Bollywood Brasil

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Caro(a) amigo(a) e apreciador(a) do cinema indiano, É com imenso prazer que oferecemos aos brasileiros e brasileiras a primeira revista sobre o cinema indiano em português e totalmente gratuita. Nós somos um grupo apaixonado pelo cinema indiano e as características que o fazem tão singular e especial. Nosso objetivo é mostrar um pouco desse universo tão grande e multicultural. A Índia é o país que mais produz filmes no mundo, com mais de 1200 filmes por ano. O cinema indiano possui várias vertentes, sendo a maior delas Bollywood, que sozinha produz mais filmes que Hollywood e é a segunda em arrecadação no mundo. Infelizmente o público brasileiro em geral tem muito pouco acesso a essa rica cinematografia. Nós estamos aqui para ajudar a mudar esse quadro. Nessa primeira edição, nossa matéria principal vai apresentar ao leitor esse universo, desde suas origens até hoje. Também temos uma matéria especial sobre algumas das principais atrizes que encantam os espectadores indianos. Mas não é só: nossa revista traz ainda a resenha do filme Barfi! (que ganhou o troféu de melhor filme nos Filmfare Awards, uma das principais premiações de Bollywood), as notícias e curiosidades do universo do cinema indiano (vocês sabiam que uma modelo de São Gonçalo, no Rio, faz sucesso na Índia?). Na nossa masala ainda contamos com uma entrevista com Iara Ananda, professora de Bharatanatyam (uma das danças clássicas indianas), além do calendário das principais estreias no próximo mês. Essa revista foi produzida com muito carinho por uma talentosa equipe e nós esperamos que vocês gostem. Sugestões e críticas construtivas serão sempre bem-vindas (veja nossos e-mails aqui ao lado) e vão nos ajudar a construir uma revista cada vez melhor. Este é só o começo!

pág. 4 - 6 Entrevista com: Iara Ananda pág. 8 - 12 Matéria da Capa: O Cinema Indiano pág. 13 - 15 Cultura: “O estupro na Índia que aterrorizou e comoveu o mundo” pág. 16 - 19 Entretenimento: As Musas do Cinema Indiano pág. 20 - 23 Notícias do Mês pág. 24 | 25 Crítica: Barfi! pág. 26 | 27 Agenda de Lançamentos

Equipe da Bollywood Brasil

Bollywood Brasil Expediente: Editor-chefe: André Ricardo Redação: André Ricardo, Claudia Lopes, Feliz Luz, Juily Manghirmalani, Rosely Toledo e Tiago Ursulino Edição e revisão: Tiago Ursulino Diagramação: Dayna Disha Malani, Juily Manghirmalani e Welber Conceição Publicidade: Themis Nascimento Divulgação: Felipe Uebio e Shadia Fernanda Contato: Redação: jornalismo@bollywoodbrasil.com.br Divulgação: divulgacao@bollywoodbrasil.com.br Anúncios/patrocínio: comercial@bollywoodbrasil.com.br


ENTREVISTA

__Como você se sentiu quando foi convidada para atuar na abertura da novela Caminho das Índias? Como foi a experiência?

com Iara Ananda

Fiquei muito feliz, pois sabia que a novela seria uma ótima oportunidade para que as pessoas conhecessem mais sobre a cultura da Índia. Antes da novela, as pessoas sempre relacionavam dança indiana com dança do ventre e após a novela começaram a entender

por André Ricardo

melhor essa diferença. __Como você compara Bollywood com Hollywood? Acho que não há muita comparação, são tipos de cinema muito diferentes, as regras são outras... Porém de um tempo para cá Bollywood tem ficado mais ligado à realidade, aos efeitos especiais, mas continua com sua essência musical e fantástica.

Iara Ananda Romano, nascida na cidade de São Paulo, é formada em Dança Clássica Indiana pela Natyalaya School of Classical Dances, cuja matriz fica em Kerala, Índia. Teve como professoras Patricia Romano, grande nome da dança indiana no Brasil, e Kalamandalam Sumathi, da Índia. Iara atualmente tem 26 anos e desde 2008 é responsável pela filial da Natyalaya no Brasil, ensinando Bharatanatyam (dança clássica indiana) e Bollywood Dance (dança moderna indiana). Além disso coordena o curso de Bharatanatyam no Centro Cultural da Índia (ICC) ligado ao Consulado

__Fale um pouco mais sobre sua escola. Na minha escola ensinamos tanto a dança clássica indiana, estilo Bharatanatyam, como o Bollywood Dance. Atualmente temos mais ou menos 60 alunos entre as aulas que dou na Casa Jaya e no Centro Cultural da Índia (ICC) e é muito gratificante fazer esse papel de passar para eles essa joia que é a dança indiana, assim como sua cultura.

__Como é comandar um time de bailarinas? É muito gratificante e divertido. Venho fazendo isso desde 2005, quando trouxemos o Bollywood Dance para o Brasil e começamos com o grupo Bollywood Brazil. Tenho que sempre estar ligada nas novidades de Bollywood, escolher as melhores músicas e fazer coreogra-

da Índia em São Paulo.

fias para passar para minhas alunas. Como minha mãe mora na África e lá ela tem canais como Zee Tv, B4U e Sony, ela está sempre me atualizando das novidades e me mandando os links dos hits do momento.

__Quando começou sua paixão por Bollywood e pela dança? Minha mãe sempre foi muito ligada à Índia, e quando começou seus estudos de Dança Clássica Indiana e ia para a Índia regularmente trazia para mim os filmes do momento. Na época eu tinha nove anos e mesmo que alguns filmes não tivessem legenda e durassem até três horas, eu adorava.

__O que a atraiu (e ainda atrai) na música e no cinema da Índia? Por que Índia?

Eu adoro musicais e adoro a magia de Bollywood, Quando assistia me imaginava dentro dos filmes com aquele vento no ca-

belo, dançando e cantando nas mais variadas situações. Vivendo aquelas histórias imprevisíveis, os amores impossíveis, vestindo aquelas roupas coloridas... O cinema bollywood é mágico, quase como um conto de fadas. É o único lugar onde tudo pode acontecer...

__Como foi sua experiência vivendo na Índia?

Em 2004 eu morei em Kerala, no sul da Índia; foi incrível! Tinha aula de canto e dança todo dia, aprendi muito morando lá. Amava as comidas, o chai e as roupas. Também estive em Mumbai, que é a meca de Bollywood. Voltei para lá em 2009 quando visitei novamente Mumbai, Kerala e também Delhi, Agra e Rishkesh. A melhor parte foi ir ao cinema e ver na telona meus atores favoritos dançando e cantando.

__Quais são os seus filmes indianos favoritos? E atores/atrizes indianos?

Eu gosto mais dos filmes antigos, mais musicais e mágicos, como o K3G [Kabhi Khushi Kabhie Gham, de 2001], Devdas [2002], Veer Zara [2004], Fanaa [2006], Kal Ho Naa Ho [2003]. E entre os atores, claro que o King Khan [Shahrukh Khan], Aamir Khan e o grande Amitabh Bachchan; entre as atrizes, Kajol, e hoje em dia gosto bastante de Anushka Sharma e Deepika Padukone.

