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Morte de jovem no Boqueirão repercute na Câmara

DA REDAÇÃO

A morte do jovem Matheus Santiago Santana, de 18 anos, assassinado pelo morador em situação de rua José Espedito de Souza, o Bigode, de 58 anos, em pleno sábado na praia do Boqueirão, repercutiu na Câmara de Santos.

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Assim, vereadores usaram a tribuna para mostrar a tragédia que atingiu a família e enfatizar à necessidade de ações em relação à população em situação de rua.

“A impunidade não pode ocorrer”, salientou Augusto Duarte (PSDB), cujos filhos eram amigos da vítima.

Emocionado, ele usou a tribuna para lembrar que seus filhos estudaram com o jovem, enteado de uma das lideranças do PSDB da região, Jair Lopes.“Soube da morte do Matheus por meio da mensagem do meu filho, que estudou com ele”, enfatizou.

O jovem Santana estava na orla da praia do Boqueirão quando foi atacado por Espedito, que foi preso, após discussão entre ambos. Dessa forma, Espedito perfurou seu abdômen com uma garrafa de vidro. Não bastasse, o homem já teria ameaçado outras pessoas em ocasiões anteriores. “Meu sentimento é de indignação com o descaso da segurança pública da nossa Cidade”, falou o vereador Fábio Duarte (Podemos).

Assim, ele critica a forma como ocorre o atendimento na Cidade. “A vagabundagem tomou conta de Santos”, lamentou. “Chega de passar a mão na cabeça! Não queremos mais ser a meca dos moradores de rua”, diz. “Temos que fazer um pente fino. Quem tiver dependência com a Justiça, deve ser preso. Se for de Santos, deve ser acolhido, caso queira. Quem não for, deve ir para sua cidade de origem”, diz.

Dessa forma, ações e maior controle sobre a população de rua ganharam as vozes da maioria dos vereadores na sessão da Câmara de hoje.

Dedo na ferida Não bastasse, o também vereador do PSDB, atual presidente da Câmara, Carlos Teixeira Filho, o Cacá Teixeira, também foi enfático sobre a necessidade de se agir de forma conjunta sobre o assunto. “Temos que colocar o dedo na ferida. Precisamos despertar”, salientou o vereador, ex-secretário de Ação Social na gestão do ex-prefeito João Paulo Papa. Assim, para tal, há necessidade do envolvimento coletivo em políticas públicas envolvendo secretarias de Segurança Pública, Saúde, Guarda Municipal, Polícia Militar e consultório de rua. Não bastasse, ele acrescenta: “A atuação não está a contento”, reconhece.

“É impossível seguir nas condições que seguimos hoje”, enfatizou Fabrício Cardoso (Podemos). Não bastasse, houve até a sugestão da proibição da permanência de moradores de rua em praças e canteiros com a atuação da Guarda Municipal. “Este fato foi a gota d’água”, acrescentou o vereador Roberto de Jesus (Republicanos).

Além disso, o vereador Sérgio Santana (PL) lembrou o tempo que atuou na Guarda Municipal, quando ocorriam as forças-tarefa. “Precisamos nos debruçar neste problema. Não é só o Poder Público Municipal, mas também o Ministério Público”. Outros vereadores também se manifestaram sobre o crime.

Audiência Pública

Assim, a Câmara Municipal de Santos realizará uma Audiência Pública para debater o crescimento expressivo de pessoas em situação de rua na cidade. Aberto à participação presencial da população e demais autoridades que estarão presentes, o evento ocorrerá no Auditório “Vereadora Zeny de Sá Goulart”, na Câmara, no próximo dia 29 de março, às 18h30.

Dessa forma, em razão do assassinato do jovem, certamente o tema ganhará maior abrangência. “Um tema muito sensível, uma questão humanitária, que necessita de estratégias e ações em conjunto para esse cenário com toda sorte de problemas”, explica o Vereador Adriano Piemonte (União Brasil), proponente da audiência. Além disso, outra audiência pública foi solicitada pelo vereador Sergio Santana no início de maio sobre o tema população de rua e segurança pública.

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