glossario e cartografia de homo modernus
denise ferreira da silva + david loyd
glossรกrio e cartografia de homo modernus denise ferreira da silva + david loyd
Glossário Quando descrevo a minha análise da trajetória da racialidade utilizo termos já disponíveis na literatura e apresento outros novos. A seguir, propicío breves definições aos novos termos na esperança de que farão esse livro mais acessível ao público leitor. O leitor deve se sentir livre para voltar a essas breves definições a qualquer momento, conforme lhe seja útil. Afetabilidade: A condição de estar submisso tanto às condições naturais (no sentido científico e no senso comum), quanto ao poder de outros. “Eu” Afetável “I”: A construção científica das mentes não-europeias. Analíticas da racialidade: O aparato intelectual fabricado pelas ciências do homem e da sociedade (confira Silva, 2001). 3
História (o campo): A parte do conhecimento moderno que pressupõe o tempo enquanto a dimensão privilegiada ontoepistemologicamente, ou seja, enquanto história e as humanidades. Nomos interiorizado: São as formulações que afirmam que a razão é um controlador exterior que opera a partir dos limites da mente racional. Poesis interiorizada: São as formulações filosóficas que descrevem a razão enquanto uma força produtiva que opera, antes de tudo, a partir dos limites da mente racional. Texto moderno (texto histórico, nacional e científico): Um termo utilizado neste livro para capturar a economia especificamente moderna da significação. Nomos produtivo: A concepção de razão que descreve a mesma enquanto produtora ou controladora do universo. Cenário de controle: A explicação de como a razão performa seu papel soberano enquanto um poder controlador. Cenário de representação: A explicação de como a razão performa seu papel soberano enquanto um poder produtivo.
Ciência (o campo): A parte do conhecimento moderno que coloca o espaço enquanto a dimensão privilegiada ontoepistemologicamente, ou seja, assim como nas disciplinas como a física e química clássicas. Estágio da exterioridade: O modo através do qual o conhecimento científico descreve a configuração dos fenômenos naturais. Estágio da interioridade: A configuração na qual a filosofia (assim como a história e outras disciplinas das humanidades) coloca os fenômenos humanos. Estratégia de engolfamento: Os conceitos científicos que explicam as outras condições humanas enquanto variações daquelas descobertas na Europa pós-iluminismo.
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Estratégia de intervenção: Os métodos, técnicas e procedimentos das ciências do homem e da sociedade, destacando como apreenderam outras formas de existência humana enquanto variações das condições pós-iluministas. Estratégia de particularização: As categorias dos seres humanos implementadas pelas ciências dos homens e da sociedade. Poesis transcendental: É a reescrita hegeliana da razão enquanto uma força transcendental. A tese da transparência: O pressuposto ontoespistemológico que governa o pensamento pós-iluminista. “Eu” transparente: O homem, o sujeito, a figura ontológica consolidada no pensamento europeu pós-iluminista. Nomos universal: A primeira concepção física da razão do século dezenove enquanto um controlador exterior do universo. Poesis universal: A formulação da razão enquanto o produtor interior soberano do universo.
Esse caderno da Oficina de Imaginação Política conjuga o “Glossário” do livro Towards a Global Idea of Race de Denise Ferreira da Silva à cartografia de leitura do livro produzida pelo professor de literatura David Loyd. O livro permanece inédito em português, mas Oip planeja lança-lo ao português em 2017. O “Glossário” foi traduzido por Hailey Kaas e a cartografía foi transposta ao português por Amilcar Packer; as páginas apontadas nos mapas se referem à edição Towards a Global Idea of Race lançado pela University of Minessota Press, 2007, Minneapolis, E.U.A.
#Publicação comissionada pela Fundação Bienal de São Paulo em ocasião da 32a Bienal de São Paulo - Incerteza Viva.
#Publication commissioned by Fundação Bienal de São Paulo on the occasion of the 32a Bienal of São Paulo - Incerteza Viva.
oficina imaginação política
lugar de agência e afetos entre modos de fazer, aprender e cuidar intervenção nos sistemas de (re-)produção e invenção de mundos implicação ética nas contradições e paradoxos das coletividades OIP é uma iniciativa que se manifesta por meio de grupos de pesquisa, leituras públicas, apresentações, oficinas, intervenções, instalações, escrita, tradução e produção de publicações como esta. no contexto da 32a bienal de são paulo: incerteza viva, a oficina se costitui pela colaboração entre jota mombaça, rita natálio, thiago de paula, valentina desideri, diego ribeiro e amilcar packer.
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Denise Ferreira da Silva é diretora do Instituto de Justiça Social (The Social Justice Institute - GRSJ), da University of British Columbia no Canadá, é Senior Faculty Fellow, do St John’s College, University of British Columbia e Professora na Faculty of Art, Design, and Architecture, Monash University e Professora Convidada de direito na School of Law, BirkbeckUniversity of London, assim como Editora na Living Commons Press.