União Brasil monta estratégia para 2024

Fruto da fusão entre PSL e DEM, o União Brasil quer ter papel relevante nas próximas eleições municipais. A legenda pretende ampliar a participação de vereadores nas câmaras das nove cidades da Baixada Santista. E disputar candidaturas ao Executivo em Cubatão e Guarujá, além de indicar o vice em São Vicente.

Em Santos, a legenda não descarta lançar candidatura própria assim como indicar o vice. Atualmente, o União Brasil está na base de apoio ao prefeito Rogério Santos. O vereador Bruno Orlandi comanda a secretaria de Assuntos Portuários e Emprego.

Na Câmara de Santos, a legenda é representada por três parlamentares: Adriano Piemonte, Rui de Rosis e Viny Alves, suplente que ocupa a cadeira de Orlandi.

A legenda tem o terceiro maior tempo na TV, moeda de troca importante para uso no horário eleitoral. No entanto, reconhece a deputada estadual Solange Freitas, coordenadora regional do União Brasil, o partido tem mantido conversas com os principais postulantes à Prefeitura: o prefeito Rogério Santos, do PSDB, que tentará a reeleição, o deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), assim como a deputada federal Rosana Valle, do PL. “Estamos vendo onde podemos contribuir. Não decidimos ainda”, ressaltou Solange.

Ela participou do Jornal Enfoque, onde falou sobre os rumos da legenda, que tem o empresário Rogério Conde na presidência do partido em Santos. Solange completa cinco meses de mandato no próximo dia 15.

São Vicente

Se em Santos a participação do partido é uma incógnita, em São Vicente, onde Solange chegou a disputar o segundo das eleições municipais em 2020, a situação é bem distinta.

Apesar de adversários no último pleito, ela garante agora apoio à reeleição do atual prefeito Kayo Amado. “Fui eleita deputada e vou cumprir meu mandato até o fim. Eu era oposição ao governo do Kayo. Mas, nas eleições passadas retomamos conversas. O tempo passou e voltamos a nos aproximar”, ressalta.

As rusgas do passado parecem ter ficado para trás, a ponto do União Brasil poder indicar o vice na chapa de Amado, nas próximas eleições. “O prefeito está ouvindo mais as pessoas. As dificuldades que ele está tendo o fizeram crescer”, enfatiza.

Assim, Solange reconhece que o partido lançaria candidatura própria, com Gil do Conselho, seu vice na chapa de 2020 e candidato a federal no ano passado, mas recuou. “Cheguei à conclusão que precisamos de união para ajudar São Vicente. Nossa ideia é de construção. Nosso objetivo é ajudar a cidade”, enfatiza.

Outras cidades

Solange adiantou que o partido deverá também lançar candidaturas próprias em Cubatão e Guarujá. Além disso, estuda a possibilidade de participar canditado à Prefeitura de Mongaguá. Por sua vez, a legenda deve apoiar a reeleição dos prefeitos Tiago Cervantes, de Itanhaém, e Raquel Chini, de Praia Grande.

Além de participar da base de apoio dos candidatos escolhidos pelos prefeitos de Bertioga, Caio Matheus, e de Peruíbe, Luiz Maurício, que não poderão se reeleger. “Tudo é muito cedo, mas estamos construindo as candidaturas na Região”, enfatiza.Assim como, ela lembra que a meta também é ampliar a bancada de vereadores em 2024.

A evasão escolar é uma desafio no setor educacional. Ainda que os números tenham melhorado com o fim das restrições em razão da pandemia, a realidade revela que somente no ano passado cerca de 200 crianças e adolescentes, especialmente no Ensino Fundamental II, desistiram de estudar. Faixa etária, por exemplo, que varia, especialmente entre 10 a 15 anos, em média. Conforme dados da Secretaria de Educação de Santos (Seduc), o índice de evasão escolar atingiu 0,7% no ano passado. Parece pequeno, mas se confrontado com o total de alunos da rede – 27.623 estudantes –representam 193 alunos. Apenas nesta faixa etária.

Sem contar os estudantes que concluem o Ensino Fundamental, mas não prosseguem no Médio –ou desistem no meio do caminho.

“Avançamos na política da caça ativa, pois é importante que a família entenda o papel da escola”, enfatiza a secretária da pasta, Cristina Barletta. “É um número aceitável dentro de outros parâmetros, mas o ideal seria zero”, salienta.

Painel de Desigualdades

No Brasil, segundo dados do Painel de Desigualdades Educacionais no Brasil, pelo menos 713 mil crianças e adolescentes deixaram a escola – dados de 2021.

Isso supera a soma das populações de Santos e Guarujá, por exemplo. Conforme a secretária, a evasão escolar na rede municipal voltou ao patamar de 2017, ou seja, de 0,7%. Em 2019, antes da pandemia, chegou a cair para 0,6%. No entanto, subiu para 1,8% em 2020, quando a pandemia começou; regrediu para 1,4% em 2021 e chegou a 0,7% no ano passado – mesmo patamar de 2017. Dados do Cenpec, autor da pesquisa, de 2021 são ainda mais duros com o tema. Naquele ano, ainda durante a pandemia, a Cidade registrou 977 aluno fora das escolas ou 2,6% do total. Eram 190 (1,3%) nos anos iniciais do Ensino Fundamental (EF) e 246 nos anos finais (2,1%). O peso maior ocorreu no Ensino Médio, com 5,1% do total de alunos evadidos (541 estudantes).

Autismo

A secretária também falou do desafio da pasta em razão do crescimento significativo de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) que estão na rede. Eles já representam pouco mais de 6% do total de 27.623 alunos distribuídos pelas 86 escolas municipais em Santos. “São cerca de 1.700 alunos já laudados, ou seja, com laudos médicos confirmados. Fora os que estão sob análise e acompanhamento”, salienta.

O crescimento no número de casos de crianças com TEA preocupa a educadora. “Antes, tínhamos 5 a 6 alunos por escola. Hoje, é por turma”, enfatiza. Assim, professores, vinculados à OS USC Saúde, vinculada à Universidade Santa Cecília, chamados de PAEIs, dão apoio aos docentes concursados. “Eles ajudam os professores atendendo de 1 a 3 alunos. Nosso objetivo é que esta criança tenha evolução e autonomia. Não ser um anexo da sala, mas ela precisa sentir que faz parte dela”, salientou.

Assim, a pasta tem desenvolvido ações para garantir um melhor atendimento à demanda crescente, como contratação de professores temporários – em um total de 120 profissionais.

Números Apesar de índices baixos, o total de 0,7% da rede representa quase 200 crianças, especialmente do Ensino Fundamental II que abandonam a escola

Dia Dos Pais