Blueauto#07

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blueauto nº 7

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fevereiro 2018

à descoberta do futuro do automóvel

calendário

Lançamentos 2018: o início da “revolução elétrica” mobilidade

Fórum Nissan da Mobilidade Inteligente ao volante

Opel Crossland X novos modelos

BMW X2 Mercedes Classe A dossier

A história dos veículos elétricos guia novidade

Renault ZOe

Z.e. 40 CR

Modelos elétricos e híbridos à venda em Portugal




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à Descoberta Do Futuro Do automóvel

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editorial

Mudança inevitável... O automóvel, tal como hoje o conhecemos, vai mudar. E muito. Uma mudança que já se anuncia mas cuja extensão nenhum de nós pode ainda prever. Ou, reproduzindo o que alguém já disse: “Acredito realmente que estamos a subestimar quão dramaticamente diferente o nosso mundo será dentro de 10 anos, especialmente na área da mobilidade”. A frase é da autoria de Ponz Pandikuthira, vice-presidente para o planeamento de produto da Nissan Europa, e foi proferida no Fórum da Mobilidade Inteligente promovido pela Nissan Portugal no início deste mês. Com ela, o responsável por toda a linha de produção da Nissan na Europa e na Rússia definiu brilhantemente o momento atual da mobilidade automóvel, que marca o início de uma profunda mudança no modo como consumimos ou utilizamos este meio de transporte. Consumimos ou utilizamos... Porque esse é justamente um dos paradigmas da mobilidade que começa agora a ser posto em causa. Como lembrou o Ministro do Ambiente também no Fórum Nissan para a Mobilidade Inteligente, “Temos mesmo de caminhar para um modelo em que os consumidores deixem de ser consumidores e passem a ser utilizadores”. De facto, o novo modelo de mobilidade automóvel não se vai ficar apenas por trocar os veículos a gasolina ou gasóleo por veículos elétricos ou, numa fase intermédia, híbridos. Não. Ele vai estender-se, e muito rapidamente, a conceitos até aqui vistos como marginais ou demasiado futuristas mas que hoje aparecem já como apostas claras para ajudar nessa mudança de paradigma que tem mesmo de acontecer, sobretudo considerando a mobilidade em ambiente urbano. Um desses conceitos é o ‘car sharing’. Por alguma razão um dos temas abordados por João Pedro Matos Fernandes na sua intervenção naquele Fórum: “Eu não preciso de ter um carro meu, eu preciso é de ter um carro que me transporte. A partilha aqui é fundamental”, afirmou o Ministro do Ambiente, destacando um conceito cuja relevância foi confirmada algumas horas mais tarde no mesmo palco por outro membro do Governo, o Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, ao anunciar estar para breve a criação de uma lei para o ‘car sharing’ que vai prever incentivos fiscais para quem recorrer a este tipo de serviço, reforçando ainda que com a partilha de veículos vai ser possível eliminar da estrada cerca de 5% dos automóveis. Embora continue a ser inquestionável o papel do automóvel enquanto meio de transporte e de evasão único e insubstituível, não há como negar que o objetivo comum de caminhar na direção de uma economia cada vez mais “verde”, chegando assim aos desejáveis benefícios ambientais, é motivação principal para o advento deste tipo de conceito como contributo para um novo modelo de mobilidade, nomeadamente urbana. Ainda que não possamos prever até onde e a que ritmo essa transformação vai acontecer, nestas circunstâncias faz sim todo o sentido concordar com quem defende que a mudança é mesmo inevitável... n

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sumário 06 13 14 20 24 26 36 40 42 44 48 52 54 58 59 60

atualidade Notícias

mercado Elétricos e híbridos: vendas em crescimento acelerado novidade Renault ZOE Z.E. 40 CR mobilidade Fórum Nissan da Mobilidade Inteligente revista de imprensa Declarações em destaque calendário Lançamentos 2018: o início da ‘revolução elétrica’ ao volante Opel Crossland X novos modelos BMW X2 novos modelos Mercedes-Benz Classe A

dossier A história dos automóveis elétricos efeméride 20 anos de inovação Renault tecnologia Hyundai Nexo

novidades Salão de Detroit glossário Mobilidade elétrica testemunho de um utilizador de veículo elétrico guia de compras Todos os modelos elétricos e híbridos à venda em Portugal

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atualidade

Eletromobilidade reduz impacto no ambiente

Toyota: 1,5 milhões de carros eletrificados vendidos em 2017 Em 2017 a Toyota Motor Corporation comercializou 1,52 milhões de veículos eletrificados. Resultado que significa um aumento de 8% em relação a 2016. Com a venda de mais de 1,5 milhões de automóveis eletrificados num só ano, a Toyota antecipa em três anos o seu objetivo estabelecido para 2020, continuando o crescimento continuado da tecnologia híbrida e concretizando assim uma das metas do Desafio Ambiental Toyota 2050 (desafio estratégico que visa a massificação de novos veículos zero-emissões de modo a reduzir até ao ano 2050 a média global de emissões de CO2 de carros novos em 90%, comparando com a média global de emissões da Toyota em 2010). As vendas acumuladas de veículos híbridos do grupo industrial japonês chega agora às 11,47 milhões de unidades.

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Os automóveis elétricos são uma boa solução para o ambiente, mesmo tendo em conta as emissões decorrentes da produção de baterias. Essa é a conclusão que resulta de um estudo levado a cabo em França pela European Climate Foundation, em conjunto com outras entidades. Estudo que diz que, quando comparados com os veículos movidos a combustíveis fósseis, os automóveis elétricos têm um impacto duas a três vezes inferior no aquecimento global (pelas emissões de gases com efeito de estufa), mesmo considerando todo o seu ciclo de vida. O mesmo estudo, no qual colaborou o Grupo Renault, conclui também que os benefícios em termos ambientais da utilização de automóveis elétricos podem ser ainda mais significativos desde que se concretize a aposta no desenvolvimento de energias renováveis, estimando-se que a melhoria da eficiência energética das atividades produtivas (com destaque para a produção das baterias, responsável por cerca de 40% das emissões de um carro elétrico) irá permitir que o impacto da eletromobilidade no ambiente seja reduzido em 20 a 25% até 2030.

Mazda VISION COUPÉ o ‘concept-car’ mais belo do ano O Mazda VISION COUPÉ conquistou o prestigiado título de “Protótipo Mais Bonito do Ano” no âmbito da 33.ª edição do Festival Automobile International. Composto por especialistas nos setores automóvel e competição, além de arquitetos e designers de moda, o painel de jurados elegeu como vencedor este estudo revelado pela Mazda em outubro do ano passado. O VISION COUPÉ impôs-se assim a propostas como Audi Aicon,

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BMW i Vision Dynamics, Kia Proceed Concept, Lamborghini Terzo Millennio, Mercedes-Benz AMG GT Concept, Mercedes-AMG Project One, Vision Mercedes Maybach 6 Cabriolet, Nissan Vmotion e Peugeot Instinct. Este belo ‘concept car’ cujo nome homenageia a tradição de mais de 50 anos da Mazda na conceção de coupés elegantes personifica a visão de design da próxima geração de modelos da marca japonesa.


Breves n Baseado numa frota de 211 carros das marcas BMW e Mini, o serviço nacional de ‘carsharing’ DriveNow anuncia ter feito 50.000 viagens em quatro meses de atividade. n A Volvo Cars anunciou que a sua fábrica localizada em Skövde, na Suécia, é a primeira do grupo a atingir um impacto climático neutro das suas operações.

nissan LeaF bate recordes de vendas Tendo já atingido a marca de 300.000 veículos vendidos a nível global desde o seu lançamento no ano de 2010, em 2017 o Nissan LEAF registou um novo recorde também em Portugal, ao tornar-se no primeiro automóvel “zero emissões” a comercializar no mercado nacional 1.000 unidades. E a muito aguardada segunda geração do modelo pioneiro do conceito Mobilidade Inteligente da Nissan também já está a fazer história ao registar um fortíssimo início de vendas, com mais de 12 mil unidades encomendadas na Europa – 550 das quais em Portugal – em apenas dois meses de comercialização. As primeiras unidades do novo LEAF serão entregues aos clientes europeus ainda neste mês de fevereiro.

Jaguar I-Pace: carregamento a 80% em menos de 45 mInutos O SUV elétrico de alto rendimento I-Pace que a Jaguar se prepara para juntar à sua gama de automóveis será exibido pela primeira vez numa emissão mundial em direto a ter lugar já no dia 1 de março, após a qual serão anunciados os preços. A sua apresentação ao grande público está marcada para alguns dias depois, a 6 de março, no Salão de Genève. A marca continua entretanto a antecipar alguns dados deste novo modelo que será o primeiro Jaguar 100% elétrico e cuja preparação pré-lançamento incluiu ter sido submetido aos mais rigorosos testes sobre diferentes superfícies e a temperaturas até -40°C, de modo a assegurar o máximo rendimento do veículo nas condições mais extremas. Desses dados, destaque agora para a confirmação de que o I-Pace vai poder carregar a sua bateria quase na totalidade em menos de 45 minutos (de 0 a 80%, com um carregador de CC de 100 kWh). Uma capacidade de carregamento rápido a que se junta, diz a Jaguar, o rendimento de um desportivo e a funcionalidade de um SUV. Ainda de acordo com a marca britânica, os clientes do I-Pace poderão usar a rede elétrica para preparar a bateria do veículo e a temperatura do habitáculo antes de uma viagem, maximizando assim a autonomia e otimizando o rendimento e a comodidade.

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n Até aqui designação para as versões mais desportivas dos modelos Seat, a Cupra vai passar a ser uma marca independente. Os primeiros modelos Cupra são esperados já em março. n A francesa DS afirma-se empenhada nos automóveis híbridos e elétricos de elevada performance. A marca preparase para lançar em 2019 o primeiro desses modelos: o DS 7 Crossback equipado com tecnologia E-Tense, mecânica híbrida da DS. n A Mercedes-Benz planeia investir mil milhões de euros numa rede global de fábricas de baterias em todo o mundo. n A ACAP – Associação Automóvel de Portugal advoga o fim do limite de mil unidades nos incentivos aos carros elétricos e a dedução do IVA das despesas com veículos híbridos a gasolina. n A partir de março deste ano, todos os novos modelos Mini estarão disponíveis com a opção de um cartão SIM 4G integrado que irá permitir aceder a uma nova geração de serviços digitais personalizados no campo da conetividade. n A empresa tecnológica Continental e a NVIDIA estabeleceram uma parceria destinada a lançar sistemas de inteligência artificial para veículos autónomos.

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atualidade

volkswagen: modelos i.d. vão ter até 600 km de autonomia

Hyundai IONIQ elétrico, o automóvel mais ecológico do ano

A Volkswagen AG confirmou que a sua nova geração de automóveis 100% elétricos irá permitir autonomias entre os 400 e os 600 km e que no futuro o tempo de paragem para o recarregamento elétrico poderá durar apenas 10 minutos, graças a estações de carga de elevada potência. Recorde-se que a nova família de veículos totalmente elétricos do fabricante alemão, agrupados sob a designação genérica I.D., tem estreia prevista para 2020 com a chegada do modelo compacto I.D. (cujo preço, sabe-se já, será semelhante ao de um Golf bem equipado e com o mesmo nível de potência), seguindo-se os lançamentos dos já confirmados Volkswagen I.D. Crozz (um ‘crossover’) e I.D. Buzz (inspirado na mítica carrinha “pão de forma”). Ainda este ano, a VW deverá anunciar planos para produção de um quarto modelo a recorrer à sua nova plataforma modular MEB, que servirá de base à gama 100% elétrica da marca.

O Hyundai IONIQ Electric foi nomeado o automóvel mais ecológico entre um total de 105 veículos testados ao longo do ano passado pela ADAC, a maior associação automobilística alemã. No ADAC EcoTest de 2017, o modelo elétrico da Hyundai alcançou a classificação máxima de 5 estrelas e conseguiu um total de 105 pontos: uma pontuação máxima de 50 pontos para as baixas emissões de condução e de 55 pontos (num total de 60) pelo seu desempenho geral no que diz respeito a emissões de CO2. A ADAC testou 105 veículos com os mais diversos tipos de motorizações por forma a avaliar a sua sustentabilidade e impacto ambiental, tendo o IONIQ Electric sido um dos cinco veículos a alcançar a classificação máxima de cinco estrelas e aquele que obteve a pontuação total mais elevada. Recorde-se que a gama IONIQ é composta por três modelos diferentes, sendo a Hyundai o primeiro fabricante automóvel a oferecer versões de motorização elétrica, híbrida e híbrida ‘plug-in’ sob a mesma carroçaria.

Primeiro Seat elétrico deverá chegar em 2020 A próxima marca a confirmar o seu primeiro modelo automóvel 100% elétrico poderá ser a Seat: de acordo com declarações de um alto reponsável do fabricante à publicação britânica AutoExpress, o primeio Seat movido a baterias elétricas deverá ver a luz do dia já em 2020. O que também se ficou já a saber é que terá por base a nova plataforma modular MEB do grupo Volkswagen (grupo industrial a que a Seat pertence) e que as dimensões exteriores deverão estar próximas das do Seat Leon, com linhas compactas que prometem seduzir. Quanto à autonomia, as estimativas mais otimistas apontam para que possa oferecer até 500 km, enquanto ‘Born’ e ‘E-Born’ são designações já registadas pela marca espanhola e dadas como possíveis (até pela fácil associação a El Born, um dos bairros mais característicos da cidade de Barcelona) para o primeiro automóvel elétrico grande-público a lançar pela Seat.

