares disputada por três trabalhos selecionados pelo júri. A abordagem Para esta área, tudo indica que o futuro reserva um uso voltado para a proteção das margens do reservatório, pulmão de áreas urbanas, memória e lembrança de uma paisagem natural perdida. Neste contexto, acreditamos que, em um parque com atividades voltadas à ecologia, não faz sentido intervenções drásticas, tanto no que se refere a adulterar a paisagem original como ao monumental ismo de obras e edificações. A arquitetura, inevitável, deve ater-se ao seu papel coadjuvante agenciando e organizando os espaços necessários.
96
CO-OPERA-ATIVA Cristiane
Lemos Ammon
Demetre
Basile Anastassakis
Lea Anastassakis Leonardo
Perazzo
Pedro Motta Maria
Barbosa
Lima Cascon
Fernanda
Cebrian
Fábio Williams
Doubs
Regina Helena
Barbosa Feydit
Andrea
Fiorini
Luis Fernando
de Almeida
Joana Angelica
Dayse Barbosa de Araujo Valeria
Magiano
Nelson
Chalfun
Ana Margarida Antonio Maristela Adriane
Freitas
Barbosa Garcia
Garcia
Gois
Hazan Homsy B. G. L. Fernandes
José Pedral Sampaio
Koatz
Lins
Turl Medeiros da Silva Pacheco
Carlos Alexandre
Fiaux Ramos
A Co-Opera-Ativa tem desenvolvido Planos Diretores. Planos Urbanísticos de intervenção em áreas centrais de grandes cidades, Urbanização de Favelas, Regularização Fundiária, um grande número de Projetos habitacionais e outros trabalhos de arquitetura e engenharia. Temos atuado em um amplo leque de ação, e de maneira alternativa e diferenciada,pois que o trabalho tem atrás de si um marco teórico doutrinário, onde se organizam nossas propostas e que está dividido em três grandes campos: - uso do solo e ecologia, manejo do território natural, agrícola e construído. - composição dos espaços arquitetônicos. - tecnologia construtiva. Nossas propostas e projetos, têm sempre em comum: disponibilizar, otimizar o uso, criar, multiplicar e baratear solo, natural e artificial, para que se possa desenvolver as atividades necessárias ao homem, habitação em destaque, de modo ecológica e culturalmente aceitável. Lançamos mão de altas densidades, obtendo otimização e o barateamento das edificações e da infraestrutura, lançando mão dos vazios sub-utilizados de diversos tamanhos existentes nas malhas urbanas, mas garantindo a particularização e individualização dos espaços, expansibilidade, jeito de casa e vila tão ao gosto da população e uma estética agradável e harmoniosa. Por fim, desenvolvemos uma tecnologia construtiva em cerâmica armada, que além do baixo custo, tem como característica racionalizar a construção eliminando as formas e outras estruturas de madeira, sendo de fácil aceitação cultural e de forma de produção "trabalho intensivo", possibilitando o emprego de mutirão e auto-construção e dando emprego a pessoal pouco especializado e de qualquer tamanho de empresa sem necessidade de equipamentos especiais.
97
COHAB COMPANHIA DE HABITAÇÃO DA BAIXADA SANTIST A/SANTOS
Urbanização
das favelas dos diques do Rio do Bugre
As favelas dos diques do Rio do Bugre estão localizadas na divisa entre Santos e São Vicente, cujo marco é o próprio rio, estendendo-se ao longo de suas margens. A área de intervenção do Projeto de Urbanização abrange 700.000 m2 incluindo os diques, os mangues preservados e degradados e o lixão de Sambaiatuba, em São Vicente. Desta área 137 .622 m2 estão ocupados por habitações. Sua população está estimada em aproximadamente 15.000 pessoas na área de Santos e 6.500 na área de São Vicente, constituindo 4.274 famílias com uma densidade de 32,2 m2 por família. As habitações construídas na crista dos diques apresentam bom padrão construtivo. Mas, a forma desordenada desta ocupação resultou em assentamentos em áreas impróprias, seja à beira de canais deteriorados, seja sobre o curso do rio ou junto ao único depósito de lixo de São Vicente. As moradias que invadem o rio, em forma de palafitas, têm condições bastante precárias de estruturação e salubridade. A melhoria das condições ambientais destas favelas está sendo promovida pelas Prefeituras de Santos e de São Vicente, gerenciada pela COHAB Santista e financiada em parceira com o Ministério do Bem Estar Social, através do Programa Habitar Brasil. Outro agente decisivo à viabilização do Projeto é a população, que participa desde a concepção até o controle e acompanhamento das obras, construindo assim um novo padrão de gestão pública. Projeto complexo, tem como objetivo a consolidação da ocupação através da urbanização integrada com saneamento e a regularização fundiária de todo o núcleo urbano que margeia o Rio do Bugre. Exige, pela sua complexidade e dimensão, intervenção em todos aspectos do que se convencionou chamar urbanização integral de favelas, desde a superação da insalubridade das condições de habitação à recuperação urbanística e ambiental da área como um todo.
98
DÁCIO ARAUJO BENEDICTO OTTONI Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo
USP - 1960
DAVI_DARAUJO BENEDICTO OTTONI Escola
Politécnica
Universidade
de São Paulo
USP - 1950
Os projetos realizados evidenciam o constante cuidado com a integração entre a arquitetura produzida e os espaços e áreas verdes da cidade, assim como procuram o convívio enriquecedor entre os espaços públicos e privados. Nesses momentos, o profissional pode e deve contribuir com sua parcela para o coletivo. Preocupação essencial no complexo campo da arquitetura, além dos aspectos programáticos, técnicos e estéticos que lhe são inerentes. Nos escritórios para a Gessy-Lever, atual sede da Autolatina, em conjunto com o arquiteto Ubaldo Carpigiani, implantou-se o edifício no terreno, com uma cortina de vegetação em torno e taludes ajardinados cortando a visão dos estacionamentos, promovendo uma extensão do espaço das ruas e da praça fronteiriça, que ainda se amplia no largo de entrada ao prédio. tem o térreo, com hall, estacionamento e jardins, O edifício Birmann 1 O, atual Banco Chase Manhattan formando um parque, ligado visualmente, de maneira direta com a rua Verbo Divino e sua arborização, o que é acentuado pelo desenho do primeiro pavimento e suas varandas ajardinadas. Para a Telesp que atende a comunidade, a série de locações de centrais telefônicas com postos de serviços, pelo Estado de São Paulo (São José dos Campos, Marília, Bauru, Osasco, Atibaia, Jacareí, Araçatuba, ltanhaém, entre outras), apresentam como determinante de cada uma das implantações, o relacionamento com os espaços urbanos circundantes. Assim, diversos tipos de praça~ e locais de estar aparecem entre a cidade e estes centros. No concurso para o Centro Pompidou, em Paris, com a participação do arquiteto Eduardo de Almeida, o projeto apresentado propõe a transformação de seu terreno em praça pública sem obstruções verticais. As mesmas intenções estão presentes nas demais obras, como apartamentos, escolas, Instituto de Geociências da Unicamp, agências bancárias para o Banespa em Belo Horizonte, Guarujá, Guarulhos e Água Rasa em São Paulo, assim também em residências, como exemplificam as expostas nesta Bienal, para Peter Neumann, em Atibaia, Agenor B. Parente e Dácia Ottoni, em Ubatuba.
99
DAL PIAN ARQUITETOS ASSOCIADOS Renato
Dai Pian
Fac. de Arqu. FAU - Pontifícia
Universidade
PUC - Campinas
- SP - 1981
Lilian de Almeida Fac. de Arqu. Mackenzie
Sede administrativa
e Urb. Católica
Dai Pian
e Urb.
- FAU
- SP - 1981
do grupo Cavan - SP - 1993
O Projeto da sede administrativa do grupo Cavan-Pré-Fabricados de concreto, com área total de 3.000m2, foi concebido dentro da flexibilidade do sistema estrutural produzido em escala comercial pelo próprio grupo. O edíficio compõe-se de térreo, dois pavimentos e um mezanino no último andar. As atividades administrativas ocupam parte do térreo, o segundo pavimento e o mezanino. O primeiro pavimento foi reservado para alocar o refeitório e a sala de recreação para funcionários. No térreo encontra-se ainda área de estacionamento privativo coberto e almoxarifado. A estrutura foi modulada com espaçamentos de 9.50 me vãos entre pórticos de Sm, possibilitando às zonas de escritórios a sua adequação às necessidades constantes de modificação de lay-out. O corpo de circulação vertical, unidades sanitárias e instalações e dutos de serviços e caixa d'água concentram-se em um único módulo concebido em estrutura convencional. Externamente o passo das estruturas se vê marcado enquadrando painéis de tijolos laminados, tijolos de vidro e esquadrias e montagens em alumínio anodizado. O corpo em estrutura convencional quebra o ritmo das estruturas pré-fabricadas com o revestimento diferenciado em pastilhas vitrificadas. Na cobertura optou-se por telhas em chapas metálicas, sem beirais, com condutores pluviais embutidos na própria estrutura.
100
DALTON VIDOTTI Universidade
Federal
do Paraná
- 1985
Recriação de espaços em construções existentes Revitalizar velhas construções, que muitas vezes estão abandonadas, ou com o espaço interno obsoleto, não funcional, ocupando áreas importantes no meio urbano que nas grandes cidades é primordial. Atender as necessidades do homem com um programa mais abrangente e diferenciado em um espaço adequado para as suas atividades. Incentivar a recuperação de edificações, que por serem velhas, ou melhor, antigas - por não terem sido tombadas por alguma coordenadoria de patrimônio histórico, por não representarem interesse pela restauração ou ocupação, quer pelo preconceito por não ser novo, moderno, ou ainda por estarem inadequadas as pretendidas funções-simplesmente são abandonadas. Outro fato, que em Curitiba está ocorrendo - e que deve-se considerar não como um fato isolado do restante do País - é a demolição de edifícios inteiros para a construção de novos, que necessariamente não são melhores que os antigos, tanto em espaço, quanto em qualidade de construção, sendo que em existia. alguns casos, a área construída permanece idêntica à área que anteriormente Sem saudosismos, muito ao contrário, o que não se consegue é ficar calado diante da atitude de alguns construtores, profissionais, e mesmo de proprietários, com relação à falta de iniciativa na valorização de imóveis pré-existentes, que geralmente e na grande maioria, são bem localizados e de boas proporções, esquecidos de melhorias ou inteiramente abandonados. Isto tudo se deve ao fato da não consideração da situação sócio-econômico-cultural do País, onde seria óbvio o aproveitamento de espaços já existentes. Hoje, com os vastos recursos da tecnologia, de informação, pode-se revitalizar estas construções, seja com reforma dita de fachada, ou de ocupação espacial, recriando - literalmente - o espaço, que pode-se chamar de novo, ou melhor de releitura arquitetônica. Analisando-se estes fatores, sugere-se a reestruturação de obras, mantendo-se, em grande parte, suas características externas e reformulando totalmente, inclusive com outra línguagem, a configuração interna.
1O1
DANIEL COLINA Universidad
de Buenos
Aires
- 1974
SILVANA NAVARRO Fac. de Arqu. Universidade
Federal
da Bahia
e Urb.
- FAU
- UFBA-
1985
Os projetos apresentados nesta BIENAL, mostram o que é uma constante na produção do nosso escritório: a preocupação com a sistematização e racionalização dos componentes do produto arquitetônico, de tal maneira a viabilizar sua execução a partir da coordenação modular dos mesmos. Também procuramos mostrar a intenção do melhor aproveitamento de tecnologia disponível, levando em consideração a nossa realidade sócio-econômica e tecnológica regional. Nos projetos, procuramos usar corretamente essa tecnologia a partir do detalhamento construtivo que garanta tanto o menor custo inicial, quanto o menor custo operacional, compatível com as atividades a desenvolver nestes equipamentos. Neste sentido, o enfoque ambiental procura também minimizar os custos com a ambientação artificial dos diferentes espaços, procurando aproveitar as condições naturais, dentro do possível, para conseguir o conforto necessário.
102
DAVID GOSLING EUA
Foi o segundo principal arquiteto do projeto de Runcorn New Town na Inglaterra e depois o principal arquiteto e lrvine New Town na Escócia. Durante os anos sessenta e setenta ele foi o responsável pelo desenho de algumas das mais significativas megaestruturas do Reino Unido. Shopping City em Runcorn foi, na sua conclusão em 1973, o maior centro fechado de uma cidade na Europa, abarcando um vale inteiro, e foi publicada em revistas de arquitetura na Grã-Bretanha, nos Estados Unidos, na ex-União Soviética, Itália, Alemanha, Suiça, França e Japão. lrvine Town Centre, uma megaestrutura embarcando um estuário de um rio, uma grande via férrea e uma estrada principal, foi completado em 1976. Desde então, Gosling tem se envolvido no ensino de arquitetura e foi Decano da Faculdade de Arquitetura na Universidade de Sheffield, Inglaterra. Ele foi consultor de urbanismo para a London Docklands Development Corporation, trabalhando com Skidmore, Owings and Merrill de Chicago no Projeto de Canary Wharf. Ele também tem trabalhado como consultor de urbanismo com Doxiadis Associates em projetos no Oriente Médio e em projetos nas lndias Ocidentais com Gordon Cullen. David Gosling é autor de "Concepts of Urban Design"(l 984) e "Urbanism"(l 974). Desde 1989, David Gosling tem ocupado a posição de Diretor do Centro de Urbanismo da Universidade de Cincinnati, EUA. Ele foi nomeado neste mesmo ano o primeiro Notório Saber em Urbanismo do Estado de Ohio. Grande parte das pesquisas do Centro tem se focado na elaboração de imagens tridimensionais da Cidade geradas por computador e animação de vídeos também por computador. Entre os projetos realizados pelo Centro estão os dois apresentados na presente exposição. O primeiro é uma proposta de desenho urbano multiuso para Lower Price Hill, encomendada pela Cidade de Cincinnati em 1990. Lower Price Hill é um dos bairros urbanos mais pobres de Cincinnati. O plano contempla casas populares e o Appalachian Heritage Museum, já que o bairro é composto inteiramente por famílias Appalachianas. Com a forte tradição local de música e artesanato, o museu e anfiteatro satisfazem as necessidades culturais e sociais das familias. O bairro fica num dos maiores eixos que ligam o centro de Cincinnati aos subúrbios ocidentais. Este eixo será reconstruído como um boulevard ladeado por árvores e tendo um campanário como ponto focal. O outro projeto apresentado foi premiado no Primeiro Concurso de Domínio Público da "Progressive Architecture"em 1992. O projeto submetido a este concurso foi uma tentativa de resolver os problemas das cidades do chamado "rust belt"("cinto de ferrugem") do ocidente dos Estados Unidos. O estudo está baseado na antiga cidade siderúrgica de Duquesne, em Greater Pittsburg. Com o fechamento da vasta usina de aço, sugere-se que as grandes estruturas sejam recicladas e usadas como "sistemas de apoio"para indústrias novas, com uma série de empreendimentos facultativos na beira do rio, variando desde a inauguração modesta de um "banco de terrenos" e a incorporação de parques públicos e ateliers semi-permanentes, até a criação mais a·mbiciosa de um parque de alta tecnologia, abrigando os intitutos de pesquisas industriais aplicadas da Universidade Carnegie Mellon.
103
DAVID LÉO BONDAR Fac. de Arqu.
- Universidade
Rio Grande
Federal
do Sul - UFRGS
do
- 1958
Possui escritório particular de arquitetura desde 1959, onde, além de desenvolver projetos, trabalha na execução das obras. Residências unifamiliares, edificações residenciais e comerciais, indústrias, hospitais, agências bancárias e hotéis fazem parte de um extenso currículo. Dentre os projetos executados, destacam-se a sede do CONFEA - Brasília/DF, Caixa Econômica Federal - Passo Fundo/RS e Hotel Master - Poá/RS. Desde 1980, faz parte do corpo docente da Faculdade de Arquitetura Ritter dos Reis. Foi Paraninfo dos Formandos 92/1 e Professor Homenageado da Turma 92/2. Participante ativo do IAB - Instituto deArquitetos do Brasil - desde 1959, representou o Instituto ,em diversos Órgãos Governamentais. Membro de várias diretorias, ocupou o cargo de Presidente no biênio 88-89. Além de pertencer ao Corpo de Jurados, atualmente é Membro do Conselho Superior e Conselheiro no CREA-RS. Obteve Medalha de Bronze no li Salão Arquitetura do "Instituto Concórdia de São Leopoldo/RS" - 3º lugar (1962), da Casa Edgar Santos - Salvador/BA - 3º lugar (1971) e da Sede do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CONFEA Brasília/DF - 1 º lugar (1971 ). Recebeu o troféu "Destaque do Ano", outorgado pela Rede Brasil Sul de Comunicações, como personalidade do ano que mais se destacou no Setor de Arquitetura em 1971. Distinguido com verbetes editados na Enciclopédia Delta Larousse - ed. Delta - 1972 e, no Dicionário Brasileiro de Artistas Plásticos do Instituto Nacional do Livro/MEC - 1973. Alguns de seus projetos figuram no livro "Arquitetura Moderna em Poá" - ed. FQUFRGS/PINI - 1987 e, na publicação da revista Internacional de Fibrocimento ACFC - especial América Latina.
104
DAVISON BECATO Fac. de Arqu. Mackenzie
e Urb.
- FAU
- SP - 1977
LYDIA SYL VIA GARCIA Fac. de Arqu. Mackenzie
e Urb.
- FAU
- SP - 1978
Formados pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Mackenzie em 1977 e 1978 respectivamente, respondem por escritório próprio (Becato+Garcia arquitetura) desde aquela época. Nestes 16 anos realizaram inúmeros projetos, das mais variadas tipologias, sempre no âmbito da iniciativa privada. Indústrias, Clubes, Centros Comerciais, Conjuntos Residenciais, Edifícios-Sede de Empresas e algumas residências unifamiliares formam o corpo central de sua produção. Desde cedo envolvidos com a fundamental questão dos recursos - quase sempre escassos, seus projetos revelam visão bastante pragmática do objeto arquitetônico, sem perda entretando da dignidade na abordagem. O aspecto tecnológico é colocado sempre como meio, jamais como objeto arquitetônico, sem perda entretanto da dignidade na abordagem. O aspecto tecnológico é colocado sempre como meio, jamais como obeto em si. Cada trabalho é, em seu início, um conjunto de problemas a serem resolvidos; o projeto será tão mais criativo quanto mais soluções trouxer para as questões iniciais e tão melhor quanto mais desenvolvido no sentido de sua implementação. No centro do processo, os Homens; não os idealizados, mas os reais; com sua cultura, seu passado, suas angústias e expectativas. São eles os grandes artistas da Arquitetura e o arquiteto apenas seu vetor. à Rua Rui Barboza n. 156, São Paulo, SP, trata-se da recuperação Na foto, projeto de 1983 localizado de uma estrutura existente (autor desconhecido) reformada para tornar-se sede da empresa contratante. É um espaço de escritórios, ateliers de produção editorial e inicialmente também um entreposto de distribuição. O desenho do projeto procura identificar o desejo da instituição de modernizar-se, marcando aquele que foi o início de uma nova fase em suas atividades.
105
DECIO TOZZI Fac. de Arqu. Mackenzie
e Urb.
- FAU
- SP - 1960
O conteúdo que procurei imprimir em meu trabalho de arquiteto resulta de método claro e preciso uma visão crítica rigorosa, selecionadora e um nível poético livre, inventivo, permeado de esperança e generosidade. Característica da arquitetura brasileira - o desenho apresenta-se como instrumento sensível de captação da realidade e de transformação, através da reflexão, do conteúdo perceptível do projeto global. Percorri em meu caminho de arquiteto, os mais diversos temas, desde a residência individual e variados tipos de edificações, até a intervenção e as propostas para a cidade sempre procurando compreender e sugerir novos e mais abrangentes programas. Através de uma análise crítica procurei sempre propor generosamente, usando a técnica como meio para conseguir os espaços de convívio humano que procuram a beleza e o diálogo saudável com a paisagem, certo de que esta postura se insere no caminho do desenvolvimento da arquitetura e da sociedade. Assim, os trabalhos que apresentamos nesta Bienal de Arquitetura, de elaboração recente, encerram propostas de convívio cultural de grande importância para as cidades, tão diferentes, de São Paulo e Maceió. Em Maceió, propuz a ampliação do programa do Espaço de Celebração do Papa João Paulo li e desenhei um espaço cultural permanente na lagoa de Mundaú que tem abrigado inúmeros eventos artísticos. Em São Paulo, criei o Parque Villa-Lobos, verdadeiro pulmão verde na cidade - bosque com 40.000 árvores de 300 espécies diferentes, que abriga em seu interior um programa completo de ensino e execução musical. Homenagem a Heitor Villa-Lobos. São projetos que ilustram, além da missão do Desenho, construir-se tarefa importante do arquiteto, a proposta de programas espaciais que venham melhorar a qualidade de vida de nossas cidades.
106
DELFIN PROPERTY GROUP
A História
de West Lakes
West Lakes, um projeto feito por Delfin Property Group, é uma história de sucesso em desenvolvimento urbano e comunitário - que foi reconhecido como o melhor do mundo pela lnternational Real Estate. Trata-se de uma área totalmente abandonada que foi transformada em West Lakes, agora um dos subúrbios mais procurados de Adelaide. Depois do sucesso de West Lakes este conhecimento está sendo aplicado em outras grandes comunidades do Delfin, em outras partes da Austrália: Forest Lake e The Avenue em Brisbane e Wattle Grove em Sydney.
107
DILVA CÂNDIDA BUSARELLO Fac. de Arqu. Universidade
e Urb.
Federal
- FAU
do Paraná
UFPR - - 1970
LUIZ FORTE NETTO Fac. de Arqu.
e Urb.
Mackenzie
- FAU
- SP - 1958
ORLANDO BUSARELLO Fac. de Arqu. Universidade
e Urb.
Federal
- FAU
do Paraná
UFPR - 1970
Um conjunto significativo de mais de 100 edifícios, projetados ao longo de 20 anos de parceira, confirma definitivamente que em arquitetura, como na vida, diversidade é garantia de bons resultados. Foi a combinação equilibrada de múltiplas interfaces - experiência, racionalidade, ousadia, urbanismo e natureza - que permitiu a consolidação da equipe formada por Luis Forte Netto (57 anos), Orlando de arquitetura de estilo Busarello (46 anos) e Dilva Cândida Slomp Busarello (45 anos) como um escritório próprio e obra i nconfu nd ível. A extensa relação de obras desenvolvidas desde o início da década de 70, que somam mais de um milhão de metros quadrados distribuídos entre edifícios para habitação coletiva, administração pública, escolas, hospitais e atividades esportivas - oferece testemunhos de diferentes momentos da atividade da equipe. A importância atribuída à delicada relação entre a paisagem e a intervenção antrópica ganhou do grupo uma tradução muito particular no projeto do edifício sede da EMATER, em Curitiba, que, em 1975, inovou nas linhas e no uso da energia solar como fonte natural de luz e calor. Já nessa época, o grupo se preocupava com a introdução de conceitos flexíveis e inteligentes em seus edifícios. A liberdade de usos distintos para a mesma estrutura - propriedade inicialmente atribuída aos edifícios destinados à dministração pública - passou a garantir a individualidade em qualquer ambiente coletivo. O grupo sempre considerou o respeito aos direitos coletivos como elemento indispensável à arquitetura urbana de grande porte e introduziu nos edifícios de escritório a idéia de espaços livres - os pocket parks que suavizam a rigidez e o pragmatismo das grandes cidades. Depois de 20 anos de convívio, o grupo ultrapassou os limites das escolas convencionais e hoje transforma o concreto das grandes estruturas em intermediário discreto entre o homem e seu ambiente.
108
DOMINGOS HENRIQUE BONGESTABS Curso
de Arqu.
e Urb.
-Universidade
Federal
do Paraná
- UFPR - 1964
O arquiteto Domingos Henrique Bongestabs trabalha com circunstâncias. O arquiteto transforma circunstâncias em permanência. Solidifica momentos. A sua formação é racionalista. Classifica-se como modernista, mas um tanto leviano. Acredita que é necessário administrar a razão pois a fantasia e o lúdico são heranças lícitas de nossa humanidade. A arquitetura nunca poderá se assentar em bases totalmente racionais. Deve tratar também com fatores subjetivos e imponderáveis. Trabalha com sonhos, sob a pressão do meio cultural, manipulada pelas contradições da mente dos arquitetos. Mas também não pode abandonar a razão, arte utilitária, sob o risco de fazer emergir a imitação, o modismo, o ocasional e o aleatório e transformar edifícios em objetos, vitrines ou imensas bijuterias. À razão, aquilo que à razão pertence. Ao subjetivo e ao imponderável a intuição, experiência, sensibi I idade e arte. À imaginação, asas e gravidade. A ópera de Arame é um exemplo de como a ordem racional da solução espacial do teatro e do rigor lógico da estrutura, associa-se à fantasia para construir uma obra que constitui uma experiência sensorial e lúdica atraente, conjugada com a grande beleza da edificação. A natureza, a transparência e o sistema construtivo são "racionais". A conotação clássica sugerida pela Ópera é o mote para a fantasia. A solução plástica não vai buscar inspiração em antigos edifícios, mas em arquétipos que se adaptem às circunstâncias do momento e à rapidez de execução. A modulação rigorosa obedece ao ritmo das construções clássicas e às exigências da pré-fabricação das peças metálicas. Os arcos, artífices da fantasia, atuam no contraventamento das colunas esbeltas. Razão e fantasia somam-se na economia de meios e põem-se a serviço uma da outra. Uma preocupação constante no trabalho do arquiteto.
109
DOUGLAS CANJANI Universidade
Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
de São Paulo
- USP - 1984
-
Em que momento a vaga de átomos de carbonos - negro pólen - deixa a mina para invadir os poros do papel? Em sua linguagem rápida a física responde: A 10- 5 cm, a um décimo milionésimo de milímetro. Os átomos são ainda 1 .000 vezes menores. Eis o lápis sobre o papel; Eis onde a falange sonhadora torna ativa a aproximação de duas matérias; Eis onde as matérias empenhadas no desenho concluem e fixam a ação da mão obreira. Assim, com a mais extrema delicadeza, a mão desperta as forças prodigiosas da matéria 11• 11
11 O
EDEGAR BITTENCOURT DA LUZ Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
Federal
- FAU do Rio Grande
do Sul - UFRGS
- 1960
Trabalho desenvolvido na área de elaboração de projetos de arquitetura, reciclagem e restauro de bens arquitetônicos e obras de arte, com atuação em trinta e dois (32) trabalhos de preservação realizados no Estado do Rio Grande do Sul, durante os últimos vinte (20) anos. A casa Schimit-Presser é uma edificação representativa da cultura de imigração alemã no Estado, construída em enxaimel, no bairro de Hamburgo velho, em Novo Hamburgo. A construção remonta à primeira metade do século XIX. Foi acrescida de um porão em alvenaria de pedra no início deste século, quando do rebaixamento da rua frontal. Sua importância reside no elaborado sistema construtivo e também na sua história como ponto de referência do desenvolvimento sócio-econômico cultural do Vale 11 11 do Rio dos Sinos, pois abrigava uma das mais importantes vendas (armazéns) da região colonial. O projeto de restauração constituiu-se num trabalho exemplar, na medida em que reuniu esforços técnicos e financeiros das instâncias Federal e Municipal, com grande participação comunitária. Realizou-se um exaustivo levantamento plani-altimétrico e histórico do monumento e de seu contexto, com diagnóstico e análise tipológica, construtiva, cronológica e de materiais, que definiram as diretrizes gerais da intervenção etapas essenciais para uma restauração. O critério básico estabelecido, foi o de manter fidelidade aos materiais e estruturas característicos consideradas as alterações históricas consagradas pelo tempo e completando as lacunas com materiais e elementos de desenho contemporâneo, de forma e identificar visualmente, as novas intervenções.
EDMUNDO CASTILHO JR. Pontifícia
Universidade
Católica
PUC - SP - 1989
Na cidade de São Paulo, no escritório do arquiteto e professor Francisco Petracco, iniciou seus trabalhos e complementou sua formação. Posteriormente, participou da execução de projetos hospitalares, entre eles o de expansão do Hospital das Clínicas e da Manternidade Santa Catarina. Em Santos, dirigiu seus trabalhos à comunicação visual e às edificações, de lazer e serviços. O último lhe permitiu executar conceitos adquiridos e desenvolvidos face à situação geográfica litorânea, particularmente nas obras de uso ocasional no I itoral norte do Estado de São Pau lo, região onde concentra a maior parte de sua obra. Para o profissional, a característica revitalizadora do ambiente cotidiano desses imóveis proporciona leques reveladores de convívio social. Despojados da formalidade e funcionabilidade exigidas pela vivenda urbana de uso constante, estas peças permitem soluções de reordenamento plástico, que pela própria proposta cambiadora, dão lugar a um "consentimento estético", por parte do usuário, mais maleável e acurado. Atualmente, o desenvolvimento de uma pré-tese para futuro aproveitamento acadêmico, divide suas atividades com a execução e criação de trabalhos na região norte. O estudo tem como matéria bruta a ocupação desta parcela do I itoral ocorrida mais intensamente a partir dos anos 80, com o término da rodovia Rio-Santos e seu impacto na paisagem atlântica, do ponto de vista interativo obra-humana-ambiente natural. Motivado pelo nascimento de sua filha Natália, em 1989, realizou seu trabalho de graduação interdisciplinar aprovado com média 10,0 unânime da banca examinadora no campo da comunicação visual. Nath Baby, título do trabalho, abordou o planejamento visual e mercadológico - logotipo, invólucros de produtos de higiêne, brinquedos e móveis de uma grife para crianças. Edmundo Castilho Jr. concebe seus projetos atualmente em seu escritório em Santos, onde com sua equipe de trabalho permance fiel aos ideais com a arquitetura, desempenhando papel valorizador do homem em sociedade.
112
EDSON ELOY DE SOUZA Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1 965
Há três anos e meio
atuando
em
Tocantins,
onde desenvolve
as seguintes
atividades
e projetos:
1. Titular da Modulor - Arquitetura para a vida, a partir de Janeiro de 1993, Sociedade de Projetos e Obras, juntamente com o arquiteto Pedro Lopes Júnior, com sede em Palmas, Capital do estado, com os seguintes trabalhos em andamento: 1.1 Projeto do Centro do Ensino do 2º grau de Palmas, com área construída de 7.500 m2, capacidade para 2.500 alunos, para a Secretaria de Estado da Educação. 1 .2 Projeto de Urbanização de 3 Superquadras da cidade de Palmas, com área de 116 ha, podendo abrigar uma população de 25.000 habitantes. 1 .3 Vários projetos de edifícios residenciais e comerciais em Palmas. 2. Arquiteto associado ao Gupo Quatro de Goiania, de 90 a 92, na implantação do Projeto Urbanístico e Edifícios Institucionais de Palmas, capital projetada do estado de Tocantins; com a autoria e participação nos seguintes trabalhos: 2.1 Projeto de 7 escolas estaduais em Palmas, área de 9.000 m2 2.2 Projeto de Terminal Rodoviário de Palmas - 5.000 m2 2.3 Projeto Urbanístico da Praça do Centenário, praça principal de Porto Nacional. 2.4 Projeto de Urbanização de 1 superquadra na cidade de Palmas com área de 41 ha. 2.5 Projetos de vários edifícios residenciais e comerciais em Palmas. 3. Fundador e Conselheiro do IABTocantis. 4. Colaborador de periódicos e assessor de políticos locais.
1 13
EDSON JORGE ELITO Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU - Mackenzie
- SP - 1971
Para colocar em exposição na Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, escolhi três projetos de edificações voltadas para a atividade cultural, elaborados em co-autoria com arquitetos, que neste ensejo aproveito para homenagear. O primeiro projeto, do Teatro Oficina, situado no bairro da Bela Vista, São Paulo, Capital, elaborado em co-autoria com a arquiteta Lina Bo Bardi, e cuja obra está em fase de conclusão, foi criado a partir da concepção cênica do teatrólogo José Celso Martinez Correa. Trata-se da reciclagem e transformação da edificação tombada pelo Condephaat, num teatro onde os territórios dos atores, dos espectadores e dos equipamentos cenotécnicos, são considerados elementos cênicos. O segundo projeto, elaborado em co-autoria com o arquiteto João Honório de Mel lo Filho em 1990, obra ainda não executada, é o do Centro Cultural de Mairinque, pequena cidade do interior de São Paulo. Com o objetivo de atender a demanda regional, o projeto atende a um programa que inclui sala de exposição, salas de ensino de artes, midiateca, teatro para 400 pessoas, restaurante e anfit~eatro ao ar livre para 1 700 espectadores. O terceiro projeto, foi elaborado em co-autoria com o arquiteto Abrahão Sanovicz em 1990, e refere-se à edificação escolar pertencente à Rede Pública Estadual e destinada à formação de professores. O projeto segue os manuais da Fundação para o Desenvolvimento da Educação quanto à articulação dos conjuntos funcionais, quanto ao dimensionamento dos ambientes, aos padrões de economia e durabilidade, utilizando os componentes padronizados.
114
EDUARDO CARLOMAGNO DO NASCIMENTO Fac. de Arqu. do Rio Grande
- Universidade
Federal
do Sul - UFRGS
- 1975
Graduado em 1975 pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre, dedicou-se a projetos comerciais e imobiliários, em escritório próprio, com poucas parcerias, e em várias cidades, tais como Florianópolis, Goiânia, Brasília, Salvador, etc. Paralelamente, participou de diversos Concursos de arquitetura a nível nacional e internacional a exemplo do concurso Internacional de Arquitetura da Sede do D. E. R. de Santa Catarina, com o 1 º lugar dentre 258 trabalhos apresentados e do concurso para a elaboração do anteprojeto da Sede do Jóckei Clube de Brasília, premiado também com o 1 ºlugar.Vencedor também do concurso fechado de arquitetura para elaboração do projeto do Hotel Foz do Jacuípe - Salvador - BA, obra com 20.000 m2 de área construída, no qual concorreram seis escritórios de arquitetura de Salvador-BA, que foram convidados. Em 1983, ainda radicado em Porto Alegre, foi aceita sua inscrição (com prova curricular), para participar do Concurso Internacional de Arquitetura da Nova Ópera de Paris, Paris-França. Em 1985 transferiu residência para Aracaju-SE., montando escritório próprio. Elaborou projetos significativos, contundentes e de profunda intervenção na produção arquitetural na cidade de Aracaju, tais como o projeto Sede da EMURB, o projeto Teatro de Aracaju, o projeto Orla, o projeto da Fundação Esperança, o projeto Galeria de Arte Álvaro Santos, Dog Stop, Banco Econômico, projeto Parque Municipal da Bica na cidade de Lagarto-SE. Atualmente está desenvolvendo projetos em Aracaju, Salvador e Porto Alegre.
115
EDUARDO DE ASSIS ROSSI Esc. de Arqu. de Minas
- Universidade Gerais
- UFMG
Federal - 1980
Construída em terreno com área de 1 .920m 2 - 24 x 80m, a obra com estrutura convencional de concreto, apresenta uma modulação básica de 9,60 x 9,60m, definidos a partir da necessidade dos equipamentos a serem instalados, e balanços de 4,80m nas laterais do segundo pavimento, que permitiu facilidades de acesso de veículos e de pessoal. A edificação abriga uma central telefônica - CPA.T - com capacidade para 60.000 terminais, uma estação rádio base de telefonia celular, além de sede de distrito, centro de manutenção de rede, agência de atendimento a clientes e posto de serviço telefônico. Por sua localização na área industrial de Contagem - Grande Belo Horizonte, em via de acesso à cidade com grande movimentação de veículos, tivemos como diretriz inicial do projeto executar uma obra que integrasse ao espaço urbano existente, mas que ao mesmo tempo atuasse como um elemento de valorização e reciclagem desta área, o que foi conseguido com jogo de volumes e uso de cores. Composta por dois blocos, três pavimentos e um subsolo ocupando a área total do terreno, a edificação abriga no bloco frontal os equipamentos e a área de acesso a público - térreo. No bloco posterior foram alojados os escritórios, sendo o terceiro pavimento ocupado pela área de refeitório e lazer com terraço e vista do parque industrial.
116
EDUARDO JORGE FELIX CASTELLS Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
Nacional
Província
de Buenos
' ~i
- FAU da Cidade Aires
de La Plata
- Argentina
- 1970
,,
Uma questão central permeia o conjunto da produção do arquiteto e da equipe que com ele trabalha: a consciência que a arquitetura necessária e possível deve estar fortemente amarrada ao contexto, não apenas físico mas também, fundamentalmente, o sócio-cultural. Nessa perspectiva são mediatizadas problemáticas do meio-ambiente, da disponibilidade e uso de tecnologia, da linguagem, da preservação, do tratamento do conforto ambiental dos custos de manutenção. Essa orientação decide a participação em concursos (parques ecológicos, por exemplo), a proposta para obras particulares (preferencialmente residência ou o desafio de plantas industriais) e, ainda o trabalho na Universidade, tanto na realização de pesquisas quanto na mensagem que se transmite aos estudantes. Consequentemente, tal prática de arquitetura exige intenso trabalho inter-disciplinar, disposição essencial para pensar e projetar o futuro neste final de século.
117
EDUARDO KNEESE DE MELLO Mackenzie
- SP - 1932
SIDNEY DE OLIVEIRA Fac. de Arqu. Mackenzie
e Urb.
- FAU
- SP - 1961
,1
LL
Projeto
Arquitetônico
da Faculdade
J !, ..
de Arquitetura
e Urbanismo
da Universidade
de Guarulhos
O partido adotado constituiu-se de três blocos: Bloco 1 (bloco principal) - área de aproximadamente 3.600 m2, é totalmente pré-fabricado, tendo a seguinte distribuição interna: Pavimento Térreo - no projeto original, laboratórios, cantina e salão para exposições e vivência; atualmente pátio coberto para vivência. Primeiro Pavimento - sala dos professores, sala do departamento, diretoria, administração, protocolo, salas de aula. Segundo Pavimento - salas de aula teóricas. Terceiro Pavimento - atelier integrado para aulas práticas (de prancheta). A escadaria principal esta localizada em um grande vazio central, integrando física e virtualmente os vários pavimentos. Características Construtivas: Estrutura - pilares, vigas, lajes e cobertura tipo "shed" em concreto aparente totalmente pré-fabricado. Vedações internas - em paredes divisórias moduladas em 1,25 m, totalmente recambiáveis. Vedações externas - caixilhos de ferro basculantes controlam a entrada de luz no ambiente. Exercendo a função de "brise-soleil", foram criados módulos de fibra de vidro, desenvolvidos pelos arquitetos com exclusividade para este projeto. Bloco li (integrado ao bloco principal) - área de aproximadamente 200 m2, em construção convencional em concreto aparente, é o bloco hidráulico, estando concentrados todos os sanitários, caixa d'água superior e inferior, casa de bombas, e depósitos. Bloco Ili (anexo ao bloco principal) - Auditório em construção convencional, com área aproximada de 600m2. Sua característica básica é a de ser um volume totalmente cego, porém com aberturas estratégicas, que permitirão uma renovação constante e natural do ar ambiente interno.
118
EDUARDO MARTINEZ Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
Federal
Rio Grande
- FAU do
do Sul - UFRGS
-1964
A cidade de São Francisco de Paula compõe com Nova Petrópolis, Gramado e Canela o conjunto serrano das cidades das Hortências e, também, o polo de forte atração turística no Rio Grande do Sul. Faltava-lhe um elemento de recepção e informações turísticas, com diferenciação em relação às demais cidades, visto que há uma influência europeizante de caráter germânico distanciado da realidade histórica de São Francisco, onde os campos de Cima da Serra, com suas lindíssimas pastagens, têm uma tradição campeira acentuada. Outro aspecto que marcou esta região foi a extração de madeira, a araucária angustífolio, o nosso conhecido pinheiro, e abundâncias de pedras soltas na superfície do solo. Dentro deste meio cultural com fortes traços do mais legítimo atavismo regional, deveríamos transformar as aspirações desta sociedade que desejava possuir um equipamento adequado ao turismo, capaz de competir com suas co-irmãs sem torná-la igual. Assim, além das preocupações visuais em relação ao eixo da estrada, localização do prédio no sítio e ambientação neste, preservando todos os pinheiros existentes, houve o controle em produzir uma arquitetura conhecida e de certa forma assimilada por aquela comunidade. Basicamente, um programa de necessidades em três níveis e que, fisicamente se reflete no projeto. Portanto, ao nível do solo, abaixo do leito da estrada, o setor de mostra e venda (boi icho) dos produtos locais: ao nível da estrada, a recepção interna com seu recanto de fogo-de-chão e sanitários: no terceiro nível, um salão de reuniões com possibilidades de sala de aula e as sacadas mirantes. Foram utilizadas no pavimento térreo e nos muros de arrimo, pedras irregulares formando paredes e muros à semelhança das cercas de pedras encontradas na região e dominando-a em sua estruturação, tanto no construtivo quanto no acabamento das paredes e com a preocupação de torná-la mais expressiva, tratada com produtos que se aproximam do natural. Como último tópico, a religiosidade atendida com a presença do santo padroeiro, São Francisco de Paula, colocado em um nicho sob a passarela, como que abençoando, em sua despedida, o visitante.
1 19
EDWARD ROJAS Chile
Hotel Viento Sur Puerto Montt, X Région, Chile Nossa experiência em Chiloé nos tem ensinado que o patrimônio, como um bem reciclável, pode converter-se no suporte de uma proposta contemporânea. Nestes últimos anos temos visto a necessidade de transplantar esta experiência à Região dos Lagos, no sul do Chile, com um rico patrimônio arquitetônico que é uma mescla de arquitetura de influência alemã e "chi lota". Chegou-nos a incumbência de reciclar um antigo casarão na cidade de Puerto Montt para transformála em Hotel. Se tratava de um casarão da década de 30, do arquiteto Elisario Bravo, sua residência privada, até que se transformou com os anos 60 na Residência e Restaurante Vista Hermosa. Este edifício seria a base do desenho do Hotel Viento Sur. Para o tratamento exterior mantivemos a "gestalt"do edifício, razão pela qual a ampliação se realizou seguindo as diretrizes formais impostas pela residência original, imagem que é reforçada pelo uso da cor e do revestimento, onde a madeira imita uma construção em tijolo. Realizamos um trabalho de pintura inédito. Interiormente liberamos as paredes dos pavimentos e incorporamos uma nova lógica estrutural, que se expressa no estar-recepção, onde se encontram quatro grandes pilares cilíndricos revestidos com madeira, sugeridos pela estética "bombé" da casa original. A escadaria da época vai se transformando em seu percurso e finaliza em um moderno estar-mirante sobre a torre. O jogo de cor e de luz constrói o espaço interior: iluminações abertas nos tetos e tijolos de vidro postos em forma de losângulos dão unidade aos vários espaços e fazem que a luz se contraponha às grandes janelas com a paisagem de Puerto Montt. Posteriormente me incumbiram de uma ampliação, propus cortar a colina e reconstruí-la com concreto e alvenaria. O edifício, com forma de elipse, tem três níveis ligados por uma grande escadaria unida ao corte da colina, que desce junto com uma luz rasante, apoiada ao talude, enquanto une os dois edifícios. Assim todos os apartamentos e salas de estar defrontam com a paisagem de Puerto Montt, sendo o edifício moderno uma fundação, uma base que suporta o valor do patrimônio.
120
ÉOLO DE CASTRO MAIA Esc. de Arqu. de Minas
- Universidade
Gerais
- UFMG
Federal - 1967
Capela de Santana do Pé do Morro Minas. No caminho que leva ao mar, fazendas serviam de pouso a comerciantes, viajantes e contrabandistas. É o caso da Fazenda do Pé do Morro, de Ouro Branco, construída no século XVIII. Ela passou por um processo de restauro, iniciativa da Açominas, sua proprietária. Ao lado da antiga sede restaurada decide-se construir uma capela para abrigar seis imagens barrocas sob a guarda da Empresa. A escala da igreja respeita a sede da fazenda que a avizinha, mas seu projeto opta pelo contraste de uma construção com estrutura de perfis de aço Corten, fechada com vidro temperado e painéis de maçaranduba com vidro colorido. O altar é definido por três paredes de uma ruína existente no local (antiga cocheira? antigo repouso?), agora protegida pela capela, mas ainda visível através do vidro. O cruzeiro, ao lado da edificação, é uma reinterpretação, em aço, do existente na antiga capela do Padre Faria, em Ouro Preto. No interior, bancos, forro em madeira vermelha e pia batismal - uma esfera maciça em pedra sabão - também foram projetados pelo arquiteto.
121
ERALDO PINHEIRO Esc. de Arqu. de Minas
- Universidade Gerais
- UFMG
Federal - 1980
MARILDA ANTONINI RIBEIRO BASTOS Esc. de Arqu. de Minas
- Universidade Gerais
- UFMG
Federal - 1980
São cinco os projetos apresentados, sendo três de lojas e dois de show-rooms de fábricas, todos ligados a roupas e acessórios. Nos projetos destas lojas, e sempre que possível, trabalham com temas retirados da vida urbana ou relacionado com o conceito da roupa. O filme Metrópoles de Fritz Lang, é tema para a loja Metrópole. O espaço sugere o subterrâneo com tubulações aparentes, estruturas metálicas rústicas, alvenarias de caibro, sem acabamento. Para as confecções que têm no jeans sua produção básica, os anos 50 são sempre referência. Por expressarem um desejo de I iberdade e ousadia que se mantêm por outras décadas em variados movimentos de comportamento. Nas lojas Triton desenvolveram a linguagem dos colleges com as cerâmicas ,o piso das quadras de esporte, os escaninhos, o mobiliário de madeira escurecida das carteiras e balcões de secretarias, os vestiários. Na loja Transport que aparece na foto do catálogo, o cinema volta a ser referência através do filme Easy Rider. A Arquitetura traduz este clima nos laranjas e azuis fortes da paisagem desértica no asfalto do piso, nos cactos e nos metais dos trailers, motos e tachas das jaquetas. O trabalho dos Show-rooms é mais minimalista. Neutro como convém a sua função. Basicamente metais e vidros, mais frios e reflexivos, contrapostos com a madeira e cores fortes. No show-room Peça Piloto o elemento especial fica a cargo da estante de acessórios, que divide a entrada e as salas de atendimento, cuja forma naval recebe um trabalho artesanal de revestimento com folhas de prata superpostas. No Show-room Pitt/Renato Loureiro o trabalho artesanal também personaliza o espaço através dos detalhes de alumínio fundido com desenho e execução exclusivos.
122
ERNANI FREIRE ARQUITETOS ASSOCIADOS Ernani Freire Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
Federal
do Rio de Janeiro
UFRJ - 1971
A equipe do escritório Ernani Freire Arquitetos Associados apresenta na Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo dois trabalhos na categoria Patrimônio Ambiental, Histórico e Artístico: "Revitalização de uma casa" e "Um restauro, uma intervenção". São duas intervenções em prédios localizados em sítios arquitetônicos tombados, realizadas pelo escritório na mesma época (os projetos são semelhantes. de 1 988/89) com I i nguagem e características O primeiro é a revitalização de um sobrado oitocentista, em estado de abandono, localizado no Conjunto Arquitetônico do Largo do Boticário, Cosme Velho - Rio de Janeiro. Um trabalho que, desde os estudos iniciais, apontava para uma intervenção necessária e decisiva regida pelo equilíbrio entre as necessidades funcionais do programa, o respeito ao valor histórico da edificação, o cumprimento da legislação e o atendimento aos ajustes solicitados pelos órgãos públicos envolvidos. Esta obra recebeu do IAB-RJ o Prêmio Rodrigo Mello Franco de Andrade na Premiação Anual de 1990 e Prêmio Nacional de Arquitetura por ocasião das comemorações dos 70 anos do IAB. O segundo trabalho, localizado no Centro Histórico de Petrópolis, tem o mesmo espírito do primeiro. Neste caso, porém, trata-se de um conjunto, onde a partir do restauro da casa principal, foi desenhado posteriormente, um anexo destinado a esportes e lazer. Aqui, devido ao estado de conservação da casa, as intervenções foram menos marcantes e, o que se pretendia, além de dotar a casa de um maior número de banheiros e uma grande cozinha - ambientes aos quais praticamente se restringiu a intervenção - era a recuperação da arquitetura original, a partir da demolição de acréscimos e elementos construtivos incorporados inescrupulosamente, ao longo do tempo, à construção.
123
ESPARTANO TADEU DA FONSECA Pontífica
Habitação
Econômica
Bioclimática
de Solo-Cimento
Universidade
Católica
do Paraná
- PUC - PR - 1982
para região de Curitiba-PR
Estatísticas comprovam que a necessidade de habitações populares cresce no país de forma geométrica, em relação ao número de moradias econômicas que estão sendo construídas atualmente. No Paraná esta situação torna-se mais complexa, uma vez que, além das dificuldades econômicas e da falta de recursos para o atendimento à demanda habitacional, pode-se detectar ainda um problema mais grave: a adequação ambiental e cultural do tipo de habitação proposta em todas as regiões do Estado. à real idade ambiental, Torna-se necessária, dessa forma, uma adequação global do tipo de habitação cultural, econômica e social do meio e da região de implantação das novas habitações econômicas e conjuntos habitacionais. permitiu que se A Habitação Econômica Bioclimática do Solo-Cimento, adaptada à região de Curitiba, realizasse, durante seu período de construção, a análise dos aspectos técnicos-construtivos adotados. Na atual fase aspira-se a medir o grau de conforto térmico e de adequação do modelo proposto. Durante o desenvolvimento das etapas de construção e monitoramento os principais beneficiários indiretos dos resultados dos trabalhos foram os estudantes dos Concursos de Arquitetura e Urbanismo e de Engenharia Civil da PUC-PR, os pesquisadores ligados ao setor habitacional, bem como os institutos e órgãos estaduais e federais que estão atuando nessa área; de forma direta, a própria comunidade curitibana e, consequentemente, de todo o Estado, uma vez que o trabalho é ligado à melhoria da qualidade de vida da população. É importante lembrar ainda, o caráter de singularidade deste trabalho, pois não se encontram muitas informações sobre algum tipo de pesquisa que desenvolva estudos integrados e que visem ao monitoramento e avaliação e da adequação ambiental de um modelo de habitação econômica e de conjuntos habitacionais.
124
FÁBIO PENTEADO Fac. de Arqu. Mackenzie
e Urb.
- FAU
- SP - 1953
Estão apresentados dois projetos: 1- Hospital-Escolas Julio de Mesquita Filho, da Santa Casa da Misericórdia de São Paulo, 1967. Obra iniciada em 1971, interrompida em 1974, depois de concluída toda sua estrutura. Em 1989, o projeto original foi reciclado para atender as funções de "Forum Criminal de São Paulo", cujas obras, estão hoje em fase de conclusão. Projeto de Escultura Justiça - César Sampedro e Fábio Penteado. Arquitetos - Fábio Penteado, Teru Tamaki, Eduardo de Almeida, Maria Giselda Visconti, Hercules Merigo e José Borel I i Netto. 2- Torre Novo Centro-Anhagabaú. Projeto-pesquisa, proposto pela Empresa Brasileira de estudos e patrimônio envolvendo remanejamento de equipamentos urbanos, tais como, passagens subterrâneas de pedestres e grandes estacionamentos. O programa do edifício contém um shopping-center (40.000m2), escritórios comerciais (80.000m2), hotel com 800 apartamentos, terraço panorâmico e heliporto. Arquitetos - Fábio Penteado, César Sampedro e Davison Becato.
125
FÁBRICA ARQUITETURA Fac. de Arqu. Universidade
Federal
Eduardo
Barra
e Urb.
- FAU
do Rio de Janeiro UFRJ - 1976 João Calafat
Fac. de Arqu. Universidade
de Santa Úrsula
e Urb.
- USU - 1982
Solange Fac. de Arqu. Universidade
de Santa Úrsula
- FAU Libman
e Urb.
- USU - 1979 Marco
Fac. de Arqu. Universidade
de Santa
Úrsula
- FAU
e Urb.
Silva - FAU
- USU - 1982 Pablo Benetti
UNR Universidade
- Rosário Federal
- Argentina
- 1973
Hermano
Freitas
do Rio de Janeiro UFRJ - 1976
Av. Presidente Vargas Reitegrando suas margens Em 1938, o Presidente Getúlio Vargas visitou o stand da Secretaria de Viação na Feira de Amostras e se apaixonou pelo projeto da monumental avenida que acabaria levando seu nome. Selava assim o compromisso de dotar a Capital de um imponente eixo urbano, revivendo a experiência de Haussmann em Paris no século passado e Pereira Passos no Rio do início desse século, inspirado também nos planos grandiosos de Hitler e Mussolini para Berlim e Roma na época. Estávamos em pleno Estado Novo. As obras de implantação da avenida começaram em 1941. Enquanto os abusos devastavam o solo europeu, uma lâmina com 80 metros de largura rasgou o acanhado tecido urbano central do Rio formado por ruelas estreitas e tortuosas - partindo do Largo do Matadouro (Praça da Bandeira) e atingindo os fundos da Igreja da Candelária. A fúria construtiva atropelou habitações, igrejas, largos, praças e áreas à vida da cidade como verdes. Cinqüenta anos depois, a Presidente Vargas já se encontra incorporada uma referência, um marco urbano, mas como é inevitável em qualquer intervenção desse porte, seu traçado representa um divisor de águas entre o lado sul em permanente transformação - com seus prós e à decadência. contras-, e o lado norte esquecido, tendendo Nosso projeto busca a reintegração desses dois lados, facilitando a travessia hoje prejudicada pela própria imensidão espacial da avenida e pelo intenso tráfego de veículos, recosturando o tecido urbano e reincorporando porções antes contínuas. Não se trata de uma simples passarela para pedestres, mas de uma ponte com uma série de serviços. Implantada em ponto de grande movimentação de pedestres, permite ainda o aproveitamento da à cidade pelo Metrô. Basta observar a planta da área para identificar que enorme área livre não devolvida à avenida possui potencial para gerar uma melhoria da qualidade ambiental o grande eixo vazio oblíquo do Centro, além de configurar um elemento de atração focal significativo dentro da simetria monótona e inexpressiva das edificações de suas margens.
126
FERNANDO SIMON Fac. de Arqu.
RJ -
- Barra
do Piraí
1978
SUZI SIMON Universidade de Berlim
Memorial
Técnica - 1981
Residência
Fernando
e Suzi
Com o nascimento do segundo filho, na impossibilidade financeira de arcar com os custos de um apartamento, quartos e o pavor do sistema financeiro da habitação o casal de arquitetos resolve enfrentar o desafio do castelo próprio com recursos próprios e projeto próprio. Em junho de 1989 começa a luta que continua até agora com colocação de luminárias e mobiliário. Trata-se de uma construção singela repleta de homenagens desde a cultura popular aos grandes mestres Gropius, Le Corbusier, Lina Bo Bardi, Rossi e Richard Meyer. O fato é que hoje livre de taxas de condomínio e de dívidas, o casal e os filhos cuidam das flores e das cores enquanto assitem ao longe e de camarote o chegar do terceiro milênio de cima do planalto central.
127
FERNANDO HENRIQUE DE FARIA PEIXOTO Fac. de Arqu. Universidade
e Urb.
Federal
- FAU
da Bahia
UFBA
- 1969
O uso singular da cor e a composição lúdica tornam o trabalho deste arquiteto em algo único, pessoal, e ao mesmo tempo marcadamente brasileiro. É importante notar que Peixoto nasceu e tem a maioria de suas obras em Salvador, a primeira capital brasileira, com uma forte influência africana, e uma cidade com uma cultura singular e cheia de cor. Outro importante fator para uma apreciação do trabalho de Peixoto é manter em mente o objeto da maioria de seus projetos: não são prédios governamentais ou sedes de grandes empresas, mas sim prédios de escritórios e apartamentos corriqueiros, onde o custo de construção é fator decisivo. Estes dois aspectos, adequação cultural e racionalidade de custos, são os dois suportes principais do seu trabalho. A maioria dos seus desenhos são "caixotes", onde a simplicidade da estrutura e perímetros reduzidos são uma constante. Ao mesmo tempo o conceito gráfico elimina janelas como um elemento de composição estético, sendo seu tamanho e posição consequência da necessidade funcional. Ao mesmo tempo, o impacto visual do seu trabalho tem muito a ver com a distância e velocidade da percepção, tornando-o mais notável que muitos outros em uma cidade moderna. A cor é mais emocionante que o volume pois, ao contrário deste, independente de formação cultural do observador. Mais uma vez, o trabalho de Peixoto é fora do comum porque, em vez de usar cor para enfatizar volume como um recurso secundário, a cor é transformada no elemento principal sugerindo, e algumas vezes substituindo visualmente o volume em uma fachada plana. Ao mesmo tempo as composições arquitetônicas resultantes escondem a malha estrutural de suporte e a simetria das unidades individuais que compõem o prédio, obtendo assim um senso de unidade indivisível em lugar de um agrupamento de elementos repetitivos e óbvios.
