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Informativo Social das Entidades de Segurança do Estado de São Paulo
Independência Desfile Cívico e Militar
História A História do Corpo de Bombeiros
Queimaduras Instituto Pró-Queimados
Combate
Incêndio em tanques de usina é controlado após 24 horas BOMBEIROS SOCORRISTAS | 1 Ano VII - Edição xxiv --------------------------------------------------------Distribuição Direcionada --------------------------------------------------------VENDA PROIBIDA
Estamos em todo o território nacional. E, ao mesmo tempo, ao lado de cada um de nossos clientes.
Para o Sistema Unimed, grandes relações são as que marcam a nossa vida. Por isso, estamos sempre ao lado dos nossos 19 milhões de clientes, com cerca de 350 cooperativas em todo o país.
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UTILIDADE
Utilidade Pública
Telefones de Emergência
(11) 3323-9346 Conselho Estadual da Criança do
192 Ambulâncias - SAMU
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193 Corpo de Bombeiros
0800-7250100 Correios - Sugestões e
199 Defesa Civil 181 Disque Denúncias 147 Polícia Civil 190 Polícia Militar
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Detran
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198
1188
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EDITORIAL
2016 Que ano!
Ufa, que ano! Crise mundial, nacional, social, e mais uma vez, crise na politica. Olha só, corrupção, desvios de verbas, roubo aos cofres da saúde, segurança, educação, aí novamente denuncias, prisões, delações premiadas, apelações descabidas e entraves legais impedindo a justiça de finalizar processos. - Tentativas desesperadas de um poder público corrompido e vergonhoso que tenta de todas as maneiras e formas camuflar suas negociatas e ações criminosas costumeiras. - Frases que causam repulsa em todo brasileiro íntegro: “Não vi nada”, “Não sei de nada”, “Desconheço milhões de euros em minha conta”. “Reformei o duplex porém não e meu”, “Reformei o sítio todinho, mas não é meu”... Essas e tantas outras situações neste
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tempo é inaceitável. - O que esperar de declarações “escabrosas” desta natureza? - A única certeza que tenho é uma das frases do hino deste nosso Brasil que diz: “Verás que um filho teu não foge a luta...”. No passado não fugimos, no presente não vamos deixar de acreditar em valores e princípios. Pediremos a benção do criador e vamos reerguer nosso país. Fomos saqueados, roubados porém temos fóco, e capacidade para recuperar nosso país e a dignidade dos homens públicos. - Ainda não terminou 2016, eu tenho feito o meu melhor para ocorrer essa mudança e acredito nessa virada. Faça você o seu melhor. Até a próxima.
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CAPA
Sumário Combate São Paulo registra 100 incêndios em favelas este ano Fogo em comunidade no Grajaú nesta terça foi o 100º no ano. incêndio na Favela Alba matou um menino de 11 anos.
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Desfile Civico e Militar de 07 de setembro 08
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--------------------------------------------Incêndio em tanques de usina é controlado após 24 horas Mais de 150 equipes atuaram na ocorrência e uma viatura do Corpo de Bombeiros ficou no local, resfriando a área
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Curiosidade 07 de Setembro – Dia da Independência do Brasil O Dia da Independência do Brasil é celebrado em 07 de setembro, dado que foi nesse dia em que, às margens do rio Ipiranga, D. Pedro tornou o país independente.
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Dicas Afogamento Dicas para para prevenir acidentes em água
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Queimados Institudo Pró-Queimados
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História História A História do Corpo de Bombeiros
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A Pré-História do Corpo de Bombeiros
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----------------------------------------------------------------------------------------Edifício Joelma A História da Tragédia
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--------------------------------------------Edifício Andraus Incêndio que parou São Paulo à 43 anos
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Combate
São Paulo registra 100 incêndios em favelas este ano Fogo em comunidade no Grajaú nesta terça foi o 100º no ano. Na segunda-feira (25/07/16), incêndio na Favela Alba matou um menino de 11 anos. A cidade de São Paulo já soma 100 incêndios em favelas este ano, segundo levantamento feito pelo Corpo de Bombeiros. Só esta semana foram dois casos: na Favela Alba, na segundafeira (25), que resultou na morte de um menino de 11 anos; e em uma favela do Grajaú, nesta terça (26), sem registro de vítimas. Este último foi o 100º incêndio em favelas em 2016 e o sétimo no mês
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de julho. Segundo o Capitão Palumbo, porta-voz dos bombeiros, a região com maior número de registros foi a Zona Norte, com 32 casos de incêndio, seguida pela Zona Sul, com 30, e pela Zona Leste, com 20. Os bombeiros não têm o número de mortes causadas pelas
chamas. Segundo levantamento do G1 com base nas reportagens publicadas, pelo menos quatro pessoas morreram. Relembre abaixo alguns casos: Vila Maria, Zona Norte Na noite do dia 17 de julho, duas pessoas morreram em um incêndio que atingiu uma favela na Vila Maria, na Zona Norte de São Paulo. Cerca de 30 barracos
foram atingidos pelo fogo (veja no vídeo acima). Segundo a Defesa Civil, 360 moradias foram destruídas pelas chamas. Duas pessoas morreram, entre eles um homem de 65 anos. Essa não foi a primeira vez que a favela pegou fogo. No dia 19 de janeiro, outro incêndio deixou oito famílias desabrigadas. Na ocasião, um protesto chegou a fechar a pista local da Marginal Tietê. Favela Alba, Zona Sul Na segunda-feira (25), um incêndio atingiu barracos da Favela Alba, na região do Jabaquara, Zona Sul de São Paulo. Segundo os bombeiros, o fogo começou a se espalhar pela favela por volta das 15h40. A corporação enviou 18 equipes ao local para controlar as chamas, que atingiram cerca de 50 barracos. Um menino de 11 anos morreu. O incêndio teria começado no barraco onde o garoto morto morava, de acordo com moradores. Com baldes, eles recolhiam água do Córrego Água Espraiada, que corta a favela, na tentativa de ajudar os bombeiros a diminuir o fogo. A favela fica na região da Vila Santa Catarina. A área está dento do perímetro da Operação Urbana Água Espraiada, que prevê a revitalização do local com obras que incluem o prolongamento da Avenida Jornalista Roberto Marinho e a construção de moradias populares. Segundo a líder comunitária, as pessoas afetadas estão
entre as 8.500 famílias cadastradas no programa. A Secretaria de Habitação contabiliza 42 famílias cadastradas para atendimento habitacional na área do incêndio. Até o final deste ano, a Prefeitura disse que entregará 476 casas na região. Em março, outro incêndio em um cortiço na Favela Alba deixou um morto. Cidade Líder, Zona Leste No dia 14 de junho, um incêndio destruiu 30 barracos em uma favela em Cidade Líder, na Zona Leste de São Paulo. As moradias atingidas pelo fogo ficavam embaixo de uma linha de transmissão de energia elétrica. Segundo os bombeiros, fortes indícios apontavam que as chamas tenham sido provocadas por um curto-circuito. “Quando o fogo começou tentamos trazer baldes, mas não tinha água na favela e pegou fogo em tudo”, contou dona Elza, que morava há oito ano no local. O incidente não deixou feridos. Paraisópolis, Zona Sul No dia 14 de maio, a Polícia Militar prendeu um homem suspeito de ter começado o incêndio que destruiu cerca de 120 moradias da favela de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo. O fogo foi extinto pelos bombeiros. O rapaz, de 18 anos, tem um ferro-velho e ateou fogo em fios para retirar cobre, de acordo com o relato de moradores. A PM informou, em nota, que foi acionada por populares que diziam que um homem teria sido o causador
do incêndio. Ele foi conduzido ao 89º Distrito Policial e autuado em flagrante pelo crime de incêndio, mas negou que tenha colocado fogo nos fios. As moradias destruídas ficavam numa área de mil metros quadrados e as chamas se propagaram rapidamente. “Não há distância entre os barracos, são colados uns aos outros, e ainda o material usado na construção das casas, a madeira, propaga a chama muito facilmente, o que dificulta o trabalho e prejudica a todos os moradores”, afirmou o oficial do Corpo de Bombeiros. Não houve registro de vítimas. te