Skoda Vision-X antecipa futuro SUV A Skoda divulgou imagens oficiais do estudo a que chama ‘Vision X’, um protótipo híbrido a estrear já em março no salão internacional de Genève e que é visto como uma antevisão de um futuro modelo de produção, mais precisamente um SUV compacto de nova geração. Trata-se de um moderno ‘crossover’ urbano que deverá inaugurar um novo segmento na gama do fabricante checo. Dimensões compactas, linhas exteriores dinâmicas e um interior arrojado de forte impacto visual no qual aparece em grande plano o acesso aos comandos dos sistemas de infoentretenimento e de conetividade são características em destaque neste estudo. Cujas opções de motorização não são conhecidas, embora a opção híbrida pareça ser provável, sobretudo considerando que a estratégia de lançamentos já anunciada pela Skoda prevê não apenas a rápida expansão da gama de modelos da marca como também a adoção acelerada de versões ‘plug-in’ a juntar às 100% elétricas.

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Novo Nissan LEAF SIMPLY AMAZING OBRIGADO AOS 1.000 CLIENTES NISSAN LEAF QUE CONFIARAM NA MOBILIDADE ELÉTRICA. NISSAN LEAF O LÍDER EM PORTUGAL

DESCUBRA O NOVO NISSAN LEAF O Nissan LEAF foi o primeiro veículo 100% elétrico a ultrapassar as 1.000 unidades vendidas em Portugal. Só temos uma coisa a dizer: 1.000 vezes obrigada! Agora voltamos a superar os limites do estabelecido e apresentamos o Novo Nissan LEAF com 378 km de autonomia e equipado com as mais inovadoras tecnologias ‘Intelligent Mobility’, como o e-Pedal, o ProPilot e o ProPilot Park. Em duas palavras: Simply Amazing. Descubra-o em nissan.pt Zero emissões de CO2 durante a sua utilização.


atualidade

Primeiro Porsche elétrico emfevereiro 2019 Hyundai Kauai elétrico revelado a 27 Nissan Portugal anuncia programa ‘LEAF4Trees’ A Nissan Portugal lançou o programa ‘LEAF4Trees’, uma inédita ação de reflorestação destinada a contribuir para a preservação e valorização da floresta portuguesa. Iniciativa que resulta do desafio lançado pelo Turismo Centro de Portugal à Nissan Portugal, o programa ‘LEAF4Trees’ pressupõe a plantação de árvores no centro de Portugal, em função dos quilómetros percorridos pelos proprietários nacionais dos modelos elétricos Nissan LEAF e e-NV200, entre abril de 2017 e junho deste ano. Os automóveis zero emissões da Nissan que circulam em Portugal têm, anualmente, um impacto positivo sobre o ambiente equivalente ao de 150 mil árvores. Com o programa ‘LEAF4Trees’, a Nissan Portugal tem como objetivo duplicar esse efeito, plantando na zona centro de Portugal, tão afetada pelos trágicos incêndios ocorridos em 2017, o número total de árvores que os clientes Nissan de automóveis elétricos “pouparam” ao contribuírem para evitar as poluentes emissões de gases de escape.

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A Hyundai prepara-se para alargar a sua linha de automóveis ecológicos com o lançamento do novo Kuai Electric, a aguardada versão zero-emissões do SUV compacto da marca. A grande novidade é agora o anúncio feito pelo fabricante coreano do dia 27 de fevereiro como data de revelação oficial deste novo modelo elétrico, que tem apresentação mundial marcada para março no salão automóvel de Genève. Mas sabe-se já que o Kauai Electric irá apresentar duas motorizações, oferecendo aos clientes um dos motores elétricos mais potentes do mercado e com uma autonomia que a marca antecipa como líder do segmento: cerca de 470 quilómetros (previsão sob as regras WLTP, sujeito a validação). A Hyundai destaca também o caráter ‘fun-todrive’, para uma excelente experiência de condução, bem

como uma alargada variedade de características de conetividade e tecnologias de segurança e assistência à condução. Combinando duas das tendências em maior crescimento no setor automóvel – SUV e motorização elétrica –, o Kauai Electric tem lançamento previsto para o verão deste ano.

5 ‘estrelas’ Mazda no salão de Genève A Mazda promete que o seu stand na próxima edição do salão automóvel de Genève (8 a 18 de março) será um dos mais movimentados do famoso certame suíço, graças à exibição de cinco “estrelas” da marca. Em destaque vão estar nada menos do que os novos modelos topo de gama Mazda 6 Wagon, em estreia mundial; e Mazda 6 Sedan, este em estreia na Europa. No espaço do fabricante japonês as atenções estarão igualmente voltadas para dois espetaculares estudos estilísticos e tecnológicos: o Mazda Vision Coupé, elegante coupé de 4 portas recém-coroado como o “Mais Belo Protótipo do Ano”; e ainda o KAI Concept, modelo de 5 portas que antecipa o futuro da marca, exibindo as tecnologias revolucionárias da Mazda e a mais recente evolução do seu conceito de design KODO. E a quinta “estrela” Mazda que promete brilhar em Genève é o motor a gasolina de nova geração SKYACTIV-X, exclusivo da marca, um propulsor revolucionário que introduz um inovador método de combustão designado ignição por compressão, combinando as vantagens de um motor a gasolina com ignição por faísca (expansividade a elevados regimes e emissões mais limpas) com as de um motor diesel com ignição por compressão (melhor resposta a baixos regimes e menores consumos).

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Mercedes: eletrificação total até 2022 Até 2022 a Daimler irá eletrificar todo o seu portfolio de veículos Mercedes-Benz, de modo a oferecer aos clientes pelo menos uma alternativa com cadeia cinemática elétrica. Esta iniciativa agora anunciada faz parte da estratégia do fabricante alemão para a mobilidade elétrica, a qual prevê a disponibilização de um total de 50 versões de veículos eletrificados; desses, mais de 10 modelos serão totalmente elétricos, abrangendo todos os segmentos, desde os pequenos Smart aos SUVs de maiores dimensões. Para chegar aos mais de 50 veículos eletrificados, a Mercedes-Benz irá também apoiar continuamente o desenvolvimento de modelos híbridos ‘plug-in’ e a implementação de sistemas elétricos de 48V. Dez mil milhões de euros é o investimento previsto pelo fabricante para financiar nos próximos anos a expansão do seu portfolio de veículos eletrificados.


Zurich lança nova solução de seguro para veículos elétricos

F.I.A. AprovA troFéu com modelos teslA s p100d A Federação Internacional do Automóvel deu “luz verde” à realização das ‘Electric Production Car Series’ (EPCS), uma nova competição desportiva reservada a automóveis a propulsão exclusivamente elétrica. A EPCS será disputada por 20 carros elétricos preparados como versões de competição do modelo de produção Tesla S P100D, com uma potência máxima de 585 kW (778 cv) a permitir acelerar dos 0 aos 100 km/h em 2,1 segundos. Promovido pela Electric GT Holdings Inc., cada uma das 10 etapas do campeonato terá o formato de três rondas de qualificação seguidas de duas corridas, que terão lugar em vários circuitos europeus, a anunciar, estando já previsto um evento em Portugal. Este novo campeonato internacional de automóveis elétricos junta-se assim à Fórmula E, competição de monolugares 100% elétricos que se disputa desde 2014; e ao Jaguar I-Pace eTrophy, troféu monomarca baseado no primeiro modelo elétrico de produção da marca britânica (prestes a ser lançado) e que a partir desta temporada acompanhará o calendário da Fórmula E.

Grupo PSA amplia atividade em Portugal A visão do grupo automóvel PSA (detentor das marcas Peugeot, Citroën, DS Automobiles, Opel e Vauxhall) passou a ser a combinação de duas dimensões: a manutenção da sua atividade de construtor automóvel de referência, apostando nos produtos nascidos sob as suas cinco marcas; mas também a de fornecedor global de mobilidade, uma nova abordagem que o grupo passa a partir de agora a explorar. Esta nova estratégia tem como objetivo consolidar o grupo PSA como operador multifuncional num mundo automóvel em rápida mutação e crescimento, muito além das fronteiras até aqui conhecidas pelos conceitos tradicionais de compra e venda de automóveis e a sua assistência nas oficinas de reparação. Esses são os fundamentos do processo de transformação que a empresa anuncia estar agora a protagonizar também em Portugal, apostando assim numa ofensiva no mercado português de pós-venda que visa ampliar a atividade no nosso país com a entrada em novas áreas de negócio até aqui não exploradas pela PSA: o lançamento da rede de manutenção e reparação automóvel Euro Repar Car Service, a primeira rede multimarca que o Grupo PSA implanta em Portugal; uma nova oferta de peças de substituição, sob a marca Eurorepar; e ainda uma nova marca de distribuição de peças de substituição multimarca, Distrigo.

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A seguradora Zurich lançou uma nova solução de seguro especificamente destinada a veículos elétricos. A criação do novo produto Zurich Veículos Elétricos surge, diz a seguradora, para dar resposta ao crescimento de motorizações elétricas no mercado português, fruto do investimento feito por parte dos construtores de automóveis e fornecedores de energia, bem como da procura por parte dos consumidores. Esta proposta diferenciadora prevê a cobertura de responsabilidade civil derivada do manuseamento de cabos de carga no interior e exterior do veículo, bem como as responsabilidades que sejam imputáveis ao segurado durante o processo de recarga das baterias; a assistência quando se verifique a descarga total da bateria, rebocando a viatura para o posto de carga mais próximo; o reboque da viatura por avaria para a oficina mais próxima; quando contratada a cobertura de furto ou roubo, ficam ainda cobertos os cabos elétricos mesmo na situação de carregamento; e a possibilidade de subscrição isolada da cobertura de Incêndio, Raio ou Explosão. “A revolução elétrica é algo muito atual e presente nos nossos dias e sabemos, através dos anúncios pelos principais construtores, que a próxima década será marcada pelo abandono de tecnologias baseadas em combustíveis fosseis”, explica Artur Lucas, Diretor de Marketing e Comunicação da Zurich Portugal.

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atualidade

EM NÚMEROS...

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número de modelos 100% elétricos disponíveis em todo o mundo que a Toyota planeia ter até ao início dos anos 2020.

175.544

veículos automóveis produzidos em Portugal em 2017 (+22,7% do que em igual período de 2016).

42%

percentagem de portugueses que indicam que o seu próximo carro poderia ser um veículo elétrico (resultados de um estudo publicado em 2017 pelo LP Mobility Monitor).

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minutos, o tempo de carregamento estimado pela Porsche para o seu futuro modelo Mission E (para 80% da autonomia, ou 400 km).

1.000.000

de dólares, valor que a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi prevê investir nos próximos cinco anos para apoio à inovação, incluindo eletrificação de veículos, sistemas autónomos, conetividade e inteligência artificial.

2019

ano de lançamento do EQC, o primeiro veículo produzido em série da nova marca de produtos e tecnologia EQ da Mercedes-Benz.

60

quilómetros, a distância máxima entre os postos públicos de carregamento garantida pelo Governo (quando a rede nacional de carregamento elétrico estiver concluída).

976

incentivos estatais atribuídos no ano passado em Portugal para a aquisição de veículos de baixas emissões, 100% elétricos (no valor unitário de 2.250€).

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PorschE rEforça invEstimEnto na mobilidadE Elétrica Em 2022 o investimento da Porsche na eletromobilidade ultrapassará os 6 mil milhões de euros. Anunciado pelo Conselho de Supervisão da Porsche AG, o novo plano de investimento representa o dobro daquilo que estava até aqui previsto e é o mais ambicioso de sempre da marca desportiva. “A par do desenvolvimento dos nossos modelos com motores de combustão, com esta decisão estamos a definir um importante caminho para o futuro”, esclarece Oliver Blume, Presidente da Comissão Executiva da Porsche AG. Desse montante total agora anunciado, cerca de 500 milhões de euros serão destinados ao desenvolvimento de futuras novas versões derivadas do superdesportivo elétrico Mission E (a produzir a partir do próximo ano); à volta de mil milhões de euros à eletrificação e hibridização da atual gama de modelos; várias centenas de milhões de euros para expandir instalações de produção; e aproximadamente 700 milhões vão ser investidos em novas tecnologias, infraestruturas de carregamento elétrico e mobilidade inteligente.

Smart: Portugal é o melhor mercado a nível mundial No último ano, Portugal foi eleito pela segunda vez (depois de já ter conseguido esse título em 2013) como melhor mercado do mundo para a Smart. Em 2017 a marca do grupo Daimler registou um crescimento de 3% (comparativamente ao ano anterior) no mercado nacional, ao somar 3126 unidades vendidas. Em termos de quota de mercado, os 1,4% conseguidos pela Smart deram a Portugal a primeira posição a nível mundial, superando o mercado italiano que nos últimos anos tem mantido esta posição. Num estudo que compara todos os mercados a nível mundial, Portugal é também considerado como o melhor mercado em perceção de marca e aquele com melhor imagem. Para a Smart, este resultado reflete o excelente trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no nosso país, sobretudo no esforço em aproximar a marca aos seus potenciais clientes e ao ambiente urbano, chamando a atenção para o problema da mobilidade urbana.

Efacec inaugura nova unidade de mobilidade elétrica Líder mundial na produção de carregadores rápidos para veículos elétricos, a empresa portuguesa Efacec inaugurou no início de fevereiro uma nova unidade de mobilidade elétrica. Localizada na Maia, esta nova unidade industrial vai permitir à Efacec aumentar a sua capacidade anual de produção, na linha dos planos já anunciados pela empresa de reforço do peso da mobilidade elétrica na sua atividade. Representando um investimento de 2,5 milhões de euros e contribuindo para a criação de novos postos de trabalho bem como para o crescimento das exportações, a nova unidade produzirá uma nova geração de carregadores rápidos capazes de repor em apenas 15 minutos carga nas baterias de um automóvel de modo a permitir uma autonomia de até 300 km. Na cerimónia de inauguração, Ângelo Ramalho, CEO da Efacec, definiu assim os objetivos da empresa: “Trabalhar diariamente na construção de soluções sustentáveis de energia, que contribuam para a qualidade de vida de pessoas em todo o mundo”.