128
FERNANDO LUIZ POPP Pontifícia
Universidade
PUC - Paraná
Católica
- 1981
O projeto do Shopping Popular consiste na ampliação e reciclagem do uso do Mercasul. (Mercado Sul - Mercado Varejista). O Projeto do arquiteto Fernando Luiz Popp, da equipe da IPPUC, abrange área total de 15 mil m2. Por seu Projeto, foi dado tratamento visual de custos reduzidos aos quatro barracões, típicos da região (O Setor estrutural Sul do Plano diretor de 1965). Há janelas em estilo antigo, estruturas metálicas e tubulares decorativas e piso colorido em cimento alisado. O mercadão popular de varejo, da Secretaria Municipal de Abastecimento, tem 65 bancas padronizadas para venda de Hortifrutigrangeiros, carne e pescados. Cada "banca", na forma de barraca em estrutura pelos barracões de uso reciclado metálica - tela armada - vermelha, tem em média 1 O m2. Espalhadas estão 11 5 lojas, a maior parte delas de ponta de estoque, para a venda de praticamente tudo. A idéia de popularizar o Shopping justamente pelos preços menores está ligada a sua localização, junto a um terminal de transportes coletivo. A URBS é administradora da Obra e fiscal do Comércio, para garantir preços abaixas. As Secretarias municipais de Obras e de Transportes estão encarregadas da infra-estrutura de tráfego de veículo individuais e coletivos no local. Os objetivos do Shopping Popular são: oferecer a população a oportuniservir a comunidade especialmente as dade de ter seu próprio negócio, além de gerar 41 O empregos, famílias de menor renda, promover a descentralização, valorizando a Região Sul de Curitiba (Capão Raso, CIC, Novo Mundo, Pinheirinho, Portão, Vila Fani, Vila Guaira e Xaxim), a mais habitada da cidade que compõe o Setor Estrutural Sul do Plano Diretor de 1965. (CERETE).
129
FERNANDO DE MELLO FRANCO Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1986
MARTA MOREIRA Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1987
MILTON BRAGA Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP - 1987
VINICIUS GORGATI Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP - 1987
Arquitetos
Associados
Associaram-se em 1990 após terem colaborado em diversos escritórios. Fernando Franco é mestrando pela FAU/USP e professor de projeto do Departamento de Arquitetura e Planejamento de EESC/USP. Marta Moreira e Milton Braga são mestrandos pela FAU/USP e professores de projeto da FAU/Braz Cubas. Vinicius Gorgati atualmente reside nos Estados Unidos onde cursa o Master em Urban Design na Harvard University. Em associação recente, os arquitetos têm-se dedicado principalmente a projetos de pequeno porte, na sua maioria de residências unifamiliares. Destaca-se o projeto para o Concurso Nacional de Anteprojetos para o Pavilhão do Brasil em Sevilha (projeto premiado). já construída em Os projetos escolhidos para a exposição foram o Pavilhão de Sevilha, uma residência Aldeia da Serra e uma residência de veraneio na Barra do Sahy, os quais originados a partir de situações diferentes, contêm idéias comuns e representam em boa medida a produção dos arquitetos.
130
FERNANDO TÁVORA
Espontânea
Generosidade
P~dem-se um depoimento sobre o Prof. Fernado Távora, agora que se aproxima o termo do seu magistério. Iniciou a docência na Faculdade de Arquitetura - então Escola de Belas-Artes do Porto em 1950, recém-formado, sem vencimento e a convite do mestre Carlos Ramos. Por militância e solidariedade. Tive o privilégio de viver a renovação da escola. Partilhei com outros estudantes o impulso e a informação que ele e os demais convidados - Carlos Loureiro, Octávio Filgueiras, mais tarde Agostinho Rica e Mário Bonito - descobriram dentro e fora do País, por igual e sem preconceitos. Foi o primeiro professor que me avaliou por outras coisas que não o grau de informação e de ingenuidade. Os muitos anos de quase inteira entrega ao ensino limitaram a sua produção, mas não a importância do que produziu; tiveram outras e mais profundas consequências, não menos gratificantes para ele e essenciais para os múltiplos discípulos. Julgo que ele próprio sempre teve consciência disso sem muito se preocupar: é de sua natureza a dispersão em espontânea generosidade, sem cálculo ou sensação de sacrifício. Diz-se agora que se "reforma". Mas para quem conhece a personalidade e a vitalidade de Fernado Távora não há reforma possível. Assisti à distância, espero que discretamente, mas com curiosa atenção, à preparação - talvez inconsciente - dos dias pós-reforma. Renasceu um verdadeiro furor projectual. As últimas obras cruzam, com acuidade e inovação ainda insuficientemente avaliadas, porque não fáceis, os caminhos da nossa e da nova arquitetura. Mantém-se o alheamento a qualquer formalismo estético ou humano. De uma forma ou de outra a docência prossegue. Álvaro Siza Vieira
1 31
FITTIPALDI ARQUITETURA LTDA Sérgio Dornelles Fittipaldi Fac. de Arqu. Universidade
de Brasília
e Urb. - UNB
Regina Stella Quintas Fac. de Arqu. Universidade
de Brasília
- FAU - 1974
Fittipaldi
e Urb. - UNB
- FAU - 1974
.......... . --········· --········ ----
_, -·
--
········••11 - .. 11111111111
1111111111
-----····· --- ... -
-
11111
Ili
Criaram o escritório em 1978, e desde então vêm trabalhando sempre em projetos de arquitetura. Nestes quinze anos, formaram um currículo bastante diversificado, através da elaboração e desenvolvimento de projetos de residências unifamiliares, edifícios residenciais e comerciais, centros empresariais, hotéis, indústrias de soja, aeroportos, hospitais, clubes, bem como projetos de edifícios, sede de entidades como o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, a Associação Nacional dos Escritores, a Fundação dos Economiários Federais (Funcef), o Conservatório Nacional de Música (BSB), a Ordem dos Advogados do Brasil, Seção DF, e o Serpro, estes últimos, objetos de concu;-so nacional, tendo sido classificados em primeiro lugar. Neste período de dedicação ao trabalho, Sérgio e Regina elaboraram aproximadamente trezentos projetos, perfazendo um total superior a dois milhões de metros quadrados e construídos. Atualmente, além da atividade de prancheta, vêm desenvolvendo pesquisa na área da bioarquitetura com vistas a uma proposta holística na tradução do espaço, objetivando a harmonia e equilíbrio entre o edifício, o homem e a natureza.
132
FLÁVIO KIEFER Fac. de Arqu. do Rio Grande UFRGS
- Universidade
Federal
do Sul
- 1979
Tem sido muito comum perguntar a um arquiteto sobre o estilo, a corrente ou a referência que ele utiliza para a realização de sua obra, considerando a arquitetura como um processo de colagem, de referências, uma miscelânea, enfim. Levei um tempo a me acostumar com estas perguntas formuladas com tanta simplicidade e sinceridade, como se eu estivesse numa loja de doces a escolher o que mais me aprazia. Definitivamente, a teoria pós-moderna tornou-se uma realidade neo-eclética. Sempre senti como sendo possível levar adiante uma história da arquitetura, embasada no conhecimento de sua própria história e não na história do desenvolvimento da técnica e da forma do ser humano em minha obra uma busca pelo se relacionar com a natureza e entre si. É por isso que se pode encontrar permanente, como uma visível rejeição do que é descartável, rápido e provisório; fazendo, por certo, com que a minha arquitetura se distancie desta contemporaneidade cenográfica, efêmera e de alta velocidade rotatória. Do ponto de vista do uso da arquitetura, acredito firmemente que ainda é possível revolucionar, em seu sentido utópico, a forma de ocuparmos o espaço físico, o que significa, sem dúvida, revolucionar o ser no mundo (em vez de revolucionar o mundo para o ser). Me ocupa e preocupa fundamentalmente o destino da cidade. Faço arquitetura pensando que estou produzindo, dentro de um processo coletivo, a cidade. Mas se hoje, felizmente, quase todos reconhecem que a cidade histórica é permanente, ainda nos falta uma nova linguagem unificadora de atitudes com relação a esta mesma cidade. Disso tudo resulta uma arquitetura que se pode considerar como sendo uma mistura de fortes elementos clássicos - a ortogonalidade, linhas retas, a composição equilibrada - mesclada de elementos fortuitos, inesperados ou lúdicos que geram tensões e contraposições, mostrando a complexidade e riqueza do que afinal somos constituídos.
133
FLÁVIO LEÃO LEMBERT Fac. de Arqu. Universidade
Federal
e Urb.
do Rio Grande UFRGS
- FAU do Sul - 1983
Grande parte do trabalho por mim realizado durante dez anos de formado, foi em projetos e execução de obras de edificações. Desde o início de minha carreira profissional dediquei-me em partes exatamente iguais ao projeto e a obra (local onde materializa-se o projeto). No canteiro, aprendi a observar os materiais de construção procurando a partir disto explorar sua textura, cor e comportamento, em um clima com grandes variações de temperatura, tentando também fugir de alguns padrões pré-estabelecidos, de que somente os materiais mais caros são realmente bons. Descobri o gosto por materiais brutos como tijolos, concreto aparente, pedra, e ao longo do tempo fui introduzindo o uso da cor que quando colocada ao lado de determinados materiais pode destacar ou não certos elementos formais. Considero fundamental em meu trabalho, a pesquisa em bibliografia especializada aliada ao desenvolvimento do senso de observação, para tentar adaptar a cada obra um bom repertório de soluções funcionais e formais.
134
FRANCISCO DE ASSIS ROSA Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo
USP - 1 987
Diretrizes Preliminares para Urbanização no Município de Ubatuba Urbanização da Praia do Puruba O projeto urbanístico para a praia do Puruba da reflexão sobre a ocupação humana no território, investigando como melhor explorar os recursos naturais, em termos econômicos, paisagísticos e ambientais, a como resgatar boa parte da qualidade ambiental perdida pelos assentamentos desarticulados e desordenados dos nossos municípios (como por exemplo a recuperação da Mata Atlântica Paulista). De um lado, temos a preocupação com o aprimoramento no desenho urbano, e do outro, o incremento da produtividade agropecuária e industrial, obtendo-se mais e em menores áreas. Enfim, o projeto situa-se num horizonte amplo em termos de implementação de uma política de desenvolvimento urbano, ocupação e recuperação territorial. A proposta de urbanização em área de significativa paisagem natural - a praia do Puruba em Ubatuba, litoral norte - apresenta algumas alternativas de desenho e tipologias urbanas frente à problemática de nosso turismo predatório e urbanização inadequada de regiões litorâneas. Elaborou-se um texto contendo algumas diretrizes gerais para o município como um todo, e um projeto urbanístico para a praia do Puruba especificmente. Segue-se um breve resumo das diretrizes urbanas propostas: 1. incentivo à ocupação urbana na zona central do município, liberando as planícies das praias com paisagem natural a preservar, neste sentido mais frágeis a uma ocupação populosa, através de implantação de mecanismos de permuta urbana; 2. incremento e sistematização do transporte urbano, interligado de modo rápido e direto à região central e às praias; 3. implementação de critérios de desenho urbano, diferenciados para áreas naturais intactas ou áreas já comprometidas com urbanização, discriminando usos do solo adequados para cada local; 4. adoção do conceito de cidade compacta, liberando áreas para parques, reservas naturais, centros de pesquisa e lazer, promovendo maior variedade de atividades urbanas e respeito à paisagem natural.
135
FRANCISCO PETRACCO Mackenzie
- SP - 1958
Campus da Universidade Anhembi-Morumbi - SP A ser implantado num terreno de topografia favorável, cortado por nascentes de córregos cristalinos por espécimes vegetais de grande porte e embasado num programa quase soberbo de universidade, foi espontânea a adoção do partido arquitetônico para o projeto do Campus de lnterlagos: a opção de um núcleo principal capaz de integrar todos os cursos. Criou-se um "Cuore" para onde versam todas as atividades, um verdadeiro centro de convivência circundado por auditórios, diretórios e arenas que tecem um cenário estimulante ao espírito da vida universitária, instituindo o diálogo. Justapondo-se a esta praça, dispomos dois edifícios longos e docemente curvos, de 300 m, unidos por um domus generoso que se I igam por duas grandes rampas, as quais levam a espaços modulares capazes de absorver as "performances" inerentes a cada disciplina. Formando um verdadeiro contraponto a esses volumes longilíneos, implantamos o edifício"Aula Magna", de linhas singelas, que flutuam sobre as águas do lago, contendo espaços interiores eloquentes dignos de ensejar o foro contínuo das discussões acadêmicas. Complementando essas atividades propusemos o setor poliesportivo com piscinas, quadras e um ginásio de linhas elegantes, propiciando um ambiente capaz de despertar os anseios da competitividade sadia. Adequando as curvas naturais do terreno, desenhamos um grande auditório ao ar livre com uma concha acústica ilhada nos meandros do córrego, induzindo atos de extensão cultural tais como eventos musicais, teatrais e outros. Enriquecendo as qualidades paisagísticas da área, formamos pequenas matas ciliares protegendo os córregos e os transformamos em verdadeiros espelhos d'água a fim de refletir nos edifícios o caráter próprio de um Campus Universitário.
136
FREDERICO MIRANDA DINIZ Esc. de Arqu.
Residencial
Universidade
Federal
de Minas
Gerais
- UFMG
- 1970
Ville D'Orleans
O terreno, com área de 600 m2 situa-se na Rua Felipe dos Santos nº 77, no Bairro de Lourdes. O prédio construído no local, terá uso residencial e será habitado por membros de uma mesma família. A verticalização proposta em dez níveis permitiu uma menor taxa de ocupação no terreno, melhorando a insolação nos diversos ambientes dos apartamentos e proporcionando a liberdade no desfrute de uma vista mais panorâmica do entorno urbano. A edificação com seis unidades de habitação, uma por andar, possui uma cobertura duplex com piscina e jardins. Nos primeiros dois níveis da edificação solucionamos a portaria, o hall de entrada, as garagens, a zeladoria, os depósitos e salas de jogos. No terceiro piso, designado como pilotis, organizamos as varandas e os terraços-jardins no entorno de um grande salão social de festas, atendido por uma escada exclusivamente social, a qual gera um volume circular com vedação em painéis de vidro obtendo uma presença marcante na fachada principal do edifício. Uma das preocupações maiores do projeto foi a de que todas as unidades possuíssem uma vista privilegiada Com a intenção de conseguirmos uma edificação plasticamente marcante e sóbria, enaltecemos as formas curvas deixando-as em concreto aparente conseguindo dessa forma, uma perfeita harmonia com os demais materiais nobres, utilizados nas fachadas, como as placas lisas de granito cinza-ocre contrastando com a movimentação produzida pelas chapas curvas de alumínio bronze. O resultado desejado para essa edificação é finalmente alcançado, ressalvando-se que existiu sempre uma perfeita sintonia entre o arquiteto e os executores dessa obra, representados pela Construtora G. L. Engenharia, uma das mais expressivas e atuantes empresas de engenharia civil de Belo Horizonte.
139
FRANCISCO SICILIANO Fac. de Arqu.
e Urb.
- Mackenzie
- SP - 1984
MARCELO TODESCAN Fac. de Arqu.
e Urb.
- Mackenzie
- SP - 1984
Todo o trabalho dos Arquitetos Francisco Siciliano e Marcelo Todescan, está baseado na união de suas experiências individuais e na intenção de elaborar uma arquitetura contemporânea, funcional e esteticamente atraente. Isto é conquistado através da pesquisa de novos materiais e técnicas construtivas, que possibilita sempre um bom resultado, mesmo dentro de uma realidade técnica e econômica às vezes limitadas. Estas descobertas aliadas desde a concepção, com espaços generosos, formas, cores e texturas diversas, tornam cada obra única, concretizando os desejos do cliente e dos arquitetos. Estas características podem ser observadas em inúmeros projetos de residências bem como em projetos comerciais e de serviço, destacando-se as residências Armênio Nercessian -City Boaçava - SP., Martinique de Madach - Taboão da Serra - SP., Clínica Odontológica Brush - Morumbi - SP., City Car Center - Lapa SP ., entre outros.
138
FRANCISCO SEGNINI JR. Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU - Universidade
de São Paulo
- USP - 1965
Os trabalhos apresentados constituem uma mostra significativa da minha produção nos últimos cinco anos. Mostro aqui cinco residências e um projeto de arquitetura de interiores - um restaurante para funcionários de uma grande empresa. Após 27 anos de profissão, acredito ainda difícil explicar o próprio trabalho. Tentarei fazê-lo então de uma forma geral, refletindo a respeito da prática diária da arquitetura como a tenho vivido. O projeto da residência uni-familiar tende a concretizar a aproximação cliente-arquiteto. O cliente é fundamental para o desenvolvimento de um trabalho interessante para o arquiteto. O nosso trabalho não pode ser simplesmente uma resposta racional, funcional e objetiva a um programa proposto pelo cliente; ele trás consigo outras indagações. As residências aqui expostas são resultado de um bom entrosamento cliente-arquiteto. Realizamos sonhos com a esperança de um mundo diferente, criamos novos espaços procurando o conhecimento tecnológico, utilizamos os materiais com a liberdade de quem os descobre a cada momento. Tudo isso seu status de arte. elaborado com muito prazer e alegria a procura da dimensão que confere à arquitetura No trabalho de arquitetura de interiores, o cliente-empresa representa uma outra forma de relacionamento do arquiteto com seu projeto. A empresa nos fornece programas objetivos e requer respostas claras, rápidas e também muito objetivas. A preocupação maior passa a ser o usuário. O trabalho apresentado pretende ao criar um espaço de alimentação criar também um espaço de lazer a ser utilizado pelos funcionários. Por essa razão torna-se relevante proporcionar a esses usuários um espaço agradável e lúdico. Construir o amanhã, sem autoritarismo, respeitando e emocionando o usuário, recriando a paisagem, buscando novos conhecimentos, são dimensões que procuro imprimir ao meu trabalho. Desenvolvê-lo com alegria e paixão é o meu sonho!
137
FREUSA MARIA ZECHMEISTER Esc. de Arqu. - Universidade Federal de Minas Gerais UFMG - 1964
Desenvolve projetos na área residencial (arquitetura, arquitetura de interiores e paisagismos), comercial (projeto de lojas, restaurante, escritórios, etc.). Assinou algumas produções - figurinos e cenários - na área de dança e ópera (grupo Corpo, Teatros Municipais de São Paulo e Rio de Janeiro). Seu trabalho hoje é o resultado de vivências em diferentes áreas de criação. É também designer, criando móveis, luminárias e objetos para seus projetos.
140
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Em julho de 1900 inaugurava-se o Instituto Soroterápico Federal - hoje Fundação Oswaldo Cruz - sob a direção do jovem sanitarista Oswaldo Cruz, para o combate da epidemia de peste bubônica, que assolava a cidade do Rio de Janeiro. Localizado na fazenda de Manguinhos, Freguesia de lnhaúma, o complexo arquitetônico original do Instituto foi idealizado, pelo arquiteto português Luiz de Moraes Júnior. As instalações que Oswaldo Cruz fez construir na fazenda de Manguinhos de 1904, foram dotadas, na época, de uma sofisticada aparelhagem técnica, comparável às mais avançadas instituições de pesquisa científica do mundo. O denominado "Núcleo Arquitetônico de Manguinhos", formado pelo Pavilhão Mourisco (1905(1905), 500 m2; Quinino (1919-1939), 191 O), 5.000 m2; Pavilhão do Relógio (1904), 200 m2; Cavalariça 2.000 m2; Pombal (1904), 1 .300 m2; Casa de Chá (1905), 245m2 e Hospital Evandro Chagas (1912) 2.100 m2; assim como a área ao seu entorno com 270.000 m2, foi tombado pela antiga Secretaria de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) em 1981, atual Instituto Brasileiro de Patrimônio Cultural (IBPC). Devido à reconhecida importância do Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos, no âmbito científico e cultural, o mesmo está incluído no circuito turístico-histórico da cidade do Rio de Janeiro, bem como no guia Michelin. A preservação do Patrimônio Histórico de Manguinhos vem sendo uma das prioridades das administrações da Fundação Oswaldo Cruz, desde 1987, ano em que se iniciaram os trabalhos de restauração desse complexo arquitetônico que se encontrava muito deteriorado. Para o desenvolvimento desse trabalho, que consiste na elaboração de projetos de restauração; editais de especificações dos serviços para licitação; cronogramas; fiscalização das obras e conservação da área tombada, criou-se o Departamento de Patrimônio Histórico da Casa de Oswaldo Cruz.
141
GAMHA - GRUPO DE ASSESSORIA A MOVIMENTOS POR HABITAÇÃO
O trabalho desenvolvido pelo GAMHA localiza-se na área de assessoria técnica para organizações sociais que buscam soluções para o problema habitacional. O GAMHA assumiu a continuidade do trabalho da equipe conhecida como "grupo de assessoria do sindicato do arquiteto". Essa equipe vem realizando essa atividade desde 1987. Ao definir sua metodologia de trabalho, o GAMHA tem como referência fundamental a participação da comunidade em todas as etapas do processo da obtenção da moradia. Essa postura está presente desde a concepção do estudo preliminar das unidades e sua implantação, passando pela elaboração de orçamentos, racionalização da produção no canteiro de obras, organização da população diretamente envolvida e, é claro, na construção das casas. É um trabalho contínuo e concentrado na transformação da relação entre o arquiteto e esse "novo" cliente coletivo, que busca criar espaços mais suficientes para o tamanho das famílias usuárias, mais duradouros e mais bonitos que aqueles que usualmente vêm à cabeça quando pensamos na expressão "habitação popular". Direcionando para essa população a boa prática da profissão, o trabalho procura contribuir para a mudança da cultura que, no Brasil, domina historicamente este setor. Desta forma, a fruição dos ambientes criados é ampliada com o intenso envolvimento dos moradores que se qualificaram, durante o processo, para discussões que iniciadas na moradia atingem o desenho urbano e as demais possibilidades de uso da cidade. Há, portanto, um esforço abrangente que incorpora no desenho a construção de uma arquitetura participativa e de muitos autores.
142
GASTÃO LUIZ MENDES LIMA FILHO Fac. de Arqu. Pontifícia
e Urb.
Universidade
PUC - Paraná
- FAU Católica
- 1 984
Desde sua formação vem trabalhando em seu escritório, desenvolvendo projetos variados desde industriais, casas até objetos e móveis para decoração, atuando também na área de instalações comerciais em Curitiba e outras cidades, onde possui projetos de clínicas médicas, lojas, restaurantes e agências de motos. Seus projetos têm forte embasamento teórico, inspiração criativa, pesquisa, exclusividade e administração. O que fez seus trabalhos pontuarem nos mais importantes setores de Curitiba.
143
GASTON OPORTO Esc. de Arqu. de Minas
Maternidade
Municipal
do lmbirucu
- Betim-MG
- Universidade
Federal
Gerais
-
- UFMG
1976
- 1992
Este projeto é resposta à demanda social do bairro operário do lmbirucu, em Betim, MG. A edificação complementa a infra-estrutura da saúde pública já existente no local. A tônica essencial da proposta está centralizada na sua expressão simbólica. A edificação se integra ao conjunto edificado no entorno, na sua escala e na geometria das suas formas. As atividades, pela exatidão que as caracterizam, foram determinantes para a organização espacial. Cada setor funcional foi representado por um volume de características próprias. A interligação destes resultou em um conjunto articulado, onde o aspecto visual é preponderante. É na expressão do significado das partes e do todo, que procurou-se uma inserção do edifício ao contexto circundante. A utilização de cores, além de servir como um elemento gerador de significado, segue uma tendência mundial de utilização das suas propriedades terapêuticas em edificações destinadas à saúde pública.
144
GENI SUGAI Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1985
ROBERTO KUBOTA Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1986
•
-
A arquitetura tem sido, há séculos, um instrumento para o bem viver. Desde a grandeza dos projetos urbanísticos até a organização dos pequenos espaços, temos sido sempre, os arquitetos, atentos para isso. Os móveis desta exposição visam atender aos conceitos técnicos de funcionalidade, de praticidade e aos requisitos para a produção em série. Talvez justamente por isso tenham resultado em desenhos simples, de uma elegância discreta e beleza sutil. Consideramos fundamentais os ensinamentos do racionalismo de Le Corbusier, Mies van der Rohe e Rietveld, mas ao mesmo tempo preocupamo-nos com a importância de se desenvolver um desenho autenticamente brasileiro, continuando a obra dos notáveis arquitetos Lina Bo Bardi, Flávio de Carvalho e Paulo Mendes da Rocha. O desenho de um móvel é a menor aplicação do pensamento arquitetônico. Talvez por isso seja também a mais sintética, mais trabalhada e, porque não dizer, a mais inteligente das suas formas de expressão. Visando funções primordiais como o sentar-se, o deitar-se e o organizar-se, visa também o preparar-se para a vida.
145
GERALDO BENÍCIO DA FONSECA Fac. de Arqu. Universidade
Federal
e Urb.
do Rio Grande UFRGS
- FAU do Sul - 1987
FLÁVIA ROCHA FAMIH
- BH - 1986
A arquitetura em todas as épocas e lugares representou, junto com as artes, a literatura, a música, o contexto em que está inserida. Grafado arcaicamente o termo ARCH-TEKTON expõe a abrangência desta atividade que atravessa os séculos: significa origem (Arché) e técnica. É, portanto, mais do que a era intenção de proteger ou guardar os valores do indivíduo. A arquitetura é a extensão do homem, é a edificação de seus sonhos. Como intérprete da natureza humana nós, arquitetos, buscamos novas tecnologias e resgatamos antigas técnicas a fim de tornar concreta toda fantasia, cada desejo. O respeito à realidade de cada um e o contexto sócio-histórico-econômico nos faz reavaliar o papel do arquiteto. Ele não é o senhor, mas sim o mensageiro imagético. Formas, cores e materiais para o senhor cliente, este sim o senhor do castelo que ajudamos a construir.
146
GERALDO CANÇADO FILHO Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
Federal
Minas
- UFMG
Gerais
- FAU de - 1988
1983-lngresso no Curso de Arquitetura e Urbanismo de EA - UFMG. 1987/88-Participação como estagiário no projeto de Memória Histórica da Usina Hidrelétrica da Nova Ponte onde foi desenvolvido o projeto de preservação da memória arquitetônica, urbana e do cotidiano da cidade de Nova Ponte a ser inundada pela represa da usina construída pela CEMIG no Rio Araguari. 1988-Graduação em Arquitetura da UFMG. 1989-lnício como autônomo em escritório particular. 1989/93-Trabalho na Superintendência de Desenvolvimento Comunitário da Prefeitura Municipal de Contagem nos projetos de urbanização de vilas e favelas. No 2o. semestre fui convidado para trabalhar no Instituto Estadual de Florestas na implantação e planejamento de Parques Estaduais e Municipais, reservas Ecológicas, áreas de Proteção Ambiental e praças. Dentre estes destacam-se a implantação do Parque Florestal Estadual do lbitipoca, os planos para a implantação do Parque Estadual de Cataguases e o Municipal de Lavras, o planejamento da área de Camping do Parque Florestal Estadual do Rio Doce e os projetos da Portaria, Restaurante, Espaço de Convívio e reforma do Laboratório situados no mesmo parque. Como autônomo destacam-se projetos da Casa de Contar Estórias situada no jardim da Biblioteca da Escola Santa Dorotéia, o Carro Biblioteca da Biblioteca Pública Estadual e a Biblioteca Aberta do Congresso Internacional de Biblioteconomia a realizar-se em Belo Horizonte em Abril de 1994.
147
GERALDO MAJELLA L. DA MOTTA Fac. de Arqu. Universidade
Federal
e Urb.
- FAU
de Pernambuco UFPE - 1960
Biblioteca
Pública do Estado de Sergipe
A Biblioteca Pública do Estado de Sergipe, concurso público, em 1973, com objetivo de bibliotecas de bairros e também funcionando de veículos abertos levando a motivação da Estrutura da Biblioteca: A Biblioteca Pública "Epifânio biblioteca infantil.
148
Dória"
foi edificada segundo projeto arquitetônico selecionado em Biblioteca Central destinada a ficar vinculada com as futuras como biblioteca volante pelos bairros, funcionando através leitura aos bairros.
é composta
do prédio
da biblioteca
central,
tendo
em anexo
a
GIL CARLOS DE CAMILLO Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1989
Procurando no exerc1c10 da arquitetura uma interação entre os critérios de projeto e a correta adequação técnica para definição da imagem do edifício, adotou-se na concepção de um ginas10 poliesportivo uma expressão formal que se diferenciasse da usual associação de projetos desta natureza com "OVN IS". O projeto deriva de uma solução que visava pequenos vãos na estrutura, utilizando um sistema de arquibancadas em cruz que possibilitasse uma maior aproximação dos pilares junto à quadra. A cobertura, em treliça metálica, plana, descarrega em quatro pontos de apoio e as placas em treliça espacial, rebaixadas da cobertura principal, destacam os acessos públicos e estabelecem um pé-direito de transição entre os espaços internos e externos. O acesso se faz em um plano intermediário ao nível do solo interligado a um anel de distribuição que conduz às arquibancas em concreto armado e às demais funções do edifício. Destinado à cidade de Campo Grande (MS), o projeto prevê capacidade para 4.500 expectadores numa área construída de 8.200 m2.
149
GREGORIO REPSOLD Esc. de Arqu. Federal
e Urb.
de Minas
- Universidade Gerais
- UFMG
OLÍMPIA REPSOLD Esc. de Arqu. Federal
e Urb.
do Espírito
- Universidade Santo
- UFES
A praça que é de todos Nossas praças são um documento da participação comunitária na gestão do urbano e estes movimentos organizados da sociedade conseguem ser ouvidos pelas autoridades através do Arquiteto. Dentro da nossa visão, nós damos forma ao pensamento e sonho da comunidade. O programa das nossas praças é elaborado em conjunto com associações de moradores, afinal os clientes mais importantes da cidade são moradores. "A praça- que é todos". Através deste conceito procuramos resgatar o simbolismo que sempre possuiu este espaço abrigando várias tendências, como sempre foi através dos tempos, o lazer, o sentido informal de comércio e as fantasias do lugar, com uma linguagem contemporânea, pois Arquitetura é um documento da história ao mesmo tempo que ela escreve a história. Neste espaço, que convergem as pessoas de todas as idades para o estar contemplativo, o comércio em feira de artesanato, shows regionais, o brincar, o namorar e o ponto de encontro de vários eventos. Em síntese, esta Arquitetura é uma obra aberta onde as pessoas dão vida fazendo parte do show que acontece na praça, trazendo sempre o espírito da cultura local. Os projetos são concebidos respeitando os acessos originais, como forma que os habitantes tem de passar pelo local, mantendo-se assim futuramente o desenho dos jardins intactos. No paisagismo utilizamos árvores de espécies locais que se encontram em extinção na região, para que se mantenha uma referência das matas com espécies nativas. A cor é constante em nossos projetos. Através destes conceitos procuramos criar um traço com vigor e através das cores e formas neste espaço urbano, refletindo um alto astral, espaço de encontro e reencontro com cultura e lazer, resgatando a alegria e harmonia na integração entre homem e natureza. "Arquitetura é uma obra aberta, mas com a participação e utilização da comunidade, podemos refletir e avaliar a nossa proposta conceituai."
150
GREGÓRIO ZOLKO Universidade
de Illinois
EUA - 1 955
WOLFGANG SCHOEDON Technische Alemanha
Hochschule
Darmstadt
- 1951
Projeto contendo 23 residências para veraneio, dependências separadas para empregados com alojamento e lavanderia, quadra de tênis, piscina, play-ground e portaria. Implantação: acidentada do terreno, além da existência de árvores adultas, grandes rochedos e Face à configuração riacho, fatores limitadores, procuraram os projetistas tirar partido destas condições, respeitando todas elas na implantação das construções. A rocha de 6 metros de altura serviu como base para um mirante. O curso do riacho foi mantido, sobre o qual foi localizada a piscina. As principais árvores foram preservadas e algumas transplantadas. Somente na quadra de tênis foi feito um aterro, sendo as residências construídas sobre um perfil natural do terreno, todas elas em cotas diferentes. Localizada num aclive a 150 metros da praia, o objetivo de se conseguir vista para o mar de todas as unidades foi possível pelo posicionamento das residências, formando quatro conjuntos independentes. As casas de fundo ocupam parcialmente o pavimento superior das de frente, permitindo assim que todas tenham vista para o mar. A interligação é feita por passarelas tipo ponte. Características: Passagens, escadarias e vielas internas valorizam a circulação. em telha colonial. Predomina o uso de tijolo à vista e cobertura Rochas removidas do terreno foram aproveitadas para o paisagismo, bem como a vegetação natural preservada. Apesar da aparente homogeneidade do conjunto, foi considerada a privacidade, e internamente todas unidades têm características diferenciadas, seja no acabamento, como no tamanho e distribuição de ambientes.
151
GRILLO ARQUITETOS Antônio Universid.1de
Carlos
Ft_•cipral dP Min.1s LJFMC
Grillo Cerais - 198.S
João Grillo Instituto
l:3ennet
-
RI -
1981
)
O desenvolvimento enfático do aspecto expressivo do desenho em planta é característica comum dos projetos selecionados para esta mostra. A exaltação da bidimensionalidade gráfica, sem visar a substituição virtual das obras, reflete a busca de uma instância de autonomia projetual, onde a livre articulação das formas ganha voz para interagir com a composição espacial. O desenho, desvencilhado do seu papel de mero instrumento, configura um contraponto aos inúmeros preceitos técnicos, cujo predomínio pode, por vezes, relegar os demais momentos do projeto arquitetônico a um papel secundário. O esforço gráfico transforma-se em catalizador de opostos, em mediador entre o âmbito meramente instrumental e a pretensão formal que, de um modo ou de outro, permeia todo produto arquitetônico.
152
GRUPO GRAFITE Regina
Maura
Fernando Valter
Couto
Antonio
Castilho
Cortez
Dulcimira
Capisani
Jose Munhoz Mônica
Colucci
Marcos
Zanda
O signo arquitetônico funcional corresponde aos signos do mundo físico e o simbólico a uma parte do mundo humano. No sentido confunde-se entre a representação e o objeto r~presentado. Na arquitetura, o desenvolvimento da técnica e, sobretudo, o aparecimento de novos materiais (ferro, vidro, aço, concreto) promovem o avanço do signo funcional em detrimento do simbólico. Na verdade, o arquiteto é construtor de uma nova cidade. ao se reafirmar o uso de novos materiais, aliados à geometria E o usuário desta cidade se vê escravo através de uma nova forma de apreensão: a do olhar tátil. Esta cidade contemporânea rompe com o mundo simbolista, onde o espectador descobre que multidão 11São significa solidão. Encontramos no pensamento de Baudelaire alusão ao binômio multidão-solidão: termos iguais e conversíveis para o poeta ativo e fecundo. Quem não sabe povoar sua solidão tampouco sabe ficar sozinho em uma multidão atarefada". Ora, se o meio ambiente, a paisagem urbanística geram seus própios temas, é o arquiteto que irá e interpretar a sua existência no mundo, onde é propor novas maneiras de 11uso 11 para definir a realidade filtrada através da visão. Dentro deste pensamento, a visão é constituída pelo olhar dominador. Mas este olhar não pode ser etnocêntrico, ele deve ser ser educado e apto para atender a percepção do mundo físico na qual estamos inseridos. O resultado desta percepção é a criação e observação arquitetônica e plástica apresentada pelo Grupo Grafite, onde se buscou resgatar a visão arquitetônica como uma visão funcionalizada pelo olhar. Visão esta que está atenta de como a saturação da paisagem urbana e seus códigos visuais se incorporam no processo de leitura do espaço em que o usuário está inserido, mas não considera o valor de uso e cultural da cidade. A cidade, assim como a música necessita de uma escala compositiva, pausa, tempo de respiro, os sons graves e agudos distribuídos de forma harmônica. Portanto, o arquiteto é o usuário e o transformador da paiságem urbana e seu olhar deve estar atento na construcão da lucidez e da universalidade social da construção da cidade.
153
GRUPO ITAPETI DE ARQUITETURA Carlos Eduardo Bianchini
Braz Cubas
Fac. de Arqu. e Urb. - FAU - Mogi das Cruzes - SP - 1983
Braz Cubas
Fac. de Arqu. e Urb. - FAU - Mogi das Cruzes - SP - 1983
José Luiz Tabith Jr.
ENVOLVEM,
OLHOS,
OLHO ESQUELETO
DE OUVIDO PARA ESTRUTURA,
ASSIM, IGUAIS,
SEMPRE, SE UNEM
OLHARES
SONS QUE
os ossos
PELES, DOS ÚNICOS, VEIAS EM FORMAS
154
CORPO PARA OUVIR, DE VER, CÍLIOS QUE A PELE POROSA, REVESTE, NARIZ VEIA CABEÇA SEIO BOCA ... FORMAS DIFERENTES, OBJETIVOS CONFIRMAM O GRANDE DESEJO AS VIDAS QUE OUVEM CRUZAM, CÍLIOS QUE CHEIROS SANGUE COROAS COMIDA BOCAS .. SE ENCONTRAM E GUARDAM ESPAÇOS QUE FUNDEM DIFERENTES, CRIAM ARQUITETURAS LIGANDO ESPAÇOS DISTINTOS SINGULARES SENSUAIS, UM HOMEM CONSTRUINDO SEUS CORPOS
RECOBRE,
PISCAM
GRUPO QUATRO luis Fernando Universidade UNB
Antunes
Universidade
Filho
de Goiás
- 1974
Universidade
Martins Católica
Gomes de Goiás
- 1983
Manuel
Balbino
Universidade UNB
de Oliveira
Católica
Tânia Cristina UCG
Teixeira
- 1967
Walfredo UCG
Cruvinel de Brasília
de Carvalho
Neto
de Brasília
- 1979
Jalma Borges Lamounier Universidade UCG
Católica
de Goiás
- 1983
Juan Carlos
Tribunal
Franchevich
lbaiiez
de Contas do Estado de Tocantins
Este projeto tem um partido cujos objetivos são: - minimizar o impacto do micro-clima; - definir circulações verticais e horizontais, para permitir uma flexibilização do espaço útil; - facilitar a instalação das redes complementares através de shafts de serviço verticais e horizontais. 11 11 L , com torres de serviços nas extremidades, permitiram que os espaços úteis para A forma em utilização administrativa fosse absolutamente flexível. Para complementar a forma em II L 11, criou-se uma praça semi-pública, vazada no térreo e complementada por uma estrutura leve que suporta uma alvenaria de elementos vazados, cuja finalidade é filtrar a luz e permitir a passagem da aragem natural. A grelha superior desta praça semi-pública também filtrará a luz e retirará o ar aquecido. Uma fonte com vários repuxos de água, rodeada por vegetação local, resfriará o ar aquecido das áreas externas. Criando-se, assim, uma zona de transição entre a temperatura externa e interna do edifício. Brises especiais foram desenhados para as fachadas Norte e Leste, com a finalidade de não permitir a penetração da luz direta do sol.
155
GUSTAVO A. BOFILL Fac. de Arqu. Universidade Rio Grande
e Urb.
- FAU
Federal
do
do Sul - UFRGS
A casa-casa do arquiteto Em geral é a observar no hoje, no trabalho dos Arquitetos, como nas demais atividades artísticas, a busca do elemento diferenciante, original, que tanto expressa solução às questões propostas, como revela também a visão-mundi do autor. Em dias de crescente subjetivismo, dos preconceitos místicos e hábitos de pensar, que relativizam o fundo Saber, o egoísmo kantiano na "arte"atual demonstra o interior/drama do artista do que realmente contribui à superação das Questões de Época. Gustavo Bofill daquilo se afasta e disto se aproxima. Seu trabalho é simples, sua obra que avoluma-se, Arquitetura. A sua casa-casa, evidência do conteúdo humano próprio, faz da técnica, a segura base para o desfraldar estético do espontâneo familiar. Respirase lar, honestidade. Aparece a bela tradução daquilo, que como alimento, ele perfez em infância no Uruguai e adulta experiência no Brasil. O correto e seguro gesto de configurar espaço-ético, amplia a humana consciência. Os materiais empregados, como o tijolo aparente e a marcante presença da madeira, como no mobiliário reciclado, ressaltam a ocupação constante e primeira no tratar do telhado e suas formas. Portanto, além dos elementos que perfazem a alma do seu Obrar, aqui levados ao relatar, nada mais necessário se faz, como ideal contraparte, que o conhecer pessoal de autor e obra. Janer Lagarreta Paixão Coelho
156
GUSTAVO ALMEIDA Universidade
Federal
do Rio de Janeiro
Loja Terrasse
- UFRJ
- Teresina
- Piauí
O Arquiteto Gustavo Almeida é formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e Arquitetura pela FAU-SSSE também do Rio de Janeiro. É titular da Espaço Arquitetura e Construções Ltda. desde 1982, com sede em Teresina - Piauí; apresenta longo e diversificado currículo em projetos de Arquitetura, Interiores e Design de Mobiliário. É detentor da maior clientela do Estado, tendo projetado os mais importantes edifícios residenciais unifamiliares, hospitais e clínicas médicas apesar do pouco tempo em atividade profissional. Tem também lojas projetadas em São Luis, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Seu trabalho de arquitetura está sempre ligado ao bom detalhamento construtivo e de interiores. Aliás, neste último há sempre uma grande mistura do uso do mobiliário moderno, com o antigo e com o projetado especificamente para o ambiente em questão. A procura de soluções racionais, onde o exterior é definido a partir do interior e de soluções individualizadas onde não se pode caracterizar um estilo próprio, foi durante estes onze anos a filosofia do seu trabalho. A leitura de livros e boas revistas nacionais e estrangeiras, as viagens constantes sempre pesquisando o que há de mais novo em cada cidade ou País, está sendo sempre a sua meta para ter seu trabalho atualizado e bem colocado dentro do cenário nacional, bem recebido pela imprensa especializada que tem mostrado as suas obras com bastante frequência. Entre as mais importantes estão: o conjunto de obras do Hospital São Marcos, a reforma e decoração do Palácio Pirajá (sede do Governo do Estado do Piauí), os Edifícios Residenciais San Pietro e Portinari (ambos em construção), o projeto da Câmara dos Vereadores de Teresina, as residências Mazerine, Alencar, Tajra, Cruz Lima, Fortes e Joaquim Costa, e as lojas Terrasse e Arraiolo, em Teresina, e Espaço Móveis, em São Luíz.
157
GUSTAVO ARAÚJO PENNA ARQUITETO & ASSOCIADOS Esc. de Arqu. de Minas
- Universidade Gerais
- UFMG
Federal - 1973
A arquitetura é feita de símbolos. Território de sensibilidade nasce com a cara do lugar Por isso, a busca de revelar uma cara do Brasi I que nem sempre é aquela sofrida e desesperançada, mas também do sonho, da energia de fazer e, principalmente de ter o que fazer. Uma cara morena, amiga e receptiva. Testemunha do sol, da cor e da festa. Criar sempre lugar novo em cada projeto ao encontro da convivência aberta que elimina a solidão. Prédios que sejam simultaneamente praças. Escolas que se transformem em centros de convivência. Museus que abriguem não só artefatos, mas pessoas e paisagens. Espaços populares que convidem à descoberta constante de nós mesmos. É preciso trabalh,1r o espaço entre o construído e o não construído, na dimensão imaterial do encontro das pessod'.-i. Para que elas saiam do casulo e possam exercer a cidade. Criar vazios que serão preenchidos pelo cidadão. Buscar uma cidade onde nossos olhos possam respirar. Isto significa sermos aprendizes do novo. E como o novo surge da criação, é feliz poder criar. É o nosso papel e o nosso risco. A Escola Brincar é um lugar para crianças especiais. Aquelas que por suas "diferenças físicas" tem um relacionamento singular com o nosso mundo. O edifício quer refletir isso. É um jogo lúdico, alegre de formas onduladas e espaços vazios. Estimulante e solidário, ele promove o convívio e a integração das atividades. Instrumentaliza as práticas educacionais de vanguarda onde cada criança é entendida na sua dimensão peculiar e ensinar significa aprender sobre um mundo novo.
158
GUSTAVO MARTINS MARQUES Fac. de Arq e Urb. Instituto
Metodista
BENNETT
- 1986
A restauração de um patrimônio histórico, para ser inteira, precisa ser mais do que uma recuperação registrar os fatos da vida para não deixar que se percam no tempo, e para manter a física. É necessário alma de nossas praças, becos, prédios e todos os outros lugares da nossa cidade, como a querida rua grande. A nossa rua e o Caminho Grande se desenvolveram com a cidade, estabelecendo uma ligação entre o centro urbano e as regiões periféricas, norteando o sentido da expansão de São Luís entre os rios Bacanga e Anil, atravessando bairros como Monte Castelo, Apeadouro, João Paulo, Filipinho, Outeiro da Cruz, Cutim e Anil, de onde partiam antigas estradas para a praia do Olho D'água passando pelo Turu, e para a cidade de São José de Ribamar passando pela Maioba. Somente a partir do fim da década de 60 é que São Luís começou a evoluir noutros sentidos, com a construção da Ponte de São Francisco e a Barragem do Bacanga. A forma de crescimento que a rua Grande tomou permitiu que, ao longo da sua extensão, surgissem edificações em épocas distintas e, conseqüentemente, dando origem a estilos variados e misturados, com soluções que buscavam atender à realidade urbana e arquitetônica e aos anseios sociais, religiosos, culturais e econômicos dos diferentes momentos da sua existência, registrados pela história. Assim, a rua Grande se apresentou de maneira eclética por muito tempo, tanto na arquitetura de seus prédios quanto nos usos destes, com a presença de moradias, casas comerciais, indústrias, igrejas, escolas e cinemas. Hoje a rua Grande assim como outras do Centro Histórico de São Luís, possui reflexos da descaracterização de seus valores arquitetônicos, apresentando muitos de seus prédios ocupados por comércios e serviços, e ainda sofrendo forte pressão de ocupação da economia informal e de ambulantes, como resultado do vigoroso crescimento demográfico da cidade nos últimos anos e das dificuldades sociais e econômicas enfrentadas pelo país. Atento a tudo isto, o Dr. Jackson Lago, como prefeito da capital do Estado do Maranhão, trabalhou arduamente em uma exemplar obra de recuperação da rua Grande, como também em várias outras áreas É sobre tal riqueza que este do centro, tornando-o mais humano e digno de todo o seu acervo histórico. 1ivro tão apaixonadamente se debruça.
159
GUY STEENPUT
VEV-office
building,
ANTWERP 1992 .
ªªªªªªºªªªªª ªªªªªªªªªªªª ªªªªªªªªºªªª D.DDDDDt:IDDGDIS
.
'il~•!·~-~·~·~-~·~·;-;·~•!M { DDDEIDQODDODD QDDDDDDDODDD DDDDDDDDDDDD DODCODDDDDDD DODDDDDDDQDD
I
j
A arquitetura
é um meio que poderia
salvar o planeta
A arquitetura é um meio de comunicação e, assim sendo, pode ajudar na conscientização de um mundo que está rapidamente diminuindo. Com o seu papel de criadora de imagens no ambiente construído, a arquitetura atinge todos os transeuntes. Por meio de promover culturas diferentes, a arquitetura pode ajudar na criação de conhecimento, estima e respeito às culturas estrangeiras, para que a tarefa global de salvar o mundo possa começar. Em nosso trabalho, usamos vários motivos de diversas culturas, diferentes à nossa, para embelezar nossos espaços. Em nosso projeto "WILINOX", uma loja de porcelana, nosso envolvimento com os problemas globais está traduzido em diversas características do projeto: não há decoração no lado de fora do prédio, com exceção de uma variedade de cores, típica da arquitetura vernacular dos trópicos; a implantação do edifício em relação à Terra se dá através de uma junta de expansão nos azulejos do piso que apontam para o norte; o uso exuberante da forma triangular, em cima da qual xícaras e pratinhos vão ser expostos, se refere à estética da tribo africana Yori, cujos integrantes esculpem dentes perfeitamente saudáveis numa forma triangular porque eles acham bonito. No projeto "KAFEMOBILE", usamos diversos padrões de tecidos da tribo Shoowa do Reino de Kuba no Zaire. As paredes no interior e na fachada da rua estão pintadas com estes padrões. E no edifício "VEV-office"um pente do Reino de Yaka no Zaire, inspirou a forma da fachada principal.
160
HARRY SEIDLER & ASSOCIATES
É um escritório
formado por um grupo de profissionais que concentram uma variedade de habilidades e talentos que se unem aos de Harry Seidler e que, individualmente e coletivamente, têm uma ampla experiência em várias áreas da arquitetura, urbanismo e desenho. A execução de todos os projetos, sua integridade construtiva e visual, até o último detalhe, está baseada numa metodologia sólida de desenho. Isto garante a longevidade dos edifícios produzidos, tanto esteticamente como fisicamente. A eficiência única da equipe está demonstrada pelos vários prêmios ganhos pelo escritório ao longo dos anos. Estudou arquitetura na Universidade de Manitoba, e fez o seu mestrado na Harvard Graduate School of Design onde foi aluno de Walter Gropius e Marcel Breuer. Ele estudou com Josef Albers, trabalhou em Nova Iorque com Marcel Breuer e no Rio de Janeiro com Oscar Niemeyer antes de resolver se estabelecer na Austrália. Ele abriu o seu escritório de arquitetura em Sydney em 1949. à filosofia de desenho iniciada por Gropius na Os seus estudos em Harvard deram continuidade Bauhaus, que tinha como meta a fusão da arte e tecnologia como base da arquitetura. Esta formação tem tido uma influência significativa na concepção de projeto de Harry Seidler. Ele se interessa pela maneira pela qual os edifícios estão construídos, pela economia consequente do uso de elementos repetitivos, pela simplicidade e durabilidade - mas sobretudo por uma arquitetura vitalizada por expressar a arte e tecnologia dos nossos tempos.
161
HAROLDO GALLO Fac. de Arqu. Braz Cubas
e Urb.
- Mogi
- FAU
das Cruzes SP - 1976
Mestre Universidade
em Arquitetura de São Paulo USP - 1986
MARCOS LEITE BASTOS Fac. de Arqu. Braz Cubas
e Urb.
- Mogi
- FAU
das Cruzes SP - 1977
Master
of Architecture
University
of Illinois EUA - 1980
O terreno é localizado nos Jardins em São Paulo - SP, área de alta valorização imobiliária e região de intenso comércio, fato que somado às suas exíguas dimensões e às extensas necessidades do programa determinam um partido verticalizado com ocupação máxima do lote e aproveitamento de 3 vezes sua área. Assim sendo, foram concebidos três pavimentos de ocupação da loja e seus apoios e um subsolo de ocupação integral de garagem. As necessidades funcionais constituintes do programa podem ser agrupadas em quatro segmentos assim dimensionados: exposição e vendas, garagem e estacionamento, apoio administrativo e depósito. Desta forma, 80% do programa caracteriza-se por áreas destinadas ao público e 20% ao apoio funcional. O amplo estacionamento interno que ocupa todo o sub-solo, por solucionar um dos maiores problemas da região, funciona como fator de atração de clientes. Formam o centro do espaço principal um jardim interno e a escada, envolvidos por uma caixa de vidro, proporcionando iluminação natural adequada a exposições. Essa configuração espacial cria também uma relação dicotômica, conquanto gera separação funcional ao mesmo tempo que promove a união visual dos ambientes. Efeito análogo à disciplina métrica e estrutural da edificação. O "ato de entrar" foi especialmente valorizado pela criação de gradações que se iniciam no espaço externo aberto, passam pelo vestibular e se abrem para o espaço interno, determinando relações de escala e apropriação. A forma básica retangular do edifício foi distorcida em sua relação com a rua, para criar efeito plástico de maior dinamismo através do uso de elementos estruturais que avançam e se superpõem ao recuo. A textura e a cor dos materiais aparentes (concreto, tijolo e vidro) associada às grelhas formadas pelo desenho das esquadrias (em ferro) determinam o resultado plástico do edifício, configurando assim sua concepção volumétrico-espacial.
162
HIROO NANJO Fac. de Eng. - Universidade
Centro
Comunitário
de Tokio
- 1971
de Kushikawa
1991
Este centro comunitário localiza-se no terreno de um tradicional santuário japonês. O prédio principal do santuário fica numa pequena colina e está parcialmente escondido por pinheiros de mais de 30 metros. A escada com mais de 200 degraus de pedra e que conduz do portão da rua ao santuário, está também ladeada por pinheiros, provocando um encanto misterioso. Uma grande praça aberta é usada como espaço para festivais, pátio de recreio para crianças, e um local onde pessoas mais velhas podem se encontrar. A relação com esta praça aberta foi a idéia condutora do desenho do centro comunitário. O vestíbulo principal, caracterizado por sua abertura para o céu, suas longas paredes de concreto e seus biombos baixos de vidro, estabelece uma ligação forte com a praça aberta. Uma lenda popular representando a história do nome da aldeia está desenhada nas paredes do salão do centro e no piso da praça. Pode-se ver na parede em bronze engastado num rio em mosaico na praça.
163
HUMBERTO MEZZADRI
Anexo
ao Museu
de Arte Contemporânea
do Paraná
- 1988
O anexo foi solicitado como alternativa e complemento ao edifício principal - exemplar eclético da década de 20. Para tanto, as comuns limitações tais como pé-direito, tamanho de parede, piso, instalações, etc; deveriam ser absorvidas no próprio projeto, que volta-se às necessidades expositivas da arte contemporânea. Trabalhando-se com o mínimo de recursos possíveis, todos os elementos pertecentes ao edifício apresentam-se expostos, sem retoques, na sua forma definitiva, eliminando a diferença entre construção e detalhe. O valor lírico dado a tais elementos (tubulações, tensores, fechamentos) é o contraponto à impossibilidade de se trabalhar com a extensão espacial. "Aquilo que não se pode falar deve-se calar;"diz Wittgenstein. Há coisas que não devem ser construídas.
164
INPE - INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS
•
65 Jt
+ Planejamento Regional Integrado Através de Dados de Sensoriamento Remoto: Projeto Mavale
BRASll
I IIP[
WRS 218/ 076 .
i'(/
TM5- 23778- C616 21AG0II WRS 2 1111176 SOM 6•2 l-6 ll h ll5 h1
c , ~11, --
+I 5 · ----
C N
S23 11/ WIU li $2 31 1/ WIU H
HtC
Oll nl --
IM lAIIOSAT 5 8ANOA(SI 1131111 t-113 ----
SOL HJI R•I
All 51 RIU
CCS Gi\liU - 17
,,.h
QG-99
f/C PROC
112Jl IZ2W11 l!IACOH
16.117
1111 1111 1111 1111 1111 1111 1111
O Projeto Mavale - Macrozoneamento da Região do Vale do Paraíba e Litoral Norte do Estado de São Paulo foi realizado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais por uma equipe interdisciplinar especialista em Sensoriamento Remoto, sob o gerenciamento da arquiteta Maria de Lourdes Neves de Oliveira Kurkdjian. Este projeto visou alcançar dois objetivos principais: a) dar suporte ao CODIVAP - Consórcio de Desenvolvimento Integrado do Vale do Paraíba e Litoral Norte - na atualização de diretrizes de ordenamento do uso da terra que contribuam para o desenvolvimento harmônico e sustentado da região; b) desenvolver uma metodologia de planejamento regional integrado baseada no uso de dados de sensoriamento remoto orbital. Nesta tarefa a equipe do INPE sinótica, multiespectral, multitemporal e multiescala dos produtos dos satélites de levantamento de recursos naturais foram gerados mapas básicos (geologia estrutural, geomorfologia, rede de drenagem, áreas de recarga e concentração de água subterrânea, uso da terra e cobertura vegetal e expansão urbana). Através destes mapas foram elaborados os mapas de capacidade de uso agrícola das terras e geologia de engenharia, bem como foram identificadas as discrepâncias entre a capacidade de suporte e o uso atual da terra. A fim de se obter uma visão holística da região, dados sócio-econômicos e dados oficiais acerca das unidades de conservação ambiental e atividades de mineração foram considerados no processo de planejamento. Como produto final do projeto foi elaborado um mapa de Macrozoneamento que propõe uma reorganização do uso da terra na região.