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__Na sua opinião, o público brasileiro gostaria de ver mais filmes indianos se tivesse oportunidade? Por quê? Acredito que sim. De um tempo para cá Bollywood já conseguiu conquistar o público brasileiro. Na época que eu assistia, há uns 15

ANUNCIE AQUI contato: comercial@bollywoodbrasil.com.br

anos, eu tinha que esperar trazerem os filmes da Índia para assistir e só podia comentar e sonhar com as poucas amigas que assistiam. Hoje em dia é tudo mais fácil, temos os filmes para ver online, grupos no Facebook que discutem sobre os novos filmes e hits e, agora, até no cinema! Acho que o que faltava para Bollywood “invadir” o Brasil era a divulgação.

__Qual é sua música indiana preferida? São tantas... Mas uma que sei de cor e acho seu significado lindo é Kal Ho Naa Ho [do filme homônimo]. Mas as que estamos mais dançando no momento são: Fevicol Se [de Dabangg 2], Chikni Chameli [de Agneepath], Chammak Challo [de Ra.One], Gun Guna Re [também de Agneepath] e Ainvayi Ainvayi [de Band Baaja Baaraat].

__Quais são seus planos/sonhos? Meu plano é continuar dando aulas de dança, pois isso me faz muito feliz! Quero, com o meu trabalho, trazer cada vez mais gente para esse mundo da Índia e para a magia de Bollywood.

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O CINEMA INDIANO por Juily Manghirmalani


Cem anos atrás, Dhundiraj Goving Phalke plantou as sementes de uma indústria que iria crescer do início do cinema mundial,

na era silenciosa e de pequenas produções, até a exuberante produção atual de mais de 1200 filmes ao ano.

As maiores causas da existência de tantos cinemas são primeiramente as diferenças culturais e de idioma dos estados, que dificultam o intercâmbio de filmes dentro do próprio país. A maior parte deles mantém

O primeiro filme de Phalke, Raja Harishchandra (1913), é reconhecido como um dos primeiros de toda a Índia.

as línguas locais, ignorando o inglês ou híndi (línguas mais faladas na Índia).

Conhecido como o “Méliès do cinema indiano”, Phalke agregou seu conhecimento cinematográfico e político desde a sua pri-

Mas há também diferenças de convenções dentro dos filmes. A utilização diver-

meira obra e implantou a ideia de um cinema

sificada de gêneros do cinema híndi e tâmil fazem dessas produções as mais

com grande teor nacionalista (na época, a Índia

bem aceitas pela população indiana interna e da diáspora. Outros cinemas

ainda estava sob domínio britânico).

como o malaiala, por exemplo, que cultivam histórias conservadoras da Índia

Raja Harishchandra conta uma história in-

com estéticas experimentais, não costumam sair do próprio estado.

spirada no poema épico indiano Mahabharata.

Este filme uniu o cinema – a nova invenção oci-

cinematográfica indiana. Essa indústria abrange o maior número de especta-

O cinema híndi é, em termos de público, a mais conhecida indústria

dental –, com as histórias de caráter religioso

dores dentro do país, como também possui grande reconhecimento internacio-

comuns aos indianos. Filmes com a atmosfera

nal, especialmente onde existem as maiores diásporas, como no Reino Unido,

do “fantástico” e devoção religiosa atraíram

Estados Unidos, Canadá e Austrália.

enormes multidões. Houve vezes em que a

audiência chegou a relacionar, através desses

que contam sobre o prazer de ver trinta vezes o filme Sholay (1975) – uma das

filmes, atores/atrizes com figuras religiosas,

maiores bilheterias indianas –, ou idolatrar Amitabh Bachchan – que sempre

colocando fotos desses artistas em casas de

atuava como o personagem tipicamente mau mas com bom coração –, ou

reza (templos) junto às imagens de deuses. Os

mesmo dançar com Shah Rukh Khan em outros filmes. O laço com o cinema

filmes religiosos continuaram a ser o gênero

manteve-se forte na Índia, que sempre desempenhou grande papel sociocul-

mais prolífico do cinema indiano, pois muitas

tural. Até o final dos anos 80, quando celulares e internet não existiam e viajar

Os indianos amam o cinema. São inúmeras as historias de pessoas

vezes eram vistos como parte do ensino da religião e cultura, não somente como entretenimento. A profunda “indianização” desse cin-

era algo para uma minoria indiana, o cinema fornecia um ligação importante

ema, desde seu nascimento, marcou sua identidade mesmo antes da chegada do cinema falado, na década de 1930.

com a cultura indiana, apresentando uma ideia nostálgica de lar para seus imi-

Durante a era silenciosa, todo o país costumava assistir aos mesmos filmes. Porém, quando o cinema falado chegou em 1931

grantes. Hoje as audiências da diáspora não precisam mais esperar para ver

com Alam Ara, houveram divisões dentro das produções cinematográficas indianas. Junto do crescimento avassalador de filmes, cada

um filme em híndi e podem, muitas vezes, assistir aos filmes na mesma data

região seguiu seu próprio padrão dentro desta arte. Essas ramificações ficaram conhecidas como “cinemas regionais”. Existem sete

de estreia que na Índia.

tipos diferentes de cinema reconhecidos atualmente: o cinema bengalês de Calcutá; o cinema híndi de Mumbai; o cinema canará de Karnataka; o cinema malaiala de Kerala; o cinema marati que nasceu em Nasik, desenvolveu-se em Kolhapur e Pune, mas agora tem Mumbai

como sede; o cinema tâmil de Tâmil Nadu e o cinema telugu de Andhra Pradesh. E produzindo-os, há cinco indústrias cinematográficas

A fórmula de sucesso em bilheterias foi criada e consistia em: canções, dança, espetáculo, retórica e fantasia. A junção e significante rela-

diferentes, cada uma com a sua maneira de contar histórias. As mais famosas são: Bollywood (do cinema hindí), em que o romance,

ção entre o consciente indiano sobre o entretenimento épico (músicas, teatros, entre outros) e a arte cinematográfica foram estabelecidas.

músicas e a boa moral prevalecem; Tollywood (do cinema telugu), grande produtor de filmes históricos, folclóricos e mitológicos; e

Kollywood (do cinema tâmil), conhecido por filmes de ação e muitos efeitos especiais.

década o distinto cinema de arte indiano tomou forma com o bengalês Satyajit Ray. Pather Panchali (1955) ganhou fama internacional e

A arte cinematográfica indiana se estabilizou com um significante domínio sobre o entretenimento de massa desde os anos 40.