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mercado VEÍCULOS ELÉTRICOS

‘TOP 10’ DAS VENDAS EM PORTUGAL Os 10 modelos EV/PHEV mais vendidos em Portugal em 2017...

1 Renault ZOE

2 BMW 330e

MERCADO AUTOMÓVEL EM PORTUGAL

Elétricos e híbridos em crescimento acelerado...

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e em 2017 o mercado automóvel nacional teve um crescimento global de 7,7% face a 2016, a mobilidade elétrica registou no último ano um ‘boom’ decisivo em Portugal: a venda de automóveis eletrificados aumentou 126% comparativamente ao ano anterior, atingindo um total de 4237 unidades comercializadas. Fazendo o balanço do último ano, a Associação Automóvel de Portugal destacou o crescimento de três dígitos verificado em 2017 nos veículos elétricos e híbridos ‘plug-in’, dado que a ACAP considera revelador da crescente procura que existe neste segmento, antecipando ainda que a eletrificação do parque automóvel continuará a ser uma realidade incontornável no futuro próximo. Assinalando a espetacular evolução deste mercado nos últimos anos, a mesma entidade relembra que em 2010 tinham sido vendidos apenas 5 veículos de tecnologia híbrida ‘plug-in’, enquanto em 2017 as vendas foram de 2442 unidades. Se compararmos a evolução do mercado automóvel tecnologia a tecnologia, verificamos que em 2017 esse total de vendas fez os veículos híbridos ‘plug-in’ (PHEV) cresceram +154% face a 2016; enquanto as vendas de híbridos (HEV) aumentaram 36%; e o número de veículos 100% elétricos (EV) cresceu 117%. Em sentido contrário, e confirmando desde já a

tendência de menor valorização (pelas razões conhecidas) das motorizações diesel, a quota de automóveis a gasóleo diminuiu 4% ao longo de 2017 (e mesmo -14% se considerarmos o último mês do ano, dezembro), passando a representar 61% do mercado (vendas). Já a comercialização de veículos a gasolina aumentou 22%. Em 2017 bateram-se assim todos os recordes de vendas de automóveis eletrificados. Em termos de marcas e modelos, na categoria EV/ PHEV o Renault ZOE foi o destacado campeão de vendas, totalizando 751 unidades comercializadas. E para 2018 não será nada arriscado antecipar um crescimento ainda mais espetacular na quota de mercado dos veículos elétricos e híbridos, antes de mais graças ao lançamento de novos modelos, tecnologicamente ainda mais apelativos (a começar pela autonomia, agora cada vez menos limitativa); acompanhados pela expansão acelerada da rede de carregamento elétrico disponível em todo o país; pelas campanhas comerciais e financeiras das marcas; pela continuação dos incentivos fiscais associados à eletrificação; e também, ‘last but not least’, pela maior divulgação e visibilidade dada às novas gerações de automóveis mais económicos e menos poluentes... n

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3 BMW 530e

4 Nissan Leaf

5 BMW i3

6 Mitsubishi Outlander PHEV 7 Mercedes GLC 350e 8 Mercedes C 350e 9 BMW 225xe Active Tourer 10 Volkswagen Passat GTE Fonte: ACAP

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novidade

RENAULT

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ZOE Z.E. 40 CR Energia rápida!

O principal problema dos automóveis elétricos não é a autonomia. É o tempo que é preciso esperar para voltar a ter autonomia. A maior parte das baterias necessitam de várias horas para carregar, mas a Renault propõe a nova versão de carregamento rápido do Zoe, que demora pouco mais de uma hora a ter energia suficiente para vários dias...

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novidade

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Renault tem vindo a experimentar com a sua gama de carros elétricos, principalmente o Zoe, procurando formas de tornar a sua utilização mais eficiente. Recentemente, introduziu a versão Z.E. 40, com uma bateria de 41 kWh, com uma longa autonomia de 400 km, mais que suficiente para fazer duas semanas de uso citadino. Mas esta ainda demora algum tempo a carregar a sua bateria. Agora, a marca francesa resolveu cortar no tempo de carregamento, introduzindo uma nova variante dotada de um carregador de 43 kW, denominada Z.E. 40 CR (para “carregamento rápido”). Nestas circunstâncias, o carro torna-se muito mais utilizável na cidade, pois não necessita de esperar muito tempo para ter sempre uma boa reserva de energia. Esta nova bateria é um pouco mais lenta com a ‘wallbox’ caseira, de 7,4 kW, demorando uma hora a mais que a versão Z.E.

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40 normal. Mas, se optar por um carregador rápido, dura o mesmo tempo com o já conhecido de 22 kW, e se optar pelo de 43 kW poupa 35 minutos em relação à versão normal para ter os 80 por cento de carga, necessitando apenas de 65 minutos, contra uma hora e quarenta minutos da variante normal. Na estrada, a variante CR tem uma potência máxima ligeiramente mais baixa, mas no que diz respeito às prestações, como acelerações e consumos, são idênticas ou com diferenças irrisórias. A autonomia total potencial é ligeiramente mais baixa para a versão CR, com apenas 370 km contra os 400 km da variante normal, mas o carregador rápido mais que compensa essa pequena perda autonómica. E, em termos visuais, ninguém vai notar a diferença... A gama de versões do Zoe Z.E. 40 CR é igual à variante de carregador normal, com os mesmos níveis de equipamento, mas com um au-

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mento de 700 euros, mas a Renault também oferece a ‘wallbox’ de 7,4 kW. Para empresas, a oferta é para a ‘wallbox’ de 22 kW. Os preços começam nos 18.820 euros para utilizadores particulares e nos 15.460 para empresas, nas variantes com aluguer de bateria. Esta é uma opção mais em conta para os utilizadores particulares, pois custa apenas 69 euros por mês com quilometragem limitada (7500 km por ano, mais incrementos se for passando deste valor) ou 119 euros com quilometragem ilimitada. Neste caso, fica mais barato durante quase 10 anos, e a Renault ainda oferece oito anos de garantia da bateria. Para empresas, é preferível optar pela compra da bateria com o carro, pois pode abater o valor total do IVA, o que não pode fazer com o valor do aluguer. Seja qual for o uso que for dar ao Zoe, os valores de preço mostrados aqui já incluem o incentivo fiscal estatal no valor de


Pare, almoce, carregue a bateria e... vá-se embora! Com o carregador de 43 kW poupa 35 minutos em relação à versão normal para ter os 80% de carga, necessitando apenas de 65 minutos, contra 1h40 da variante normal. blueauto

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novidade

2250 euros. E seja qual for a versão (Life, Intens e Bose), inclui o ecrã tátil com sete polegadas, acoplado ao sistema R-Link, cujo computador de bordo permite controlar o consumo real e o comportamento da bateria. Quando não estiver a conduzir, o aplicativo ‘Z.E. Connect’ permite controlar o estado de carregamento à distância. Ar condicionado automático, ‘cruise control’ e aviso sonoro para os peões estão disponíveis de série em todas as versões, e sensores de chuva, auxílio para o estacionamento e abertura das portas e ignição mãos livres com cartão estão incluídos nas versões de topo. n

Paulo Manuel Costa (texto)

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FICHA TÉCNICA Motor elétrico

Autonomia Consumo

88 cv, bateria de iões de lítio, 41 kWh Dianteira, caixa de redução simples Pseudo McPherson à frente e eixo de torção atrás 370 km 11,1 kWh/100 km

PREÇOS Life Intens Flex Intens Bose Flex Bose

27.995 € 18.820 € 30.030 € 21.540 € 32.750 €

Tração Suspensão

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A gama de versões do Zoe Z.E. 40 CR é igual à variante de carregador normal, com os mesmos níveis de equipamento.


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mobilidade

FÓRUM NISSAN DA MOBILIDADE INTELIGENTE Facilitar a chegada do futuro... A Nissan promoveu em Oeiras a segunda edição do Fórum da Mobilidade Inteligente, com a presença de várias figuras dos mundos político e académico, bem como de empresas tradicionais e ‘start-ups’ ligadas à evolução de vários tecnologias que pretendem tornar a vida na cidade mais ecológica e confortável. Vários dos presentes demonstraram o desejo, através das apresentações das suas ideias e dos seus projetos, de ver a condução autónoma e a partilha de veículos tornarem-se realidade o mais depressa possível.

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entro de menos de uma década, o uso do automóvel vai ser completamente diferente... Se hoje é reabastecido na bomba de combustível, amanhã será ligado ao carregador elétrico em casa. Se hoje necessita de sentar-se ao volante, atuar os pedais e prestar atenção à estrada, amanhã pode ir descansado confortavelmente a consultar a sua agenda no smartphone. E se hoje vai obrigatoriamente ter que comprar o automóvel, e este apenas vai ser conduzido por si, amanhã vai chamar um automóvel pelo smartphone e quando chegar ao seu destino o veículo será utilizado por outra pessoa que dele precisa. Esta foi a proposta apresentada na conferência destinada ao tema de condução inteligente no Fórum. Raphael Meillat, responsável pelo estudo do mercado na Nissan Europa, defendeu que a propriedade de um automóvel torna-se uma prisão para o comprador, em vez do símbolo de liberdade que era outrora. Para melhorar a confiança do comprador numa marca, a relação vai ter que mudar, com o carro a ter que eliminar sensações negativas normalmente associadas ao uso moderno do automóvel, como stress e cansaço causados por situações de trânsito. A segurança reveste-se de grande importância, mas também a usabilidade e possibilidade de personalização. Num automóvel partilhado, isto implica maior integração do sistema de infoentretenimento

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do veículo com o smartphone, em vez de preocupação com as decorações e acabamentos. Vai ser necessário reduzir custos, aumentar a conveniência e melhorar a experiência para o condutor. Mas, assim que os condutores experimentarem carros autónomos, Meillat prevê um tempo de habituação rápido. Para tornar esta segurança e conveniência rea-

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lidades, os automóveis vão ter que passar a ser construídos de modo a poderem transmitir quantidades enormes de dados, que atualmente não acontece. De acordo com Rui Costa, diretor técnico da Veniam, uma ‘start-up’ especialista em conetividade entre veículos, os veículos atuais equipados com wifi para os passageiros transmitem 10 gigabytes de


dados por mês. Mas, para um automóvel se tornar autónomo, vai necessitar de transmitir 30 terabytes de dados. Isto acontece porque o automóvel vai ter que estar em comunicação

constante, não só com outros veículos na estrada, mas também com infraestruturas, cujos sistemas de comunicação terão que ser adaptados às necessidades específicas da cidade.

Transformar as cidades A transformação dos automóveis atuais em veículos elétricos, autónomos e conetados vai beneficiar quem anda de automóvel, mas tam-

“A mobilidade elétrica é o futuro e será ainda mais o futuro se for partilhada”

“É fundamental liderar pelo exemplo. (...) Eu, como Ministro, ando na cidade de Lisboa num Nissan Leaf” João Pedro Matos Fernandes Ministro do Ambiente

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mobilidade

bém vai beneficiar os habitantes das cidades de outros modos. E a redução da concentração de dióxido de carbono na atmosfera das cidades portuguesas com a introdução de carros movidos a eletricidade não será o único motivo para melhorar a qualidade de vida nas cidades. E para isso vai ser preciso haver um uso mais eficiente do automóvel e da sua energia. Essa foi a proposta de Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, que relembrou que a edilidade já começou a usar veículos elétricos, incluindo unidades do Mitsubishi Fuso Canter e-Cell do serviço de recolha, veículos de limpeza, e unidades dos Nissan LEAF e Renault Zoe para a Polícia Municipal e Serviços Municipais. Ainda não é possível que todos os veículos usados pela Câmara possam ser elétricos, mas a Câmara afirma já conseguir poupar 600 mil euros por ano com a frota atual. A eletrificação e os combustíveis alternativos também se vão estender aos transportes públicos, com a expansão prevista do metro de superfície e a renovação da frota de autocarros com 173 unidades a gás natural e 15 com propulsão elétrica. Mas isto é apenas o princípio. A médio e longo prazo, para retirar veículos da estrada, e para que os veículos existentes não fiquem parados, Filipe Araújo quer ver plataformas de ‘car sharing’ a funcionar, bem como a renovação das infraestruturas urbanas para permitir conetividades entre veículos, através de um centro de comando para partilha de informação. José Gomes Mendes, Secretário de Estado do Ambiente, mencionou que, com a partilha de veículos, vai ser possível eliminar cerca de cinco por cento de automóveis da estrada, e que uma lei para o ‘car sharing’ vai ser criada já em março, prevendo incentivos fiscais para quem aderir.

