Bem vindos a mais uma edição de Bollywood Brasil! Como sempre, trabalhamos ao máximo para trazer uma edição interessante e informativa, com um design profissional. Começamos com uma entrevista com Irani Cippiciani, professora de dança indiana, que vai nos contar um pouco da sua vida, trabalho e paixão pela dança. E a nossa enviada, Rosely Toledo, foi conferir pessoalmente um dos eventos que a Irani organiza em São Paulo. Temos ainda uma matéria especial sobre a música. O cinema indiano não seria o mesmo sem ela... Veja sua história, seus ícones e sua importância. Trazemos ainda a crítica do mais novo e emocionate filme de Irrfan Khan, D Day (Dia D) e uma matéria, em duas partes, sobre os “legenders”. Não sabe o que é um legender? Confira nossa repostagem! Esperamos que vocês gostem e, como sempre, estamos abertos a críticas e sugestões de matérias de nossos leitores. Abraço, Equipe da Bollywood Filmes
Bollywood Brasil Expediente: Editor-chefe: André Ricardo Redação: André Ricardo, Claudia Rabelo Lopes, Feliz Luz, Juily Manghirmalani, Rosely Toledo e Tiago Ursulino Edição e revisão: Tiago Ursulino Diagramação: Aline Moreira, Dayna Disha Malani e Juily Manghirmalani Publicidade: Themis Nascimento Divulgação: Shadia Fernanda Contato: Redação: jornalismo@bollywoodbrasil.com.br Divulgação: divulgacao@bollywoodbrasil.com.br Anúncios/patrocínio: comercial@bollywoodbrasil.com.br
pág. 3 - 5 Entrevista com: Irani Cippiciani pág. 6 Enquete! pág. 6 Evento Masala Chai pág. 7 - 8 Matéria da Capa: A música de Bollywood pág. 9 - 10 Os voluntários brasileiros de Bollywood pág. 10 - 11 Crítica: Dia D pág. 12 - 13 Agenda de Estreias
ENTREVISTA com Irani Cippiciani por André Ricardo
Irani Cippiciani é atriz e bailarina formada em Artes Cênicas pela
ECA-USP. Há 16 anos atua no Grupo Caldeirão como atriz, arte-educadora, preparadora corporal e produtora, ajudando a administrá-lo. Há 12 anos é bailarina de dança indiana no estilo Bharatanatyam e há 6 anos dedica-se também ao Kuchipudi e Mohiniyattam.
Atualmente, dá aulas de dança clássica indiana no Núcleo Prema e
é aluna de Mestrado do Curso de Artes da Cena da UNICAMP, onde estuda as possibilidades de aplicação do Abhinaya (técnica tradicional indiana) na formação do ator-bailarino ocidental.
Mesmo com essa rotina agitada, a talentosa Irani arrumou um
tempinho para dar uma entrevista a Bollywood Brasil. Confira a entrevista.
Qual foi o seu primeiro contato com a cultura indiana/Índia?
Ocorreu num grande evento do SESC quando o Ivaldo Bertazzo trouxe a Madhavi Mudghal para o Bra-
sil. Fiquei encantada com ela e com a dança que ela fazia e que eu desconhecia inteiramente. Uma habilidade incrível de conjugar movimento e expressão de forma harmoniosa e graciosa. Como uma atriz em começo de carreira, pensei: “É isso que quero fazer!”. Acabei me tornando bailarina de Bharatanatyam e, mais tarde, de Kuchipudi e Mohiniyattam também.
Você já esteve na Índia duas vezes para aperfeiçoamento. Conte-nos como foram essas experiências. O que mais gostou/não gostou?
Na verdade, eu já estive na Índia seis vezes e todas as viagens foram únicas. Em 2005 fui para Kerala
e fiquei sob a orientação da Guru Srimathi Kalamandalam Sumathy. Em 2006, ganhei uma bolsa de estudos da UNESCO e fiquei sediada numa companhia de teatro, o Koothu-p-pattari, em Chennai, dirigido por Natesan Muthuswamy. Em 2007, com apoio do governo brasileiro e em parceria com o Koothu-p-pattarai, viajei com o Grupo Caldeirão (minha companhia de teatro) para Chennai novamente, onde excursionamos, produzimos um espetáculo com atores brasileiros e indianos e conduzimos vários workshops. Daí para frente, me apaixonei por Chennai e fiz de lá minha casa na Índia!
No mesmo ano, de volta ao Brasil, fundei o Núcleo Prema, dedicado a difusão da cultura indiana no
país e ao intercâmbio cultural Brasil/Índia. Em 2009 conheci minha atual professora de dança, Srimathi Maya Vinayan, fundadora da Triveni School of Classical Dances e desde então volto sistematicamente à Índia para me aperfeiçoar com ela nos 3 estilos que pratico. Estive lá em 2012 e em 2013, novamente com apoio do Ministério da Cultura Brasileiro, para criação de um espetáculo de dança que conjugasse a técnica da dança indiana
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à cultura brasileira. Este espetáculo chamado “Orè Yèyè O, Oxum Tarangam”, foi todo construído a partir da técnica do estilo Kuchipudi e da Música Carnática, mas é cantado em português e narra alguns dos mitos mais importantes de Oxum. Foi a primeira experiência concreta que fiz, no campo da dança, de unir essas duas paixões: as culturas indiana e brasileira. Minhas experiências em todos esses anos foram muito variadas, ricas e intensas. A Índia é um país de imensos contrastes sociais, mas, assim como o Brasil, um país feito de gente muito cordial e acolhedora. Sempre me senti em casa lá e muito bem acolhida. As dificuldades existem, mas foram e são sempre contornáveis quando se viaja com o espírito, o coração e a mente abertos.