165
INTER/DESIGN PROJETOS
Sede da Mineração
ltaqui
Edifício comercial destinado a sede de empresa mineradora, com seis pavimentos: 22 m de altura, implantado longitudinalmente na maior dimensão de terreno de 3500m2, com frentes para a Avenida Juscelino Kubitschek e para a Rua Pequetita, no bairro do ltaim-Bibi, em São Paulo. A edificação compreende quatro pavimentos estruturados com aço, cujos pilares assentam sobre uma estrutura de transição de concreto armado, deixando o pavimento térreo praticamente livre, ocupado apenas por quatro colunas de concreto e pelo corpo central formado pelo hall de entrada e pelo núcleo de circulação vertical. Cerca de 2 m abaixo da Avenida Kubitschek, este corpo central delimita o espaço do subsolo, onde funcionam as casas de máquinas do ar condicionado e dos três elevadores que servem o edifício, correspondendo ao nível da Rua Pequetita, pela qual ocorre o acesso dos funcionários e se alcança o estacionamento com capacidade para trinta veículos. No primeiro pavimento estão os ambientes sócio-culturais, a biblioteca, o auditório e o "show-room", bem como refeitório com instalações completas de cozinha e área de apoio. O segundo pavimento é em parte ocupado pelas seções de geologia e por salas de desenho; na área restante e em todo terceiro pavimento ficam os escritórios administrativos reservando-se o quarto e último para a diretoria da empresa. A fachada é composta por duas cortinas de vidro, uma externa e outra interna, distanciadas entre si 4 m, onde no nível do 1 º pavimento há uma faixa de jardins. A principal função da dupla caixilharia é criar um microclima, reduzindo calor e ruído.
166
IRINEU BREITMAN Universidade UFRGS
Federal
do Rio Grande
do Sul
- 1953
Hospital
Miguel
Piltcher
Este hospital está construído em Pelotas, cidade importante com características de pólo, onde inclusive funcionam duas faculdades de medicina. Nele a ênfase é o atendimento de pronto-socorro e, em especial, na área de traumatologia e ortopedia. Ainda que seja um hospital especializado, possui todos os serviços de administração e apoio, serviços de diagnóstico e tratamento, bem como as unidades de internação. Complementa os serviços normalmente encontrados em um hospital, uma bateria de consultórios médicos de traumato-ortopedia e uma unidade de fisioterapia. O projeto foi elaborado em 1978 e realizou-se através de diálogo direto entre o arquiteto e o médico Dr. Miguel Piltcher, diretor do hospital, sem o concurso de consultor hospitalar, o que diferencia, de certa forma, tanto sob o ponto de vista do funcionamento, como, inclusive, na formulação do programa de necessidade. à concepção arquitetônica, a característica marcante é o piso térreo densamente construído Quanto com a utilização da iluminação e ventilação zenitais. Esta foi a solução encontrada para resolver o problema de projetar um hospital em plena zona urbana numa área de dimensões limitadas. Completa o edifício, um bloco com três pisos, cujas características construtivas são convencionais e correspondem a menos da metade do total da edificação, abrigando as unidades de internação e alguns serviços de apoio.
167
ITAUPLAN Jaime Marcondes Francisco
Cupertino
Javier Judas Y Manubens Carlos
Eduardo
Sguillaro
Yodo Komatsu Maria
Lourdes Oliveira Lúcia Ravache
O edifício-sede
do ltaú faz parte do conjunto que compõe o Centro Empresarial ltaú Conceição. Está situado junto à estação Conceição do metrô, em área resultante de plano de reurbanização promovido pela Emurb. Seguindo as premissas desse plano, o conjunto foi implantado de forma a promover a integração entre os espaços públicos e privados, permitindo a livre circulação de pedestres entre as áreas residenciais e comerciais, a estação de metrô, os terminais de ônibus e o parque público Conceição (área culturais e de lazer). verde com 15 mil m 2 dotada de equipamentos O novo edifício destaca-se do conjunto inicial de prédios pelo seu tratamento diferenciado. É composto por três partes básicas: torre, que se evidencia na avenida; embasamento, situado abaixo da via e ao nível do parque; e subsolos. Constituída por um cubo de vidro com 33m de lado, a torre abriga nove pavimentos-tipo que são definidos por espaços livre, com lajes nervuradas apoiadas em quatro pilares do núcleo central. O tom esverdeado do vidro espelhado foi obtido com a combinação de cristal espelhado importado, butirol verde e cristal incolor nacional; o uso de persiana contribui para o controle interno de luz sem marcar a fachada. Seguindo os conceitos previstos no plano original e já adotados no restante do conjunto, o embasamento foi tratado de forma a recriar a topografia original do terreno, através de terraços escalonados com tratamento paisagístico de jardins e espelhos de água. A ligação entre o embasamento e a torre é um grande hall interno com 1 Om de altura coberto de vidro, onde uma cascata domina o ambiente; o acesso a essa área se dá por meio de uma rampa e elevadores. Próximo ao edifício, ao nível da avenida, foi colocada uma grande escultura em concreto e aço, de Franz Weissmann, que valoriza a integração entre os espaços públicos e privados e marca um dos acessos.
168
JOSÉ ANGELO DE ASSIS Universidade
Estadual
de Londrina
- 1 <J86
OSVALDO CANIZARES
Arquitetura
em Rondônia:
sonho ou realidade?
0 senhor mire e veja: o mais importante e bonito do mundo, é isto: que as pessoas não são sempre 11 iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Guimarães Rosa - Grande Sertão Veredas O exercício da auto-análise talvez seja o mais exaustivo da atividade profissional, em função de fatores como a constante mutabilidade (a busca de crescimento, formas, fórmulas, etc ... ), a diferença de percepção e repertório estético ou prático (sem analogia à antiga e discutida questão Forma x Função) de quem observa ou é observado, e principalmente quando a situação geográfica impõe um acompanha(bibliograficamente) da produção arquitetônica atual. mento à distânçia Há sete anos inseridos num contexto onde a principal característica era o enorme fluxo migratório causado pela busca do ouro do Rio Madeira, principalmente na cidade de Porto Velho, observamos que o crescimento (quase sempre desordenado) da cidade é extremamente rápido, porporcionando, em consequência disto, um volume de trabalho de,Arquitetura que nos permite uma experiência de mais de 300 (trezentos) projetos, para os mais variados fins: de Casa de Forró a Igreja. Pode-se afirmar que nestes sete anos a cidade de Porto Velho se transformou totalmente: passou de um "grande dormitório" (em função do garimpo) a uma "cidade comum" (com o fim do mesmo). Seria desonesto de nossa parte negar toda influência que trouxemos da ~ida acadêmica e semiprofissional (quase pirata) do sul e posteriormente a mesma influência sofrida pela Arquitetura espontânea da Amazônia; mas seria falsa modéstia afirmar que a produção do nosso escritório não só participa ativamente desta evolução constante da região, como dividiu em dois momentos a produção arquitetônica local: antes da participação da iniciativa privada (uma vez que nosso escritório foi o primeiro), e depois da mesma. Contudo, sete anos são apenas o início (infância) de um trabalho que pela primeira vez mostramos fora do Estado. 11
169
JAMES LAWRENCE P. VIANNA Universidade
Federal
do
Rio de Janeiro UFRJ-
1975
Casa Mury Atualmente atua em Nova Friburgo/Nictheroy - Titular de escritório. Premiações do IAB/RJ, 1985. Menções honrosas em 1985, 1987 e 1990. Prêmio "Construir", Nova Friburgo, 1990. Membro convidado do Corpo de Jurados da FAU/UFF para avaliação de trabalhos de graduação desde 1989. Em 1991, exposição juntamente com outros dois escritórios no centro Sérgio Porto, em setembro/91 no IAB, RJ, na exposição "É um Rio que Flui em Nossa Vida", terceiro lugar no concurso Nacional para centro de cultura e lazer no Sesc/São Gonçalo, em 1991. Nesta pequena casa para fins de semana em Mury, nas montanhas de Friburgo, procurou utilizar as potencialidades do terreno - um grande platô existente, que despenca, na direção norte, em abrupto declive - concebendo-se um jogo de forças entre elementos "pesados" - paredes em pedra bruta e torre do chaminé, assentes no limite da área plana, que se acoplam ao conjunto "leve", em madeira, solto sobre a encosta, descortinando a linda vista do vale. O uso de materiais naturais, próprios da região (pedra bruta, eucalipto citriodota) marca, em contra à obra o necessário ponto com materiais como vidro e alumínio, o processo construtivo - que confere caráter local sem, no entanto, romper com um referencial moderno ou ceder a modismos inconsequentes. Como se pode constatar, desde a fluidez dos espaços em planta até os procedimentos racionalizados de montagem, onde todos os painéis de fechamento e divisórias leves foram pré-fabricadas em oficinas locais, bem como esquadrias, balcões, tetos e luminárias. O alto padrão de acabamento (Álvaro Raphael, NAJ), bem como o excelente relacionamento com o cliente, foram também pontos básicos para o resultado final.
170
JEAN NOUVEL França
"A arquitetura deve, de agora em diante, significar alguma coisa. Ela deve falar, explicar, interrogar, sem se deter nas necessidades (frequentemente reais) de pureza e de tradição do construído, em conformidade com suas referências aos modelos culturais. Ela deve adotar uma posição crítica, provocadora, denunciadora, interrogativa e irônica" "Ser moderno é introduzir na casa do homem valores de cultura e civilização, sob todas as suas formas, à época vivida ... " e também emoções e sensações que pertencem "Ser moderno é fazer o melhor uso de nossa memória e correr o risco da invenção." O Instituto do Mundo Árabe, em Paris imprimiu sua marca da década, mas ficou um pouco escondido graças aos procedimentos de Nouvel antigamente. Cinematografia, tensão, interface, virtualidade, estes são alguns dos temas que Nouvel apresenta em seus projetos mais recentes. A Torre Sans Fins é a ilustração mais espetacular dessa desmaterialização: na sua graça delgada, a torre se enraíza no seio da terra, de onde tira a mineral idade para crescer e depois se apagar progressivamente, através da utilização de materiais cada vez mais pálidos e leves, e, enfim, desaparecer no céu. Apoiando-se no refinamento dos progressos técnicos conseguidos no campo do vidro e de seus processamentos - particularmente a serigrafia da qual foi o iniciador - Nouvel concebeu uma série de projetos em que os limites físicos do prédio tendem a se apagar, em que as transparências, reflexos, refrações da luz acentuam a profundidade do campo de visão e, simultaneamente, a anulam na projeção dos eventos sobre uma fachada-tela. Uma arquitetura evanescente, opalescente, que celebra o reencontro de uma disciplina concreta com o campo ilimitado da virtualidade das imagens do mundo. Há aí um formidável sincronismo entre Nouvel e sua época, uma vontade total de decifrar o menor signo, de espreitar os sintomas da mudança cultural e social. Nouvel, ou o arquiteto como transformador das energias vitais de um mundo em mutação.
0/ivier
Boissiere
1 71
JERÔNIMO BONILHA ESTEVES Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP-1957
SESC - Serviço Social do Comércio
Unidade
de Vila Mariana
A elaboracão da arquitetura deste edifício e de todas as especialidades envolvidas consumiu mais de dois, quase três anos de trabalho, tantas são as atividades que nele são praticadas e tantas são, em decorrência, as particularidades construtivas que tiveram que ser equacionadas e resolvidas, pavimento por pavimento. Na realidade, tratou-se de dispor verticalmente, umas sobre as outras, atividades tão diversas. O terreno com mais de 5.000 m2, excepcionalmente grande para uma zona urbana quase central, é no entanto muito estreito, o que somado às restrições legais transformou o trabalho num grande quebracabeças. Basicamente o quebra-cabeças foi resolvido com duas torres sobre um embasamento que ocupa quase todo o terreno; o teto do embasamento, ao nível da rua Pelotas é o térreo; abaixo dele, a piscina sob a torre dos fundos, as garagens e os equipamentos pesados. O térreo, imenso de 4.000 m2, desimpedido desde o fecho da rua Pelotas até os fundos da lanchonete, receberá o grande público nos fins de semana, em datas especiais, nas grandes festas. Das duas torres, a dos fundos com planta maior abriga os espaços com grandes áreas como a piscina, a lanchonete, o teatro com 620 poltronas, as quadras poli- esportivas e área para cooper na cobertura. A da frente, com área menor, abriga a recepção, leitura e auditório com 120 poltronas e os espaços compartimentados como atividades musicais, odontologia, administração, etc. Um grande vazio vertical liga visualmente todos os seus andares informando o usuário sobre as diversas atividades ali desenvolvidas.
172
JHONNY ROTHER Fac. de Pontifícia
Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
Católica
PUC - SP - 1991
Complexo
Turístico
da Salgadeira
Localizado no sopé da Chapada dos Guimarães, MT, o Complexo Turístico da Salgadeira é a consolidação de uma área de turismo e lazer espontâneos através da implantação de equipamentos hotel, haras, camping, lanchonetes, arena, áreas para esporte e lazer - com o intuito de suprir a demanda à paisagem, marcada da infra-estrutura diversificada. Os edifícios são contrapostos formais e cromáticos os pela onipotência das encostas da Chapada dos Guimarães. Devido à extensão na qual se desenvolvem diversos edifícios, estes são tentativas de se ordenar, de se criar referenciais com um universo formal racionalista, apolíneo, barroco. A transição entre as escalas se dá pela alternância do grau de complexidade do ordenamento.
173
A cidade
contemporânea, que hoje se constrói, procura na periferia o cenário de imagens do século vai conquistando sua nova feição, assumindo a periferia a imagem emblemática desta mudança. A periferia, enquanto espaço metropolitano emergente, oferece-se como canto da experimentação espiritual e neste sentido obriga a uma reflexão constante e uma tomada de posição permanente. Restam sem solução muitos dos velhos problemas dos trabalhadores enquanto se acumulam as novas exigências da cidadania. de uma idéia positiva de periferia. Pretendemos, e é conveniente dizê-lo sem rodeios, à elaboração Uma idéia positiva - não uma idealização! - Que seja capaz de contrastar o conceito negativo e reducionista da periferia como degradação da cidade central. Uma idéia positiva de periferia que seja capaz de reconhecê-la como território ativo do projeto e como cenário da construção da cidade contemporânea. Uma idéia positiva de periferia em que as novas formas de arquitetura e as novas tipologias urbanas sejam capazes de transformar a vida cotidiana pela quantidade necessária das intervenções - independentemente de sua magnitude - mas principalmente para a sua qualidade. Pretendemos reafirmar o papel estruturador da qualidade arquitetônica do espaço público na requalificação urbana e nos colocamos claramente a favor de uma periferia concebida a partir da formalização do espaço público através de uma arquitetura que o ratifique. Procuramos, enfim, nos situar o tempo todo na perspectiva do Terceiro Mundo que permeia de modo contraditório nosso cotidiano e nosso país e a partir da prancheta e da Universidade nosso espaço desenvolver caminhos para sua superação.
XXI. Gradativamente
174
JÔ VASCONCELLOS Esc. de Arqu. de Minas UFMC
Centro
- Universidade
Federal
Cerais
- 1971
Empresarial
Raja Gabaglia
A construção é caracterizada pela volumetria vazada e inserção em terreno cercado bela e impressionante da região, grandes visuais de montanhas e vales. Procura mostrar uma nova linguagem e uma presença forte no entorno urbano
de uma paisagem
175
JOÃO BAPTISTA ALVES XAVIER Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP - 1958
Estando formado há 35 anos pela FAU-USP, tendo sido professor na mesma Faculdade de 1962 a 1974 e sendo autor de 108 projetos de edifícios, incluindo residências, obras públicas e privadas, mantendo à pintura e fotografia), me durante todos estes anos a arquitetura como atividade central (paralelamente permito a seguinte visão do trabalho do arquiteto: O projeto arquitetônico se apresenta como um "signo novo". De um lado o cliente, seja este o dono de uma residência, seja o programa de necessidades de uma parcela da sociedade ou de instituição e, de outro lado, a obra que dentro daquele contexto cultural e/ou urbano, deve abrir brechas que possibilitem mudanças na vida do cliente e, no caso de obras públicas, abram espaço para que as novas relações humanas e culturais se desenvolvam. É o arquiteto que define a concepção do edifício, reunindo sua sensibilidade para compreender as necessidades do cliente, sua criatividade e conhecimento tecnológico. A capacidade de articulação destes elementos aliada à consciência do momento atual, deve garantir a contemporaneidade de um projeto, independente de "correntes" arquitetônicas, buscando ser um "signo novo" dentro de um universo cultural.
176
JOÃO DINIZ Esc. de Arqu. Federal UFMC
- Universidade
de Minas
Cera is
- 1980
A (trans)formação das cidades se dá através da dinâmica das construções e da modificação dos espaços existentes, onde as novas edificações podem sinalizar positivamente a continuidade da história urbana. O Edifício Capri surge da união entre o arquiteto João Diniz e a construtora Ponta Engenharia, onde além dos aspectos econômicos e tecnológicos, considerou-se o significado de se edificar na cidade de Belo Horizonte. galeria e oito lojas; Totalmente estruturado em aço, o edifício compõe-se de térreo com hall principal, garagens em dois pavimentos; pilotis com dupla altura; treze pavimentos tipo com dez salas cada; e terraço panorâmico, num total de dezenove pisos e área total de sete mil e quinhentos metros quadrados. Refletindo e propondo seu entorno, o Edifício Capri marca sua presença no Bairro de Santa Efigênia, no cruzamento das avenidas do Contorno e dos Andradas, através de sua interpretação própria da tecnologia do aço.
177
JOÃO VALENTE FILHO Universidade
Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
de São Paulo
- USP-
1975
_:/f-FEPASA
,
..-
--
~lente, Valente:Arquitetos
Ferrovia Turistica no Parque Ecológico Vale do Bom Jesus
A obra do Arquiteto A Valente, Valente: Arquitetos S/C Ltda, presidida e dirigida pela Arquiteto João Valente Filho nasceu de um ideal antigo, de uma visão positiva da natureza humana na busca permanente da contemporaneidade de seu habitat. Assim é que a empresa vem sendo formada desde 1975 até atingir, em 1986 a forma como hoje se apresenta - aliando a experiência profissional de seus fundadores à competência de uma equipe técnica multidisciplinar a Valente, Valente: Arquitetos, vem atuando e desenvolvendo projetos em áreas habitacionais, comerciais ou industriais, planejando desde edifícios, objetos, mobiliários e equipamentos urbanos até estruturas ambientais mais complexas tais como a integração paisagística-ambiental de sistemas rodoviários, ferroviários e urbanos adequados ao meio-ambiente, considerando sempre as referências e escalas espaciais do homem moderno.
178
JOÃO WALTER TOSCANO Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1956
ODILÉIA HELENA SETTI TOSCANO Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1958
MASSA YOSHI KAMIMURA Fac. de Arqu.
- Mackenzie
SP - 1966
O conjunto de obras selecionadas para esta mostra pretende representar as etapas mais significativas na produção do arquiteto João Walter Toscano. O critério de escolha objetivou mostrar não só os resultados de pesquisas e projetos em campos diversos, mas também oferecer a possibilidade de leitura de uma experiência de percurso ao longo de quatro décadas. As obras de maior porte aqui representadas são, em geral, obras públicas: campus universitário, edifícios para faculdades, centros de convenções, balneários e estações de trens ou metrô. Comparecem também os projetos de um convento e de algumas residências: projetos que podem testemunhar uma busca de soluções técnicas e espaciais e de uma linguagem particular. A análise deste conjunto de obras, de cronologia abrangente, revela a formação do arquiteto paulista, em primeiro lugar, nos bancos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, em seguida, no convívio com a obra dos mestres arquitetos brasileiros e na pesquisa cuidadosa da produção mundial de arquitetura. Como em toda obra de arquitetos que procuram encontrar seus caminhos, nela transparecem influênà medida em que se multiplicam as soluções cias, mais expressivas nas primeiras décadas, mais diluídas independentes, próprias de um domínio maior sobre o espaço. É importante destacar que, em diferentes épocas e na apropriação de diferentes materiais e técnicas as construtivas, as soluções espaciais guardam entre si uma unidade no que se refere à sua essência: relações estabelecidas pelos planos e volumes resultam sempre em espaços identificáveis como arquitetura brasileira. Cabe informar também que esta seleção priorizou as obras de edificação, embora o arquiteto tenha desenvolvido inúmeros projetos que envolvem o desenho urbano. Este pequeno conjunto de obras expostas na Bienal Internacional de Arquitetura deverá revelar o percurso acima mencionado, construído sucessivamente na experiência do fazer arquitetura e conquistado dia a dia, passo a passo.
179
JOAQUIM GONÇALVES Universidade
A reforma
do Teatro
Federal
da Bahia
UFBA
- 1974
Castro
Alves
A decisão de enviar o projeto de reforma do Teatro Castro Alves a esta Bienal de Arquitetura é uma iniciativa do Escritório Joaquim Gonçalves Arquitetura e Urbanismo Ltda., de Salvador, cuja equipe participou das fases de desenvolvimento e detalhamento do projeto, além de acompanhamento e consultoria no período da obra. Independente disto, os resultados obtidos com este projeto de reforma, foram fruto da participação de inúmeros profissionais da área, ligados a Superintendência de Construções Administrativas da Bahia, e de empresas particulares contratadas, que desde 86 atentaram para a necessidade de reformar o Teatro no sentido de preservá-lo como a principal casa de espetáculos da cidade, atendendo de forma eficiente às demandas mais diversas, sem perder contudo a sua característica principal de teatro lírico. A mostra está sendo apoiada pelo Governo do Estado, através da SUCAB - Superintendência de Construções Administrativas da Bahia, e pela Construtora AKIO responsável pela obra. O objetivo desta proposta é apresentar as novas soluções para o edifício do Teatro Castro Alves cujo projeto é da década de 50, tendo obtido menção honrosa por parte do Júri Internacional da IV Bienal de São Paulo de 1958. Apesar da premiação, o projeto foi criticado em alguns aspectos relativos ao funcionamento, que o tempo, e um serviço ineficiente de manutenção, se encarregaram de agravar. Dessa forma, o que ora se pretende mostrar, é como o corpo técnico responsável pelos projetos e obra, aliado à nova administração da casa, solucionaram seus principais problemas adaptando-a à realidade atual, dotando-a de equipamentos de última geração, sem contudo interferir na arquitetura do edifício em suas linhas gerais, e o fazendo tão somente quando se fez imprescindível a adaptação de novos elementos. Nesses casos, contou-se com uma base técnica justificativa e uma postura comum nos conceitos discutidos pelos arquitetos responsáveis pelos projetos. Após quase sete anos de trabalhos, incluíndo diagnósticos, estudos, projetos e obra, o TCA está sendo entregue de novo à comunidade, graças ao esforço comum dos técnicos e à iniciativa da SUCAB.
180
JOAQUIM GUEDES E ASSOCIADOS Joaquim Guedes Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU - USP - 1954
Liliana Guedes Carlos Milan Luis Fernando Hiroo Miguel
Manini
Nanjo Pereira
Paulo Guedes Michel
Pierre Jospin
Estes trabalhos foram feitos com uma extensa lista de colaboradores. Alguns "associados" de verdade, permaneceram ou permanecem no escritório há muitos anos. São projetos de arquivo e "maquete de escritório", continuidade e evolução do nosso pensamento sobre a arquitetura e a maneira de fazer arquitetura. São obras marcadas por um esforço de razão e rigor, que conduzem a um resultado ascético, que não impede o prazer e uma visão lúdica do espaço. A arquitetura é entendida como conjunto de objetos urbanos habitáveis e, portanto, cidade. Remete diretamente à vida, que impõe diretrizes e limites, e obriga ao atendimento de uma série de necessidades de ordem prática, estimuladoras da invenção. A beleza decorre. "li n'y a point de détail, dans l'exécution" (Valéry-Eupalions). Tudo é detalhe, não interessa apenas como dispositivo que permite produzir a construção em sua materialidade e qualidade física, mas naquilo que as transcende, isto é, na organização e lógica internas do fazer espaços imaginados. Todo projeto começa com a compreensão do sítio (inserção urbana), numa reflexão amorosa sobre o contexto, mas insubmissa - porque tem compromissos dinâmicos maiores com os humanos - e prossegue procurando atender aos objetivos sociais propostos, com recursos e tecnologias adequados e, por isso, cria significados novos e produz cultura. Dos planos abrangentes passamos aos sistemas de projetos estruturadores do desenvolvimento urbano e às cidades novas, na Amazônia: Marabá (1973) e Barbacena (1980); no sertão da Bahia: Caraíba (1978); grandes centros como Brasília (1956) e São Paulo - PUB (1969) e, mais recentemente o Projeto Bicocca (1986), em Milão, o Centro Cultural de Belém (1988), em Lisboa e as edificações para o Projeto Puc-2000 da Pontifícia Universidade de São Paulo (1992) - uma cidade universitária para 15.000 estudantes, inserida em área central.
1 81
JOEL CAMPOLINA
Uma Est(ética)
para o Imperfeito
Sobre a Prática
do Projeto
e Arquitetura
(1983/93)
Optei por reunir uma amostragem do trabalho que realizei no Escritório, entre 1983 e 1993. Este conjunto pode ser agrupado em duas fases. A primeira inicia-se em 1983, quando rompo meu compromisso com as geratrizes modulares tridimensionais, encontradas na maioria dos projetos anteriores de minha autoria, como o Centro SocialUrbano em Leopoldina/MG 1977) ou o Ed. Sede Administrativa da Siderúrgica Minaço em Várzea da Palma/MG e o protótipo para novos padrões de edifícios escolares em estrutura metálica para o governo estadual de MG. Esta etapa vai até 1989, com trabalhos como o Ed. Serramares (1983), Galeria Portais e Ed. London/BH, o Terminal/ Centro Cultural do Méier / RJ, entre outros, onde procuro absorver e refletir manifestações construtivas espontâneas e paradoxais típicas da cultura urbana brasileira, mixadas com citações do vocabulário arquitetônico internacional Uma segunda etapa, começa em 1989 e vai até 1993, com as propostas para o "Forum de Tóquio"e para o Pavilhão do Brasil em Sevilha/ Espanha. Além destes, cito os trabalhos para o Ed. Sede do Demetrô STU-BH (1990), Fábrica de Confecções Carmin/SP, Ed. N.S. do Carmo/ BH (1991) e alguns mais recentes como a residência do Arquiteto/ BH (1992). Nesta fase, aos diálogos paradoxais anteriores, passo a acrescentar tentativas de materialização 11 para conceitos abstratos como: Equilibrio Instável", "Imperfeito-perfeito", "Harmonizações Assimétricas"e "Est(éticas) Intersticiais". A utilização da computação gráfica aplicada a desenvolvimentos multimediais, caderno de esboços eletrônicos e modelagens dinâmicas CAD/ CAV-30, marca a etapa mais recente do meu trabalho e passa a fazer parte do meu cotidiano a partir de 1992, com os projetos para o Centro Cívico Municipal de Caratinga / MG (Forum / Prefeitura, Câmara. etc.), 1992/93
182
JORGE MÁRIO JAURÉGUI Universidad Argentina
Nacional
de Rosario
- 1971
CEAU Utopia praticável o eixo São Bento/Saúde a nova frente marítima
do Rio.
Pensar a cidade hoje, significa trabalhar com os conflitos e os distintos interesses, com as forças que É preciso, ao mesmo tempo, analisar o caráter complexo de uma mega constroem e destroem a cidade. cidade como o Rio, através dos símbolos que definem a sua singularidade. As idéias modernizantes projetaram a cidade a partir da oposição centro-periferia, homogeneizadas num modelo único, determinando zonas de uso exclusivo, que destruíram a sociabilidade. Criaram-se barreiras rígidas que é necessário remover. Isolou-se o mar através de galpões, muralhas e viadutos. A população perdeu totalmente contato físico com o porto, os navios, a vista da baía. Atualmente, um "vazio" é a imagem desta área, no sentido de lugar esvaziado de urbanidade. Uma massa de construções, caixas vazias, que não deixaram espaços para os habitantes, para lugares públicos, para o verde, constituíndo um lugar sem pessoas e pessoas sem lugar. Hoje a cidade fica afastada, impedida, e reclama por uma recuperação e ressimbolização daquele trecho. É preciso reafirmar esse seu caráter, A cidade é por essência, a grande experiência democrática. deixando-a manifestar-se, criando lugares que a potencializem. O presente estudo busca estabelecer um conjunto de expectativas para intervenção do poder público e privado, destacando o potencial deste lugar, que pode vir a ser o novo emblema do Rio para o século XXI. A proposição busca ressimbolizar as características específicas da área, transformando este "não-lugar" em um novo tipo de urbanidade capaz de funcionar como causadora de desejo para o conjunto da população da cidade, incorporando elementos arquitetônicos e definições espaciais que permitam ao cidadão uma interação com o meio, num processo de identificação e auto-afirmação.
183
JORGE OSVALDO CARON Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1965
Torre da TV Cultura A torre é o desenho de um sistema. Entre um plano de difusão de microondas e uma topografia dinamizada por vias, vidas, distâncias e intempéries, ela é uma agulha de aço que contribui na costura. Eficiente, clara, mutável, entra no desenho do sistema cultural. É o espírito de marco, de referência cultural e histórica que a estabelece. As torres sobem. Sobem? Nosso olhar sobe com elas, perfurando nuvens. São referências para o olhar que se eleva ao território da liberdade dos pássaros. Do alto da torre o olhar mergulha no vertigo. Na vertical a torre é ambígua, eros e tanatos. Uma torre está na escala da cidade. Não só na escala do desenho de sua paisagem, como na escala de sua cultura. A arquitetura fala de si. Seu discurso não interpreta, afirma. Não faz mimese, estabelece. Mas sua linguagem se articula no sotaque da voz cultural da cidade. Essa melodia é a pátria urbana. A torre da Cultura de São Paulo busca a linguagem dos cristais. Clara, transparente e reflexiva. Algo que cresce, se articula e associa. Permanentemente desigual, talvez incerta. Não Descartes, mas Hegel. E Heisenberg. Metódica, no entanto, e tensior,ada. Suas raízes envolvem o metrô de São Paulo, partindo de profundezas inferiores aos trilhos. Arranca do solo como um feixe triangular de aço que gira sobre si mesmo desenhando o vértice invertido. Em seu ventre metálico guarda equipamentos transmissores de última geração, sua cabeça emite ondas métricas sobre o território da cidade. A torre da Cultura de São Paulo tira de seu desenho de triângulos inscritos uma multiplicidade de simetrias. O deslocamento do observador arma imagens que se articulam, desarticulam, se renovam e reproduzem. A cidade está em movimento, assim resulta a imagem da torre, um movimento. O observador altera a forma com seu corpo. A torre é veloz, estacionada no espigão central. Do alto da torre da Cultura de São Paulo, um muezim cyborg difunde seu discurso de imagens, alcançando 20 milhões de cidadãos.
184
JORGE WILHEIM Fac. de Arqu. Mackenzie
e Urb.
- FAU
- SP - 1952
ROSA GRENA KLIASS Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1 956
JAMIL KFOURI
Vale do Anhangabaú O que representa o Anhangabaú para São Paulo? Além da criação de espaço urbano central condizente com a sua condição de metrópole, uma postura de respeito pelo cidadão e pela própria cidade. A circulação de veículos em nível diferente ao do pedestre, garantiu a qualidade ambiental do espaço permitindo que os paulistanos transitem pelo vale ou nele repousem, abrigados dos distúrbios do local. Ponto central e referencial, o vale contém marcos históricos vida da cidade, sendo que hoje, o paulistano tem condições de se apropriar desse espaço e fruir a paisagem constituída pelo conjunto de estruturas aí existentes e que não eram percebidas pelos transeuntes antes da implantação do projeto. Suas grandes portas são as chegadas dos metrôs, São Bento; os acessos pela avenida São João, com a plano, ou vindo do grande perspectiva da avenida em frente, marcada pelos jogos d 1 água em primeiro Paissandu, pelo Boulevard e deparando com o belvedere sobre a Praça do Café. O Vale contém alguns espaços que se destacam no conjunto: a Praça dos Eventos, a Praça do Café, a nova Praça do Correio e a antiga Praça Pedro Lessa. O conjunto paisagístico constituído pelo Teatro Municipal e pelo jardim desenhado por Bouvard, foi à paisagem histórica, integrado ao Vale, através de tratamento espacial e de desenho que, referindo-se valoriza-a criando o amplo espaço destinado a eventos. Neste espaço, elementos escultóricos criam vários níveis de arquibancadas, definindo espaços de menor escala para pequenos eventos. A concepção da nova Praça do Correio teve a dupla preocupação de enfatizar o marco referencial representado pelo edifício do Correio e de recriar, através de símbolos, a situação da velha ponte do Açu, do córrego do Anhangabaú, em galeria. que ligava a cidade velha à cidade nova, antes da canalização Desta galeria, foi deixado pequeno registro em vitrine situada no acesso à pista do túnel sul-norte. O edifício do Correio teve a cor de sua base rebatida nos granitos e pedras portuguesas dos pisos que dele se irradiam, formando a grande ponte trapezoidal esculdada pelos jogos d'água. A praça do Café é o elemento surpresa do Vale. Rebaixada em relação ao nível geral, visível somente para quem dela se aproxima ou para quem se debruça no peitoril do belvedere, que costitui um espaço a grande pausa no Vale. com referências próprias, único à margem dos grandes fluxos gerais, formando Quanto à vegetação, além de preservar a maioria das árvores de porte existentes, foram criados conjuntos arbóreos com grandes massas de folhagens. O Vale terá, no futuro, forte presença do verde, pontuando com suas copas, todo o piso nos seus limites laterais, mantendo, assim, livres as visuais do seu espaço central, sombreando os estares e ambientando a arquitetura da cidade ao longo do Parque.
185
JOSÉ CARLOS DE LIMA BUENO Universidade
de São Paulo
FAU - USP - 1969
Toda a atividade profissional de José Carlos de Lima Bueno se dá no contexto do trabalho do arquiteto do Interior do Estado de São Paulo. Nesse espaço, o arquiteto enquanto criador interage com a sua comunidade projetando residências, prédios, conjuntos habitacionais populares, barracões, indústrias. É nessa pluralidade - originada exatamente da demanda econômica da comunidade, acompanhando o desenvolvimento de uma região - que o profissional vai exercer a sua intervenção, deixar a sua marca, e ao mesmo tempo, marcar a própria mão com o limo da sua terra. Mas não é só isso: enquanto planejador urbano - e Lima Bueno exerce essa atividade com firmeza, marcando definitivamente a evolução urbana de São José do Rio Preto e outras cidades interioranas - o pensamento histórico e econômico influencia a obra do arquiteto. Não se pensa mais apenas na beleza da obra que se dirige a uma família, ou a uma restrita relação social; mas se vai buscar a música da comunidade como um todo, a evolução da melodia de um povo. O estudo criterioso da estrutura, a busca da liberdade lúdica no espaço, o compromisso da obra no meio urbano estão claramente delineados nos trabalhos de Lima Bueno. Um destaque vai para os painéis, herança definitiva da relação com o artista plástico Athos Bulcão, ainda na universidade. Em azulejos, concreto, tijolo à vista, o arquiteto demonstra sua própria música, desenha seu retrato, deixa sua marca. Interior, interior, demais.
186
JOSÉ CERDEIRA GARRIDO Fac. de Arqu.
Universidade
e Urb.
- FAU - Mackenzie
- SP - 1985
Vertical
Universidade foi o tema escolhido como projeto de graduação. É um trabalho individual, que reflete as inquietudes do período universitário, buscando não deixar de lado a criatividade e o amor pela arquitetura, mesmo com o retrocesso que a universidade vem sofrendo. Ao contrário do que existe, localizar as universidades nas periferias das cidades, longe da população; decidi localizá-la no centro de São Paulo, na Av. da Consolação, fundos com a Rua Augusta, que pela falta de espaço, a solução adotada foi a verticalização até 600 metros de altura, para uma população de 20.000 pessoas (professores, alunos e funcionários). No subsolo estão localizados os serviços coletivos, piscinas, restaurantes, biblioteca, auditório, acesso metrô, etc ... Na torre, composta por módulos aerodinâmicos localizam-se as salas de aula, os laboratórios, os departamentos, seguindo um modelo de programa de ensino integrado e que essa integração se dê principalmente com o povo.
187
w··
Sindicato
das Empresas de Transporte
de Passageiros
JOSÉ DAHER FILHO Universidade Minas
Gerais
Federal
- UFMG
de
- 1980
do Espírito Santo
O Sindicato, além de suas atribuições legais, está hoje respondendo pela comercialização do vale transporte e do passe escolar. Ao solicitar o projeto da sede, seus dirigentes pretendiam um prédio de bom padrão construtivo, que primasse pela racionalidade e funcionalidade. Reconhecemos que estes requisitos faziam parte do pensamento moderno, decidimos intencionalmente e de forma explícita propor uma obra que fosse dentro de suas limitações, uma reverência à arquitetura moderna brasileira através do resgate de elementos como pilotis, brise, pastilha, cerâmica, pergolado, terraço-jardim e jogo de volumes puros. A contemporaneização da linguagem foi entretanto buscada através do emprego de cores. Dois tons de azul no revestimento externo, amarelo no brise e vidro fumê que serve como pano de fundo. Funcionalmente a obra está dividida em quatro pavimentos. No térreo foi instalada a loja do vale transporte, no 2º pavimento o auditório e salão de festas que se prolonga no terraço jardim. O 3º e 4º pavimentos abrigam os setores administrativos do Sindicato. Nestes a planta é I ivre com modulação de 1 x1 para absorver as inevitáveis mudanças de lay-out. Para amenizar a insolação norte, a esquadria foi deslocada 1 metro em relação a face externa da fachada, o que permitiu a utilização de brises horizontais, que também emolduram as caixas de ar condicionado. Aproveitando o referido recuo, propusemos sob as janelas, armários para arquivo de pastas AZ ao longo de todo pavimento. Todas as salas de trabalho possuem instalações para terminal de computador, 1 igadas pelo CPD do Sindicato aos terminais urbanos de transporte coletivo. O resultado tem agradado bastante não só pela funcionalidade mas também pelo resultado plástico, singelo e despretencioso.
188
JOSÉ MACIEL NETO Curso
de Arqu.
e Urb.
- Universidade
Federal
da Paraíba
- UFPB
-
1988
Trata-se de um edifício de lojas e escritórios, que será construído sob a forma de condomínio, a preço de custo, administrado pelo próprio arquiteto. De pequeno porte, e localizado num bairro residencial em transformação, cuja morfologia urbana não apresenta nenhum valor significante, este edifício de 1 .550m2 de área construída abrigará dezoito salas de escritórios/consultórios, mais oito salas comerciais - todas com área interna média de 30m2, distribuídas em três níveis (térreo mais dois pavimentos), com estacionamento no subsolo. urbana em O próprio formato do terreno, comprido e estreito, e suas limitações, aliado à legislação vigor, determinaram a organização e sua implantação em forma de um retângulo de 9x38m, dentro do qual se inscreveu a planta do edifício. O partido adotado procura manter o equilíbrio perfeito entre forma, função e tecnologia, visando a viabilidade econômica do empreendimento, de acordo com os recursos financeiros já previstos. Assim, e no sentido de reduzir os custos, propôs-se uma volumetria simples, porém marcante, de fácil aceitação, caracterizada pelo jogo de composição e articulação entre cheios e vazios que imprimirá o ritmo desejado. As janelas, em sua maioria recuadas, criam espaços para armários e bancadas, ampliando o espaço interno e gerando sombras que configuram e protegem os vãos, controlando a incidência do calor e a luminosidade excessiva no interior dos ambientes. Evitando-se desta forma o emprego obrigatório e permanente de mecanismos sofisticados e dispendiosos de controle ambiental.
189
JOSÉ MAGALHÃES JR. Fac. de Arqu.
e Urb.
Mackenzie
- FAU - SP
São Paulo 1982 - projetados a partir de sistema construtivo composto de vigas e pilares unidos por sistema de encaixe parafuso-solda e fechados por painéis de concreto protendido, transportados da usina para o canteiro de obras onde são montados através de gruas mecânicas. O conjunto é formado por edifícios de 1 2 pavimentos; 1 térreo, 3 de garagem e 8 pavimentos - tipo com 60/70 m2 cada unidade unidos 2 a 2 junto a uma área central contendo salão de festa, piscina, bar e play-ground. Urbanização em Angra dos Reis A proposta, elaborada em 1986, para a praia da chácara, de um complexo náutico, destinado ao desenvolvimento da cidade, explorando a vocação do turismo náutico da região, de grande potencial econômico, gerador de empregos diretos e indiretos. Foram elaborados estudos para usos e ocupações de áreas de acréscidos de marinha, contemplando espaços esportivo, cultural, comercial, residencial, atividades náuticas e hoteleiras. Edifício Paço Municipal de Votorantim - 1987 Projeto apresentado em concurso público para edifícios institucionais associados a comércio e serviços, com criação de praça cívica. Os princípios construtivos adotados propunham a utilização de técnicas correntes e materiais de fácil manutenção. Edifício Educacional - Faculdade de ltapira - 1993 No antigo campo da Mogiana, as margens da Av. Rio Branco, já em obras, o edifício que abrigará os cursos de Psicologia, Biologia e Enfermagem. A estrutua é composta por pórticos, vigas e lages de concreto pré-moldadas.
190
JOSÉ PAULO DE BEM Fac. de
Arqu.
Universidade UNB
e Urb.
- FAU
de Brasília
- 1966
4 Casas Essas quatro casas representam numa pequena escala, a preocupação com os problemas da imagem na arquitetura. Para cada projeto uma imagem. Portanto, não são resultados de uma escrita que poderia se adaptar às situações as mais diversas, o que geraria variações de uma mesma imagem. A necessidade de contextualizar, no sentido da forma parecer com o que existe no entorno, nem sempre é essencial numa realidade a superar. Na maioria dos casos estas imagens se chocam com o contexto que negam. São geradas a partir do sentimento do lugar do projeto e das funções a abrigar, e se referenciam ao corpo disciplinar da arquitetura. A seleção das imagens tem basicamente a necessidade de que a imagem escolhida se encaixe numa realidade regional, brasileira. A partir daí o projeto avança no sentido de usar materiais e processos construtivos usuais de nossa realidade técnica. Os problemas estruturais não são determinantes da forma, mas se encaixam no contexto da resolução geral do projeto como construção. Este exercício de 83 a 87, teve sua continuidade, agora para uma grande escala, a urbana, com o projeto de reordenação do Parque D. Pedro li, de 89 a 93, para a Prefeitura Municipal de São Paulo.
191
JOSÉ VANILDO DE OLIVEIRA JR. Curso Universidade
de Arqu.
Federal
e Urb.
da Paraíba
UFPB - 1991
A minha trilha profissional iniciou-se antes da formação acadêmica como colaborador de outros profissionais na definição e desenvolvimento de projetos de diversas naturezas. Essa experiência forneceu-me as bases para delinear os contornos da produção que iria realizar posteriormente. O trabalho realizado pelo escritório abrange basicamente as áreas de projetos residenciais e comerciais, ou conforme o mercado oferece, tem-se feito, eventualmente, incursões em outras áreas como a institucional e urbanística. O escritório tem buscado realizar um trabalho sintonizado com as necessidades básicas do mercado, adequando os novos conceitos arquitetônicos e tecnologias à realidade local.
192
JOSÉ WAGNER GARCIA Fac. de Arqu.
e Urb.
FAU - Universidade
de São Paulo
USP - 1978
A Revolucão Cognitiva na Criacão Arquitetônica A arquitetura da cons-ciência Arquitetar é pensar em volume. Chão, paredes e teto. Habitar. Implica em peso, sustentacão, gravidade e intempéries. Se ao homem bastasse proteger-se das intempéries que vêm do mundo físico, chuva, talvez não fosse necessário sair das cavernas ou cavar outros buracos. Porém, os movimentos que ampliaram sua mente, e suas interpéries interiores exigiram a expansão do espaço de ação arquitetônica. É a consciência do homem que precisa habitar e não apenas seus afetos animais. Nesse longo percurso que inclui colunas, dóricas, jônicas e coríntias, além de pagodes de papel e bambú, passamos pelas catedrais com suas luzes que vêm de fora e pelas luzes que vêm de dentro da bauhaus e chegamos a um novo ponto de partida - à caverna da consciência. Liga de aço e lógica: à razão prática, à Arquitetamos em um nicho regido por leis newtonianas e a arquitetura pertence estética aplicada, mas devemos "negociar" a extrapolação deste espaço, buscar a lei áurea para este habitat, como mais uma estratégia de libertação do homem, da consciência humana. A geometria tem um uso particular na arquitetura. à sua conclusão lógica, dizia que a geometria Hume, filósofo que no século XVIII levou o empirismo não é tão certa como a álgebra ou a aritmética, porque não podemos estar seguros da verdade de seus axiomas. A casa precisa ficar de pé e a ponte não pode se partir, porém precisamos apenas desta brecha 11não lógica, para alimentar a perspectiva, o impulso de invenção na arquitetura. E, Hume continua, temos outra noção de causa e efeito que a de certos objetos, que sempre estiveram associados ... Não podemos 11 11 penetrar a razão da conjunção , e ainda a necessidade é algo que existe na mente, não nos objetos". É dessa mente informática, dessa argamassa que liga os tijolos da consciência que deve se ocupar a atividade arquitetônica contemporânea, com suas novas ferramentas tecnológicas.
193
JÚLIO RAMOS POLARES Fac. de Arqu. Universidade
Federal
e Urb. - FAU
do Rio Grande
do Sul
UFRGS - 1976
DALTON BERNARDES Fac. de Arqu. Universidade
Federal
e Urb. - FAU
do Rio Grande
do Sul
UFRGS - 1978
Nossa vida profissional iniciou-se na segunda metade da década de 70, época em que ainda havia uma demanda considerável de obras. Associado com o arquiteto Castelar Pena, participamos de trabalhos de porte como o edifício da empresa Ferramentas Gerais, de 1977. A sede da ICO Comercial de Curitiba, obra de 22.000 metros quadrados, de 1979, alguns trabalhos para órgãos públicos e algumas residências e edifícios residenciais. Formado pela UFRGS em 1976, praticamos de início uma arquitetura baseada na vertente do brutalismo paulista, moldada durante a à de hoje, houve oportunidade de faculdade. Com uma produção mais ou menos intensa, se comparada exercitar técnicas construtivas e ganhar uma experiência valiosa no fazer arquitetônico. Ao final da década de 80, com o falecimento do inesquecível Castelar Pena, o escritório tomou outra forma, aí já com a parceria do arquiteto Dalton Bernardes. A arquitetura que já vinha modificando seus preceitos desde o início dos anos 80, acentuou seu caráter investigativo, mas manteve sempre sua forte ligação com a obra. Tendo concentrado nossa atividade mais em Porto Alegre, houve sempre um cuidado grande na interpretação das questões urbanas e sua tradução em cada parcela - o edifício, dentro do todo - o espaço urbano. Também trabalhamos no interior do Estado, na zona de imigração italiana, que requereram um trabalho cuidadoso de leitura e interpretação da cultura local. Somos professores na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Ritter dos Reis e nos declaramos entusiasmados com a prática docente. Pensamos que, hoje, a arquitetura não deve estar vinculada a valores universais permanentes, mas que o desenho deva ser sempre respostas para um tempo, um contexto, um destinatário e uma circunstância.
194
KÁTIA ARAÚJO SEREJO GENES Facu. de Arqu. Universidade Rio de Janeiro
e Urb. Federal
- FAU do
- UFRJ
Casa no Rio de Janeiro - Residência/Atelier
da Arquiteta
Construída no sopé da Floresta da Tijuca, em aclive de 35 graus, num terreno integralmente de pedra voltado para a baía da Guanabara e o Pão de Açúcar, esta residência no bairro de Laranjeiras utiliza o sistema pré-fabricado CASEMA de peças de madeira maciça. O sistema construtivo se dá por superposição horizontal das peças com encaixe macho e fêmea. Os comprimentos são livres de emenda até 4 m, a altura da peça é de 124 cm e a espessura de 5 cm, permitindo que as paredes fiquem autoportantes. As peças foram encomendadas nos comprimentos desejados e a montagem ocorreu em 35 dias, com apenas dois carpinteiros. As instalações elétricas e hidráulicas são sobrepostas e a madeira foi deixada na cor natural recebendo tratamento fungicida e protetor OSMOCOLOR. A solução de planta atendeu a um programa reduzido de sala, cozinha, escritório, banheiro e área de serviço no primeiro pavimento e quarto e solitário no segundo, num total de 74 m2, sendo apenas 35,5 m2 de área fechada. Como o terreno é inclinado, sem trechos planos, foi projetado no lugar do telhado um solitário em deck de ipê, isolado termicamente e funcionando como um estar ao ar livre e cobertura simultaneamente. O acesso à cobertura se dá de duas formas: internamente, via quarto, e externamente, por uma rampa que serve de cobertura para a área de serviço. Conforto ambiental: Na altitude de 117 m acima do nível do mar e voltada para o nascente, a casa foi projetada considerando diversos fatores: a paisagem, o movimento do sol, a direção e a intensidade dos ventos. A ventilação necessária para dissipar o calor acumulado durante a manhã pela pedra e à tarde irradiado após a chegada da sobra ocorre pela brisa constante marítima, combinada com a inclinação do lote e o afastamento da edificação do solo.
195
KÕNIGSBERGER VANNUCCHI ARQUITETOS Gianfranco
Vannucchi
Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1975 Jorge A. Konigsberger Fac. de Arqu. Mackenzie
e Urb.
- FAU
- SP - 1971
Kõnigsberger Vannucchi Arquitetos, formada em 1972, atua na área de edificações como escritório de arquitetura, planejamento, consultoria e coordenação técnica. Nesse período, desenvolveu mais de 350 projetos entre residências, indústrias, agências bancárias, conjuntos e condomínios residenciais, urbanizações, edifícios administrativos, planejamento de escritórios, edifícios comerciais e edifícios residenciais. " ... Há quase vinte anos Jorge Kõnigsberger e Gianfranco Vannucchi insistem em ser e permanecer arquitetos. Além de suas bem-sucedidas incursões no desenho de objetos e na cenografia, mais da metade de seus 350 projetos já se transformaram em obras construídas. Eles sempre trabalharam para a iniciativa privada e aproveitaram todas as "fases" do mercado imobi I iário, das agências bancárias de meados dos anos 70 até os recentes prédios de apartamentos. Nem mesmo nos anos do "milagre" projetaram para empresas públicas ou estatais. Talvez por isso sua arquitetura nunca foi monumental, exibida e portentosa. Em compensação, envelhece bem, tem postura e comedimento, experimenta com materiais e formas sem perder de vista que a arquitetura não é para glorificar os arquitetos, mas para criar espaços- urbanos que sirvam aos homens e mulheres que neles habitarem ... "
196
LACIR FERREIRA BALDUSCO Faculdade
de Belas Artes de São Paulo
- 1987
É difícil
definir arquitetura por meio de uma retórica consensual. Arquitetura é mais do que uma profissão, sua abrangência e expressividade extrapolam a especificidade acadêmica para o âmbito do conhecimento periférico, sem o qual não poderíamos estruturar um pensamento que norteasse nossa produção. Seguindo o pensamento moderno notamos que a arquitetura sofre a influência de valores culturais, inseridos num contexto amplo de sociedade. Ao recebermos a incumbência de elaborar um projeto estamos, na realidade, materializando um discurso sobre a cidade, destacando os espaços na dinâmica da vida. Através das cidades é que se promove o intercâmbio cultural do povo. Temos, ainda, que resgatar e recompor a História de modo que nos possibilite estabelecer relação entre as experiências humanas e os tempos modernos. Finalmente, buscamos, com nossos sonhos e projetos a construção ideal que promove o bem estar do homem.
197
LEIKO HAMA MOTOMURA Fac. de Arqu. Mackenzie
e Urb.
- FAU
- SP - 1970
Projeto de Espaço para Aprendizagem Coletiva O processo de ensino sempre esteve associado a locais especificamente destinados a isso (escola), a momentos específicos (hora de estudar), numa abordagem tipicamente fragmentária. Este projeto foi criado pondo em prática novos paradigmas que: . reconhecendo a interconectabilidade do todo propõe a aprendizagem que pode ocorrer durante as mais diferentes atividades, de forma colaborativa; . valorizando a importância da interação intensa entre alunos, transforma o professor em coordenador/ facilitador que atua e aprende "entre" eles; . abandonando a busca simples de maximização da aprendizagem individual, com a valorização da que o Q. 1. individual), diferenciando, assim, do conjunto de coletiva (tornando o "Q. 1. grupal"maior salas de aula tradicionais. O conjunto de ambientes deste espaço utiliza o auditório em forma de semi-círculo e em níveis (para otimização da interação verbal e visual entre todos os participantes entre si e o facilitador), os nichos de reuniões subgrupais e o restaurante, para criar o melhor ambiente possível para gerar aprendizagem coletiva. Todas as soluções utilizadas, orientadas por uma preocupação com seu desempenho frente à manutenção de níveis de conforto ambiental, visam criar um clima de bem-estar e relaxamento. Estes estados são fundamentais para gerar aprendizagem pela sensibilização das pessoas como um todo, não somente pelo estímulo à mente. Busca-se realizar com isso, todo o potencial do ambiente físico para influenciar o comportamento humano. de se questionar a quais paradigmas estamos Esta apresentação objetiva traz à discussão a necessidade alinhando os projetos da área educacional (sejam de escolas ou de centros de treinamento); a importância de se sintonizar com as necessidade da educação do futuro.
198
LÉLIO MACHADO REINER Fac. de Arqu. Mackenzie
e Urb.
- FAU
- SP - 1968
JUAN FRANCISCO CAMPS ANDREU Fac. de Arqu. Braz Cubas
e Urb. - Mogi
- FAU
das Cruzes
SP-1974
O ponto
essencial na concepção de todo o projeto diz respeito aos edifícios de escritórios, enquanto o edifício da diretoria poderia e deveria ser tratado como monumento, os edifícios de escritórios teriam caráter oposto, ou seja, deveriam ser tratados como instrumentos úteis na execução de uma grande variedade de programas. Programas que exigem a possibilidade de interconexão, de crescimento, de diminuição e de mudança. Por este motivo optou-se pelo "sistema de trama" (Mat/building) que atende a três objetivos principais: a) adaptação à topografia do terreno b) flexibi I idade na uti I ização de espaços e ambientes c) possibilidade de modificações sucessivas e mesmo imprevisíveis. A resposta a esses objetivos é a criação de uma trama, na qual os diversos edifícios se confirmam independentemente da função. A monotonia da malha será anulada, ou melhor, reconduzida à sua função exclusiva de suporte das relações estabelecidas, através do esquema de circulação, entre os diversos "ambientes" característicos de cada espaço, além da riqueza volumétrica e espacial obtida graças à topografia do terreno. A trama adotada é composta por uma malha ortogonal com módulos de 1 Om espaçados a cada 2,Sm. A malha de 1 O x 1 Om corresponde ao módulo estrutural adotado e os espaçamentos de 2,Sm correspondem às circulações horizontais. Na vertical, adotou-se um módulo de 3,40m correspondente à distância de piso a piso. Com o intuito de evitar-se o uso de elevadores, os edifícios de escritórios ficaram limitados a um máximo de três pavimentos. A circulação vertical é feita através de escadas. A circulação horizontal interliga todos os edifícios em todas as direções, até mesmo sobre as ruas de serviço. O sistema estrutural adotado é o de pilares na modulação 1 O x 1 Om, com consoles em todas as direções para permitir possíveis modificações e ampliações. As condições de trabalho são enormemente melhoradas, devido aos jardins internos que ocupam 1/3 de toda a área ocupada pelos edifícios de escritórios.
199
LEONOR M. GIL HARTMANN Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU - Universidade
Federal
do Rio Grande
do Sul - UFRGS
-
Perfil de uma arquiteta Vem desenvolvendo há muito, trabalhos profissionais que abrangem os universos arquitetônicos do usuário como fonte de referências. Sua postura e sensibilidade, ímpares, aliadas a procura do adequado, tem mostrado resultados em uma obra extensa e diversificada. A tecnologia tem sido uma de suas ferramentas no trato do objeto arquitetônico. Aço e concreto fazem parte de sua obra em diversos edifícios. Sua identificação com a I inguagem da estrutura metálica faz com que Leonor tenha sido uma das precursoras do uso do aço em projetos de arquitetura na região sul do país. Leonor escreve sua obra em aço, com linguagem e conhecimento técnico atuais, trabalhando em um mesmo contexto, arquitetura e estrutura, dentro de critérios que possibilitam o uso da estrutura metálica com custos compatíveis com sistema convencionais de construção. Exploração espacial através de formas, volumes, sistemas modulares, racionalização de processo de projetos-fabricação-montagem, são constantes preocupações no seu trabalho. Vãos e estruturas de grande, médio ou pequeno porte são identificados pelo design de boa qual idade e da tecnologia apropriada para cada caso específico. Estações rodoviárias, escolas, centro de convenções, hospitais, hotéis, universidades, edifícios residenciais e comerciais, sedes de empresas, etc, são resultados da presença de Leonor na arquitetura. É por meio deste trabalho, transformado em marcas físicas do conhecimento e da sensibilidade, que Leonor, figura humana de grande coração, tem conseguido expressar uma obra de significado como arquitetura em aço.