Segundo historiadores, a década de 50 foi a “Idade de Ouro” do cinema popular indiano. Paralelamente, na metade da mesma reconhecimento de crítica. Pather Panchali, Aparajito (1956) e Apur Sansar (1959) ficaram conhecidos como a Trilogia de Apu, uma das obras-primas do cinema mundial. O cinema de Ray tem ênfase no realismo, na sondagem psicológica e na poesia visual. Utilizandose de filmagens externas em vez de estúdios e escalando atores não profissionais, Ray contrastava enormemente com as práticas comuns do cinema indiano da época.

Olhando para o século de cinema indiano, particularmente

após a era silenciosa, pode-se ver que a fórmula de sucesso do cinema popular indiano manteve-se essencialmente inalterada. Os filmes continuam ligados aos contos morais, devem possuir grandes estrelas interpretando heroínas atraentes e heróis fortes, junto dos vilões caricatos, músicas que empolgam, difíceis cenas de ação e finais felizes. Porém, em aparato técnico, o cinema popular indiano possui desenvolvimento de última gera ção e modernidade.

Apesar do cinema híndi ser conhecido por promover integração nacional, o medo de causar ofensas tem evitado, em muito, a

possibilidade de tratar de temas controversos. Ao invés disso, oferece um mundo idealizado onde a virtude é recompensada, maus hábitos são punidos e o romance triunfa. Nas palavras do roteirista e poeta Javed Akhtar, “Temos muitos estados na Índia, incluindo Gujarat, Punjab, Rajasthan e Bengala, cada um com suas culturas, tradições e estilos diferentes. Existe um outro estado no país, chamado

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Cinema Híndi, que possui sua própria cultura, que é diferente da cultura indiana, mas não é alienígena para nós, nós a compreendemos.”

Existem várias teorias para o sucesso do cinema híndi na Índia. Antes do “boom” da televisão, acreditava-se que a poderosa in-

fluência do cinema vinha de ser a única fonte acessível de entretenimento de massa. Em uma recente conversa em memória de Dadasaheb Phalke, o diretor e roteirista Shyam Benegal argumentou que a efetiva mistura dos oito rasas (formas de emoções primárias) – amor, alegria, fúria, compaixão, desgosto, medo, “heroísmo” e admiração – fez com que o cinema híndi proporcionasse emocionalmente uma experiência satisfatória para diversas audiências de diferentes cunhos sociais. Amitabh Bachchan, por sua vez, observa que a popularidade dos filmes vem de seus heróis e heroínas, que são manifestações modernas de personagens mitológicos dos épicos Mahabharata e Ramayana. “O que o cinema hindi realmente proporciona aos espectadores”, diz Bachchan, “é uma justiça poética de três horas, uma façanha que a maioria de nós no mundo jamais teria conquistado em uma ou muitas vidas.”

O estupro na Índia que aterrorizou e comoveu o mundo por Feliz Luz

Morreu no dia 29 de dezembro de 2012, após 13 dias de luta em um hospital de Cingapura, a jovem indiana que sofreu estupro coletivo dentro de um ônibus na capital do país. Entenda o caso:

No dia 16 de dezembro uma estudante de

medicina de 23 anos voltava para casa com o namorado após assistir ao filme As Aventuras de Pi num shopping center de Nova Délhi. Depois de entrarem num ônibus, os 6 homens que estavam no veículo (entre eles o motorista) estupraram e torturaram a mulher de maneira tão brutal que chegaram a arrancar 95% do seu intestino e a deixaram com ferimentos graves na vagina. O namorado da vítima foi espancado com barras de ferro antes dos homens se revezarem para estuprá-la, informaram policiais. Devido aos ferimentos, as autoridades acreditam que as mesmas barras foram também utilizadas durante a violação sexual da estudante.

A jovem foi estuprada por quase uma hora,

antes de ser jogada para fora do veículo em movimento. Segundo o jornal “The Indian Express”, ela e seu namorado tiveram as roupas arrancadas antes de serem jogados do ônibus. “O namorado a retirou da via quando viu que o ônibus dava marcha à ré para atropelá-la”, completa o jornal.

A imprensa indiana informou ainda que a jo-

vem mordeu três dos seis agressores em tentativa de defesa. As marcas das mordidas, o sangue, o esperma, os fios de cabelo e o depoimento do namorado devem ser usados como provas contra os acusados, segundo a imprensa e fontes policiais. Um dos familiares da vítima teve acesso ao boletim médico: segundo ele, o documento diz que a jovem foi estuprada pelo menos duas vezes por cada um dos violadores. Lâminas foram utilizadas para rasgar as roupas e, por isso, a vítima sofreu diversos cortes.

Apesar do cinema híndi ser frequentemente criticado pela repetição de histórias e personagens, a música tem sido aberta-

mente reconhecida como a carta principal dos filmes. Isso foi particularmente verdade nos anos 50 e 60 quando brilhantes produtores de filme, poetas de híndi/urdu, compositores e coreógrafos elevaram o nível dos filmes como forma de arte.

Hoje, um grande número de filmes vem sendo produzido por uma nova geração de habilidosos diretores, incluindo Vishal Bhard-

waj, Dibakar Banerjee, Anurag Kashyap e Shimit Amin. Eles têm ultrapassado as fronteiras do cinema híndi convencional, contando histórias com maior teor de realidade e em uma linguagem jovem e atual, apresentando uma atitude irreverente pouco vista anteriormente. O desejo por diferentes histórias não é totalmente novo: dramas realistas já foram vistos no cinema indiano nos anos 70 em um movimento paralelo ao mainstream. A diferença é que os diretores atuais competem com os de grande bilheteria nos grandes cinemas indianos.

O cinema indiano, ou melhor, os cinemas indianos estão passando por diversas mudanças com os processos de globalização e

com a crescente modernização técnica e de acesso. Muitas de suas produções populares são feitas fora do país em coproduções, o que aumenta tanto a forma de entretenimento quanto o turismo nacional. Pode-se esperar que seja questão de pouco tempo para que nós, brasileiros, tenhamos melhor conhecimento e acesso à enorme cinematografia indiana.

Depoimento do namorado:

O namorado da jovem criticou o fato de nin-

guém ter se aproximado deles para ajudá-los depois de ocorrida a tragédia. “Tentamos parar as pessoas que passavam. Durante 25 minutos, vários riquixás, carros e motos desaceleraram, mas ninguém parou”, disse em entrevista ao canal “Zee News”. “Não tínhamos roupa, não podíamos nos levantar e havia gente passando do nosso lado. Poderiam ter nos levado ao hospital ou nos dado roupas”, afirmou o rapaz. O jovem criticou também a atuação do hospital da capital indiana para onde ambos foram levados inicialmente, onde, segundo sua versão, tiveram que

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“esperar e suplicar por roupas”. “Se ela tivesse sido internada desde o princípio em um bom hospital talvez estivesse hoje aqui

Reação da família:

conosco”, disse.