Você acha que há uma barreira no Brasil para a cultura/dança indiana?
Não. Acho que há desconhecimento e mui-
tos clichês colocados que impedem uma abordagem e aproximação mais sensível e real da cultura indiana. Acho o brasileiro muito curioso com relação a tudo que vem da Índia, mas, infelizmente, as informações são ainda limitadas e a cultura de massa acaba por ofuscar o que – na minha avaliação pessoal – a Índia pode nos dar de mais precioso: sua cultura milenar.
Há alguma música indiana que te marcou? Por quê?
Sou uma pessoa clássica (risos). Adoro
música clássica indiana, seja carnática ou hindustani. Música folclórica também, em especial do Rajastão. Não tenho uma música de predileção, mas sempre me emociono muito quando vou à Índia e assisto concertos de música por lá. Acho que é uma musicalidade que chega ao fundo da alma da gente, que te leva para outro estado de ser e sentir. Na dança indiana é dada muita ênfase ao papel feminino. Por quê?
De modo geral as personagens são femininas, classificadas em oito tipos de heroínas. Os heróis tam-
bém aparecerão, geralmente em relação a uma personagem feminina, mas existem exceções. Se pensarmos que o grande escopo de PADAMS (itens expressivos que contam histórias) possuem uma temática amorosa, fica mais fácil entender porque tanta ênfase nas personagens femininas. Mas isso não acontece só na dança indiana, em outras formas de arte também – inclusive ocidentais. Pense no Balé Clássico. Quem são as grandes personagens? Gisele, Carmen e por aí vai. Me parece que em todas as culturas clássicas o arquétipo do feminino representa o universo da sensibilidade, das emoções enquanto o arquétipo do masculino representa o universo da razão e da força. O palco é tradicionalmente um espaço de embate dos conflitos inerentes à condição humana e o amor é - de longe - o maior deles. Por muitos motivos históricos, estéticos e culturais entende-se que a mulher está mais ‘apta’ a transitar por esse universo dos conflitos amorosos. É uma forma de abordar o assunto, mas, sem dúvida, não o responde inteiramente, pois existem outros componentes socioculturais
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que – atualmente – interferem nessa questão. Como por exemplo, o número crescente de bailarinas em detrimento do número de bailarinos na Índia. E o fato de que grande parte dos poemas que são musicados para tornarem-se coreografias terem como protagonistas figuras femininas. É uma questão muito complexa que merece um estudo inteiro só sobre isso. Por que você recomenda fazer dança indiana? Quais as vantagens/benefícios?
Recomendo àquelas pessoas que querem ter contato com uma prática corporal que, além de trazer
os benefícios óbvios do condicionamento físico, estejam interessadas nos aspectos humanos e sensíveis da formação artística. A dança indiana conjuga muito bem o exercício físico intenso ao exercício da sensibilidade. Uma prática completa que não fragmenta o indivíduo, mas o enxerga como um todo onde o físico, o mental e o espiritual caminham em sintonia. Não falo aqui de religião, mas daquela experiência de completude e inteireza que faz com que a existência humana ganhe significados mais profundos, para além do trabalhar, comer e dormir a que nos temos condenado. Poderia elencar os benefícios corporais, de socialização e etc. que todas as danças trazem, mas acho mesmo que esse é o diferencial da dança indiana.
Você poderia nos contar sobre alguma situação inusitada/engraçada durante sua carreira?
Milhares! O palco é o lugar do inusitado! Lá as coisas mais improváveis podem acontecer e é isso que
faz dele algo tão especial e temido. Já passei por muitos apuros: som que falha, música que pula, falta de energia bem no meio da apresentação, branco total da coreografia, etc. Essas coisas clássicas mesmo! Quando você vive a experiência ela não é nem um pouco engraçada, mas depois que passa, não tem como não rir do inusitado e por vezes grotesco da situação. Faz parte da realidade de quem vive no palco. É preciso saber minimizar as chances de acontecer e aceitar que elas acontecerão mesmo assim.
E coisas engraçadas, como por exemplo, numa apresentação que o Grupo Caldeirão fez em Chennai,
ao final, convidamos o público para dançar com a gente algumas danças tipicamente brasileiras: ciranda, cacuriá e boi. A coisa foi pegando fogo e quando vimos havia uma centena de pessoas dançando. A comoção foi tanta que em dado momento apareceu até a polícia. Achamos muito engraçado isso: ‘apresentação de grupo brasileiro termina com a chegada da polícia’. Nunca passamos por isso, nem antes, nem depois! Certamente, ficou marcado como algo muito inusitado e engraçado também.
Você acha que há espaço para o cinema indiano no
Falando particularmente sobre o cinema, qual filme
Brasil? Por quê?
que você mais gostou? Por que?