Pedrosvaldo
200
de Caram dos Santos GOUA-USIMINAS
LÚCIA TOFFOLO DE MACEDO PORTO
A atividade do arquiteto paisagista ocorre em níveis variados de intervenção do meio ambiente: desde o planejamento de zonas naturais, urbanas e rurais até o projeto de áreas adjacentes ou internas às edificações. Como decorrência imediata é abrangente e simultaneamente detalhista, requer o aporte de setores variados do conhecimento e não dispensa, em todas as abordagens, o sentimento de composição dos elementos inerentes. O Paisagismo, é assim que procuramos vê-lo, enquanto o exercemos. Nos trabalhos que ora apresentamos, há aqueles em que tivemos a oportunidade de escolha para o conteúdo formal da proposta enquanto ainda atendíamos às características de seus diversos componentes e às necessidades funcionais do programa. Em outros, as restrições de várias ordens impuseram maior grau de dificuldade na obtenção da resposta procurada. Nada de novo. É assim em toda atividade humana. Temos para nós, entretanto, que todo o tempo buscamos encontrá-la.
201
LUCIO GOMES MACHADO Fac. de Arqu. Mackenzie
e Urb.
- FAU
- SP - 1969
1. EDUARDO J. RODRIGUES Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1973
:::---.-....,
A sede da Cinemateca
Brasileira
no antigo
Matadouro
Municipal
O antigo Matadouro de São Paulo, inaugurado em meados de 1887 inseriu-se no quadro da formidável expansão urbana desencadeada pela economia cafeeira e da imigração intensa, no final do século passado. Desativado na década de 20, ficou abandonado por algum tempo, sendo depois utilizado em atividades administrativas secundárias. Localiza-se na Vila Clementina, no Largo Senador Raul Cardoso, próximo ao Parque do lbirapuera. Este privilegiado local está sendo recuperado para a instalação da sede da Cinemateca Brasileira. O projeto de implantação foi idealizado em módulos diferenciados e envolve restauro de edifícios antigos, construções novas e instalações especiais. O remanescente do antigo Matadouro é constuído por um conjunto de edifícios composto por três galpões principais, ladeados por dois prédios menores, um dos quais totalmente desfigurado. O conjunto ainda conta com uma caixa de água elevada, uma pequena habitação isolada e outra, de maior porte, edificada no início do século. Além dos registros documentais e iconográficos disponíveis, diversos outros testemunhos remanescentes permitem o traçado da configuração original. A obra de implantação da Cinemateca Brasileira nesse conjunto, apresenta desafios significativos na elaboração do projeto: ao mesmo tempo em que são solicitadas instalações de alto padrão técnico para os laboratórios de restauração de filmes, para arquivo de documentos e matrizes e para as salas de projeção, impõe-se a restauração dos antigos galpões, reciclados para um novo uso. O espaço externo envolvente às edificações, em especial o pátio interno - com função de anfiteatro ao ar livre - será recuperado com a adequada implantação do novo edifício, onde serão instalados o grande foyer, a sala de multiuso e os cinemas. Os galpões restaurados abrigarão as atividades de recepção de visitantes, exposições permanentes e temporárias, o museu, biblioteca, mediateca, espaços de exibição de vídeos, salas de aula e setor administrativo.
202
LUIS ESPALLARGAS GIMENEZ Fac . de Arqu.
de São Paulo
e Urb. - Universidade
eo,,.
B
- USP - 1977
Cofte
e
"""8
D
correta seria por si só a base de uma ideologicamente em que a filiação em um período Graduado da função e a avaliação se opunha a que a probidade ninguém Quando correta e importante. arquitetura o Quando a boa e justa forma arquitetônica. "automaticamente" social engendrariam de seu alcance que havia uma também aprendia-se Quando militante. estava em seu engajamento interesse do trabalho de valor para aquilo que se fazia. exigência que se descobre se dá pelo avesso. Quando de valor, o interesse pela arquitetura a exigência Mantida verdadeiramente de ordem ou de grandes causas e que se confirma ela não vive apenas de mudanças, nos aspectos internos mais simples, nas decisões de desenho e nos detalhes. No sentido e como profissão, que as escalas extraem das oposições. na coerência seus que encontrasse Numa arquitetura pensar em alguma base disciplinar. Com isso, era necessário teóricos e dentro de suas rotinas de trabalho. motivos e qual idades dentro de seus pressupostos a cultura e com a cultura, que ela mesma constituía tinha um compromisso Insistiu-se que a arquitetura medidas às cedendo estaria agilidade, ou mercado conquistar para dimensão, desta que ao evadir-se Reduzindofundamental. daquela condição portanto, Abdicando e do consumo. técnicas da publicidade ao desejo de ser à permanência, que renuncia ou moda: uma arquitetura de serviços se à prestação monumento. a um resultado levaram o trabalho segundo bases disciplinares, as operações momento, Num primeiro do desenho eram preponderane a previsibilidade onde a correção mais estrito, evidente e convencional, espaço e preocupações dividiu normalizada, forma numa manifestava se que rigor tes. Mais tarde este em um procedimento incluídos necessariamente que não estavam sensíveis e culturais com aspectos disciplinar. e pudesse reagir com outros conceitos disciplinar onde controle um projeto, Deveria então definir-se a Desta maneira, ativadas por questões contemporâneas. e com experiências formas, com especulações Tal combinação ficaria preservada. disciplinar do controle que depende da obra, naquilo consistência exagero. do ou fantasia da risco o minimizando as novas operações consubstanciava
203
LUIS LEITE DE OLIVEIRA Universidade
de Brasília UNB
- 1974
I
Prefeitura
municipal
de Ji-Paraná
(Rondônia)
- 1978
A Amazônia, o homem e a arquitetura. A paisagem ainda é verde, em escala gigantesca, diferente ... que incorpora as matas de tonalidades indescritíveis. As superfícies brilhantes dos igarapés, rios, corredeiras e lagos, eles refletem as magias de um Universo todo especial. .. de chuvas torrenciais; dos gritos dos animais que ecoam, até se perder pela mata adentro; da canoa solitária deslizando ... calma ... devagar pelas águas claras, escuras, negras, transparentes; do convívio alegre da maloca; da palafita de longas pernas a espera das alagações; do canto dos pássaros; dos peixes em cardume; dos índios; dos caboclos, donos de um habitat, ainda felizes. São esses, apenas alguns dos traços desta vastidão que se chama Amazônia. Ainda tão pouco valorizada, e muito agredida. Terra de minha esperança. Junto nossa paisagem, nossa Arquitetura busca refletir os valores, os compromissos, porque não o respeito à simplicidade dessa monumental Amazônia e seu meio ambiente e o respeito profundo pelas origens históricas desta terra. Ao introduzir o meu trabalho de arquiteto nesta região, onde nasci, quero antes de mais nada colaborar com a personalidade, a fisionomia e o bom viver ideal de um caboclo, aquilo que sou eu. Com a arquitetura espero refletir o clima, o Homem, as característica simples exóticas, marcadas pela construção da lendária Estrada de Ferro Madeira - Mamoré.
204
LUIS T. CAFFARINI Fac. de Arqu. Universidade
de Buenos
Província
de Buenos
Argentina
- 1955
Aires
Aires
EDUARDO VAINSTEIN Fac. de Arqu. Universidade
de Buenos
Província
de Buenos
Argentina
- 1976
Aires
Aires
No final do ano de 1989 recebemos a tarefa de projetar um edifício de escritórios para a esquina de Talcahuano e Tucumán, em frente à Praça Lavalle, próximo ao Palácio de Tribunales e Teatro Colón. Existia no lugar um edifício construído em 1907 pelo arquiteto francês Alfred Massüe para residências de aluguel, que se encontrava coroada por uma magnífica cúpula e terraço que constituía toda uma ostentação de fantasia própria da melhor época do estilo "art nouveau" em Buenos Aires. A idéia de demolição, a destruição irreparável da bela torre em cúpula, era para nós francamente desoladora. Estávamos enfrentando uma situação sem saída quando surgiu de repente a possibilidade de uma técnica variante. Porque não aceitar o sacrifício de perder as fachadas laterais de relativo interesse arquitetônico em condições de permitir a inclusão da bela torre dentro de um novo edifício? Independentemente do maior custo que isto acarretava, a proposta era sedutora. Porém, como aproveitá-la? Teríamos em nosso poder o informe pedido às autoridades municipais que assessoram sobre o patrimônio histórico da cidade, que coincidiu ao afirmar que da totalidade do edifício existente só o setor coroado pela fabulosa cúpula era com a qual o público recuperava sua identidade cidadã. Esta nova possibilidade, tomada no princípio com grande reticência pelo cliente, foi finalmente aceita ao advertir que o maior custo que obviamente acarretava em escoramentos para a conservação da torre seria amplamente compensada pela diferenciação que obteria o edifício diante sua competência no mercado. A solução de seu desenho não era mudança tão simples. A idéia de envolver a torre com um edifício de leitura histórica era para nós quase tão repulsivo como sua demolição. A idéia de circundar com um edifício contemporâneo era atraente mas cheia de risco. Nos perguntávamos que teoria arquitetônica poderia garantir uma proposta de editismo tão radical? A respostã à nossa incerteza levou-nos ao mesmo entorno da Praça Lavalle. Parecia desenhada por arquitetos totalmente despreocupados pelo contexto de onde implantaram seus edifícios. O resultado desta atitude configurou uma cenografia urbana entre caótica e eclética, que equilibra elementos de unidade e elementos de diversidade.
205
LUIZ AMÉRICO GAUDENZI Faculdade
Nacional
da Universidade
de Arquitetura do Brasil
- 1965
·-
~ --
Sede de fazenda no interior de São Paulo - Não se trata de uma casa de férias em uma fazenda, mas sim da Sede da Fazenda, lugar de morar. - Como seria isso, esse lugar? Como arquiteto, alquimista dos desejos, cabia-me descobri-lo, criá-lo. - A localização da casa é magnífica: a 900m de altitude, voltada para o Norte, descortina, a Oeste e Noroeste, a bela curva da própria fazenda e, de Norte a Leste, a linha do horizonte do Planalto Paulista, 300m abaixo. - Além da relação com o meio-ambiente, estavam presentes a relação com o mundo em "tempo real", Via satélite, e a relação ativa, pessoal, viva, do trabalho e da produção rural. - Impunha-se criar uma transição urbana/ rural que absorvesse, intermediasse e tornasse assimilável todos esses diversos níveis de nossa relação com a vida - assim, ressurgiu o Atrium da antiguidade, outrora pátio aberto que separava o espaço público do privado, agora com novos ingredientes, portanto, de outra forma. - Atrium coberto, rótula, passagem, espaço formal/ informal, acumulador de calor no inverno, promotor de ventilação e frescor no verão. - A temperatura pode baixar dos 1 Oº C ow chegar aos 34º C. Apenas o uso adequado da arquitetura garantiu conforto térmico em toda a casa, dispensando-se calefação e ar-condicionado. - O concreto aparente, material quase natural entre a pedra artificial e a madeira no desenho das fôrmas, surgiu do caldeirão dos desejos (de permanência simbólica, de contemporaneidade, de possibilidade de recursos formais e de diálogo e integração com a vegetação e a paisagem). - Foi, portanto, através da síntese dos desejos, na relação platônica e onírica entre a casa e o meio ambiente/mundo, que surgiu esse lugar.
206
LUIS EDUARDO INDIO DA COSTA Fac. de Arqu.
Centro
e Urb.
- Universidade
de Atividades
do Brasil
- 1960
de Madureira
Definindo o projeto como um lugar de lazer, no sentido atual de cultura do corpo e do espírito, os seguintes princípios básicos: procurando respeitar seu programa e as I imitações do terreno, observamos . A edificação integrou-se dentro do contexto como uma célula regenerativa da vida regional. . A solução arquitetônica informa, interessa e mostra todas as atividades que lá se desenvolvem, fazendo com que o usuário se identifique com a edificação . . O projeto é livre de monumentalidade ou de volumes reigidamente definidos, de forma que permite transformações ou crescimento sem o comprometimento do equilíbrio plástico da edificação . . A concepção global ou a escolha dos materiais de acabamento teve a preocupação de não criair barreiras artificiais e psicológicas entre o usuário e o seu cotidiano . . O processo de construção foi simples, sem sofisticação para responder às exigências do clima tropical da região e para poder utilizar a mão de obra disponível no local. instituído pelo SESC, RJ: Centro de Atividades de Madureira - 1 º lugar no concurso - Menção Honrosa oficial na Premiação Anual do IAB - RJ, 1973 na categoria de edifícios para fins recreativos e culturais.
207
LUIZ GOES VIEIRA FILHO Universidade Universidade
da Georgia
Federal
- UGA
de Pernambuco UFPE - 1989
Projeto
paisagístico
do Hotel
Amoaras
A implantação do projeto do Hotel Amoaras na bela Praia de Maria Farinha, em Pernambuco, demonstra que o desenvolvimento do projeto paisagístico concominante com o arquitetônico é fundamental para explorar ao máximo a micro-paisagem criada e a integração com a macro-paisagem existente. O arrojado projeto arquitetônico, de José Goiana Leal Arquitetos Ltda., aproveitou o terreno usando os blocos edificados para definir três espaços abertos principais, que são: o pátio de chegada, os jardins dos blocos UH e o parque aquático. O Projeto paisagístico, de Luiz Vieira Arquitetura Paisagem Ltda., desenvolveu toda composição destes espaços externos visando a integração com a linguagem rústica das edificações as quais utilizam madeira, telha canal e cerâmica regional. O pátio de chegada, em paralelepípedo, é uma transição entre a rua e a recepção do Hotel. O jardim dos blocos UH tem um grande espelho d'água, com plantas aquáticas e pontes, que define espaços de estar e é conectado com o bloco social por um canal de cascatas e pedras. O parque aquático tem cascata e piscina de forma orgânica, circundado por várias ambiências de deck, ora em pedra fria regional, ora em madeira de lei. A vegetação plantada é toda nativa ou adaptada ao clima local, idealizada para harmonizar com as árvores e coqueiros existentes. Foi inserido um sofisticado sistema de irrigacão por aspersão para garantir a necessidade hídrica das plantas, principalmente nos sete meses de reduzida precipitação.
208
LUIZ PAULO CONDE Faculdade Universidade
Nacional
de Arquitetura
do Brasil
- 1959
Edifício com formas poligonais revestido de cerâmica de 1 Ox1 O cm que caracteriza os "edifícios não residenciais" do bairro. Arremates de mármore branco; partes transparentes de elementos vazados cobogós. Tetos de telhas de barro. Embasamento de granito. Idéia: o volume do edifício segundo a forma do lote. Decompor o volume único em volumes representativos, caracterizando as partes Igreja e Comércio para facilitar a sua compreensão mantendo o conjunto unitário. Incorporar os símbolos comerciais nos elementos arquitetônicos. Edifício Comércio/Igreja Alfabarra - Rio de Janeiro Contém: Setor da Igreja Nave para 100 pessoas Salão Paroquial Campanário
209
MANOEL COELHO Universidade
Federal
do Paraná
UFPR - 1967
Desenvolve, há vinte e cinco anos, em seu escritório, com sua equipe, um trabalho integrado às áreas de urbanismo, arquitetura e design. Foram elaborados vários projetos dentre os quais se destacam: Cidade de Criciúma/SC: de -1976 à 1982 foi desenvolvido um conjunto de projetos partindo de propostas para o desenvolvimento urbano, passando por projeto para o Centro Administrativo com edifício sede da Prefeitura Municipal, Centro Cultural com teatro para 800 pessoas, Centro Esportivo com ginásio de esportes para 4.000 pessoas, monumento e museu do centenário da cidade, edifícios para educação, recreação, sistema de comunicação visual e desenho de mobiliário urbano. Campos da PUC/Paraná: projeto iniciado em 1975, prevê instalação de campus para 9.000 alunos abrangendo praticamente todas as áreas de conhecimento. Parque Municipal de Urussanga/SC: projeto desenvolvido em área verde próximo ao centro da cidade e com a implantação de um centro cultural, parque de exposições, equipamentos de recreação e lazer. Cervejaria Bavarium Park: projeto implantado em Curitiba, com solução utilizando uma enorme estrutura de madeira que cobre os espaços da cervejaria dispostos em torno da fábrica que ocupa posição central, permitindo que os usuários observem a fabricação enquanto permanecem no recinto. Cidade de Curitiba: desde 1970 o arquiteto participa do processo de planejamento da cidade com projetos principalmente nas áreas de Comunicação Visual e Mobiliário Urbano, desenvolvendo sistemas de sinalização e informação urbana, programas de imagem corporativa para a administração da cidade, foi premiado na Segunda Bienal Brasileira de Design. Na área de Comunicação Visual foram desenvolvidos projetos para o Edifício sede do Citibank em Curitiba, Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Telepar/felecomunicações do Paraná SA, Forum Mundial das Cidades, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Shopping Área Verde.
210
MANOEL RODRIGUES ALVES Fac. de Arqu. Mackenzie
e Urb.
- FAU
- SP - 1980
MODELAMENTO DE AMBIENTES URBANOS PLANO DIRETOR 1992 - SÃO PAULO
O Projeto de lei do Plano da Cidade de São Paulo (1991 - 1992), elaborado sob a coordenação da SEMPLA - Secretaria Municipal de Planejamento, apresentava uma nova proposta para a política de desenvolvimento urbano e incorporava novos instrumentos de controle. Visando a avaliação do impacto urbanístico desses instrumentos e estabelecer procedimentos de monitoramento, fez-se necessário desenvolver simulações do uso e ocupação do solo urbano que permitissem a investigação de questões do Desenho Urbano (p.e., a análise do espaço construido real a ser transformado, o estudo do impacto morfológico de novas tipologias sobre o tecido urbano existente etc.). Tratava-se portanto, de definir o desenvolvimento de um modelo gráfico que contivesse a representação tri-dimensional do espaço urbano e que privilegiasse, não o realismo das imagens produzidas, mas sim a análise das propostas de Desenho Urbano. é fundamental. É essencial a reflexão sobre os Em Desenho Urbano a questão da tri-dimensionalidade espaços externos resultantes e suas articulações sobre relações espaciais e formais do território e da edificação e os processos de determinação das formas da cidade, ou de fragmentos da mesma. Tais intervenções exigem um trabalho de recomposição nas três dimensões do espaço que considere ambiências, continuidade espacial, contenção espacial, limites, etc.. Somente a representação tri-dimensional do ambiente urbano, associada a outros aplicativos computacionais de simulação, que tratem de parâmetros físicos (p.e., insolação, iluminação etc.) e e sensação visuais (p. e., alterações cromáticas etc.),poderá capacitar parâmetros referentes à percepção análises de Desenho Urbano multidimensionais que incorporem aspectos de cenografia urbana e tenha em conta as variações de percepção, deslocamentos e temporalidades que lhe correspondem.
211
MARCELLO ACCIOL V FRAGELLI Faculdade
Nacional
Universidade
de Arquitetura do Brasil
- 1952
No trecho elevado da linha Norte Sul do Metrô de São Paulo foi minha preocupação diretriz criar um elemento que prejudicasse o menos possível o espaço urbano onde seria inserido, e caracterizar estações e linha como um só organismo, do qual, as estações não interrompessem a linha, mas dela brotassem. Daí o mesmo desenho dos pilares, que nas estações prolongam-se para cima, abrindo-se em quadros que sustentam as grandes vigas premoldadas formadoras do corpo da estação. Para as estações abaixo do solo, resolvendo assumir o subterrâneo, empolgou-me a exploração de suas características, na procura de uma arquitetura do subterrâneo. O projeto do prédio Jerônimo Ometto, da indústria Piraquê, tinha a dificuldade de acomodar num limitado lote urbano, três serviços que seriam localizados em separado se houvesse facilidade de aquisição de terreno. A grande escadaria foi concebida como elemento de acesso e de integração. Preocupei-me com as possibilidades de melhor ambientar e enriquecer os espaços já comprimidos pela carência de terreno e aproveitar os recursos da estrutura para valorizar a volumetria do prédio. O projeto do Condomínio São Luiz retoma a procura de uma linguagem arquitetônica brasileira de edifício de escritórios, numa arquitetura de concreto, sem recurso a modismos decorrentes do estrangeiro, do aço. O recorte da planta tanto atende à busca do enriquecimento do espaço interno, desejável amplo e contínuo, quanto à conveniência de controlar a proporção desfavorável do volume externo, alongado pela grande área contínua conveniente aos arranjos dos escritórios, mas achatado pela limitação do gabarito de altura. A localização periférica dos blocos de serviço e de circulação vertical colaborou nesta intenção e foi buscada, no tratamento do concreto, uma I inguagem diferente para os elementos fortes, maciços, apoiados no solo, tratados com uma textura que reflete peso e massa e para os estruturais mais leves, como vigas, pilares e tetos, enformados em tábuas cujo arranjo corresponde às suas linhas de esforço.
212
MARCELO SACCO Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1 990
MARCOS MENDES Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1986
Em 1990 intenções foram unidas em uma parceria que gerou projetos de di(erentes escalas, onde a liberdade de criação quase que intuitiva deixava de lado dogmas e caminhos pré-determinados. Tais afinidades convergiam em função do projeto Hospital Tobias, que pelas qualidades espaciais terapêuticas inerentes à medicina antroposófica e pela complexidade técnica, funcional e programática do empreendimento, abria espaço para a expressão do caráter da arquitetura de MS & MM, mesmo que conformando um grande desafio. Data ainda desta fase a residência Theodozio/Wolff em São Paulo. Os encontros das Oficinas promovem a manutenção do contato entre escritórios e o advento da informática aplicada à arquitetura traz uma nova dinâmica às relações entre profissionais. Ambos resultam em uma série de empresas, colaborações em concursos ou desenvolvimento de projetos entre MS & MM e diversas escritórios e arquitetos.
213
MARCÍLIO GODOI Universidade
• ••
• •
•
•
de Minas
Gerais
UFMG
- 1988
• • •
• • • • •
• • • •
Federal
...
• ,. • •
• • • ••
,
• • • • •• •
•
..
• • •• • • • •
O desenvolvimento das imagens de marcas e a sua contextualização arquitetônica configura o principal objeto de pesquisa e atuação profissional do arquiteto desde 1982. Dentro da explosão de múltiplos signos da sociedade de consumo que se deu nas grandes cidades nas últimas décadas, a arquitetura e a paisagem urbana foram essencialmente modificadas. A inevitável inserção destas simbologias tem interferido essencialmente nos projetos, desde os seus conceitos, contextos visuais, até seus conteúdos funcionais. Assim sendo, o trabalho de planejamento gráfico aprovado em conjunto com os arquitetos dão à obra acabada ordenação de leitura e caráter visual institucional indicativo de suas vocações. Enfim, a interação das diversas I inguagens de comunicação estabelece em definitivo os vínculos da obra com seu público e seu tempo.
214
MARCÍLIO MENDES FERREIRA Esc. de Arqu.
- Universidade
Minas
- UFMG
Gerais
Federal
de
- 1963
LUIZ HENRIQUE GOMES PESSINA Fac. de Arqu. Universidade
do Brasil
- 1961
• 1
·1
Projeto de Urbanismo da Super Quadra Norte 311 e de Arquitetura dos Blocos Residenciais, Brasília, DF. Brasília, mais do que uma experiência urbanística no coração do Brasil, é uma expressão autêntica da cultura nacional e se constitui na maior realização urbanística do século. Uma cidade ainda jovem, mas já reconhecida pela UNESCO, como patrimônio da humanidade. Apresentamos a proposta da organização espacial de uma Super Quadra, bem como do projeto de seus blocos residenciais, por entendermos que a Super Quadra é a grande solução para a habitação vertical. As Super Quadras, testadas por trinta anos, nos mostram que a qualidade da vida se mantém com o passar do tempo, e que seus espaços não se deterioram. Em uma Super Quadra as dimensões e localização dos blocos são definidas por projeções, que é o espaço ocupado pelo bloco. A área total resultante da soma das projeções já está estabelecida. Antes da construção do primeiro prédio, o formato e disposição de todas as projeções podem ser modificados, inclusive em seu número, desde que se mantenha a área total de ocupação da Super Quadra. Propusemos uma nova organização espacial para a Super Quadra Norte 311, que já foi aprovada pelos órgãos competentes e registrada em cartório. Nesta solução procuramos reduzir as circulações de veículos, com o objetivo de obter o máximo de espaços, para utilização dos moradores. Só quem mora em uma Super Quadra sabe como estes espaços são preciosos. Na decisão sobre a forma dos blocos, optamos pela lâmina, tradicional em Brasília, por entendermos ser a melhor solução para a habitação vertical. Solução que permite melhor ventilação cruzada, maior privacidade, grande domínio do entorno, facilidade de acessos e estacionamento.
215
MARCO ANTONIO CLETO BARBOSA Fac. de Arqu. Universidade Rio de Janeiro
Shopping Cultural
Fundição
e Urb.
- FAU
Federal
do
- UFRJ - 1986
Progr~sso
Aos 29 anos, foi investido em Janeiro de 1986, da missão de coordenar e desenvolver a arquitetura da pioneira e inédita idéia do Shopping Cultural Fundição Progresso. O Projeto de Animação Cultural do "Circo Voador", desdobrou-se na ousada intervenção de restauração da secular fábrica de cofres e fogões L.B. Almeida (Fundição Progresso) e adequação de uso para atividades culturais. Incumbido pelo grupo diretor do projeto ( Márcio Galvão e Maurício Sette) de montar um escritório para execução do projeto, Marco Antonio, amplificou essa filosofia projetual em diversos outros projetos (alguns concursos públicos) com a parceria de Mauricio Sette e os principais colaboradores de sua equipe, arq. Elisabeth Poubel e Luiz Henrique de Paula. Hoje, concentrado na montagem do escritório" Arquitetural Projetos", onde a filosofia experimental de materiais de baixo custo, com soluções criativas de execução quanto ao uso são imperativas. A linguagem arquitetônica passa por combinações variadas de sistemas estruturais aparentes, painéis metálicos e instalações, formando um partido tecnista. A concepção estética baseia-se na utilização de elementos geométricos puros, observando, predominantemente, a dinâmica e demanda funcional dos espaços de convergência pública. As casas de shows, "night clubs", teatros, cinemas, museus, galerias e restaurantes são espaços onde o ser humano expõe suas vaidades e seu comportamento é o palco de emoções. O projeto Rio-Orla, em 1990, Marco Memorial, em 1 992 e o Factory (Centro de Lazer na zona norte do Rio de Janeiro), são caminhos de concentração abertos pelo projeto do Shopping Cultural Fundição Progresso que a descontração do programa seduz e se reproduz nas formas.
216
MARCOS ACAVABA Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1969
O nome Arquitetura Paulista não delimita apenas geograficamente uma certa arquitetura brasileira mas define, principalmente, uma "escola", uma forte tradição dentro da história da arquitetura moderna do Brasi 1. O Arquiteto Marcos Acayaba, formado no final dos anos 60 no berço desta tendência - a FAU/USP - e discípulo convicto da mais importante personalidade desse movimento - o arquiteto Vilanova Artigas teve seu trabalho e sua trajetória profissional fortemente marcados por suas lições. Numa atividade voltada sobretudo para a construção de residências, explora a relação, considerada até "visceral", entre a casa e a sua estrutura, traduzindo-a em expressivas construções de concreto aparente, ao mesmo tempo que exercita novas formas de sociabilidade da família ao propor grandes espaços coletivos de convivência. O horizonte maior do seu trabalho é a racionalização dos processos contrutivos, dentro do contexto geral do movimento que coloca a arquitetura a serviço da resolução das contradições sócio-econômicas do país, subjugando seu discurso próprio ao manifesto político. À medida em que avança na descoberta e afirmação de uma personalidade artística própria, até então à nova pluralidade racionalmente negada, e na definição de uma linguagem pessoal que se sobrepõe formal de seu trabalho, o arquiteto assume com mais força e tranquilidade a condição antropofágica inerente ao cidadão americano, apropriando-se de diferentes estilos, 1i nguagens e materiais, subsídios à pesquisa em que se lançou. importantes A estrutura é vista como essência da arquitetura: aparente e de forte caráter simbólico, atuando em projetos disciplinados, enxutos, "onde nada sobra e nada falta, onde toda a matéria incorporada tem existência plena porque trabalha". A mesma afirmação de verdade estrutural porém, hoje, mais abrangente e mais tranquila.
217
O Gótico foi o primeiro movimento a ressurgir na Europa do século XIX, nos mais sofisticados estados alemães e na França. Foi o início do período romântico. Este renascimento gótico era também de certa forma uma sobrevivência, uma vez que o renascimento clássico nunca suplantou completamente o grande movimento gótico na Europa do Norte. Durante o renascimento clássico alemão, o gótico havia perdido o seu significado original e permaneao conceito cido como um estilo católico. Com a redescoberta do movimento no século XIX, voltou-se primitivo e Schinkel projetou inúmeros edifícios religiosos ou não, sem abraçar o catolicismo. Para os alemães, o gótico representava o gênio nacional. Goethe falou com admiração e entusiasmo sem reservas sobre a catedral de Estrasburgo, comentários depois aprofundados pelos românticos. Este foi o ambiente cultural deixado pelos imigrantes alemães. Marcados pelo contexto gótico de seu país de origem, criaram as condições para o surgimento do renascimento gótico nos seus países de destino. Fundamentalmente, este trabalho visa dignificar toda a cultura e civilização alemãs através do seu mais fértil e importante movimento artístico anterior ao século XIX. Propõe-se ao resgate, a reinterpretação do "Zeitgeist" gótico.
218
MARIA BETÂNIA BEZERRA SAMPAIO Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
Federal
Pernambuco
- UFPE
- FAU de
-1991
Uma Casa Olhando para o Mar Partido (a nascente): A casa, em construção,
está situada
na praia
de Ponte
de Pedra,
em
Pernambuco,
numa
área
de
235m2. O projeto se desenvolve basicamente em dois blocos: um bloco de circulação e outro de cômodos, além dos anexos. Outro ponto importante, foi levar a casa até o terreno vizinho, onde já existe uma casa, também do cliente, aumentando a largura da casa no Nascente "abrindo-se para o mar". Níveis (abertura e trajetórias): a intenção de se propor níveis é criar trajetórias que não sejam cansativas. Os ambientes são intercalados, com exceção do terraço. blocos de Cômodos (desejo e resposta): o bloco de cômodos responde praticamente a todo o programa, com exceção da suíte, estacionamento e lavabo situados em anexos. bloco de circulação (transparência e movimento): o bloco de circulação abriga o eixo de distribuição dos vários níveis, com acesso aos cômodos, através de escadas. As escadas funcionarão como passarelas contínuas, formando um grande pátio central. Assegurando condições de ventilação e iluminação, cria um espaço de transparência. Uma visão tanto do interior quanto do exterior, formando assim uma "casa aberta"para "dentro e fora".
219
MARIA CLARA BATALHA Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade de Brasília
- FAU
Nacional
- UNB
- 1985
GILBERTO BELLEZA Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP - 1985
Maria: Clara Batalha e Gilberto Belleza Arquitetos Associados iniciam suas atividades em 1990, a partir de um trabalho desenvolvido conjuntamente desde 1986, atuando, desde então, em projetos residenciais, comerciais, hotéis e clínicas, além de edifícios na área cultural e educacional. Com participação em exposições no Brasil e no exterior, tiveram trabalhos analisados e publicados na imprensa nacional e estrangeira. No concurso para o projeto de uma Casa de Representações, em Brasília, obtiveram o primeiro lugar. Recentemente foram convidados para participar de uma exposição sobre a Arquitetura Moderna Brasileira "Brasil Autoretrato", promovida pelo ARCHITEKTUR FORUM ZÜRICH na Suiça, onde dezoito arquitetos brasileiros apresentaram seus trabalhos, tendo recebido críticas elogiosas. Através de formação e experiência profissional diferentes, conseguiram aglutinar uma visão cuja produção reflete essas características, com ênfase na linha da "arquitetura paulista", que é analisada e repensada dentro de um contexto contemporâneo. O projetar nasce da análise de elementos que se impõem: a função, o uso, o cliente, as condições de conforto ambiental, as exigências tecnológicas dentre outras. A planta é a força motriz que define o edifício. Todos os trabalhos desenvolvidos têm sido o resultado direto do questionamento dos caminhos da arquitetura moderna, na qual estética e funcionalidade se confrontam na busca permanente de uma convivência e solução harmoniosa.
220
MARIA ELIZA ALVES GUERRA Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
Silva e Souza
- FAU - 1985
Situada no Triângulo Mineiro, região com forte tradição na técnica de fiação e tecelagem manual em passado recente, Uberlândia tem dedicado a seus valores culturais importância inversamente proporcional ao elevado crescimento econômico e populacional. A proposta do projeto --executado mediante convênio entre o B10, Governo do Estado de Minas Gerais e Prefeitura Municipal de Uberlândia -, é resgatar essa cultura, trazendo para o local senhoras que ainda hoje detêm a técnica, herdada de mãe para filha. Alguns teares são reservados à produção e outros ao aprendizado. A opção construtiva pelo bloco de concreto assentado em juntas intercaladas induziu a criação de três painéis que sugerem tramas e cores da tradicional produção regional: "tijolo com tijolo, num desenho mágico". Com 23 metros de altura a caixa-d'água, em anéis pré-moldados, desempenha importante papel na intenção projetual, por estar implantada no centro geométrico da edificação. Externamente é o elemento verticalizador, de crucial importância plástica e de destaque na paisagem urbana. Internamente funciona como referencial físico que, circundado primeiro pelo jardim interno e posteriormente pelo espaço de produção, confere a este um aspecto integrado e não hierarquizado. Este espaço de produção tem, na verdade, um fluxo bem definido, que se inicia no depósito de matéria-prima, e termina completando uma circunferência no depósito de produtos acabados, rebatendo a afirmação de que a "função segue a forma". No paisagismo foram incluídas plantas como jambolão,abricó, murici, amora, urucú, romã etc., espécies que tradicionalmente tingiam os fios para a tecelagem manual na região.
221
MARIA FÁTIMA ROSA BELTRÃO Fac. de Arq. da Universidade do Rio Grande
do Sul - UFRGS
Federal - 1978
Nossa experiência de trabalho foi se compondo nesses anos por algumas oportunidades de participação em equipes de elaboração de projetos arquitetônicos de maior porte e o exercício cotidiano de projeto e execução de programas pequenos e médios em arquitetura. Foi marcante na nossa formação a experiência em equipe junto ao arquiteto lrineu Breitmann na área de projetos de hospitais (final dos anos 70); e mais tarde junto aos arquitetos Alexandre Sant Anna e Dalton Bernardes na mesma área de projetos hospitalares. Por certo o fascínio pela interação acentuada entre arquitetura e demais projetos no trato do tema, e o convívio com a execução de obras na oportunidade de outros trabalhos convergiram para valorizarmos a expressão da arquitetura até a especificidade dos menores elementos. Junto à compreensão de que a expressão de uma obra arquitetônica se dá pela composição de elementos em ordem progressiva das grandezas e das leis de interrelação, também amadureceu a mesma do que se compreensão para a relação da edificação e da cidade, assim como quanto à inserção cultural propõe (busca da especificidade, coerência e identidade). Essa forma de consideração das questões do projeto de arquitetura acompanha os trabalhos a seguir, como o desenvolvido em conjunto com os arquitetos Dalton Bernardes e Julio Collares, para o Edifício Sede do Conselho Ferramentas Gerais, P. Alegre (1988) - Prêmio Destaque da Bienal de Arquitetura do RS (1991 ); o projeto para Edifício Residencial Lucas de Oliveira, P.Alegre em conjunto com o arquiteto Airton Cattani (1989); e o projeto para Concurso do Edifício sede do Conselho Federal de Contabilidade, Brasília DF (1992)-Menção Honrosa (1992). . Atulmente elaboramos trabalhos em conjunto com a Arq. Maria Lina Nogueira, caracterizados por programas variados de pequeno e médio porte na área de edificação, arquitetura de interiores - projeto e execução com interesse em investigar ainda a vinculação das etapas de realização da arquitetura, assim como de expressão dessa arquitetura no vínculo com o ambiente urbano e cultural.
222
MARIA MADDALENA RE Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1967
Parque Ecológico Cuarapiranga Estudos de Impacto Ambiental do Empreendimento lporanga - Campos do Jordão Paisagismo do Hotel Sheraton/São Paulo
...,,
/ ,,..,_
. .,
,
PARQUE ECOLÓGICÓ GUARAPIRANGA ARQTA . M. MADDALENA RE
- CENTRO RECEPTIVO
E ESTUFA
Os trabalhos apresentados por M. Madalena Re são recentes e refletem a diversidade de abordagem e de escalas desenvolvidas pela paisagista. Neles, a concepção da paisagem e da proposta ambiental está aliada à viabilidade social e econômica dos empreendimentos e à integração homem/ambiente. O parque ecológico Guarapiranga (classificado na primeira etapa de Concurso Nacional de Idéias/ 1991-1992) representou o trabalho de equipe interdisciplinar na formulação de uma proposta coerente de desenho urbano, custos do empreendimento e preocupação preservacionista, no contexto sócio-cultural específico da região de Santo Amaro, onde o projeto devia se inserir. A premissa que permeou todo o desenvolvimento dos trabalhos foi a adequação da proposta física e dos programas de educação ambiental aos quadros de vida da comunidade a ser preferencialmente atendida pelo Parque. Os aspectos institucionais e de gestão foram também cuidadosamente estudados para garantir a viabilidade da proposta formulada, que contemplava programas de uso e de restauro/ preservação ambiental da área. A coordenação do Estudo de Impacto Ambiental do Empreendimento lporanga Campos do Jordão procurou garantir a viabilidade ambiental de um loteamento de lazer de padrão alto e potencializar os elementos paisagísticos característicos da região e presentes nos 275 ha da antiga Fazenda Embaré (Serra da Mantiqueira/Campos do Jordão/SP), que deu origem ao Empreendimento. à memória dos jardins do O projeto paisagístico do Hotel Sheraton adequa o projeto arquitetônico Palácio do Arcebispo de São Paulo, já demolido. A preservação da vegetação significativa remanescente do antigo jardim e a criação de pequeno à comunidade do entorno, foram pré-requisitos do projeto. parque aberto
223
MARIAN DAMEN RAFAGNIN Fac. de Arqu. Mogi
das Cruzes
e Urb.
- FAU
- SP - 1979
OSCAR CIRILO ORTEGA ARZAMENDIA Fac. de Arqu. Universidad
e Urb.
de Assunción
- FAU - 1990
NILSO RAFAGNIN Fac. de Arqu. Mogi
Na região cercada pelas espumantes águas das Cataratas do implanta-se um modelo de Edifício Símbolo. O coroamento na torre em cor azul do céu, na cor azul das derramando-se no branco como em cascatas, chocando-se chocando-se com a colorada terra e a ainda pujante vegetação
224
Iguaçu
e do gigante
das Cruzes
vertedouro
e Urb.
- FAU
- SP - 1978
de ltaipu,
águas, adorna a extremidade do Edifício, com o aspecto cinza da região urbana, de entorno.
MÁRIO BISELLI Fac. de Arqu. Mackenzie
e Urb.
- FAU
- SP - 1985
FRANCISCO J.A. SAMPAIO Engenharia
de Mauá
- SP - 1 982
ARTUR F. KATCHBORIAN Fac. de Arqu. Mackenzie
e Urb.
- FAU
- SP - 1 985
Fatos e informações em profusão, muita velocidade, o mundo contemporâneo traz consigo uma estranha capacidade de diluir paradigmas e certezas. Nossa atividade profissional procurou contornar esta questão promovendo parcerias, pois muitas vezes a certeza vem do diálogo. Iniciamos nosso escritórios em 1985, com trabalhos modestos que continuamos a desenvolver, mas tivemos sempre a companhia de & Vigliecca, Eurico Francisco e Livia França, colegas arquitetos brilhantes, A. C. Troncoso, Padovano Cristina Francisco e Alisson Macedo, Julio Vieira, Francisco Spadoni, e tantos outros colaboradores, principalmente nos trabalhos grandes e nos concursos que tivemos oportunidade de participar. Do conjunto do nosso trabalho realizado nestes poucos anos de atividade, talvez se possa tirar uma idéia comum, ou melhor, uma intenção comum a todos eles: a busca de uma arquitetura de linguagem atemporal, estável, permanente. Com o tempo vamos nos dando conta de que a arquitetura, mais do que estar atrelada a modas, deve ser pensada em função de alguns aspectos fundamentais que são justamente os que lhe conferem a necessária credibilidade: os edifícios enquanto parte de um todo, como elementos de uma malha urbana em crescimento contínuo. Edifícios enquanto artefatos utilitários, que expressem a natureza de como são feitos pela legibilidade de seus materiais e processos de construção. Edifícios enquanto artefatos culturais, o que implica significados para além da pura função. Edifícios que mantenham diálogo com o contexto, sem esquecer os valores intrínsicos a si mesmo. As grandes obras de todos os tempos possuem estas qualidades o que faz da arquitetura, em última análise, o sinal da interferência inteligente do homem sobre o meio ambiente.
225
MÁRIO L. BARATA JR. Universidade
Estadual UNESPA
do Pará - 1986
Buscando resgatar um pouco dessa afinidade tão latente do homem com a própria natureza, este trabalho procura extrair da floresta o seu subsídio básico norteador de toda a produção dos objetos criados. Apesar da fonte da pesquisa estar voltada para os demais elementos da floresta, não é esquecida em momento algum a utilização prática destes elementos no dia-a-dia das pessoas, que associados a produtos mais industrializados suprem a praticidade exigida, sem portanto perder a sua essência. por madeireiros ou Utilizando basicamente o resto da floresta, o que realmente não é aproveitado mesmo pessoas que por um motivo qualquer tenham que derrubar algumas árvores para construir, plantar, etc, um tipo de prática tão comum na região amazônica. A exploração carrega consigo o peso da restos devastação, que por sua vez deixa diversas marcas no seu caminho, uma delas é especificamente de árvores que ficam no seu caminho, esses restos não são queimados, esses restos são abandonados no próprio local onde apodrecem depois de muitos anos. O nosso trabalho está assentado no reaproveitamento desse material, como troncos ou pedaços de galhos, adaptando-os a uma nova função. Esse processo é passado dentro de conceitos de conforto e segurança de uma tal maneira a aproveitar o máximo de beleza plástica e medidas ergonômicas que as peças possam oferecer, incorporando a isso, materiais como o ferro e o vidro, trazendo mais maleabilidade e leveza aos objetos criados. O trabalho partirá para uma linha mais abrangente que é a produção de mobiliário urbano, onde se criará dentro dessa filosofia, acessórios urbanos ligados a elementos da natureza. Como na natureza nada se cria, tudo se transforma, procuramos nesse trabalho transformar um material que atualmente nos damos ao luxo de queimarmos ou jogarmos fora.
226
MARIZA NEIVA CRISPIM PIRES Fac. de Arqu. Pontíficia Goiás
e Urb.
Universidade
- FAU Católica
- PUC
- 1957
Projeto de uma residência urbana térrea desenvolvida para atender as necessidades de uma família que desejava amplos espaços internos e grande enfoque para o lazer, sendo que antigas aspirações do proprietário foram discutidas e influenciaram todas as fases do projeto levando portando a constantes modificações do espaço concebido. Houve a preocupação de refletir no espaço construído a dinâmica do amplo programa proposto, sendo que a opção por este partido foi reafirmada pela forma irregular do terreno e por sua topografia com declives acentuados. Como a área construída é grande, a planta desenvolveu-se em formas recortadas para evitar que a volumetria ficasse visualmente pesada, bem como se fez uso de vegetação nos recortes surgidos acentuando a integração interior/exterior através de amplas esquadrias. A casa tem separação nítida entre os setores íntimo, serviço e social/lazer, para permitir que o uso de um destes setores não interfira nos outros. O projeto constitui-se de um bloco com as salas de estar (com varanda), tv, jantar, almoço, estúdio, lavabo, escritório, 4 suítes, cozinha, área de serviço, passanderia, dependência de empregadas e depósito. Num outro bloco estão a churrasqueira, a sauna e os sanitários todos envolvidos por uma ampla varanda e voltados para a piscina. Num terceiro bloco está a área de jogos. Os três blocos ficam separados por um extenso gramado cortado por caminhos feitos com dormentes, onde se localiza também um pequeno lago artificial com cascata.
227
MARROQUIM ARQUITETOS lone
Mota
Marroquim
João Fernando
- Fac. de Arqu.
Marroquim
e Urb.
- Fac. de Arqu.
- FAU - Universidade
e Urb.
Federal
- FAU - Universidade
de Pernambuco
Nacional
Edifício anexo da fábrica
de Brasília
- UFPE - 1973 - UNB
de chocolates
- 1973
Garoto
O projeto do anexo da fábrica de chocolates Garoto data de 1989, tendo a obra sido concluída em 1992. Construído em terreno frontal à área de produção da Empresa, abriga uma garagem coberta para funcionários, com 160 vagas, que ocupa todo o térreo e primeiro pavimento; um restaurante com cozinha para 5.000 refeições diárias, além de auditório e setor administrativo, que se localizam no segundo pavimento. Possui, ainda, uma ampla área de lazer no pavimento de cobertura com varandas, jardins, salas de jogos e TV, biblioteca, videoteca e agência bancária. do terreno e à necessidade de articular os vários O extenso e variado programa aliado à exigüidade fluxos de circulação (funcionários, carga, automóveis) com as construções já existentes do vestiário e da portaria da indústria, nos levou a adotar um partido simples, compacto, composto de um grande bloco que abriga as várias atividades. A fim de amenizar o impacto dessa construção de cerca de 11 .000m2 em um entorno extremamente denso e confuso, composto de residências e comércio de pequeno porte, trabalhou-se com andares em balanço, grandes avarandados e jardins suspensos que protegem as áreas de estar e circulação de funcionários. As I igações da construção com os edifícios existentes são feitas através de passarelas metálicas que atravessam as ruas internas e externas. A estrutura metálica aparece ainda na cobertura do último pavimento, retomando de forma erudita uma solução muito popular no Estado e conhecida como "terraço capixaba".
228
MAXIM BUCARETCHI Fac. de Arqu. e Urb. - FAU Braz Cubas - Mogi das Cruzes SP-1975
A criação plástica do arquiteto: espaços delimitados por volumes. A emoção presente nas peças que compõem a escultura monumental, nas texturas e cores que adornam a paisagem. Internamente outra construção estética, o espaço através do qual o interlocutor circula. Os limites proporcionados pelos muros possibilitam a experiência de sensações através dos novos espaços erigidos, cortados por fendas onde interior e exterior se comunicam. Articulação inesperada mas essencialmente estética de elementos arquitetônicos.
229
MIRELA AMPEZZAN Fac. de Arqu. Universidade Rio Grande
e Urb.
- FAU
Federal
do Sul - UFRGS
do
-1988
LAURO DIAS MACIEL Fac. de Arqu. Universidade Rio Grande
Casa Comunitária
Municipal
e Urb.
- FAU
Federal
do Sul - UFRGS
do
-1987
- "Casa de Pedra"
Situada em um ponto elevado, ao final da avenida principal de Antônio Prado, núcleo urbano tombado pelo IBPC em função de sua arquitetura da imigração italiana do início do século. É um local destinado ao encontro de entidades organizadas no município e um pequeno restaurante no térreo. O projeto levou em conta características da arquitetura tradicional da imigração italiana quais sejam: um bloco puro, único, principal com aberturas verticais e um bloco secundário acoplado (tradicionalmente cozinhas e banheiros). Procurou também criar um contrastes entre ambos os blocos denunciando a condição contemporânea da obra. Para isso foi usada a pedra basalto em dois tamanhos, largamente utilizada nos padrões da região e a alvenaria rebocada no bloco acoplado. O bloco em alvenaria está em ângulo com o bloco principal, seguindo a inclinação da rua e também proporcionando um maior contraste entre os volumes.
230
MODONOVO DESIGN Ivan G. Ferreira Fac. de Arqu. Universidade Rio Grande
e Urb. Federal
- FAU do
do Sul - UFRGS
- 1967
Bitiz Afflalo UERJ - 1973
Ivan pertence ao Corpo de Jurados do IAB - Instituto de Arquitetos do Brasil, foi jurado em varias oportunidades e consultor de quatro concursos organizados pelo IAB e também do que escolheu o símbolo da Rio 92, para a Prefeitura do Rio. Participou de exposições de design como a VI Biennale lnternacionale de LÁffiche Varsovis 1976. B itiz foi assistente do Professor Bergm i Iler no Instituto de Desenho Industrial do MAM-Rio, professora Universitária e diretora da Escola de Desenho Industrial nas Faculdades Integradas Silva e Souza. Brasileiros" A Modonovo apresentou trabalhos na 1 ª Semana Carioca de Design - Rio 1991. "Gráficos no MIS-SP, 1990, e uma restrospectiva de seus trabalhos no Espaço Cultural Sérgio Porto a convite da Rio Arte e Prefeitura do Rio, em maio de 1992. Os trabalhos apresentados na Bienal procuram sublinhar a importância da Programação Visual nos espaços de uso coletivo, usando quatro exemplos. O Centro da Formação Profissional do Banco do Brasi 1 em Brasília - um projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer, e três Shoppings Centers, um em Recife, outro em Belo Horizonte e o terceiro em Curitiba. Neles a equipe enfoca a criação do Sistema de Sinalização como consequência da interação entre o espaço gerado pelo projeto arquitetônico, a congruência com os inerente aos materiais de acabamento, coerência estrutural, e a orientação quanto à institucionalidade materiais, usos e formas do Centro de Formação Profissional contrasta com o aspecto lúdico de temas peculiares a cada um - frutas no Recife, animais em extinção em Curitiba e cartas de baralho em Minas.
231
MOYSES ELIZADO DA SILVA DE LIZ Fac. de Arqu. Universidade
Federal
e Urb.
do Rio Grande UFRGS
- FAU do Sul - 1959
Usando símbolos e elementos da arquitetura tradicional, incorporados à moderna tecnologia, produziu-se uma arquitetura mais ligada às raízes e à terra, utilizando-se tijolos aparentes, telhas de barros e ao mesmo tempo lajes de concreto pré-fabricadas, esquadrias de alumínio anodizado, vidros e brises em fiberglass. Tendo em vista o fato de estar o terreno situado em nível abaixo da cota do acesso principal (aproximadamente um metro), optou-se por uma construção em dois pavimentos, cuja entrada principal acontece no pavimento superior. Um grande recuo permite que os estacionamentos ocorram no nível natural do terreno, através de rampas e taludes gramados. O partido arquitetônico desenvolve-se em torno de um eixo longitudinal central ao terreno que une a rodovia SC-401, ligação Florianópolis-Canasvieiras, à rodovia Virgílio Várzea. Esta última, servida por transporte coletivo urbano, será bastante utilizada como acesso de serviço e de alunos. Ao longo do eixo foram dispostos quatro blocos, cada qual com função própria e que, interligados por passarelas e rampas, dão forma aos espaços comuns de lazer e estar, integrando-se e fundindo-se com a paisagem do entorno, além de reforçar as características já mencionadas. O hall principal convida-nos a percorrer as passarelas e tampas em torno do jardim interno contíguo e através delas chegamos ao grande pátio de forma octogonal, que é o focal do projeto. O elemento que dá forma aos blocos é a cobertura formada por quatro telhados de quatro águas, que ultrapassa a projeção da parte utilizável de cada bloco. Desta forma, temos um grande beiral apoiado no terreno através de arcos romanos de tijolos aparentes, que constituem o tema principal da composição.
232
NELSON DE CAMPOS TEIXEIRA NETTO Universidade Rio Grande UFRGS
Federal
do
do Sul
- 1 979
MARILIA RUSCHEL TEIXEIRA NETTO Universidade Rio Grande UFRGS
Federal
do
do Sul
- 1979
Casa na Lagoa (Florianópolis/Santa
Catarina)
1991 /1992
O projeto foi concebido para responder às condições naturais da beira da Lagoa da Conceição que apresenta além de uma cultura náutica forte, visuais muito bonitos para os morros com matas virgens, dunas e o mar. O terreno com sua forma irregular permitiu uma estratégia de projeto na qual o uso e deslocamento pelos principais ambientes permitissem usufruir constantemente as belezas naturais do sítio. Um grande salão associado à expressividade interna obtida pelo mezzanino em balanço, os desníveis e a presença de um grande telhado que se apóia numa laje suspensa, criam as condições para o convívio e expressão familiar. Os ambientes do programa que sugeriam um maior isolamento ou privacidade, proporcionam igualmente visuais importantes, porém não tão significativo no futuro processo de ocupação da área. O conforto ambiental é reforçado no projeto pelo jogo geométrico dos ambientes e varandas, que criam proteção contra a alta incidência de sol ou ventos dominantes. Além deste importante aspecto, as geometrias adotadas respondem às condições naturais e de relevo do local. O volume criado produz um jogo de cheios e vazios, saliências e reentrâncias cujas tensões compositivas são estruturadas pela película de pilares que formam a varanda de churrasco, o pórtico sequencial de entrada, o invólucro das paredes, as 3 torres, as transparências das aberturas e a articulação dos planos dos telhados. Como numa composição de influência cubista, em muitos ângulos a paisagem articula suas tonalidades, massas e linhas com volumes, espaços e planos da casa.
233
NELSON SCHIETTI DE GIACOMO
Os grandes e novos projetos hospitalares demonstram a utilização cada vez maior de uma tecnologia altamente sofisticada. A complexidade do programa físico, o perfeito agrupamento de serviços afins, o plano massa, os fluxos de circulação interna e externa, a orientação solar, a predominância dos ventos, a topografia do terreno, a legislação municipal, a flexibilidade estrutural, a comunicação, a ventilação mecânica, a hidráulica, elétrica, os gases, a bioengenharia, a informatização, a segurança, a infecção hospitalar, os espaços intersticiais, os "shafts", etc., impõem ao profissional um total conhecimento na área, através da experiência, competência e sensibi I idade. O trabalho do arquiteto, deve procurar romper com a imagem que o edifício hospitalar impõe. Este criou espaços escuros e sombrios, grandes corredores confinados, transportados ainda dos Monastérios, onde no período medieval os primeiros hospitais ficaram encrustados, provocando a sensação de insegurança e medo. O esforço na humanização dos espaços deverá ser permanente, pois há a necessidade de melhores condições de alojamento e sociabilização das relações humanas. A responsabilidade da intervenção do arquiteto neste processo é muito grande. Somente com os cuidados de um projeto bem elaborado, respaldado na competência e sensibilidade de se criar espaços que possam contribuir de maneira satisfatória na melhoria do bem-estar do usuário, proporcionam espaços mais educados e inteligentes, formas mais positivas e assim reduzem suas ansiedades. Deve-se oferecer ao usuário o domínio do seu espaço, através de uma escala adequada, e ainda, utilizar os recursos da luz, do som, do rítmo, das cores e texturas, da permeabilidade visual, enriquecimento dos espaços, tornando-os mais íntimos e agradáveis. Todos estes elementos proporcionam o equilíbrio das relações pretendidas e ajudam a romper a barreira existente entre o paciente e a instituição.
234
NELSON SERRA E NEVES Fac . de Arqu.
e Urb.
Universidade
Federal
- FAU do Ceará
- 1971
ANTÔNIO CARLOS CAMPELO COSTA Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
Federal
- FAU do Ceará
- 1973
JOSÉ ALBERTO Fac . de Arqu.
e Urb.
Universidade
Federal
- FAU do Ceará
Edificio Sede do Instituto
- 1974
Brasil/EEUU
no Ceará
NPC - GRUPO ARQUITETURA Valério
Pietraróia
Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1984
Sérgio Camargo Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1984
Cláudia
Nucci
Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP - 1985
Da trajetória Formado em 1984, o Grupo Arquitetura vem atuando, desenvolvendo projetos diversificados, colaborando com outros escritórios, participando de concursos públicos, buscando sempre incrementar o repertório da equipe. Nessa trajetória obteve destaque nos seguintes concursos: Concurso Nacional para "Terminal Rodoviário e Centro Comercio - Meyer/RJ", (2º prêmio), Concurso Nacional para a "Sede do Conselho Regional de Contabilidade" - SP (Menção Honrosa), e Concurso Nacional de ante-projetos "Faculdade de Medicina de Botucatu", (3º prêmio). Da prática A prática da arquitetura tem como objetivo maior, a obra, o resultado da intervenção de um conjunto de idéias, experiências e realidades. Um projeto adquire forças quando demonstrado. Mesmo um desenho, ou um belo discurso não conseguem substituir sua realização. A necessidade da produção em grupo nasceu justamente da vontade de se dar respostas mais qualitativas a grande diversidade de cenários presentes ao longo da atuação. Do tema Não há respostas iguais para um determinado tema. O projeto para a sede da Engepar lmports, foi uma oportunidade de intervir em um processo de produção tão comum nas cidades brasileiras, a transformação dos usos urbanos e consequente redesenho de espaços. Tendo como ponto de partida um sobrado residencial, procurou se caracterizar espaços de usos variados, como show room e escritórios, e sua estreita relação com o exterior. A partir daí, a diversidade de soluções é fruto da auto gestão do próprio projeto. O resultado é a busca de uma arquitetura urbana de caráter, enfatizando o valor da edificação enquanto objeto urbano.
