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OM PRIMEIRA PALAVRA

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OM VIRTUDES

OM VIRTUDES

* OM PRIMEIRA PALAVRA * por Ken O’Donnell

VALORES

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HUMANOS NO TRABALHO

Trechos retirados do livro “Valores Humanos no Trabalho”, de Ken O’ Donnell, da Editora Brahma Kumaris

(…) Inúmeras experiências feitas nos cinco continentes mostram-me que os valores humanos não podem ser simplesmente decretados nem estabelecidos por meio de um plano estratégico. São os frutos de um trabalho realizado no âmago do ser humano.

Uma boa definição de espiritualidade é justamente a prática de valores humanos em situações adversas. Espiritualidade não é sinônimo de religião. Embora pessoas religiosas possam ter comportamento “espiritualizado”, nem sempre esse é o caso. Assim, o desenvolvimento da inteligência espiritual na empresa não significa esoterismo, rituais estranhos, paredes pintadas de cores novas nem sessões de passes magnéticos. Esse conceito deve ser, no mínimo, o aprimoramento verdadeiro dos valores previstos no plano estratégico, q são a base do desempenho de boas equipes de trabalho, e, no máximo, a permissão de revelar os valores especiais de cada um.

Quando o trabalho se encaminha para um propósito compartilhado, elevado e inspirador de paixão, ele dá vida às tarefas em si, ao trabalhador e ao mundo em que se vive. O aprimoramento do potencial humano para trabalhar de tal forma integrada pode tornar-se um fator crucial de sucesso ou de fracasso.

Por isso, quando procuramos a melhoria de processos administrativos e produtivos, não podemos esquecer a inclusão de um trabalho consciente de desenvolvimento de valores humanos que atinja os indivíduos, base de qualquer organização. Muito além da questão de ganhar ou perder, de números ou de modernização tecnológica, essas virtudes tornam o ambiente de tra-

* OM PRIMEIRA PALAVRA * por Ken O’Donnell

“Não é uma questão de apresentar teorias utópicas, modismos nem receitas mágicas, e sim tratar do significado real do desenvolvimento de valores humanos, espirituais e éticos nas organizações...”

balho, onde passamos até um terço da nossa vida, mais agradável. As pesquisas mostram que o lugar que agrada também faz produzir mais.

Elaborar uma lista de virtudes que precisam ser trabalhadas em grupo é fácil - respeito, tolerância, humildade, cooperação, confiança, sensibilidade, sinceridade e assim por diante. No papel, todas parecem maravilhosas; praticá-las, especialmente em situações difíceis, exige, porém, muito trabalho.

A compreensão dos valores é essencial no contexto das organizações, quer públicas, quer privadas. Não podemos relegar a questão dos valores a meras discussões semânticas e demagógicas. A sustentabilidade do próprio planeta exige a reavaliação urgente de nossos valores e da forma como esses valores devem refletir-se em nossa vida e em nosso trabalho.

A abordagem típica de processos de desenvolvimento de valores humanos acaba, infelizmente, por equiparar-se à ingenuidade daqueles que acham que a instituição de um processo de melhorias organizacionais traz mudanças de comportamento automáticas. Apesar da retórica sobre “trabalho em equipe”, “novos paradigmas” e prestação de contas”, falta, com frequência, uma percepção mais

profunda das influências dos sistemas de crenças, da cultura histórica e das relações de trabalho, que formam a base dos comportamentos que precisam ser modificados.

Nesse sentido, não faltam descrições exatas e detalhadas dos processos de mudança estrutural, mas o redesenho da dinâmica comportamental não conta com a mesma dedicação. Perguntei recentemente ao diretor de uma estatal o motivo disso. Ele respondeu que o tema de valores não tem líderes porque ninguém quer ser o exemplo.

Embora um novo jargão de mudanças possa implantar-se, as expectativas comportamentaissão prontamente interpretadas, por empregados e empregadores, como cobranças do tipo: “Ei! Você não está fazendo isso direito.” Tal atitude acaba por inviabilizar transformações mais duradouras que, em essência, dependem da mudança da prática de alguns valores fundamentais.

Não é uma questão de apresentar teorias utópicas, modismos nem receitas mágicas, e sim tratar do significado real do desenvolvimento de valores humanos, espirituais e éticos nas organizações. É o espírito humano, a chama interna que nos diz que estamos vivos, que precisa ser reacendido. *

Ken O’Donnell é praticante de meditação Raja Yoga desde 1975 (47 anos). É autor de 18 livros sobre desenvolvimento pessoal e de organizações. Atua profissionalmente como consultor internacional nas áreas de planejamento e gestão. Atual coordenador da Brahma Kumaris para a América do Sul.

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