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Educar para paz e tolerância

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BoqNegócios

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A repetição da ocorrência de episódios trágicos em unidades educacionais, como o que resultou na morte de uma professora da Escola Estadual Thomazia Montoro, nacapitalpaulista,jáfazpormerecer maioratençãoporpartedasociedade e,sobretudo,dasautoridadespúblicas egestoresescolares.Nãoéparamenos.

Nos últimos 20 anos, de acordo com levantamentofeitopeloInstitutoSou daPaz,desde2003oBrasilregistrou pelo menos 23 ataques violentos em escolasbrasileiras,sendo11episódios comutilizaçãodearmasdefogo,que resultaram no total de 28 mortes.

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Já não bastassem os problemas enfrentados pelas escolas públicas motivados pela precariedade na infraestrutura e a carência de corpos docentes qualificados, conter a violência nas unidades de ensino se revela agora comoumnovodesafioasuperar,deformaainibiro avançodepráticascondenáveispresentesnocotidiano escolar,comooracismo,axenofobia,amisoginiaeo bullyingcomportamental.

Ainfluêncianegativamotivadapelafrequência constante e indiscriminada dos jovens a ambientes digitais não recomendáveis e redes sociais é preocupante e seus efeitos já são medidos. Pesquisa recenterealizadapelaOrganizaçãoparaCooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revelou queseteemcadadezjovensdeaté15 anos no Brasil não distinguem fatos de opiniões, o que demonstra grande suscetibilidadeàabsorçãodefakenews e a discursos de ódio.

Soma-seaissoocrescentedesinteressedasfamíliasnoacompanhamento da vida escolar dos filhos, o êxodo da docênciaemrazãodosbaixossaláriose afrágilformaçãodenovosprofessores, quenãoconseguemobteraqualificação idealparaoatendimentodasdemandas atuais.Essafragilidadeficaevidenciada nolevantamentoelaboradopeloInstitutoNacionaldeEstudosePesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação. O estudo constatou que apenas 38% do total de alunos de licenciatura das instituições federais concluíramosestudosdeformapresencial. Ficaclaroqueoproblemanãopoderáserresolvido apenas com o aumento da atuação policial e da vigilância nas escolas. Somente com uma maior participaçãodasfamíliaseaadoçãodemedidaseducacionaisquepriorizemascondiçõesestruturaisede recursoshumanosserápossívelrecuperaradisciplina e o respeito nas unidades de ensino. Mais do que ministrarconteúdosqueajudemnaformaçãocultural, profissionalecidadã,torna-senecessárioincutirnos alunosaculturadepazetolerânciaquecaracteriza associedadesprósperasecivilizadas.

GAUDÊNCIO TORQUATO twitter@gaudtorquato

Ponto de Vista

Descer do palanque

Teste de fogo I

A partir de maio, as obras do VLT entram em nova fase e se tornarão o grande teste de fogo que a Cidade terá pela frente. Afinal, o avanço da obra em direção ao Centro vai afetar o fluxo viário das regiões intermediária e central de Santos.

Teste de fogo II

O presidente da CET, Antonio Carlos Gonçalves, reconhece que este será o maior desafio que enfrentará na vida pública, de quase três décadas. Apesar da obra ser de responsabilidade do governo do Estado, a empresa tem se debruçado nas mudanças viárias a serem implementadas, que serão inúmeras.

Teste de fogo III

A Rua João Pessoa perderá 50% das faixas de rolamento, ficando com duas apenas (a previsão da empresa responsável pela obra é que as interdições durem de 7 a 8 meses) entre os cruzamentos da Rua Dr. Cochrane até a São Bento).

Dessa forma, a via deixará de ter o corredor exclusivo de ônibus.

X da questão

O tempo - em todos os sentidos- será o grande desafio. Afinal, quando elas chegarem à Avenida Visconde São Leopoldo, espera-se que as obras recém-iniciadas no Elevado Aristides Bastos Machado estejam concluídas. A questão é que elas iniciaram no último dia 6 com previsão de conclusão de 18 meses. Os impactos serão inevitáveis.

Calçadão

Dentro das alterações implementadas pelo modal, uma novidade.

A Rua Amador Bueno ganhará um amplo calçadão - onde apenas o VLT passará no trecho entre as ruas D. Pedro I até Av. Senador Feijó. O objetivo é revitalizar esta região comercial.