236
NÚCLEO DE ARQUITETURA Luciano
Margotto
Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1989 Marcelo
Luiz Ursini
Fac. de Arqu. Universidade
e Urb.
- FAU
de São Paulo
USP - 1 989 Sergio Salles
Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo
USP - 1989 Henrique
Fina
Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1 984
A Arquitetura brasileira passa por uma crise de valores, seu momento é de questionamento e busca de direções. Nosso trabalho tenta superar a perplexidade que esse momento pode estar motivando e rejeita uma produção de simples "reação pela reação". Não é possível resumir o debate em um "confronto de gerações" e dessa maneira não rejeitamos o legado do Movimento Moderno. Procuramos reavaliá-lo e entender a sua validade e a manutenção de seus valores ainda hoje. A análise do contexto, entendido como a percepção das potencialidades do sítio e entorno, reflete nossa preocupação com o desenho urbano. A certeza de que os problemas arquitetônicos têm sua própria especificidade e insere-se em uma bem determinada realidade, resulta numa produção heterogênea, sem vinculação a dogmas ou posturas absolutas. Nossa arquitetura tenta refletir uma preocupação com o homem e o lugar, sua escala e o seu cotidiano, através do desenho de espaços que recuperem a cidadania.
237
ORPHEU ENNIO ZAMBONI Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP - 1968
O arquiteto Orpheu Zamboni tem sua atuação profissional dirigida ao exercício do projeto, nas áreas de edificação e desenho urbano, sempre voltada à viabilização concreta dos empreendimentos propostos. Dirigindo seu próprio escritório, tem dado seqüência a diversos projetos de cunho notadamente institucionais, junto a órgãos públicos e à iniciativa privada. A tônica do seu trabalho tem sido a constante pesquisa da racionalização da construção, utilizando meios de produção diversificados de forma criativa, procurando extrair (desses meios) a excelência da qualidade espacial.
238
OSWALDO EDUARDO LIOI Universidade
Santa Úrsula
- USU - 1981
O fazer arquitetura hoje, está cada vez mais afastado dos conceitos assimilados na Universidade, e vivenciados em estudos; de uma maneira geral não fomos preparados o bastante para viver a crise. Produzir arquitetura hoje sem esbarrar em nossos problemas sócio-culturais e econômicos é simplesmente negar uma dura realidade por que vive o País. Condicionantes e complicadores hoje estão acima dos programas a serem seguidos, partidos ou "tendências", estas na maioria das vezes muito distantes de nossa realidade. O tempo gasto às voltas com o CAD e na prancheta, em nada serve, se uma vez a obra construída, não reflita todas as suas inegáveis boas intenções; a falta de qualidade está intimamente ligada a falta de formação específica e a própria sobrevivência. O Brasil passa por transformações e por cada vez maior desequilíbrio social, precisamos repensar conceitos, difundir a profissão popularizando-a, promovendo discussões sobre o tema, criar mais cursos e oficinas de formação de mão de obra específica não só para construção civil, mas artífices para recuperar bens sem elitismos. Entendo que nossa atuação deva estar cada vez mais próxima do usuário, do cidadão comum, sem ganhos reais imediatos porém, atuando como agentes formadores de público, clientes em potencial, para trabalhos com a comunidade, cumprindo um pouco a própria função social da profissão. Em linhas gerais, acho que o arquiteto tem a necessidade e até a obrigação de atuar aberto às várias possibilidades de trabalho: lutando pela preservação de ruína importantíssima para toda uma comunidade, projetar a casa de cineasta renomada, projetar para a Igreja ou proteger a vila operária da Thiana, no Matadouro de Santa Cruz da destruição; todas as frentes têm importância e características próprias, porém o trabalho e o compromisso social são indissociáveis".
239
OVÍDIO PASCUAL MAESTRE Universidade
Federal
de Pernambuco
Universidade
Federal
de Pernambuco
- UFPE - 1971
GERMANA SILVA PASCUAL
Centro
Empresarial
Grupo
- UFPE - 1973
Carlos Lyra - Maceió-AL
O projeto do Centro Empresarial do grupo Carlos Lyra, foi determinado, num primeiro momento, pela necessidade de centralizar num espaço físico contínuo e com características próprias, a administração de um grupo de empresas, na qual a filosofia de trabalho de seus diretores estivesse embasada, refletida no dinamismo, no crescimento e na modernização de suas atividades. Num segundo momento, pelo desafio na concepção de uma proposta que fugisse dos processos construtivos mais usuais e que estivesse, como um grande jogo de armar, na definição e utililização de componentes modulares industrializados e equipamentos. Partimos do conceito de que a produção arquitetônica é determinada pela sensibilidade, compreensão e domínio das diversas variáveis: históricas,econômicas, sociais, tecnológicas e climáticas. Procuramos na conceituação e análise deste projeto, o atendimento de questões e condicionantes fundamentais: a total flexibilidade no uso dos espaços, a efetiva racionalização na utilização dos componentes da obra, a velocidade e custo no atendimento do cronograma físico, ai iados à I iberdade criativa.
240
PADOVANO E VIGLIECCA ARQUITETOS Bruno Roberto
Padovano
Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo
USP - 1973 Hector
Ernesto Vigliecca
Faculdad
Gani
de Arquitectura
Universidad
de la República
Montevideo
- 1 968
FIEO - Fundação
Instituto
de Ensino para Osasco
- Campus
Universitário
A FIEO é uma importante instituição de ensino superior no município de Osasco, no setor Oeste da região metropolitana de São Paulo. Tradicionalmente a FIEO tem oferecido cursos universitários nas áreas de Direito e Administração de Empresas, estando agora diversificando suas atividades de ensino e pesquisa para tornar-se a Universidade de Osasco (UNO). Dentro do plano de expansão das atividades da FIEO, foram encomendados ao nosso escritório o Plano Diretor e o projeto completo de Arquitetura para o futuro Campus Universitário, num terreno de excelente localização em Osasco, a poucos quilômetros do centro da cidade e acessível ao principal eixo viário do munícípio, a Avenida dos Autonomistas. com cerca O Campus, atualmente em fase de construção (módulos 6 e 7), abrigará várias faculdades, de 100 salas de aulas, laboratórios, serviços, administração, auditório, biblioteca central, centro estudantil e ginásio, para uma população estudantil estimada em cerca de 10.000 alunos. O projeto por nós elaborado prevê uma ocupação longitudinal do terreno, aproveitando sua própria forma linear, que se desenvolve ao longo da arborizada avenida Franz Voegeli, transversal da Avenida dos Autonomistas. Na área maior do terreno, foi criada uma praça de convívio social, parcialmente contornada pelos à biblioteca, ao ginásio e ao auditório. No sub-solo da praça, foram edifícios que correspondem localizados um estacionamento para 300 veículos e o centro-estudantil, este último aberto para uma área arborizada.
241
PAULO BRAZIL E. SANT'ANNA Fac. de Arqu.
e Urb.
Braz Cubas
0 Humano, joão Baptista 11
na Arquitetura, condiciona Vilanova Artigas
- FAU - 1980
o Técnico"
Dentre os trabalhos desenvolvidos pelo arquiteto, destacam-se estudos e projetos de subestações de energia elétrica implantadas em regiões densamente ocupadas como São Paulo, Rio de Janeiro e cidades de médio porte do interior do Estado de São Paulo. Este trabalho tem como característica principal revelar como parte integrante do projeto sua relação com a cidade e seu entorno circunvizinho, compatibilizando as necessidades técnicas de operação, manutenção e serviços da subestação ao projeto arquitetônico e urbanístico. Os estudos partem do princípio de compactação de suas instalações, sejam abrigadas em um único edifício, ou abrigadas contemplando a multiplicidade de uso destas edificações - praças, edifícios públicos, institucionais, etc ... Através do projeto para um serviço essencial à comunidade como o fornecimento de energia elétrica, é possível colaborar com a criação de um Patrimônio Arquitetônico Cultural por ela conferido.
242
PAULO BÚRIGO SILVA UFFC - 1985
PATRÍCIA BÚRIGO SILVA UFFC - 1987
Amauri
Moto
Center
Honda
A loja "Amauri Moto Center Honda" foi projetada por Búrigo & Búrigo Arquitetos Associados, no ano à venda de motocicletas novas e usadas, de 1991 e inaugurada no mesmo ano. A loja destina-se manutenção das mesmas, além da venda de roupas e acessórios para usuários de motocicleta. Está situada na Av. Pres. Kennedy, avenida de vocação comercial, e de alto fluxo de veículos, do município de São José, grande Florianópolis, Santa Catarina. A intenção'básica do projeto foi transmitir ousadia e tecnologia construtiva diferente do convencional, já que a loja é destinada principalmente a clientes jovens e que procuram nos produtos da marca Honda tecnologia de ponta em motocicletas. A loja é composta de área de vendas de motocicletas novas, peças, roupas e acessórios, que ocupa a parte térrea frontal da loja, e de administração que ocupam o mezanino já que a loja tem pé direito duplo. Na parte lateral se localiza a recepção da oficina e nos fundos a própria oficina e almoxarifado de peças. A opção pela estrutura metálica foi feita por dois motivos: agilização do processo construtivo e identificação com o público alvo. Esta opção desencadeou, também, na utilização de materiais metálicos, na construção. Foram utilizadas na cobertura telhas em alumínio recheadas com poliuretano expandido para aumento do conforto térmico no interior da loja; forro em alumínio; piso cerâmico de alta resistência, além de laminado melanínico na administração e áreas de menor fluxo; a transparência fundamental para a exposição dos produtos foi garantida através do uso de vidro temperado, que contribuiu também para o isolamento acústico da loja.
243
PAULO DE MELLO BASTOS Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP - 1959
11artPertenço à geração que conviveu, há quase quarenta anos, nos espaços do antigo casarão noveau"da Rua Maranhão, a "FAU velha", humanas, das artes plásticas e da arquitetura paulista. Nesta escola de elite, que abrigava menos de cento e cinquenta alunos em todo o curso, comíamos, bebíamos e respirávamos arquitetura, cultura e política. Como estudantes e, logo, como jovens arquitetos, participamos de um tempo de intensa atividade cultural e política que explodia por todo o país. O Teatro de Arena, os CPC da UNE, o Cinema Novo, a Bossa Nova, o surgimento de Brasília, o fervilhar dos debates e das idéias, nos abriam a perspectiva de construir um novo país, dotado de forte personalidade e inevitavelmente melhor para todo o seu povo. Passados tantos anos, vejo que meu trabalho - apesar das desilusões e das situações profundamente difíceis que nossa cultura e nosso país têm atravessado, e ainda atravessam - guarda ainda intactas antigas e caras utopias. De que a obra de arquitetura, vista a cidade também como arquitetura, pode recusar-se a ser reduzida a um modismo ou a mera mercadoria de consumo. De que ela tem que ser concebida com o permanente objetivo de não somente atender à satisfação de necessidades materiais, mas, principalmente, de tornar a vida humana espiritualmente mais íntegra,rica e generosa. De que ela pode ajudar os homens e a sociedade a enfrentarem o processo de alienação que nos é imposto, na medida em que respeita e incorpora o passado e abre, hoje, janelas e portas para o futuro, na busco constante da identidade e integração do homem aos espaços do homem, aos espaços e ao país em que habita.
244
PAULO HAMILTON CASÉ Facudade
Nacional
Universidade
de Arquitetura
do Brasil
A casa Manga
- 1957
Larga
Projetada no final da década de 60, quando ainda se encontravam vigentes as crenças nos princípios dogmáticos e universalizantes do Movimento Moderno. O projeto é a síntese de um período de reflexão na busca de uma linguagem moderna incorporada às particularidades identificadoras de um meio. Os conceitos levantados na ocasião deste trabalho, contidos no texto que abaixo transcrevo, se consubstanciaram no encerramento desta obra. Este meu pequeno universo de idéias que foi desenvolvido solitariamente, e que resumiu, na época, minha visão sobre arquitetura, foi apreendido num só tempo integrador e se cristalizou nas reduzidas dimensões de uma pequena casa (140m2), imaginada em módulos, objetivando sua construção em etapas, em atendimento à demanda econômica do proprietário. Texto síntese - 1968: "Acredito que a realização de uma obra contemporânea não se traduza pela simples eleição de um sistema construtivo moderno ou pela aplicação de materiais novos. Tão pouco pela adoção de cânones estéticos estabelecidos. Entendo como arquitetura a tenaz procura de um símbolo - reconhecendo-o como uma entidade imensurável - que expresse uma função e exerça através da incoercível força emotiva dos espaços, sua essência, íntima comunicação com os sentimentos humanos. Esta identificação se estabelece na medida em que a arquitetura, em seu processo de adaptação ao meio, obser,,e todo o instrumental cultural, material e humano que revele uma realidade, legitimando-a no tempo e no espaço."
245
PAULO HENRIQUE PARANHOS DE PAULA E SILVA Universidade
de Brasília
- 1982
Falar de Arquitetura quando vejo além de construção a criação, seria como analisar este confronto da ótica do fazer artístico. A Arquitetura proposta por Paulo Henrique Paranhos tem esse combustível: o da inquietação, o que o torna antes de tudo um artista. O desenho é claro, é límpido, é quase o nada. Nas entranhas a essência, o ar, o sopro de vida com que o criador toca a criatura. E temos então plenitude. Vejo nesse trabalho a comprovação de que o homem toca e transforma ... por isso mesmo transcende. As formas são intrigantes, o espaço é generoso e simples. Vejo que esta arquitetura não quer questionar nem revolucionar. Vejo-a outrossim inserida no seu tempo, refletindo os anseios e as incertezas da busca. Ora, Arquitetura ou Arte? Vejo as duas num processo híbrido onde uma não existe sem a outra, característica de quem vive o que faz, sem concessões. Depois disto, o que mais tenho a dizer sobre esse arquiteto e sua arquitetura? Seus projetos são um convite ao passeio. Uma linha inclinada? Não. Apenas o necessário gesto que, singelo, desorganiza e torna o óbvio canto num inusitado jogo de matérias. A simplicidade dos elementos construtivos, dos aspectos estruturais sempre racionalizados, os protótipos e demais elementos informativos de seus projetos denotam o cuidado na apropriação destes instrumentos de estudo na busca do essencial. Essa busca faz de Paulo Henrique Paranhos um homem de coragem no seu ofício, nos trazendo raros momentos de honestidade e clareza. Carlos Borges
246
PAULO LAENDER Universidade
Federal
Minas
- UFMG
Gerais
de - 1970
"O que está dentro está fora." Goethe mas o que está fora também está dentro ... O que está fora: a natureza bruta. O que está dentro: a natureza transformada pela técnica. - Se o crescimento fosse de fora para dentro não haveria qualquer interesse; seria mímese sem criatividade. A obra é interessante porque cresce de dentro para fora, segundo a medida do autor. - O crescimento não é uma lenta assimilação; é antes oposição e luta. Os extremos são levados a uma conciliação, a um compromisso que os mantêm em equilíbrio. Mas toda conciliação é limitada e deve ser ultrapassada. - A conciliação com a natureza leva à supressão de seu ser-natural, dado e imediato, mas ao mesmo tempo à sua conservação sublimada. A natureza é transformada pelo trabalho, não destruída. - Os dois extremos são opostos mas o que está fora se torna pura interioridade quando assimilado pelo sujeito. A natureza trabalhada se dissolve no consumo; torna-se então natureza livre, isto é, conforme a uma finalidade, a uma razão. - A casa concha é símbolo do mesmo compromisso, da mesma tensão entre o dentro e o fora, entre a natureza dada à imitação (mimese) e a natureza transformada pela razão instrumental. Aqui a inteligência (re)produz a natureza, encontra a razão matemática de sua medida e a reinventa em seus fundamentos. O projeto: natureza e cálculo, ser dado e ser produzido; apropriação e transformação da natureza, conservação sublimada. O projeto leva o visitante a transitar da natureza imediatamente vista para a razão tecnológica que a reproduz e sustenta. O modo pelo qual se produz a cultura brasileira transcende os elementos naturais dados e vai ao encontro à grande tradição da razão ocidental.
247
PAULO MACEDO Curso Universidade
de Arqu.
Federal
e Urb.
da Paraíba
UFPB - 1990
VALDER DE SOUZA Curso Universidade
de Arqu.
Federal
e Urb.
da Paraíba
UFPB - 1988
Nossa produção desenvolvida ao longo de cinco anos, abrange na sua maioria edifícios multifamiliares, residenciais, estabelecimentos e centros comerciais, centros comunitários/saúde e algumas reformas em hospitais. A linha mestra de pensamento em nosso trabalho é resumida em dois pontos básicos: na tradução e recriação da arquitetura inerente à cultura de nossa região; e na relação de igual peso ante "forma x função". Os dois pontos combinados acreditamos ser o caminho correto para uma produção contempocultural. rânea, livre de modismos e/ou tendências internacionais alheias à nossa realidade O primeiro ponto, sempre associado ao segundo, está expresso nos projetos onde o resultado final é definido através da recriação de elementos usuais da arquitetura vernacular, tais como: uso de treliças de madeira, amplos beirais e terraços que produzem sombra, telhas de barro, cerâmica esmaltadas, esquadrias ventiladas, tijolo aparente, jardins etc. Os edifícios são encarados como referências urbanas, daí serem tratados como esculturas na paisagem, onde os efeitos formais são conseguidos com fachadas limpas, livres de filigranas e que ganham limpas identidades através do uso de cores.
248
PAULO MENDES DA ROCHA Fac. de Arqu. Mackenzie
e Urb.
- FAU
- SP - 1955
A arquitetura vista como uma questão, de cada nação, e até, de cada lugar, não pode ser uma competição técnica ou estética. É uma exibição permanente do engenho humano no âmbito das Artes. Entre países pobres e países ricos haverá sempre uma diferença com significado crítico. Arquitetura no Brasil, por exemplo, interessa antes de tudo, como a afirmação de conhecimento para resolver problemas específicos nossos. Se for reconhecida, enquanto arquitetura, diante dos outros, terá um valor universal histórico. No tempo que estamos vivendo, o chamado "nosso tempo histórico", da nação, do mundo e de cada um, se conseguíssemos configurar uma arquitetura, para nossas cidades, estaríamos estabelecendo, de modo inexorável, uma visão peculiar nas relações com a natureza, no continente sul americano. Uma enérgica reflexão sobre as relações entre técnica e natureza, cidade e natureza, de interesse universal. Que contribui para o conhecimento universal. Esta posição realiza, por outro lado, uma perspectiva de transformação do quadro das diferenças, como está hoje, entre riqueza e pobreza. Diante da natureza os homens são iguais, desde que se assuma o conhecimento como patrimônio universal da humanidade, nos seus vários modos de expressão e de linguagem. Modos de realização. Como, por exemplo fazer visível o ... "valor da Alma Popular" na cidade de Salvador. Ou a idéia de ... "formas alvas, brancas, formas claras" para o Memorial da América Latina ...
249
PAULO ORMINDO DAVID DE AZEVEDO Fac. de Arqu. Universidade
e Urb.
Federal
- FAU
da Bahia
UFBA
- 1959
Tem se dedicado, ao longo de seus trinta anos de profissão, à projetação de obras de arquitetura e a restauração e conversão funcional de edifícios antigos, além de dedicar-se ao magistério e à consultoria em sua especialidade. Essas atividades, aparentemente dispersivas, se complementam contribuindo para a produção de uma obra que foge às classificações convencionais. As duas obras selecionadas para apresentação nessa mostra se referem à restauração e à conversão de edifícios antigos com funções de intenso uso social. O Mercado Modelo de Salvador, uma antiga alfândega que incendiou em 1984, foi restaurado em apenas seis meses utilizando todos os recursos que a moderna tecnologia oferece. Ao invés de uma restauração mi métrica, que remete o edifício ao dia de sua inauguração, a custa de imitações, o arquiteto procurou preservar toda a riqueza histórica do monumento, sem mascarar nenhuma marca deixada pelo tempo, sejam as cicatrizes do incêndio, sejam os novos elementos estruturais metálicos necessários a garantir a continuidade de seu uso social. O resultado é uma restauração didática em que os elementos originais foram valorizados no contraste com o novo e vice versa. O Centro Cultural Dannemann, surgiu do desejo de devolver à comunidade de São Felix a projeção que seus afamados charutos conquistaram no mundo. As quatro paredes arruinadas de um antigo depósito de fumo, junto ao porto, foram transformadas em um grande espaço para múltiplas atividades culturais. Usando materiais tradicionais, especificamente a madeira devido à tradição de carpintaria da cidade, o arquiteto elabora estruturas e detalhes novos, que se integram perfeitamente ao edifício sem tentar imitar o velho. Nos dois casos, a função escolhida permitiu uma intensa participação comunitária, possibilitando a compreensão pelo público dos verdadeiros valores da arquitetura brasileira, sem distinção de tempo, nem o ranço das coisas mumificadas.
250
PAULO ROBERTO CORRÊA Fac. de Arqu. e Urb. - FAU Braz Cubas - Mogi das Cruzes SP-1979
Num momento em que a arquitetura se caracteriza pela busca de novos paradigmas e procedimentos para a produção arquitetônica, o enquadramento de uma obra nesta ou naquela etiqueta está mais a serviço de "marketings" subliminares que de arquitetura propriamente dita. Assim, ao invés de rotular a obra do arquiteto Paulo Roberto Corrêa, diríamos que esta é marcada pela tentativa de integração de várias esferas de conhecimentos, embasados, predominantemente, pelos paradigmas do Movimento Moderno em seu caráter geral e, de forma mais específica, pela produção dos mestres Lúcio Costa e Vilanova Artigas. à pesquisa e docência, na Universidade Estadual Atualmente, é professor com dedicação integral Paulista - UNESP, depois de vários anos de exercício da profissão em seu escritório na cidade de Bauru, SP. Responsável pela disciplina Projeto Arquitetônico, no curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP, Bauru, tenta superar a impossibilidade do exercício da à produção projetual atividade profissional, trazendo para o âmbito acadêmico questões relativas arquitetônica, exemplificada, nesta Bienal, pelo projeto arquitetônico de um edifício escolar, destinado ao e recolocar a discussão da ensino de pré-escola e 1 º grau de ensino. Um projeto que procura estimular fusão ideogrâmica entre arquitetura e pedagogia. Uma proposta projetual que se coloca como uma à medida que onde se lê arquitetura, lê-se, simultaneamente, pedagogia. relação dupla e complementar
251
PAULO SOPHIA Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP - 1986
RICARDO JUNQUEIRA PIVA Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1986
Externato
Bem-me-quer
Uma experiência interdisciplinar, onde arquiteto e sua equipe - educadora, engenheiros e mestres de obra - tinham como objetivo a rápida execução da nova sede do Externato Bem Me Quer (8 meses de início do projeto à conclusão da obra). Em terreno de 1 .200 m2, o edifício de 3.000 m2 para a pré-escola compõe-se de uma estrutura mista de pilares e vigas metálicas, lajes pré-fabricadas em concreto auveolar e concreto moldado in loco para as torres de sanitários. Um sistema cromático variado e hierarquizado valoriza os elementos do prédio. O posicionamento do volume de forma adequada em relação ao sol, irregular com relação às divisas, criou pátios com isolação equilibrada durante o dia e o ano, originando uma insólita perspectiva urbana da rua e do edifício. Um vazio central divide o volume em dois blocos onde ocorre toda a circulação horizontal e vertical do edifício e se tem o controle visual de todos os pisos. Este vazio é culminado por uma laje de concreto que cumpre o papel de shed, garantindo ventilação e iluminação permanentes. Os dois blocos têm os pisos defasados verticalmente em 1,64 m (1/2 piso) o que garante um·a circulação vertical suave, acentuando o confronto de planos, formas e contrastes nas perspectivas de seu interior. As duas torres de concreto arrematam e contraventam as estruturas metálicas na frente e nos fundos do edifício. Nelas estão os sanitários, caixa d'água e circulação de segurança. Sendo o volume coberto por lajes impermeabilizadas, criou-se solários com estrutura telada em arco e com forração vegetal de primaveras para as atividades lúdico-esportivas das crianças. Ao fundo do terreno uma nova forma se contrapõe à regularidade do volume principal. Em um arco a laje de cobertura da edícula se desenvolve abrigando zeladoria, sala de música e solário.
252
PEDRO SIMCH Fac. de Arqu. Rio Grande
- Universidade do Sul - UFRGS
Federal
do
- 1958
O escritórios de Pedro Simch foi criado em 1958, em Porto Alegre, RS. Seu titular formou-se pela Faculdade de Arquitetura da UFRGS onde também exerceu atividades docentes de 1964 a 1968. e 1 engenheiro agrônomo. A equipe é formada por 11 arquitetos O escritório tem atuado em: projetos arquitetônicos de edifícios residenciais, comerciais, industriais e de prestação de serviços; arquitetura de interiores; planejamento físico; gerenciamento de projetos; paisagismo. Participou da premiação anual do IAB/RS em 1987 sendo 1 º classificado com o prédio da sede do sistema CIERGS-FIERGS na categoria Edificação/Comércio e Serviços, e com o Haras Joter na categoria Edificação para Fins Diversos. Em 1992 conquistou o 1 º lugar no concurso para os Centros de Atividades do Trabalhador - SESI Unidade Padrão para o RS, em implantação em várias cidades do Estado. Possui uma experiência de aproximadamente 400 projetos dos quais podem ser destacados alguns mais significativos: - Conjunto Administrativo e Prédios Industriais do Grupo Gerdau em Sapucaia, Curitiba, Porto Alegre, S. Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Fortaleza; - SENAI - obras em Porto Alegre e em São Leopoldo, RS. - Albarus S.A. - 03 unidades industriais em Gravataí, RS. - Indústrias: Belfam no RJ, Telasul, ITM e Recrusul no RS.
253
PITANGA DO AMPARO Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP - 1973
.
.
.
-
~:
....
)/.·':?· .•. '
"'
Edifício Novarquitetura Concebido inicialmente a partir de 1 O módulos de 5x5m, totalizando a meta de 250m2 por andar, tudo indicava que resultaria num inexpressivo retângulo espertamente incrementado com "artísticas" saliências e reentrâncias tal qual amebas de um cocô do cachorro do Mies Van Der Rohe. Bastou uma rotação de 45 graus (um clone do Jerry Lewis faria por menos: 1 7 graus) para após alguns ajustes, inventar-se o primeiro retângulo quadrado (ou bissexual, deconstrutivamente falando). Temos então, atendidas as exigências do programa e das normas da prefeitura, o legítimo estilo P.C., o que não significa politicamente correto e sim Pardon Corbusier, pois com o conhecido "jeitinho arquitetônico" introduzimos impunemente mais 4 módulos de 5x5m nas brechas da lei o que não configurou nenhum crime contra o patrimônio público nem o privado. E assim conseguimos tranquilamente acomodar os 21 andares-tipo cuidadosamente descolados do térreo em sofisticados pilotis. Lá no topo do edifício a estória foi bem diferente. Os triplex se entrecruzaram cordialmente para que as suas vistas privilegiadas fossem igualmente desfrutáveis, ou seja, as salas de um lado e os quartos do outro. Gente fina é outra coisa. Estou tranquilo e confiante na vitória, não cogito da idéia de me mudar de país e prestarei quaisquer depoimentos que me forem solicitados e se preciso for me submeterei à Premiação Anual.
254
PONTA ENGENHARIA
Empresa jovem na idade, mas madura na sua essência e filosofia de trabalho. É composta por quatro sócios: Frederico Grimaldi de Castro - Diretor Técnico, José Alberto M. Machado - Diretor Comercial, Petrônio M. Machado - Diretor de Produção e Ricardo de Lima Orsini Diretor Administrativo/Financeiro. Apesar de todos os sócios sererm engenheiros civis, existe na Empresa uma perfeita harmonia na distribuição das funções e responsabilidades de cada área, refletindo em um atendimento de alto nível a seus clientes, bem como em uma qual idade superior de seus produtos. As especialidades da Empresa são as obras prediais e comerciais construídas em regime de incorporação, além da área de empreitadas de obras industriais e prediais. A fi losifia de trabalho da Ponta Engenharia é norteada pelo equ i I íbrio entre os parâmetros qual idade, custos e prazos, sempre na busca pela excelência em seus empreendimentos e serviços. Nesta incansável busca pela excelência em seus empreendimentos, a Ponta Engenharia sempre deu à concepção dos projetos de suas obras, procurando personalizá-los para melhor destaque especial atender as necessidades de seus clientes, bem como dar uma contribuição positiva para a paisagem urbana da cidade. Para atingir esses objetivos, a Empresa procura se assessorar de Arquitetos e Projetistas competentes e criativos para idealização de seus "Edifícios Inteligentes". Na concepção da Ponta Engenharia edifícios inteligentes são aqueles projetados de maneira inteligente, utilizando-se conceitos e métodos construtivos modernos, tecnologia atual e informatização de funções. Nesta linha de produto podemos destacar o Edifício Offcenter, o Edifício Capri e o Centro Empresarial Raja Cabaglia, onde a Empresa pode colocar em prática todo o know-how e tecnologia que detém.
255
PORFÍRIO VALLADARES DE ANDRADE Esc. de Arqu. de Minas
O Engenheiro
É intrínseco
- Universidade Gerais
- UFMG
Federal - 1981
Arquiteto
ao design o particular, o pequeno, o detalhe. Da mesma forma que à arquitetura é fundamental a idéia do conjunto e a articulação das partes. A vantagem que o arquiteto tem ao aden~rar no campo do design é exatamente esta: a noção do todo; o resto são os percalços, tropeços e topadas inerentes ao empirismo (e isto, ficando dentro do contexto restrito do mobiliário). Acho que é mais ou menos óbvio que um arquiteto que se meta a designer comece pelo objeto mais tentador deste universo: comecei fazendo cadeiras e, de uma maneira ou de outra, acho que nunca mais saí disso. Desenvolvendo e produzindo mobiliário para restaurantes, hotéis ou residências, a cadeira sempre aparece - insistente, onipresente - acabou virando um estigma. Para compensar este ~arma, os últimos tempos têm sido dedicados ao projeto de luminárias (aqui já com uma indústria por trás) e objetos (alguns inúteis). Quanto à praxis do design, é importante destacar que, assim como na arquitetura, é muito difícil vender idéias (projetos) e, para piorar ainda mais, na área do design não existe uma tecnologia de produção já consolidada do mesmo modo que na arquitetura existe a construção civil. Cada projeto na área do design tem que ter sua viabilização tecnológica e produtiva. Isto quer dizer que o dia a dia é quase todo consumido na busca de materiais, contatos com fornecedores e, muitas vezes, na pesquisa tecnológica. Depois disso, vem a coordenação da produção. E a loucura.
256
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS
f
e fotos dos espaços culturais apresentará de Cultura, através da Secretaria de Campinas A Prefeitura dos cidadãos e encontro do convívio a recuperação que constituem do Município, exposições também a criação de novos laços de identidade favorecendo cultural, em torno do interesse comum pela atividade e o município. entre a população
257
PREFEITURA MUNICIPAL DE CONTAGEM - MG
V
V ' IJ.:ft}M /,UXIMA , f)f G.bf fl UÇ.0€5 _ c.oTA !ooo
O conjunto de projetos apresentados pela Prefeitura de Contagem resulta de trabalhos elaborados pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano e pela Companhia Urbanizadora de Contagem - CUCO no período de 1989 e 1993, por meio de sua equipe de arquitetos, ou por contratados. Os projetos que compõem essa mostra referem-se especialmente ao tema - ambiente e desenvolvimento: o território da cidade. Contagem vem implementando um amplo programa de valorização ambiental e da qualidade de vida, visando redirecionar o sentido do desenvolvimento da cidade. Hoje com cerca de 452.000 habitantes, situa-se num divisor de águas entre duas bacias, as dos rios Paraopebas e das Velhas. Situada a montante de áreas densamente urbanizadas, é grande sua responsabilidade pela proteção de mananciais e pelos cuidados com a drenagem e prevenção de enchentes. Ore-conhecimento do desenho natural do território é um ponto de partida gerador de estratégias urbanísticas de aproveitamento ecológico do espaço municipal, seja em suas áreas rurais ou urbanas. A natureza dotou o município de Contagem com relevo e geomorfologia que sugerem aproveitamento especial, capaz de reverter sua imagem de cidade poluída, degradada pelos efluentes de sua concentração industrial, que vem sendo controladas por fiscalização e prevenidos por trabalho criterioso de I i nceciamento. Ecologizar Contagem a partir de mudanças de comportamento da Prefeitura e estender essa transformação cultural à população, por intermédio do sistema educacional e de uma interação com as empresas privadas e com a sociedade civil organizada, é o processo central da gestão ambiental do município. É esse processo de contágio que vai disseminar os anticorpos culturais para combater os vírus da poluição e da degradação ambiental que ali se instalaram ao longo de sua história e que hoje constituem uma dívida ambiental a ser resgatada.
258
PREFEITURA MUNICIPAL DE JUNDIAÍ Liane Makowski de Oliveira Fac. de Arqu. e Urb. - FAU Universidade
e Almeida
de São Paulo
USP - 1979
Pedro Antônio Universidade ltatiba
Bigardi São Francisco
- SP - 1987
Coordenadoria
Municipal
de Planejamento
Os trabalhos desenvolvidos têm se reportado tanto à planificação urbana, como à intervenção no espaço urbano, levando-se em conta os três departamentos do urbanismo: o planejamento urbano, como forma de participação e decisão política; o desenho urbano, que trata da paisagem urbana; conservação urbana, visando a preservação, proteção e recuperação do patrimônio cultural e ambiental. Nas novas proposições tem-se considerado as características do município de Jundiaí, como a agricultura de culturas permanentes, destacando-se a uva, o setor industrial como vocação natural econômica, a Serra do Japi e a Serra dos Cristais como patrimônio ecológico e paisagístico, o valor histórico do centro, com o traçado de ruas e o conjunto de casario, a escasses de recursos hídricos e a necessidade do controle da qualidade das águas, a urbanização extensiva com grandes vazios urbanos, o atendimento da quase totalidade da zona urbana com rede de água e esgotos, e uma significativa demanda habitacional. Tem-se partido de uma avaliação da estruturação urbana existente, da morfologia e dos tecidos urbanos específicos para decisão da forma como o objeto em causa deverá ser tratado, podendo ser através de regimes urbanísticos ou projetos urbanos, seja de conservação ambiental ou urbana, reestruturação urbana e de interesse social.
259
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS VALONGO
Terminal
de Integração
de Passageiros
Deputado
Rubens Paiva
Trata-se de um terminal urbano com integração operacional, física e tarifária, junto ao terminal rodoviário no centro de Santos, visa como objetivo inicial, a racionalização dos itinerários promovendo a integração das linhas que servem àsregiões compreendidas entre os centros e as praias, e destas com as linhas circulares que atenderão a zona noroeste. A utilização inicial prevista para o mesmo é de aproximadamente 125 ônibus/hora na hora de pico. A implantação de corredores alimentadores do terminal, contemplando linhas circulares através dos troncos principais da cidade, permitirá uma redução nos itinerários de linhas, que em função de percursos muito longos, apresentam baixos índices de ocupação em certos horários e trechos. Esta situação tem causado elevação dos custos operacionais tendo como exemplo as linhas que atendem a zona noroeste. A região concentra uma grande parte dos trabalhadores do município, incluindo os que atuam na região portuária. A demanda, portanto, fica caracterizada pelo turno de trabalho, apontando para horários de pico no início da manhã e final da tarde, e podendo situar-se, ainda, um pico por volta do meio dia. Ocorre então, no período da manhã, que os ônibus que dirigem-se à zona noroeste apresentam altos índices de ocupação, quando viajam no sentido desta para as regiões de emprego. Entretanto, no sentido contrário o fluxo de usuários é pequeno, e os veículos retornam com poucos passageiros através de percursos muito longos. No final da tarde, a situação observada é semelhante, invertendo o sentido do fluxo.
260
PROJETO PAULISTA DE ARQUITETURA Carmen
Vilarifio
Fac. de Arqu. Universidade
e Urb.
- FAU
de São Paulo
Fábio Mariz Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
Luís Mauro
- FAU - USP - 1986
Freire
Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
Zeuler
- USP - 1988
Gonçalves
Rocha Mello
- FAU - USP - 1988
de Almeida
Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
Lima
- FAU - USP - 1986
A obra do escritório Projeto Paulista de Arquitetura é produto do trabalho conjunto e do diálogo entre quatro jovens arquitetos. Essa atividade tem como objetivo procurar soluções que respondam à necessidade de construir o espaço que o homem habita, seja ele na forma de um abrigo individual ou coletivo ou dos espaços urbanos. O trabalho em equipe estimula o processo criativo ao explicitar a própria natureza dialética da arquitetura, produto de opções criteriosas e não de respostas pré-estabelecidas. Nesse trabalho encontram-se argumentos para enfrentar os tempos de questionamentos e dúvidas sobre caminhos profissionais e ideológicos que a cada geração é dado decifrar. Nosso trabalho quer olhar para a herança da arquitetura moderna, compreendê-la criticamente e tentar formar um conjunto de valores que ampare nossas realizações. Assim, cada trabalho, independe de sua importância temática, tem um caráter investigador de querer conhecer o universo amplo da arquitetura. Construir a arquitetura, neste nosso diálogo, significa apreender as relações entre as soluções sintáticoplásticas, técnico-construtivas, as inter-relações entre espaços edificados e não-edificados, o meio-físico, o conforto ambiental, o elemento humano. O espaço arquitetônico é desenhado e se materializa em objetos específicos, mas não dissociados do contexto urbano-paisagístico em que surgem. A equipe vem trabalhando junta há quatro anos. Seus quatro integrantes tiveram experiências anteriores como profissionais liberais e em alguns dos principais escritórios de arquitetura e paisagismo de São Paulo. A produção do diálogo, da troca e do trabalho conjuntos, representa alguns temas do amplo universo disciplinar da arquitetura por variados temas de projeto: edifícios institucionais, de escritórios, residências, creches, lojas, postos de gasolina, parques públicos, jardins residenciais.
261
PROJETO SENSAÇÕES Altino
Caldeira,
(Veveco), Maia,
Éolo
Navarro
Rafael Fernandes
Graça
Moura,
Gustavo
Penna, João Diniz, Machado Laender,
Hardy
Cid Horta,
Fernando
Bidegain, Capell,
Álvaro
Coelho,
Mariza Paulo
Sérgio Bernardes,
Sylvio de Podestá,
Jô
Vasconcel los
Idealizado pelo artista plástico e escultor George Hardy, o Projeto Sensações será implantado na Serra do Cipó, no município de Santana do Riacho, distante 90km de Belo Horizonte, seguindo pela direção norte. O Projeto tem como objetivo a construção de uma pousada composta por 12 chalés, distribuídos num terreno de 10.000 m2. Cada chalé, com aproximadamente 30 m2 de área construída, foi projetado por um arquiteto convidado que obedeceu um programa comum: sala, quarto, banheiro e cozinha. Como forma de integrar a arquitetura com as artes plásticas foi recomendado que cada arquiteto trabalhasse em conjunto com um artista, escolhido a seu critério, para a criação de peças decorativas, mobiliário e acabamentos gerais. O Projeto prevê um Centro Cultural e um Núcleo de Convivência. O Centro Cultural será um núcleo das artes plásticas mineiras, com espaço próprio para projeções e palestras, salas de aula e, uma galeria de arte para a comercialização das obras dos artistas que participaram do projeto. O Núcleo de Convivência estará abrigando o restaurante com espaço para pequenos shows e festas. Externamente, haverá uma piscina de forma orgânica que irá propiciar condições para o desenvolvimento de atividades recreativas, além de ajudar na composição paisagística.
262
RAFAEL ANTONIO C. PERRONE Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo
USP - 1973
Creche
UNIMEI
- Jardim Estela
O conjunto das obras expostas reflete uma experiencia com a utilização de um sistema de prémoldados criados pelo IPT-USP e aplicados em obras públicas pela Prefeitura de Santo André - SP. A arquitetura que resulta de sistemas industrializados implica, via de regra, que a uma padronização construtiva corresponda uma formal, com elementos monotonamente repetidos. A proposta dos projetos foi a de ampliar a uti I ização das peças e articulações do sistema existente sugerindo algumas modificações e novas utilizações, o objetivo foi de configurar o formato dos edifícios em torno de novas volumetrias, de ressaltar seu caráter público e buscar dimensões requeridas a cada função desempenhada. A cada edifício correspondeu um estudo cromático que procurou, além de didatizar a utilização dos elementos de arquitetura, marcar sua identidade e as referências necessárias à sua utilização. Os edifícios projetados, mesmo sendo produtos de um mesmo sistema industrializado, acabaram expressando uma certa individualidade, diferenciada das construções industriais características da paisagem urbana com a qual a população da cidade é obrigada a conviver.
263
RAUL MILANI Universidade
do Vale
do Rio dos Sinos - UNISINOS São Leopoldo
- RS - 1981
Com características expressivas da área de edificações comerciais em Porto Alegre, distinguida com do Rio Grande do Sul, edificada num terreno exíguo, menção honrosa na 1 ª Bienal de Arquitetura agravado pela incidência de recuo frontal obrigatório, esta obra do arquiteto Raul Milani para a sede de seu escritório de arquitetura se baseou na racionalização dos materiais como diretrizes básicas do projeto, resultando na busca de um sistema construtivo rápido e dinâmico. A rapidez, versatilidade e leveza encontradas no aço para a resposta às condicionantes, além de traduzir uma linguagem própria e decisiva no contexto urbano, veio ao encontro da filosofia de trabalho proposta. A preocupação determinante na disposição dos espaços foi a orientação solar, localizando escadas e áreas de serviço à oeste, para que não tivessem uma insolação excessiva nas fachadas envidraçadas. Adotou-se caixilhos com vidros duplos objetivando proporcionar melhor isolamento termo-acústico, visto que o prédio está localizado em via de grande tráfego de veículos que produzem níveis elevados de ruídos. A forma estrutural é limpa e despojada, mista de concreto e estrutura metálica que permitiu a execução de salões livres de pilares e pisos sustentados por vigamentos em treliça metálica de aço carbono. A relação entre espaço interior e exterior que permitisse o amplo visual da avenida arborizada e de boa parte da paisagem da cidade, foi ponto determinante na adoção dos elementos de fachada. E o resultado obtido só vem a acrescentar que a realidade sensível da arquitetura é tão importante quanto seu funcionamento prático.
264
REINACH/MENDONÇA ARQUITETOS ASSOCIADOS Henrique
Reinach
Mauricio
Mendonça
- Fac. de Arqu.
e Urb.
- Fac. de Arqu.
- FAU-
e Urb.
Universidade
- FAU-
Universidade
de São
Paulo
de São
- USP - 1980
Paulo
- USP - 1980
Formados em 1980 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo FAUUSP - atuam juntos desde 1987, executando projetos principalmente na área de arquitetura de edifícios, desenho de mobiliários e arquitetura de interiores. Entre suas principais obras destacam-se Conjunto Habitacional de Vila Nova Cachoeirinha desenvolvida Prefeitura do Município do por Henrique Reinach, em 1983, junto à SEHAB - Secretaria de Habitação de São Paulo. Trata-se de um empreendimento com 333 habitações populares construído pelo Sistema de Ajuda-Mútua e que contou com ativa participação dos moradores na definição do projeto urbanístico da área e da arquitetura das moradias. Entre os edifícios comerciais destaca-se o projeto de uma grande loja atacadista de ferramentas (18.000 m2) em São Paulo, projetada por Maurício Mendonça em 1985. Em sua produção mais recente estão edifícios residenciais, edifícios comerciais e residências unifamiliares que têm como característica marcante a participação ativa dos arquitetos na execução da obra. Uma delas, a residência Henrique Reinach em Piracaia, SP, publicada pela Revista Projeto em 1992, mostrou uma obra simples na definição dos detalhes, porém de concepção forte e presença marcante na paisagem. A participação constante dos arquitetos na execução de suas obras traz para os projetos uma interação cada vez maior entre o canteiro e o ato de projetar e desenhar cada componente desenvolvido. O permanente controle de seus projetos começa na preocupação com a implantação e insolação, terminando com a execução do último detalhe. O controle da utilização e propriedade de cada material, sua adequação caso a caso e a coerência de sua escolha são características que marcam o resultado de cada obra construída.
265
RENATO CARRIERI JÚNIOR AJAX EPAMINONDAS
Projeto
Hobby
Holliday
Boracéia
Resort
Bertioga é uma cidade do Litoral Norte do Estado de São Paulo, próxima à Baixada Santista. Adquiriu recentemente autonomia como Município, iniciando-se a gestão da Prefeitura atual em Janeiro de 1993. É uma região rica em termos de potencial tu.rísticos. Pretende-se lá evitar que se repitam os mesmos erros cometidos há anos em cidades como Santos, Guarujá, etc. A Entidade Ambientalista "Arco lris" com sede em Bertioga, e a Incorporadora de Empreendimentos Turísticos - Ímola S/A Imóveis de Lazer, associados, deverão implantar na praia da Boracéia o empreendimento "Boracéia Resort" e a Estação Ecológica" Arco lris". Quando do início do estudo Preliminar (1989), observamos que a Lei de Uso do Solo do Município, determinava a impossibilidade de utilização de uma grande parte do terreno por tratar-se de Zona de Preservação Permanente. Nasceu daí a idéia de se implantar um Parque Ecológico junto ao Complexo Turístico. Todavia, tentamos escapar da saga das estações Ecológicas no Brasil, que se constituem apenas em áreas naturais tombadas, sem nenhuma infraestrutura. Ela deverá contar com uma Sede de aproximadamente 1 .000 m2 e toda infraestrutura do complexo de hotelaria vizinho, estando voltada para a pesquisa de base científica e monitoramento de toda uma região em desenvolvimento. A taxa de ocupação é baixa. O remanescente será utilizado como área de pesquisa de canteiro da Estação, formando assim um parque natural, que instalado, funcionará como zona de transição para área de preservação. Achamos que a natureza deve ser respeitada. Porém, ela deverá fornecer aos homens, sempre, os recursos necessários a sua sobrevivência.
266
RENATO LUIZ SOBRAL ANELLI Fac. de Arqu. Pontifícia
e Urb.
Universidade
PUC - Campinas
- FAU Católica
- SP - 1982
O arquiteto Renato Anel li expõe dois projetos realizados recentemente: uma casa de lazer construída às margens de uma represa e uma proposta de conversão de um antigo casarão de Santo André em atelier público de artes plásticas. A casa da represa foi projetada e construída em 1992 numa área onde a topografia é suave, com os morros típicos dessa região, definindo um território muito especial de intervenção. Pretendeu-se criar uma situação que definisse uma capacidade em relação à rua, estabelecendo claramente os seus limites para em seguida permitir uma plena transparência que permitisse a contemplação da paisagem. Optou-se por usar sistemas construtivos que criassem tais situações: a alvenaria estrutural de tijolo maciço e a estrutura de aço. Toda a casa é ortogonal e marcadamente horizontal. No entanto essa horizontalidade é tensionada pela cobertura, plano branco e luminoso infletido numa forte diagonal contra a inclinação do terreno. Realizada com telhas de aço brancas, jateadas na parte inferior com isolante termo-acústico e acabada com forro de PVC também branco, a cobertura cria uma sombra, definida por um plano "imaterial" e instável. Não há mais qualquer possibilidade da estabilidade conferida pelas fortes marquises que caracterizam a arquitetura paulista. Apenas o chão, que se ergue num volume de alvenaria é capaz de conferir alguma estabilidade, qualificando assim a situação espacial. O projeto do atelier de artes plásticas denominado "Casa do Olhar", foi realizado em 1991 para a Prefeitura de Santo André, não tendo sido construído .. Neste caso a intervenção altera radicalmente a estrutura espacial de um antigo casarão residencial para permitir o seu uso público. As alterações são explicitadas formalmente, tanto no anexo em estrutura metálica, como na chapa de aço inox que corta literalmente a casa.
267
RICARDO CUKIERMAN Fac. de Arqu. Pontifícia
e Urb.
Universidade
PUC - Campinas
- FAU
Católica - SP - 1987
CARLOS VERNA Fac. de Arqu. Pontifícia
Universidade
PUC - Campinas
Prisão Domiciliar:
e Urb.
- FAU
Católica - SP - 1987
A Estética do Medo
Ao retomarmos o passado da arquitetura paulista, temos no princípio casas sem muros, sem divisas e sempre instaladas próximas aos vales para que se tivesse o domínio do exterior através dos alpendres e varandas. Com a formação das cidades, as primeiras casas urbanas muitas vezes eram geminadas, não tinham recuo e se abriam para a rua. As portas e janelas viviam abertas e as varandas mantinham o total relacionamento do interior com o exterior. individualizou os moradores. E assim foram As casas urbanas recuaram em relação à rua. A violência surgindo as grades, sem estética e sem projetos. Responsáveis por esse tipo de solução são o fabricante, o consumidor e o arquiteto, que transformaram as casas que eram abertas em ambientes fechados, as vezes com pouca ventilação e iluminação. Esse trabalho é uma crítica à falta de estética, que criou a necessidade urgente de recuperarmos a relação do interior com o exterior. Necessidade básica para o bem estar do indivíduo e principalmente da cidade como um todo.
268
RICARDO DE GOUVÊA CORRÊA Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
Federal
do Rio de Janeiro
UFRJ - 1978
C.D.D.H. Programa
Bento Rubião Terra e Habitação
Este projeto de 46 habitações aqui apresentado não começou na prancheta, mas com a criação, em 1988, da Cooperativa Habitacional da favela Nova Holanda, cujos moradores resolveram, de forma coletiva, serem sujeitos de seu acesso a uma moradia digna. O governo federal tinha então um projeto que, com recursos escassos, iria beneficiar de forma paternalista e insuficiente um pequeno grupo de moradores com "tickets construção". A associação local propôs - e os moradores aceitaram - transformar esses tickets em "capital de giro" inicial da cooperativa de Nova Holanda. Com este capital inicial, junto a outras posteriores doações (ao todo 40 mil dólares), a cooperativa viabilizou a reconstrução, total ou parcial, por autoconstrução, de aproximadamente 620 moradias, através da venda de material em condições mais acessíveis que as do mercado. O material vendido corresponde a cerca de 15.000 m2 de construção. Além destas, através de convênios com o poder público, construiu diretamente cem unidades, dentre elas as referidas 46. Para estas, foi contratada mãode-obra remunerada, obedecendo-se a todos os requisitos legais para a situação. Foi, portanto, montada uma espécie de construtora comunitária que obteve um preço por metro quadrado construído inferior ao de outras dessa formas de organização para a produção de moradias, podendo a mesma se multiplicar, com as adaptações necessárias. As unidades possuem fundações que permitem a evolução da residência até três pavimentos. Foram construídos os dois primeiros e o acesso por escada até o terceiro. No térreo encontra-se uma sala, uma cozinha e um banheiro; no andar de cima um pátio e um quarto. Facilmente os moradores podem ampliar a unidade com a construção de um segundo quarto nesse andar e de mais um quarto e um pátio (ou mesmo dois quartos) no terceiro andar. A casa entregue possuiu 48 m2 de construção (mais1 O m2 de pátio), podendo, com as ampliações, atingir 80 m2. O conjunto foi construído com tijolos e lajes produzidos na comunidade por uma fábrica também gerenciada pela cooperativa que é assessorada pelo Núcleo Arco (Arquitetura e Comunidade) da Universidade Santa Úrsula e do Centro de Defesa dos Direitos Humanos Bento Rubião. O Núcleo Arco é responsável pelo projeto e acompanhamento das obras das unidades habitacionais.
269
RICARDO JOSÉ MACHADO PEREIRA Universidade Pós-graduação
- Pontifíca
Universidade
Católica
- PUC-PR.
Federal
do Paraná
- História
da Arte
Procuramos mostrar com nossos projetos uma série de experiências, todas de acordo com um momento quer econômico ou social. Nossa arquitetura nunca foi o "do que está na moda", buscamos diferentes caminhos e esta postura para nós é mais importante que a rigidez de pensamento. São casos diferentes, clientes diferentes e até cidades diferentes, além dos programas dos projetos. Achamos que a arquitetura é mais importante que o arquiteto, ela ficará sempre e é esta esperança (certeza?) que move nosso trabalho, que ela seja importante para muitos e não só para os autores. Desenvolvemos estudos de sistemas construtivos adaptando-os à nossa real idade e tecnologia, traba1hamos com abóbodas de cerâmica em dois projetos mostrados, o Colégio Decisivo e o Clube Thalia. Em paralelo desenvolvemos projeto em estrutura metálica, tecnologia diametralmente oposta, para o edifício sede da Brafer, que é aliás a maior fabricante local de estruturas metálicas. No caso do hotel e apart-hotel, trabalhamos com o concreto armado. Esta diversidade achamos proveitosa para todos, ela sempre é um desafio e mundos novos vão sendo desvendados. Nas residências sempre os projetos mais instigantes, a fantasia sempre se fez presente e, na medida do possível, sempre procuramos dar um passo a mais, sair de um convencional banal. Enfim como o belo, arquitetura também é difícil e apaixonante. (RP).
270
ROBERTO LOEB E ASSOCIADOS S/C LTDA Arquitetura
CPD/U
e Planejamento
N I BANCO
O novo Centro de Processamento de Dados do UNIBANCO, edifício de características especiais, apresenta uma síntese de duas linguagens arquitetônicas. Uma delas, a do concreto armado, tradicional e dominada por arquitetos e engei1heiros no Brasil. A outra, metálica, cada vez mais se firmando o leque e a adequação de opções à disposição. É nesse sentido que definimos o partido arquitetônico utilizando a linguagem do concreto e do metal, atendendo as complexas exigências de programa apresentado pelo Cliente e alcançando equilíbrio formal e técnico nesta edificação do CPD/UNIBANCO. Seus 12.000 metros quadrados de área construída, distribuem-se em três pavimentos, com plantas ortogonais, inscritas em um grande círculo virtual de 80 metros de diâmetro. Toda configuração externa e interna, atendeu principalmente aos seguintes tópicos: Segurança Patrimonial, quer em relação às ações pessoais, quer em relação à ação de quaisquer tipos de artefatos sólidos, liquidas e gasosos. Facilidades Totais de Operação e Manutenção, com a separação total entre as áreas de utilidades e o parque eletrônico. Estruturas Metá I i cas: Neste edifício, com seu bloco principal executado em concreto, são as estruturas metálicas que articulam esse volume com a paisagem e o meio ambiente, como se constituissem extruções desse corpo fechado e intermediassem o espaço externo com o interno. Nelas destacam-se a passarela de acesso, a passarela de segurança, os escudos metálicos, os dentes de exaustão e ventiliação e a cobertura. O projeto do novo Centro de Processamento de Dados do Uriibanco foi iniciado em Janeiro de 1991 e sua obra terminada em Dezembro de 1992.
271
RODRIGO BRAGA TEIXEIRA Fac. de Arqu. Pontifícia
Universidade
e Urb. Católica
Campinas
O projeto arquitetônico tem a função primordial de cativar, trazer A funcionalidade existe para que o homem não se torne escravo desenvolve seu trabalho em ferro, há 2 anos em seu atelier.
272
para o convívio, o belo. do objeto. Rodrigo Braga
- FAU - PUC
- SP - 1988
Teixeira,
RODRIGO ODILON DOS ANJOS
PIQUET
PNEUS - Revendedora
de Pneus e Automóveis
Ao programa básico de uma borracharia, acrescentaram-se aspectos considerados essenc1a1s ao projeto. A idéia central de não se repetir o lay-out usual das borracharias convencionais - onde o baixo pé-direito e as precárias iluminação e ventilação tornam o ambiente abafado e pouco acolhedor traduziu-se na concepção de uma loja aberta internamente, bastante ventilada, com muita iluminação natural, prescindindo de luz artificial, além de proporcionar ao usuário ampla visibilidade de todo o espaço interno e liberdade de circulação. A isso adicionado, impôs-se o perfil do proprietário, cuja imagem, associada à alta tecnologia da Fórmula 1, implicou na adoção de padrão de projeto mais arrojado. Nesse contexto, propôs-se que a oficina pudesse ser vista de qualquer ambiente da loja: do showroom, do local de atendimento aos clientes, do mezanino e das salas do pavimento superior. O reduzido tempo disponível para a edificação da obra impossibilitou que a construção já existente fosse totalmente demolida. Assim, parte da estrutura foi preservada, havendo total remodelação interna, onde foram locadas, no pavimento superior, a área administrativa, refeitório e sanitários, além de, no térreo, o show-room, o local de atendimento ao público,balanceamento e borracharia. O restante, totalmente demolido, deu lugar ao pátio da oficina, a um subsolo para depósito de peças e pneus e ao mezanino - local previsto para que os clientes pudessem ler, ver TV, tomar cafezinho, e acompanhar a execução dos serviços em seus carros. Grandes panos de vidro foram projetados, para permitir total integração visual entre as salas do pavimento superior e o restante da loja.