Acho que sempre há espaço para bom cine-
Confesso que gosto das produções indianas
ma. Se a produção é boa, tende a ser bem aceita em
mais antigas. Adoro o filme Teen Kanya (1961) de
qualquer lugar. Histórias bem amarradas, persona-
Satyajit Ray. Também fiquei muito emocionada com
gens bem construídos, tramas interessantes e filmes
o filme Water (2005) da trilogia de Deepa Mehta e
bem produzidos são naturalmente atraentes. Avalio
dei muitas risadas com o filme Harishchandrachi Fac-
que a maior dificuldade seja mesmo de ordem cul-
tory (2010) de Paresh Mokashi. Recomendo muitís-
tural. Algumas coisas que vemos nos filmes indianos,
simo os três filmes. Me lembro que Lagaan (2001) de
para os padrões brasileiros de comportamento, são
Ashutosh Gowariker também me marcou muito, pela
muito ingênuas. Às vezes é difícil se relacionar com
história e os belíssimos musicais.
as tramas sem achar certa graça, mas creio que os próprios indianos já perceberam isso e tem produzido filmes cada vez mais ao gosto ‘internacional’.
E atores/atrizes favoritos? Gosto da versatilidade do Aamir Khan.
Quais são seus planos/expectativas para o futuro?
Continuar a produzir e a me aprimorar sem-
pre. Sou uma artista e como tal, minha grande meta de vida é poder fazer bem o meu trabalho e viver dele com dignidade. A curto e médio prazo pretendo finalizar meu mestrado sobre “Abhinaya: o elemento expressivo na dança indiana” na Unicamp; excursionar com o espetáculo “Orè yèyè O, Oxum Tarangam” produzido recentemente na Índia; realizar junto à Cia Pallavi e a Profª Drª Marília Vieira Soares o I Encontro Nacional de Pesquisadores de Dança Indiana, ainda este ano, na cidade de São Paulo, contando com a presença de artistas de todo Brasil. Será, sem dúvida, um momento histórico!
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Enquete! A Bollywood Brasil perguntou aos leitores qual era o personagem interpretado por Aamir Khan de que eles(as) mais gostaram. Vamos às respostas:
Rehan do filme Fanaa – 14% da preferência Bhuvan do filme Lagaan – 19 % da preferência E para a maioria esmagadora dos nosso leitores, RANCHO, do filme 3 Idiotas, é o personagem mais carismático. Ele venceu com 62% dos votos! Agradecemos a todos que participaram e aguardem que traremos mais enquetes! Equipe da Bollywood Brasil
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Por Tiago Ursulino
A MÚSICA DE BOLLYWOOD Por Tiago Ursulino
a prática de gravar as músicas separadamente para reproduzi-las fora do contexto da sala de cinema, lançando uma mania presente até hoje. A música estava presente em todos os tipos de filmes: tanto os que tratavam de temas históricos como os mitológicos ou os ficcionais. Assim, enquanto no Ocidente o filme “musical” formaria um gênero particular, com suas próprias estrelas como a dupla Fred Astaire e Ginger Rogers, na Índia a presença da música acaba formando uma convenção básica quase definidora do cinema: todos os filmes eram musicais, e os gêneros eram definidos com outros critérios, temáticos.
C
Saraswati, deusa indiana do conhecimento, das artes, da ciência e da música, com um instrumento musical
laro, é impossível pensar em Bollywood sem pensar em música e dança. São esses os dois aspectos – mais a riqueza de cores das roupas
e as histórias de amores impossíveis – que fazem a fama do cinema híndi em particular e do cinema in-
diano em geral. A música dos filmes, conhecida também como filmi, é muito mais do que música para ouvir durante o filme. Hoje em dia a presença das canções é sentida
Influências
em toda parte: nas rádios, clubes, internet, lojas de CD’s... Símbolo cultural inegável e que, sem dúvida, é
A Índia tem uma grande conexão histórica com a
responsável por grande parte da atração que a Índia
música. Assim como no Ocidente fala-se da música
exerce sobre a população de outros países, a música
clássica, em oposição à música popular, também na
popular filmi é um elemento com vida e história pró-
Índia existe um gênero tido como clássico. Ou melhor,
pria dentro da cinematografia indiana.
dois gêneros: a música carnática, característica do sul da Índia; e a música hindustani, característica do nor-
No princípio era a música...
te da Índia e com influências persas e muçulmanas. No início da história do cinema sonoro, esses gê-
Desde o primeiro filme sonoro indiano, Alam Ara
neros, mais outros estilos mais folclóricos de música,
(1931), a música esteve presente: o filme contava com
eram o que compunham a partitura sonora dos filmes.
nada menos que sete canções. Já em 1934 começaria
A influência do Ocidente, no entanto, foi decisiva para
Cena de Jab Tak Hai Jaan, com Shah Rukh Khan e Katrina Kaif
Diana Penty dança ao som de Tumhi ho Bandhu, música do filme Cocktail
Espanha com tempero indiano. Música ‘Señorita’
fazer a música fílmica trilhar um percurso que fica a
indústria, há sempre um grande time de profissionais
meio caminho entre os dois hemisférios.
trabalhando para dar vida à música.