Vila Brasilândia, Zona Nor-
Um incêndio atingiu uma favela na Vila Brasilândia, na Zona Norte de São Paulo, na noite de 1º de maio. De acordo com a Defesa Civil, 70 barracos foram queimados na favela da Capadócia e aproximadamente 300 pessoas ficaram desabrigadas. O fogo começou por volta das 22h. Na tentativa de salvar alguns pertences pessoais, alguns moradores levaram os móveis para o meio da rua. “A única coisa que eu peguei foi a roupa do corpo. O resto queimou tudo”, conta o borracheiro Orlando Santos, morador do local. Jardim São Luís, Zona Sul No dia 27 de março, um incêndio atingiu barracos em uma comunidade no Jardim São Luís, na Zona Sul de São Paulo. De acordo com o Corpo de Bombeiros, cerca de 15 barracos foram atingidos. Fonte: G1 - São Paulo
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Incêndio em tanques de usina é controlado após 24 horas Mais de 150 equipes atuaram na ocorrência e uma viatura do Corpo de Bombeiros ficou no local, resfriando a área
Após 24 horas, o incêndio em tanques de uma Usina de Paraíso foi controlado. Mais de 150 equipes aturam na ocorrência e uma viatura do Corpo de Bombeiros ficou no local, resfriando a área. A explosão foi registrada nos dois tanques, cada um deles tinha cinco milhões de litros de etanol. Equipes de todo Estado de São Paulo foram até a cidade em uma força-tarefa. Conforme informações do capitão José Luiz Ferrari Ferreira, comandante do 2º Subgrupamento dos Bombeiros, mais de 100 bombeiros se revezaram entre o dia e noite. Além deles, outros 50 profissionais de usinas,
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inclusive da região, atuaram desde a última segunda-feira (12) na ocorrência que só terminou na manhã de ontem (13). Um dos tanques explodiu e a tampa foi arremessada. O fogo era visto de longe. O segundo tanque foi atingido pelas chamas do primeiro tanque, devido a direção do vento. As equipes conseguiram controlar o incêndio do segundo tanque, que superaqueceu, logo no início. “O incêndio foi controlado, mas uma viatura está na área resguardando os tanques que continuarão sendo resfriados”, disse Ferreira em entrevista ao O Regional. Ainda de acordo com os
Bombeiros, a causa do incêndio foi indeterminada e não houve vítimas. Por conta da ocorrência, foi estabelecido o Sistema de Comando de Emergências (SICOE), um Plano de Auxílio Mútuo das Usinas da região de Catanduva foi formado e 30 bombeiros das unidades de Ribeirão Preto, Araçatuba e Bauru, se deslocaram para apoiar no atendimento da ocorrência. O capitão disse que o trabalho foi árduo e arriscado, já que a caloria das chamas dificultou a aproximação das equipes. Para o atendimento de emergência, foram estabelecidas
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Incêndio em tanques de usina é controlado após 24 horas
zonas de trabalho, com equipes que foram divididas e determinadas para atuarem nas respectivas áreas. Todas as providências fazem parte do método SICOE, de gerenciamento racional para atendimento de emergências. Os bombeiros usaram canhões monitores, esguichos de alta vazão de água de longo alcance e mangueiras. Também foi usada grande quantidade de líquido gerador de espuma que foi reunida das Usinas vizinhas e Unidades do Corpo de Bombei-
dio de natureza ainda não identificada em um tanque de armazenamento de etanol, contendo 2.600 m3 de etanol anidro, acarretou a suspensão das atividades de carregamento de açúcar e etanol da referida planta”. Ainda sobre o incêndio, a empresa informou que “todas as medidas de urgência/ emergência, bem como os métodos de contenção implantados se mostraram plenamente eficazes, não tendo ocorri-
ros para auxiliarem no combate. Equipes da Polícia Ambiental e da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) foram acionadas para evitar possíveis vazamentos para algum manancial, apesar deles estarem em uma distância de 500 metros do incêndio. Os tanques das usinas possuem valas de contenção de resíduos que são suficientes para segurar o vazamento total do reservatório. Mesmo se houver vazamento, as curvas de níveis existentes nos terrenos do entorno são capazes de impedir que qualquer tipo de resíduo chegue até os mananciais. A Tietê Agroindustrial disse por meio de nota que “o incên-
do qualquer dano aos trabalhadores da usina (os quais se encontram perfeitamente em segurança). Com relação ao patrimônio material da empresa, este também se mantém íntegro e em segurança - exceção feita ao respectivo tanque onde se verificou o evento e a seu conteúdo”, complementava o comunicado oficial. As medidas de segurança foram, ainda de acordo com a empresa, implementadas em coordenação entre as equipes de Segurança do Trabalho da própria empresa, Corpo de Bombeiros e as demais autoridades competentes. “Os carregamentos estão
municado oficial.
temporariamente suspensos, sendo retomados assim que as condições de segurança o permitirem”, finaliza o co-
Qualidade do ar afetada Por conta do incêndio registrado em Paraíso, a qualidade
do ar na região de Catanduva chegou ao ruim, com relação ao material particulado, que engloba fumaça e poluição. Esse resultado foi visto em cinco horários diferentes. Às 14, 15, 16, 23 e 24 horas. Nos demais horários a qualidade do ar foi considerada moderada. Como consequência, a umidade relativa do ar chegou a 25% as 16 horas da última segunda-feira. Ontem a umidade relativa do ar atingiu níveis ainda menores, chegando a 22% as 16 horas.
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07 DE SETEMBRO Desfile Cívico e Militar de 07 de setembro Assim como em diversas cidades Brasileiras, ocorreu na manhã dequarta-feira (7/09) o tradicional desfile do Dia da Independência no Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte da capital. O sambódromo foi totalmente
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ocupado pelo público presente, integrantes da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro, da Força Aérea Brasileira e órgãos de Segurança Pública, como Polícia Militar do Estado de São Paulo, Polícia Civil e Guarda Metropolitana, que
abrilhantaram o evento. Neste ano, o evento comemora os 194 anos da independência do Brasil.
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Curiosidade
07 de Setembro – Dia da Indepe Brasil O Dia da Independência do Brasil é celebrado em 07 de setembro, dado que foi nesse dia em que, às margens do rio Ipiranga, D. Pedro tornou o país independente. A Independência do Brasil é um dos fatos históricos mais importantes de nosso país, pois marca o fim do domínio português e a conquista da autonomia política. Muitas tentativas anteriores ocorreram e muitas pessoas morreram na luta por este ideal. Podemos citar o caso mais conhecido: Tiradentes. Foi executado pela coroa portuguesa por defender a liberdade de nosso
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país, durante o processo da Inconfidência Mineira. Dia do Fico Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I recebeu uma carta das cortes de Lisboa, exigindo seu retorno para Portugal. Há tempos os portugueses insistiam nesta ideia, pois pretendiam recolonizar o Brasil e a presença de D. Pedro impedia este ideal. Porém, D.
Pedro respondeu negativamente aos chamados de Portugal e proclamou : “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico.” O processo de independência Após o Dia do Fico, D. Pedro tomou uma série de medidas que desagradaram a metrópole, pois preparavam caminho para a in-
tudo isto poderia ocasionar uma desestabilização social. Durante a viagem, D. Pedro recebeu uma nova carta de Portugal que anulava a Assembleia Constituinte e exigia a volta imediata dele para a metrópole. Estas notícias chegaram as mãos de D. Pedro quando este estava em viagem de Santos para São Paulo. Próximo ao riacho do Ipiranga, levantou a espada e gritou : “ Independência ou Morte !”. Este fato ocorreu no dia 7 de setembro de 1822 e marcou a Independência do Brasil. No mês de dezembro de 1822, D. Pedro foi declarado imperador do Brasil. Pós Independência Os primeiros países que re-
conheceram a independência do Brasil foram os Estados Unidos e o México. Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência de sua ex-colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro recorreu a um empréstimo da Inglaterra. Embora tenha sido de grande valor, este fato histórico não provocou rupturas sociais no Brasil. O povo mais pobre se quer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.