273
ROGÉRIO CARVALHO DE MELLO FRANCO lnst. de Arq. e Urb. de Brasília
- Universidade - UNB
- 1980
Formado pelo Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília em 20 de Julho de 1 .980, oriundo do curso de Engenharia mecânica e da profissão de desenhista metalúrgico, passou a à projetação, à fabricação e à montagem de obras que, especialmente, empregam o aço em dedicar-se suas estruturas. Para melhor atender a essas atividades, expandiu o seu escritório transformando-o paulatinamente, ao longo de 1 3 anos, na Obra - Organização Brasileira de Arquitetura, uma indústria de produção de elementos estruturais e arquitetônicos, cujas instalações em Brasília alcançam hoje cerca de 2.300 m2. Com as atividades voltadas para esse tipo de produção especializada, suas condições de pesquisa foram cada vez mais se ampliando, estando hoje o arquiteto, já abrindo perspectivas para os colegas mais jovens, no sentido de atalhar-se o caminho na consolidação de novas técnicas construtivas. O arquiteto apresenta na Bienal uma amostragem de sua obra ao longo desses últimos 13 anos, constituida de uma creche-modelo, uma indústria gráfica, um pequeno centro cultural, um conjunto de prédios de uso múltiplo, uma residência unifamiliar em Brasília, concluidas e, ainda, uma escola integral em Maceió, cuja obra está em conclusão. Todas as obras, que comungam entre sí do emprego das estruturas metálicas, têm por parte do arquiteto, além do projeto, a condução dos trabalhos técnicos industriais e de canteiro, com a participação de vários colegas que com ele vêm incrementando suas atividades também fora das pranchetas de desenho. Sua mostra tem como objetivo principal a divulgação das estruturas metálicas e a quebra dos preconceitos que ainda retardam a popularização desta técnica construtiva no Brasil. Em atenção ao seu ofício, estamos remetendo uma fotografia em preto e branco da residência unifamiliar em estruturas metálicas de perfil "I" e outros perfis conformados a frio, projetada e construída pelo arquiteto em 1988. Sendo só para o que apresenta o momento, aproveitamos para apresentar a Vossa Senhoria os nossos protestos de elevada estima e distinta consideração.
274
ROSA BEATRIZ ANDREATTA DALLEDONE Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
Federal
- FAU do Paraná
- UFPR
O espaço 72 Design é uma obra concebida para atender uma demanda da área comercial caracterizada como Show-Room. A construção feita em bases sólidas de concreto e paredes em alvenaria e concreto, formam um arcabouço de durabilidade e conforto misturando harmonicamente aço, alvenaria, concreto e vidro. Um projeto de linhas arrojadas num pós-moderno, apresentando um vão livre no piso térreo e no piso superior que permite adequação às mais diversas gamas de comércio e exposição, tem recebido o apoio de profissionais desta área. Em toda área frontal, entrecortadas apenas pela abertura de fácil acesso ao público, as vitrines proporcionam uma visão ampla da interioridade. A iluminação, através de artefatos modernos, com maior angulação permitida pelas dicróicas, dipinos, halógenas fluorescentes e incandescentes, além da iluminação natural, permite melhor apreciação dos materiais expostos. É um espaço aberto aos arquitetos, decoradores, designers e profissionais desta área e a todas as pessoas que de certa forma desejam algum tipo de decoração.
275
ROSSI BARBOSA ARQUITETOS Paulo Eduardo Fac. de Arqu. Braz Cubas
Barbosa
e Urb.
- Mogi
- FAU
das Cruzes SP - 1980
Márcia Fac. de Arqu. Mackenzie
Residência
S. P. A. Rossi e Urb.
- FAU
- SP - 1981
no Alto de Pinheiros
Tendo em vista um programa bem definido e as características do lote, plano e quadrado (25x25m), pudemos trabalhar com liberdade e fluidez dos espaços, privilegiando todas as elevações. Internamente procuramos organizar os espaços mantendo uma escala adequada entre os diversos setores, evitando sempre uma compartimentalização excessiva. Facilitados pelo partido estrutural, laje plana e pilares em concreto aparente, criamos espaços integrados pelo desenho. O uso de formas geométricas e a valorização das texturas e linguagens de cada material empregado, resultou num espaço com fortes raízes na arquitetura moderna. Os ambientes são valorizados pela integração com as áreas verdes do terreno.
276
RUBENS FERNANDO DE CAMILO Fac. de Arqu.
e Urb.
- Mackenzie
- SP - 1985
Entendendo a prática da arquitetura dentro de uma visão de continuidade, onde posturas de projeto ligadas à tradição ou ruptura se complementam num processo dialético, nossa mostra procura revelar a arquitetura como uma atividade em interação com os demais setores do conhecimento, na resposta às exigências de uma sociedade em transformação. Valorizando o desenho e o uso dos materiais locais, num contexto onde a construção permanece essencialmente artesanal, nossa produção vem buscando novas formas de expressão, embora preservando as raízes da pesquisa arquitetural no Brasil. No projeto para o consultório médico em Campo Grande (foto), implantado em lote de reduzidas dimensões, a luz zenital é o tema gerador e ordenador dos espaços, através do uso de abóbodas de concreto em diferentes alturas revestidas em tijolo à vista, os principais elementos que definem a imagem da obra.
277
RUBENS GIL DE CAMILLO Universidade
Mackenzie
- SP - 1960
--- ·-----~
/
( o
\' ..... _,
Novo Terminal
Rodoviário
de Passageiros de Campo
Grande-MS
1993
Uma obra com funcionamento eficiente para atender demandas futuras, visando total conforto ao usuário. Com estes objetivos foi concebido o novo Terminal Rodoviário de Passageiros de Campo Grande-MS. O edifício, em forma semi-circular, decorre basicamente das características do terreno, com ampla vista para a cidade, adaptando-se às curvas de nível. Para acesso ao Terminal foram criados 2 fluxos distintos: Tráfego Urbano (ônibus locais e veículos) e ônibus de passageiros, de modo a evitar conflitos de circulação. Todas as dependências do Terminal estão dispostas em um só nível, exceto as áreas de Administração/ Manutenção, localizadas no sub-solo. Os fluxos embarque/desembarque ocorrem sempre no plano do Terminal, evitando-se o uso de escadas, utilizadas somente para acesso ao estabelecimento de veículos. O sistema construtivo, convencional, prevê treliças com telhas metálicas para a cobertura.
278
RUY OHTAKE Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo
USP-1960
Politeatro
de ltu
O projeto do POLITEATRO de ITU é constituído por 3 locais destinados a espetáculos teatrais e musicais, além dos shows, solenidades, seminários, etc. .. Constitui-se, portanto, no espaço onde se concentrarão as atividades cênicas. Daí, aproveitamos o local para possibi I itar a criação da escola de teatro e de dança. Com a construção desse conjunto, a Prefeitura Municipal equipará a cidade de ltu com um dos conjuntos cênicos importantes não só para a comunidade, mas significativo para toda a região. 1. Implantação Urbanística: várias obras se realizam no local: a canalização do córrego Guaraú, criação da avenida marginal, revitalização do galpão da estrada-de-ferro, transformando-o no terminal de ônibus, recuperação dos pequenos galpões auxiliares da estrada-de-ferro, adaptando-os em dependências da Secretaria Municipal da Cultura. 2. Teatro Clássico: é o teatro principal do conjunto, constituído por uma platéia com 800 poltronas. A fim de possibilitar a diversificação de atividades, está prevista uma divisão da platéia, através de painéis móveis, em 2 recintos com capacidade de 400 lugares cada. 3. Teatro de Arena: teatro ao ar livre, em forma circular, com capacidade para 1 .000 pessoas. Estão previstas instalações elétrica e de som, para permitir aí a programação de diversas atividades. 4. Teatro da Praça: trata-se do local onde poderão ser realizados grandes shows e solenidades públicas. O público ocupará toda parte posterior, até os limites do Estádio Ituano e da Praça Padre Bento, podendo chegar a 1 0.000 espectadores.
279
SAMI BUSSAB Fac. de Arqu. Mackenzie
e Urb.
- FAU
- SP - 1963
SATORU NAGAI Desígnio
- Arquitetura
e Urbanismo
A atuação da Desígnio é abrangente, envolvendo a realização de projetos para a implantação de novas áreas urbanas - comerciais, industriais ou residenciais-, a elaboração de projetos de reabilitação e reciclagem de espaços urbanos. Elaborado estudo preliminar de arquitetura até o projeto executivo e o acompanhamento da implantação, a partir de uma organização ágil e flexível. Os trabalhos procuram mostrar conceitos que considera válidos para uma arquitetura correta, onde o partido e a volumetria atendem ao programa e ao contexto urbano, a estrutura comparece de forma simples e lógica; as possibilidades plásticas dos materiais são exploradas juntamente com suas cores e texturas. Estas obras refletem a produção de aproximadamente 20 anos, cujos titulares são os arquitetos Sarni Bussab e Satoru Nagai e que contou, no período, com a colaboração de inúmeros profissionais, entre eles Alfred Tallat, Antonio Amilton Cáprio, José Roberto Graciano, Fernando Karazawa, Guto Lacaz, Cristina de Castro Mello, Cecília Sharlack, Eliza Yamada, Haron Cohen, Milton Enzo Sobocinski, Luiz Carlos Aciari, Lúcia S.T. Misumi e Vania M. M. Arantes. É importante destacar, ainda, a riquíssima experiência conjunta com artistas plásticos (Marcelo Nitsche, Maria Bonomi, Nicolas Vlavianos e Ubirajara Ribeiro) ao incorporarem suas obras aos projetos de arquitetura. · A maioria dos projetos apresentados mostra a preocupação em transformar o projeto em obra realizada, mesmo que muitas vezes tivéssemos que fazer concessões independentes de nossa vontade. A Arquitetura se destina ao ser humano, único em sua extrema diversidade. Todos os aspectos e todas as suas demandas merecem atenção e cuidados especiais. Os arquitetos agem neste universo. Os projetos expostos procuram exemplificar esta filosofia de atuação.
280
SANTINI E ROCHA Henrique
T. Rosa da Rocha
Universidade Rio Grande UFRGS Cícero
Federal
- 1979 Santini
Universidade Rio Grande UFRGS
Centro
do
do Sul e Silva Federal
do
do Sul
- 1977
de Ciências
e Cultura
A ciência e a tecnologia constituem componentes inseparáveis da cultura moderna. Não se pode pensar em modernidade sem o domínio destes ingredientes. Por isso, é importante despertar mais e mais o espírito científico da população e de modo particular o das crianças e dos jovens. Para atingí-lo, nada melhor do que o contato direto com a natureza, com seus fenômenos, suas leis. As escolas, de modo geral, estão desprovidas de material para difundir o conhecimento da ciência e da cultura. Uma das boas alternativas de mudança e melhoria é o desenvolvimento de um museu de ciências interativo e dinâmico, aberto ao público. Constitui um forte estímulo à compreensão da cultura, dos princípios da física, da matemática, da química, da biologia, de outras ciências e das aplicações tecnológicas. O museu de Ciências da PUC-RS destina-se a ser um centro em que adultos e crianças, mormente escolares, entram em contato direto com a natureza, podendo tocar, ver e ouvir, observar e experimentar os fenômenos e suas leis. Sua funcionalidade ultrapassa, portanto, a simples exposição de peças. Aliás, já no momento presente a universidade dispõe de mais de 500.000 peças científicas e culturais das várias áreas do conhecimento humano. Tudo ficará ao acesso público. A parte construtiva da física, química, biologia e outras ciências e tecnologias será gradativa e sempre em renovação, atualização e crescimento. Seu desenvolvimento terá um reflexo direto sobre os estudos científicos da própria universidade. Em outros centros do mundo, já existem excelentes experiências neste sentido, com enorme sucesso. ( A edificação se localiza em um terreno com área aproximada de 10.000m2 junto a via de acesso principal do Campus universitário, sendo nesta localização o agente de integração entre a universidade e a comunidade.
281
SAUL VILELA MARQUES Esc. de Arqu.
- Universidade
Federal
de Minas
Poemas Portugueses Nada vos oferto Além destas mortes De que me alimento Caminhos não há Mas os pés na grama Os inventarão Aqui se inicia Uma viagem clara Para uma encantação Fonte, flor em fogo Que é que nos separa Por detrás da noite? Nada vos sovino: Com a minha incerteza Vos ilumino.
Ferreira
282
Cu/lar
Gerais
- UFMG
- 1976
SEBASTIÃO DE OLIVEIRA LOPES Esc. de Arqu. de Minas
e Urb.
Gerais
- Universidade
- UFMG
Federal
- 1971
MARCIO PINTO DE BARROS Esc. de Arqu. de Minas
e Urb.
Gerais
- Universidade
- UFMG
Federal
- 1963
RICARDO ORLANDI FRANÇA Esc. de Arqu. de Minas
e Urb.
Gerais
- Universidade
- UFMG
Federal
- 1976
EDUARDO FAJARDO SOARES Esc. de Arqu. de Minas
e Urb.
Gerais
- Universidade
- UFMG
Federal
- 1981
Campus da Universidade
Católica
de Brasília em Taguatinga
A experiência da equipe em planejamento de universidades levou a uma idealização do campus, ou do território sobre o qual se desenvolve a universidade, como uma área com características ao mesmo tempo singulares e vinculadas às raízes urbanas das quais vai se destacar. As características que vinculam o campus ao tecido urbano periférico pertencem à linguagem universal da cidade: ruas, praças, caminhos, quarteirões, estacionamentos; tudo porém, deve ser disposto de forma a limitar os percursos e o volume de trânsito de veículos, facilitando os encontros, a identificação dos componentes urbanos e a integração natural das áreas edificadas e intersticiais, possibilitando, finalmente, a impregnação de um caráter próprio a cada componente, mas criando paralelamente a sensação de pertencer a uma unidade maior, destacável por suas qualidades singulares no contexto urbano. Assim procuramos agir - as edificações projetadas foram dispostas dentro de quarteirões, com suas proximidades definidas pela afinidade de uso ou de área de conhecimento; cada uma tem suas características físicas próprias, obedecendo a um programa específico, com destinação definida, mas também com alguns elementos de uma linguagem arquitetônica comum; evitou-se, sobretudo, criar um mega-edifício totalizante, monótono e sem identidade definida.
283
SECRETARIA DE OBRAS DO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Instituto
de Planejamento
do Distrito
Federal
Brasília, concebida para ser a capital político-administrativa do Brasil, aos 33 anos é uma metrópole que vive os problemas comuns às demais cidades brasileiras. Nasceu planejada, mas seus habitantes a sentem como um organismo vivo, sendo possível ai iar o binômio planejamento e desenvolvimento às necessidades e expectativas da população. Tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade e definida como cidade/estado, tem merecido a atenção dos urbanistas e do governo, no sentido de integrar o ordenamento do tP-rritório do Distrito Federal à sua concepção original. Projetando-se para além do Plano Pi loto e dos monumentos da Esplanada, alcança as cidades satélites, numa frutífera relação, movida a trabalho e criatividade. As cidades já não gravitam apenas em torno de Brasília. São consideradas parte integrante desse dinâmico e moderno organismo, composto de comunidades politizadas e operantes, dando forma ao Distrito Federal.
284
SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE DEPARTAMENTO DE PROJETOS DA PAISAGEM Helena
Saia
Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo
USP - 1974
Vera Severo Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
Federal
- FAU do Rio de Janeiro
UFRJ - 1973
A Secretaria do Meio Ambiente, através do Departamento de Projetos da Paisagem, intervém arquitetônicamente objetivando a preservação/restauração da paisagem nos Parques e Unidades de Conservação no Estado de São Pau lo. Nos quatro exemplos expostos destaca-se a preocupação em integrar a arquitetura ao homem e meio ambiente, resgatando sua história e estabelecendo o uso equilibrado e ordenado da paisagem como valor cultural. Estação Ecológica de Juréia-ltatins, constitui-se numa das áreas preservadas mais importantes do Estado, apresentando um valioso banco genético composto por vegetação nativa e fauna silvestre de enorme interesse para a pesquisa científica. Com a implantação do Núcleo ltinguçú, pretendeu-se solucionar problemas relativos à inadequada utilização de um de seus pontos de maior frequência: a Cachoeira do Paraíso. Parque Estadual Alberto Loefgren, o Parque da Capital - Horto Florestal, tem grande importância no contexto da expansão de maneira desordenada da cidade e região metropolitana de São Paulo, que provocam pressões ameaçando a Serra da Cantareira e consequentemente a própria área do Parque. Jardim Botânico de São Paulo, ocupando uma área do Parque Estadual Fontes do lpiranga, constitui-se em um dos poucos resquícios da cobertura vegetal nativa da região metropolitana. Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim, situa-se na região urbana de Campinas, um dos pólos mais densamente industrializados do interior do Estado. Sua área, remanescente da Fazenda Mato Dentro, constituída em 1806, passou por diversos ciclos e usos até chegar na atualidade totalmente descaracterizada.
285
SERGIO FERNANDO DE A. CIRIA Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
Rio Grande UFRGS
Pensando no Brasil
- FAU
Federal
do Sul - 1971
sobre arquitetura
Carência de trinta ou mais milhões de habitantes. Arquitetura pós-moderna ? regional ? Deconstrutivista ? Projetos palacianos da "antiga" arquitetura "moderna". A decoração das "madames" e dos novos ricos. Colonial-praiana ? A onda "revival", "high-tech" "néo-classicismo"? Desenho industrial, computação ? E a multi-mídia na arquitetura ? E o perfil do arquiteto? e o ensino da arquitetura ? E os dinossauros ainda vivos e seus adoradores ? Quantos problemas, quantos dilemas, quantas dúvidas, quantas crises, quantas certezas? São tantas as contradições e os compromissos que criam condições de total liberdade de posicionamento e de criação. e por que não ? e por que não ? Viva a arquitetura tropicalista ! Viva a arquitetura anarquista ! "Arquitetos desempregados, decoradores, empresários, estagiários, gênios, estudantes, cooperativados, professores e funcionários - uni-vos e vamos formar uma alegre ala neste carnaval-bienal".
286
do
SÉRGIO FERRAZ MAGALHÃES Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
Federal
do Sul - UFRGS
- FAU do Rio Grande
- 1967
JOÃO SAMPAIO Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
Federal
do Sul - UFRGS
- FAU do Rio Grande
- 1964
Terminal Rodoviário de Niterói
Urbano
O Projeto de Revitalização do Centro de Niterói - Setor Orla engloba as seguintes intPrvenções: a duplicação da Avenida Visconde do Rio Branco, o novo Terminal Rodoviário Norte, reforma do Terminal Rodoviário Sul, ampliação da Vila Olímpica, parque e Centro de Espetáculos de São Domingos Nesta exposição estamos apresentando o projeto do Terminal Rodoviário Urbano-Norte, que se encontra em fase final de construção. O Terminal constituiu equipamento urbano de interesse metropolitano: 18% são linhas de Niterói 82% são linhas intermunicipais (São Gonçalo, ltaboraí, Rio Bonito, Maricá, etc.) A característica espacial é definida pela Gare Central, para acesso de todos os usuários, localizada à beira-mar, com a qual se articulam 12 plataformas cobertas de embarque/desembarque (servindo a 84 ônibus simultaneamente/ 540 ônibus/hora). A população usuária está estimada em 400.000 pessoas por dia. A construção da galeria coberta junto ao prédio da antiga "Sandiz" e a disposição da Gare Central abandonada e que o projeto permitirão a Recuperação da Orla do Mar à Cidade, que hoje se encontra prevê valorizar. O percurso barca/ônibus será feito sob cobertura, protegendo o usuário da chuva e do sol. Na gare estão previstos serviços de apoio, tais como correios, sanitários públicos, agência bancária e posto policial. Ao longo, se disciplinará o comércio de ambulantes. O projeto busca uma referência com os grandes telhados horizontais característicos da zona norte de Niterói, em especial das orlas que ocorrem até ltaboraí (e que se encontram em processo de extinção, com a telha de barro sendo substituída por cimento amianto). A dominância horizontal insere apaziguadoramente a nova construção na orla, com a cidade ao fundo.
287
SÉRGIO MAGALHÃES Fac. de Arqu. Universidade
Federal
e Urb.
do Rio Grande UFRGS
- FAU do Sul - 1967
ANA LUIZA PETRIK MAGALHÃES Fac. de Arqu. Universidade
Federal
e Urb.
do Rio Grande UFRGS
Conjunto
Habitacional
do Cafundá
- FAU do Sul - 1967
- Rio de Janeiro
Conjunto residencial para o INOCOOP-RIO, com 1443 unidades autônomas, comércio, escola, creche, maternal/centro comunitário/clube, quadras de esporte, anfiteatro, 4 play-grounds, 11 play-lots, salões de condomínio, estacionamentos. Área do terreno: 106.000 m2; Área de construção: 128.000 m2. A implantação é a característica fundamental do projeto, criando um espaço comunitário que estrutura urbanisticamente o conjunto. O projeto tirou partido da topografia e da densa arborização existente, mantendo-a. A integração com o entorno se dá através da oferta de serviços convenientemente localizados. A ocupação é concentrada, objetivando resguardar as características paisagísticas do terreno. O projeto foi selecionado por concurso em 1977, com autoria do escritório MBPP Assoe., arquitetos Sérgio Magalhães, Ana Luiza Petrick Magalhães, Silvia Pozzano, Clóvis Barros, integrando a equipe, como co-autor, o arquiteto Rui Velloso. Foi elaborado o projeto de execução em 1979. A obra foi realizada de 1 980 a 1 982.
288
SERGIO PILEGGI & EUCLIDES OLIVEIRA Sergio Pileggi Euclides Oliveira Mauricio
Patrinicola
Para os grupos escolares por nós desenvolvidos para a F.D.E. durante o ano de 1991, procuramos adotar um partido geral que permitisse a realização de projetos específicos com unidade de linguagem, porém sem prejuízo da variedade formal. Assim, organizamos as escolas em blocos independentes para os setores pedagógico, administrativo e de apoio; a articulação entre os blocos pedagógico e de apoio é realizada por intermédio de uma cobertura metálica que forma o recreio coberto; quando necessário o bloco administrativo é unido ao conjunto por uma passarela também metálica. De acordo com a topografia temos a cobertura do recreio redesenhada para cada escola, obtendo-se assim a variedade pretendida. A proposta é complementada pelo detalhamento cuidadoso e diferenciado dos elementos construtivos (brises, gradis, escadas, pórticos, etc.). O esquema de cores é individualizado para cada projeto (revestimento cerâmico, pintura da estrutura metálica, caixilhos, etc.) constituindo-se em importante elemento de identidade visual do conjunto.
289
SÉRGIO ROBERTO PARADA Fac. de Arqu. Universidade
e Urb.
Federal
- FAU
do Paraná
UFPR - 1973
A valorização do arquiteto como profissional e do resultado de sua tarefa, que nada mais é que a construção do objeto criado e cujo objetivo final é proporcionar o bem estar do homem e da solidariedade, infelizmente nem sempre é visto com a dignidade que merece. Quando do desenvolvimento dos projetos aqui apresentados sempre lutei para um melhor resultado, obviamente dentro das minhas I imitações. O importante é que esse tipo de luta seja considerada como paradigma para todas as novas gerações de arquitetos. Em Curitiba, até 1978, desenvolvi os projetos junto com o Carlos Emiliano de França. Naquele tempo, batalhávamos com muita garra em nosso pequeno escritório. Após 1979, quando me transferi para Brasília, desenvolvi o projeto do Edifício de Supervisão da Usina Hidrelétrica de Tucuruí com os arquitetos Bernard lves Heimburger e José Mauro de Barros Gabriel. Essa experiência foi interessante no conteúdo de uma arquitetura industrial com a intervenção de uma vasta equipe de profissionais. Paralelamente, desenvolvi alguns projetos residenciais, industriais, religiosos e comerciais para Brasília. Sempre tive uma pequena produção, pois, nunca consegui desenvolver simultaneamente muitos projetos. Duas grandes experiências que tive nos últimos anos foram: o projeto classificado no Concurso do Pavilhão Brasil para a Expo Sevilha, onde tentei harmonizar um programa que deveria atender as funções de pavilhão e outras atividades posteriores à feira e atualmente o desenvolvimento do projeto do Terminal de Passageiros do Aeroporto Internacional de Brasília, que pela grande complexidade do tema requer uma interessante equipe multidisciplinar. Todos os profissionais que trabalham nas mais diversas áreas desse projeto, têm respeitado e valorizado muito as propostas arquitetônicas apresentadas, principalmente pelas soluções simples no campo espacial.
290
SÉRGIO RODRIGUES Faculdade
Nacional
dl' Arquiteturc1
RJ - 1952
O sistema SR2 Arquitetura em madeira O sistema SR2 consiste na criação de espaços arquitetônicos a partir de uma estrutura independente de componentes industrializados em madeira maciça, e painéis de vedação especiais. Sua planta baixa desenvolve-se a partir de uma malha ortogonal em módulos de 1 .20 x 1 .20 m. A possibilidade de expansão tanto horizontal como vertical, assim como o acréscimo de uma série de outros elementos arquitetônicos com as mesmas características industriais (varandas, balcões, terraços, muxarabis, etc. .. ) permitirá aos clientes e arquitetos usuários a individualização de seus projetos - o que seria quase impossível em outros métodos construtivos de casas pré-fabricadas. Os componentes em madeira maciça que formam a "gaiola estrutural" têm seção de 7 cm e seus múltiplos. Como vedação são utilizados painéis "Wall", ora revestidos em fibro-cimento (externos), ora em compensado naval (internos). A estrutura permite qualquer tipo de cobertura convencional. As áreas úmidas tem o piso isolado com material impermeável. As louças e ferragens de primeira qualidade, sendo o box em F.V.R. A primeira fase do sistema SR2 - criado em 1960, cujo protótipo foi exposto no MAM/RJ - possuía ainda recursos artesanais acentuados. Apesar disso, nesse período foram montadas mais de 200 unidades, incluindo 70 em plena Floresta Amazônica, entre casas, clubes, hospedarias, restaurantes, escritórios, etc. .. A experiência adquirida e o natural desenvolvimento tecnológico culminaram em 84 com a execução de um protótipo (atual residência de arquiteto) cujas características industriais permitem hoje a produção seriada dos componentes desse sistema. A sugestão de dois modelos e suas variantes, padronizados (90 m2 e 120 m2), apresentados com detalhes nesse evento, permite uma redução razoável no custo final, em plantas que correspondem às necessidades da maioria dos futuros clientes.
291
SHIGUEO TORIGOI
São Paulo Medivm Meandros que acolhem diálogos. Díálogos numa construção de múltiplo uso situado no encontro da marginal Tietê com o eixo da avenida Tiradentes, que inclui torres de até 60 andares, abrigam um centro empresarial, shopping-center, centro de convenções, teatro, cinemas, restaurantes, bares, hotéis e habitações. Os elementos do contexto e do projeto, modificam a curvatura do espaço, distendendo-o e contraindoo, frente às interações entre várias atividades e usos. Cada elemento atuante não tem limite finito, sendo possível reconhecê-lo em regiões onde os dobramentos e desdobramentos se intensificam. Tendo a informática como mídia ou linguagem de concepção (não apenas de visualização) buscou-se um resultado não por composição, mas por diferenciação de um espaço antes homogêneo. Criam-se regiões singulares com saliências e meandros. Estas cristalizam-se em alguns pontos resultando no espaço edificado. Este passa a ser apenas a parte visível da arquitetura. Não sendo uma casca inerte, mas embebido de uma força plástica mítica, ele estabelece um elo com a dimensão arquetípica da sociedade. O contraste entre monolíticos menires e nuvens de cavernas recorrentes tem origem em modulações de uma mesma substância. Nos meandros potencializam-se diálogos. Diálogos entre as atividades entre o humano e o edificado, entre o visível e o vivenciável. Um diálogo onde as fronteiras das partes são nebulosas, dissolvendo parcialmente nossa idéia de materialidade da arquitetura e materializando parcialmente a sua imaterialidade. A arquitetura torna-se então uma ambiguidade entre a racionalidade e o mito. E, no benefício da ambiguidade silenciam-se perguntas que contrapõem estes extremos, nada mais do que extremos de um mesmo.
292
SHIOHIKO TAKAHASHI Universidade Universidade e de Harv,ud
de Kanagawa de Wased,1
Kaiko Hiroba recebeu esse nome em comemoração à história da área do porto de Yokohuma. "Kaiko" quer dizer abertura de um porto e "Hiroba" quer dizer praça. Foi neste local que o Tratado da Amizade Japonesa-Americana foi assinado em 1854. O local era o centro das relações internacionais e do comércio mundial do Japão depois da abertura do Porto Internacional de Yokohama em 1859. Hoje, faz parte do Distrito Central de Negócios de Yokohama e forma uma entrada para o porto. O local está também rodeado por edifícios históricos como a Igreja Kaigan, o Centro de Seda e O Museu Kakiko (antigamente o edifício do Consulado Geral Inglês). A cidade de Yokohama começou a renovação deste local para que visitantes do mundo inteiro pudessem reconhecer a sua história. A área também se destina a ser um local onde negociantes e moradores da cidade podem relaxar e se divertir. Os objetivos do projeto são de renovar o "Kaiko Hiroba", reconstruir a rua adjacente em frente da praça, e reconstruir o acesso ao molhe principal do porto de Yokohama. Em 1991, como segunda fase do projeto, a cidade resolveu ampliar a praça e criar uma cachoeira e lagoa, através das seguintes propostas: Reforçar o eixo principal como entrada do Porto, enriquecer o espaço aberto, proporcionando um lugar adequado à escala humana e orientação visual, animar a praça, provendo tanto amenidades como espaços íntimos para visitantes do Distrito Central de Negócios, reforçar o vínculo harmônico entre a praça antiga e a Igreja Kaigan adjacente. A proposta inicial cria "Kaiko - O Chafariz e Lagoa" no centro da praça, simbolizando as origens da civilização japonesa. Como uma comemoração eterna da civilização renascente do Japão, o chafariz se chama "Fonte do Porto". Doze monumentos espelhados, rodeando o chafariz,. sugerem a expansão do tempo fluente. Estes espelhos refletem a ondulação da lagoa, simbolizando a ampliação da amizade japonesa.
293
SIDÔNIO PORTO Esc. de Arqu. de Minas
- Universidade Gerais
- UFMG
Federal - 1965
Entendendo ser a arquitetura uma arte utilitária participante e agente na dinâmica urbana, procuramos à cada projeto sob os mais diversos pontos de vista: de quem vai usar, de quem vai ver, de nos posicionar quem vai construir e de quem vai pagar. Tendo sempre em mente que a arquitetura é uma arte e uma ciência, que requer sensibilidade e precisão, criatividade e tecnologia, nos empolgamos com a obra que emociona pelo inesperado, pela beleza de seus espaços e proporções, mas que vem como uma solução adequada para o tema proposto. O resultado poderá ser sempre grandioso, independentemente do tamanho do projeto: tanto quanto uma indústria, uma pequena casa poderá ser um marco. Importa sua adequação ao momento histórico, econômico e social, importa que ela seja coerente com o espaço onde está inserida e com a finalidade a que se propõe, utilizando tudo o que a tecnologia oferece dentro de um vocabulário plástico atual. Este pretende ser o conteúdo do conjunto de projetos que poderá ser visto através de imagens impressas e que foram tomados, no contexto de nosso trabalho, visando mostrar a busca de arquitetura também em programas industriais, comerciais, etc. e não somente nos temas excepcionais. São todas essas obras peças de um imenso quebra-cabeças metropolitano em que procuramos imprimir conceitos de arquitetura desenvolvidos através de um trabalho persistente, rigoroso e independente, se possível, de modismos e de oportunismo.
294
SIEGBERT ZANETTINI Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1959
Nesta década marcada pelo controle da criação - o profissional, consultor e professor - Ziegber Zanettini, tem como fatores condicionantes do momento: a denúncia pública do desmonte cultural do País, a volta ao ensino, a restruturação dos meios, métodos e da complexidade do trabalho e o aprimoramento de controle de qualidade e com a assessoria de parcerias técnicas. A partir desta postura resultou em uma crescente solicitaçào para a elabração de Planejamento Global e desenho urbano, o aprofundamento em projetos sistêmicos, a montagem do CEAP - Centro de Excelência em Arquitetura e Planejamento.
295
SILVIO JOSÃ&#x2030; JAEGER Fac. de Arqu. Universidade Rio Grande
e Urb.
- FAU
Federal
do
do Sul - UFRGS
SILVIO PODESTÁ Esc. de Arqu. de Minas
- Universidade
Gerais
- UFMG
Federal - 1982
\.t
Minha geração não era a do tempo da Bienal. Agora vai ser. A sua volta neste agosto de 93 vai nos propiciar isto. Ótimo. Para esta Bienal, optei por projetos recentemente contruídos e/ou projetados, temática simples, numa seqüência que começa por uma pequena cadeira e uma mesa, um atelier fotográfico e edifícios residenciais de médio porte até um grande conjunto residencial. São arquiteturas representativas de um momento pessoal e enfocam pontos de vista coerentes com locais, climas, custos e públicos. A Cadeira MaraNelly é para um bar/bazar. É propositalmente um desenho ornatado e usa materiais conhecidos, lembrando vagamente aquelas cadeiras de bar usadas nos passeios, aquelas francesinhas. Forma conjunto com a mesa Edna, também dentro do mesmo espírito. O atelier Paulo Laborne de Fotografia e Cinema, inserido em um bairro eminentemente residencial, elimina a volumetria do inevitável galpão (estúdio) plugando elementos formais - de uso complementar (recepção, administração, camarim etc.) - e coloridos; na seqüência exigida pelo programa. (Construído.) Os projetos residenciais vão do Residencial Anápolis, de alto custo, com espaços imensos e utilização de materiais com conotações evidentes e poderosas. O Residencial Ana Paula é jovial e alegre. Projetado em parceria com Éolo Maia, destaca-se pelo uso de texturas e cores, jogos volumétricos e uma implantação coerente com visuais e insolação. Em Natal, RN, oito torres de 1 5 a 18 pavimentos (4x4) com uma baixíssima taxa de ocupação(= 10%), fazem moldura para um terreno com áreas densamente arborizadas (decorativas e frutíferas), com belo visual e um constante e agradável vento sudeste. Projeto em parceira com Júlio Araújo Teixeira, esta área tem como vizinhos um shopping, praças, campus universitário, muito verde e, mais ao longe, as praias. Nos pareceu um bom local de morar e conviver numa cidade que anda crescendo e brigando por sua qualidade de vida. Altos e baixos, grandes e pequenos, coloridos e negros, caminhos fantásticos que a arquitetura nos possibilita.
297
SINTAXE DESIGN Marilena
Calvo
Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
Antonio
Carlos Gamero
USP - 1989 Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP - 1989
lntercentro
- São Paulo
Pensar a Arquitetura a partir das relações, privilegiar a experiência e desestruturar relações hierárquicas incapazes de gerar eventos. O conceito de evento neste projeto foi desenvolvido no sentido de gerar situações em que forma e função sejam combinadas a fim de possibilitar deslocamentos de significados. Procuramos inverter a relação figura e fundo que caracteriza a cidade, gerando o vazio, trazendo a horizontalidade das construções ao longo do rio Tietê para o plano simbólico, referencial da cidade. Ao mesmo tempo procura trazer a verticalidade para o rio, através de uma torre laminar de 60 andares paralela à Avenida para a cidade em expansão, marcando o Tiradentes. O cruzamento dos eixos N-S e L-0, estabelecido espaço das relações urbanas que irão se desenvolver no próximo século, torna esta área estratégica enquanto referencial. O programa compreende um conjunto de hotéis, shopping-center, teatro, restaurantes, bares e cinemas, centro empresarial, academias e centro de convenções. Procuramos não concentrar um único uso, não monumentalizar uma única função nas torres, mas fragmentá-las através das relações internas. As torres não serão o lugar de poucos mas o lugar do encontro. Não se trata porém de ignorar o espaço da rua, trazendo o evento para o espaço áereo, mas de estabelecer uma tensão entre ambos.
298
SUELI CRISTINA VALETE MACHADO Fac. de
Arqu.
Universidade
e Urb.
- FAU
PRESERVACAO AMBIENTAL
r'
de São Paulo
USP-1990
Plano Diretor
Municipal
- Piracicaba
O principal campo de atuação é o Planejamento Urbano, especialmente voltado para municípios de pequeno e médio porte (esmagadora maioria no Brasil). A linha de trabalho é: 1 - Fazer um planejamento voltado especificamente para cada mun1c1p10 em questão, levando em conta as especificidades locais, suas relações de influência e subordinação com a região no qual está inserido (e outros locais no que couber); 2 - Não realizar apenas um planejamento físico-territorial pois a atividade de planejamento é multidisciplinar, embora o poder de determinação tenha limites diferentes em cada área; 3 - O pressuposto básico de trabalho é da primazia do econômico no planejamento: parte-se da determinação da "vocação econômica" do município (atividades econômicas possíveis e desejáveis de desenvolvimento pela "comunidade") e obtem-se um perfil "esperado" do mesmo; 4 - Tudo isso, atividades econômicas, perfil da população, serviços, etc., tem sua expressão no espaço físico-territorial estando intimamente ligados a esse: as características físico-territoriais condicionam e são condicionadas pelo tipo de ocupação existente e/ou desejada, sendo a atividade mais específica do urbanista identificar esses condicionantes e acomodar adequadamente as funções/atividades no espaço para o presente e dentro de um prazo determinado. Este trabalho, o Plano Diretor do Município de Piracicaba (19.091 habitantes, situado na região Bragantina, São Paulo) aqui apresentado, foi elaborado a partir dessas premissas.
299
SYLVIO BARROS SAWAYA Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1968
Produção contemporânea. Uma obra pequena que tem por marca um fazer continuado de arquitetura aliado a uma rediscussão do objeto mesmo desta arquitetura. Arquitetura que não é construção, mas que usa da construção, precisa da melhor construção. Arquitetura que não é edifício isolado, mas é conjunto, é forma coletiva em processo, é expressão de sentidos e sentimentos que dizem respeito a todos. Arquitetura, mais que arquiteto. Somos instrumentos desse processo cultural, social e coletivo, ao denotarmos os anseios, desejos e necessidades neles contidos e ao lhes darmos forma que os permitem retornar a este mesmo coletivo de onde originaram. São Paulo, metrópole, espaço síntese das possibilidades e das dificuldades de ser do país e do mundo que se aproxima, nos propõe compreensões e atitudes novas porque nunca sugeridas antes em outros locais. É assim que a essência do que permanece, associada à fnova maneira de ser das coisas, nos abre grandes possibilidades de criação e indagação do que é possivel mesmo que ainda não viável. Surge como questão o espaço localizado, sua continuidade nas contradições que contém e o resumo que é do todo de que participa. As maneiras como são produzidos os espaços, as expressões que assumem, enquanto criação coletiva, tudo isso importa. Junta-se o fazer do arquiteto e o fazer social, retoma-se a arquitetura como maneira de ser básica da através do seu dever, os subtratos inconscienpresença do homem no mundo e, traz à tona a consciência, tes pem,itindo novos e maiores níveis da consciência pessoal e coletiva.
300
TCI- PLANEJAMENTO, PROJETO E CONSULTORIA INTERNACIONAL LTDA.
. t, -
•'
POLO IA · VISTA GERAL
Área Portuária da Gamboa Proposta de Revitalização Na última década do século XX, a um passo do ano 2000, o Porto do Rio de Janeiro se depara com a necessidade de modernizar suas instalações e equipamentos e de buscar novas áreas para melhor instalar suas atividades e suprir a crescente demanda. Insere-se nos bairros da Gamboa, Saúde e Santo Cristo. A área de estudo, com cerca de 334,5 ha, incorpora ainda trecho do Centro. Densamente ocupada, abrigando usos variados, porém, aquém de suas potencialidades, essa vasta área da cidade traz as marcas profundas da sua história. Não se tratam de construções novas em terras de periferia que de rurais passam, agora, a urbanas. A área portuária da Gamboa tem longa história, contada cotidianamente por suas ruas, sobrados e armazéns. Daí sua singularidade. Trata-se de área nobre, cuja nobreza acha-se escamoteada pelos efeitos da transformação de suas antigas funções portuárias. A intervenção proposta deve constituir-se em mais uma das etapas de sua existência. Considerando esse valor histórico da área, o conjunto de intervenções arquitetônicas do Plano de Revitalização da Área Portuária da Gamboa orienta-se segundo princípios diversos tendo, também, como objetivo a restauração de sua vitalidade econômica. A proposta procura harmonizar tudo que merece ser preservado e as novas ocupações que aí venham a ter lugar, com o intuito de enriquecer a cidade com um espaço de qualidades inexploradas, numa situação incomum de convivência equilibrada entre o legado histórico e a intervenção inovadora. Intervenções calcadas ora na renovação, ora na revitalização e restauração, conforme o caso, conferem, com a alternância da linguagem tanto arquitetônica como urbanística, riqueza ao espaço. Cria-se, assim, identidade própria para a região, tornando-a única na cidade.
301
TADEU BAPTISTA ARQUITETOS ASSOCIADOS Domingos Universidade
Shopping
Center
Tadeu Domingues de Minnesota
Baptista
- EUA - 1978
Bougainville
A concepção
do projeto partiu de dois princ1p1os básicos: circulação simplificada, permitindo uma orientação dos usuários em seu interior e um trabalho de fachada que conferisse unidade ao
melhor edifício. Trata-se de um shopping center de vizinhança, localizado em um setor residencial classe média alta, num entroncamento de ruas e avenidas que unem alguns dos pontos mais importantes da cidade, na direção em que esta vem crescendo. Condicionado pelo terreno de dimensões reduzidas (7300 m2), o projeto se verticalizou: é composto de dois subsolos de garagens, pavimentos comerciais, sendo dois destinados a lojas comerciais e um ao lazer. Houve, também, desde a concepção, a preocupação de criar amplas áreas envidraçadas, permitindo a entrada abundante de luz natural, trazendo o exterior para dentro do shopping. O acesso principal é marcado por um trabalho com estrutura espacial metálica e vidro laminado, sob o qual há um átrio que concentra as principais circulações verticais: o elevador panorâmico, as escadas rolantes e a escada norte. Estas são completadas por um elevador que une os subsolos ao primeiro pavimento e a escadaria sul. Tomando partido do desnível do terreno, os acessos leste e sul levam direto ao segundo pavimento. A circulação, composta basicamente por um circuito oval, cortado por um eixo transversal é recheada de vazio que permite que a luz natural banhe grande parte do interior da edificação. A fachada, de qualquer ângulo que se tome, possui atrativos. A volumetria dos prismas que coroam os acessos e a esquadrias que vazam o corpo principal conferem movimento às fachadas. Pode-se dizer que o shopping possue uma "cara", uma identidade, fugindo do anonimato e da padronização plástica que imperam na maioria dos shoppings centers que se vê.
302
TERRA PLANEJAMENTO Guilherme Wendel de Magalhães Fac. de Arqu. e Urb. - FAU Universidade
de São Paulo
USP - 1979
Volker
Reinhold
Link
Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1967
Empresa de consultoria que atua nas áreas de arquitetura, urbanismo, fundada há 16 anos, sendo dirigida pelos arquitetos Guilherme Wendel Link. No desenvolvimento
dos projetos,
adota
alguns
princípios
e conceitos
Respeito às questões do meio ambiente Tratamento multidisciplinar e integrado de cada projeto Atualidade estética com incorporação da modernidade tecnológica Facilidade construtiva, pela utilização de modulação e padronização
meio ambiente e gerenciamento, de Magalhães e Volker Reinhold gerais:
dos componentes
Os projetos expostos, desenvolvidos nos últimos dois anos, procuram e ilustram o espaço construído, inserido na natureza e na realidade física e sócio-econômica que os determina. Passarelas elevadas, praças suspensas em alguns entroncamentos importantes e terminais multifuncionais, todos aliando as necessidades dos transportes públicos aos interesses da iniciativa privada, são as propostas para dar rapidez e segurança aos usuários. A arquitetura desses projetos é leve, pré-fabricada e transparente.
303
TEUBA ARQUITETURA E URBANISMO Cristina de Castro Melo Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP -1972
Rita de Cássia Alves Vaz Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
Universidade
de São Paulo USP -1972
Restauração
e Reforma
do Teatro
São Pedro-
O Cine-Teatro São Pedro, ir:1augurado em Fevereiro de 1917, era um teatro privado, que apresentava espetáculos variados, frequentado por moradores do bairro, principalmente emigrantes europeus. Em São Paulo existiam cerca de 20 teatros co-m estas características, dos quais· restam apenas dois. No início dos anos 80, o Teatro São Pedro foi novamente fechado, tendo posteriormente sido Tombado pela Secretaria de Cultura do Estado, por ser significativo para a história da cidade e do Teatro Paulista. O projeto de restauração e reforma do Teatro São Pedro tem como objetivo, a restauração do edifício de forma a dotá-lo de todas as instalações necessárias ao seu perfeito funcionamento como Teatro de múltiplo uso. O palco será totalmente refeito, recebendo equipamentos cênicos e de segurança de acorqo com padrões contemporâneos, a platéia será dotada de ar condicionado, assentos fixos, proteção contra incêndio e tratamento acústico conforme a boa técnica atual. Será construído um piso técnico entre o forro e cobertura para abrigar instalações de ar condicionado, equipamentos de iluminação e cabines de som e iluminação, bem como será construído um edifício anexo, para abrigar camarins, áreas administrativas e de apoio, caixas de água, sch i l lers e reservatórios de gelo. As fachadas, cobertura, foyer e demais elementos remanescentes serão totalmente restaurados de forma a recuperar a ambientação original do Teatro, sua volumetria e modenatura também serão recuperadas. O partido adotado para o projeto arquitetônico e de instalações considera da maior importância o bom desempenho técnico do teatro, tanto a nível dos recursos cênicos disponíveis, como a nível do desempenho acústico e térmico. As soluções adotadas levam em çonta os custos de operaçao e manutenção adotando soluções que poupam energia e investimentos em equipamentos de difícil manutenção.
304
URBI ET ORBI ARQUITETURA Roberto
Kubota
Fac. de
Arqu.
Universidade USP - 1986 Mauro Fac. de
e Urb.
- FAU
de São Paulo
Motoda Arqu.
Universidade
e Urb.
- FAU
de São Paulo
USP - 1986
Como jovens arquitetos, formados a seis anos pela FAU-USP, e com uma expenencia limitada em pouco mais de obras construídas, talvez devêssemos considerar que não teríamos muito o que dizer. No entanto, nossa experiência possivelmente reflete significativamente a produção de boa parte dos arquitetos com poucos anos de prática profissional, que optaram por montar um pequeno escritório e partir em busca de oportunidades de trabalho. Talvez seja ainda, um exemplo típico do início de carreira de qualquer escritório de arquitetura. Para falarmos de nossa "obra", gostaríamos de expor alguns conceitos. Evitar modismos, porque o que se quer é o encontro da linguagem própria de cada edificação, conter os falsos impulsos criativos e entender que o caráter de um bom projeto se sustenta no concreto entendimento e tradução do programa funcional, na pesquisa da técnica construtiva adequada, no ajuste aos recursos econômicos disponíveis, na solução formal desenhada como expressão de nossa época, e do contexto urbano e geográfico local. Ao mesmo tempo, perceber que o edifício é criação cultural e expressão artística, e portanto tem significado e personalidade. Mais que de bons clientes ou arquitetos entendemos que bons projetos são produtos de boas parcerias clientes-arquitetos, e do trabalho em equipe arquitetos-projetistas-fornecedores da obra. Mas a avaliação final é feita pelo usuário do edifício, que se apropria e recria os espaços projetados. Enfim, quisemos falar do nosso trabalho através destes conceitos, que procuramos praticar com nosso entusiasmo pela profissão.
305
VALDIZAN - PESTANA
..
u•• ..,
......
Luiz Valdizan
"'°"'º
cc,.,... ,oo,
W.V."'N &
Universidade
V, OV{ ,.._
Ricardo
Palma
Particular
- i.JPRP - 1980 Beatriz
Universidade Ricardo
Palma
Pestana
Particular
- UPRP - 1981 Carlos
Universidade Ricardo
Palma
Pestana
Particular
- UPRP - 1992
153
f::OUJPf TfCHICA lll!QlJlftl.....0 , U.ft 0',11.0l'U,II
,.,,,..,l.f,t<t:1111""" " .-. ~os lltfór.,...
....
.,,,.,,
a,o,~-M1U
Projeto Conjunto de Vivendas Praia "La Quebrada" - Lima - Peru Na quebrada do Rio Seco, a 46km do sul de Lima, projetamos um conjunto de casas de praia, com vista para o Oceano Pacífico e para uma pequena baía de pescadores. Originalmente, a pequena praia possuía uma antiga casa abandonada que posteriormente foi reabilitada. O solo era de pedras e foi necessário a construção de um quebra-mar para ampliar a praia que cresceu com a areia trazida pela corrente do mar. O terreno adquiriu condições para sua viabilidade através de movimentos de terra, adequando a construção das casas que se deu em duas etapas. Todo o conjunto prevê uma série de serviços comuns como segurança, prática de esportes, jogos de estacionamento, além da privacidade e exclusividade oferecidas. A vivendas são simples com pé-direito duplo nas zonas sociais para dar maior amplitude espacial. Possuem de três a quatro quartos e três banheiros diversificadamente, além de áreas de serviço, cozinha e terraços com vista para o mar. Estão localizadas na ladeira norte com vista para a baía de Punta Hermosa com os terraços voltados para o horizonte. Em contraposição ao tecido leve criado pelos terraços, o volume da edificação apresenta uma inclinação, complemento do ângulo de repouso do relevo onde estão assentadas as casas, lembrando a arquitetura feita em barro, um resgate tradicional, construção da costa peruana. As cores utilizadas são à base de terra, ressaltando as cores e também o azul contrastando com o nosso céu cinza. Os telhados são de cana e os terraços de tronco de eucalipto. A estrutura de concreto é leve e esbelta preenchida com tijolos maciços. Assim, buscamos uma identidade arquitetônica própria, sem esquecer a contemporaneidade do simples resultado final.
306
.,
\
.
\(
VALTER LUIS CALDANA JR. Fac. de Arqu.
e Urb.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP-1985
~------~ ...:~--,•
,,.. ..
,
'
..
-
l
1
- - --/-·-; !
!
--r· !
A arquitetura fascina pelo desafio que representa, buscar o belo, ainda que em meio à miséria, traduzir em objeto o sonho, coletivo ou individual, é o prazer maior. O exercício da criatividade associada à técnica, a busca da forma na função, a invenção e a reinvenção de programas são o objetivo constante. Nossos projetos procuram incorporar esta visão de Arquitetura. Tratados um a um como o desafio daquele momento, são, na verdade, parte de um todo que pretendemos coerente. Um processo de reflexão constante sobre o ato de projetar, sobre o contexto cultural e econômico da produção e a funcionalidade do objeto. Sem temer a racionalidade ou o funcionalismo, procuramos, em nossos projetos, exercitar a liberdade, característica essencial da Arquitetura. Não apenas a liberdade da forma, nosso direito inalienável, mas a liberdade de propor, nos espaços projetados, novas possibilidades de relacionamentos do Homem e seu espaço. Ambiciosamente, enfim, tratamos nossos pequenos desafios, nossos projetos, como o momento em que podemos expressar nossas inquietações mais íntimas quanto ao futuro que construímos. E na associação criação/ invenção/ concretização que, em nossa prática projetual, reservarmos ao detalhamento dos projetos, excessivo às vezes, grande importância. Para nós, detalhar, antes de ser uma necessidade normativa, significa a possibilidade de exercitar, ainda mais, a invenção, criando para aquela obra, naquele canteiro, naquele momento, as condições para a concretização e a viabilização de todo o processo criativo.
307
VECCI, PECL V E MENEZES lsabela FAMIH
- Belo
Horizonte Maria
Fac. de Arq. Universidade
Federal
Vecci - 1988
Lucia Pecly
e Urb.
- FAU
do Rio de Janeiro UFRJ - 1987
Paulo Dimas Esc. de Arq.
e Urb.
de Minas Esc. de Arq.
e Urb.
de Minas
Parque
Urbano
no Bairro Santo Antônio
Menezes
- Universidade Gerais
Federal
- UFMG
- 1983
Benedito
F. Moura
- Universidade
Federal
Gerais
- UFMG
- 1989
- Belo Horizonte
lntervensão em um vazio urbano de um bairro classe média, super adensado, na zona sul de Belo Horizonte. O terreno, de propriedade da Universidade Federal de Minas Gerais, seria comprado pelo poder público municipal para a implantação de um parque. A proposta prevê o aproveitamento dos dois edifícios principais. A antiga sede da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, um prédio da década de 50 com 13.000 m2 distribuídos em 9 pavimentos, abrigaria um centro de produção e consumo de cultura, com participação do poder público e da iniciativa privada. O segundo prédio, um liceu da década de 20, seria a sede do recém criado Arquivo Público Municipal. Todas as edifícações restantespequenos galpões e anexos- seriam demolidos, com o tratamento paisagístico das áreas I iberadas. O projeto do parque cria 6 praças na área, com o aproveitamento máximo da vegetação existente. As intervenções no edifício principal resgata a imagem do volume original - 7 pavimentos sobre pilotis, redesenhando os pavimentos acrescidos com o aproveitamento da estrutura. Atuando em Belo Horizonte a partir de f990 a Vecci, Pecly e Menezes vem trabalhando nas áreas de arquitetura comercial e residencial, com especial destaque para os projetos ligados à cultura e arquitetura de interiores.
308
VERA PIRES Univprsid.1dP
Ft>dPr,11 OP Pt>rnambuco
- UFPE - 1971
GILSON GONÇALVES Univt•rsid,1dp
h•dpr,11 dP PPrn,1mbuco
- UFPE - 1970
ORIENTAL PRAIA HOTEL COSTA DO SOL, JOÃO PESSOA, PARAÍBA
O principio básico desta proposta arquitetônica é evidenciar a relação com a natureza. A relação homem/natureza é uma das preocupações centrais do mundo contemporâneo que tem sido fortemente incorporada às novas idéias do turismo internacional. Assim, procurou-se a interação entre o conjunto do hotel e os elementos terra, água e mata. Criou-se blocos agrupados em torno de cinco jardins temáticos que se interligam a um jardim maior (parque aquático). Um riacho de água corrente é o elemento que une os jardins criando uma paisagem com pontes, caminhos, pedras, cascatas e plantas. Materiais naturais são empregados nas edificações que em conjunto com os jardins, o riacho corrente, o parque aquático, a mata, enfim toda essa ambiência - proporcionarãos um clima de contemplação, repouso e forte recuperação energética. A proposta define-se como uma exploração de alternativas, atendendo a diversas possibilidades, que poderão ser enriquecidas em etapas posteriores de estudo.
309
VICTOR FULICEA Bucharest
Architecture
Bucharest
Architecture
lnstitute
- 1960
VICTOR ILIESIU
Centro
Social e de Ensino Católico
São José - Bucareste,
lnstitute
- 1984
Romênia
No centro de Bucareste, com perspectivas interessantes em direção à Catedral de São José. O terreno faz parte de uma rede urbana histórica e de um período, exingindo um complemento harmonioso. A proposta, entregue às autoridades atuais da catedral, está desenhada com o objetivo de se ajustar aos arredores e o novo está estabelecida atráves da silhueta da torre, da integridade das elevações que permite a iluminação da fachada norte, e do uso de cores e materiais locais, adequados a esta simbiose das tradições orientais e latinas. atividades públ icas/400 pessoas; ensi no/200 pessoas; recreação/1 00 pessoas; acomodação/30 pesso2 as; comércio/100 pessoas; área total de piso:3.750 m •
310
VITOR A. LOTUFO Fac. de Arqu.
e Urb.
- FAU
- Mackt>nzie
- SP -
1 Y67
Acredito na produção coletiva da arquitetura: o arquiteto liderando uma serie de pessoas que vão imprimindo cada uma sua marca pessoal e descobrindo caminhos para sua execução. A medida que se encontrem pessoas dispostas a pensar, a propor, a se expor, a resolver problemas, teremos uma equipe mais eficiente que uma formada por melhores profissionais dispostos a trabalhar somente como máquinas. A representação normalmente usada: planta, corte, vista, perspectiva, é pobre em comunicação por: ser pretensamente exata.'Não é simbólica. Minha comunicação com a obra é feita através de croquis, fotos, descrições, maquetes etc. A linha reta é uma das possibilidades e só deve ser usada quando necessário. As curvas, ao contrário, são mais expressivas, ativam a imaginação. A tecnologia, importante e interessante, ficou neste século na mão de especialistas que não se interessaram em simplificá-la e democratizá-la. Então, os arquitetos procuraram se afastar dela e com isso empobreceram suas obras, pregaram liberdade e não a conquistaram. Procuro desvendar essa tecnologia sem perder a visão horizontal lateral, buscando uma arquitetura mais simples, mais barroca, mais democrárica.