O pai da jovem violentada revelou a um veículo britânico o nome de sua filha, Jyoti Singh Pandey, no dia 6 de janeiro de 2013. Até então

O jovem repreendeu ainda a polícia e disse que boa parte da situação precária das mulheres na Índia era responsabilidade da

seu nome havia sido mantido em segredo, e a imprensa se referia à vítima por meio de pseudônimos como “Amanat” (“tesouro”) e “Nirbhaya”

instituição. “A polícia não é uma pessoa, é um sistema, e se o sistema falha repetidamente, as pessoas responsáveis deveriam renunciar

(“destemida”). No entanto, em entrevista publicada pelo jornal “The Sunday People”, Badri Singh Pandey, de 53 anos, afirmou querer que “o mundo

aos seus postos por razões morais”, atacou. Ele acrescentou que a vítima disse às autoridades que sua vontade era de que seus agres-

conhecesse seu nome verdadeiro”. “Minha filha não fez nada de mau, morreu enquanto se defendia”, declarou. “Estou orgulhoso dela. Revelar seu

sores fossem “queimados vivos”.

nome dará coragem a outras mulheres que sobreviveram a esses ataques. Encontrarão força na minha filha”, explicou.

Comoção e protestos na Índia:

A comoção causada pela morte da jovem levou os indianos a um exame de consciência sobre a forma como a mulher é tratada

no país, e gerou uma rara onda de protestos. O crime levou milhares de pessoas a se manifestarem diariamente em Nova Délhi e em outras cidades indianas pedindo a forca para os culpados, mais proteção às mulheres e rigorosos castigos aos policiais que não atuam

Badri disse ainda que embora a princípio tenha desejado ver os responsáveis pela morte de sua filha cara a cara, acabou por mudar de

ideia. “Agora só quero ouvir que os tribunais os condenaram e que vão ser enforcados”, acrescentou o homem, que admitiu que quer “a morte para os seis”. O pai da estudante indiana também reconheceu ao jornal que não tem palavras para descrever o que sua filha sofreu durante o ataque: “Tudo que posso dizer é que os criminosos não são humanos, nem sequer animais. Não pertencem a este mundo”.

contra os ataques sexuais. Segundo o Escritório Nacional de Registro de Crimes (NCRB, na sigla em inglês), em média uma mulher foi violentada a cada 20 minutos na Índia em 2011, último ano de que há dados, mas apenas um de cada quatro estupradores é levado a julgamento no país, devido à corrupção policial. Além disso, estima-se que grande parte das vítimas sequer chega a prestar queixa, entre outras razões por medo de manchar a própria reputação.

Reação de algumas estrelas de Bollywood: Vários astros do cinema indiano também demonstraram publicamente sua indignação com o caso.

Talvez a maior estrela viva de Bollywood, o ator Amitabh Bachchan disse na sua página do Facebook: “O terrível caso de estupro em Nova Délhi está além de qualquer tipo de vocabulário para descrever sua ocorrência! É um ato de um demônio, um monstro que merece a punição mais cruel, um castigo que deve servir de exemplo para qualquer agressor que vier a cometer tal ato no futuro. Punir os culpados, com a punição mais severa possível. Mas também vamos fazer uma introspecção! O que está acontecendo de errado com a nossa sociedade, o nosso povo? Em algum lugar, a falta de medo da justiça, do sistema, da nossa moral e nossa formação tem dado origem a uma liberdade para cometer tais crimes! Deixemos cada indiano se tornar um vigilante, um soldado, um comandante que deve combater tais crimes hediondos com força e convicção!” O ator também homenageou a vítima com um poema. A atriz Jaya Bachchan (64 anos, casada com Amitabh Bachchan) disse: “É uma vergonha. Eu não sei o que dizer. Estou abalada. Até agora eu pensava que nós estávamos vivendo em um país onde as mulheres eram consideradas deusas.” O ator Shahrukh Khan, o “rei de Bollywood”, expressou seu temor de que esse crime possa entrar em qualquer lar se não for controlado. No Twitter, ele disse: “Não podemos culpar um [único] ato medonho como a deterioração coletiva do mundo em que vivemos. Se nós não punirmos os estupradores, então legitimamente seremos punidos... em breve... muito em breve... quando este crime desumano chegar em nossas casas e atingir nossas famílias.”

A atriz Kareena Kapoor: “Nossas leis devem ser reavaliadas. A justiça tem que acontecer mais rápido.” O diretor e ator Farhan Akhtar opinou que “os culpados devem ser tratados como terroristas” e disse acreditar que “a punição rápida e severa é a única solução.” O ator Salman Khan concorda que os violadores devem ser enforcados. “Na minha opinião, deve haver sentença de morte para todos os estupradores.” Salman disse ainda que as pessoas devem ter tolerância zero para tal crime e que devem tentar impedi-lo no caso de se depararem com qualquer incidente. “Eu acho que a sociedade indiana precisa ser mais dabangg na sua abordagem [o ator se refere ao título de um de seus filmes de maior sucesso, que significa “destemido”] Recentemente, li numa notícia que uma garota estava sendo molestada enquanto as pessoas ali perto estavam vendo vídeos em seus celulares.” A atriz Sridevi escreveu a seguinte mensagem no Twitter, antes da morte da vítima: “Meu coração vai para a jovem e para sua família em Nova Délhi. Esperança de que a justiça condene os culpados deste crime hediondo com uma punição severa.” A cantora Anushka Manchanda fez a seguinte declaração: “Castrá-los e deixá-los viver e dar-lhes a chance de se transformar em psicopatas mais perigosos? Não. Pena de morte.”

Processo acelerado contra os agressores:

Um tribunal de Nova Délhi move processo contra cinco dos seis acusa-

dos de estuprar e torturar a jovem. Os promotores dizem ter amplas provas contra os suspeitos, que poderão ser condenados à pena de morte se considerados culpados. Os cinco acusados são Ram Singh (o motorista do ônibus), seu irmão Mukesh, Pawan Gupta, Vinay Sharma e Akshay Thakur. O sexto acusado tem 17 anos e por isso está preso em um centro de detenção para menores e será julgado em um tribunal juvenil. Segundo a polícia, ele foi o mais violento durante o ataque. O processo foi acelerado para que os acusados pudessem ser julgados semanas após o crime, ao invés de meses, como seria o procedimento tradicional.

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As Musas do Cinema Indiano

por Rosely Toledo

Na mitologia grega, as musas eram filhas de Zeus e Mnemósine, e seriam responsáveis por inspirar os seres humanos na execução de obras de arte e na ciência. Com o tempo, o substantivo deixou as alturas do Monte Olimpo e passou a se referir simplesmente a uma linda humana que pudesse encantar corações.O cinema indiano, sendo tão popular, não poderia deixar de ter as suas musas. Ou melhor: as suas “Radhas”, “Sitas” ou “Satis” (figuras femininas importantes no hinduísmo). De fato, elas existem e são muitas, algumas talvez mais amadas e “seguidas” pelos fãs do que qualquer musa do cinema ocidental. Os sites e revistas estão sempre cheios de notícias sobre suas beldades: onde elas estiveram? Com quem foram vistas? Estão ou não namorando? Quando vão se casar? E, claro: quais são as próximas produções em que elas serão vistas? Separamos aqui algumas dessas musas de destaque, que com certeza encantam multidões e inspiram os versos das músicas que embalam os filmes indianos.