Acelerar os carregadores Para o público poder trocar o motor de combustão por carros elétricos, acesso a fontes de carregamento rápido são necessárias. Este ano, vão estar em atividade 5500 carregadores por toda a Europa, mas Brice Fabry, responsável pela estratégia de emissões zero na Nissan, afirmou que é difícil encontrar lugares nas cidades para montar carregadores rápidos de acesso público. Oslo, a capital norueguesa, tem essa necessidade com 80 por cento de condutores a utilizarem já veículos elétricos ou híbridos, enquanto a ilha francesa da Córsega é um exemplo bem sucedido da aplicação deste item, com 14 postos rápidos todos separados por menos de 50 km. Em Portugal, 550 postos de carregamento de baixa velocidade têm a companhia de 58 carregadores rápidos, com capacidades de 45 a 50 kW. Mas Alexandre Videira, presidente da Mobi.e, aponta para o facto destes carrega-

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“Claramente o interesse do consumidor (nos automóveis elétricos) não está só a aumentar, como está a acelerar. O mercado em 2017 duplicou face a 2016 e acreditamos que graças ao efeito do novo Leaf o mercado vai duplicar também em 2018” Antonio Melica Diretor-geral da Nissan Portugal

dores, com um total de 153 ligações, estarem localizados em 14 grandes cidades, com mais três prestes a receber instalações, e em 10 das principais autoestradas. E, apesar de corresponderem a 10 por cento do total de carregadores, os postos rápidos já correspondem a quase metade da energia consumida por automóveis elétricos. No futuro próximo, os carregadores de 22 kW vão substituir completamente os carregadores mais antigos, e também está prevista a instalação de sistemas V2Grid, permitindo transferir eletricida-

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de da bateria do carro para a rede urbana. A própria Nissan propõe algumas soluções, como explicou Nicolas Joubaud, da Nissan Energy, que aponta para o Reino Unido como exemplo da aplicação de um uso mais eficiente da energia. Neste país, com mais de 20 mil veículos elétricos, estes poderiam representar uma reserva de 220 MW, tornando os automóveis parte da rede de eletricidade em vez de meros consumidores. E isto ficará mais fácil à medida que os carregadores rápidos se vão vulgarizando... n



REVISTA DE IMPRENSA “A nossa visão é ‘Mobilidade para todos, ao alcance de uma simples tecla’. (...) Para mim isso é a reinvenção da mobilidade e do automóvel” Johann Jungwirth Chief Digital Officer da Volkswagen

“Queremos revolucionar o tempo de carregamento elétrico através da duplicação da capacidade do sistema de alta voltagem dos 400 V para 800 V... Que é o dobro do que oferecem todos os nossos concorrentes” Uwe Michael Chefe da Divisão de Desenvolvimento Elétrico/Eletrónico da Porsche

“A Nissan iniciou a revolução dos veículos elétricos há quase uma década. Durante este período vendemos mais automóveis elétricos do que qualquer outro fabricante no planeta. Mas isto é apenas o início” Philippe Saillard Vice-presidente sénior de Vendas e Marketing da Nissan Europa

“Em 2025 o Grupo PSA estará 100% eletrificado” Carlos Tavares CEO do Grupo PSA

“O transporte individual não tem que ser um carro meu e a gasóleo ou gasolina” João Pedro Matos Fernandes Ministro do Ambiente (no Fórum Nissan da Mobilidade Inteligente)

“A Fundação Calouste Gulbenkian tem vindo a equacionar a alienação dos investimentos nos combustíveis fósseis (...), tendo em conta uma nova matriz energética e os seus objetivos em prol da sustentabilidade, na linha do movimento internacional seguido por outras fundações”

Kiyoshi Fujiwara, Diretor e Senior Executive Officer da Mazda Motor Corporation

“Se há que fabricar um supercarro elétrico, então a Ferrari será a primeira a fazê-lo” Sergio Marchionne, CEO da Ferrari

Fundação Calouste Gulbenkian em comunicado

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“Acreditamos que o SKYACTIV-X irá abrir a porta à realização do nosso sonho de um motor a gasolina tão eficiente em termos energéticos como um motor diesel”

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REVISTA DE IMPRENSA “O panorama da mobilidade está em processo de disrupção e por essa razão é necessário um esforço conjunto cada vez maior por parte dos governos e da indústria automóvel” António Oliveira Martins Diretor-geral da LeasePlan Portugal

“Um automóvel elétrico não é um automóvel convencional. Temos de o considerar de uma forma diferente e alterar a forma como o usamos. Se a indústria automóvel é um dos pilares da economia, a mudança para a mobilidade elétrica tem de ser a força motriz para uma economia responsável e compatível com os desafios climáticos” Marie Chéron Fondation pour la Nature et l’Homme

“O crescimento de três dígitos verificado (em 2017) nos veículos eléctricos e híbridos ‘plug-in’ é revelador da crescente procura que existe neste segmento” ACAP – Associação Automóvel de Portugal

“Em pouco mais de 20 anos, assistimos ao aumento de vendas de veículos novos eletrificados passar de 500 vendas por ano para mais de 1,5 milhões” Shigeki Terashi Vice-presidente executivo da Toyota Motor Corporation

“Ao mesmo tempo que anunciámos o plano para eletrificar toda a nossa gama a partir de 2019, um impacto ambiental neutro das nossas operações de fabrico irá contribuir para uma redução significativa da nossa pegada ecológica, contribuindo para os esforços mundiais de redução dos efeitos provocados pelas alterações climáticas”

“Há dois anos atrás o projeto da mobilidade elétrica estava morto” José Mendes, Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente (na Conferência LeasePlan ‘Rumo às zero emissões em 2030’)

“O próximo Golf levará a Volkswagen até à era dos veículos totalmente conetados com funções alargadas de condução autónoma” Karlheinz Hell Chefe da linha de modelos compactos da Volkswagen

“O custo do carregamento elétrico deve ser feito por minuto”

Stuart Templar, Diretor de Sustentabilidade da Volvo Cars

Manuel Fernandes Rede Efimob

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calendário

LANÇAMENTOS 2018

O início da ‘revolução elétrica’...

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Muitos novos modelos elétricos e híbridos vão chegar ao mercado em 2018, e embora existam algumas propostas interessantes nos segmentos mais baixos, a maior parte dos carros previstos até ao final do ano vão surgir nos segmentos superiores, especialmente entre os SUVs. Já que muitas marcas que anunciaram o caminho para a eletrificação estão a deixar os seus principais trunfos para 2019. Entre os novos modelos elétricos/híbridos já confirmados, aqui fica a antevisão daquela que poderá ser uma primeira versão, não exaustiva, do calendário de lançamentos 2018, ano que vai seguramente marcar o início de uma verdadeira “revolução elétrica” no automóvel...

maio

Audi Q8 BMW i8

julho

Mercedes-Benz C300d PHEV Renault Zoe R110

agosto

Audi e-tron quattro

verão

Honda CR-V Hybrid Hyundai Kauai EV

outono

Jaguar i-Pace Volkswagen Touareg

final do ano

Bentley Bentayga Hybrid Tesla Model 3 Toyota C-HR Hy-Power

agosto

Audi e-tron quattro O primeiro modelo completamente elétrico da marca vai ser um SUV ‘crossover’, com uma aparência desportiva e teto baixo. A Audi aponta para um modelo confortável e luxuoso, com 4,88 metros de comprimento e 1,54 metros de altura, com o condutor a beneficiar de um painel de instrumentos e consola central semelhantes aos encontrados no A8. A marca alemã promete uma bagageira com uma capacidade mínima de 615 litros. Uma bateria de lítio de 95 kWh permite-lhe lutar diretamente com o Tesla Model X, fornecendo energia a um motor de 435 cv (503 cv em modo ‘boost’) mas oferecendo também uma autonomia de 500 km. Outra novidade é que o tejadilho vai ter pequenos painéis solares que vão dar energia a funções do carro como o ar condicionado.

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calendário

maio

Audi Q8 A Audi entra finalmente no mesmo nicho da BMW e Mercedes com versões coupé dos seus SUV. O Q8 vai ser o topo de gama, baseado no Q7, com dimensões generosas de mais de cinco metros de comprimento, mas será mais exclusivo, com apenas quatro lugares, usando dois assentos individuais na traseira. O protótipo estava equipado com um sistema híbrido que combina um motor 3.0 V6 turbo com um propulsor elétrico de 136 cv, para um total combinado de 449 cv. Tal como o Q7, também vai estar equipado com uma suspensão hidropneumática e controlo dos amortecedores.

maio

BMW i8

Depois do i3, também o i8 ganha uma renovação, com a gama a duplicar de tamanho, e um descapotável a juntar-se ao modelo original. O i8 Roadster tem uma capota lona ao estilo tradicional, e pesa apenas mais 60 kg que o i8 Coupé. Uma nova bateria de 11,6 kWh aumenta a sua autonomia em modo elétrico para 55 km, enquanto a potência total do conjunto tem um ligeiro crescimento de 367 para 374 cv. Também consegue funcionar só em modo elétrico até 120 km/h, pressionando o botão eDrive. O desportivo alemão também tem direito a faróis com feixe de laser, para uma visibilidade melhorada a longas distâncias quando conduzir à noite.

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julho

renault ZOe r110 Nos últimos anos, o modelo citadino elétrico da Renault tem vindo a receber atualizações, incluindo a introdução de uma bateria de 40 kWh, oferecendo uma autonomia que pode ir até aos 400 km, tornando o Zoe tão prático como o Clio. Mesmo assim, existem áreas onde o Zoe podia melhorar, e uma dessas áreas vai ser revista este ano, com a chegada de uma versão mais potente. O Zoe R110 vê a potência saltar dos 90 para os 110 cv, mas esta ainda não é uma versão desportiva, e este motor mais potente deverá ser combinado apenas com as versões com mais equipamento, oferecendo mais luxo e conforto a circular no trânsito citadino, ao mesmo tempo que melhora as recuperações em autoestrada. Deve também ser oferecido um novo carregador de 150 kW para reduzir os tempos de recarga.

julho

mercedes-benZ c300d PHeV A chegada da futura gama EQ está preparada para 2019, mas vai deixar marcas nos outros modelos da Mercedes antes disso. Ainda este ano, a marca alemã prepara a chegada de novas versões híbridas, bem mais eficientes e com performances superiores à anterior geração de híbridos. Entre estas, o destaque vai para uma nova combinação do motor diesel de quatro cilindros com um propulsor elétrico, para uma potência total do conjunto de 316 cv. Apesar disto, vai ter consumos e emissões poluentes baixos, estas na casa dos 70 g/km, graças à nova capacidade ‘plug-in’, com o motor elétrico a poder ser recarregado em casa. Vai ser apresentado na Mercedes ao mesmo tempo que o ‘restyling’ do Classe C, mas também vai ser usado no Classe E.

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calendário

verão

Honda CR-V HybRid O SUV médio da Honda ganha uma nova geração, com distância entre eixos ampliada e vias alargadas, beneficiando o espaço interior. A versão de base vai usar o mesmo motor 1.5 turbo já conhecido do Civic, mas o mais importante é que a variante com motor diesel vai desaparecer, mesmo no mercado europeu, para dar lugar a uma versão híbrida. O CR-V híbrido vai combinar um motor 2.0 a gasolina de ciclo Atkinson (que garante uma queima mais uniforme do combustível) com um propulsor elétrico, para uma potência combinada de 212 cv. O sistema vai ter três modos de atuação, puramente a gasolina, híbrido e puramente elétrico, cuja gestão será feita automaticamente. Em cidade, vai circular maioritariamente em modo elétrico (E-Mode).

verão

Hyundai Kauai EV

A Hyundai tem vindo a trabalhar na eletrificação da sua gama, e depois de ter lançado o Ioniq como um modelo puramente elétrico ou híbrido, prepara-se agora para trazer esta tecnologia para a sua gama convencional. O primeiro a receber este tratamento é o Kauai, o SUV urbano lançado recentemente, e que vai ter duas opções: uma mais acessível com bateria de 40 kWh, para quem se desloca maioritariamente na cidade; e outra com 65 kWh, para uso mais intensivo na estrada aberta. Mesmo assim, a autonomia deverá ser boa em ambas as versões, calculando-se entre 390 e 470 km. O motor deverá gerar bem mais potência que o Ioniq, algures na casa dos 200 cv. Poderá não ser tão prático na bagageira como a versão a gasolina, devido ao espaço necessário para montar a bateria.

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outono

Jaguar i-Pace O primeiro modelo elétrico da marca britânica vai ser este ‘crossover’ de luxo, com menos de 4,7 metros de comprimento e uma altura de 1,6 metros, mas pesando mais de duas toneladas. Isto porque vai recorrer a dois motores elétricos, um em cada eixo, para uma potência combinada de 400 cv e uma autonomia de 500 km, graças a uma bateria de lítio de 90 kWh. A Jaguar promete uma carga até 80 por cento em 90 minutos. Mesmo com um peso elevado, vai conseguir atingir os 100 km/h em quatro segundos, tornando-se um dos carros mais rápidos da marca. A bateria não vai afetar negativamente o aproveitamento do espaço interior, com espaço para cinco pessoas e uma bagageira de 530 litros. Este é um dos modelos mais aguardados da Jaguar, com 25 mil encomendas antes da sua primeira aparição pública.

outono

Volkswagen Touareg A Volkswagen prepara-se para lançar a terceira geração do Touareg, o seu SUV de luxo, que deverá passar a ser construído na plataforma MQB, uma base técnica bastante versátil, que pode ser usada numa grande amplitude de dimensões. O Touareg será apresentado na China em março, mas deverá chegar ao mercado europeu no final do ano. Espera-se um motor turbo de quatro cilindros de base, bem como o habitual 3.0 V6 TDI, com 272 cv, tração integral e caixa automática de oito velocidades. Mas a nova geração também deverá ver o regresso da versão híbrida, provavelmente mais virada para a eficiência que o antigo modelo de 380 cv.

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calendário

final do ano

Bentley Bentayga HyBrid Mesmo as marcas de luxo estão a ser pressionadas para ser mais ecológicas, e isso não é entrave desde que a tecnologia esteja disponível. Por isso, também a Bentley vai seguir o caminho da eletrificação. Assim, o SUV Bentayga vai ser o primeiro modelo da marca britânica a utilizar um propulsor híbrido. Neste caso, deverá recorrer ao já conhecido conjunto de um motor V6 biturbo de 2,9 litros e um propulsor elétrico de 136 cv, usado no Porsche Panamera. A potência total vai ser de 462 cv, o que o coloca como variante intermédia na gama, a meio do novo V8 e do já clássico W12. Vai ter uma autonomia de cerca de 50 km em modo elétrico, e também beneficia de opções de personalização da Mulliner.