endência do dependência do Brasil. D. Pedro convocou uma Assembleia Constituinte, organizou a Marinha de Guerra, obrigou as tropas de Portugal a voltarem para o reino. Determinou também que nenhuma lei de Portugal seria colocada em vigor sem o “ cumpra-se “, ou seja, sem a sua aprovação. Além disso, o futuro imperador do Brasil, conclamava o povo a lutar pela independência. O príncipe fez uma rápida viagem à Minas Gerais e a São Paulo para acalmar setores da sociedade que estavam preocupados com os últimos acontecimento, pois acreditavam que
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O QUE É? Os bombeiros são os profissionais das forças de segurança, sejam civis ou militares, como soldados, cabos, sargentos ou oficiais, responsáveis pelo combate a incêndios, pela preservação do patrimônio ameaçado de destruição, pelo resgate de vítimas - de incêndios, afogamentos, acidentes ou catástrofes - e pela conscientização da população sobre medidas de segurança contra incêndios. Enfim esse profissional atua em diversas situações de desastres e catástrofes, além de realizar a perícia e investigação sobre sua origem. QUAIS AS CARACTERÍSTICAS NECESSÁRIAS? Desejo de servir a população e salvar vidas, excelente condicionamento físico e equilíbrio emocional para lidar com as situações mais adversas, são requisitos indispensáveis para quem pretende se tornar bombeiro. Características desejáveis: autocontrole boa disposição física boa saúde capacidade de cumprir ordens e determinações 16 | BOMBEIROS SOCORRISTAS
BOMBE
capacidade de decisão capacidade de lidar com a visão de sangue e de pessoas acidentadas capacidade de lidar com situações adversas capacidade de liderança capacidade de pensar e agir sob pressão coragem disciplina equilíbrio emocional habilidade para trabalhar em equipe raciocínio rápido resistência física QUAL A FORMAÇÃO NECESSÁRIA? Existem dois tipos de bombeiros: os militares e os civis, ou brigadistas particulares. As exigências de qualificação para ser um bombeiro militar variam de estado para estado, mas, em geral, o candidato a bombeiro precisa ser brasileiro, ter certificado de reservista (no caso dos homens) e ensino médio completo. A idade mínima é de 18 anos. A altura mínima é de 1,65 m para homens e 1,60 m para mulheres; na maioria dos estados, os candidatos a oficiais devem ser solteiros. É imprescindível não ter antecedentes criminais. Para algumas funções é necessário saber dirigir ou, no caso de salva-
Civís e M
vidas, saber nadar. Para ser oficial, é preciso cursar uma escola superior de formação e aperfeiçoamento. Há três escolas de nível superior para formação de oficiais-bombeiros no país: no Rio, em São Paulo e em Brasília. Existem cursos de formação de soldados, cabos e sargentos bombeiros em todos os estados e alguns cursos de aperfeiçoamento de oficiais. O candidato a bombeiro pode ingressar na corporação como soldado ou como oficial. Para ambos os cargos, o recrutamento é feito através de concurso público. Para ser um bombeiro civil, ou brigadista particular, é necessário realizar um bom Curso de Formação de Bombeiro Civil Profissional. O brigadista partiicular atua em empresas públicas e privadas, escolas, comunidades etc, na prevenção e combate a incêndio e primeiros socorros.. PRINCIPAIS ATIVIDADES Principais atividades O bombeiro é um profissional
EIROS
Militares
que trabalha nas situações de perigo. Um bombeiro profissional está apto a realizar as seguintes funções: realizar serviços de prevenção e extinção de incêndios; realizar serviços de busca e salvamento; prestar primeiros socorros a acidentados em qualquer ambiente; realizar perícia de incêndio; prestar socorro no caso de inundações, desabamentos ou catástrofes, sempre que haja ameaça de destruição de patrimônio, vítima ou pessoa em iminente perigo de vida; fiscalizar o cumprimento da legislação referente à prevenção contra incêndios em prédios residenciais e estabelecimentos comerciais; desenvolver campanhas de educação da comunidade, com palestras em empresas e escolas, visando a despertar a consciência dos cidadão para problemas relacionados à prevenção de incêndios; orientar a comunidade sobre o cuidado com piscinas, acidentes caseiros, fogos de artifício, balões, elevadores e até insetos e cobras; em caso de mobilização do Exército, cooperar no servi-
ço de defesa civil. ÁREAS DE ATUAÇÃO E ESPECIALIDADES Esta é uma profissão com uma área de atuação bastante restrita. Alguns bombeiros fazem trabalhos extras e trabalham com salva-vidas em estabelecimentos privados como clubes ou hotéis, ou então dando cursos básicos não profissionalizantes para amadores e realizando palestras. MERCADO DE TRABALHO
Por ser uma profissão de risco, o mercado de trabalho está sempre aberto aos bons profissionais. No setor público, o bombeiro é selecionado por meio de concurso público. Já a quantidade de vagas varia de estado para estado, pois depende da visão dos governantes sobre a importância da segurança pública. As mulheres têm boas perspectivas, os contingentes femininos estão crescendo por toda parte. No setor privado, o profissional deve ter uma boa formação e será facilmente absorvido pelo mercado de trabalho. A prevenção de incêndios
e acidentes é uma boa área, constantemente em crescimento. CURIOSIDADES Em 1851 ocorre um incêndio na Rua do Rosário (atual Rua XV de Novembro), que foi apagado com uma bomba emprestada por um francês, o que evidenciou a necessidade da criação de um órgão de controle. Então em 1856 surge o Corpo de Bombeiros da Corte (atual Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro). Em 1880 é criado, oficialmente, o Corpo de Bombeiros e em 1909 é criada a primeira legislação para a prevenção de incêndios. Em 1932 mulheres são empregadas no Corpo de Bombeiros. Em 1951 entra em funcionamento a primeira Escola de Bombeiros, e em 1979 o telefone 193 é inaugurado. Em 1990 é colocado em prática o serviço de resgate; em 1997 é lançado o Manual de Fundamentos dos Bombeiros. Atualmente, o trabalho dos bombeiros abrange os mais variados campos, desde incêndios à acidentes, enchentes, resgates, desastres naturais e humanos, etc. BOMBEIROS SOCORRISTAS | 17
Dicas dos
Bombeiros Afogamento
Dicas para para prevenir acidentes em água Texto: Educação Pública do Corpo de Bombeiros de São Paulo
Afogamento é a aspiração de líquido, causado por submersão. Infelizmente, é uma ocorrência constante e recorrente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 500 mil pessoas morrem por afogamento no mundo. No Brasil são 7 mil pessoas mortas por ano. 65% morrem em águas doces naturais.
Bebês e Crianças Pequenas
É a segunda maior causa de mortes de crianças entre 1 e 9 anos, atrás somente dos acidentes de trânsito. Segundo o Ministério da Saúde, apenas no ano de 2005, as mortes por afogamento com crianças de até 14 anos totalizaram 1496 óbitos.
Riscos
Muitos afogamentos acontecem nas residências. Crianças aprendendo a andar podem cair dentro de baldes com água, banheiras, vasos sanitários e acabam sendo encontradas, muitas vezes,
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sem vida.