Agenda

O prefeito Rogério Santos tem solicitado encontros mensais com a empresa e a EMTU, responsável pela obra, para agilizar o empreendimento, cuja previsão de entrega será em julho de 2024. Prevê até enviar para a Câmara projeto que permita o avanço das atividades pela empreiteira durante a madrugada, especialmente nas vias comerciais.

Para os próximos Com 17 votos favoráveis e 4 contrários, os vereadores aprovaram o subsídio aos edis eleitos em 2024, que tomarão posse em 2025. Eles começarão recebendo em janeiro

R$ 18.867,82. Em julho, os vencimentos chegarão a R$ 20.864,78.

Os vereadores Audrey Kleys (PP), Benedito Furtado (PSB), Débora

Camilo (PSOL) e Rui de Rosis (União) votaram contra.

De olho

Na mesma sessão, foi criada uma Comissão Especial de Vereadores para acompanhar as obras do futuro shopping Litoral Plaza, no Jabaquara/Marapé. Sete vereadores a integram.

PSD em campo

Apesar de não disputar as eleições no próximo ano, o líder do PSD na Assembleia e coordenador regional, deputado Paulo Correa Jr vai atuar para que o partido lance o maior volume de candidatos na região.

“Time que não entra em campo não tem torcida”, enfatiza.

Números crescentes

A Prefeitura de Santos conta com 5229 aposentados e 1682 pensionistas, totalizando 6911 pessoas atreladas ao Iprev - Instituto de Previdência. Somados, representam mais de 60% dos servidores da ativa. No lucro Pelo segundo ano consecutivo, a CET Santos fechou no azul: saldo de R$ 385.871,76.

Quem Responde?

Até... que ponto o andamento das obras do VLT impactará as eleições municipais de outubro de 2024.

“A educação de um povo pode ser julgada, antes de mais nada, pelo comportamento que ele mostra na rua. Onde encontrares falta de educação nas ruas, encontrarás o mesmo nas casas.”

OgovernoLula3seaproximados 100 dias. O que mostrar? Um governo cumpridor de promessas de campanha? Dinheiro fácil, gastança sem limites, felicidade dando o ar da graça? Ocorre que o mundo mudou, o Brasil nãoémaisaquelede2003,oacessodas massasaocréditoprecisaseenquadrar em parâmetros que regulam o uso do cofre,enquantooembatesobrecusto, gasto e investimento abre divergências, sob a “lição” de Luiz Inácio de que os livros de economia estão errados.Paraele,nãodáparagovernarcom aadministraçãoencabrestada,presaao chamado“tetodegastos”.Oarremate vem pronto: na área social, as políticas devem ser entendidas como investimentoenãogasto.Ocaldeirãoferve.

Os economistas apregoam que se nãohouvercrescimento,opaísvaipara o beleléu. Caso isso ocorra, zero para os governantes. Que preferem ver o país abrindo as comportas da gastança do que andando para trás. O sucesso do atual governo dependerá do êxito econômico. Esse é o dilema que aflige Lula. Nos seus mandatos anteriores, era visto como São Jorge lutando contraodragãodamaldade–inflação, jurosaltos,alimentocaro,hospitalsem equipamentos, miséria galopante. Ele mesmoestampavaaimagemdomaior exemplo da dinâmica social no Brasil, figurante que migrou da base da pirâmideaoaltarmaiselevadodopoder.

O presidente, em sua viagem à China,vaimeditarmuitosobreospassos a dar. Não terá muitas opções. Ele sabe que todo começo de governo é como o zigue-zague do caranguejo, que anda para frente, para os lados e paratrás.Lulavaitentarfazercomque ocaranguejoandeparaafrente. Oque poderáocorrer,maisadiante,quiçáem agosto, quando se espera o início da queda dos juros, mantida em 13,75% pelo Banco Central, para desgosto do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e indignação do próprio presidente. Até lá, o caranguejo vai andar de lado, forma de mostrar que se movimenta,masnãoavança.

O desafio que ameaça corroer a confiança na atual administração é en- contrar a “linha fina”, como bem definiuoministroHaddad,entreoquese podeeoquesedevegastar,levando-se emcontaasdemandasemsetoressensíveis,comoeducaçãoesaúde.Nocaso do governo Lula, este desafio assume proporções monumentais, eis que o governanteterádesustentaraimagem de“paidospobres”,defensordasmargens carentes, o mandatário mais próximoàbasedapirâmidesocial.