311
VITTORIO CORINALDI
Centro
Esportivo
Kibutz Hagoshrim,
Alta GalilĂŠia
WALTER MAFFEI Fac. de Arqu. Mackenzie
e Urb.
- FAU
- SP - 1965
JOSÉ OSWALDO MIRANDA Fac. de Arqu.
e Urh.
Universidade
de São Paulo
- FAU
USP - 1982
O edifício da ETT/ETD Miguel Reale foi projetado para abrigar o sistema transformador mais avançado tipo blindado, super compacto, denominado SF6, 345/88 KV, com três bancos de 240/320/400 MVA e uma ETD 345-20 KV, com três transformadores trifásicos de 90/135 MVA. É uma obra integrada no plano renovador do sistema de distribuição da Eletropaulo. A obra com 9675 m2 de área construída foi implantada em terreno com 18168 m2. Partido arquitetônico: Adotou-se um partido linear com 1 00m de comprimento por 35m de largura, com dois vãos de 17,5m formando duas naves, sendo uma para abrigo das blindadas de SF6-345 KV, com pé direito de 16,5m, e a outra para abrigo das blindadas de 20 KV, com pé direito de 6,5m e mais dois andares de salas técnicas e administração. Com o objetivo de dar um ritmo no volume externo e caracterizar a edificação, correlacionando o uso interno com a imagem externa, criou-se painéis verticais de alvenaria, com modulação variável e alturas diferenciadas, revestidos com argamassa de quartzo vermelho escuro. A cobertura foi concebida em vigas pré-moldadas tipo W apoiadas em vigas-calha, com coberturas no sentido longitudinal cobertas por dômus de fiberglass para iluminação zenital. KV-1 35 MVA foram dispostos ao lado da fachada leste, e as paredes Os transformadores de 345-20-20 de proteção acústica com forma triangular sobrepassam a via interna e encostam nos painéis verticais formando um conjunto arquitetônico integrado.
313
WILLIAM RAMOS ABDALLA Esc. de Arqu. de Minas
Por uma metodologia
- Universidade Gerais
- UFMG
Federal - 1963
...
Que conceitua as partes do sistema vivo na forma "trina" (polaridade/metamorfose/ritmo), sua dinâmica, na forma binária (metamorfose/ritmo) e sua essência na forma "unitária" (ritmo); Que caracteriza o sistema vivo na coordenação das partes com o todo e vice-versa, apesar das funções específicas e diferenciadas das mesmas= ação sinergética; Que filosoficamente situa-se no contexto do "monismo do pensar", onde o pensamento/idéia é primordial, vindo portanto antes das coisas, indissociável das mesmas ... "no princípio era o verbo e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele e nada do que foi feito, foi feito sem Ele. Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, mas as trevas não a compreenderam" ... Discordamos das filosofias dualistas, pois elas não respondem - O que é vida? Também da monista materialista, monista espiritualista e monista celular, cujas respostas à mesma pergunta são unilaterais. Nossa filosofia arquitetônica-metodológica, apóia:..se na seguinte matéria de trabalho: idéia, percepção e objeto arquitetônico acabado. O gráfico em anexo mostra as possíveis interações dessa matéria de modo abrangente.
314
ZIMBRES E REIS ·ARQUITETOS ASSOCIADOS Paulo Zimbres Fac. de Arqu.
e Urb.
- F-AU
Universidade
de São Paulo
USP - 1960
Luiz Antonio Universidade UNB - 1985
Reis de Brasília
Este escritório técnico, sediado em Brasília, é orientado por seus titulares arquitetos, Paulo Zimbres, formado pela FAU/USP em 1960, e Luís Antônio Reis, formado pela UNB em 1985. Reunindo uma equipe de cerca de 20 profissionais, e associando-se a outros escritórios especializados, atua nos campos da Arquitetura, Urbanismo, Planejamento Urbano, Paisagismo e Controle Ambiental. Graças ao variado acervo técnico de seus titulares e de sua equipe técnica, a organização tem conseguido imprimir um tratamento abrangente aos projetos que têm realizado, abordando-os segundo os projetos dos diversos especialistas indicados a cada caso. Assim é que no Projeto Águas Claras, aqui apresentado, foram criados os elementos de informação à tramitação das propostas no âmbito da Administração do Distrito Federal e junto à necessários Comunidade. Foram instrumentadas cerca de 40 reuniões, das quais participaram população, políticos e técnicos, em diversas instâncias de aprovação do Plano Urbanístico, incluindo as Audiências Públicas para análise dos Estudos de Impacto Ambiental e sua apreciação pela Assembléia Legislativa do Distrito Federal. Bairro para cerca de 160.000 habitantes, elo da continuidade urbana entre as duas principais aglomerações do Distrito Federal, Águas Claras é estruturado ao redor das estações do metrô, procurando aliar a à escala residencial das quadras e bucólica dos grandes parques que magia de um centro metropolitano aproveitam os recursos naturais do sítio.
315
"
NUCLEO
"
TERRITORIO
E CIDADE
CITYCHANGESE DOCKLANDS-LONDRES
Esta exposição documenta um fenômeno urbano único no final do século vinte. No espaço de poucos anos, Londres atravessou dois processos aparentemente contraditórios: a intensa modernização de um de seus bairros mais antigos e tradicionais - a City of London - e a criação de uma paisagem urbana completamente nova na inútil área industrial ao longo do rio Tâmisa - as Docklands de Londres. No final do século vinte, as Docklands de Londres - tradicional porto mercantil ao longo das margens do Tâmisa, que constituía a espinha dorsal do Império Britânico no século 19 - sofreram mudanças dramáticas. Seguindo-se à introdução do processo de armazenagem em containers e à criação de um porto mais moderno na costa de Tilbury, a principal razão da existência das docas no Tâmisa desapareceu. As docas ficaram silenciosas, transformando-se em símbolos de uma era esquecida. Em 1981, o governo britânico deu o primeiro passo para a regeneração da área, através da formação da London Docklands Development Corporation, a LLDC, cuja principal tarefa era a de atrair e facilitar os investimentos do setor privado. No período de dez anos, foram construídos mais de 25 milhões de metros quadrados em edifícios comerciais e industriais, todos centralizados na área de Canary Wharf, desenvolvida através da iniciativa privada. A exposição "City Changes 11 documenta estas excepcionais transformações em Londres apresentando um programa conciso do seu desenvolvimento urbano. Maquetes em larga escala e fotografia urbana da área central de Londres. Vinte edifícios pertencentes à área de Square Mile - já construídos ou não - com projetos dos mais importantes arquitetos britânicos, estão sendo exibidos com grande detalhe fornecendo ao público um panorama preciso e detalhado da vibrante arquitetura da Grã-Bretanha nos dias de hoje.
318
EIXO DEFÉNSE NANTERRE - PARIS Paul Chemetov Borja Huidobro
O Futuro de uma Memória Na apresentação desse projeto, vencedor, ao concurso internacional, - projeto intitulado "O Futuro de uma memória" - a equipe Linha Ativa havia proposto "conciliar o simbólico da paisagem e o simbólico da cidade". Essas três palavras tinham sua importância: Nanterre é uma cidade, Nanterre tem uma história, os habitantes de Nanterre foram os primeiros a ser considerados no projeto. Não é possível imaginar o Grande Arco sem levar em consideração as recomposições que a sua inserção na cidade obriga, sem admitir que ele é parte integrante dessa cidade. Mas do Arco ao Sena e do Arco, é uma vasta paisagem que se descobre: sem negar nada da diversidade que forma Nanterre (estações, cemitérios, auto-estradas, universidades, ruelas, espaços verdes, fábricas, grandes conjuntos, campos, margens do Sena) - diversidade que pode desviar o olhar, mas que, a partir do Arco, há a tentativa de apreendê-la. Trata-se hoje de torná-la mais legível, mais visível, do interior e do exterior de Nanterre, a grande brecha da Acrópole do Grande Arco. Às margens do Sena que deve captar o olhar, atrair e reter os visitantes vindos de outros lugares e orientar os movimentos transversais que fazem a respiração e a vida da cidade, diariamente. O cacife é aqui simbólico no sentido estrito do termo. O símbolo é ligação. Os monumentos ou os lugares só têm possibilidades de se tornarem simbólicos (isto é percebidos como tais pelos que os frequentam ou os contemplam) se suscitarem e ilustrarem ao mesmo tempo a passagem do passado ao presente, a complementaridade das atividades e identificações coletivas e a penetração recíproca da Cidade e da natureza que caracteriza os grandes sítios urbanos modernos.
319
A REABILITAÇÃO URBANA DOS NÚCLEOS HISTÓRICOS DE LISBOA
A Reabilitação Urbana dos Núcleos Históricos de Lisboa é um conceito novo na nossa prática de fazer cidade. Estruturado e tornado realidade pela Câmara Municipal de Lisboa desde Janeiro de 1990, este conceito constitui hoje uma Área Estratégica de atividade e de intervenção do Município. É suportado por um conceito integrado pluridisciplinar, envolvendo o tratamento articulado e simultâneo dos diferentes problemas das populações, nas variadas vertentes concretas existentes no terreno. É um processo integralmente voltado para as necessidades reais das populações, desenvolvido em estreito e permanente diálogo com os cidadãos que são os seus destinatários. Não se trata, apenas, de reabilitar fisicamente o parque habitacional degradado, o patrimônio edificado, queremos reabilitar e requalificar o tecido urbano e também o tecido social, cultural, econômico e os espaços públicos, de modo a garantir uma requalificação global das zonas históricas, favorecendo a fixação das populações que hoje aí residem e de novas que queiram aí fixar-se, permitindo-lhe o desenvolvimento da sua vida e atividades quotidianas em condições de dignidade que hoje manifestadamente não possuem. A consolidação desta Área Estratégica do Município representa o estabelecimento de um compromisso sério e empenhado entre a reconstrução da Cidade Antiga, salvaguardando um patrimônio cultural e social imprescindível ao equilíbrio da vida da Cidade, e à construção da Cidade Nova. Este é o caminho capaz de conduzir à cidade Moderna, Capital Atlântica da Europa, que todos desejamos seja a Lisboa dos nossos fi I hos. A Reabilitação Urbana dos Núcleos Históricos de Lisboa significa o renascimento da Cidade, baseado num novo conceito de ambiente urbano onde o tecido urbano se apresente equilibrado, sem rupturas nem exclusões dramáticas. Estamos a construir uma cidade moderna onde seja bom viver, garantindo aos cidadãos condições de vida dignas e adaptadas ao final do século XX. Rui Godinho Vice-Presidente da Camara Municipal de Lisboa
320
PROJETOS URBANOS Joaquim Guedes
Nosso escritório part1c1pou ativamente, a partir da década de 1950, com o concurso para o Plano Piloto de Brasília (1956), do grande esforço nacional para pensar o processo e o projeto de urbanização brasileira, enquanto ocorria a transformação da sociedade rural em urbana, num momento muito especial da história mundial, das relações internacionais e da revolução tecnológica e informática. Produzimos projetos ou "planos urbanísticos básicos", como muitas vezes chamávarnos, procurando evitar a designação corrente de "planejamento"ou "plano diretor". Fizemos cedo algumas afirmações corajosas: quando o concurso de Brasília impunha aos concorrentes o fazer plano para uma cidade limitada a 500.000 habitantes, fomos os únicos, incluindo o júri, a perceber que isso era uma falácia. Correndo grande risco e tensos com a descoberta, afirmávamos que as cidades eram organismos vivos, únicos, particulares, dotados de energia própria e vocação para crescer à sua medida. Brasília, provavelmente, chegaria a 1 .200.000 habitantes por volta de 1990, como importante pólo regional ou, então talvez, sequer vingasse. Propusemos uma estrutura capaz de crescer, que a partir dos 600.000 habitantes, receberia um "sistema de transportes rápidos de massa, tipo metrô". Era um arco em trincheira sobre a cidade vertical e densa, cortando as zonas residenciais lineares norte e sul, unidas ao centro por trecho circular elevado sobre o parque central de 20 Km2 e as zonas administrativas, comerciais, universidade e esporte. Não aceitávamos a solução subterrânea numa cidade nova. Ao longo de 30 anos passamos do idealismo deslumbrado inicial ao que consideramos uma visão mais sólida, produtiva e útil, acreditando que cidade se faz com arquiteturas que se integram e, por isso, devem ser formatadas sobre estruturas urbanas abertas, isonômicas e receptivas. Essa é a "teoria"subjacente a todos os trabalhos. Uma planta urbana nunca é meta. Ela é apenas estrutura básica a serviço de variáveis dependentes e independentes que nos escapam, organismos vivos únicos, a serem acompanhados em cada caso, ajustados com razão, sensibilidade e delicadeza.
321
PROJETO BAÍA DE VITÓRIA Paulo A. Mendes
da Rocha
Entre todos os empreendimentos humanos e diante da situação de consciência ecológica que domina e aproxima a humanidade, como nunca, para um projeto de solidariedade mundial, o desenho da cidade é o que exprime de modo efetivo e também simbólico, como nenhum outro, a capacidade do homem de formalizar e imprimir uma outra configuração à natureza onde representa sua presença desejada no Universo. Desenho capaz de dizer, na diversidade de situações em que se encontram as cidades no mundo, a imagem que o homem tem de si mesmo e sua esperança num "eterno inacabamento da existência". Num momento da história em que as técnicas, as ciências e as artes abrangem uma suficiência de conhecimento contrariada no limite do espanto e do sofrimento, diante da degradação ambiental provocada sob as mais variadas formas e níveis de desenvolvimento, em todas as partes do mundo. A ponto de não fazer sentido a idéia de países ricos e países pobres. Remodelar as cidades, prever o futuro empregando recursos técnicos insubstituíveis aos empreendimentos urbanos e estabelecer políticas adequadas aos investimentos para elevar, continuamente, os padrões de vida das populações, nas cidades, é viver o fato, agora inquestionável, que ao cuidar do seu lugar particular o homem adquire uma dimensão universal, marcando as relações entre cidade e natureza. Natureza humanizada. Revelada de modo humano. Enfrentar os problemas do recinto da Baia de Vitória, da cidade, será uma forma de acordar a população para um momento da história inadiável, dificuldade propícia e oportuna. Uma forma de associar imediatamente a nação capixaba num projeto de interesse universal. Cada cidade hoje é capital do mundo. Lugar de capital importância.
322
VILA SERRA DO NAVIO Oswaldo
A. Bratke
Colaboradores: Domingos
Mazzei
Ernesto Bofill
\-i:-,...,otc. i..c:.,....,.-\~Q. V.3/,
o.!i,,
-,.-,e_.~) ••·•-. /..v.;,_..,,,
~-.-~o ·, ·
Conjunto urbano implantado em meados da década de 50, no estado do Amapá, no interior da selva Amazônica, composto por dois núcleos residenciais, a Vila Serra do Navio, situada junto a uma mineração de manganês e Vila Amazonas, implantada junto ao estuário do rio Amazonas, como o porto para o embarque do minério. Foram concebidas com a finalidade de alojar os empregados da empresa concessionária de mineração ICOMI, para a extração do manganês. Cumpre-se ressaltar, alguns aspectos singulares desta experiência na ocupação do território: no que concerne ao sítio específico, atípico quando se trata de propor soluções urbanísticas e arquitetônicas onde o ambiente é simultaneamente agressivo e frágil; na abrangência dos projetos elaborados, onde a concepção surge necessariamente urbana, aprofundando-se metodicamente até o desenho do mobiliário; e, finalmente, no fato destas comunidades terem surgido nas chamadas "cidades de companhia", onde existe uma orientação centralizada, gerando qual idades específicas no desenrolar das suas atividades durante cerca de 30 anos.
323
PALMAS/GRUPO 4 Luiz Fernando Walfredo
Cruvinel
Antunes
de Oliveira
Tânia Cristina Manoel
Balbino
Teixeira
Martins
de Carvalho
Filho Comes Neto
Jalma Borges Lamounier Juan Carlos
Franchevisch
lbaí'íes
/
'
.1
I /
~_,.-...__~-r---,,IIIC.-1---+---+---+---+-½(l\."I\
..) ,,-..r-· /
<
,~/
/
---
1
..--
(
( l
!
-
_,_
.....
-
........~--.,.... ..,,~ ... ,
NORTE+
Projeto Urbanístico da Cidade de Palmas Capital Tocantins
A cidade de Palmas está situada em uma área escolhida no quadrilátero de urbanização situada entre 1 1 1 1 48º 23 L. e 48º 23 O. as latitudes 1 Oº 20 S. e 1 Oº 03 N ., e longitude A localização da Capital foi determinada por um modelo de infraestrutura: flexibilizar o uso do solo, viabilizar o transporte urbano, proteger o pedestre, minimizar o impacto do microclima, valorizar a paisagem da serra e do futuro lago e finalmente, proteger os recursos naturais próprios da região. A organização territorial é o resultado da análise de princípios fisiográficos para conservação e desenvolvimento. As Montanhas do Lajeado e o lago a ser formado pela barragem do rio Tocantins (Projeto da Eletronorte), determinaram a forma linear da cidade no sentido Norte/Sul. O sistema viário primário foi desenvolvido a partir de uma malha viária regular (650m x 750m), cuja finalidade era permitir as urbanizações diferenciadas, com parâmetros de ocupação definidos através de densidades e seus equivalentes equipamentos urbanos, garantindo uma variedade de ocupação através da flexibilidade almejada. O Plano Diretor, formulou diretrizes de ocupação dentro dos seguintes parâmetros: - 11 .000 ha. para assentar uma população de 1 .200.000 pessoas, sendo reservados destes, 4.070 ha para habitação, 2 .640 ha para áreas verdes, 1 .21 O ha para sistema viário e o restante para os serviços complementares da cidade; à cidade, uma ao Norte, outra ao Sul, com 4.869 ha. e - Outras duas áreas de expansão, contiguas 4.625 ha., respectivamente, foram reservadas para assentarem aproximadamente, 700.000 habitantes, totalizando no final, quando urbanizados, uma população de 2.500.000 habitantes.
324
MATUPÁ UM DESENHO NA FLORESTA AMAZÔNICA Cândido
Malta Campos
O
l
'2_
~KM
Filho
(D L.\
/
()J
(Ar/
Como está Matupá hoje? Quando fiz a última visita em 1989, tomei conhecimento de interesses em alterar determindas diretrizes adotadas no Plano Diretor, como a localização do mercado municipal, para impulsionar o desenvolvimento do centro comercial e de serviços, que estava disputando sua primazia à BR-163, com essa finalidade com o comércio e serviços instalados na Avenida industrial, paralela atraídos por ela e pelos bairros-unidades de vizinhança, localizados nessas imediações. Esses e outros interesses, como o de garimpar dentro de áreas preservadas, especulativos e não especulativos, irão sempre existir e se manifestar em uma sociedade democrática. Assim se faz a história de uma cidade. Com as contradições sociais da sociedade que ela abriga em seu espaço. O desenho final dela será o resultado dessa história, para o seu bem e para o seu mal. Quem deve ter as rédeas na mão da sua condução é a própria sociedade como conjunto, e não um grupo iluminado de cidadãos, mesmo que sejam planejadores de profissão. Só a democracia praticada com cada vez maior consciência, poderá produzir uma sociedade mais justa e mais harmoniosa com a natureza de que fazemos parte.
325
BRASÍLIA
O._._r__
9
1I'
Nenhum outro problema nacional foi tão debatido, por tão longo período como a transferência da capital brasileira do litoral para o interior: desde o período colonial, com os inconfidentes de 1 798, até o lançamento do Concurso para o Plano Piloto de Brasília no final de 1956. Por outro lado, Brasília foi uma das maiores cidades já projetadas, com 500.000 habitantes previstos no Plano Pi loto e com implicações que vão longe de seu próprio sítio e sociedade na condição de uma capital nacional. Foi um grande desafio para os urbanistas. A exposição procura assim mostrar a importância de Brasília para a história brasileira e para a história do urbanismo. Seus temas gerais são as propostas premiadas pelo Concurso para o Plano Piloto, conjunto privilegiado de idéias da história da arquitetura brasileira, aspectos da construç.ão da cidade e da rede de cidades que constitui atualmente a Capital Federal.
326
BELO HORIZONTE
Década de 30 - Avenida Afonso Pena vista da Praça Rio Branco. Largo eixo projetado para o centro não obrigatório da cidade, perspectiva que se eleva rumo à Serra do Curral. O perfil atual, verticalizado, apresenta mais os frondosos ficus, brutalmente cortados. O desejo de se estabelecer uma nova sede do governo de Minas Gerais, teve origem na Inconfidência, implantou-se, sob o desígnio da ainda no século XVIII. Cem anos depois com o advento da República, racionalidade e da modernidade, uma cidade geometricamente planificada, no lugar do demolido arraial do Curral dei Rei. A Planta Geral elaborada, em 1894, por uma Comissão Construtora dirigida pelo engenheiro Aarão Reis, apresentou área urbana poligonal delimitada por avenida de contorno. O reticulado ortogonal das através de espaços e edificações ruas - ajustado à malha viária básica. O desenho proposto estruturou-se ordenados numa paisagem hierarquicamente idealizada. Inaugurada em 1897, a cidade foi prevista para abrigar 30.000 habitantes com projeção para 200.000 em treze zonas - urbana, suburbana e rural. no século XXI, distribuídos Durante quase um século, Belo Horizonte retraçou seu destino superando rapidamente os limites físicos projetados, revelando múltiplas contradições e o caráter utópico da cidade ideal republicana, projeto pioneiro de produção urbanística no Brasil. Hoje, a metrópole Belo Horizontina, com pouco mais de dois milhões de habitantes, expande-se caoticamente, perdendo traços antigos, incorporando novos, em contínua mutação.
327
GOIÂNIA
"Foi nossa intenção criar um sistema ideal típico, livre das influências políticas, como só ia acontecer nos grandes centros. Assim previmos, dentro das normas da divisão racional do trabalho, um sistema simples formando uma engrenagem que por si só, se moverá, evitando o "mandonismo", doença peculiar a nós brasileiros". Atílio Correia Lima Goiânia foi projetada inicialmente pelo arquiteto Atílio Correia Lima, na década de 30 com os Setores Central, Norte, Sul, Leste Universitário e Oeste, com bosques e parques. Mais tarde deu-se o cancelamento desse contrato e outro foi firmado com o urbanista Armando de Godói, que incluía em seu esboço a elaboração de um novo traçado para o Setor Sul e extraíndo o Setor Leste Universitário. O novo contrato alterou também o zoneamento de usos intra-urbanos, definiu linhas de contorno urbano dos setores projetados e linhas suburbanas. Fez também redefinições dos bosques e parques projetados por Atílio, ressaltando-os como um anel verde no entorno do núcleo projetado, pois a intenção de Armando de Godói era que os assentamentos futuros ocorressem através de cidades satélites, afastadas convenientemente do núcleo projetado. A cidade foi dividida em quatro setores. A razão dessa divisão se prende a estabelecer as etapas para o desenvolvimento da cidade. A cidade cresceu inicialmente sem adicionar basicamente novos loteamentos ao núcleo planejado. Mais tarde ocorreram ocupações espontâneas de assentamentos humanos, desfigurando em partes as propostas do urbanista criador.
328
RELOCAÇÃO DA CIDADE DEITÁ Eletrosul
Ronildo
Goldmeier,
da Silva, Maria Rego, Cláudio Ruediger,
Nelson
Elizabeth Luiz Cunha,
Fernando
Lia Rosa Camargo Francisco
Luzzi Cardoso, Almir
Cristina
Luiz Fernando
Pedro Ubirajara Anísio
Ramon
Martins,
Reis, Maria
Claramunt,
Saraiva
Pereira
Luz,
dos Santos, Gerson
Silva Jo, Ana Petronilha
Benedet, Miguel
Vilmar
Maia Coelho,
Suely Ferraz
Norton
de Andrade,
Torrens
Ordinas,
Sorato,
Luis Edgard Vieira
Lopes,
Gabriel
José Otávio
Maurício
Veiga
Borguesi
F., Ayrton
Paulo Renato
S.
Saul da Cunha,
Pereira,
Korb, Luciano
Gaiad,
Marchi,
Leila Maria
Wilson
Lopes Vieira,
Portilho
Bueno,
Augusto
de
De Marchi, Soraya Nor.
A Eletrosul procurou abordar o trabalho como um tema integrante da implantação do empreendimento hidrelétrico e não como um sub-problema da geração de energia. A implantação do reservatório da Usina Hidrelétrica ltá traz consigo a desestruturação de uma complexa trama urbana, rural, viária e social sedimentada no tempo em uma região onde os movimentos contrários à construção de barragens tomaram força e gradativamente se cansai idaram, ao longo da última década. A Reorganização do território exige tratamento adequado para permitir uma recomposição que, agregue melhorias na qualidade de vida das populações afetadas. Todo o território está consolidado por uma dinâmica voltada ao rural, a partir do seu loteamento na década de 20 e sua ocupação por colonos, em sua maioria descendentes de alemães e italianos. Os núcleos (pequenas vi las com igreja, venda, salão e escola), sedes distritais e municipais (administração municipal e serviços primários de comércio, educação, saúde e lazer), servem de apoio às atividades sócio-econômicas de uma população relativamente densa, porque vinculada ao modelo de minifúndio. Duas questões básicas na elaboração do projeto da cidade: o respeito à tradição e à cultura da região, que se procurou reinterpretar através de propostas espaciais contemporâneas e a participação da população no processo de relocação. Esta mesma conceituação está orientando o trabalho de Recomposição do Território como um todo. Recompor a rede de núcleos populacionais e de infra-estrutura é uma forma de garantir as condições mínimas de permanência da parcela da população que ficará, assegurando a manutenção de suas atividades econômicas, das suas relações sócio-culturais e de suas peculiaridades de organização e linguagens espaciais reaproveitando elementos construtivos de incontestável valor.
329
OCUPAÇÃO URBANA NO NORTE DO PARANÁ
Durante a década de 30, parte significativa da reg1ao Norte do Paraná foi ocupada e organizada espacial mente a partir de um plano idealizado por uma empresa de origem britânica. Tal plano compreendia o parcelamento da área rural, a implantação de rede de cidades segundo hierarquia pré determinada e a sua interligação através de vias de comunicação onde a ferrovia assumia papel estruturador. Quase exceção como frente pioneira, a leitura da resolução espacial de tais cidades indica a existência de fases e momentos com procedimentos projetuais diversos. do plano com certo rigor técnico, as soluções como o "paté d 1 oré" entre outros Aliada à implantação são utilizadas como linguagem espacial capaz. de realçar a urbanidade dos núcleos projetados. A julgar pelo número de cidades que se efetivaram, o Norte do Paraná constitui importante momento na definição de uma forma urbana pré-Brasília.
330
CONCURSO NACIONAL DE PROPOSTAS PARA A CONCEPÇÃO DO NÚCLEO URBANO DE CAMPINAS - SP
O núcleo urbano de Campinas, objeto de um concurso sem precedentes, não era o que chamamos de "cidade nova", mas sim, praticamente uma nova cidade de 300.000 habitantes com toda a sua infraestrutura, inserida numa malha urbana já existente. A Prefeitura de Campinas, ao lançar o concurso, propunha uma série de inovações em termos de postura de administração urbana - desenvolver uma grande área, de baixo valor, que por circunstâncias não havia se urbanizado como todo o seu entorno; beneficiar-se da consequente valorização da terra, utilizando o "lucro" da operação e valorização da terra, na construção de moradias baratas para a população de renda limitada, fugir da mesmice de intervenções do tipo, encostando no Plano Diretor da cidade conceitos e soluções de desenvolvimento urbano novos; testar novas técnicas para a solução do problema habitacional, não só da cidade, como também, do país. A complexidade desse programa ambicioso trouxe alentos, por um lado, e grandes frustrações, por outro. Cinquenta e nove equipes apresentaram suas propostas e destas, a Comissão Julgadora composta pelos arquitetos Alberto Botti, Candido Malta Campos, Fábio Penteado, Tito Lívio Frascino e o engenheiro Alex Abiko, que trabalharam durante 3 meses, praticamente todos os dias numa exaustiva análise dos projetos, selecionou duas equipes (Marcelo Roberto e Antoniazzi) para, em consórcio, desenvolverem o projeto como um todo e mais catorze outros que apresentaram soluções para problemas específicos ou complementares e que deveriam ser aproveitadas ou testadas, no desenvolvimento do conjunto. Esse resultado foi alentador como demonstração da vitalidade e vigor criativo dos arquitetos brasileiros contemporâneos, há anos remoendo o estigma de herdeiros pouco dotados da geração gloriosa do "Brasil Builds", ufanista e xenófoba. Salvo as raras e sempre esperadas exceções, não "voaram" os arquitetos propondo cidades de fantasia, alicerçadas em tecnologias a serem desenvolvidas, para nela morarem homens perfeitos que não existem, ou mesmo, cidades de primeiro mundo deslocadas de nossa realidade periférica, glamurosas e fotogênicas, boas apenas para serem publicadas e aplaudidas. Pelo contrário, através das propostas técnicas consistentes, sempre permeou o lirismo da nossa vida quotidiana simples e dura, a preocupação em criar condições para que se desenvolvesse o convívio comunitário, fundamental para sobrevivência de uma sociedade de poucos recursos e quase nenhuma assistência, sem abrir mão dos conhecimentos dos resultados positivos e negativos, das experiências já realizadas nesse campo do urbanismo.
Arquiteto Equipes
selecionadas
José Carlos Ribeiro de Almeida
para a segunda
- Consultor
do Concurso
julho de 1993
fase do concurso:
Nelson Saraiva da Silva Shigueo Torogoi Maurício Roberto (premiado) Hector Ernesto Viglieca Gani Fernando Ferreira da Cunha Marcelo Antoniazzi (premiado)
331
ARQUITETURA & HABITAÇÃO SOCIAL EM SÃO PAULO
"Arquitetura e Habitação Social"apresenta a produção de arquitetura e urbanismo realizada pela Equipe da Superintendência de Habitação Popular, sob coordenação de Nabil Bonduki, na implementação do Programa de Habitação de Interesse Social da Prefeitura de São Paulo, no período de 1989 a 1992. Trata-se de uma produção coletiva, que envolveu arquitetos e outros profissionais funcionários públicos ou contratados, exercendo diferentes papéis na formulação e implementação deste programa. Foram desenvolvidos cerca de 250 projetos, enfrentando os imensos problemas habitacionais da maior região metropolitana do terceiro mundo, resultando em empreendimentos de diferentes características: conjuntos habitacionais produzidos por empreiteiras ou por auto-gestão e mutirão, urbanização de favelas, reciclagem e recuperação de cortiços etc. Para viabi I izar a mostra, foram selecionados projetos representativos desta produção, sobretudo no que se refere ao correto enfrentamento da questão urbana e à qualidade da solução de arquitetura. Dentre os pressupostos que orientou a produção destes empreendimentos, ocupou lugar importante a preocupação com o projeto e a participação das comunidades envolvidas em todas as fases da produção. Objetiva-se, assim, mostrar que quando existe vontade política da administração pública, participação à popular e abertura para incorporar a contribuição dos profissionais, entidades e empresas vinculadas questão da habitação, o problema da moradia pode ser enfrentado de modo criativo, associando qualidade, quantidade, baixo custo e dignidade. A mostra é composta de 12 painéis e 1 O maquetes.
332
CECAP - CAIXA ESTADUAL DE CASAS PARA O POVO CONJUNTO ZEZINHO MAGALHÃES
E'/-fO'.:>Í(M:J (Ht\P .IMJ.\61'.M·
FAf'}\
O
U,TÁlDW
..
Ano do Projeto 1 967 Vilanova Artigas, Fábio Penteado, Paulo Mendes Visconti, Geraldo Vespaziano Puntoni, Ruy Gama
da Rocha,
Arnaldo
Martino,
Renato
Nunes,
Gisleda
Índices do Projeto Original: População 55.000 Habitantes, Renda Média 4-5 Salários Minímos Densidade - 308 Hab/Ha Área do terreno 1 80 Ha Próximo a via Outra e Aeroporto de Guarulhos, 8 freguesias, 176 blocos, 10.560 unidades, área da unidade 64 m2, área da freguesia - 1 5,33 Ha, área pavimentada - 38%, área das praças - 1 2%, área verde 1 00m, 6 Centros Educacionais. Um Centro Integrado de Ensino Técnico, 11 - 50%, Jardim de Infância Blocos de Comércio Cotidiano, 2 Blocos de Comércio Central, 1 Entreposto de Abastecimento, Hospital, Centro de Saúde, Estádio, Clube, Igreja. Início da Obra 1970 Apesar de não sido ter inteiramente construído - apenas 78 blocos dos 176 previstos foram concluídos - o Conjunto Zezinho Magalhães Prado é um modelo notável pelas propostas de caráter urbanístico, técnico, histórico, social e artístico acrisoladas no projeto. Raro momento de interação entre arquitetos, Estado e meio de produção, o Conjunto está exposto como importante objeto de reflexão e discussão de questões, que não são novas, continuam presentes e fundamentais.
333
300 ANOS DE CURITIBA IPPUC
- Curitiba
Neste ano de 1993, Curitiba é uma cidade modelar em planejamento urbano e serviços. O Plano Diretor, criado em 1965 e implantado a partir de 1971, está em vigor até hoje, com adaptações ao longo do tempo. Curitiba tem posturas ambientalmente corretas, garantindo a cada um de seus 1,5 milhão de habitantes o surpreendente índice de 52 m2 de verde. Do ponto de vista arquitetônico, reúne construções com características diferenciadas, símbolos da aculturação e da visão de futuro, desde as centenárias casas de troncos encaixados dos imigrantes poloneses, os ecléticos sobrados alemães, as igrejas ucranianas, de origem bizantina, e as italianas de torre lateral, separada da nave. Até a Ópera de Arame, o Jardim Botânico Fanchette Rischbieter, com sua estufa que se faz de farol à noite e seus jardins de duplo círculo, os nove parques e seis bosques onde cultura física, lazer e promoções culturais se combinam; a Torre das Mercês, de cujo alto se vê Curitiba em 360 graus; o Largo da Ordem, coração do Setor Histórico, palco da vida diurna e noturna e as misteriosas Ruínas de São Francisco. Curitiba tem o melhor sistema de transporte urbano do país, feito a partir do sistema de vias estruturais, trinário, com canaletas de circulação exclusiva dos veículos coletivos. Em 1991, a rede Integrada de Transporte de Curitiba acoplou a "Linha Direta" com ônibus cinza transportando 11 O passageiros/viagem. Os pontos de embarque e desembarque da Linha são as estações-tubo feitas em aço e com cobertura em vidro metálico. De forma cilíndrica, praticamente surge do chão, ocupando o menor espaço possível e se à paisagem. incorporando harmoniosamente Isso é a Curitiba que acredita na luz do futuro-esperança. Maí Nascimento Mendonça - Editora da PMC
334
PROJETO TIETÊ
A.>oo<l, lkll
Tietê ... Futuro desenhado
-~c.,i.,.,.. I'-"~º '
A nova geografia constituída pelo conjunto das represas e eclusas no rio Tietê, é um espaço - nova natureza - para reflexão sobre instalações humanas, empreendimentos produtivos, aventuras comerciais, industriais, transformações instigantes diante do que sabemos hoje sobre o passado e o que desejamos no futuro. Já se vê que as manifestações sobre os descobrimentos da América não são mais simples comemorações. Quase de forma popular há uma consciência mundial sobre a visão errática do colonialismo. Este período da história, suas ações nos "novos mundos' são nítidos erros históricos aos olhos do homem que somos hoje. O que conhecemos do universo, que por um lado mede o quanto desconheceremos sempre, revela uma outra história para o nosso continente como que insurgente de um tempo de destruição e barbárie que contemplamos com a indignação e espanto. Destruindo as culturas, civilizações e o homem que habitava estes lugares, já estava anunciada carregado de conflitos que os artistas olham para essa também a destruição da natureza. É neste momento região com a expectativa de novos tempos e modos com que tocaremos a natureza nesta procura eterna de uma transformação projetada sobre profundas reflexões quanto à nossa existência. A região abriga um potencial riquíssimo no país, coração do Estado de São Paulo, Sul de Minas de Mato Grosso, Norte do Paraná. A navegação fluvial, que no desenho original destas terras sempre espera um aproveitamento inteligente, consolida os caminhos do interior do continente. No caso da Tietê alimenta a bacia do Paraná com riquezas incontáveis e contraria o estigma de Tordesilhas. Estes novos caminhos para uma civilização desejada são, para os arquitetos, horizonte imaginário esperando as formas, com valor de dificuldades promissoras, solicitações criativas ... futuro desenhado. O que nos espera é marcante condição que haverá de caracterizar a dimensão americana de contribuição ao conhecimento universal: construir os escombros do colonialismo uma hipótese plausível de futuro para nós mesmos. Para a América Latina. Como quem diz: o Tietê, por exemplo.
Paulo Mendes
Rocha
335
PROJETOS RECENTES PARA O VALE DO ANHANGABAÚ
)
E
3 J
l
Dentro deste Núcleo Território e Cidade, da li Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, a mostra Projetos Recentes para o Vale do Anhangabaú procura expor as diversas visões sobre o tema. O vale, inicialmente defesa; depois, quando obstáculo ao crescimento da cidade foi vencido pelos viadutos, Chá e Santa lfigênia. Estes ligaram centro velho ao centro novo, ambos implantados em platôs de cota topográfica idêntica. Os viadutos apenas transpunham a depressão cavada pelas águas do córrego Anhangabaú, não se apropriavam do vale senão pela vista privilegiada que dele proporcionavam. No início do século, durante a administração do Barão de Duprat (1911 - 1914), numa importante tentativa de apropriação do vale, foi encomendado ao arquiteto francês Joseph Bouvard um projeto para a construção do parque do Anhangabaú. Este parque resistiu até quando da execução do Plano de Avenidas apresentando por Prestes Maia e Uchôa Cintra em 1930, e que propunha a construção das avenidas de fundo e consagrava o eixo Norte-Sul como uma grande avenida passando pelo Anhangabaú. Recentemente a reflexão sobre esta área que se constitui referência fundamental para a cidade de São Paulo, tem sido um grande tema para a arquitetura. A COGEP encomendou, em 1974, ao arquiteto Vilanova Artigas um estudo específico para o Vale e sete anos mais tarde, em 1981, durante a administração de Reynaldo de Barros, a EMURB convocou o Concurso Nacional de Anteprojetos para a Reurbanização do Vale do Anhangabaú. O projeto vencedor foi de Jorge Wilheim, Rosa Kliass, Jamil Kfouri e equipe. Estes dois projetos compõem parte da mostra Projetos Recentes para o Vale do Anhangabaú, junto com o projeto da arquiteta Lina Bo Bardi e equipe apresentado no mesmo concurso (EMURB - 1981) representam três visões distintas sobre o Vale, três propostas importantes de serem vistas juntas. Atualmente a Associação Viva o Centro, através de sua consultora a arquiteta Regina Meyer, encomendou alguns projetos de renovação dos quais destacamos. E o caso do Projeto para a Praça do Patriarca e o Projeto de Cobertura para o Viaduto do Chá, ambos desenvolvidos pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha e equipe entre 1992 e 1993; e o Projeto de Requalificação da Galeria Prestes Maia, desenvolvido pelo arquiteto Eduardo de Almeida e equipe em 1993. Tem a intenção de trazer o assunto até o momento e mostrar as intervenções que estão, hoje, sendo propostas; ainda que compareçam como obras isoladas, mais específicas, porém não menos significativas.
336
CENTRO DE IDENTIDADE CULTURAL DA CIDADE DE SALVADOR Assis Reis
Convencido de que o futuro da arquitetura brasileira poderia vir a se expressar como um rico mosaico de culturas diferenciadas e locais, intermediadas por cada região que nos integra e reflete sua identidade exatamente nas diferenças geradoras de uma dinâmica/criativa. Com o modelo reduzido da cidade de Salvador, duas mil vezes menor que sua dimensão real, proponho o conhecimento da cidade de modo concreto, através da valorização de sua configuração urbanística ao longo do tempo, intencionando torná-lo instrumento para o auto conhecimento da cidade pela população ou para o despertar desse interesse. Essa conscientização deverá estimular um sentimento comunitário em defesa da recodificação da lesgilação, tendo como suporte as atividades turísticas e de comunicação com a população. As preocupações transferem-se do conhecimento da cidade ao conhecimento de nossas raízes culturais, do processo evolutivo de nossa cidade ao processo evolutivo de nossa cultura, da informação (cifrada) inerente à obra de arquitetura à informação (decodificada) dirigida à população. Somos nação mestiça, tropical e sensual, aberta aos entrelaçamentos culturais. Como tantas outras nações periféricas, intentamos com nossas eternidades - subtratos dos valores próprios da região e do lugar, ambiência natural e construída ao longo dos tempos, versatilidade material, clima, atmosfera solar e ecológica, inseparáveis do conjunto de procedimentos e conhecimentos, transferidos de geração a geração - processar e edificar o pórtico transcedente para a passagem da modernidade. A nossa modernidade latino americana,· intercambiada com as modernidades dos outros povos do planeta Terra.
337
RECUPERAÇÃO DO PELOURINHO
338
O CORREDOR CULTURAL RIO DE JANEIRO PRESERVAÇÃO E REVITALIZAÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO
O Rio de Janeiro, desenvolveu-se a partir dos terrenos ocupados junto ao mar desde a época da Colônia. Durante o Império, a Rua do Ouvidor, o Largo de São Francisco, a Praça Tiradentes e o Campo de Santana concentravam a população e o comércio. Nas primeiras décadas da República, a Avenida Central (Rio Branco) e a Cinelândia eram os locais de maior movimentação e prestígio. O centro comercial e administrativo da cidade formou-se nestas áreas; onde grandes renovações urbanas foram desenhadas sobre o traçado original, e a arquitetura foi sendo reconstruída ou reformada. Becos e travessas passaram a conviver com ruas largas e avenidas; sobrados, palacetes e igrejas dividiram as quadras com edifícios altos e construções modernas; e instituições financeiras de grande porte vieram contrapor-se ao pequeno comércio. Esta área de 1 .300.000 m2 e mais de 3.000 imóveis é desde 1979 protegida pela Prefeitura da Cidade, através do Corredor Cultural, projeto de preservação e revitalização do centro histórico, que ganhou forma de lei em 1984, estabelecendo parâmetros de proteção do patrimônio, onde o valor do conjunto prevalece sobre o conceito de monumento isolado. Sob a responsabilidade do Instituto Municipal de Arte e Cultura/Rioarte e com o acompanhamento do Escritório Técnico do Corredor Cultural, centenas de prédios foram recuperados, utilizando recursos de seus proprietários ou locatários. A isenção de impostos e taxas municipais (o IPTU, por exemplo), passou a ser concedida a partir de 1986 aos imóveis bem recuperados e conservados, incentivando a proteção do patrimônio. Hoje, o Corredor Cultural,mais que um projeto, é um processo dinâmico, no qual a administração pública municipal, empresas do setor privado e comerciantes locais se unem visando o crescimento e a manutenção, cada vez mais viva, da memória da cidade.
339
PRO-CENTRO PROGRAMA DE REQUALIFICAÇÃO URBANA E FUNCIONAL DO CENTRO DE SÃO PAULO
Objetiva o Programa impedir que se instaure no Centro da Cidade um processo de declínio, através da requalificação urbana e funcional dos espaços públicos e privados, conjugando esforços do Poder Público e da iniciativa privada. Levantados os problemas que demandam prioridade de adequação, foi eleita a Praça Patriarca como pólo detonador do programa de requalificação. Propõe o Projeto Patriarca uma ampla recuperação do Complexo Praça do Patriarca - Galeria Prestes Maia, com a retirada dos terminais de ônibus, substituição da cobertura, reforma e reorganização do uso da Galeria Prestes Maia e restauro da Igreja de Santo Antonio. O acesso de veículos e pedestres sofrerá sensível reorganização de modo a viablizar a manutenção das atividades econômicas e administrativas na área central de São Paulo. Incentivos com a Transferência do Potencial Construtivo, desconto no pagamento do IPTU, permissão para exploração de publicidade em tapumes serão estabelecidos, de modo a incentivar a recuperação e preservação de fachadas e edifícios centrais, em especial a dos imóveis tombados ou preservados. À ocupação e à utilização do espaço público do centro de São Paulo será dada maior relevância, de modo a comporem um sistema harmonioso e funcional. A cultura, o lazer e o turismo na região central serão amplamente incentivados através de uma ação decisiva do poder público e da iniciativa privada. A Galeria Prestes Maia será transformada em um espaço cultural permanente. A ampliação do policiamento e a autorização para estacionamento na área central funcionarão como estímulo à frequencia às atividades culturais, de lazer e turismo.
340
RIO PRESERVAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO INTERVENÇÕES URBANÍSTICAS
1993/1997 Secretaria
de Urbanismo
do Rio de Janeiro
Grande metrópole, o Rio, por sua beleza e posição estratégica, permanece, no imaginário internacional - e de fato o é - como porta de entrada de nosso país. Situada entre o mar e a montanha, a cidade dispõe de recursos naturais que lhe emprestam raro vigor paisagístico. A complexidade metropolitana, porém, impõe grandes esforços para a melhoria da distribuição do produto e para a elevação dos padrões de conforto urbano. Busca-se, agora, um fortalecimento das características que fazem do Rio de Janeiro uma cidade ímpar: um novo caminho para o desenvolvimento urbano, valorizando seus espaços e sua rica diversidade de ambiência; apoiando a expansão de suas atividades culturais; estimulando um crescimento econômico que respeite o meio ambiente. Enfim, é o compromisso de lutar por uma melhor qualidade de vida, comparti I hável por todos os cariocas. Nove são os temas/projetos selecionados para expressar essa intenção: 1 . Rio-Cidade 2. Recuperação dos bairros Saúde, Gamboa e Santo Cristo 3. Revitalização de Santa Tereza 4. Parque Ecológico de Marapendi 5. VL T (Veículo Leve Sobre Trilhos) 6. Linha Amarela e Linha Verde 7. Habitação 8. Teleporto 9. Parque Tecnológico
341
POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE DE SÃO SEBASTIÃO (1989-1992) José Magalhães
Júnior
Adotou-se os principais instrumentos de gestão ambiental disponíveis, a constituição de 1988, e a lei orgânica municipal e leis da área. A criação de uma secretaria de urbanismo e meio ambiente estabeleceu um conceito que integrava as intervenções no meio natural e no meio construído. São parâmetros da política: - Promoção de alterações dos efeitos ambientais das práticas econômicas. - Seleção dos instrumentos da gestão ambiental, adequados ao perfil do município, trazendo-os para a estrutura administrativa local, de modo a conferir poder de iniciativa ao município formando cooperativa com os demais poderes. - Participação do conjunto da sociedade na política; resultando no plano diretor, onde se combinam os pontenciais e os limites de nossa natureza, definindo-se concretamente as maneiras não predatórias de transformação do ambiente. Coerentemente com as demais iniciativas da política ambiental, se fazia necessário uma linha de intervenções urbanas que fosse de encontro a necessidade de estabelecer uma identidade visual para São Sebastião, que não poderia fugir do binômio memória preservada - natureza como cenário e determinação. O primeiro passo para um trabalho de revitalização dos bens históricos. Um conjunto de calçadões no centro histórico buscou uniformizar o piso e realçar os conjuntos tombados, além de conquistar espaço para o pedestre. O próximo passo seria criar condições para uma política de restauração dos prédios, o que exigirá novas formas de cooperação estado/particulares. Lançou-se a proposta de reservar a área cidade entre o porto e o terminal, para uma marina, desde que concebida para valorizar o centro histórico, com melhores opções quanto a possíveis impactos ambientais, poderá alavancar uma" eficaz política de revitalização urbana.
342
METRÔ AÉREO Roberto
Metrô
Loeb
Aéreo
Uma rede de vias elevadas sobrepostas à malha urbana da Cidade, interligando estações verticais de uso híbrido, constitui um sistema de transportes sobre trilhos que denominamos "Metrô Aéreo". Porém, mais que um sistema de transporte urbano, o projeto propõe uma "Nova Geografia" sobre a cidade que foi revestindo durante décadas de expansão, a paisagem do sítio original, com uma espessa capa impermeável de asfalto, concreto e tijolos. Os elementos desta "Nova Geografia" artificial e projetada, se articulam na paisagem, através de um conjunto de peças arquitetônicas, como viadutos, pontes metálicas atirantadas, edifícios elevados com estações de passageiros, shoppings, cinemas, restaurantes, escolas, clubes e demais equipamentos típicos da cidade grande do século XX, que é São Paulo. O projeto propõe a retomada da topografia e da paisagem, através de um sistema de acessos e circulação elevada, criando um "divertimento" urbano, com espaços e serviços múltiplos e variados, que permitem fluidez e participação da população no teatro urbano.
343
BARCELONA, CIDADE RENOVADA Oriol
Bohigas
Peter Buchanan Vittorio
Magnago
Lampugnani
A experiência da renovação urbana de Barcelona, iniciada em 1981 com o fim do "franquismo" e a chegada da democracia espanhola, demonstra a possibilidade de recuperação de áreas e cidades degradadas a partir de atuações especiais do poder público, induzindo através de projetos de edifícios e espaços públicos na uma requalificação do espaço urbano. Neste caso, a Prefeitura de Barcelona, com o envolvimento da sociedade e arquitetos, elaborou um plano geral compreendendo intervenções pontuais que regeneram o espaço urbano. Diferente do "grande planejamento", teórico e abstrato, esta estratégia está pautada na reestruturação da cidade a partir de suas próprias características físicas no sentido de organizá-la do ponto de vista do desenho urbano e com a realização de projetos.
344
ESCOLAS
347
ÉCOLE D' ARCHITECTURE DE L'UNIVERSITÉ DE GENEVE
Um farol para Geneve,
Suíça
Os projetos selecionados para a expos1çao na Bienal são o resultado de um concurso organizado dentro da "École d' Arch itecture de I' Un iversité de Geneve", Suíça. O tema deste concurso aberto foi: "Um Farol para Geneve, Suíça". A idéia é de implantar um farol na Cidade de Geneve a fim de acentuar a relação cidade-arquiteturapaisagem-água (lago). O farol funciona tanto como um referencial quanto como um ponto de observação. A escolha do local em Geneve é livre para cada indivíduo ou grupo - o programa fica em aberto. Os estudantes de todos os anos acadêmicos (5 anos ao todo) tiveram do dia 28 de junho até 12 de julho para entregarem as suas propostas. Dos 1 O projetos entregues por 23 estudantes (de todos os anos acadêmicos), 4 projetos (planos e maquetes) foram escolhidos. Um quinto painel enviado para a Bienal inclui todos os outros projetos submetidos (fotografias em preto e branco de planos e maquetes). A mostra é composta por 5 painéis (1 m x 1 m) e 3 maquetes.
348
ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS - USP Equipe:
Isabel da Cruz Romanini Javier Robles Aguilar
Colaboradores: Celina
Kobayashi
Celso Rocha Cléber
E. Soarez
1ntervenção Urbana Praça do Carmo e Praça da Sé A partir do tema, intervenção urbana, levantamos uma discussão sobre os diversos aspectos dessa área dentro de uma questão mais ampla, enfocando como tema social "Os meninos de rua". A intervenção consiste em se recompor, com uma paisagem artificial, estruturada pelo "vazio" em contraposição às características urbano - arquitetônicas da área (adensamento e verticalização) animados pelos equipamentos urbanos que trabalham com o "imaginário" para dar início a uma pesquisa plástica que explora os limites da própria arquitetura. Devido à importância do lugar e as controvérsias que envolvem a discussão do menino de rua, encaminhou-se o trabalho dentro de uma "linha acadêmica" e de caráter simbólico, as questões urbanas e arquitetônicas são repensadas a partir de "novos" parâmetros. O conceito de fragmentação estrutura uma outra maneira de intervir na cidade, não mais a partir do conceito modernista de trabalhar o edifício como intervenção urbana e partir dele suas possíveis relações mas, explodindo-o, fragmentando-o em partes que articulam-se entre si, explorando a flexibilidade e mobilidade dos equipamentos junto outros elementos reconstruindo a paisagem, onde toda intervenção se constitue enquanto idéia de edifício. A relação público/privado é repensada e questionada uma vez que o próprio edifício passa a ser a praça onde não existe mais a qualificação desses ambientes. A praça é pública enquanto uso e apropriação dos transeuntes da área e lugar histórico e é privada enquanto local destinado aos meninos de rua, peculiaridade local e imaginário coletivo. A reflexão e crítica sobre os diversos aspectos sócio-político-culturais e urbanos enriquecem a discussão da relação entre a arte e a arquitetura, uma vez que o objeto arquitetônico é abordado enquanto objeto-plástico-crítico.
349
FACULDAD DE ARQUITECTURA V URBANISMO DE CONCEPCIÓN DEL URUGUA V - ARGENTINA Gradeia Professora
Titular
em Planejamento
Alfonso Professor
Titular
Falivene
Corono
Martinez
em Teoria
e Crítica Alunos:
Julia Elena Cabral Guillermo
Eduardo Carina
Mazzoni
N. Amarillo
Marcelo Ricardo
Bernay Castro
O presente trabalho esta incerto 11d µruposta geral, que incorpora a atividade turística na cidade, como geradora e dinamizadora das relações entre os componentes estruturais da mesma. As principais causas da deteriorização do tecido na área escolhida para a intervenção, estão dadas pelas inundações produzidas pelo córrego "Las Animas", Rio Uruguay. (Bacia do Rio da Prata). As mesmas são produzidas nos períodos estivais (dois ao ano), atingindo uma cota máxima aproximada de 7 m, acima do seu nível normal. É necessário entender a proposta de recuperação da área inundável na cidade, através de uma dupla complexidade de resolução. Por uma parte o resgate e revitalização de um setor degradado e marginalizado. Por outra parte a inserção da mesma área no sistema de características e objetivos diferentes, como é o turismo. O projeto tem como ponto de partida a possibilidade de concretizar uma defesa para as inundações (talude). Tomando os estudos técnicos realizados, é efetuada uma reelaboração conjunta com a proposta. A idéia: Conceber o córrego no sistema linear, que mantém suas características naturais e conecta distintos focos de atração que se incluem na trama urbana. O projeto é iniciado na nascente como centro de atividades culturais e turísticas e finaliza na foz como lago estabilizador das águas pluviais, onde são concentradas as atividades de lazer. Desta forma, a trama existente é adaptada à geografia do leito, mediando uma zona parquizada que fica como transição.
350
e
FACULDADE DE BELAS ARTES DE SÃO PAULO
Q
Autor:
Marcelo
Pliger
Colaboradores:
Osvaldo Andréa
Frassei Jr. Parasmo
Recuperação
de Área Urbana
Degradada
no Centro
de São Paulo
A degradação do centro de São Paulo está na ociosidade de seus espaços. As condições do país não permitem este luxo. O atual desenho das cidades é resultado direto do que sustenta a teoria Jaganata (Juggernaut), de que a espécie humana retém peculiaridades hereditárias que intensificam nosso impacto destrutivo. "Somos tribais e agressivamente territoriais, queremos ter um espaço privado muito além das necessidades mínimas". Nos últimos anos a região central vem sofrendo um processo de pedestrianização que está definindo uma nova leitura visual e funcional da cidade. O projeto interseciona os limites entre cultura popular e erudita, aproximados com a disseminação da 11 • mídia eletrônica e mantém-se nas margens dos conceitos de 11Urbano 11 e 11Arquitetônico Entre a definição prévia da utilização do espaço através da planta funcionalista e a interferência posterior do homem, trabalhamos com formas básicas de invasão (movimento): corredores de circulação direta, lajes de utilização planimétrica e volumes de uso tridimensional. Com estes, usamos processos que organizam um Urbanismo Tridimensional não hipodâmico e portanto menos territorial. O projeto prevê a pintura das empenas cegas dos edifícios existentes na mesma cor dos novos volumes projetados: branco. Estas empenas são iguais tanto em edifícios do século XIX como contemporâneos evidenciando que a face construtiva do Centro não possui uma significação histórica e temporal. A nova à existente, a arquitetura existente amolda-se ao novo conceito. arquitetura amolda-se
351
1
1
'
_JL
FAU - PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA PUC - CAMPINAS - SP
ft.:1 \
'
"· 1
•' -
Orientadores:
.
t
Antônio
'
Luis Fernando
\
Fernandes
Fanizza,
Campanela
Rocha,
Roberto Osvaldo
Leme,
Pessolato Autor:
g
Miguel ,J ~::;;:;~
"\,sh !ÃttfüJ,10
HtW-"''t.:
Geraldo
Santos Júnior 4º ano - 1993
f
•
L_ .... ... ------
,.