Lagos e Represas Riscos e Cuidados
• Cuidado para não se enroscar na vegetação que pode estar no chão da represa • Não nadar próximo de pontos de captação de água • Evite o choque térmico. Antes de entrar na água,
molhe a face e a nuca • Certifique-se da profundidade antes de mergulhar
Piscinas Cuidados
• Ensine flutuação às crianças a partir dos dois anos de idade, e natação, a partir dos quatro • Não utilize bóias ou
flutuadores, prefira um colete salva-vidas • Evite brinquedos próximos às piscinas, isto atrai as crianças • Desligue o filtro da piscina em caso de uso • Nunca deixe uma criança sozinha na piscina. 89% dos afogamentos ocorrem por falta de supervisão. • Isole a piscina com grades de 1,5m de altura. Elas reduzem o afogamento de 50% a 70%
• Após utilizar a piscina, coloque uma capa ou rede de proteção
Praia Risco e Cuidados
O Estado de São Paulo conta com 650 km de costa litorânea e mais de 300 praias frequentáveis. É um dos lugares preferidos dos paulistas da capital e do interior para relaxar e ter momentos de prazer. Para isso, algumas recomendações devem ser observadas. • Respeite as placas de advertência • Procure sempre a orientação do Guarda-Vidas sobre o local mais seguro para nadar • Nunca deixe de observar as crianças, principalmente se a praia estiver cheia • Pegue com o GuardaVidas uma pulseira de identificação e coloque nas crianças • Não entre na água com mar muito agitado • Não use objetos infláveis na praia. Você poderá ser arrastado por uma corrente • Não fique perto de pedras e costeiras. É escorregadio e você pode se ferir em ouriços, cracas e mariscos • Ao pescar em pedras, observe antes se a onda pode alcançá-lo • Afaste-se de animais marinhos, como águas-vivas e caravelas. BOMBEIROS SOCORRISTAS | 19
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O INSTITUTO PRÓ-QUEIMADOS – IPQ é uma organização não-governamental, de âmbito nacional e sem fins lucrativos. Tem como missão conscientizar a sociedade da gravidade das queimaduras e das dificuldades de seu tratamento e reabilitação, promover ações e campanhas de prevenção de queimaduras junto à sociedade e oferecer suporte no processo de reabilitação física, recuperação e reintegração psicossocial e profissional das vítimas, além de oferecer apoio aos familiares. Os objetivos da entidade são: Promover a reinserção social das vítimas de queimaduras e dar suporte aos familiares através da UAS – Unidade de Atendimento Social. Recuperar e/ou capacitar Centros de Tratamentos de Queimaduras. Participar de discussões, proposições e ações referentes a queimaduras. Atuar e participar no desenvolvimento e definição de políticas públicas. Esses objetivos estão sendo realizados de forma gradativa e crescente. Por isso é necessário parceria e trabalho conjunto com empresas privadas e pessoas físicas dispostas a auxiliar através de doação e trabalho voluntário. Desse tipo
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de parceria, surgiram, por exemplo, projetos e ações de prevenção de queimaduras com o desenvolvimento de material didático, manuais e peças teatrais. Nesses 10 anos de trabalho, o IPQ concretizou as seguintes realizações: Elaboração do projeto arquitetônico da reforma da UTI da Unidade de Queimadura do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e doações de equipamentos. Produção do material didático para Pre-
com atendimentos em: Assistência Social Fisioterapia Fonoaudiologia Psicologia e Terapia Ocupacional
venção de Queimaduras e instituição da Peça Teatral “Com fogo não se brinca”. Doação de malhas compressivas. Implantação da UAS – Unidade de Atendimento Social, para reabilitação pós-hospitalar multidisciplinar de vítimas de queimaduras. A UAS oferece suporte no processo de reabilitação física, recuperação e reintegração psicossocial e profissional dos assistidos, apoio aos seus familiares e efetua doação de malhas compressivas necessárias ao processo do tratamento de seqüelas. Além disso, também realiza um programa de serviços multidisciplinares
Apenas nos anos de 2006 e 2007 foram desenvolvidas as atividades abaixo relacionadas: Início das obras para a implantação da Unidade de Queimadura do Hospital São Paulo da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo. Realização do I Encontro dos Coordenadores Médicos dos Centros de Tratamento de Queimaduras do Estado São Paulo, junto com a Sociedade Brasileira de Queimaduras Regional São Paulo; Doação de material hospitalar para a Unidade de Queimadura do Hospital Municipal do Tatuapé. Doação de cartilhas para a realização de Campanhas de Prevenção de Queimaduras junto às escolas municipais da Zona Leste de São Paulo, atingindo mais de 200 mil crianças de 5 a 12 anos, e envolvendo também os professores, familiares e a comunidade. Manutenção da UAS e ampliação do quadro com contratação de profissionais especializados no tratamento de vítimas de queimaduras. Ampliação da área da UAS destinada à Fisioterapia, com instalação de sala de endermologia e aumento do Ginásio. Aumento sistemático da doação de malhas compressivas. Aumento sistemático no número de atendimentos a vítimas de queimaduras. O IPQ, a primeira organização sem fins lucrativos no Brasil que tem sua obra direcionada a área de queimaduras, conta com o apoio e solidariedade da iniciativa privada, através de doações permanentes ou esporádicas, para continuar realizando seu trabalho. BOMBEIROS SOCORRISTAS | 21
Em todo o Brasil o número do t e gratuito, basta discar (UM
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Especializações Embora o Corpo de Bombeiro tenha a imagem tradicionalmente associada ao combate a incêndios, há muito tempo essa atividade deixou de ser sua única missão. Desde o trintão CB executa uma ampla variedade de atendimentos especializados. Treinamento de salvamento em altura realizada pelo Corpo de Bombeiros. Serviço de Guarda Vidas; 22 | BOMBEIROS SOCORRISTAS
Combate a incêndios florestais; Salvamento aquático; Resgate em altura; Resgate em montanha; Intervenção em incidentes com produtos perigosos; tais como: gás, inflamáveis, substâncias tóxicas, etc.; Vistorias técnicas das condições de segurança em edificações, estádios, ou qualquer outro local de grande concentração de público;
telefone de emergência é único M (1), NOVE (9), TRÊS (3)).
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Atendimento Pré-Hospitalar O atendimento pré -hospitalar é atualmente uma das principais atividades do CB. Ele objetiva atender às vítimas de acidentes, procurando dar socorro imediato adequado e condições ideais de transporte aos hospitais; a fim de evitar o agravamento das lesões e melhorar as condições de sobrevivência do acidentado. O atendimento é voltado exclusivamente ao trauma (as demais emergências
médicas são atendidas pelo SAMU, serviço que atende urgências e emergências de qualquer natureza, sejam clínicas ou traumáticas); tais como: acidentes de trânsito, atropelamentos, ferimentos por arma de fogo ou arma branca, queimaduras, soterramentos, acidentes de trabalho, ou ainda problemas clínicos com risco iminente de vida. As equipes são formadas por médicos e bombeiros socorristas.
Médico O médico é um profissional da área de saúde formado por uma Faculdade de Medicina, e que presta plantão de atendimento junto ao Corpo de Bombeiros. Socorrista O Socorrista é um bombeiro formado e treinado através de um curso específico, para dar suporte básico de ajuda. Ele atua sob supervisão médica, direta ou à distância, fazendo uso de materiais e equipamentos especializados. BOMBEIROS SOCORRISTAS | 23
Imperador D. Pedro II Patrono dos Corpos de Bombeiros Militares têm por Patrono o Imperador D. Pedro II. A figura do Imperador representa uma grande nobreza de espírito e coração; tendo recebido excelente educação e disciplina, ficou conhecido como um Monarca humano, sábio, justo, honesto, pacifista e tolerante. Era admirador sincero da modernidade, e foi o criador do primeiro Corpo de Bombeiros do Brasil, em 2 de julho de 1856; data em que se passou a comemorar o Dia Nacional do Bombeiro e a Semana de Prevenção Contra Incêndios.8 A mais alta condecoração leva o seu nome, Medalha da Ordem do Mérito Imperador Dom Pedro II.
HISTÓRIA
A História do Corpo de Bombeiros
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HISTÓRIA
A História do Corpo de Bombeiros
Os Corpos de Bombeiros Militares são corporações cuja principal missão consiste na execução de atividades de Defesa Civil, Prevenção e Combate a Incêndios, Buscas, Salvamentos e Socorros Públicos no âmbito de suas respectivas Unidades Federativas. Desde 1915 são considerados Força Auxiliar e Reserva do Exército Brasileiro,1 e integram o Sistema de Segurança Pública e Defesa Social do Brasil. Seus integrantes, assim como os membros das Polícias Militares, são denominados Militares dos Estados pela Constituição Federal de 19882 , sendo, dessa forma, subordinados, quando em serviço, à Justiça Militar estadual. Os primeiros bombeiros militares surgiram na Marinha, devido os riscos de incêndio nos antigos navios de madeira; porém, eles existiam apenas como uma especialidade, e não como Corporação. A denominação de bombeiros deveu-se a operarem principalmente bombas d’água, toscos dispositivos em madeira, ferro e couro. No Brasil, a primeira Corporação de Bombeiros foi criada pelo Imperador D.Pedro II em 1856. No início ela não possuía caráter militar, e foi somente em 1880 que seus integrantes passaram a ser classificados dentro de uma hierarquia militarizada. Devido as afinidades culturais e linguísticas com a França, a Corporação passou a adotar como modelo os Sapeurs-Pompiers de Paris; os quais eram classificados como Arma de Engenharia Militar, e organizados para servirem como pontoneiros ou sapadores quando necessário.3 Até o fim do
Império essa foi a única instituição de bombeiro militar existente. Com a Proclamação da República, os Estados que possuíam melhores condições financeiras passaram a constituir seus próprios Corpos de Bombeiros. Ao contrário do Corpo de Bombeiros da Capital Federal, que desde o início fora concebido com completa autonomia, essas Corporações foram criadas dentro da estrutura das Forças Estaduais, antiga denominação das atuais polícias militares. Em 1915 a legislação federal passou a permitir que as forças militarizadas dos Estados pudessem ser incorporadas ao Exército Brasileiro, em caso de mobilização nacional.1 Em 1917 a Brigada Policial e o Corpo de Bombeiros da Capital Federal tornaram-se oficialmente Reservas do Exército;4 condição essa a seguir estendida aos Estados.5 Nesse período os Corpos de Bombeiros, como integrantes das Forças Estaduais, participaram com brio dos principais conflitos armados que atingiram o país. Essa condição foi alterada após as Revoluções de 1930 e de 1932; sendo imposto pelo Governo Federal a desmilitarização dos CBs em 1934. Isso objetivava diminuir o poderio das forças militares estaduais, as quais ameaçavam o equilíbrio do poder bélico no país. Com o final da Segunda Guerra Mundial e a conseqüente queda do Estado Novo, as Forças Estaduais voltaram ao completo controle dos Estados;6 passando-se a permitir a militarização dos CBs, desde que estes fossem reincorporados às PMs. Em 1967 foi criada a Inspe-
toria Geral das Polícias Militares ( IGPM ), subordinada ao então Ministério da Guerra; a qual passou a gerenciar diversas mudanças nas estruturas das polícias militares (e por conseguinte nos Corpos de Bombeiros), inserindo padronizações e estabelecendo exclusividades.7 Com o fim do Governo Militar e a instituição de uma nova Constituição em 1988, os Estados passaram a dispor de autonomia para administrar suas Forças de Segurança da maneira que melhor lhes conviesse. A maioria optou por desvincular os Corpos de Bombeiros das Polícias Militares. O termo Militar foi inserido na década de noventa para destacar a condição dos Corpos de Bombeiros como Força Auxiliar e Reserva do Exército Brasileiro, bem como a de Militares dos Estados, situação essa reafirmada na Constituição Federal de 1988. Os Corpos de Bombeiros possuem a mesma classificação hierárquica do Exército Brasileiro, com modelos diferenciados de insígnias. Em todo o Brasil o número do telefone de emergência é único e gratuito. Para solicitar o auxílio dos Corpos de Bombeiros basta discar 193.