Como garantir a continuidade da imagem? O que vimos, até o momento,éavoltadeLulaaopalanque,onde é mestre na arte da encenação. Sob o prismadalinguagem,escancara-sesua estratégia de acalentar os corações de sua base, como se viu na fala rude em que atira um ácido “f...,” contra o ex-juizehojesenadorSérgioMoro.Teria sidoindagadoporummembrodoMinistério Público, em visita periódica à sede da PF, em Curitiba, onde estava detido, se “tudo estava bem”. A respostafoium“não”,aoqueseseguiuo ferinocomplementoverbal.

Foiumtoqueparaanimarafração quesealinhaaseuvocabulário.Errou. Um governante pode, até, conservar a contrariedade, mas, na condição de mandatário-mor do país, haverá de se contereseguiarpelaliturgiadocargo. O país está dividido. E Lula sai da linhaquandousaobaixocalão,comum na linguagem de seu antecessor. Descer do palanque se faz necessário para eliminarvestígiosdevingança.(...)

Na esteira da improvisação na administração pública, planos estratégicos acabam cedendo vez às ações paroquiais. Por isso mesmo, há uma dose de verdade quando se diz que faltaàUniãoeaosEstadosumplanejamentodelongoprazo.Outramazelaé a ausência de controle das decisões. As ordensemanadasdotoponemsempre são cumpridas ou são apenas parcialmente executadas. O presidente ou mesmooministro,doaltodeseuscargos,nãotêmcondiçõesdeacompanhar a dinâmica e o cotidiano dos atos e afazeres. A propósito, Lula deu um pito nos ministros, ao exigir que todos os programassejamacordadoscomaCasa Civil.Ahoraclamaporbomsenso.

VIOLÊNCIA Ataquesemescolasserepetemlevandopreocupaçãoàsfamílias,comunidadesacadêmicaseautoridadesdesegurança

Vinícius Dantas DA REDAÇÃO

O ataque de um adolescente de 13 anos em uma escola na Zona Oeste de São Paulo nesta semana teve grande repercussão.Esse tipo de violência não é de agora, pois já ocorreu diversas vezes nos Estados Unidos, por exemplo, mas o Brasil não escapa desse cenário.

De acordo com levantamento de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), desde 2002, o Brasil já registrou 23 ataques em escolas. O que preocupa os pais, responsáveis, professores e alunos é que na mesma semana, houve a ameaça de mais um massacre, em uma escola estadual de Santos.

Dois adolescentes de 19 e 16 anos foram identificados pela Polícia Civil e a dupla foi encaminhada para a delegacia. Como lidar com essas tragédias para evitar futuras ocorrências?

Ambiente escolar

Segundo a psicóloga Mariângela Fortes, a violência nas escolas afeta os alunos e a comunidade escolar em geral. “Foge completamente do habitual para nós, brasileiros, e de todo o esperado na casadosaber . Alunos, familiares, pais, funcionários, todos ficam inseguros e traumatizados.”

Na visão dela, é necessário um treinamento para enxergar os alunos como pessoas. Assim como interpretar os pequenos sinais que indicam o mal comportamento, controlando fatores de agressão, ansiedade e que desencadeiam em diversos outros.

Além de manter psicólogos nas escolas, alertar os pais, controlar o que entra com o aluno na escola (armas e drogas).

Contudo, um fator importante para a educação fora das escolas são os pais e responsáveis, que devem auxiliar nesse cuidado. “O papel deles é fundamental na educação dos filhos e o que vejo na minha prática clínica são pais acusados, com medo de exercer sua função de educar, que querem só agradar os filhos. Pais que verbalizam: 'Eu não posso com ele', falando de filhos de 6, 8, 12 anos”.

Como essa geração está totalmente conectada à tecnologia, ela cita também que pais permitem filhos passar horas nos celulares e nas redes sociais desde pouca idade. “Pais que acham que é na escola que se educa, mas na verdade a escola ensina. Quem educa são os pais, a família”.

Formas de evitar

A secretária da Educação de Santos Cristina Barletta aborda as

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