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final do ano

tesla model 3 O modelo mais acessível da marca americana é um dos mais aguardados dos últimos tempos, pois foi lançado nos Estados Unidos com um preço acessível de 35 mil dólares, ainda antes de qualquer incentivo fiscal. Como é um modelo mais pequeno e mais barato, mas ainda assim comparável a um BMW Série ou Audi A4, a versão de entrada usa uma bateria de 50 kWh, enquanto a versão mais luxuosa ganha a variante de 75 kWh, que equipa a versão de entrada no Model X. Nestas condições, a autonomia oscila entre os 350 e os 500 km. O Model 3 também vai utilizar o mesmo sistema Autopilot, com alguns controlos autónomos, que o Model S e Model X. O problema é que a Tesla tem tido atrasos na produção nos Estados Unidos, e é possível que isso vá afetar a introdução deste modelo no mercado europeu.

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final do ano

ToyoTa C-HR Hy-PoweR No ano passado, no Salão de Frankfurt, a Toyota mostrou um ‘concept car’ que parecia praticamente pronto para entrar em produção. Por fora, não parecia ter qualquer diferença para um Toyota C-HR normal, mas o Hy-Power faz parte de uma nova estratégia, que passa por oferecer dois motores híbridos por gama: um para uma versão mais ecológica, como oferece atualmente; e outro destinado a uma versão desportiva, para aproveitar novas tendências de mercado e a tecnologia testada em corrida nas 24 Horas de Le Mans. A marca japonesa vai anunciar mais detalhes este ano, potencialmente revelando também este C-HR como modelo de produção. Os rumores apontam para um motor 2.0 combinado com um propulsor elétrico, e com nível de potência bem superior aos 122 cv encontrados no modelo actual.

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ao volante

OPEL CROSSLAND X Viajar na cidade

Pensado para um ambiente urbano, o Opel Crossland X é um automóvel compacto mas espaçoso, que beneficia de vários avanços tecnológicos concebidos para tornar a sua utilização mais descontraída para o condutor e para a sua família, no stressante e avassalador tráfego urbano.

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á cada vez mais ‘crossovers’ compactos, automóveis com aparência próxima de um todo-o-terreno, mas com as capacidades normalmente associadas a um monovolume. Só que este segmento mais tradicional tem vindo a perder terreno para uma preferência do público pela imagem aventureira dos ‘crossovers’, e a Opel não quis ficar de fora. A Opel foi recentemente integrada no Grupo PSA, dono da Peugeot e da Citroën, mas a marca alemã já estava a trabalhar em projetos conjuntos antes dessa fusão, e o Crossland X é um dos resultados dessa colaboração. Apesar de apontar para uma utilização citadina, o Crossland X rivaliza com o Astra em alguns aspectos. O novo modelo é 16 cm mais curto que o Astra, mas é 10 cm mais alto, e a Opel conseguiu aproveitar esta volumetria para tornar o habitáculo mais adaptável às necessidades de cada família. Isto nota-se particularmente nos lugares traseiros, com bancos deslizantes que permi-

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tem escolher entre mais espaço para as pernas ou para a bagageira. Com o aproveitamento máximo do espaço para os passageiros, a mala tem uma capacidade de 410 litros, encostando os bancos o máximo à frente esta sobe para os 520 litros, mas o mais interessante mesmo é que tem espaço mais que suficiente para transportar objetos mais altos que o normal. Para o condutor, o Crossland X tem algumas surpresas agradáveis. A sua aparência permite-lhe ter uma boa posição de condução, com o acesso ao interior facilitado, e quando está sentado o condutor pode beneficiar de uma experiência ao volante ainda mais confortável que o esperado se optar pelos bancos ergonómicos AGR. Existem também vários espaços práticos para arrumação de pequenos objetos, inclusive bolsas nas portas para as garrafas. Vários equipamentos opcionais facilitam manobras e acesso a informação ao volante. Entre eles estão a câmara dianteira ‘Opel Eye’, que

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1.2 TURBO INNOVATION

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ao volante

trabalha em conjunto com o ‘head up display’ (opcional), onde é visualizada informação sobre limite de velocidade e sinais de trânsito. Existe também uma câmara traseira, integrada no pack opcional ‘Park & Go+’, que facilita bastante a manobra de estacionamento, e que inclui estacionamento automático, mas a câmara já ajuda o suficiente com a visibilidade traseira para poder fazer toda a manobra sozinho. Mesmo nos níveis de equipamento mais baixos, o Crossland X já oferece o rádio IntelliLink, que inclui ligação Bluetooth, comandos de voz e um ecrã tátil de oito polegadas. Mas, se optar pelo pacote opcional ‘Outdoor’, também beneficia de um sistema de navegação fácil de utilizar, integração para smartphones Apple e Android e do sistema ‘OnStar’ com hotspot 4G. Desta forma, o condutor transforma sempre o seu carro num centro de informação móvel.

Consumo controlado O Crossland X tem uma gama bastante ampla de motores e transmissões, mas o mais interessante para o mercado nacional deverá ser o 1.2 Turbo Ecotec de 110 cv. Em comparação com a versão atmosférica de 81 cv, tem um nível de binário mais interessante a baixa rotação, o que o torna ideal para uso em cidades onde existem mais desníveis, pois pode fazer recuperações mais depressa. Existe uma variante Turbo de 130 cv, mas é mais cara e os benefícios só se veem em autoestrada, por isso a versão de 110 cv é mais que apropriada para uma utilização diária. O condutor pode optar por uma caixa manual de cinco velocidades ou por uma caixa automática de seis velocidades, e a unidade de ensaio estava equipada com esta última. Embora as transmissões automáticas estejam a ganhar cada vez mais adeptos, esta não é a opção ideal para combinar com o motor de 110 cv, principalmente fora da cidade, onde tem mais dificuldade em acelerar a fundo. A caixa automática parece estar mais programada para controlar os consumos, e isso consegue fazer sem dificuldades. Com um consumo médio anunciado de 5,3 litros por cada 100 km, um valor médio registado de 6,5 l/100 km é mais do que aceitável para um automóvel com estas características, ainda que um uso mais intensivo em cidade possa fazer este número saltar para os sete litros. Mesmo com uma aparência mais aventureira, o Opel Crossland X é um automóvel que está mais à vontade na cidade. As suas dimensões compactas oferecem-lhe um bom nível de agilidade a ziguezaguear entre as ruas, com uma direção leve mas precisa. A suspensão consegue absorver sem problemas os desníveis mais profundos da via, isolando os passageiros das agruras do asfalto, tanto na cidade como na estrada, mas aqui é preferível não exagerar com uma condução demasiado agressiva. O nível de equipamento ‘Innovation’ é o intermédio e já está su-

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ficientemente equipado por um preço em redor dos 22 mil euros, mas não há problema em optar por alguns pacotes opcionais, que podem fazer o preço saltar para perto dos 25 mil euros. n

Paulo Manuel Costa (texto)

FICHA TÉCNICA Motor

Consumo Emissões CO2

3 cilindros, 1199 cc, 12 v., turbo inj. direta 110 cv/5500 rpm Dianteira, caixa auto. de 6 vel. McPherson à frente, eixo de torção atrás 5,3 l/100 km 121 g/km

PREÇO

22.030 €

Potência Tração Suspensão

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Mesmo com a sua aparência mais aventureira, o Opel Crossland X é um automóvel que está mais à vontade na cidade.


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novos modelos

bmw x2

Diversão individual Acima dos modelos normais da BMW segue a gama X, para os seus ‘crossovers’ e SUVs, uma gama agora ampliada com um novo modelo: o X2, uma variante mais desportiva que promete condução divertida tanto dentro da cidade como fora dela. Chega a Portugal em março.

A

BMW já tem uma gama SUV quase tão extensa como a de automóveis comuns. Primeiro foi o luxuoso X5 e a sua versão coupé, o X6; depois veio o médio X3 e a sua versão coupé, o X4; a seguir chegou o compacto X1; e agora este também ganhou uma versão desportiva, denominada X2. A diferença é que, ao contrário dos seus irmãos maiores, o X2 não é um coupé. Mas diferencia-se facilmente do X1, com uma imagem desportiva e irreverente, feita para as pessoas que querem andar na cidade e marcar a diferença.

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Comparativamente ao X1, o BMW X2 é mais baixo e diferencia-se ainda por vários elementos de design. Para enfatizar a imagem desportiva do seu novo modelo, a marca alemã inspirou-se em modelos desportivos, usando a nova grelha dianteira que foi vista pela primeira vez no BMW CSL Hommage Concept, e um pilar traseiro semelhante ao dos antigos coupés 2000 CS e 3.0 CSL. Os faróis dianteiros também são exclusivos, com elementos circulares duplos e luzes diurnas em LED. As versões com os níveis de equipamento M Sport e M Sport X também têm direito a jantes de 20 polegadas com um

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desenho especial. Na traseira, estas versões também se distinguem por saídas duplas de escape (uma de cada lado do para-choques) com ponteiras de 90 mm de diâmetro. Como vai ser cerca de 1500 euros mais caro que os X1 com o mesmo motor, transmissão e pacote de equipamento, o X2 não terá a mesma apetência para uso familiar. Em vez disso, destina-se a um público que aposta mais na imagem e no prazer de condução. Além de elementos decorativos em antracite e estofos em alcântara, o novo SUV também tem iluminação interna de ambiente, numa variedade de cores. O ecrã tátil de 6,5 polegadas pode ser substituído, em opção, por um de 8,8 polegadas, para o sistema de navegação, e também há um ‘head up display’ opcional. Os motores são os mesmos que se podem encontrar no BMW X1 ou no MINI Countryman. No lançamento, já em março, o X2 vai ter um mo-


Comparativamente ao X1, o BMW X2 é mais baixo e diferencia-se ainda por vários elementos de design. tor a gasolina de entrada, a versão sDrive18i, com motor 1.5 turbo de 140 cv. As variantes diesel geralmente são mais apetecíveis, incluindo a sDrive18d e a xDrive18d, com motor 2.0 de 150 cv; e a xDrive20d, com 190 cv e exclusivamente com caixa automática de oito velocidades e tração às quatro rodas. Assistência de estacionamento, aviso de saída de faixa, ‘cruise control’ adaptativo à distância do carro da frente e assistência de travagem com deteção de peões fazem parte das ajudas à condução opcionais. n versões e PreÇOs sDrive18i sDrive18i auto. sDrive18d sDrive18d auto. xDrive18d auto. xDrive20d auto.

41.050€ 43.020€ 45.500€ 47.480€ 49.000€ 54.250€

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novos modelos

MERCEDES-BENZ CLASSE A

Modernidade familiar A Mercedes tinha mudado completamente de imagem quando introduziu o atual Mercedes Classe A, com uma aparência mais desportiva e um comportamento dinâmico superior ao anterior pequeno monovolume. Agora, o novo Classe A continua a evoluir o conceito, oferecendo uma nova experiência de possuir o carro alemão.

V

em aí uma nova geração do Mercedes Classe A. E esta, ao contrário da que está atualmente à venda, não corta completamente com o conceito anterior. Pelo contrário, aproveita o sucesso construído no automóvel para evoluir, renovando-se não só tecnicamente mas também com um novo conceito de possuir o automóvel, chamado MBUX. Chega a Portugal em maio com alguns novos motores e evoluções de outros. O MBUX, ou ‘Mercedes-Benz User Experience’, é a grande novidade apresentada com o futuro Classe A. Trata-se de um sistema de infoentretenimento equipado com inteligência artificial, que ‘aprende’ com o utilizador e adapta-se aos gostos e necessidades deste.

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Também pode ser personalizado, com todas as operações a serem realizadas através do ecrã tátil de 10 polegadas e alta resolução, com imagens tridimensionais. O sistema também pode ser personalizado pelo condutor e, como extra, é possível optar por comandos de voz. A navegação tem informação integrada no mapa, incluindo detalhes sobre a rota, que permite ao MBUX oferecer sugestões ao computador, como paragens para restaurantes, lojas frequentadas regularmente pelo condutor, ou a estação de combustível mais próxima. Permite ainda a comunicação com outros carros nas redondezas (reduzindo o risco de acidente) e localizar o carro em parques de estacionamento públicos. O design do Classe A é novo, mas mantém a

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O MBUX, ou ‘Mercedes-Benz User Experience’, é um sistema de infoentretenimento equipado com inteligência artificial, que “aprende” com o utilizador e adapta-se aos gostos e necessidades deste. carroçaria de dois volumes, montada sobre um chassis com distância de eixos alongada em 30 mm em relação ao atual. O capot fica mais baixo agora, com lâmpadas lisas equipadas com LED e elementos cromados. Dependendo da opção por uma linha de equipamento mais simples, mais luxuosa ou mais desportiva, existem vários desenhos de jantes à escolha, com tamanhos entre 16 e 19 polegadas. No interior, o acesso à bagageira foi redesenhado, com mais 11,5 cm de abertura e um volume ampliado de 341 para 370 litros. Os bancos podem ser equipados com aquecimento, climatização e função de massagem, na opção ‘seat comfort package’, itens já vulgares em automóveis de luxo mas que são uma estreia neste segmento. Este não é o único elemento que a Mercedes vai buscar ao Classe S, pois também os auxílios à condução vêm do modelo de topo, in-

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cluindo travagem de emergência conforme o tipo de estrada e terreno, travagem de emergência, assistência de mudança de faixa e reconhecimento de colisão traseira iminente. No lançamento, vão estar disponíveis três motores, começando pelo conhecido A 180, um diesel de 1,5 litros com 116 cv, equipado exclusivamente com caixa de dupla embraiagem de sete velocidades. No topo está o A 250, cujo motor 2.0 turbo a gasolina foi remodelado nas árvores de cames, saltando dos 211 para os 224 cv, mas com consumo reduzido para 6 litros aos 100 km. Também tem caixa de dupla embraiagem exclusiva, e pode ser combinado com tração integral 4Matic. A grande novidade é a versão A 200, com um novo motor 1.4 turbo a gasolina, 163 cv de potência e consumo de 5,1 litros, com caixa de dupla embraiagem. Também vai ter uma caixa manual como opção. n

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dossier

a história dos veículos eléctricos

Os automóveis eléctricos no século xix

(2ª parte)

Os automóveis eléctricos tiveram maior aceitação nos Estados Unidos que na Europa. Uma das razões desse crédito residiu no tipo de utilização que esse género de veículos teve, que era essencialmente urbana, concentrada nas cidades maioritariamente planas do leste americano, sem grandes exigências de autonomia e com postos de carregamento relativamente acessíveis. Mesmo a competição, um instrumento que foi utilizado na Europa para reforçar as potencialidades de cada uma das tecnologias em disputa, teve nos Estados Unidos um grau de exigência muito pequeno, sobretudo a da extensão das provas, permitindo assim aos veículos eléctricos responderem com relativo à vontade aos desafios colocados pelos outros tipos de automóveis. O “caldo de cultura” para o êxito dos automóveis eléctricos na América estava assim criado na direcção do sucesso.