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A Pré-História dos Corpos de
Bombeiros
Para se conhecer a história dos Corpos de Bombeiros mais antigos do Brasil e necessários primeiramente falar um pouco sobre os antecedentes de suas criações. Porém a história de nossos guerreiros sem armas da liberdade começou muitíssimo antes, primeiramente pela história do fogo, e pode ser contada em duas partes: os fatos mitológicos e os fatos comprovavam.
Fato Mitológico Conforme a mitologia grega, o herói e semideus Prometeus, um dos Titãs, irmão de Atlas, roubou o fogo do domínio dos deuses e entregou-o aos homens, sendo por isto punido pelo deus maior Zeus, que o condenou a ser atado a uma rocha, onde ficaria exposto aos ataques diários de um abutre que lhe devoraria eternamente o fígado, único órgão do corpo humano que, como todos sabemos, se regenera continuamente, tendo, em conseqüência disso, tal herói recebido um castigo teoricamente interminável. Como conseqüência para os mortais, conforme a lenda, hoje em dia, ainda por castigo, o fogo escapa ao domínio humano e, transformando-se no monstro dos incêndios, ceifa centenas de vidas e causa prejuízos imensos.
500.000 a.C
850 a.C
564 a.C
O ser humanóide já utilizava o fogo, quando encontrado na natureza, para proteger-se de animais e/ou esquentar e iluminar suas cavernas; ainda não o produzia, mas conhecia seu poder;
Mesopotâmia - Primeira representação pictórica de um combate a incêndio: Alto-relevo em alabastro.
China - Registro escrito do que se pode dizer que foi o primeiro agrupamento de bombeiros civis oficialmente instalado.
Heronis Spiritalia
130.000 a.C Conservação e culto ao fogo;
10.000 a.C Invenção dos primeiros equipamentos de ignição: isqueiro rudimentar (pedra de centelha), produção de fogo e chamas (tipo broca e fricção);
1.700 a.C O imperador Hamurabi, da Babilônia, criou as primeiras regras de convivência comunitária que foram registradas pela história do mundo, o famoso Código de Hamurabi, onde, entre elas, estavam inseridas também as primeiras normas de prevenção contra incêndios. Código este do qual, ate os dias atuais, 282 artigos transformaram-se em jurisprudência.
Original em latim da primeira bomba portátil do mundo, inventada por Ctesibius (250 a.C) e aperfeiçoada por Heron de Alexandria.
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Escravo Bombeiro Romano (3 a.C)
O modelo Romano 3e séc. a.C
70 a.C
Império Romano - Primeiros grupos de escravos bombeiros comunitários, bem como a criação de primeiras guarnições de escravos particulares para combate a incêndios;
Roma - Primeira brigada particular para combate a incêndios (cônsul Crassus).
24 a.C
250 a.C Alexandria - O engenheiro Ctesibius inventa, no Egito, a primeira bomba manual portátil de pistão (com um cilindro, tipo ampola injetora) para combate a incêndios, sendo aperfeiçoada posteriormente (com dois pistões) pelo matemático e mecânico grego Heron (séc. I d.C.). Cópia de sua descrição original, em latim, feita por Vitruvius, matemático e mecânico romano, em seu tratado de arquitetura, mais de 150 anos apos sua invenção (24 a.C.), encontra-se junto a um espécime similar, advinda do Arsenal de Marinha de D. Pedro II, em 1856, que foi a primeira bomba manual de nosso Corpo de Bombeiros, atualmente existente no Centre Cultural e Histórico do Corpo de Bombeiros.
1º séc. a.C Primeiros bombeiros militares recrutados entre legionários aposentados.
Roma - Brigadas de escravos particulares para combate a incêndios (diretor de policia Rufus);
21 a.C Roma - Guarnição de 600 escravos para defender a cidade de Roma (Imperador Augustus).
1 a.C Roma - Orbe - Primeiros legionários bombeiros nas províncias romanas.
6 d.C Roma - Urbe - Primeiro Corpo de Bombeiros Militar do mundo oficialmente constituído, composto de 7 mil legionários bombeiros, divididos em sete coortes, só para defender a cidade de Roma: as Cohortes Vigilum.
Centurião Romano Comandante de Guarnição de Legionários BM (6 a.C)
O modelo Brasileiro 1789
1880
Rio de Janeiro - A bomba manual de dois cilindros e utilizada oficialmente no grande incêndio que destruiu o Recolhimento de Nossa Senhora do Parto, que existia próximo a Praça XV (duas pinturas retratando o fato existem no Museu do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro).
1983
Rio de Janeiro - O Decreto imperial 7.766, de 19 de julho de 1880, militariza definitivamente o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, concedendo graduações militares a seus oficiais com o grau Maximo de tenente-coronel.
Rio de Janeiro - Foi instituída, pela primeira vez no Brasil, a Secretaria de Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro, ficando o Corpo de Bombeiros sob sua direta subordinação.
1797 Rio de Janeiro - Através do Alvará Régio de 12 de agosto o Arsenal de Marinha passou a ser o órgão publico responsável pela extinção de incêndios na cidade.
1856 Rio de Janeiro - Baseado nos modelos militar francês e civil português, porem ainda com resquícios das influencias inglesa e alemã, surge no Brasil o primeiro serviço publico de combate a incêndios, fundado pelo imperador D. Pedro II, através do decreto imperial n- 1.775 do dia 2 de julho, que começou seus trabalhos utilizando bombas manuais e a vapor francesas, inglesas e brasileiras, respectivamente dos Arsenais de Guerra e Marinha, Repartição de Obras Publicas e Casa de Correção, todos agora reunidos numa só órgão: o Corpo de Bombeiros Provisório da Corte (CBPC).
1860 Rio de Janeiro - E regulamentado definitivamente o Corpo de Bombeiros da Corte (CBC), sob a jurisdição do ministro da Justiça, recebendo graduações militares.
1892 Joinville (SC) - Surge o primeiro Corpo de Bombeiros Voluntário do Brasil.
1908 Rio de Janeiro (DF) - Inaugurado o novo e definitivo Quartel Central do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, obra do coronel do Exercito, engenheiro Francisco Marcelino de Souza Aguiar, ex- Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros da Corte Imperial de Dom Pedro II.
1941 2 de julho de 1941 - Rio de Janeiro (DF) - Na Praça da Republica 35, Centro, RJ, ao lado do QCG, foi inaugurada a Capela Católica do Corpo de Bombeiros, que leva o nome do primeiro padroeiro dos bombeiros do Brasil: São João de Deus.
1977 2 de julho de 1977 - Rio de Janeiro - Criado o primeiro Museu de Bombeiros do Brasil.