Hoje em dia, cada filme demanda sua música. Um
O chefe dessa equipe é o diretor musical, da mesma
filme com temática mais moderna, sobretudo aque-
forma que o chefe da equipe de um filme é o diretor. É
les que enfocam os indianos da diáspora em cidades
ele quem vai compor as músicas adequadas para um
como Londres, certamente contará com canções que
certo filme, mantendo contato com as demandas do
misturam ritmos indianos mais tradicionais com gê-
diretor. Enquanto cá no ocidente pouca atenção se dá
neros ocidentais como o folk (como se vê em Jab Tak
aos profissionais que cuidam dessa parte dos filmes,
Hai Jaan, em que Shah Rukh Khan toca seu violão pe-
na Índia esses profissionais são respeitados e admira-
las ruas de Londres), o rock (como em Rock On!!, em
dos. Um bom filme necessariamente precisa ter tam-
que Farhan Akhtar é o líder de uma banda de rock) e
bém um diretor musical famoso.
até a música eletrônica (como no hit recente Tumhi Ho
Alguns nomes que se destacam são o de Pritam
Bandhu, do filme Cocktail). Mas o gosto indiano pela
(responsável por uma pletora incrível de trilhas so-
música se permite experimentos nas mais variadas
noras, incluindo os recentes Yeh Jawani Hai Deewani,
direções, chegando até na inusitada (e feliz) combina-
Barfi!, Bodyguard e Ready), a dupla Vishal e Shekhar
ção de ritmos com a música espanhola no filme Zinda-
(Student of the Year, Ra.One, Dostana, Om Shanti Om), a
gi na Milegi Dobara e sua música Señorita.
outra dupla Sajid e Wajid (Dabangg 1 e 2, Ek Tha Tiger,
Um bom exemplo de como Bollywood gosta de
Rowdy Rathore) e Ismail Darbar (Hum Dil De Chuke Sa-
brincar com todos os gêneros musicais é o filme de
nam, Devdas). Mas, quando se pensa em diretor musi-
2012 Teri Meri Kahaani, com Priyanka Chopra e Shahid
cal, é difícil não pensar em A.R. Rahman. Sua carreira
Kapoor. O filme conta três histórias de amor em três
de intenso sucesso nas indústrias tâmil e híndi (ele
épocas diferentes: a década de 1910, a década de
musicou filmes como Dil Se..., Lagaan, Swades, Rang
1960 e os dias de hoje. Em cada segmento do filme,
de Basanti, Guru, Jodhaa Akbar e incontáveis outros)
músicas adequadas: uma mais tradicional, folclórica,
culminou num sucesso em escala internacional quan-
nos anos 1910; uma mistura com o rock nos anos 1960 e uma mais pop (no sentido ocidental da palavra) nos dias de hoje.
Os profissionais por trás das músicas Quem assiste um filme indiano e espera para ver os créditos sem dúvida repara que há uma série de “departamentos” que não existem nos filmes ocidentais, ou, se existem, não têm nem de longe a mesma importância do que em Bollywood. Uma vez que as canções são tão importantes e ferramenta básica nessa
A dupla de diretores musicais Vishal e Shekhar
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A cantora Shreya Ghoshal em estúdio. Ela pode não ser vista, mas sua voz está presente em muitos filmes indianos
Javed Akhtar, poeta e letrista
A.R. Rahman, diretor musical ganhador de dois Oscars
nos filmes Once Upon a Time in Mumbai, Ready, Agneepath, Cocktail, Barfi! e também nos recentes
do atuou como diretor musical no filme Hollywoodia-
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Ghanchakkar, Lootera e Chennai Express.
no Quem Quer Ser um Milionário?, trabalho que lhe
Por fim, as vozes por trás das músicas são as
rendeu duas estatuetas no Oscar. Rahman é um
dos cantores em playback. Ao contrário do que al-
astro e, sem dúvida, muito disputado pelas produ-
guns novatos sobre o cinema indiano podem ima-
toras, tendo ajudado a tornar a música filmi ainda
ginar, não são os atores quem cantam as canções
mais conhecida mundialmente.
nos números musicais, mas sim profissionais es-
Outro departamento respeitado é o do letris-
pecializados. Embora não haja competição possí-
ta. As letras nas músicas híndi têm influência
vel com o estrelato dos grandes atores e atrizes,
da poesia híndi e urdu, e não é raro que o le-
os cantores também têm sua fama e seus admira-
trista seja também poeta, como é o caso de Ja-
dores. Ao contrário do diretor musical e do letris-
ved Akhtar, pai de Farhan Akhtar e responsável
ta, no entanto, os cantores não são responsáveis
pelas letras das músicas de filmes como 1947
por todas as canções de um filme, ocupando-se
Earth, Main Hoon Na, Veer-Zaara, Swades, Don,
apenas de uma ou poucas delas. Ou seja: num mes-
Om Shanti Om, Jodhaa Akbar, Luck By Chance e
mo filme, várias vozes diferentes são ouvidas nos
Talaash. O espectador indiano é também um gran-
diferentes números musicais – mesmo que isso sig-
de devoto, e é tradicional que as pessoas decorem
nifique que um mesmo ator, que finge cantar man-
diálogos inteiros dos filmes e também, é claro, as
tendo a sincronia com a voz dos cantores, apareça
letras das canções, o que dá uma medida de como
no filme com várias vozes diferentes, uma para cada
esses profissionais são importantes. Um outro
canção do filme. Uma exceção nesse processo é do
nome que tem se destacado recentemente após
ator Farhan Akhtar, que, por ser também cantor, às
seu sucesso no filme Dev.D é o de Amitabh Bhat-
vezes canta as músicas dos filmes em que estrela
tacharya, que desde então já emplacou as letras
(Rock On!! e Zindagi Na Milegi Dobara).