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O SUCESSO AMERICANO

E

m 1890, William Morrison constrói o primeiro automóvel eléctrico de quatro rodas, em Des Moines, nos Estados Unidos, utilizando baterias de chumbo. Este automóvel efectua inúmeras experiências e atinge um grau de maturidade interessante. É verdade que a autonomia não impressiona, mas a sua fiabilidade e conforto em pequenas deslocações dentro da cidade garantem-lhe uma imagem positiva. Exposto na Exposição Mundial de Columbia, em 1893, gera uma “onda tecnológica” capaz não só de seduzir novos empresários mas também de convencer aqueles que, como Albert Pope, já haviam investido no automóvel com motor a explosão. As características específicas da sociedade americana permitem à indústria de automóveis eléctricos alguma expansão. Aliás, idêntico fenómeno sucederia com o vapor, que teria maior volume e mais tempo de exposição ao mercado naquele imenso país, sobretudo quando comparado com a experiência que teve lugar na Europa. A título de exemplo, refira-se que em 1900, dos 4192 automóveis fabricados nos Estados Unidos, 1681 eram a vapor, 1575 eram eléctricos e apenas 936 estavam equipados com motor a explosão. Percebese, assim, porque é que a história do veículo eléctrico está tão ligada à indústria automóvel americana, aspecto que iremos desenvolver nos próximos artigos. Depois do sucesso da Exposição de Columbia,

Este anúncio da marca americana Baker, publicado na revista Literary Digest em 1912, revela o potencial comercial que este tipo de automóveis apresentou no mercado americano até quase ao final da I Guerra Mundial.

em 1893, gerou-se um redobrado interesse pelos automóveis eléctricos. As vantagens imediatas da sua aplicação – arranque imediato sem tempo de espera (sobretudo no confronto quase caricato com os automóveis a

O interessante Eletrobat de 1894, desenvolvido por Henry B. Morris e por Pedro Salom, era um dos mais interessantes automóveis eléctricos produzidos no outro lado do Atlântico. blueauto

vapor) ou sem riscos físicos (os acidentes no arranque de manivela nos motores a explosão eram na altura relativamente frequentes), ausência de ruído, fumo ou cheiro – sobrepuseram-se de imediato às enormes desvantagens, identificadas desde o início da sua introdução no mercado, as quais estavam relacionadas com a autonomia e com o baixo binário que impunha dificuldades no vencimento dos declives mais pronunciados. Contudo, a época não se predispunha a elevados investimentos. Nesse mesmo ano, entre Maio e Agosto, uma crise financeira sem precedentes levou a uma recessão de alguma forma inesperada nos Estados Unidos e mais de 500 bancos de pequena e média dimensão entraram em falência. Este facto, por um lado reduziu a eventual liquidez associada às instituições bancárias que entraram em insolvência mas, por outro, também introduziu mecanismos adicionais de prudência nos bancos sobreviventes, que deixaram assim de disponibilizar liquidez para negócios emergentes. Porém, apesar de tudo, Alexander E. Brown teve a coragem de reunir o capital suficiente para fundar a empresa Elwell -Parker Electric Co, uma subsidiária da Brown Hoisting Machine Co. A Elwell-Parker Electric haveria de ter um pa-

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dossier pel crucial no desenvolvimento do automóvel eléctrico nos Estados Unidos, pois os seus trabalhos de investigação e desenvolvimento no domínio dos motores eléctricos dariam frutos muito interessantes algum tempo mais tarde. Na realidade, em 1897 a Elwell-Parker estava em condições de fornecer não só motores de baixa tensão (36-72 V) como também motores para utilização predominantemente industrial (110/220 V) e ainda propulsores compactos destinados a veículos, com alta amperagem e recurso a baterias. Esta família muito abrangente de motores foi genericamente concebida por M.S. Towson, mas muitas das sugestões de projecto foram induzidas por Theodore Willard, o patrão da fábrica de baterias Willard, ele próprio muito interessado no desenvolvimento da oferta e fiabilidade de motores eléctricos com o objectivo de incrementar o seu próprio negócio, numa sinergia evidente de recursos. Os motores Elwell-Parker associados às baterias Willard estiveram assim na génese do aparecimento e consolidação de um conjunto relativamente importante de marcas de veículos eléctricos norte-americanas, como a Babcock, a Baker, a Columbia, a Johnson-Hewitt, a Strong & Rogers, a Waberly e a Woods, entre outras. Entretanto, em 1894, Henry B. Morris e Pedro Salom iniciaram a produção de um dos mais interessantes automóveis eléctricos produzidos no outro lado do Atlântico, o Electrobat. Henry Morris era engenheiro mecânico e Pedro Salom um especialista em electricidade. Do seu esforço conjunto nasceria um veículo equipado com uma bateria constituída por 60 acumuladores de 100 Ah de capacidade, estando o controlo de corrente para o motor colocado no painel de instrumentos. O motor

Foto de um Columbia eléctrico, destinado ao transporte colectivo, publicado na revista Popular Science Monthly.

era construído pela General Electric e atingia picos de potência máxima da ordem dos 9 cv. A pouco e pouco, com a profusão de soluções mais fiáveis e duradouras, para além da boa recepção e interesse por parte dos potenciais consumidores, os automóveis eléctricos ganharam significativas vantagens no mercado americano, que se manteriam ainda durante

mais algum tempo. Os eléctricos estavam no seu apogeu e ninguém se tinha ainda apercebido do que se tinha passado na Europa nessa mesma altura. n

José Barros Rodrigues (Texto) Editorium (Fotos) texto escrito de acordo com a antiga ortografia

INDÚSTRIA AMERICANA DE VEÍCULOS ELÉCTRICOS

A importância de Cleveland A indústria americana de veículos eléctricos teve o seu berço em Detroit mas também em Cleveland, cidade onde estavam situadas duas importantes indústrias no final do século XIX: a Elwell-Parker e a Willard. Em 1899, a Elwell-Parker projectou o seu primeiro motor eléctrico para a Baker Motor Vehicle Company, um dos primeiros produtores de carros eléctricos dos Estados Unidos. No ano seguinte, a Elwell-Parker já tinha obtido contratos de produção e distribuição de motores eléctricos para outros fabricantes de automóveis, que viram aqui uma excelente oportunidade de preencherem uma oferta crescente neste segmento da economia. A qualidade dos motores – associada a uma solução mais abrangente que previa também o fornecimento de baterias – facilitou sobremaneira a expansão deste negócio, uma vez que os construtores dos veículos dedicaram o exclusivo da sua atenção à dinâmica e conforto do chassis, reduzindo assim a dispersão quer da sua investigação quer das linhas de montagem.

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Thomas Parker, um dos impulsionadores da empresa Elwell Parker.


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efeméride

20 ANOS GRUPO RENAULT Inovação contínua

Passaram 20 anos desde que a Renault deixou de ser uma marca e passou a ser o Grupo Renault. A marca francesa estabeleceu uma aliança com a Nissan, dando-lhe acesso a partilha tecnológica e a um mercado mais global, e também entrou no nicho dos carros ‘low cost’, um nicho que construiu graças ao sucesso da marca Dacia e dos seus produtos. Durante esses 20 anos, a Renault criou muitas inovações, que tornaram os seus automóveis mais seguros, confortáveis e económicos em vários aspetos...

Redução de peso

A segunda geração do Clio apanhou uma fase em que os modelos citadinos começaram a crescer em tamanho, mas já incluía medidas de redução de peso na carroçaria com a montagem de peças em plástico e alumínio.

1998

1999

2001 Cinco estrelas no Euro NCAP

Motores modernos A Renault introduziu novos tipos de motores em diversas gamas, com os motores a gasolina de baixa cilindrada (1,2 a 1,6 litros) a receberem cabeças de 16 válvulas logo a partir da base da gama, e os motores diesel a adoptarem injeções diretas ‘common-rail’, com a designação dCi, em modelos como o Clio e Mégane.

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O Laguna tornou-se no primeiro automóvel a atingir cinco estrelas nos testes de segurança Euro NCAP. Conquistou 33 pontos na proteção dos ocupantes, perdendo apenas 1 ponto na colisão lateral. Contava com pré-tensores dos cintos com limitadores de carga, ‘airbags’ dianteiros (cheios em duas fases), laterais e de proteção de cabeça.


Chassis 4Control

Um sistema de quatro rodas direcionadas com controlo eletrónico automático foi introduzido no desportivo Laguna Coupé, permitindo às rodas traseiras virar na direção oposta até 60 km/h e na direção de viragem acima de 60 km/h, para melhor tração.

Motor turbo twin scroll

O motor 2.0 turbo foi introduzido em modelos como o Mégane RS e o Laguna, em níveis diferentes de potência. Foi equipado com abertura variável da árvore de cames e um turbo ‘twin scroll’, com melhor resposta a baixa rotação, oferecendo um comportamento flexível e eficiente. O uso do turbo foi entretanto expandido a motores começando nos 900 cc.

Primeiro Dacia by Renault

A Renault assumiu o controlo da marca romena Dacia com o objetivo de desenvolver carros de baixo custo. O Logan foi o primeiro, com um preço de entrada em redor dos 5000 euros. Seguiu-se a carrinha de sete lugares Logan MCV em 2006, o compacto Sandero em 2007 e o SUV compacto Duster em 2009.

2002 Não é preciso chave

O Mégane foi o primeiro modelo familiar a utilizar um sistema de entrada e ignição sem chave, que foi estendido ao monovolume Scénic no ano seguinte. Passou a ser possível destrancar e ligar o carro sem tocar na chave nem tirá-la do bolso.

2004

2008

Primeiro carro Renault-Nissan A plataforma Nissan B foi a primeira desenvolvida depois da formação da Aliança Renault-Nissan em 1999. Foi inaugurada em 2002 com o Nissan Micra e foi aplicada na Renault com o mini-monovolume Modus (2004) e a terceira geração do Clio (2005).

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efeméride

Caixa de dupla embraiagem A Renault criou a sua primeira caixa de dupla embraiagem, denominada EDC. Começou por ter apenas seis relações, mas depois foi mostrada uma versão de sete relações. Foi introduzida no Mégane e substituiu as tradicionais caixas automáticas e de variação contínua na gama Renault.

Protótipo eficiente O protótipo EOLAB demonstrou como se podia melhorar a eficiência energética, atingindo um consumo médio de 1 litro por cada 100 km, graças a um sistema híbrido compacto e mais leve, aerodinâmica refinada e uma redução de 400 kg no peso total dos materiais.

2010

2011

Gama eléctrica Z.E. Depois do Nissan LEAF, a Renault lançou a sua própria gama de automóveis elétricos, em vários segmentos de mercado. A berlina familiar Fluence e o comercial utilitário Kangoo acrescentaram versões Z.E. com 95 cv às suas gamas já existentes, e dois modelos 100% elétricos foram lançados, o citadino ZOE e o microcarro Twizy.

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2014


Construção ecológica, uso ecológico A Renault adotou a designação Eco2, para promover as suas versões mais ecológicas e de menor impacto ambiental, com emissões de dióxido de carbono abaixo dos 120 g/km e 85% das peças feitas de materiais reciclados, incluindo 7% dos plásticos.

2015

2017 No caminho para a autonomia Antecipando a chegada da tecnologia autónoma, o Renault Symbioz é um ‘concept car’ que mostra como poderia ser um automóvel do futuro, movendo-se sozinho pela cidade ao mesmo tempo que os utilizadores podem socializar dentro do carro ou através dos sistemas de conetividade.

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tecnologia

HYUNDAI NEXO

Autonomia para o hidrogénio Protótipos geralmente servem para demonstrar um tipo de tecnologia, mas a Hyundai quis ser mais eficiente e criou um carro-laboratório, que não só serve para desenvolver o uso do hidrogénio como combustível, como também está a testar novas tecnologias para a futura automação dos automóveis na estrada.

A

Hyundai é das marcas automóveis que mais tem feito pelo desenvolvimento das células de combustível, que usam hidrogénio para gerar energia elétrica para mover um carro. A marca apresentou recentemente um protótipo, o Nexo, que servirá de base não só para usar este tipo de combustível, mas também para demonstrar várias tecnologias de condução autónoma. O Nexo faz parte da estratégia do construtor coreano de lançar 18 novos modelos ecológicos até 2025. Com o Nexo, a Hyundai pretende ir mais longe do que o anterior veículo movido a hidrogénio, o Tucson FCEV. E por ir mais longe, os responsáveis da marca coreana estão a falar literalmente, já que o objetivo é atingir uma autonomia de 600 km, semelhante à de um ‘crossover’ com o mesmo tamanho, o que será mais 170 km do que o Tucson conseguia. Como o hidrogénio necessita de cuidados especiais, diferentes dos depósitos de gasolina e gasóleo, a Hyundai

também quis garantir que o motor é capaz de arrancar em condições de temperatura extremas, com um frio de 30 graus negativos e um calor de 50 graus. Em utilização normal, o motor do Nexo deverá ter uma bateria de 40 kW, contra 24 do Tucson, e um motor de 163 cv, contra 136 do seu antecessor. Isto deverá garantir uma aceleração dos 0 aos 100 km/h três segundos mais rápida, melhores recuperações e, em última análise, mais eficiência no uso da energia produzida através do hidrogénio. Relativamente às tecnologias que vão contribuir para a chegada da condução autónoma, o Hyundai Nexo é o primeiro automóvel do mundo equipado com câmara e monitor para visualização interna do ângulo morto. Atualmente os construtores oferecem deteção de ângulo morto mas com a emissão de um sinal sonoro, enquanto aqui o condutor poderá visualizar partes do carro que antes não estariam visíveis.