1992 Joinville - Criado o primeiro Museu Nacional de Bombeiros. 1997 — Rio de Janeiro - Criado o primeiro Corpo de Bombeiros Voluntários do Rio de Janeiro.
2003 O Museu Histórico do Corpo de Bombeiros foi rebatizado com o nome de Centro Histórico e Cultural do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro, estando nele inclusa a Banda Sinfônica da Corporação. Nota: Os fatos narrados neste resumo histórico foram compilados dos arquivos do Corpo de Bombeiros, de algumas publicações brasileiras confiáveis e/ou traduzidos dos seguintes livros estrangeiros da Franca - Esprit de feu, Manuel du Sapeur-pompier e Sauver ou perir; da Alemanha – Manner ohne Waffen; da Suíça - Die Feuerwehren der Welt; da Áustria –Das Grosseoberösterreichische Feuerwehrbuch; da Itália - Pompieri (Vigilli del Fuoco); dos Estados Unidos Discovering Américas’Fire Museums; de Portugal - Do Exercício do Fogo e de diversos outros escritos de origem brasileira ou ultramarina. Fonte: Site da Secretaria de Estado da Defesa Civil Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro
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Bombeiros
Conheça o Brasão de cada est
Corpo de Bombeiros do Acre
Corpo de Bombeiros de Alagoas
Corpo de Bombeiros do Amapá
Corpo de Bombeiros do Maranhão
Corpo de Bombeiros do Mato Grosso
Corpo de Bombeiros do Amazonas
Corpo de Bombeiros de Goiás
Corpo de Bombeiros do Pernambuco
Corpo de Bombeiros do Piauí
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Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro
Corpo de Bombeiros do Mato Grosso do Sul
Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Norte
s do Brasil
tado dos Bombeiros Brasileiros
Corpo de Bombeiros da Bahia
Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul
Corpo de Bombeiros do Ceará
Corpo de Bombeiros do Pará
Corpo de Bombeiros de Rondônia
Corpo de Bombeiros de São Paulo
Corpo de Bombeiros do Distrito Federal
Corpo de Bombeiros da Paraíba
Corpo de Bombeiros do Espírito Santo
Corpo de Bombeiros do Paraná
Corpo de Bombeiros de Roraima
Corpo de Bombeiros de Santa Catarina
Corpo de Bombeiros de Sergipe
Corpo de Bombeiros de Tocantins
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Fatos da
História Data: sexta-feira, dia 1º de fevereiro de 1974 Hora de início: aproximadamente 08:50 horas Vítimas: 179 mortes e 300 feridos Número de ocupantes: estavam no local, por volta de 756 pessoas
Origem: aparelho de ar condicionado no 12º andar; exames posteriores demonstraram que havia uma ligação de outro pavimento, sem controle daquele em que estava Número de andares: vinte e cinco Ocupação: subsolo e térreo destinados à guarda de registros de documentos dos escritórios; do 1º andar ao 10º para estacionamento aberto e do 11º ao 25º, ocupados por escritórios.
Tipo de construção: estrutura de concreto armado com vedações externas de tijolos ocos cobertos por reboco e revestidos por ladrilhos cerâmicos na parte externa. As aberturas para janelas eram de vidro plano em esquadrias de alumínio. O telhado era de telhas de cimento amianto sobre estrutura de madeira. Nos escritórios, a compartimentação interna era feita por divisórias de madeira e o forro era constituído por placas de fibra combustível fixadas em ripas de madeira e a laje-piso era forrada por carpete.
Edifício
JOELMA
A História da tragédia
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HISTÓRIA
A Hitória da Tragédia do Edifício Joelma
Desenrolar dos fatos: às 08:50 da manhã, um funcionário ouviu um ruído de vidro rompendo, proveniente de um dos escritórios do 12º andar. Foi até lá para verificar e constatou que um aparelho de ar condicionado estava queimando. Foi correndo até o quadro de luz daquele piso para desligar a energia; mas ao voltar encontrou fogo seguindo pela fiação exposta ao longo da parede. As cortinas se incendiaram e o incêndio começou a se propagar pelas placas combustíveis do forro. Correu para apanhar o extintor portátil, mas ao chegar não conseguiu mais adentrar à sala, devido à intensa fumaça. Subiu as escadas até o 13º andar, alertou os ocupantes e ao tentar voltar ao 12º pavimento, encontrou densa fumaça e muito calor. A partir daí o incêndio, sem controle algum, tomou todo o prédio. Foram feitas várias corridas de elevadores até que a atmosfera permitisse, salvando muitas pessoas; porém uma ascensorista na tentativa de salvar mais vidas, após as condições ficarem muito ruins, morreu no 20º andar.
Operações de Salvamento e Combate: O Corpo de Bombeiros recebeu o primeiro chamado às 09:03 horas. Dois quartéis mais próximos enviaram viaturas às 09:05 horas que devido às condições de tráfego, chegaram às 09:10 horas. O incêndio se propagava rapidamente pela fachada para os andares superiores. As pessoas do prédio haviam corrido para as laterais de banheiros e para a parte mais alta do edifício. Devido a grande dimensão do incêndio, em pouco tempo estavam no local 12 auto-bombas, 3 auto-escadas, 2 plataformas elevatórias e uma quantidade muito grande de veículos de salvamento que iniciaram um grande trabalho de retirada das vítimas e combate ao fogo.
Término: ocorreu a extinção por volta de 10:30 horas Final do resgate: às 13:30 horas, todos os sobreviventes já haviam sido resgatados. Danos ao prédio: todo material combustível do 12º ao 25º foi consumido pelo fogo. O 11º andar não foi danificado. Foram pequenos os danos aos pilares e vigas; o esfoliamento mais severo de laje de piso foi no 11º andar. Engenheiros es-
truturais declararam não ter havido dano estrutural. Nenhum dano ocorreu às máquinas do topo do fosso de elevadores. Observações quanto ao salvamento: Muitas pessoas foram retiradas daquelas áreas de banheiros com auxílio das escadas mecânicas. As atitudes das vítimas foram variadas, muitos subiram ao telhado, outras ficaram nos andares se molhando com água das mangueiras, infelizmente 40 morreram ao pularem do alto do edifício para escapar do calor. No telhado grande parte se salvou ao abrigar-se sob as telhas de cimento amianto, os que não fizeram isso morreram sob os efeitos do intenso calor e fumaça. Apesar de não recomendado, a maioria dos 422 que se salvaram, escaparam pelos elevadores que conseguiram fazer descidas expressas pela habilidade dos ascensoristas e graças à demora do sistema elétrico dos elevadores ser afetado pelas chamas. Observações quanto ao sistema contra incêndios existente: havia somente uma escada comum (não de segurança, que tem paredes resistentes ao fogo e ventilação para evitar gases tóxicos). Não havia sistema de alarme manual ou automático de forma que fosse rapidamente detectado, dado o alarme e desencadeadas as providências de abandono da população, acionamento de brigada interna, acionamento do Corpo de Bombeiros e outras mais. Não havia qualquer sinalização para abandono e controle de pânico. BOMBEIROS SOCORRISTAS | 31
Edifício
ANDRAUS
Incêndio que parou São Paulo à 43 anos Da sacada de seu apartamento, no Jardim da Luz, o aposentado Miguel Ângelo Biondi, paulistano do Bexiga, de 71 anos, aponta o perfil do Edifício Andraus, perdido no horizonte do emaranhado de construções do centro da cidade. Mal se vê o prédio, mas ele o reconhece pelo desenho inconfundível do terraço, um heliporto desativado, que na noite de 24 de fevereiro de 1972 serviu de base para os helicópteros resgatarem centenas de vítimas do mais impressionante dos grandes incêndios ocorridos em São Paulo. Foi uma tragédia de 7 horas e 35 minutos, que deixou 16 mortos e 345 feridos. As labaredas começaram por volta das 16h15 na sobreloja das Casas Pirani, invadiram em poucos minutos todos os 28 andares e atingiram cinco prédios vizinhos - três no outro lado da Avenida São João e dois na
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esquina da Rua Aurora. Traumatizada, a cidade parou. “Entrei meia hora antes na seguradora em que trabalhava para adiantar umas notas promissórias e quase não saí mais”, recordou Biondi na tarde de quarta-feira, depois de abraçar em silêncio, olhos marejados, o coronel Roberto Lemes da Silva, o então tenente-bombeiro que o salvou 32 anos atrás. Com a ajuda de três sargentos e um cabo, o oficial arrastou pelo menos 40 pessoas ao longo de 7 metros de uma escada, improvisada em ponte, entre o teto do Edifício Palladium e o 12.º andar do Andraus. “Como é que vocês tiveram aquela idéia?”, perguntou Biondi, ainda admirado com a criatividade da equipe da 4.ª Companhia de Busca e Salvamento que o livrou do edifício em chamas. Lemes, um especialista em segurança e em combate ao fogo que agora dá aulas,
aos 57 anos, num curso de pós-graduação para gerentes de cidades na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), não tem resposta para a curiosidade de Biondi. “Sei lá, numa hora dessas a gente faz o melhor que vem à cabeça”, desconversou, emocionado, feliz com o sorriso agradecido do corretor aposentado. “Obrigado pelo que fez pela gente”, repetia sem parar aquele homem que ele acabara de conhecer. Biondi não se lembrava das feições do bombeiro, mas guardou viva na memória a imagem de um vulto escuro que brilhava a seu lado, iluminado pelas luzes piscando na rua, 50 metros abaixo. “Só recordo que era um bombeiro que sabia conversar, falava alto e animava a gente”, disse Biondi. “Era eu”, revelou Lemes - lembrando do recurso que ele e seus homens costumavam usar para encorajar vítimas.