RANI MUKERJI

Rani Mukerji nasceu numa família bengali dedicada ao cinema. Seu pai, Ram

Mukherjee, é diretor aposentado e um dos fundadores da Filmalaya Studios, enquanto sua mãe, Krishna, era uma cantora de playback. É prima da atriz Kajol. Fez sua estreia como atriz com uma participação especial no filme bengali Biyer Phool (1992), sob insistência da mãe. Posteriormente foi apresentada a Karan Johar e fez Kuch Kuch Hota Hai (1998), que lhe valeu um prêmio Filmfare de melhor atriz coadjuvante.

AISHWARYA RAI BACHAN

Em 2005 fez Black, de Sanjay Leela Bhansali, em que encarnou o impression-

ante papel de uma jovem cega tutorada por um professor radical (o grande Amitabh Bachchan). Por este filme recebeu elogios unânimes da critica, além do prêmio de melhor atriz nos Filmfare e o mesmo prêmio por parte dos críticos.

Desde o seu início no mundo do cinema, Rani já atuou em cerca de 40 filmes. Sua últi-

ma atuação foi no filme Talaash (2012), onde novamente foi escolhida melhor atriz coadjuvante.

KAJOL DEVGN

Portadora de um dos nomes e rostos que mais facilmente vêm

PRIYANKA CHOPRA

Priyanka Chopra é atriz, cantora e compositora. Como Aish-

à mente quando se pensa em Bollywood, Aishwarya Rai (que entrou para

warya Rai em 1994, foi eleita Miss Índia e Miss Mundo em 2000,por sua

a família Bachchan por seu casamento com Abhishek Bachchan, filho de

beleza deslumbrante e seu talento, Priyanka é considerada uma das

Amitabh Bachchan), nasceu em 1 de novembro de 1973, em Mangalore.

celebridades mais populares, atraentes e fashion na Índia atual. Sendo

Começou a trabalhar como modelo desde sua adolescência. Em 1994,

figura comum em apresentações na televisão e em shows, também es-

com os prêmios de Miss Índia e Miss Mundo, obteve popularidade inter-

creveu colunas em jornais nacionais, é ativa em trabalhos de caridade e

nacional e isto foi seu trampolim para o mundo do cinema.

tem muitos contratos publicitários.

Atuou pela primeira vez no filme tamil Iruvar (1997). Logo

Sua estreia se deu com o filme Thamizhan (2002), em tamil.

Kajol Devgn (nascida Kajol Mukherjee, ganhando o novo sobre-

começou a participar de grandes produções híndi, como Hum Dil De Chuke

The Hero (2003) foi seu início em Bollywood. No mesmo ano fez An-

nome após casar com o astro Ajay Devgn) nasceu em 5 de agosto de 1974

Sanam (1999). Com Devdas (2002), clássico instantâneo indiano, encan-

daaz, sucesso de bilheteria pelo qual ganhou o prêmio de melhor estre-

em Mumbai, filha do diretor e produtor já falecido Shomu Mukherjee e

tou não só seu país mas a Europa, pois o filme foi “descoberto” pelo Festi-

ante feminina nos Filmfare Awards. Por Fashion (2008) recebeu ótimas

de Tanuja, atriz da década de 1960. Com uma família em que seu pai

val de Cannes. O mesmo festival convidaria a atriz para fazer parte do seu

críticas que lhe renderam o prêmio de melhor atriz nos Filmfare. Tem

e tios dominam o cenário como produtores e várias mulheres seguiram

júri no ano seguinte.

alternado na carreira papéis simples em comédias românticas (como

carreira como atrizes, não tinha como fugir da profissão. Recebeu vários

Também fez filmes fora do país. Sua primeira produção com

em Dostana, de 2008) com personagens mais desafiadores. Um bom

capital dos EUA foi Bride and Prejudice (2004), uma adaptação de Orgulho

exemplo destes é 7 Khoon Maaf (2011), filme que protagoniza e pelo qual

e Preconceito, A Última Legião (2007), filme estrelada por Colin Firth e

foi eleita como melhor atriz (prêmio dos críticos) nos Filmfare.

prêmios nos Filmfare Awards (5 como melhor atriz e 1 como melhor vilã).

MADHURI DIXIT

Em 2011, o Governo da Índia concedeu-lhe o Padma Shri, a quarta maior

distinção civil do país. Kajol possui um estilo e elegância próprios tem-

Madhuri Dixit Shankar nasceu em 1967, em Mumbai.

Foi uma dançarina de Kathak (um dos estilos clássicos de dan-

Pantera Cor de Rosa 2 (2009).

perados com um toque picante. Conhecida por seu talento de atuação e

ça indiana) e atuar não era o seu primeiro objetivo: queria ser

exuberância, ela tem uma natureza ao mesmo tempo vulnerável e feroz.

bióloga, e seguiu o curso na Universidade de Mumbai.

e o drama Guzaarish (2010), seu último filme antes de uma pausa na car-

reira após o nascimento de sua primeira filha.

trato de gravação com a Universal Music Group e DesiHits para seu

Tezaab (1988) que atingiu a fama. No filme, contracenava com

primeiro álbum. Sua canção de estreia, In my city foi bem sucedida co-

(1992); no entanto, foi Baazigar (1993) que lhe valeu o reconhecimento

Anil Kapoor, famoso ator indiano que viria a ser no futuro o

Frequentemente citada na mídia como “a mulher mais bonita do mundo”, fora

como atriz. Com o clássico Dilwale Dulhania Le Jayenge (1995), filme que

apresentador do programa de perguntas no filme Quem Quer

da tela atua como embaixadora para várias organizações e campanhas de

quebrou recordes de bilheteria, Kajol ganhou seu primeiro prêmio de

Ser Um Milionário? (2008).

caridade. Em 2009 recebeu a distinção Padma Shri do governo indiano, e em

melhor atriz nos Filmfare Awards.

Madhuri foi laureada várias vezes nas importantes premia-

2012 o Ordre des Arts et des Lettres do governo francês.

A versátil atriz deu então um passo ousado ao fazer uma vilã

ções Filmfare, Star Screen e Zee Cine por suas atuações em

em Gupt (1997), que fez dela a primeira mulher a receber o prêmio de in-

Dil (1990), Beta (1992), Hum Aapke Hain Koun...! (1994), Raja

terpretação de uma vilã nos Filmfare Awards. Kuch Kuch Hota Hai (1998),

(1995), Dil To Pagal Hai (1997), Mrityudand (1997), Lajja (2001)

concedeu-lhe nova premiação como melhor atriz, assim como depois

e Devdas (2002).