Músicas para colorir o espírito... Separamos abaixo alguns clássicos e outras músicas recentes que exemplificam o espectro de possibilidades da música híndi. “Jane Woh Kaise Log”, Pyaasa (1957), filme clássico com Guru Dutt http://www.youtube.com/watch?v=EhDCAmXKBBs
“Mere Sapno Ki Rani”, Aradhana (1969), Evento de lançamento da trilha sonora de ‘Chennai Express’
Estratégia de publicidade
filme com Rajesh Khanna e Sharmila Tagore http://www.youtube.com/watch?v=vo1MykK4u8U
A paixão do espectador de Bollywood forjou também a maneira como a publicidade funciona dentro
“Om Shanti Om”, Karz (1980), filme com Rishi
dessa indústria. As músicas de um filme são lança-
Kapoor. Trata-se do número musical que aparece
das, em geral, antes do próprio filme, de forma que
no começo do filme Om Shanti Om
as pessoas já se empolguem com a estreia que está
http://www.youtube.com/watch?v=kqFr2f6ZTUw
por vir, conquistando-as pelos ouvidos antes de conquistá-las pelos olhos. Assim, cada filme têm uma série de lançamentos que antecedem a estreia: primeiro sai o trailer, geralmente lançado em evento oficial para jornalistas ou fãs com a presença dos atores do filme. Depois,
“Chalak Chalak”, Devdas (2002), o clássico recente em que Shah Rukh Khan dança bêbado com seu amigo http://www.youtube.com/watch?v=azbrgGSZH4M
as músicas, também com evento com presença dos atores. Só então o filme em si é lançado. Em ge-
“Jai Ho”, Quem Quer Ser um Milionário? (2008),
ral, os números musicais dos filmes são divulgados
música que rendeu um Oscar a A.R. Rahman
com antecedência também, contenham eles danças
http://www.youtube.com/watch?v=xwwAVRyNmgQ
ou não e, claro, tomando o cuidado para editar o vídeo de forma a não revelar detalhes importantes da trama. Outra curiosidade é que as trilhas sonoras também têm suas próprias críticas, separadas das críticas ao filme em si. Ou seja: todo um time de profissionais especializados, lançamento próprio, crítica própria e vida própria antes e depois do filme: a música no cinema de Bollywood é um ente em si completo, que convi-
“Munni Badnam Hui”, Dabangg (2010), exemplo de “item song”, número musical menos conectado à história de filme e que muitas vezes apresenta a participação especial de um ator que não aparece no resto da trama. Repare que os diálogos foram cortados de uma parte do vídeo para que o espectador não entenda o que os personagens estão conversando http://www.youtube.com/watch?v=Jn5hsfbhWx4
ve com o filme por um breve período de tempo mas que tem uma vida ainda mais longa, talvez, do que
“Señorita”, Zindagi Na Milegi Dobara (2011),
o próprio filme, e certamente uma existência mais
mistura de ritmos indianos e espanhóis.
próxima do espectador, fazendo com que este ima-
O próprio Farhan Akhtar canta sua parte
gine o filme que ainda vai ver ou que não esqueça
http://www.youtube.com/watch?v=yDv0WSgXJVg
dos bons momentos dos filmes que já viu.
OS VOLUNTÁRIOS BRASILEIROS DE BOLLYWOOD Por Rosely Toledo
T
odos sabem que no Brasil quase não temos filmes indianos no cinema e a aquisição é difícil, então
como temos tantos filmes com legendas em português para alegria dos fãs? Bom apesar de ser um mercado amador,o publico na internet existe, e temos grupos de pessoas que dedicam tempo e esforço para fazer estas legendas, voluntariamente. Isso mesmo! Sem ganhar um centavo para isso, só pelo puro prazer de poder ver e ajudar aos outros que não sabem híndi, tâmil, telugu e não tem um conhecimento fluente de inglês para poder assistir um filme todo legendado assim. Este grupo de pessoas é intitulado ‘legenders’, pessoas abdicadas e de grande valor para a realização deste trabalho árduo, difícil e de muita pesquisa, que envolve a qualidade de imagem e som, de integralidade das legendas a tradução e inclusão de musicas que muitas vezes não estão na legenda original, tendo que buscar em outros idiomas fora o inglês, sem contar a sincronização destas que muitas vezes são feitas linha a linha, um verdadeiro trabalho de paciência! Como eu sei de tudo isso? Porque sou uma destas ‘legenders’ e conversando com algumas delas, conto aqui suas experiências e aproveito para dizer que admiro e aprendi muito com todas e que este trabalho merece ser reconhecido. Aproveito também para falar sobre estas pessoas que se dedicam a organização e postagem de filmes indianos traduzidos por nossas legenders, são pessoas preocupadas em organizar, manter os links sempre ativos e realizar um trabalho primoroso de postagem onde temos as fotos do filme, sinopse e links ativos de filme e legenda. Como também temos as pessoas que se dedicam a criação de grupos para atores e atrizes desconhecidos do publico brasileiro, dedicando tempo e pesquisa para manter seus grupos atualizados para que as outras pessoas possam conhecer e admirar estes atores e atrizes. “Na matéria desta edição trazemos depoimentos de pessoas que realizam o sonho de tornar compreensível algo que antes era impossível de se saber e alcançável o que antes era inatingível.”