HISTÓRIA
Incêndio no Andraus parou São Paulo à 43 anos
Gratidão Biondi e sua mulher, Dalva, olharam o coronel com extrema gratidão. “O senhor foi um anjo sem asas”, agradeceu o aposentado, conferindo com o homem que salvou sua vida detalhes de uma tragédia que, três décadas depois, ainda não saiu de sua cabeça. “Em nenhum momento pensei que fosse morrer, mas não sabia como ia sair daquele inferno”, revelou, sempre sorrindo, orgulhoso da própria sorte. Biondi tentou escapar pelo terraço, de onde decolavam 12 helicópteros, mas o alçapão de acesso havia sido trancado. Restavam as escadas, prédio abaixo, sob o calor de uma temperatura que, no foco das chamas, atingia 700 graus. “As paredes pareciam uma frigideira, de tão quentes que estavam”, lembra-se o corretor. A maioria dos sobreviventes, entre os quais Paschoal Giuliano, presidente do Palmeiras, saiu por esse caminho. O coronel Lemes calcula que mais de 2 mil pessoas estavam no Andraus quando o fogo começou, entre a primeira e a segunda sobreloja das Casas Pirani, que tinham suas vitrines no térreo. Do heliporto foram tiradas mais de 300 pessoas. Aglomeradas no terraço, enquanto uma multidão gritava da rua pedindo calma, elas impediam a descida dos helicópteros. Até que o capitão Hélio Caldas, comandante do tenente Lemes, saltou de um dos aparelhos e abriu uma clareira para iniciar o
resgate. “Me deitaram no chão de um desses helicópteros e me levaram para a Praça Princesa Isabel e dali para o hospital”, recorda o publicitário Levy dos Santos, funcionário da Siemens, uma das empresas do condomínio. As outras inquilinas eram Petrobras, Shell e várias corretoras de seguros, além da Pirani. Centenas de vítimas espremiam-se pelas escadas, enquanto o socorro não chegava. “Eu não tinha mais esperança de viver e, por isso, recoloquei no dedo uma aliança com o nome de minha mulher, Lethes, para que pudessem identificar meu corpo”, conta Levy, de 75 anos, reconstituindo lembranças do “tempo interminável” que passou no 21.º andar.
Desespero Nem todos tiveram a esperança de Biondi e a calma de Levy. Algumas pessoas lançaram-se do terraço ou das janelas, no desespero de escapar da morte. O vento empurrava as chamas para o lado da Avenida São João, onde o volume de fogo transformou a tragédia do Andraus num dos incêndios visualmente mais espetaculares
da história. “Desse ponto de vista, o Andraus foi mais pavoroso que o Joelma, em que morreram 187 pessoas”, afirma o coronel Lemes. Os números de vítimas são contraditórios, porque os registros somam aos mortos retirados dos prédios a alguns que morreram depois. “Não morri no Andraus porque pedi demissão na Siemens um dia antes”, afirma a baiana Judith Santos Tolentino, 47 anos ascensorista do Edifício Palladium. Ela era copeira da multinacional alemã e havia passado naquela tarde de quinta-feira para acertar as contas, quase na hora do incêndio. “Recebi o dinheiro e, como não haviam dado baixa na carteira, resolvi ir comprar uma passagem na antiga rodoviária para meu irmão, que ia para Ilhéus. Quanto voltei, o prédio estava pegando fogo”. Judith guarda fotos de funcionários da Siemens, entre eles Levy dos Santos, seu padrinho de casamento. Salomão Ferreira Chaves, o zelador do Palladium que na terça-feira levou o coronel Lemes ao terraço do prédio para mostrar onde os bombeiros improvisaram uma ponte para o Andraus, ouve essas histórias com um nó na garganta. Ele tinha 18 anos de idade e acompanhou o incêndio perdido no meio da multidão que se juntou na Praça da República. “Meu sofrimento era ver que não podia fazer nada para socorrer as vítimas”, disse o zelador. Trinta anos depois da catástrofe, os vizinhos e testemunhas da tragédia falam dela com detalhes, descrevendo cenas e repetindo diálogos como se tivessem ocorrido alguns dias atrás. O coronel Lemes também. Ele ainda ouve ressoar a voz de uma moça que, olhando-o nos olhos, repetia sem parar: “Bombeiro, eu quero viver!” Fonte: Site - Bombeiros Emergência
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Comando e Divisões do Corpo de Bombeiros Comando do Corpo de Bombeiros (CCB) Praça Clovis Bevilácqua, 421 – Centro – São Paulo – SP 01018-001 - ccb@polmil.sp.gov.br – (11) 3396-2000
5º Grupamento de Bombeiros (Guarulhos) Av. Mariana Ubaldina do Espirito Santo, 731 – Bom Clima –Guarulhos – SP 07197-000 - 5gb@polmil.sp.gov.br – (11) 2468-2286 / 2468-1874
Gabinete do Comandante Praça Clovis Bevilácqua, 421 – Centro – São Paulo – SP 01018-001 - ccbgabcmt@polmil.sp.gov.br – (11) 3396-2321
8ºGrupamento de Bombeiros (Santo André) Av. Prestes Maia, 1111 – Campestre – Santo André – SP 09071-000 - 8gb@polmil.sp.gov.br – (11) 4993-5500
Estado Maior (EM) Praça Clovis Bevilácqua, 421 – Centro – São Paulo – SP 01018-001 - (11) 3396-2287
18º Grupamento de Bombeiros (Oeste) Rua Cb. PM José Maria Schiavelli, 193 -Vila Porto - Barueri - SP 06410335 - 18gb@polmil.sp.gov.br – (11) 4199-2955
Departamento Pessoal (DP) Praça Clovis Bevilácqua, 421 – Centro – São Paulo – SP 01018-001 - ccbdrh@polmil.sp.gov.br - (11)3396-2265
COMANDO DE BOMBEIROS DO INTERIOR (CBI) Comando De Bombeiros do Interior (CBI) Praça Clovis Bevilácqua, 421 – Centro – São Paulo – SP 01018-001 - cbi@polmil.sp.gov.br – (11) 3396-2045
Departamento de Finanças (DF) Praça Clovis Bevilácqua, 421 – Centro – São Paulo – SP 01018-001 - ccbdfpugo@policiamiitar.sp.gov.br – (11) 3396-2323 Departamento de Segurança Contra Incêndios (DSCI) Praça Clovis Bevilácqua, 421 – Centro – São Paulo – SP 01018-001 - ccbdsci@policiamiitar.sp.gov.br – (11) 3396-2294 Divisão de Patrimônio(DIV.PATRI) Praça Clovis Bevilácqua, 421 – Centro – São Paulo – SP 01018-001 - (11) 3396-2088 Divisão de Telemática (Div.Tel) Praça Clovis Bevilácqua, 421 – Centro – São Paulo – SP 01018-001 - (11) 3396-2008 Sessão de Suporte ADM CCB (SSA/CB) Praça Clovis Bevilácqua, 421 – Centro – São Paulo – SP 01018-001 - (11) 3396-2238 Centro de Suprimentos e Manutenção de Materiais Operacionais de Bombeiros (CSM/MopB) Av. Marvan Dias de Figueiredo, 4221 – Vila Maria – São Paulo - SP 01517-020 - csmmopb@polmil.sp.gov.br – (11) 3396-2720 Escola Superior de Bombeiros “Cel. PM Paulo Marques Pereira” (ESB) Rod. Luis Salomão Chama – (SP 23), Km 45,5 – Vila Industrial Franco da Rocha - SP - 07859-340 - esb@polmil.sp.gov.br (11) 4819-5200 Centro de Memória do Corpo de Bombeiros Av. Domingos de Moraes, 2329 – Vila Mariana – São Paulo – SP ccbcentrodememoria@polmil.sp.gov.br (11)3396-2590 COMANDO DE BOMBEIROS METROPOLITANO (CBM) Comando de Bombeiros Metropolitano (CBM) Praça Clovis Bevilácqua, 421 – Centro – São Paulo – SP -01018-001 cbm@polmil.sp.gov.br – (11) 3396-2000 3396-2006 / 3396-2315