Kabhi Khushi Kabhie Gham (2001), ambos filmes de Karan Johar que mar-

caram época.Após um período ausente, Kajol retornou em Fanaa (2006).

EUA, onde posteriormente deu à luz a dois filhos, Em 2006,

O filme foi um sucesso internacional e rendeu-lhe o quarto prêmio Film-

a família da atriz temporariamente voltou a viver na Índia,

fare Award de melhor atriz. O público brasileiro pôde conferir a beleza e

pois Madhuri viria a estrelar no filme Aaja Nachle, que mar-

o talento de Kajol em Fanaa nos cinemas em 2012.Mais recentemente,

cou seu retorno às telonas depois de seu retiro de meia

My Name Is Khan (2010) proporcionou–lhe elogios da crítica. O filme tam-

nasceu em 21 de setembro de 1980, filha dos atores Randhir Kapoor e Babi-

década desde Devdas. Madhuri deixou seus fãs em espera

bém marcou a volta do casal Shahrukh Khan & Kajol, que estrelou tantos

ta. Fez sua estreia no filme Refugee (2000), e já em 2001 participou de Kabhi

novamente desde então, mas em 2013 deve estar de volta

filmes marcantes no passado recente.

Khushi Kabhie Gham, enorme sucesso comercial.

com a produção Gulaab Gang.

Iniciou seu trabalho em filmes mais como um hobby do que

como uma escolha de carreira. Estreou no filme de Rahul Rawail Bekhudi

Estreou no cinema em 1984, mas foi a partir de

Na Índia, seus filmes mais recentes incluem Jodhaa Akbar (2008)

Recebeu prêmios nos Filmare Awards, Screen Awards e IIFA Awards.

Em 1999 casou-se e mudou para Denver, Colorado,

SONAKSHI SINHA

KAREENA KAPOOR Kareena Kapoor, casada com o ator e produtor Saif Ali Khan,

Depois de receber críticas negativas por uma série de persona-

gens repetitivos, Kareena aceitou fazer personagens mais fortes e foi então reconhecida por sua versatilidade. Seu papel como prostituta em Chameli

sua carreira como modelo e foi o destaque no Lakme Fashion Week de 2008 e em seguida

(2004) provou ser o ponto de virada na sua carreira, e ela foi mais tarde

novamente em 2009. Sonakshi Sinha também é uma designer de moda, e desenhou os figuri-

elogiada por suas performances em filmes aclamados como Dev (2004) e

nos para o filme Mera Dil Leke Deko (2005).

Omkara (2006) (pelos quais ganhou o prêmio de melhor atriz nos Filmfare

Sua carreira em Bollywood teve inicio ao estrelar o blockbuster Dabangg (2010),

Awards por parte dos críticos). Desempenhou o papel feminino principal

ao lado do superastro Salman Khan. O tremendo sucesso do filme fez com que os diretores

na comédia Jab We Met (2007) (melhor atriz nos Filmfare) e no drama 3

voltassem seus olhos à sua beleza não convencional.

Idiots (2009), filme responsável pela maior bilheteria de Bollywood de todos

Seus outros filmes foram lançados em 2012: Rowdy Rathore, Joker, OMG: Oh My God! e

os tempos. Essas conquistas a estabeleceram como uma das principais

Son of Sardaar. Também reapareceu na sequência de seu primeiro sucesso, Dabangg 2.

atrizez do cinema híndi.

Não é todo dia que Bollywood vê atrizes subirem as escadarias do sucesso tão ver-

Em 2011 lançou-se no mundo da música e assinou um con-

mercialmente na Índia. Vamos aguardar o que vem pela frente.

NARGIS

Sonakshi Sinha é uma das mais recentes musas do cinema indiano, Sinha começou

Em 2012 estrelou em dois grandes sucessos: Agneepath (ao lado

de Hrithik Roshan) e Barfi! (leia a nossa crítica do filme nesta edição).

Para o ano de 2013 seus projetos são os filmes Satyagraha (ao lado

tiginosamente. Seus próximos projetos serão Lootera, Once Upon a Time in Mumbai 2, Bullet

de nomes como Amitabh Bachchan, Ajay Devgn e Arjun Rampal) e Gori Tere

Raja e Rambo Rajkumar, todos com estreias marcadas para 2013.

Pyaar Mein (com Imran Khan).

Se olharmos para o passado do cinema híndi, é difícil não se

lembrar de Nargis. Nascida Fatima Rashid no 1º de junho de 1929 e falecida em 3 de maio de 1981, é considerada uma das maiores atrizes da história de Bollywood, fazendo sucesso antes mesmo deste termo começar a ser utilizado.

Fez sua estreia no cinema ainda criança em Talashe Haq

(1935). Trabalhou com grandes nomes da época de outro do cinema indiano como Dilip Kumar e Raj Kapoor. Um de seus papéis mais importantes foi o de Radha no filme indicado ao Oscar, Mãe Índia (1957), que lhe valeu o troféu de Melhor Atriz no Filmfare Awards. O filme é um dos poucos que pode ser encontrado em DVD no Brasil.

Em 1958, se casou com o ator Sunil Dutt e deixou a indústria

do cinema, aparecendo raramente nas telas nos anos 60. Um dos filmes deste período foi o drama Raat Aur Din (1967), como qual ela ganhou o prêmio de melhor atriz no National Film Award (importante premiação de cinema da Índia, mais abrangente que os Filmfare por incluir filmes de todo o país).

Nargis morreu em 1981 vitimada de câncer, poucos dias antes

de seu filho Sanjay Dutt fazer sua estreia em Bollywood. Em 1982, o Nargis Dutt Memorial Cancer Foundation foi criado em sua memória.


Notícias do mês por André Ricardo

Aamir Khan recusa $ 28 milhões em publicidade e doa $ 1 milhão para ONG em prol das mulheres

Ronaldinho na Índia para filme de animação

Quem recusaria 28 milhões de dólares? O perfecciRonaldinho Gaúcho teve uma recepção

onista ator de Bollywood Aamir Khan (o Rehan no

digna de um líder político ou religioso ao

filme Fanaa, exibido no Brasil em 2012) sacrificou

desembarcar na Índia para anunciar a

tudo isso de uma só vez. Durante sua estreia no ca-

produção de um filme de animação em que

nal de TV no ano passado, Aamir não permitiu que nenhum anúncio fosse apresentado durante o show.

ele será o protagonista. No longa, que vai

Sua decisão resultou numa perda de mais de 28

se chamar R10, Ronaldinho vai interagir com

milhões de dólares. Um informante próximo disse:

personagens de desenho animado, lutando

“Aamir está indo agora para uma reforma completa

contra alienígenas. Em entrevista na Índia,

na sua imagem e quer se envolver apenas com cau-

ele anunciou ser a realização de um sonho

sas sociais”. E parece que já está surtindo efeito. De

e, pelo Twitter, acrescentou que Índia e Bra-

acordo com o jornal The Times of India, o ator doou

sil se parecem “no calor humano”. Boa sorte

quase um milhão de dólares para uma ONG constru-

para o craque!

ir um abrigo para mulheres em perigo.