Assista aqui à demonstração prática deste sistema de assistência remota ao estacionamento:

https://www.youtube.com/watch?v=uxG16sisnM8

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Este tipo de câmaras e sensores vai ser importante para a inteligência artificial poder ter uma perceção espacial do carro. Outros sistemas também estão relacionados com este tema. Um é a assistência de manutenção de faixa, que não só mantém o carro na mesma faixa de rodagem, como assegura que este permanece centrado, ajustando o volante. Assim, o perigo de contacto com outros veículos fica ainda mais reduzido. Esta tecnologia poderá trabalhar em conjunto com a assistência à condução em autoestrada. Neste caso, vai utilizar mapas e sensores para ajustar a posição e a velocidade conforme o ambiente da estrada, como redução do número de faixas, curvas apertadas ou vias de entrada e saída. Num ambiente mais caseiro, o Hyundai Nexo usa um novo tipo de assistência de estacionamento: para aproveitar lugares mais apertados, o protótipo coreano deixa o condutor sair do carro e completa uma manobra de estacionamento sem ninguém no interior, tanto para entrar no parque como para sair. n


Os responsรกveis da marca coreana apontam como objetivo atingir uma autonomia de 600 km.

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novidades

LEXUS LF-1 LIMITLESS CONCEPT

A Lexus apostou recentemente numa nova linguagem de design que seja sinónimo de requinte, e depois da renovação do LS aponta para a criação de um SUV de luxo na mesma veia. O LF-1 Limitless tem cinco metros de comprimento, com muito espaço para as pernas nos lugares traseiros e uma consola central minimalista. A plataforma está aberta ao uso de motores elétricos, híbridos e até células de combustível.

AS NOVIDADES DO SALÃO DE DETROIT

Seleção especial... Este certame continua a ser virado para o mercado norte-americano, mas ainda apareceram muitas novidades mundiais, especialmente no campo dos protótipos, apesar de algumas marcas terem optado por faltar a Detroit. Escolhemos aqui alguns conceitos que são importantes em termos de tecnologia e design futuros, assim como novidades mais relevantes para o mercado europeu...

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NISSAN XMOTION CONCEPT

A Nissan propõe um SUV compacto, mas com um habitáculo amplo, que tem espaço para três filas de bancos. As duas primeiras filas têm ambas dois bancos individuais para adultos, e a terceira fila mais dois bancos individuais para crianças. A Nissan deverá aproveitar o design para criar um veículo com um visual mais agressivo do que os ‘crossovers’ mais recentes.

VOLKSWAGEN JETTA

A nova geração do Jetta foi mostrada primeiro nos Estados Unidos, um mercado mais importante para este tipo de carroçaria que a Europa. Passa para a flexível plataforma MQB, ganhando distância entre eixos e vias alargadas e uma carroçaria mais aerodinâmica. Está equipado com o painel de instrumentos Digital Cockpit e move-se graças a um motor 1.4 TSI de 150 cv.

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novidades

HYUNDAI VELOSTER

A nova geração do Veloster aparece com um visual mais moderno, mas mantém a mesma configuração de uma porta do lado esquerdo e duas do lado direito. O 1.6 de entrada dá lugar a um novo 2.0 ecológico, mas a versão 1.6 turbo com 204 cv mantém-se, com caixa de dupla embraiagem e chassis desportivo. No topo de gama, passa a contar com uma versão N, com o motor 2.0 turbo do i30.

INFINITI Q INSPIRATION CONCEPT

HONDA INSIGHT

Ainda surge apenas como protótipo, mas parece estar quase pronto para produção. A Honda volta a usar o nome Insight, mas agora numa berlina com acabamentos mais luxuosos que modelos anteriores, incluindo uma bagageira grande e um ecrã tátil de oito polegadas. Combina um motor 1.5 de ciclo Atkinson com um propulsor elétrico, prometendo um consumo médio de 4,7 l/100 km.

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A Infiniti continua a não ser vendida em Portugal, mas alguma da tecnologia deste ‘concept car’ deve beneficiar a Nissan, nomeadamente o motor 2.0 turbo com compressão variável nos cilindros. Mas se for produzido, o Q Inspiration


KIA NIRO EV CONCEPT

Este protótipo antecipa o que poderá ser a próxima geração do Niro. O atual modelo é híbrido, mas poderia tornar-se completamente elétrico num futuro próximo, como parte da estratégia ACE da Kia, que pretende lançar 16 veículos novos até 2025, usando tecnologia autónoma, conetividade e conceito ecológico. O Niro EV tem uma bateria de 64 kWh para uma autonomia de 380 km e uma potência de 204 cv.

MERCEDES-AMG CLS 53

A divisão AMG da Mercedes vai introduzir novas versões desportivas intermédias, começando com a série 53, nos modelos CLS e Classe E (aqui, apenas no coupé e descapotável). Contam com tração às quatro rodas, caixa de nove velocidades e um motor V6 biturbo de 435 cv, reforçado por uma bateria de 48 volts, que oferece 16 cv de potência adicional em acelerações, bem como um consumo médio de 8,4 l/100 km.

JEEP CHEROKEE TURBO deverá ter motor elétrico, que a Infiniti vai passar a usar em 2021. Conta com tecnologia autónoma ProPilot, bem como um ‘cockpit’ minimalista.

O Cherokee ganha uma renovação a meio do ciclo de vida, apresentando um visual com ligeiras renovações. Mas o mais importante é que apresenta uma alternativa ao motor diesel, um motor 2.0 turbo a gasolina com 275 cv, caixa de nove velocidades e tração integral com peso reduzido no diferencial traseiro. O sistema de conetividade ‘Uconnect’ tem melhoramentos.

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GLOSSÁRIO

DA MOBILIDADE ELÉTRICA…

AMPÈRE

CONDUÇÃO AUTÓNOMA

MOBI.E

(símbolo: A) Unidade de medida da corrente elétrica.

(rede) Entidade que gere a rede institucional de postos públicos de carregamento para veículos elétricos.

(em quilómetros, km) Distância que um veículo automóvel pode percorrer sem necessidade de se reabastecer.

Conceito que define um veículo automóvel cuja tecnologia permite dotá-lo de algum tipo de autonomia em relação ao condutor, em maior ou menor grau de complexidade, desde a capacidade de ativar automaticamente uma determinada funcionalidade até poder circular sem qualquer intervenção humana.

BATERIA

ELÉTRICO (VEÍCULO)

Define um modelo de mobilidade que permite circular livremente com o mínimo de impacto ambiental.

(ELÉTRICA) Dispositivo que converte a energia química armazenada em eletricidade.

Veículo automóvel que utiliza propulsão elétrica.

OPC

EMISSÕES

Operador concessionário do posto de carregamento.

AUTONOMIA

BATERIA DE IÕES DE LÍTIO (Li-Ion) Tipo de bateria recarregável agora muito utilizada também na indústria automóvel. Apresenta como grande vantagem a maior capacidade energética, além de ocuparem menos espaço. A investigação e o desenvolvimento atualmente em curso têm levado ao aparecimento de novas gerações de baterias deste tipo, caraterizadas por oferecerem ainda maior capacidade, logo maior autonomia.

CARGA (RECARGA) Função de carregar ou recarregar a bateria de um veículo elétrico. Existem diferentes potências e modos de carga (normal, rápido, semirrápido…), para os quais são utilizados cabos e tomadas específicos.

CEME Comercializador de energia para a mobilidade elétrica.

(POLUENTES) Os motores a gasolina/diesel são uma importante fonte de poluição atmosférica, libertando parcelas de óxidos de azoto, monóxido de carbono, hidrocarbonetos queimados ou parcialmente queimados (provenientes da combustão incompleta) e outras partículas como chumbo, orgânicas e óxidos de enxofre. Nos últimos anos, as preocupações ambientais dos construtores têm levado a uma redução significativa deste tipo de emissões, cada vez mais na ordem do dia.

EV

PCL Posto de carregamento lento.

PCR Posto de carregamento rápido.

PHEV de “Plug-in Hybrid Electric Vehicle”. Designa um veículo híbrido elétrico cujas baterias ou outro dispositivo de armazenamento de energia são recarregadas através de uma tomada da rede elétrica.

Sigla da designação inglesa ‘Electric Vehicle’ (veículo elétrico).

PLUG-IN

FUEL CELL

SEMI-HÍBRIDO

ou Pilha (célula) de combustível. Um veículo automóvel “Fuel Cell” (em inglês: FCV, de “Fuel Cell Vehicle”) é um tipo de automóvel elétrico que utiliza uma pilha ou célula de combustível, e não uma bateria, para alimentar o motor elétrico. Esta tecnologia gera eletricidade para o motor tipicamente recorrendo ao oxigénio do ar e a hidrogénio comprimido.

(também chamado ‘híbrido leve’, ou ‘mild hybrid’ do original inglês) Tecnologia que recorre a um motor/gerador elétrico (geralmente a 48V) que entra em funcionamento em situações como as de ‘stop/ start’ e aceleração em subida de modo a assistir o motor de combustão interna que propulsiona o automóvel, maximizando assim a eficiência do sistema e reduzindo o consumo e as emissões.

HÍBRIDO ou HEV (de “Hybrid Electric Vehicle”). Designa um veículo automóvel que utiliza dois tipos distintos de propulsão, geralmente um motor de combustão interna associado a um motor elétrico.

ver PHEV.

VOLT (V) Unidade de tensão elétrica.

ZERO EMISSÕES

kWh (quilowatt-hora) Unidade de medida de energia usada no consumo elétrico.

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MOBILIDADE SUSTENTÁVEL

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Um veículo zero-emissões (em inglês: ZEV, de “Zero-Emissions Vehicle”) é um veículo que não emite qualquer tipo de gases poluentes. n


testemunho

‘Para cidade, sem dúvida que prefiro uma viatura elétrica’ Testemunho de: Rui Alves Veículo: Renault Zoe (210 km NDEC) Quilometragem atual: 47.000 km

Há quanto tempo tem este veículo? Desde maio 2015. Enumere as razões que motivaram a escolha do mesmo? Veículo com uma utilização/manutenção económica e prática. Abatimento do IVA (empresa).

Que tipo de utilização faz com ele? Diária, como principal meio de transporte pessoal? Ocasional? Também ao fim de semana?... Diária, como principal meio de transporte de trabalho, em Lisboa e arredores; aos fins de semana com a família. Quantos quilómetros faz diariamente (ou semanalmente, se não o utilizar todos os dias), em média? Diariamente entre 60 a 130 quilómetros. A autonomia deste tipo de veículo (ou do seu em particular) é um obstáculo? Para o meu trabalho diário em Lisboa chega perfeitamente, nunca me senti limitado. Quando tenho viagens longas, vou num veículo com motor de combustão.

Como o avalia, ao final deste tempo de utilização? Quais as principais vantagens que destaca / o que mais gosta? Muito positivo. Vantagens: economia a nível de energia, manutenção e estacionamento. Fiabilidade. E as principais desvantagens / o que menos gosta / o que poderia/deveria ser melhorado? Não é uma viatura para fazer longas viagens, sobretudo em autoestradas. Não gosto da dificuldade de encontrar um posto de carregamento disponível e operacional. E como avalia/compara a experiência de utilização do seu veículo elétrico com a experiência anterior de condução de um veículo a propulsão tradicional? Para cidade sem dúvida que prefiro uma viatura elétrica, até mudei a minha maneira de andar, ando com mais calma antecipando o fluxo do tráfego. Com que frequência tem de o carregar? Como avalia a rede de carregamento? Carrego quase todos os dias, na garagem e nos postos públicos. A rede tem má qualidade de serviço (embora seja, para já, um serviço gratuito), muitos postos estão avariados e outros ocupados por veículos que não estão a carregar. O carregamento de um veículo elétrico passará em breve a ser pago... Que opinião tem disso? Que expetativas? Espero que quando for pago haja assistência técnica e melhoria da qualidade dos equipamentos. Recomendaria esta opção a um condutor habituado a utilizar um veículo de motorização tradicional? Sem dúvida, nunca mais vai querer outro veículo para andar na cidade. Se trocasse hoje, voltaria a optar por um veículo elétrico? Este ou outro, e qual? Voltaria a comprar elétrico. Compraria este. n

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guia de compras

Todos os modelos eléTricos e híbridos à venda em PorTugal

O futuro elétrico já é realidade...

A substituição do motor de combustão pelo motor elétrico vai mesmo acontecer, a curto ou médio prazo. Até lá, o mercado ainda vê nos automóveis híbridos e elétricos uma alternativa e não aquilo que é convencional, mas a oferta não para de crescer. Cerca de metade das marcas presentes em Portugal vendem já hoje um automóvel ligeiro de passageiros com este tipo de energia, de todos os tamanhos, com todas as funções e com preços para todas as bolsas. Marca a marca, conheça aqui todos os elétricos e híbridos já à venda...