--- '. ~l
t
r
'l 11itf 1J':4. ;,, t1,,;it,._
•J.,'Nil
Remanejamento
da área do Mosteiro
) 1
de São Bento - Sorocaba-SP
Área Central de Sorocaba, que abriga o último remanescente construído da cidade. Obras originais do Século XVII. Está situado no eixo que conduzia as antigas tropas de meares às margens do rio Mosteiro.Tornou-se um marco na paisagem e a partir do mesmo, esboçou-se o que seria a primeira malha urbana (concêntrica). Hoje dentro dos padrões de porte médio, a cidade de Sorocaba alterou sua paisagem fazendo com que o Mosteiro perdesse seu caráter escultórico e mesmo de elemento determinador do sítio de fundação. Reciclar os espaços da quadra (entorno do Mosteiro e praça frei Baraúna), tentando enfatizar a escala do Mosteiro e a importância dos espaços configurados pelo conjunto de edifícios. Universo de cidade, a construção de uma torre com atividades capazes de resgatar o local para a população, vem determinar nova escala para o sítio de fundação. Criação de um novo elemento escultórico dentro desta paisagem. No projeto a solução vem ao encontro do transeunte, que deve ter a visão e a noção global da área.
352
INSTITUIÇÃO BENNETT Luís Eduardo
Aguiar
Meirelles
Patrícia
Amaral
Roberto
Lúcio de Menezes
Raul Fernando
Mendes Matos
Alves Coutinho
Vasconcelos
TGl/1992
CENTRO
DE
...... . , .,
REABILITAÇÃO
......
~i.•• .......
.... ~,
...
.
t
-- ·~-~
Ao procurarmos o tema do projeto que para nós é o coroamento de cinco anos de vida acadêmica, buscamos algo que pudesse ser uma contribuição de algum modo para a sociedade, resgatando o papel do Arquiteto, esquecido dentre vaidade e ambição nos dias de hoje. Tivemos sorte, pois acreditamos que com este trabalho trilhamos o caminho correto, e esta certeza foi se consolidando ao longo desses anos de pesquisa em que tivemos contato com diversas pessoas que ajudaram a nos mostrar uma realidade que nos passa desapercebida; o dia-a-dia e a reabilitação das pessoas portadoras de deficiência física. Vivemos em um país que possui uma consciência social muito limitada, nossos direitos e deveres para o conjunto da sociedade e cada pessoa como indivíduo são esquecidos diariamente não só pelos governantes, mas também pela grande maioria de nós. Existe uma grande parcela da população do nosso país que foi relegada a segundo plano e esquecida por todos nós. Com quantos deficientes físicos já nos deparamos no cinema? No teatro? No clube? Na praça? Estas pessoas têm o direito de ir e vir cerceado, pois não conseguem transpor as barreiras arquitetônicas que nós mesmos criamos sem notar. Cria-se um círculo vicioso, pois, se não vemos estas pessoas tendemos a esquecê-las, e assim, nada fazemos para mudar esta realidade. Outro grande problema é a falta de centros de reabi I itação os quais precisam basicamente de espaço adequado e pessoal treinado e que podem, a um custo relativamente baixo, devolver um grande número dessas pessoas à sua vida pessoal e profissional, contribuindo, e muito para a sociedade como um todo. Através de nossas pesquisas e visitas à ABBR (Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação) e principalmente à AFR (Associação Fluminense de Reabilitação) pudemos constatar que a reabilitação de pessoas portadoras de deficiência em nosso país é feita utilizando-se de pouquíssima tecnologia em termos de aparelhagens. Bastam espaços adequados e organizados, pessoal treinado e dedicação para garantir que aproximadamente 10% (dez por cento) de nossa população tenha ou volte a ter uma vida, dentro do possível, normal.
353
-~, ~li •· D00h
Ír· ,,.
.
t•~11,.
41
,(J,.
INSTITUIÇÃO MOURA LACERDA
'·
Orientadores:
Evandro
Cardoso
Roberto
'I
José Antônio
6
dos Santos
Duarte
Ramos Lanchoti
1111•
1
= ---::::---
/
....
1
-
--
1 ,
.,,_
..-=.::..:...:.: ' ==
....
A instituição Moura Lacerda vem desenvolvendo, através da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Ribeirão Preto, sob a orientação dos Professores Evandro Cardoso dos Santos, Roberto Duarte Ramos e José Antônio Lanchoti, na Disciplina de Planejamento Arquitetônico Ili, estudos na área de urbanismo, que têm como objetivo a interferência e recuperação de áreas urbanas degradadas em Ribeirão Preto, a partir de uma problematização e hierarquização dos problemas levantados. A área, em questão, localiza-se na parte central da cidade. Local geográfica e historicamente da maior importância, margeando o Córrego Ribeirão Preto, o qual deu nome à cidade; e berço dos trilhos da Companhia Ferroviária Mogiana, canal de desenvolvimento econômico da capital do café. Onde se localizava a antiga estação Mogiana, temos um conjunto de edificações (comércio, hotéis e habitações) do início do século. Próximo, numa área destinada ao Parque Ecológico Maurílio Biagi, foi construída a Câmara Municipal Uma região com sistema viário de grande de Ribeirão Preto (um edifício que foge à escala do entorno). tráfego, por ter como avenida principal a Jerônimo Gonçalves, e pela proximidade do terminal de ônibus urbano e da rodoviária. Ainda na Av. Jerônimo Gonçalves, temos a presença marcante do Mercado Municipal e da Cia. Cervejaria Antárctica, que é um marco do desenvolvimento industrial da cidade, tendo uma parte localizada na Rua José Bonifácio (paralela ao Córrego Ribeirão Preto). Esta rua possui, atualmente, um comércio amplo e variado, e outrora, com uma arquitetura colonial, teve caráter residencial, pela proximidade da Ferrovia e, posteriormente, pela presença da Indústria.
354
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO FAU - MACKENZIE Orientador:
Candi
Hirano
Autores:
Cristiane Luciana
Couri Tombi
Luis Gustavo lseli Guerra Sandra
V. Marques Brasil
B. de Campos Yoshimoto
R. Gonzales
Parada
Colaborador:
André
Felipe de Paula
PERSPECTIVA
Luz - Renovação
Urbana
1. A Escolha
da Àrea Baseou-se no estudo dos antecedentes históricos da cidade de São Paulo, caracterizando o bairro da Luz como uma região de tradição cultural. 2. Histórico A construção da estação em 1900, valorizou grandemente a reg1ao e perm1t1u um fluxo maior de pedestres que serviam ao comércio local. Esse edifício, juntamente com o Jardim da Luz tornaram-se um dos "cartões postais" da cidade de São Paulo. A área da Luz caracteriza-se como uma extensão do centro tradicional da cidade, constata-se uma relativa importância como parte do centro especializado do Bom Retiro. 3. Memorial Conceituai Retomada dos ícones representativos da tradição dos antigos passeios do Jardim da Luz e seus chafarizes, na intenção de reforçar o sentido cultural da região e se revigorar a Estação da Luz como um "marco histórico da cidade". Partindo destas premissas, propõe-se a criação de 2 eixos principais promovendo uma amplitude visual que ofereça condições para que haja melhor circulação de pedestres, resultando na integração da área. 4. Objetivos Tornar a área plena de atividades coletivas otimizando a infraestrutura urbana existente como metrô, ônibus, energia, telefone, gás, esgoto, edificações encortiçadas e decadentes. Adensamento equilibrado com novas edificações conforme tendências da área com ativa participação dos setores públicos e privados, através de operações urbanas interligadas (Lei Municipal).
355
FAU - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP - 1992 TGl/1992
1 Uuscv 2 J ,f 5
>Cr/Tlrtl,!INIISl,colaP~MícVfo AN,;~10
3'1/vcsMro
-----1---·-f!V;
M:!U\'~
6 F~rc-,,ç8o .r.l;i,,;11
./
Requalificando
lugares da cidade
A "recuperação urbana" tem sido discutida na FAU-USP, em especial no TGI - Trabalho de Graduação Interdisciplinar. Estes dois TGls de 92 versam sobre a "Recuperação e requalificação de áreas degradadas" pela construção de vias de porte: na Radial Leste-Oeste em São Paulo e no aterro da Bahia Norte em Florianópolis. São duas as escalas: a do desenho urbano em si; e a do desenho urbano a partir do edifício. Ambos assumem a cidade sucateada reelaborando-a em novos espaços. Título: Recuperação da linha da Costa e Silva da via beira-mar de Florianópolis Autor: Henrique P. Berndt Orientadores: Fábio Gonçalves e Sílvio Macedo O autor trabalhou em uma área, palco de intensas pressões imobiliárias: Ponta do Coral até os baixios da Ponte Hercílio Luz, recuperando-a e integrando-a à cidade com refinado desenho urbano que induz a um uso intensivo, socializando espaços e evitando sua privatização. Título: Um espaço de experiências teatrais na cidade Autor: Daisy Huang Orientadores: Minoru Naruto e Paulo M. da Rocha Sob um viaduto no Bexiga, o projeto incorpora características ligado às atividades de teatro e lazer. Um casarão e uma vila, reintegra o entorno fragmentado.
356
históricas do bairro criando um espaço servem de apoio ao novo edifício que
UNIÃO DAS ESCOLAS SUPERIORES DO PARÁ - UNESPA Aurélio
Orientador:
Meira
Ana Cláudia
Autores:
Sarmento
Ana Paula Abud Saliba,
Ferreira,
Ana Paula
Almeida
Messias dos Santos, André
Ferreira,
Cláudio
Clodoaldo
Fernando
Oliveira
Edmilson
Luiz
de Melo
Silva,
de Souza Jr.,
Teruhiko
Kuroki,
Guilherme
Henriques
de Azevedo
Fernandes
da Silva Soares, José Ricardo
Valente
Maranhão,
Nogueira,
Luana Coeli
Pimenta
de Melo,
Fonseca
Santos, Marcos
de Souza, Verônica
Paulo Sérgio Araújo Neto,
Manuel
Costa,
Sônia Maria
Santos, Tânia
Maria
da
Abreu
Nilza
de Souza,
de Almeida,
Sandoval
Paiva
Américo
Amaral
Ferreira
José
Vinícius
Max Souza Costa, Campos
!
Ferreira
de Nazaré Cunha
Riceles Martins
da Silva
do
Nascimento
Trabalho de Extensão à Comunidade. Um novo reduto para uma nova cidade Apesar de sua proximidade com o centro da cidade e o prolongamento de seu comércio, o Bairro do Reduto apresenta-se atualmente bastante deteriorado e pouco desenvolvido, porém, não se tem essa visão de fora do bairro: é como se o mesmo estivesse isolado do resto da cidade circundado por uma massa compacta de edificações. O bairro desenvolveu-se, com o passar do tempo, de maneira espontânea, acarretando com isso quarteirões irregulares, ruas estreitas e quase nenhuma arborização. O Reduto está "morrendo", entregue à sua própria sorte. A imagem que o bairro nos passa está mais próxima dos filmes de "Farwest", com suas casas abandonadas, esquecidas em um cenário onde se destacam fachadas outrora belas, agora deterioradas pelo passar dos anos. As ruas que antes estavam sempre movimentadas com a passagem do bonde e com o burburinho dos que ali trafegavam, hoje encontram-se em total isolamento do contexto urbano e perigosamente mal iluminadas. A presente proposta objetiva a renovação e integração de uma área que contribuiu imensamente para o desenvolvimento de Belém. Buscou-se devolver o bairro à comunid-ade, principalmente à que ali reside, prisioneira em seu próprio lar pela falta de segurança característica da área. Foram estabelecidas diretrizes que promoverão sua revitalização, tendo como embasamento as atividades ali desenvolvidas de comércio e serviço, integrando-as ao lazer, moradia e circulação de pedestres e veículos. O programa de intervenção para a área-objeto, equivalente a 50% da área do bairro, cumpre a finalidade de permitir uma maior apropriação da Urbe por seus habitantes e pela comunidade como um todo, dando novamente a oportunidade para que exerçam efetivamente sua cidadania.
357
UNIFRAN - ASSOCIAÇÃO CULTURAL E EDUCACIONAL DE FRANCA - SP Cláudio Patrícia
8. Ferreira H. Medeiros
Luciana
Revitalização
Neves
do Bairro da Estação
A área de estudo escolhida é um bairro da cidade de Franca-SP, com características históricas marcantes e notório estado de degradação. Foi desenvolvido na disciplina de Urbanismo li (em 1991) pelos alunos do atual 4º ano letivo do curso de Arquitetura e Urbanismo da União das Faculdades Francanas - Unifran. A proposta foi desenvolvida pelos doze alunos da disciplina e recebeu a colaboração de outros colegas para a sua preparação conforme os moldes estipulados pela Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. O trabalho se resume em fazer o levantamento histórico da área, o conhecimento de sua condição atual como bairro, a inter-relação com os demais bairros da cidade, sua problematização e a hierarquia destes problemas e, com propostas a curto, médio e longo prazo. "Como se vive no presente e ele é cada vez mais absorvente, é difíci I entender que o espaço urbano não é só o que está sendo. Cada lugar em uma cidade está carregado do que ai i aconteceu antes; é símbolo do seu próprio passado. Mas é também um molde do que poderá acontecer daí para a frente". (Carlos Nelson F. dos Santos). O homem precisa pensar a requalificação do espaço dando um valor simbólico ao mesmo, sem se prender aos interesses progressistas e reorganizá-lo resgatando referências históricas "como instrumento transformador do conhecimento e informador do futuro".
358
UNIVERSIDADE BRAZ CUBAS MOGI DAS CRUZES - SP Denise
Rodrigues
Porto
TGI - 1992
I
/ / /
,,
I
/
/
/
T.G.I. "Santos - Do caos ao cais do porto" Um projeto, voltado ao turismo, é a base da proposta que visa a criação de uma fonte alternativa de recursos econômicos para os municípios compreendidos na faixa litorânea da Baixada Santista. Trata-se da integração entre Santos e Vicente de Carvalho, através de um túnel, criando um eixo de ligação entre as rodovias Piaçaguera - Guarujá e Anchieta, passando pelos respectivos perímetros urbanos. Associada à proposta da Prefeitura de revitalização e conservação histórica da praça do mercado e da estação de catraias, há a intenção de se produzir em, Vicente de Carvalho, uma estrutura semelhante embasada nos canais navegáveis do arquiteto Saturnino de Brito, a qual servirá como ponto de encontro aos habitantes do bairro. Redesenha-se a praça Nossa Senhora de Fátima, na entrada do Porto, afim de proporcionar a integração entre a zona portuária e a cidade. Será formada pela estação de trens turísticos urbanos no armazém VIIA terminal de passageiros, no antigo armazém Frigorífico (1 .918 a 1.988), e um edifício de escritórios voltados ao comércio e ao transporte de carga, que abrigará uma estação de barcas, um heliporto, um auditório para conferências e um centro de exposições. Na margem esquerda, é definido um projeto semelhante de escritórios, cuja função é turística.Deste sairá um pier que formará o porto turístico, sugerindo uma diretriz para Vicente de Carvalho, dando continuidade ao projeto "Nova Santos" de Prestes Maia. Ampliar as perspectivas turísticas na região, não diminuirá a importância do porto de cargas que, ao contrário, tornar-se-á mais eficiente na área atual, através de melhorias em instalações e equipamentos.
359
UNIVERSIDAD RICARDO PALMA FACULDAD DE ARQUITECTURA V URBANISMO Oscar Javier Cruz Dàvalos
Este trabalho acadêmico pretende recuperar o espaço urbano-monumental e histórico da praça do Bairro do Cercado em cima e por sua vez intervir fisicamente em seus arredores buscando assim propor soluções ao problema de moradia e atividades complementares à mesma. O enfoque do tema foi a conciliação do espaço urbano com as edificações de época, das quais se resgataram elementos tradicionais recriando-os no interior e exterior de cada conjunto, dando-lhes vigência na arquitetura atual. Pretende-se assim integrar o conjunto espacial, formal e volumetricamente aos edifícios existentes, dando prioridade ao desenho e densificando a área, obtendo-se dessa maneira habitações econômicas e com a menor área construída possível. Optou-se por este bairro para realizar o projeto por duas razões: 1- devido ao seu valor histórico-monumental (foi o primeiro povoado do vice-reinado, nos tempos do vice-rei Toledo - 1 570); 2- pelo alto grau de deteriorização e abandono da área, cujas conseqüências comprometiam sua conservação
360
UNIVERSIDADE.DE BRASÍLIA - UNB INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Gabriela
Araújo Menezes
de Souza
TGI - 1993
Setor de Diversões
Sul "CONIC"
- Recuperação
e integração
com o centro
urbano
de Brasília
Alguns anos após a inauguração de Brasília, muitos ainda a entendiam como sendo, em trocadilho, uma ilha cercada de Brasil por todos os lados. Hoje em dia há muitos "Brasis" cercados de Brasília por todos os lados. O "CONIC" é um deles. O "CONIC" é um retrato do Brasil: desorganizado, miscigenado, contraditório, desigual. Ninguém entende bem como ele funciona nem como acabou ficando do jeito que está. Mas ele está, é real. E apesar de todas as suas desvantagens, é necessário admiti-lo como sendo um I ivre, gerador de arte e cultura. Produtor de reflexões políticas, econômicas e sociais. território Segundo o consenso geral, o "CONIC" não deu certo. Ele é feio, sujo, perigoso. Praticamente todos têm consciência disso, o que, de maneira alguma, impede que muitos gostem dele. Talvez seja melhor deixálo exatamente como está, deteriorando-se a cada dia pela ausência de manutenção e por seqüelas da sua estruturação espacial mal projetada e mal executada. Talvez seja melhor implodi-lo, e construir algo novo em sua área preciosíssima no coração da cidade. Mas isso seria abandonar um dos locais de maior potencial do Plano Piloto no que diz respeito ao convívio social democrático. No Setor de Diversões Sul tem-se a rara oportunidade, na Capital Federal, de olhar a cara da realidade brasileira, e de questioná-la. Não seria sensato desperdiçar um espaço desses ...
361
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA UFBA
A feira. A sujeira. As ruminhas. Os potes de barro cozido. O short de lycra verde cana. O fragmentário evidencia-se nos tempos que se filtram nos cantos. O sub-imundo destilado brinda à ética e à epistemologia da degradação. Madame Clecy morreu - feia e gorda. A cidade despreza a feira e não vive sem ela. Verdades e mentiras de uma realidade mais além. O informal vendido, a necessidade comprada, cheiros e estéticas evocando a memória de um passado recente. A Grande Feira. Gente faz, gente marca, gente propõe. E se acumulam gritos, e se fervilham idéias, e vão se juntando eles num ponto onde a verdade lúdica castiga a nudez e a destruição torna-se a única condição para a vida. BOOM. Na explosão o centro se desloca gerando um novo campo de forças. Surge a estação, nosso tempo sub-polis-hilariante designed em tecnologia de ponta. Um trem pára esse flutuar constante. Um relógio retém o que já é um outrora abrupto. O discurso sinestésico da feira ganha contornos marcantes. O muro em macro estilhaços. O contato do vale com a alta cidade. Gente que desce, gente que religa os planos, a mão de Exú. O mercado cantando a melodia das sereias enfuna as velas do recôncavo numa atração tão irresistível quanto o mar quebrando na praia. Aí o ancoradouro de rotinas imemoriais e formas fetichistas. E o estrondo, no rastro de sua própria insanidade, ganha o mar na city water, expressão da transcendência do espaço-tempo São Joaquim, reduto inusitado do super consciente Braudélico. Senão a cabeça que nos sonha, os próprios R.E.M. hilariantes.
362
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Orientador: Jorge Batista Azevedo Aluna: Rossana Silva Souza
A preservação
de um espaço urbano
O descaso com que tem sido tratadas determinadas áreas da cidade, em função de propostas e projetos urbanos (eixos rodoviários, projetos de recuos com desapropriações, mudanças na legislação com relação ao uso do solo, gabaritos, etc) vem gerando um processo de distanciamento afetivo dos habitantes com relação a seus bairros. A imagem do tempo vem sendo perdida com as mudanças radicais de impacto ambiental, com os acréscimos indiscriminados, com as demolições. A perda dessa imagem temporal, que é carregada de uma rica bagagem cultural, acaba por afastar afetivamente e também fisicamente as pessoas de seus bairros, visto que a identidade com o local também se perde. O processo histórico se monta sob o ponto de vista das classes dominantes. A nossa cultura "popular" vem sendo perdida, substituída por uma ilusão de progresso, nossa história tem sido remontada, adulterada, destruída, apagada. A idéia deste trabalho surgiu ao se questionar a relação existente entre a criação de Áreas de Preservação do Patrimônio Urbano e Arquitetônico, seus usos e as atividades nelas desenvolvidas, e a exclusão de outras que também deveriam ser preservadas. A partir da aplicação de uma metodologia - subdividida em duas fases onde a primeira trata de uma pesquisa que visa a clareza sobre o município de Niterói (sua trajetória desde a origem até hoje) de modo a se poder fazer uma análise da situação atual e escolher o bairro para o estudo de caso; e a segunda limita-se ao estudo de caso, onde o bairro foi observado oficialmente e pela ótica dos usuários e habitantes - foi feita uma análise do bairro a fim de se propor uma aplicação prática, buscando a formação de uma consciência crítica que possa resgatar, preservar e garantir os valores culturais da cidade. A área de estudo é o município de Niterói, e o bairro de São Lourenço foi escolhido para objetivar o estudo de caso.
363
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA UFSC - 1992 Mareia Maria Shiavini Hercilio
ADA
R: PADRE MIGUELIN0 • COM PROPOSTA
Centro
Cultural
Costa Neto
ESC.1/4OO
Dom Joaquim
O constante desenvolvimento da cidade de Florianópolis provoca conflito entre a memória urbana e a especulação imobiliária; motiva a necessidade de revitalizar o espaço urbano para devolver a dignidade e uti I idade aos edifícios. O centro da cidade vem se degradando ao longo dos anos onde a maioria dos edifícios antigos tombados, ou não, pelo patrimônio histórico, tem sua utilização parcial (apenas o térreo tem uso), abandonando quase sempre a parte superior da edificação. Sem mencionar a marginalização e o abandono dessas áreas centrais, permanecendo quase desérticos à noite e nos finais de semana. A recuperação da qualidade do espaço urbano enquanto uso e ocupação, foi uma das principais preocupações da proposta. O projeto situa-se na área nobre da cidade, mais precisamente no primeiro sítio de ocupação, junto a praça principal e onde está localizada a Catedral Metropolitana. Propõe-se intervir em dois prédios de importância arquitetônica, tombados, e que hoje encontram-se marginalizados na vida da cidade. Na mesma quadra, além da catedral, ainda existem o edifício do INSS, primeiro exemplar do modernismo em Florianópolis, e a Cúria Paroquial que sofreu inúmeros acréscimos, tornando-se um verdadeiro labirinto, encobrindo uma das laterais da Igreja. É por essas razões que propomos um centro cultural na área mais nobre da cidade, pois além de ficar próximo ao terminal urbano de Florianópolis, facilitando assim o deslocamento da população, poderá ser utilizado por trabalhadores da área dos novos artistas, que teriam no Centro Cultural seu espaço garantido. O Centro Cultural Dom Joaquim, faria a vida cultural pulsar novamente na cidade, que hoje só é utilizada durante o dia para trabalho, compra e venda. Estaríamos assim dando vida cultural onde hoje só existem um teatro e dois cinemas.
364
UNIVERSIDADE GAMA FILHO Orientadores:
Maria Lucia Monteiro Ribeiro Maria de Lourdes Luz William Bittar Wilson Ribeiro Autores:
Ricardo Thomaka, Paulo Magnavita, Glaucia Fonseca, Adriana Figueiredo, Adriana Mesquita, Marcos Fonseca Georgia Mantovani, Ana Cristina Albuquerque, Luiz Roberio Dias, Patricia Brito, Maddalena Chianello, Aline Bonioli Paiva, Ana Luisa Sobral, Fernando Peixoto
Laranjeiras:
Um Caminho
para o Corcovado
- um eixo revitalizado
A cidade do Rio de Janeiro apresenta desde os mais remotos tempos, clara vocação turística. Algumas regiões, pela própria beleza natural, exercem verdadeiro fascínio sobre habitante e visitante: Floresta da Tijuca, Praia de Copacabana, Barra da Tijuca e o Internacional Cristo Redentor, no morro do Corcovado. Pontos isolados, com acesso dificultado por inúmeros problemas de uma grande cidade: fluxo viário, má sinalização, degradação urbana, segurança, atrações acessórias. Um destes acessos para o Cristo Redentor, importante por guiar o visitante à estação do trem, é o eixo formado pela rua das Laranjeiras e Cosme Velho, com alguns dos aspectos negativos citados anteriormente. O trabalho procura diagnosticar os principais problemas e estabelece uma nova "setorização" no referido eixo, visando melhorar a qualidade de vida de seus moradores assim como incrementar o fluxo turístico, oferecendo apoio ao visitante, melhoria no transporte, segurança, área de alimentação, centros de atividade, além de minimizar sensivelmente os efeitos de poluição atmosférica, visual e acústica do eixo, com racionalização dos usos no espaço urbano. As idéias/propostas serão apresentadas em painéis integrados à maquete, elemento condutor do raciocínio e gerador de idéias, visando colocar o observador em contato virtual com a área em questão, visualizando as prováveis soluções.
365
UNIVERSIDADE DE GUARULHOS
Trabalho
da Faculdade
de Arquitetura
e Urbanismo
Desorganização, desagregação, conturbação. Rápido crescimento das cidades, produto de um milagre econômico, prop1c1a a ocupação não planejada dos seus espaços. Guarulhos, sendo parte desta temática, tem, na área industrial de Cumbica, o agravante de degradação do seu meio ambiente. Redesenho urbano dos fragmentos de uma cidade e uma proposta de resgate da qualidade de vida do conceito de urbanidade. integrada à valorização
366
..
UNIVERSIDADE PAULISTA (OBJETIVO) Coordenador:
Manuel
Francisco
Navarro
Moreno
Autores:
Christiane Fernanda
Ribeiro Savioli
dos Santos Ferrari
Rita Guedes 4 2 ano - 1993
HABITAÇAO POPULAR ?
Habitação
Popular
- Conjunto
Habitacional
Em nosso país, de há muito, a questão da moradia vem sendo tratada com um pretenso pragmatismo. O resultado é o descuido com que são pensadas as unidades habitacionais e seu agrupamento, apenas a partir de critérios quantitativos, sem nenhuma atenção à qualidade da arquitetura e às relações com a cidade. Conjuntos habitacionais como o que aqui exemplificamos já nascem doentes, degradados. Nosso objetivo neste trabalho é propor intervenções que qualifiquem adequadamente os espaços livres e construídos, introduzindo variedade e hierarquia entre as vias e áreas livres, definindo melhor a transição entre os espaços públicos, semi-públicos e privados e acrescentando variação nas tipologias construtivas, com diversidade de usos (comércio, serviços, creches, escolas, mobiliário urbano, etc.). Acreditamos que buscar a resolução dos espaços públicos é o caminho para resgatar as periferias de uma condição de inferioridade, colaborando enquanto arquitetos, para dignificar os cidadãos que ali habitam. A periferia precisa deixar de ser vista como provisória - espaço do não lugar. É a cidade do amanhã onde, mais do que nunca, é necessária a participação do arquiteto comprometido com o urbano.
367
UNIVERSIDADE SANTA ÚRSULA Orientador:
Turma
do Estágio
Mário
Elian
Elaborado
pela
Supervisionado
O nosso trabalho não será feito através de uma leitura historicista da área, nem uma intervenção urbanística clássica. A nossa proposta é de intervenção plástica, poética, virtual. Um casario e uma ocupação, degradados, onde se localiza o percurso do Estácio à Praça XI, trecho objeto do presente trabalho, é o berço do samba no Rio de Janeiro. A revitalização dessa área, recupera a origem de uma das mais autênticas e expressivas manifestações da arte popular brasileira. O trabalho está sendo realizado dentro da Universidade Santa Úrsula e executado exclusivamente pelos alunos inscritos na Disciplina Estágio Supervisionado do Curso de Graduação de Arquitetura e Urbanismo. A inscrição para a turma é constituída de alunos do 2º ao 9º períodos, promovendo, assim, uma integração real entre os diversos níveis de conhecimento, aproveitando a contribuição individual. Primeiro, o conflito, depois, o consenso foi atingido através de propostas em que todos os membros se manifestaram com liberdade, o que resultou numa efetiva participação de todos. O Lugar A área onde é feita a proposta de intervenção, abrange 35 quarteirões, com edificações tombadas pelo Patrimônio Histórico; áreas desocupadas, conseqüentes de intervenções urbanas anteriores como o Metrô, o Sambódromo e a desativação da antiga área de baixo meretrício da cidade. A área está localizada entre duas estações do Metrô (Praça XI e Estácio), sendo um dos eixos de ligação entre o Centro e a Zona Norte da Cidade, tendo como principais limites a Av. Presidente Vargas, o presídio da Rua Frei Caneca, o Sambódromo e o acesso ao Túnel Rebouças. Na área, já se encontra o Centro Administrativo do Município, o Arquivo Geral do Município, o Correio Central e futuramente, o Teleporto.
368
PROJETOS DE ESCOLAS DA PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO - EDIF
Neste momento dramático que passa a nossa sociedade, se faz obrigatória a contribuição do arquiteto no trabalho de recuperação do direito à cidadania e dignidade de vida a todos. A mostra da EDIF que abrange 40 anos de sua existência vem no sentido de eleger algumas obras com as quais os arquitetos contribuíram para uma cidade mais justa e bela. Assim, nossa participação vem no sentido de re-olhar o projeto como o desígnio otmista do futuro. Arq. André Tayiya Divisão de Projetos EDIF
369
ESCOLAS
PIONEIRAS
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO - FAU - MACKENZIE
O curso de Arquitetura foi criado em 191 7 por iniciativa do professor Cristiano Stockler das Neves. Fez parte da Escola de Engenharia, porém sempre funcionou regularmente, tendo formado profissionais, engenheiro-arquitetos como Oswaldo Bratke e Eduardo Kneese de Melo, dentre tantos outros. Em 1940, foi substituída a denominação "Mackenzie College" por Instituto Mackenzie. Em 11 de abril de 1946, ocorreu o desmembramento do curso de arquitetura da Escola de Engenharia, para constituir a Faculdade de Arquitetura, tendo sido o professor Cristiano Stockler das Neves o seu primeiro diretor. A Faculdade de Arquitetura Mackenzie encontra-se entre as primeiras criadas no país. No final da década de 70, a Faculdade de Arquitetura passou a designar-se Faculdade de Arquitetura e Urbanismo traduzindo a ampliação do campo profissional e acadêmico. Em 1990, em uma iniciativa pioneira na área privada, a Universidade Mackenzie colocou à disposição da classe científica, docente e pesquisadora o seu curso de pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, sob coordenação do professor Dr. Roberto Righi, atual diretor da faculdade. O objetivo básico do curso é promover a capacitação técnica e metodológica dos pós-graduandos para atuarem na área de Arquitetura e Urbanismo, aprofundando o conhecimento especializado necessário ao trabalho de pesquisa e a formação de docentes, habilitando-os para um melhor atendimento à sociedade, representando um pólo de irradiação de conhecimento e inovação tecnológica na área.
372
FAU - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - uma das escolas pioneiras no ensino da Arquitetura e Urbanismo no Brasil, possui hoje um corpo docente de quase duas centenas de professores, cerca de 1 .000 alunos de graduação e 300 de Pós-Graduação. Iniciou suas atividades em 1948 e nesses tempos possuía um currículo modesto, de apenas 28 disciplinas (de caráter anual) e uma turma de 25 alunos, com poucas disciplinas de ateliê. A FAU - USP dos anos 90, possuí um curriculum de graduação que extrapola em muito o curriculum mínimo federal. Tem como objetivos promover, incentivar, desenvolver e divulgar o ensino e a pesquisa nos diversos campos do conhecimento científico, tecnológico e artístico relacionados com o Urbanismo, do Paisagismo, do Desenho Industrial e da Programação Visual. Suas metas principais são a reestruturação curricular de Graduação e Pós-graduação, a implementação dos idiomas de pesquisa de novos laboratórios e Núcleos de Apoio à Pesquisa (NAPs), o restauro da Vila Penteado (antiga sede da escola), a modernização dos laboratórios e oficinas, a informatização da escola e a capacitação do corpo docente e dos funcionários.
373
ESCOLA DE ARQUITETURA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
A Escola de Arquitetura da UFMG cujo patrono é o escultor e arquiteto Antônio Francisco Lisboa, completa 63 anos. Fundada em 5 de agosto de 1930 e federalizada em 1949, foi a primeira escola da América do Sul a nascer autônoma, desvinculada das Escolas Politécnicas e/ou de Belas Artes. Sua fundação deu-se sob a influência da Semana de Arte Moderna de 1922, o que veio a se refletir na qualidade da arquitetura produzida por seus alunos, em perfeita consonância com as novas conceituações de beleza, racionalidade e funcionalidade. As mudanças em seu currículo atestam a preocupação com a formação profissional notadamente na área de projeto, da tecnologica e da crítica da Arquitetura. Atualmente, a Escola encontra-se empenhada na implementação dos Laboratórios de Metais, Conforto Ambiental e Computação Gráfica. O Laboratório Integrado de Tecnologia da Arquitetura encontra-se equipado com aparelhos de medição e softwares na área de avaliação do Conforto Térmico, Acústico e Luminoso do Edifício. O Laboratório Gráfico para o Ensino de Arquitetura está vinculado ao Departamento de Projetos, seu objetivo é desenvolver projetos de multimídia aplicados à Arquitetura, Urbanismo e Construção. Financiado pela CAPES e único na área de Arquitetura no país, o PROGRAMA ESPECIAL DE TREINAMENTO-PET, visa possibilitar a alunos, um alto nível de desempenho escolar, Treinamento Técnico-Científico. O apoio às diversas atividades de ensino, pesquisa e extensão é feito pela Biblioteca Prof. Raphael lo Berti. Deve ser destacado que, no ano de 1961, a Escola de Arquitetura da UFMG recebeu o 1º Prêmio da VI Bienal de São Paulo, outorgado pelo Museu de Arte Moderna.
374
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ
A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro constitui-se no mais antigo curso de formação de arquitetos existentes no Brasil. Sua origem remonta à primeira iniciativa oficial de ensino artístico desvinculado das ordens religiosas e das organizações militares - a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios - criada em 1816 com os integrantes da Missão Artística Francesa. Fato inédito no meio cultural brasileiro, a arquitetura passava a ser entendida como exercício de um juízo de gosto livre de orientações místicas ou pragmáticas. Dificuldades político-administrativas fizeram com que, só uma década mais tarde, começassem a funcionar, com regularidade, os cursos. A intenção de formar profissionais detentores de um saber ao mesmo tempo teórico e prático não vingou. O ensino assumiu um enfoque estritamente acadêmico e, apesar das tentativas de vinculá-lo às necessidades imediatas da sociedade - tema recorrente nos projetos de reforma da instituição - a tendência se manteve por todo o século XIX e teve seu apogeu no início do século XX. A intervenção empreendida em 1930 por Lucio Costa, então diretor, pretendia exatamente romper os vínculos com a tradição das "belas artes" e, mesmo tendo falhado num primeiro momento, deslanchou a crise do sistema acadêmico. Esta, somada à importância adquirida pela arquitetura dentro da Escola a partir da virada do século, levou à idéia de um curso independente, concretizada com a criação da Faculdade Nacional de Arquitetura, em 1945. Rebatizada, em 1965, como Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ, a Escola mantém seu propósito de difundir um conhecimento sistematizado e pesquisar sobre a arte de construir e sobre a história da arquitetura, hoje complementados por programas de extens_ão de cunho social e cultural e pela consolidação da pós-graduação, com suas diferentes áreas de conhecimento.
375
.,.._
REFERENCIAS
"'
HISTORICAS
ARTACHO JURADO São Paulo
João Artacho Jurado nasceu em 1907 e morreu em 1983 em São Paulo. Filho de imigrantes espanhóis, fez apenas um curso de desenho e perspectiva. Apesar de ser autodidata, sua obra faz parte da paisagem urbana de São Paulo e Santos. E assim, como outros arquitetos nacionais e internacionais que não tiveram reconhecimento de seu trabalho em vida, sua obra veio só nos últimos anos receber atenção de arquitetos, professores e intelectuais. Na época em que seus projetos foram realizados (décadas de 40 e 50) recebera desprezo e críticas arrasadoras dos arquitetos e intelectuais, e por parte da população em geral, uma grande aceitação. Hoje muitos arquitetos e, principalmente, estudantes procuram se informar sobre esta obra. O que aconteceu neste período, não tão longo, de pouco mais de 40 anos? As respostas podem ser muitas, mas uma é certa. Se na década de 50 a arquitetura pregava a construção de prédios assépticos, funcionais e formais, hoje esta mesma arquitetura está em questão. Alguns levantam a bandeira do pós-moderno e consideram Artacho Jurado um possível precursor desta nova visão; outros o vêem como a síntese perfeita dos anos 50; e, outros ainda, acreditam que Artacho Jurado, como alguns arquitetos que nunca freqüentaram cursos universitários, devem ser estudados, pois podem apontar à novas soluções arquitetônicas. Há seis anos estamos trabalhando no projeto de um livro com o objetivo de divulgar a obra deste arquiteto ainda desconhecido. Através desta Bienal de Arquitetura, João Artacho Jurado começa a ser mais acessível ao grande público e às pessoas interessadas e começa a assumir o seu lugar na historiografia da arquitetura nacional. Para esta exposição selecionamos desenhos, plantas e fotos que dão uma pequena mostra da diversidade de soluções arquitetônicas e da plasticidade poética de Artacho Jurado.
378
DELFIM AMORIM Recife
A personalidade e a obra do arquiteto luso-brasileiro Delfim Fernandes Amorim foram marcantes em uma fase da arquitetura produzida no nordeste brasileiro, mais precisamente entre as décadas de 50 e 70. O exercício profissional dedicado e crítico, bem como sua ação pedagógica na Faculdade de Arquitetura do Recife, o transformaram na figura central do pensamento arquitetônico moderno regional. As obras deixadas pelo arquiteto constituem hoje um acervo inestimável, reconhecido não apenas nas edificações de sua autoria, mas reconhecida através das diversas referências arquitetônicas feitas ao longo dos anos, e da incorporação definitiva de princípios e posturas técnicas, tais como a popularização da telha canal sobre a laje em concreto. Crítico voraz, Amorim avaliava constantemente suas produções, procurando identificar soluções mais adequadas aos problemas que lhe eram apresentados. Esta prática investigativa pode ser identificada através de seus estudos de alternativas e registros de imagens arquitetônicas, constantes de seu acervo pessoal. Esta mostra procura evidenciar essas obras desconhecidas, através do traço do próprio autor, dando a oportunidade ao grande público de conhecer os procedimentos adotados pelo arquiteto e a importância do desenho no processo de concepção de seus edifícios.
379
JORGE MACHADO MOREIRA Rio de janeiro
A obra de Jorge Machado Moreira destaca-se por sua coerência constante e comedimento formal,que imprimem a seus projetos uma clareza classicizante que faz dele o exemplo mais representativos da tendência racionalista no Brasil. Integrante da equipe que projetou o edifício do Ministério da Educação e Saúde Pública no Rio de Janeiro (1937), teve seu primeiro projeto individual de grande porte no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (1942), que, já apresentava a temática que seria desenvolvida em maior profundidade na Cidade Universitária do Rio de Janeiro. Diretor, de 1949 a 1962, do escritório técnico encarregado de projetar o campus da Ilha do Fundão - a urbanização de uma área de aproximadamente 6 km2 e a construção de instalação para um total de 40.000 usuários - conseguiu ver realizados quatro dos doze projetos desenvolvidos até aquela data: o Instituto de Puericultura, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, a escola de Engenharia e o Hospital de respectivaClínicas (inacabado). Os dois primeiros edifícios receberam o 1 º prêmio em suas categorias, comum do conjunto é imediatamente asseverada pela mente, na li e IV Bienal de São Paulo. A identidade semelhança do partido e do vocabulário arquitetônico. Das diversas obras construídas fora da Cidade Universitária, destacam-se o Edifício Ceppas (1948/52) e a residência Antônio Ceppas (1958), no Rio de Janeiro, respectivamente, com menção honrosa na li Bienal de São Paulo e com o 1 º Prêmio na VI Bienal de São Paulo. Fundamental, a sua atuação em favor dos interesses da classe e da proteção do Meio Ambiente. Homenagens, como a outorgação, em 1967, do colar de Ouro do Instituto de Arquitetos do Brasil e o título de Personalidade do Ano, conferido em 1978 pelo mesmo Instituto.
380
VILANOVA ARTIGAS Julio Camargo
Artigas
Fac. de Arqu.
e Urb.
Universid<--.de
de SZio Paulo
USP
- FAU
- 1Y72
Obras
expostas:
1) Colonia de férias do Sindicato dos Têxteis em Praia Grande, SP (1970) Espaço destinado ao lazer operário com facilidades de alojamento, refeições, atividades jogos de salão, convenções e encontros sindicais bem como atividades culturais, para atender de estadia prolongada e passeios de fim de semana.
esportivas, a demanda
2) Sede Social e Ginásio Esportivo da A.A.Guapira, São Paulo, SP Conjunto de quatro edifícios interligados por rampas e jardins que visa responder às necessidades de um dos maiores e mais populares clubes da cidade, oferecendo espaços para diversas atividades de esportes e jogos, cinema e teatro, salão de festas, restaurantes e lanchonetes, sede administrativa, ginásio pol iesportivo e estacionamento coberto para veículos.
381
PROJETOS EXECUTIVOS
O espaço "Projeto Executivo" proposto no quadro da Bienal Internacional de Arquitetura, pretende ser um espaço didático de serviço informativo dirigido a arquitetos, estudantes de arquitetura, engenheiros, construtores e visitantes em geral, que queiram conhecer os procedimentos técnicos e rotinas do projeto de arquitetura que contribuem para viabilizar a obra acabada, e que se convencionou chamar "Projeto Executivo". Esta exposição útil, é tanto mais interessante por ser rara, senão inédita, na sua preocupação de desvendar o trabalho de grandes equipes na realização do projeto e da obra acabada. Ao invés da planta de publicação e da foto da arquitetura posada queremos desvendar o processo dinâmico e longo do projetar, incutindo o detalhe e a precisão como instrumentos essenciais da concreção da imaginação e das especulações conceituais da arquitetura. A intenção é revelar o fazer da arquitetura como um ofício manual e do pensamento, que necessita do texto desenhado, como instrumento auxiliar da realização da obra construída, tal qual um cimbramento. Não é o desenho literário (texto), nem desenho musical (partitura). O desenho arquitetônico tem o peso da gravidade e é apenas o roteiro de execução das idéias de uma determinada arquitetura: é o seu projeto executivo, que perde sua função com a obra acabada. Os expositores deste espaço são: Escritório ARQUITECTONICA (Bernardo Fort Brescia e Laurinda H. Spear) - EUA, Shin Takamatsu Japão, Escritório de Baudizzone/Lestard/Varas (Jorge Lestad) Argentina, João Baptista Vilanova Artigas, Rino Levi,Carlos Barjas Millan, Paulo Archias Mendes da Rocha, Paulo Casé , Severiano Mário Porto, Edson Mahfuz, Rubens Gil de Camillo, Marco Antonio Borsoi, João Castro Filho, Éolo Maia.
382
PROJETOS INSTITUCIONAIS
Três empresas públicas vão mostrar na Bienal obras importantes para São Paulo. São elas: Sabesp Companhia de Sanamento Básico do Estado de São Paulo e Cesp - Companhia Energética de São Paulo. Sabesp: A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo vai mostrar o programa de despoluição do rio Tietê. São estações de tratamento de esgotos, interceptares e coletores-tronco, que vão permitir o início do processo de despoluição do rio. Estas obras exigirão investimentos totais de US$ 2,6 bilhões. O trabalho vai ser apresentado de uma forma inovadora: através de cinema 360 graus. Além do programa de despoluição do rio Tietê a Sabesp também vai apresentar na Bienal, o processo de despoluir as praias de Santos. Na Baixada Santista o trabalho foi feito da seguinte maneira: a Sabesp desviou as águas dos canais de drenagem da cidade para o interceptar oceânico e, daí para o emissário submarino. Foi isso e mais a busca de ligações clandestinas de esgoto, que permitiram à população de Santos conviver de novo com as praias limpas e despoluídas. "Cesp: a arquitetura nas obras de aproveitamento de recursos naturais". Este é o tema da exposição que a Companhia Energética de São Paulo vai trazer para a Bienal. A mostra pretende resgistrar a contribuição dos arquitetos aos empreendimentos da empresa ao longo da sua história. A exposição vai mostrar as obras e projetos das usinas hidrelétricas e termoelétricas, em operação, em construção e em projeto. E vai exibir também o projeto e a obra da Eclusa Porto Primavera, dando destaque ao projeto urbanístico da cidade Primavera no interior do Estado.
383
li BIENAL INTERNACIONAL DE ARQUITETURA EXPOSIÇÕES "City "Eixo
Changes" Defénse
"Revitalização "Oscar "Lúcio
"Relocação Eletrosu 1 e "Dock
~ands"
- Nanterre"
- Paris
de Núcleos
Urbanos
"Ocupação Urbana Marcos Barnabé de Lisboa"
Costa" Urbanos" Joaquim
Guedes
"Baía de Vitória" Escritório Paulo Mendes
"Palmas - Tocantins" Grupo 4
"Cidades Planejadas" - Brasília - Belo Horizonte - Participação Santa Rosa - Goiânia Alexandre Loureiro Milton Braga
do Paraná"
"Concurso Nacional de Propostas para Concepção do Núcleo Urbano de Campinas" Vânea Maria Santos Consultores: José Carlos Ribeiro de Almeida IAB / SP - Ricardo Badaró - Prefeitura Municipal de Campinas Colaboração: Alcides Barbosa/ Marcelo Antoniazzi / Maurício Roberto/ Nelson Saraiva da Silva/ Padovano e Viglieca / Siegbert Zanettini
"CECAP: Conjunto Álvaro Puntoni Marta Moreira na Floresta Filho
no Norte
"Arquitetura & Habitação Social Nabil Bonduki Carlos Roberto M. de Andrade Maria Claúdia de Oliveira Rosse 11a Rossetto
da Rocha
"Vi la Serra do Navio" Alexandre Loureiro Milton Braga Oswaldo A. Bratke
"Matupá: Um Desenho Cândido Malta Campos EI iane Guedes Mazza Luiz Carlos Costa Marcello Antoniazzi
de ltá"
- Londres
N iemeyer"
"Projetos Escritório
da Cidade
Amazônica"
"Trezentos IPUC
Zezinho
em São Paulo"
Magalhães
Prado"
Anos de Curitiba"
"Projeto Tietê: Os Rios e o Desenho Alexandre Delijaicov Arnaldo Melo Carlos Dias Renata Delijaicov
da Cidade"
: Jason Barroso "Projetos Recentes Angelo Bucci Cristina Tosta José Graciano
para o Vale do Anhangabaú"
385
"Centro de Identidade Cultural Francisco de Assis Reis "Recuperação do Centro IPAC / CONDER Projeto
"Reviver"
Histórico
- São Luís/
Projeto "Corredor Instituto Municipal
"Delfim Amorim" Luís Amorim "Artacho Jurado" Ricardo Barreto Maria Teresa Artacho
de Salvador"
de Salvador"
"Projetos Executivos" Roberto Loeb Jorge Marcos Gracioso Sílvia Ribeiro dos Santos
MA
Cultural" - Rio de Janeiro de Arte e Cultura/ Rioarte
"Arquitetura nas Bienais Maria Helena Flynn Marlene Acayaba Vanea Maria Santos
"Metrô Aéreo" Roberto Loeb "Grandes
Mapas"
"Projeto
Reviver"
"Projeto
Pró-Centro"
"Renovação
Urbana
- São Pau lo de São Sebastião
- SP"
do Município
"Painel Indicativo Carla Caffé
Históricos:
Brasileira
da Bienal"
MONTAGEM
de
Guimar Mareio - Coordenação Lucinda Gazola Paulo de Tarso Severino P. da Silva e Equipe Bienal Colaboração: Carla Lupinacci / Carlos A. C. Loureiro/ Cristina Sartori / Luciano Bussab / Marcelo F. Cardoso/ Marcelo D. Afonso/ Paulo N. Makhoul / Tânia M. Figueiredo/ Ulysses Santiago Filho.
ASSESSORIA - Exposições de Referenciais "Jorge Machado Moreira" Jorge Czajkowske "Vi lanova Artigas" Júlio Artigas
Moderna
"Painel Oscar Niemeyer" Escritório Oscar N iemeyer Fundação Oscar Niemeyer
"Exposição de Escolas de Arquitetura" "Escolas Pioneiras" Celso Pazzanese Claúdia Ventura Marisa R. de Andrade Djordjevic "Projetos de Escolas da Prefeitura São Paulo - EDIF" Alexandre Delijaicov André Takiya José Oswaldo de Araújo Vilela Marcos F. Gabriel Pedro M. R. Sales
de São Paulo"
"Painel Sinóptico - Arquitetura e Internacional" GAP - Alfredo Brito
- Santa Catarina
"Arquitetura Rural na Serra da Mantiqueira" Marcelo Ferraz
386
Eça
DE IMPRENSA
Deadline Promoções: Paulo Markun Marília Assef Sandra dos Reis Vanessa Kali 1
S.
ASSESSORIA Alexandra Pescarini Daya Rigueiro - Coordenação Jonathan CI ive Wheatley Marise Rapouso Farias Nilce Hidemi Sonohara
APOIO ADMINISTRATIVO Alexandre N. Moriya / Angela / Andrea Leite/ Antonio Milton/ Bruce S. Bell / Dedé / Edimilson do Carmo/ Eliane Bortolotti / Emília Moreira/ Isaías/ Itamar da Silva/ José Fábio/ M. Rita Fukumaru / Marize Martins/ Max Mendonça/ Nivaldo / Raquel Toledo/ Ricardo Geronimo / Rogério/ Shirley Rizzardi / Sílvia C. Branco/ Solange / Susete Dias/ Tabajara / Valter Fabotti.
AGRADECIMENTOS AD - Ação Direta Assessoria em Habitação aos Movimentos Populares/ Adriana R. de Camargo Batistuzzo / Aidê L. Esteves/ Alcino lzzo / Alice Carta Promoções Ltda. / Aline D' Alva/ Altamir Tedeschi / Ana Lúcia Cerávolo / Andreas Gyarfas / Angela Y. Motisuko / Antônio C. Moraes de Castro / Apoio - Assessoria Profissional ao Movimento/ Arnaldo Giraldo/ Arquivo Público Mineiro/ Benjamin A. Ribeiro/ Braz Fonseca/ British Council - SP / Caap - Centro de Assessoria a Autogestão Popular/ Camila C. Costa/ Camila T. Fabrini / Cândido M. Campos Filho/ Cândido M. Campos Neto/ Carlos Massato / Carlos M. de Andrade/ Carlos Negrón / Carolina P. de Castro/ Cecília R. Dos Santos/ Celso do Prado/ Cinira D' Alva/ Ciomara M. Ciccone / Clélia Pereira/ CODEPLAN - Companhia do Desenvolvimento do Planalto Central/ Co-opera-ativa - RJ / Cristina Leme/ Dawerson Ramos/ Décio Tozzi / Denise Albuquerque/ Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico do Distrito Federal / Edélcio Sanchez/ Edson Hitoshi / Eduardo de Almeida/ Eiji 'Uada / Eládia de S. Gios / Eletropaulo - DPH / Elizabeth Teixeira/ Escola de Engenharia de São Carlos - USP / Erika Yarko / Ermínia Maricato /
FAUUSP / Fernando de Mello Franco/ Fernando Henriquez Jr. / Fernando R. C. de Almeida/ Fernando Sendyk / Fernando U. Ramos/ Flávia Jardim/ Francisco H. de Mello / Francisco Fanucci / Francisco Petracco / Frederico Mishima / Fundação Oscar Niemeyer / Fundação Vilanova Artigas / Gabinete da Secretaria de Serviços e Obras/ Gabinete do Vice-Governador do Distrito Federal/ GAMHA - Grupo de Assessoria a Movimentos por Habitação/ Geraldo V. Puntoni / Gisela Mori / Giselda Visconti/ Glória Bayeux / Hugo Segawa / IAB - DF / IAB - GO / IAB - MG / Jamil Kfouri / Jean Pierre Halévy / Jeny M. Kauffmari / João M. de OI iveira Neto/ Jorge Czajkowske / Jorge Hereda / Jorge Wilheim / José A. Miranda/ José C. Gomes/ José C. Ribeiro de Almeida/ José L. Brena / José Moscardi / José Oswaldo Vilela/ José P. de Bem/ Júlio Katinsky / Kátia B. Pestana/ Keila Hiroyama / Laís Tescari / Laura Bueno/ Letícia Julião/ Luciene Nascimento/ Luís Antônio Pompéia / Luís Espallargas / Ma ira Carvalho/ Marco A. R. de Almeida/ Marcelo Ferraz/ Marcelo Suzuki / Mareia M. Ferrari/ Marcos Acayaba / Marcos Damante / Marcos Fialho/ Margarete Godoi / Margarida Laurinda/ Margarida Cintra Gordinho/ Maria E. Costa/ Maria H. Flynn / Maria 1. Bertão / Maria 1. de Souza Meirelles / Maria L. D' Alessandro / Maria de Lourdes C. Costa/ Maria do Rosário Ramalho/ Mariana V. da Silveira/ Matheus Gorovitz / Museu Histórico Abílio Barreto (BH) / Museu Paulista/ Narcisa A. Cordeiro/ Norte - Assessoria aos Movimentos Populares/ Núcleo de Arquitetura/ Oficina de Habitação/ Padovano & Viglieca / Paulo Baptista / Paulo Bastos/ Paulo Brazil E. Sant' Anna / Paulo S. Fernandes/ Regiane S. Bressan / Regina Meyer / Regina Serra/ Renata Milanesi / Ricardo Ulinci / Roberniza Chakour / Rosa Grena Kliass / Roseli Carmona/ Ruth de Paula/ Ruth V. Zein / Ruy Ohtake / Ruy Villani / Sandra R. Angi / Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo/ Silvânia Vettorazzo / Sílvia J. Lam / SG Arquitetura/ Stella M. Abinader / Teto - Assessoria a Movimentos Populares/ Tuca Pássaro/ Ubirajara Giglioli / Ubirajara B. Garcia/ Urbi -
387
Assessoria em Habitação e Infra-estrutura Urbana para o Movimento Popular/ Usina - Centro de Trabalho para o Ambiente Habitado/ Valéria R. Domingos/ Valéria S. Lindenberg / Vera L. Fonseca/ Violeta S. Kubrusly / Wanderley Ariza / Wilson Baptista / Wilson M. da Silva .
APOIO Arquivo Público do Distrito Federal/ Associação Viva o Centro/" Arquitetura e Construção"/ BANESPA / Base /BMC / Bureau de Projetos e Consultoria/ "Casa & Jardim"/ CDHU / CESP / Cinemateca Brasileira/ Construtora Presidente/ Coral Tintas/ "Design & Interiores"/ Distrifer / DPH - Prefeitura do Município de São Paulo/ Ductor / Escola de Engenharia de São Carlos - USP / Editora Nobel/ Eliane/ Erige/ "Folha de São Paulo"/ Fundação Pan-americana / Guazelli / Hotel Jaraguá / Hunter Douglas/ ICOMI - Indústria e Comércio de Minérios S.A. / Instituto Cultural ltaú / lnterbook / Jatobá / Jornal da Tarde/ Klabin / LAO - Liceu de Artes e Ofício/ MASP - Museu de Arte de São Paulo/ Memorial da América Latina/ Océ do Brasil /"O Estado de São Paulo"/ Parthenon Hotéis/ Philco da Amazônia S.A. / Pini Editora/ Post- Script / Prefeitura do Município de São Paulo/ "Projeto"/ Publicidade Archote/ Reago Indústria e Comércio/ SABESP / Secretaria de Estado da Cultura - SP / Secretaria Municipal de Belo Horizonte/ Selecta / Sindicato de Arquitetos do Estado de São Paulo/ Sisa/ Tamboré Empreendimentos Imobiliários/ Terra/ Tintas Suvinil / VARIG.
388
Lotes de 800 a 2500 m 2
-
Pronto para morar
- SaĂda 22 da Rod . Castelo
Branco
BancoBMCS.A. O BANCO PARA A PESSOA JURÍDICA.
APOIO:
VINHERIA PERCUSSI
O restaurante do MASP
g~
RESTAURANT
393
da li Bienal
Catálogo
Coordenação:
Internacional
Elisabete
Hidemi
Aline
Sultani
Gráfico:
Antônio
Produção
Gráfica:
Griffo
Eletrônica: Fotolito:
Impressão
e Acabamento:
França
Nilce
Projeto
Editoração
de Arquitetura
Sonohara
Vespoli / Empresa
Marcelo
Neto das Artes
Nogueira
Grafcolor Camargo
Soares
395