Renata Flores fundadora do grupo “HindSubs” que reúne as’ legenders’. Grupo este que tem uma função muito especial de ajuda mutua, onde todas passam informações de dicas para agilizar e ajudar nas traduções, além de se manter uma conexão de informações sobre os filmes que estão sendo traduzidos, fazendo com isso que duas pessoas não traduzam o mesmo filme, além de parcerias formadas na tradução, revisão e sincronização de um mesmo filme. No nosso bate papo pude saber uma pouco mais a respeito dela e do seu grupo. “Carioca da gema e amante do cinema indiano desde 2010. Desde então eu comecei a perceber que havia um número bastante pequeno e limitado de pessoas interessadas em legendar os filmes indianos para a língua portuguesa. Com isso o tempo foi passando e eu resolvi me arriscar nessa coisa de legendar. Foi na garra e na vontade, porque nunca imaginei que meu inglês servisse para tal coisa. Mas o amor pelos filmes era maior e assim comecei a legendar. Queria que todos os brasileiros do mundo inteiro que não tivessem conhecimento da língua inglesa (que é a língua utilizada na maioria dos filmes legendados) pudessem desfrutar da magia e de toda emoção dos nossos queridos filmes indianos em português. No começo esse meu pensamento bateu de frente com pessoas que até então eu trabalhava junto e não
compactuavam com esse meu espírito aventureiro e de liberdade de querer compartilhar as minhas legendas com TODOS na internet. Senti que queria e precisava de liberdade para alçar novos vôos e alcançar outro público que crescia assustadoramente via a mais nova rede social do momento, o Facebook. Foi aí que tive a idéia de criar um grupo no próprio Facebook que pudesse reunir pessoas interessadas em legendar os filmes indianos. Surgia aí o “HindiSubs”, que tem como lema ser um grupo formado por pessoas que LEGENDAM e queiram COMPARTILHAR suas legendas de filmes indianos, não tendo vínculo com grupos e/ou sites, apenas o intuito de compartilhar as legendas para que todos tenham acesso ao cinema indiano legendado. O início foi uma coisa bem pequena, com poucas pessoas, mas com
nopse, foto de capa do filme e os links ativos do filme e
o crescimento do interesse de pessoas pelo cinema india-
da legenda. Na nossa conversa Isabel me contou como
no e novas páginas e grupos que foram criados para se falar
foi o inicio deste projeto, vamos saber um pouco mais.
sobre a magia dos filmes, atores e atrizes de Bollywood (e
“Só a título de introdução, começo por dizer que
tambémTollywood, Kollywood, etc), foram surgindo nesse
eu sempre gostei de filmes musicais. “Jodhaa Akbar “
meio pessoas que já sabiam alguma língua (geralmente in-
(2008) foi o primeiro filme indiano que eu vi exactamente
glês e espanhol) e se propuseram a entrar no “HindiSubs” e
na altura em que o mesmo foi lançado na internet, e po-
se tornar um “legender”, se juntando aos outros membros
de-se dizer que foi paixão à primeira vista por Bollywood.
mais antigos. Hoje contamos com 24 membros que legendam os filmes, num crescente admirável da quantidade de filmes já legendados. Queria deixar aqui regis-
Aquilo que é feito com prazer (seja o legendar, seja o partilhar) não está à venda, é gratuito.
“Devdas” (2002) foi o segundo filme que eu vi e fiquei completamente seduzida pelo cinema indiano. Foi a partir daí que começou a minha busca incessante de
trado o meu muito obrigado a cada membro do “HindiSubs”
muitos outros filmes indianos, o que me levou também
que se propõem a legendar um filme, na maioria das vezes
a dedicar-me à lusofonia exclusivamente de filmes india-
sozinho, ou em dupla ou trio, e que talvez sejam os mais es-
nos, após traduzir a primeira legenda (Hum Dil De Chuke
quecidos na hora de receber um elogio, mas que são certa-
Sanam 2008, em Dezembro de 2008). Na altura, não ha-
mente queridos por todos aqueles que amam, respeitam e
via muitas legendas em português para os filmes india-
querem divulgar a magia de todo o cinema indiano.”
nos, assim como também ainda não existiam sites para
“Ademais, aquilo que é feito com prazer (seja o legendar, seja o partilhar) não está à venda, é gratuito. “
baixar filmes indianos com legendas em português, nem mesmo comunidades, apenas uma no orkut... Ora, este tipo de filmes não são comercializados em Portugal, eu pensei também nas muitas outras pessoas que, tal como eu, gostariam muito de ver estes filme mas que não o podiam fazer por não haver legendas. Além disso, eu sempre gostei de partilhar tudo o que faço (sendo este também o único legado que eu deixo de mim para o mundo) e, então, às 8:56h do dia 10 de Feveriro de 2009, eu criei um fórum exclusivamente dedicado aos filmes in-
Isabel de Araujo é portuguesa e a fundadora
dianos: o “Fórum Menin@Mulher - Filmes de Bollywood”
da Comunidade e Pagina do Facebook “Cinema India-
(em http://meninamulher.forumeiros.com), onde eu pas-
no”, que tem como função especifica postar os filmes
sei a publicar e a partilhar com todo o público, não só as
com legenda em português complementando com si-
legendas que eu traduzi, mas todos os filmes que eu ia
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pesquisando incessantemente na internet e encontrando com legendas em português. Tudo isto foi feito sem quaisquer fins lucrativos, apenas pelo prazer de ver os filmes e de os compartilhar com os outros. Ademais, aquilo que é feito com prazer (seja o legendar, seja o partilhar) não está à venda, é gratuito. Entretanto, apesar de ainda manter o meu fórum, este ficou praticamente inactivo e, numa idéia conjunta com a Tatiana Lago (Tallago), decidimos então criar a Comunidade Cinema Indiano no face book (em: https://www.facebook. com/FilmesIndianos) dando assim continuidade á publica-
com que estes grupos são feitos são tão grandes que po-
ção e partilha dos filmes indianos.
