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Espaço à cultura de gênero

Vinícius Dantas DA REDAÇÃO

No último dia 8, data em que é comemorado o dia das mulheres, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) foi à tribuna na Câmara Federal para discursar sobre a data. Ele colocou uma peruca loira e ironizou a existência de mulheres transexuais.

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O deputado afirmou “Hoje eu me sinto mulher. Deputada Nicole”. Além disso, segundo ele, as mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres. “Para vocês terem ideia do perigo de tudo isso, eles estão querendo colocar a imposição de uma realidade que não é a realidade. Ou você concorda com o que estão dizendo ou, caso contrário, você é um transfóbico, um homofóbico e um preconceituoso”.

A questão que fica é até que ponto isso afeta as pessoas transexuais e como a sociedade deve lidar com a situação?

Números

Para se ter noção, segundo informações da Agência Brasil, o País lidera o número de mortes de pessoas trans e travestis no mundo pelo 14º ano consecutivo.

Isso está de acordo com o Dossiê Assassinatos e Violências contra Travestis e Transexuais Brasileiras

Mutirão elimina criadouros do mosquito

Setenta e cinco agentes de combate a endemias fizeram uma varredura em imóveis e em espaços públicos no Campo Grande, na última quarta-feira (15), durante o 10º Mutirão de Combate ao Aedes Aegypti da Cidade em 2023.

Em cerca de seis horas, houve a vistoria de 2.511 imóveis. Foram encontrados e eliminados 90 focos de larvas de mosquitos.Desde janeiro, o total de focos encontrados e eliminados foi de 1.227 nos mutirões realizados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Além de imóveis e áreas comuns de edifícios, houve vistoria também nas ruas. Bueiros, pratinhos de plantas em áreas externas de calçadas, ralos e quaisquer outras superfícies que pudessem acumular água foram inspecionados pelos agentes.

da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).

No ano passado, houve o assassinato de 131 pessoas trans e travestis no País. Além do suicídio de outras 20, em razão do preconceito e discriminação. Um fato impactante é que a vítima mais jovem tinha apenas 15 anos.

O psicólogo Luke Mazzei cita o impacto do caso de Nikolas Ferreira que toca na ferida de uma questão de vida ou morte. “Um exemplo, me identifico como homem, essa é minha realidade. Imagina alguém tirar essa existência? A comunidade trans vive isso porque é invalidada na própria existência, o que aconteceu com o Nikolas Ferreira. Ele está sendo violento por dar risada da existência de milhares de pessoas trans. Sabendo que, por exemplo, o Brasil é o país que mais mata LBTQIAP+, tem mais índice de mortes”, ressalta Mazzei.

Além disso, ele afirma que as pessoas constroem o gênero perante a sociedade. Pelo fato de nascer homem ou mulher por conta da genitália, por exemplo, o homem vestir azul, assistir futebol, segundo ele são pensamentos violentos e se a pessoa escolhe seguir esse caminho cisheteronormativa (atitudes heterossexuais e que a identidade de gênero tenha ligação com o sexo biológico de nascença) é aceita no padrão da sociedade, se não segue, acaba “destoando” dessa margem. Ele também responde algumas questões:

- Afinal, como a pessoa chega nessepensamento?

"As pessoas normalmente trans, durante a vida delas vão tendo alguns indícios que se incomodam com o gênero que lhe é imposto. Ninguém nasce de um gênero, todo mundo se torna daquele gênero. Esse processo de transição, aceitação, é muito duro para a pessoa. Porque a sociedade fala que a pessoa é um homem, ela se sente, por exemplo, como mulher. Então parte desse pensamento emocional e psicológico, mas é um encontro entre esse social e esse emocional com interno e externo. E dentro dela como indivíduo e como a sociedade, ela vai vendo que ela se identifica muito mais para outro lado ou entre os dois lados, do que para esse que lhe foi imposto”.

- Como a sociedade deve lidar com essa situação?

"Sempre parte do pressuposto de respeitar, por exemplo, você não sabe? O assunto lhe interessa? Hoje, a gente tem internet, reportagens, muitos lugares para entender. A gente tem que lutar contra transfobia, LGBTQIAP+fobia. Acho que o primeiro passo é res- peitar a existência do outro e possibilitar o espaço de escuta, de acolhimento, se tiver alguém passando por uma crise identitária ou de orientação sexual, é ofertar esse espaço de acolhimento”.

Outros casos

O que é importante nesse ponto de transição, por exemplo, é o caso de um homem branco que se autodeclarou negro nas inscrições de um concurso para a carreira diplomática em vagas de cotas raciais.

Questionado sobre esse exemplo, Mazzei comenta “Hoje em dia você se identifica como pessoa, é uma auto declaração, principalmente em concurso público. Nesse caso, foi uma repercussão de uma pessoa que quis passar vantagem, nada haver com a pessoa querer ser. O que a luta antirracista faz é na realidade dar oportunidade para grupos que são vulneráveis".

Além disso, também repercutiu o fato da nadadora transgênero Lia Thomas, a primeira a ganhar um título universitário nos Estados Unidos. Thomas nadou pela equipe masculina da Pensilvânia por três temporadas. Isso, antes de realizar o processo de transição de gênero.

Sendo assim, fica evidente a importância da sociedade debater esse tema para não só amenizar os índices de morte, mas para fortalecer a educação e compreensão

Dessa forma, o ciclo de nascimento do Aedes Aegypti (ovos, larvas, pupa, mosquito) leva de sete a 10 dias, dependendo da temperatura. No entanto, se engana quem pensa que os ovos não sobrevivem sem água. Em ambientes secos, eles podem durar até um ano sem eclodir e voltam a se desenvolver no primeiro contato com a água parada.

Serviço

A técnica de enfermagem Ana Lúcia Candido recebeu a equipe em seu apartamento e ressaltou a importância do mutirão, por atender mais pessoas com sintomas de dengue nessa época. “Trabalho na área da saúde e agora estou começando a atender mais pessoas com sintomas de dengue e de chikungunya, que é mais perigosa. Então, o mutirão ajuda bastante na prevenção”. Os trabalhos foram coordenados pela chefe técnica do controle de vetores, Ana Paula Ferreto. Ela ressaltou que o principal fator que o cidadão precisa se preocupar é com a água acumulada em qualquer recipiente, além de acabar com o mito de que o Aedes Aegypti não se prolifera locais muito altos. “O mosquito está se adaptando ao meio urbano; ele é o mosquito que fica dentro das casas e precisa do sangue humano para maturar seus ovos.

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