6º Grupamento de Bombeiros (Santos) Av. Conselheiro Névias, 184 – Vl. Nova Santos – Santos -SP 11015-000 - 6gb@polmil.sp.gov.br – (13) 3235-1413 7º Grupamento de Bombeiros (Campinas) Rua José Paulino, 792 – Centro – Campinas -SP 13013-001 - 7gb@polmil.sp.gov.br – (139) 3739-3004 9º Grupamento de Bombeiros (Ribeirão Preto) Av. Cav. Paschoal Innechi, 1538 – Jd. Independência Ribeirão Preto -SP -14076-010 9gb@polmil.sp.gov.br – (16) 3615-4476 / 3615-2600 10º Grupamento de Bombeiros (Marilia) Av. Nelson Spielman, 1219 – Centro – Marilia -SP -17509-002 10gbcmt@polmil.sp.gov.br – (14)3424-9944 / 3413-9255 11º Grupamento de Bombeiros (S. J. dos Campos) Rua Prof. Felício Savastano, 350 – Vl. Industrial – São J. dos Campos SP 12220-270 - 11gbcomsoc@polmil.sp.gov.br – (12) 3929-2111 12º Grupamento de Bombeiros (Bauru) Rua Gal. Marcondes Salgado, 232 – Centro – Bauru -SP -17010-040 12gb@polmil.sp.gov.br – (14)3222-5553 / 3222-7711 13º Grupamento de Bombeiros (S. J. do Rio Preto) Av. dos Estudantes, 1946 – Boa Vista – São José do Rio Preto -SP 15025-310 - 13gb@polmil.sp.gov.br – (17)3222-2600 14º Grupamento de Bombeiros (Pres. Prudente) Av. Joaquim Constantino, 351 – Vl. Formosa – Pres. Prudente -SP 19053300 - 14gbb3op@polmil.sp.gov.br – (18)3223-2002 15º Grupamento de Bombeiros (Sorocaba) Av. Dom Aguirre, 2233 – Jd. Sta. Rosália – Sorocaba -SP -18081-029 15gb@polmil.sp.gov.br – (15)2101-0193 / 2201-0200
1º Grupamento de Bombeiros (Centro) Rua José Bento, 15 – Cambuci – São Paulo – SP – 01523-030 1gb@polmil.sp.gov.br - (11)3396-2400 / 3396-2402
16º Grupamento de Bombeiros (Piracicaba) Av. Américo Vespúcio, 300 – Algodoal – Piracicaba -SP -13405-390 16gb@polmil.sp.gov.br – (19)3421-3034
2º Grupamento de Bombeiros (Norte) Alameda Barão de Piracicaba, 126 - Campos Elíseos - São Paulo - SP 01216-010 - 2gb@polmil.sp.gov.br – (11) 3396-2440
19º Grupamento de Bombeiros (Jundiaí) Rua Culto a Ciência, 25 – Vila Virgínia – Jundiaí -SP 13209-040 - (11)4521-2666 / 4586-1376
3º Grupamento de Bombeiros (Leste) Rua Dr. João Inácio Teixeira, 91 – Mooca – São Paulo – SP 03181-070 - 3gb@polmil.sp.gov.br – (11) 3396-2480
20º Grupamento de Bombeiros (Araçatuba) Rua tenente Alcides Teodoro Santos, 193 – Santana – Araçatuba -SP 16055-250 - (18)3623-3355
4º Grupamento de Bombeiros (Sul) Rua Azem Abdala Azem, 800 – Butantã – São Paulo – SP 05593-090 - 4gb@polmil.sp.gov.br – (11) 3396-2520
UNIDADES NO LITORAL - 17º Grupamento de Bombeiros (Guarujá) Rua Sto. Wagner Lamela, 145– Vila Funchal – Guarujá -SP -11432-070 17gb@polmil.sp.gov.br – (13)3328-6888
34 | BOMBEIROS SOCORRISTAS
SOCIAL
Seção Social
Aniversários dos grupamentos de Bombeiros do Est. São Paulo
Canção Oficial dos Bombeiros
Oração do Bombeiro
Letra: Sd. PM Luiz Alberto Rocha Música: Ten. Cel. PM José F. de Abreu e Sd. PM Luiz Alberto Rocha
Autor: Ten. Cel. PM. Anderson G. Pereira
01
Janeiro
Comando de Bombeiros Metropolitano (CBM)
12
Janeiro
3º Grupamento de bombeiros (Leste)
23
Janeiro
7º Grupamento de Bombeiros (Campinas)
28
Janeiro
18º Grupamento de Bombeiros (Oeste)
18
Fevereiro
Escola Superior de Bombeiros (ESB)
20
Fevereiro
6º Grupamento de Bombeiros (Santos)
27
Fevereiro
13º Grupamento de Bombeiros (S. J. Rio Preto)
10
Março
1º Grupamento de Bombeiros
10
Março
11º Grupamento de Bombeiros de S. J. dos Campos
10
Março
14º Grupamento de Bombeiros (Pres. Prudente)
23
Março
5º Grupamento de Bombeiros (Guarulhos)
04
Maio
9º Grupamento de bombeiros (Rib. Preto)
25
Maio
Comando de Bombeiros do Interior (CBI)
26
Maio
8º Grupamento de Bombeiros (Santo André)
02
Julho
Bombeiros Brasileiro
01
Agosto
16º Grupamento de Bombeiros (Pracicaba)
06
Agosto
10º Grupamento de Bombeiros (Marília)
20
Agosto
4º Grupamento de Bombeiros (Sul)
04
Setembro
12º Grup. de Bomb. (Baurú)
12
Novembro
15º Grupamento de Bombeiros (Sorocaba)
14
Novembro
2º Grup. de Bomb. (Norte)
27
Novembro
19º Grupamento de Bombeiros (Jundiaí)
Caso não regressar. Clamo remissão. Abençoes minha família. E os irmãos de profissão.
27
Novembro
20º Grupamento de Bombeiros (Araçatuba)
Amém.
15
Dezembro
PM do Est. S. Paulo (PMESP)
27
Dezembro
17º Grup. de Bombeiro (Gruarujá)
Somos nós os audazes bombeiros Cumpridores do nosso dever Que no fogo voraz lutaremos Para salvar ou morrer
Senhor, meu Deus Agradeço por minha saúde. Pela força e valentia. E por mais este dia.
Ao alarme, partiremos A sirene nos apraz No perigo estaremos Levando momentos de paz
Entoada a canção. Assumindo o serviço. Conferindo o material. Entro em prontidão.
Nossa vida é lutar pelo povo No incêndio e no salvamento Se o destino está sempre em jogo Só Deus nos dá seu alento
A espera do alarme. Se alarde. Sob nosso alento. Ficarei atento.
Com coragem seguiremos Olhar franco e tenaz Sempre unidos estaremos Trazendo momento de paz
Ao soa o alarme. No deslocamento. Na investigação. Peço vossa proteção.
Sempre alerta e altaneiros O sinistro vamos combater Orgulhosos de sermos bombeiros Enfrentamos sem nunca temer
Ilumine minhas ações. Sopre em meus ouvidos. A orientação divina. Para a salvação.
Para frente companheiros Vigilantes e leais Ao estado nós bombeiros Daremos momentos de paz
A nós bombeiros. No caso de falhas. Peço vosso perdão. Mediante a fé e Compaixão. Com segurança. Ao término de nossa missão. Permita-me o retorno. Á prontidão.
BOMBEIROS SOCORRISTAS | 35
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