demos ver na forma com que Daniela refere-se a eles; como
Fiz o Design da página, assim como todo o grafismo do perfil e entre outros, tópicos de orientação/auto-ajuda (com todas as instruções de como baixar e ver filmes), tópicos das actualizações… Mas fazer isto não deu grande trabalho, uma vez que tenho a prática de muitos anos como WebDesigner e formatação de sites. Criar
uma mãe que conta a sua experiência na gestação e parto de um filho, um amor maternal que não pede nada em troca... “O primeiro grupo que fiz foi para a Atriz Priyanka Chopra, pq não haviam criado nenhum grupo para ela, e como sou fã do seu trabalho, para mim uma das melhores atrizes de Bolly, achei
não é difícil, o difícil mesmo é manter e gerir. Tendo em conta que a Comunidade Cinema Indiano, no facebook, tem à data actual cerca de 600 filmes publicados e 651 seguidores (pessoas que curtiram), não é fácil administrar a página/comunidade, o que se traduz, sobretudo em: Publicar filmes novos, compartilhar os filmes publicados
que ela merecia um espaço especial. Conforme ia assistindo novos filmes, conhecendo novos atores, ou descobrindo que alguns atores que tanto gosto como Sanjay Dutt não tinham grupo, senti vontade de criar e me dedicar a determinados atores que me tornei fã.”
com grupos específicos de filmes indianos; actualizar links
“Considero como se fossem meu filhos, cuido com carinho,
de filmes inactivos, o que implica ter que procurar novos
tento me dedicar no meu tempo disponível, que infelizmente não
links, baixá-los e muitas vezes, ter que sincronizar de novo
é muito... Fico contente sempre que aparecem novos membros,
as legendas aos novos links; manter sempre actualizada as
para poder trocar idéias, compartilhar notícias, informações, deba-
lista de todos os filmes publicados e em tradução; responder
ter sobre os filmes, etc...
a comentários feitos na página; fazer um backup de tudo e
O Meu Amor por Bollywood. Eu Amo, Vivo e Respiro Bollywood hoje em dia...
mantê-lo sempre actualizado, etc.. Finalizando, administrar a página/comunidade é algo que
Não sei viver mais sem esse Encanto Chamado Bollywood.
de facto dá muito trabalho, sobretudo porque se acumulam
Sinceramente comecei por causa do meu Ator Preferido Sal-
muitas funções para poucos administradores, além de que eles
man Khan, pq a maioria de seus filmes não tem a tradução para o
próprios também traduzem legendas, sincronizam, revisam…
português, grande parte tive que assistir em inglês, com legendas
Mas é algo que vale porque, até ao momento, tem contri-
sem sincronia, sem a tradução das músicas, o que me desanima-
buído para a felicidade de muitas pessoas que, tal como nós,
va muito... Como o adoro de Paixão pedi ajuda a minha amiga Ro-
ama o cinema indiano!”
sely Toledo que me explicou o caminho das pedras da Tradução. Mas depois que comecei se tornou uma terapia pra mim, hoje
Daniele Oliveira
adoro e amo traduzir, sinto apenas não poder me dedicar mais,
carioca simpaticíssima
pela falta de tempo, e também meu inglês anda meio enferru-
é a proprietária e ad-
jado, então não consigo ser tão ágil, mas é gratificante quando
ministradora de muitos
consigo terminar uma legenda e postar e compartilhar com to-
grupos de atrizes e ato-
dos que amam Bollywood tanto quanto eu... “
res de Bollywood, criou grupos para atores até desconhecidos
depoimentos de importantes legenders brasileiros e
do publico brasileiro. O
também links dos grupos dos atores do cinema india-
carinho e a importância
no. Não percam!
então
10
Na nossa próxima edição traremos mais alguns
Crítica: DIA D
Por: André Ricardo
Preparem-se para um filme com bastante ação e reviravoltas! D-Day (Dia D) conta a história de quatro agentes secretos indianos no
Paquistão,
que
têm
como
objetivo capturar o terroristra mais procurado da Índia, Icbal Goldman (Rishi Kapoor) e levá-lo de volta vivo. Wali (Irrfan Khan) vive no paquistão por 9 anos com objetivo de
angariar
informações
sobre
Goldman, mas nesse meio tempo casa-se e tem um filho. Goldman ordena um outro sangrento ataque terrorista na Índia e isso leva o governo indiano a ordenar sua captura. Wali é então reunido com os
outros
capturar
três
agentes
Goldman
para
durante
o
casamento de seu filho. São eles:
Zoya (Huma Qureshi), especialista em explosivos que acaba perdendo o marido devido a seu trabalho como espiã; Aslam (Aakash Daahiya), um assassino que em troca de perdão pelos seus crimes aceita essa missão, quase que suicida; e Capitão Rudra (Arjun Rampal). Dele sabe-se muito pouco, somente que é um ex-soldado e que prefere não se envolver com ninguém exatamente para evitar que sentimentos atrapalhem seu trabalho. Quieto, frio e calculista, segundo o próprio “meu trabalho é fazer as pessoas dormirem e não acordarem mais”.