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guia de compras

Híbridos n AUDI A3 SPORTBACK E-TRON

n AUDI Q7 E-TRON

Híbrido, 1.4 TFSI, 204 cv (pot. total) Consumos 1,6 l/100 km Emissões 36 g/km

Híbrido, 3.0 TDI, 374 cv (potência total) Consumos 1,8 l/100 km Emissões 48 g/km

PREÇOS e-tron base e-tron design e-tron sport

PREÇOS e-tron quattro

45.115€ 47.015€ 47.015€

97.549€

n BMW i8

n BMW 225xe Active Tourer

Híbrido, 1.5 TwinPower, 362 cv (pot. total) Consumos 2,1 l/100 km Emissões 49 g/km

Híbrido, 1.5 TwinPower, 224 cv (pot. total) Consumos 2,1 l/100 km Emissões 49 g/km

PREÇOS desde 147.730€

PREÇOS iPerformance

n BMW 330e iPerformance

n BMW 530e iPerformance

Híbrido, 2.0 TwinPower, 252 cv (pot. total) Consumos 1,9 l/100 km Emissões 44 g/km

Híbrido, 2.0 TwinPower, 252 cv (pot. total) Consumos 1,9 l/100 km Emissões 44 g/km

PREÇOS iPerformance

PREÇOS iPerformance

49.960€

41.560€

64.340€

n BMW 740e iPerformance

n BMW X5 40e iPerformance

Híbrido, 2.0 TwinPower, 326 cv (pot. total) Consumos 2,2 l/100 km Emissões 50 g/km

Híbrido, 2.0 TwinPower, 313 cv (pot. total) Consumos 3,3 l/100 km Emissões 77 g/km

PREÇOS iPerformance 109.019€ Longo 112.229€ Longo xDrive 115.879€

PREÇOS iPerformance

n DS 5 HYBRID4

n FORD MONDEO HEV

Híbrido, 2.0 HDi, 200 cv (pot. total) Consumos 3,9 l/100 km Emissões 103 g/km

Híbrido, 2.0 HDi, 187 cv (pot. total) Consumos 4,2 l/100 km Emissões 99 g/km

PREÇOS Sport Chic

PREÇOS HEV Titanium

53.048€

blueauto

83.210€

35.109€

61


guia de compras

Híbridos

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n HYUNDAI IONIQ HYBRID

n KIA NIRO

Híbrido, 1.6 GDi, 141 cv (pot. total) Consumos 3,9 l/100 km Emissões 92 g/km

Híbrido, 1.6 GDi, 141 cv (pot. total) Consumos 4,4 l/100 km Emissões 101 g/km

PREÇOS Hybrid Tech

PREÇOS Niro Niro PHEV

33.056€

27.420€ 35.650€

n KIA OPTIMA

n LEXUS CT

Híbrido, 2.0 GDi, 205 cv (pot. total) Consumos 1,4 l/100 km Emissões 33 g/km

Híbrido, 2.5 VVT-i, 223 cv (pot. total) Consumos 4,3 l/100 km Emissões 99 g/km

PREÇOS Optima SW PHEV 41.820€

PREÇOS CT200h Business 30.120€ CT200h Executive 31.420€ CT200h Executive+ 33.720€ CT200h F Sport 36.380€ CT200h F Sport+ 42.920€ CT200h Luxury 42.190€

n LEXUS IS

n LEXUS RC

Híbrido, 2.5 VVT-i, 223 cv (pot. total) Consumos 4,3 l/100 km Emissões 99 g/km

Híbrido, 2.5 VVT-i, 223 cv (pot. total) Consumos 4,7 l/100 km Emissões 108 g/km

PREÇOS IS300h Business IS300h Executive IS300h Executive+ IS300h F Sport IS300h F Sport+ IS300h Luxury

PREÇOS RC300h Executive 53.762€ RC300h Executive+ 55.862€ RC300h F Sport 61.222€ RC300h F Sport+ 63.822€

43.980€ 46.880€ 50.780€ 51.480€ 57.680€ 57.980€

n LEXUS GS

n LEXUS LS

Híbrido, 2.5 e 3.5 VVT-i, 223 e 345 cv (pot. total), Consumos 4,4 e 6,2 l/100 km Emissões 104 e 141 g/km

Híbrido, 3.5 VVT-i, 359 cv (pot. total) Consumos 6,2 l/100 km Emissões n.d. g/km

PREÇOS GS300h Business GS300h Executive GS300h Executive+ GS300h F Sport GS300h F Sport+ GS450h Executive+ GS450h F Sport

PREÇOS LS500h Executive+ 130.150€ LS500h F Sport 141.550€ LS600h Luxury 149.150€ LS600h Superlative 163.350€

55.940€ 60.490€ 61.150€ 67.560€ 70.610€ 78.940€ 87.810€

n LEXUS LC

n LEXUS NX

Híbrido, 3.5 VVT-i, 359 cv (pot. total) Consumos 6,4 l/100 km Emissões 145 g/km

Híbrido, 2.5 VVT-i, 197 cv (pot. total) Consumos 5,1 l/100 km Emissões 117 g/km

PREÇOS LC500h Luxury 120.140€ LC500h Sport 124.140€ LC500h Sport+ 132.140€

PREÇOS NX300h Business FWD 51.760€ NX300h Executive FWD 57.110€ NX300h F Sport AWD 65.460€ NX300h F Sport+ AWD 71.950€ NX300h Luxury AWD 71.950€

blueauto


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Híbridos n LEXUS RX

n MERCEDES C300h

Híbrido, 3.5 VVT-i, 313 cv (pot. total) Consumos 5,2 l/100 km Emissões 120 g/km

Híbrido, 2.2 CDI, 231 cv (pot. total) Consumos 3,6 l/100 km Emissões 94 g/km

PREÇOS RX450h Business RX450h Executive RX450h Executive+ RX450h F Sport RX450h F Sport+

PREÇOS C 300h C 300h Station

84.270€ 93.450€ 98.160€ 99.360 € 104.650€

52.902€ 54.200€

n MERCEDES C350e

n MERCEDES CLASSE E

Híbrido, 1991 cc, 279 cv (pot. total) Consumos 2,1 l/100 km Emissões 48 g/km

Híbrido, 2.0 turbo, 279 cv (pot. total) Consumos 2,1 l/100 km Emissões 49 g/km

PREÇOS C 350e C 350e Station

PREÇOS E 350e

55.350€ 56.650€

63.800€

n MERCEDES GLC

n MERCEDES GLE

Híbrido, 2.0 turbo, 292 cv (pot. total) Consumos 2,5 l/100 km Emissões 59 g/km

Híbrido, 3.5 turbo, 442 cv (pot. total) Consumos 3,3 l/100 km Emissões 78 g/km

PREÇOS GLC 350e GLC 350e Coupé

PREÇOS GLE 500e

59.900€ 63.300€

89.500€

n MINI COUNTRYMAN S E

n MITSUBISHI OUTLANDER

Híbrido, 1.5 turbo, 224 cv (pot. total) Consumos 2,1 l/100 km Emissões 49 g/km

Híbrido, 2.0 MIVEC, 160 cv (pot. total) Consumos 1,7 l/100 km Emissões 41 g/km

PREÇOS Cooper ALL4

PREÇOS PHEV Intense PHEV Instyle

39.357€

41.820€ 44.280€

n PORSCHE PANAMERA

n PORSCHE CAYENNE

Híbrido, 3.0 e 4.5 Turbo, 462 e 680 cv (pot. total) Consumos 2,5 e 2,9 l/100 km Emissões 56 e 66 g/km

Híbrido, 3.0 Turbo, 416 cv (pot. total) Consumos 3,3 l/100 km Emissões 75 g/km

PREÇOS 4 E-Hybrid desde 117.180€ Turbo S E-Hybrid desde 197.934€

PREÇOS S E-Hybrid

blueauto

desde 94.510€

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Híbridos

64

n TOYOTA YARIS HYBRID

n TOYOTA AURIS HYBRID

Híbrido, 1.5 VVT-i, 100 cv (pot. total) Consumos 3,6 l/100 km Emissões 82 g/km

Híbrido, 1.8 VVT-i, 136 cv (pot. total) Consumos 3,6 l/100 km Emissões 82 g/km

PREÇOS Hybrid Active 18.790€ Hybrid Comfort 19.470€ Hybrid Exclusive 21.155€ Hybrid Square Collection 21.155 €

PREÇOS Hybrid desde 24.590€ Hybrid Touring desde 25.590€

n TOYOTA PRIUS

n TOYOTA PRIUS+

Híbrido, 1.8 VVT-i, 122 cv (pot. total) Consumos 1,0 a 3,0 l/100 km Emissões 22 a 70 g/km

Híbrido, 1.8 VVT-i, 136 cv (pot. total) Consumos 3,6 l/100 km Emissões 82 g/km

PREÇOS Hybrid Luxury 34.840€ Plug-In Luxury 41.380€ Plug-In Power Sky 43.380€

PREÇOS Hybrid Luxury

n TOYOTA C-HR HYBRID

n TOYOTA RAV4 HYBRID

Híbrido, 1.8 VVT-i, 122 cv (pot. total) Consumos 3,8 l/100 km Emissões 86 g/km

Híbrido, 2.5 VVT-i, 197 cv (pot. total) Consumos 4,9 l/100 km Emissões 115 g/km

PREÇOS Hybrid Comfort Hybrid Exclusive Hybrid Lounge

PREÇOS Hybrid Pure Dark 40.190€ Hybrid Exclusive 47.590€

28.620€ 31.620€ 35.370€

38.060€

n VW GOLF GTE

n VW PASSAT GTE

Híbrido, 1.4 TFSI, 204 cv (pot. total) Consumos 1,8 l/100 km Emissões 40 g/km

Híbrido, 1.4 TFSI, 218 cv (pot. total) Consumos 1,8 l/100 km Emissões 40 g/km

PREÇOS GTE

PREÇOS GTE Variant GTE

45.141€

48.007€ 51.040€

n VOLVO V60

n VOLVO XC60

Híbrido, 2.4 D, 285 cv (pot. total) Consumos 1,8 l/100 km Emissões 48 g/km

Híbrido, 2.0 T, 407 cv (pot. total) Consumos 2,1 l/100 km Emissões 49 g/km

PREÇOS D6 Momentum D6 Summum D6 R Design

PREÇOS T8 Momentum T8 Inscription T8 R Design

61.383€ 63.351€ 63.781€

blueauto

68.252€ 72.311€ 70.712€


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Híbridos

n VOLVO XC90 Híbrido, 2.0 T, 407 cv (pot. total) Consumos 2,1 l/100 km Emissões 49 g/km

PREÇOS T8 Momentum T8 Inscription T8 R Design T8 Excellence

88.012€ 91.702€ 92.994€ 127.575€

Elétricos n BMW i3

n CITROËN C-ZERO

Elétrico, 170 a 184 cv, Bateria 33 kWh Autonomia 200 km (com extensor 330 km)

Elétrico, 67 cv Bateria 14,5 kWh Autonomia 150 km

PREÇOS i3 desde 43.509€ i3s desde 47.289€

PREÇOS High Line

30.647€

n CITROËN e-BERLINGO MULTISPACE

n HYUNDAI IONIQ ELECTRIC

Elétrico, 67 cv Bateria 22,5 kWh Autonomia 170 km

Eléctrico, 120 cv Bateria 28 kWh Autonomia 250 km

PREÇOS Feel

PREÇOS Electric Tech

32.107€

39.500€

n KIA SOUL EV

n MITSUBISHI i-MIEV

Elétrico, 110 cv Bateria 27 kWh Autonomia 212 km

Elétrico, 67 cv Bateria 14,5 kWh Autonomia 150 km

PREÇOS EV

PREÇOS i-MIEV

30.890€

26.000€

n NISSAN e-EVALIA

n NISSAN LEAF

Elétrico, 67 cv Bateria 24 kWh Autonomia 170 km

Elétrico, 150 cv, Bateria 40 kWh Autonomia 378 km

PREÇOS e-Evalia 5 lug. e-Evalia 7 lug.

PREÇOS Acenta Visia N-Connecta Tekna

33.237€ 33.852€

blueauto

30.950€ 31.400€ 32.400€ 34.900€

65


guia de compras

Elétricos

66

n PEUGEOT ION

n RENAULT TWIZY

Elétrico, 67 cv Bateria 14,5 kWh Autonomia 150 km

Elétrico, 13 cv Bateria 7 kWh Autonomia 90 km

PREÇOS Ion

PREÇOS Life Flex Life Intens Flex Intens Bag Flex Bag

30.390€

8.040€ 12.540€ 8.840€ 13.340€ 9.040€ 13.540€

n RENAULT ZOE

n SMART ELECTRIC DRIVE

Elétrico, 92 cv Bateria 22 e 40 kWh Autonomia 240 e 400 km

Elétrico, 82 cv Bateria 17,6 kWh Autonomia 160 km

PREÇOS Life ZE40 Life ZE40 Intens Flex ZE40 Intens ZE40 Bose Flex ZE40 Bose

PREÇOS de 22.500€ a 26.050€

30.410€ 32.910€ 27.510€ 35.010€ 30.310€ 37.810€

n TESLA MODEL S

n TESLA MODEL X

Eléctrico Bateria 75 e 100 kWh Autonomia 490 e 632 km

Eléctrico Bateria 75 e 100 kWh Autonomia 417 e 565 km

PREÇOS 75D 81.850 € 100D 106.100 € P100D 146.750 €

PREÇOS 75D 100D P100D

n VOLKSWAGEN E-GOLF

n VOLKSWAGEN E-UP!

Elétrico, 136 cv Bateria 35,8 kWh Autonomia 300 km

Elétrico, 82 cv Bateria 11,7 kWh Autonomia 90 km

PREÇOS e-Golf

PREÇOS e-up!

40.879€

blueauto

89.550 € 109.450 € 156.050 €

27.769€



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Desde 17.637€* SUPERE TODOS OS SEUS DESAFIOS COM O SUZUKI S-CROSS Sistema de tração 4WD AllGrip Écran táctil de 7” multifunções Controlo de Velocidade Adaptativo Bancos dianteiros aquecidos Câmara de visão traseira

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*PVP recomendado para a versão Suzuki S-Cross 1.0 BOOSTERJET GL 2WD, incluindo imposto sobre veículos, transporte, IVA e campanha de lançamento. Não inclui despesas 31/03/2018


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