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Amigos e conselheiros de todas as horas
No dicionário, a palavra paternidade refere-se à qualidade ou condição de pai. Portanto, é um sentimento inexplicável a figura e a relação que o pai tem com seu filho. No segundo domingo de agosto é a data para celebrar e reconhecer o amor que eles possuem sobre seus filhos.
A cada ano que passa, a comemoração lembra da conexão única dos dois, porém, é marcante os momentos vividos juntos e com o cotidiano agitado, muito por conta do trabalho e estudos, alguns filhos têm pouco momento para compartilhar com os pais. Outros, porém, tem a oportunidade de trabalhar diretamente com eles.
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Geração para geração
Felipe Villarinho, de 54 anos, tem a vida toda atrelada à história da Floricultura Gardênia. A família dele começou em 1937, quando os avós paternos (imigrantes espanhóis) começaram nas feiras livres vendendo frutas e verduras. Depois foram pioneiros com a venda de flores nas feiras.
Em 1965, seus pais José Villarinho e Zelia Felipe casaram. E justamente nesta época o Super Centro Boqueirão estava sendo inaugurado. Assim, junto com seus irmãos Antônio e Nério, eles montaram a Floricultura Gardênia.
O empresário conta que com muito trabalho, dedicação e criatividade a empresa cresceu. Villarinho ainda lembra toda sua infância no Super Centro onde formou uma grande família, sempre ajudando na loja. Aos 15 anos iniciou seus trabalhos na feira com a avó, onde teve grandes ensinamentos e tem uma imensa gratidão. “Sempre serei grato ao meus avós e pais por tudo que me ensinaram, por acreditar no trabalho, amando as flores que são o alimento da alma”.
Sobre a floricultura, ele lembra que foi com a família que aprendeu o amor pelas flores. “Em 2006, nasceu meu filho Lorenzo Albertini que foi também criado no Super Centro e amando as flores. E já trabalha conosco”. O florista ressalta que seu filho se forma este ano no Ensino Médio e pretende cursar Administração de Empresas.
Filho de peixinho, peixinho é Já outra história é a do feirante Dilmar Correia, de 49 anos. Ele lembra que começou na feira por tradição do seu pai. “Nasci e fui criado debaixo da barraca. Com 17 dias, vim para feira. Ele foi feirante, se aposentou e eu fiquei no lugar dele”.
Para ter noção, ele cita que está na profissão há 40 anos. Além disso, desde os seus 9 anos já trabalhava com o pai. Atualmente, apenas na feira livre que ocorre toda quinta-feira na Av. Dr. Pedro Lessa, no Embaré, em Santos, ele têm 25 anos trabalhando no local com a barraca. Sua filha Gabriela Ferreira, de 18 anos, começou esse ano para trabalhar também.
Ele afirma que ela sempre ia para feira, porém apenas esse ano está auxiliando nas atividades.O feirante lembra que eles conseguem se tratar muito bem tanto no lado profissional como no pessoal.
Como essa data é especial, ambos revelaram o que cada um aprecia no outro. “Eu o admiro, pois desde pequena vejo como ele é muito trabalhador”, diz Gabriela. Já o pai expõe que admira bastante o companheirismo e ela é muito carinhosa com ele.
De pai para filho
O barbeiro Gleidielson Manoel, de 39 anos, e seu filho Samuel Santos, de 10 anos, são fortes amigos também. Manoel ensinou o filho desde pequeno para empreender. “Um dia eu comprei um presente para ele e disse que tinha uma surpresa na mochila. Depois desse dia, sempre que eu chegava em casa, ele perguntava se tinha surpresa na mochila. Eu falei para ele que não era assim e não poderia dar surpresa a ele todo dia. Assim eu fui mostrando -lhe como ganhar dinheiro”.
O pai conta que quando o filho tinha 8 anos, ele pediu para aprender como cortar cabelo, pois queria ganhar dinheiro para comprar um videogame. Portanto, Manoel foi ensinando-lhe a arte do corte de cabelo. Na mesma semana que houve um feriado, ele postou nas redes sociais que iria trabalhar e um de seus clientes disse que tinha pente e máquina para dar.
Assim, desta vez, a mochila tinha uma máquina com pente colorido. Coincidência foi que na mesma semana, seu filho tinha pedido para aprender a cortar cabelo, porém ele não imaginava que existiam esses equipamentos. Assim, ele os colocou na mochila e os levou para casa.
“Eu disse 'vai na mochila que tem uma surpresa'. Ele abriu e viu a maquininha e ficou feliz. Eu disse: 'a partir de hoje, vamos continuar treinando. Deus preparou essa maquininha para você'. Todo dia chegava em casa e cortava um pouco, e ele foi absorvendo bem”.
Com um ferro-velho, eles conseguiram lucrar R$ 18 reais e alguns centavos, como Santos não sabia o que fazer com o dinheiro, o pai pediu para investir em outra coisa.
“Ele decidiu vender paçoca na barbearia. Eu o levei e comprei pote com 50. Ele vendeu 39 no dia e as outras 11 restantes compramos em casa. Outro dia comprei uma caixa com 100. Na sexta, ele vendeu 45, já no sábado vendeu 50 e sobraram cinco, que foram compradas em casa também”.
O pai conta que ele ficou feliz e gostou do aprendizado, lembrando que os clientes sempre davam opinião e ajudavam com caixinha. Ele confessa que o filho aprendeu que a vida não é fácil e tem que correr atrás dos objetivos.
Os pais moldam quem os filhos são e o que vão se tornar, um reflexo puro de sua educação, amor e respeito. Essa data não é apenas importante para homenageá-los, assim como celebrar a força e o calor transmitido nas relações familiares.
DIA DOS PAIS LojistasdaBaixada