O problema é que quando tudo está preparado para a captura de Goldman, Wali manda sua família para Londres, para evitar que sejam envolvidos na situação, mas a erupção vulcânica que causou o fechamento dos céus europeus, impede-os de partir e eles acabam sendo pegos pela polícia paquistanesa, que então descobre os planos e avisa os homens de Goldman. O terrorista consegue escapar, enquanto o prédio que estava explode. O governo indiano acaba numa encurralada, pois é acusado pelo governo paquistanês de orquestrar o ataque. A Índia nega qualquer envolvimento e ordena que os quatro agentes sejam rapidamente mortos por forma a eliminar qualquer ligação com o governo. Agora os quatro agentes tem de fugir da máfia, polícia paquistanesa e de outros agentes indianos. Wali trai o grupo para tentar salvar sua família e então as reviravoltas acontecem, com traições e intrigas dignas dos melhores filmes de espionagem. Rudra acaba por descobrir que uma prostituta que acabou se envolvendo com ele é morta pela máfia, que tentava descobrir seu paradeiro. Isso o enfurece. A cena em que ele chega na casa dela e imagina o sofrimento por que ela passou é de uma cinematografia genial. A música de fundo cria o clima de sofrimento e resignação pelo qual ela passa antes de
morrer.
Realmente
um
bom
trabalho do diretor Nikhil Advani, que também dirigiu Kal Ho Naa Ho (2003) e Patiala House (2011).
O elenco do filme tembém é excelente e vale destacar:
- Irrfan Khan no papel do Wali, um agente em conflito entre o dever e a família. Ele realmente consegue irritar o público com suas ações, mas isso só prova que Irfan Khan fez um ótimo trabalho com seu personagem.
- Arjun Rampal (Capitão Rudra) fala pouco mas é perfeito nesse filme. Realmente foi a melhor atuação do filme, transmitindo suas emoções com gestos e expressões. Cumprir a missão a todo custo, matar ou morrer, isso é seu lema. Ótima atuação.
- Rishi Kapoor também atua muito bem, como um mafioso canastrão e que não vê limites para conseguir seus objetivos. Em uma das cena ele diz “todos podem ser comprados,
depende
apenas
de
por
quanto...”
Enfim o filme traz uma ótima combinação de ação, suspense e certo drama. Um dos melhores exemplos do moderno cinema indiano.
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AGENDA DE por
Tiago U
Chennai Express Direção: Rohit Shetty
Direção musical: A dupla V
Elenco: Shahrukh Khan, De
Gênero: Romance, comédia
Rahul (SRK), originiário de
estado de Tamil Nadu, com
caminho, conhece Meena (
volvendo em aventuras ines
Once Upon a Tim
Direção musical:
Elenco: Akshay Kumar, Imra
Continuação do sucesso de 2010 Once Upon a Time in Mumbai, agora Shoai
é o novo chefão do crime após ter assassinado seu mentor, mas ele terá de
querem, por sua vez, tirá-lo de sua posição, além de disputar o amor de Y
com seu braço dire
E ESTREIAS
Ursulino
9 de agosto
Vishal e Shekhar, com participação de Yo Yo Honey Singh
eepika Padukone, Nikitin Dheer, Priyamani
a
e Mumbai, faz uma viagem até uma pequena cidade no sul da Índia, no
m o objetivo de enterrar as cinzas de seu avô onde este havia pedido. No
(Deepika Padukone), filha de um chefão do crime, e os dois acabam se en-
speradas. O filme marca o retorno do casal de Om Shanti Om.
15 de agosto
me in Mumbai Dobaara! Direção: Milan Luthria
: Pritam, Anupam Amod
an Khan, Sonakshi Sinha Gênero: Crime
ib Khan (Akshay Kumar)
e enfrentar inimigos que
Yasmin (Sonakshi Sinha)
eito Aslam (Imran Khan).
Madras Cafe Direção: Shoojit Sircar
Direção musical: Shantan
Elenco: John Abraham, A Gênero: Thriller
Um agente da Inteligência
conspiração ainda mais p
Direção musical: Salim e Sulaiman Mercha
Elenco: Amitabh Bachchan, Kareena Kap
Satyagraha é o nome da filosofia fundada por Gandhi durante seu
pela independência indiana, significando algo como “a força da v
dade”. O filme, superestrelado, acompanha os esforços de múlti
23 de agosto
nu Moitra
Ayushmann Khurrana, Nargis Fakhri
a Indiana procurar dissolver um grupo rebelde, mas acaba descobrindo uma
perigosa com o objetivo de tomar controle de todo o país.
30 de agosto
Satyagraha Direção: Prakash Jha
ant, Aadesh Shrivastav e outros
poor, Ajay Devgn, Arjun Rampal Gênero: Drama
u movimento de não-resistência
verdade” ou “insistência na ver-
iplos personagens em busca de reformas na democracia.