Cinema indiano será homenageado no Festival de Cannes de 2013

A cidade de São Gonçalo exporta beleza para Bollywood Suzana Rodrigues, modelo natural de São

Em nota, o diretor do Festival de Cannes, um

Gonçalo, no Rio de Janeiro, faz sucesso na

dos mais importantes festivais de cinema do

Índia em campanhas publicitárias, comerciais

mundo, Thierry Frémaux, disse que Cannes

e até em filmes de Bollywood. A modelo, que

quer “dar boas-vindas para uma grande dele-

mora atualmente na Índia, conta que apesar

gação da indústria cinematográfica indiana”

das dificuldades iniciais seu objetivo foi atingi-

para celebrar os 100 anos do nascimento do

do. Após passar por países como Taiwan, Cin-

cinema no país. O comunicado ainda classi-

gapura, Tailândia, China, Hong Kong e Indoné-

ficou a Índia como “um dos países mais im-

sia, ela foi para Índia em 2012 e depois de dois

portantes no mundo do cinema”. Em 2012,

meses já estava em catálogos de roupas indi-

a Índia teve três filmes selecionados para o

anas, comerciais (foto) e agora está gravando

festival: Gangs of Wasseypur, Miss Lovely e

um filme indiano em 3D.

Peddlers. O Festival de Cannes acontecerá

É o Brasil exportando beleza!

entre os dias 15 e 26 de maio de 2013.

O astro de Bollywood Hrithik Roshan foi eleito o homem mais sexy da Ásia

Itália homenageia produtor indiano por sua contribuição ao turismo local O astro de Bollywood Hrithik Roshan está mesmo

Se o produtor de Bollywood Yash Chopra tem

com tudo! Após entrar para o Livro Guinness de

uma rota ferroviária que leva seu nome, na Suíça,

Recordes Mundiais com a empresa Hot Wheels

onde rodou a maioria de seus filmes românticos,

pelo lançamento de uma colossal máquina de

o cineasta Sajid Nadiadwala tornou-se o primeiro

venda automática de carrinhos (são mais de 8

produtor de Bollywood a ter um itinerário de via-

metros de altura!), o ator foi coroado, pelo segun-

gem com seu nome na Itália, depois de produzir

do ano consecutivo, como o homem mais sexy da

vários filmes no país. ‘’Graças à produção que

Ásia em uma pesquisa online realizada pelo jornal

Sajid Nadiadwala filmou na minha região temos

Eastern Eye Weekly do Reino Unido. O ator de 37

recebidos milhares de indianos aqui’’, diz Alfre-

anos declarou: “Estou extremamente feliz com a

do de Liguori, Gerente de Marketing do orgão de

decisão do público, também um pouco envergon-

Turismo de Puglia. O “Itinerário Sajid Nadiadwala

hado pois eu simplesmente não consigo imaginar-

Housefull na Puglia” começa no norte da Puglia,

me tão sexy.”

na bonita região de Gargano e termina no sensacional cenário do mar de Salento, atravessando

20

a terra verde de Trulli no centro da região.

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Adivinhe quem é a celebridade mais pesquisada da intenet na Índia?

Bollywood inspira ricos indianos a comprar propriedades na Europa Os filmes de Bollywood têm sido a porta

Com muitas atrizes lindas (algumas já ganharam

de entrada para pitorescas localidades es-

concursos internacionais como o Miss Mundo) e

trangeiras para muitos indianos. Mas, para

talentosas, sem falar nos atores, seria difícil ad-

um número crescente da população, o que

ivinhar quem é a celebridade mais pesquisada

eles admiram na telona se tornou realidade.

pelos indianos na internet. Não, não é Kareena

A Índia tem 7 mil milionários, com uma

Kapoor ou Aishwarya Rai (ver matéria sobre as

riqueza acumulada de mais de 1 trilhão de

heroínas do cinema indiano), muito menos Am-

dólares, e eles estão investindo cada vez

itabh Bachchan ou Shahrukh Khan: a vencedora

mais em destinos como Londres, Espanha

de 2012 é a ex-estrela pornô indo-canadense Sun-

e Itália. Em 2011, os indianos compraram

ny Leone, que participou em 2011 do reality show

mais de 7 mil propriedades só em Londres.

indiano Bigg Boss. Em 2012 ela atuou no filme de

Já passou da hora do Brasil acordar para

Bollywood Jism 2.

este mercado...

Quer participar de um filme de Bollywood?

Argentina parte em busca do turista indiano Imagine que você é o herói ou heroína de um filme de Bollywood, dançando nas ruas de A Argentina sabe bem que o crescimento da in-

Mumbai, e o seu objetivo é conquistar o públi-

dústria do turismo está nos mercado emergentes.

co e a crítica. Impossível? Não! E nem precisa

Em 2013, uma grande comitiva argentina partirá

saber falar híndi! Dois indianos criaram um

para a Turquia e a Índia. Na Índia, a delegação

jogo para PC chamado Bollywood Wannabe:

não se limitará à apresentação de seus destinos

se você dançar corretamente ao frenético rit-

turísticos, mas também terá reuniões com produ-

mo indiano, você sobe para o próximo nível,

tores de Bollywood, com a objetivo de que filmes

até alcançar o 10º e ganhar seu prêmio Film-

indianos sejam produzidos na Argentina.

fare (correspondente bollywoodiano do Oscar). A versão demo do jogo pode ser baixada de graça na internet.

Bollywood será o tema do Carnaval na Espanha em 2013 O Carnaval de Santa Cruz de Tenerife, o maior da Europa, em 2013 teve como tema “O mundo de Bollywood” e contou com a mais avançada tecnologia, incluindo uma tela LED de 480 metros quadrados (a maior já usada em um evento do tipo na Europa), para levar a magia e cores de Bollywood para a Espanha. Só na decoração da cidade foram gastos mais de meio milhão de reais. Veja um trecho da abertura da festa ao ritmo de Jai Ho no YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=AFonu2HET7U. Fica aqui a dica para as escolas de samba do Rio...

acesse: www.dasindias.com.br

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Crítica - Barfi! por Tiago Ursulino

No início do filme, vemos todos os personagens já velhos, menos Jhilmil: o que aconteceu com ela? O filme apresenta uma enredada trama de reviravoltas, e é um bom exemplo da característica masala do cinema híndi: trata-se de uma mistura de romance (com um triângulo amoroso inusitado entre os três personagens), drama social (pela pobreza de Barfi e o que ele se vê obrigado a fazer), filme policial (pela investigação do sequestro de Jhilmil) e, claro, comédia. Tudo isso animado por algumas das melhores músicas de 2012 de Bollywood.

Uma das características principais de

Barfi!, e que foi alvo de polêmicas no decorrer do ano, é a “cópia” de cenas de outros filmes. Algumas são muito parecidas com filmes clássicos de Charles Chaplin e Buster Keaton, além de Cantando na Chuva (1952), Diário de uma paixão (2004), entre outros. O diretor Anurag Basu se defendeu, dizendo ter apenas se inspirado em outros filmes, prestando-lhes homenagem. O que faz sentido: a proposta do filme de buscar uma história de amor “diferente, cheio darcoíris e sonhos” é realizada atra vés do protagonista, que, na impossibilidade de falar, adota atitudes dos heróis do cinema mudo para divertir e conquistar as amadas e o espectador. Muitas cenas entre o rapaz e Shruti ou Jhilmil são necessariamente sem diálogo, e a pureza do amor é assim redescoberta pela pureza do silêncio. Indiscutível é: mesmo antes de ser lançado, o filme já podia contar com um ponto positivo a mais comrelação a outras produções bollywoodianas: sua

“O amor nos dias de hoje nasce no Facebook, amadurece nos assentos traseiros dos carros e morre em frias cortes legais. Nossa história é sobre um tipo muito diferente de amor, um amor cheio de arco-íris e sonhos.”

publicidade não se sustentava na exposição da beleza e sensualidade dos seus atores. Barfi! depende apenas de seus talentos. Em particular, merece elogio Priyanka Chopra que, apesar de ser uma das principais musas do cinema indiano atual, aceitou um papel que não explorava seu “sex appeal”; decisão feliz, pois a talentosa atriz

É

com essas palavras que Barfi! (2012) se introduz

e o ano de 1972, em Darjeeling.

nos presentou com uma persona-gem cân-

ao espectador, com uma música alegre acompan-

Shruti, em 1972, era jovem e estava noiva. Seu pai fora trans-

dida e comovente, provavelmente o melhor

hando os créditos iniciais. Um dos filmes mais comentados de

ferido para Darjeeling, onde ela teve tempo de aproveitar seus úl-

papel de sua carreira e um dos melhores

2012 na Índia, especialmente pela decisão do país de mandá-lo

timos meses de vida de solteira. Lá, conhece o irreverente Barfi,

de 2012. Barfi! é um filme especial. Entre

como seu representante à premiação americana do Oscar (o filme

um surdo e mudo que ganha a vida como pode, nem sempre res-

os lançamentos do mesmo ano, muitos dos

não acabou entrando na seleção final para melhor filme em língua

peitando a lei. Barfi, por suas deficiências e também pelo fato de

vértices do que Bollywood é capaz de pro-

estrangeira), Barfi! é, de fato, um filme que busca uma história de

ser pobre e de ter de encontrar meios alternativos para ganhar a

duzir foram explorados: a ação de Ek Tha

amor mais pura, difícil de acontecer nos dias de hoje. E, no mesmo

vida, tem uma visão muito particular de mundo, divertida e at-

Tiger, o romance de Jab Tak Hai Jaan, o poli-

movimento, vai buscar também um cinema mais puro.

revida. Isso acaba por encantar Shruti, que se que pela primeira

cial-noir de Talaash, a comédia tradicional

vez se vê apaixonada.

de Son of Sardaar ou Dabangg 2, o drama do-

(Ranbir Kapoor), Jhilmil (Priyanka Chopra) e Shruti (a estreante

O longa conta a história de três personagens: Barfi

Em 1978, Bar fi finalmente é pego pela polícia. Shruti

méstico de English Vinglish, etc. Barfi!, no

Ileana D’Cruz).Começando nos dias de hoje, com um Barfi en-

considera que há algum engano: Bar fi não seria capaz de faz-

entanto, faz uma seleção muito particular

velhecido que, após tirar uma foto de si mesmo, tem um ataque

eralgo de tão errado. É relevado que, ao contrário, o rapaz as-

de personagens, enredo, locações, trilha

e desmaia, o filme – apoiado no relato de vários personagens

saltou um banco e foi responsável pelo sequestro de Jhilmil. É

sonora e fotografia: reúne elementos de to-

também já velhos que falam para a câmera como numa estrev-

aí que somos apresentados à personagem mais doce do filme,

dos os tipos de filmes e cria algo de inédito

ista– se lança ao passado para a década de 1970 para entender

uma jovem autista negligenciada pelos pais e que conhecera

e, sem dúvida, marcante.

a história daquele homem. Mesmo no passado, a narrativa ainda

Bar fi em sua infância.

jogará entre dois tempos e cidades: o ano de 1978, em Calcutá,

Sendo Barfi uma boa pessoa, como poderia tê-la sequestrado?

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AGENDA DE ESTREIAS por Tiago Ursulino

29 de março

Himmatwala Direção: Sajid Khan *Direção musical: Sajid-Wajid Elenco: Ajay Devgn, Tamannaah Bhatia, Sonakshi Sinha (participação em número musical) Gênero: Ação Novo filme do superastro Ajay Devgn é um remake de um filme homônimo de 1983, grande sucesso na época e que estrelava Jeetendra (que fará uma participação aqui) e que elevou a atriz Sridevi (de English Vinglish, 2012) ao estrelato.

15 de março 3G Direção: Shantanu, Sheershak *Direção musical: Mithoon, Amar Mohile Elenco: Neil Nitin Mukesh, Sonal Chauhan Gênero: Thriller, terror Sam (Neil Nitin Mukesh) compra um celular usado. Certa noite, começar a receber ligações misteriosas que começam a exercer um estranho controle sobre sua vida.

5 de abril

12 de abril

Aatma Direção: Suparn Verma Direção musical: Sangeet Haldipur, Siddhart Haldipur Elenco: Bipasha Basu, Nawazuddin Siddiqui Gênero: Terror Maya (a sex symbol Bipasha Basu) pensou ter se livrado do tormento do seu marido (Nawazuddin Siddiqui) após a morte deste. Mas logo sua paz é perturbada quando a filha do casal parece

Chashme Baddoor Direção: David Dhawan *Direção musical: Sajid-Wajid Elenco: Ali Zafar, Siddharth, Taapsee Pannu, Divyendu Sharma, Rishi Kapoor Gênero: Comédia Remake de filme homônimo de 1981. Conta a história dos mulherengos Jai (Siddharth) e Omi (Divyendu Sharma) e de seu amigo certinho Sid (Ali Zafar), quando uma nova beldade (Taapsee Pannu)

estar possuída pelo espírito do pai.

chega ao bairro onde eles vivem, na cidade de Goa.

Nautanki Saala! Direção: Rohan Sippy *Direção musical: vários Elenco: Ayushmann Khurrana, Kunaal Roy Kapur, Pooja Salvi, Evelyn Sharma Gênero: Comédia romântica Ram Parmar (Ayushmann Khurrana, que estreou em Bollywood em 2012 com o sucesso Vicky Donor) conhece Mandar Lele (Kunaal Roy Kapur), desajustado e solitário. Ram tentará “consertar” a vida de Mandar, ao mesmo tempo em que tenta montar uma peça de teatro com o novo amigo.

22 de março

* Trilha sonora disponível na internet



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