Tabloide especial - O futuro do Brasil em jogo

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Nº 23 / EspecialEdiçãoDistribuiçãoCirculação2022nacionalgratuita futurO O dOemBrasiljOgO e leições de 2022 trazem em Bate entre d O is pr O jet O s distint O s. e m disputa, a ideia de c O m O O e stad O p O de ajudar a vida de cada um e a c O ns O lidaçãO da dem O cracia B rasileira

2 Em 2022, 58,7% da população brasileira vive com algum tipo de insegurança alimentar. Segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), o número de pessoas passando fome no país passou de 19 milhões para 33,1 milhões de pessoas em pouco mais de um ano, o que representa uma volta ao patamar de insegurança alimentar equivalente ao da década de 1990.

CRISE SANITÁRIA E ECONÔMICA: UMA TRAGÉDIA ANUNCIADA

NO FIM DE 2020, 19,1 MILHÕES CONVIVIAM COM A FOME. EM 2022, SÃO 33,1 MILHÕES SEM TER O QUE COMER. Em Manaus, capital do Amazonas, a Prefeitura foi obrigada a abrir covas coletivas, chamadas de “trincheiras” Foto: Alex Pazuello

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Se a pandemia afetou todo o mundo, também é verdade que o Brasil foi um dos países que pior se preparou para enfrentar a crise econômica, social e sanitária, a despeito dos avisos de especialistas, dos movimentos populares e da sociedade civil. No fim de abril, quando o país chegava a um recorde diário de mortes pela covid-19, Bolsonaro respondeu a um repórter: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre". Foram inúmeras frases demonstrando o descaso em relação à pandemia, que se refletiu no elevado número de mortes, grande parte delas evitáveis. O combate à covid foi desastroso e na economia não foi diferente. Relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado em julho mostra que o Brasil é o quarto com maior inflação entre os países que compõem o chamado G20. E o acréscimo de R$ 200 no Auxílio Brasil até dezembro

Com Bolsonaro, velhos fantasmas voltam a assombrar

não será suficiente para colocar no carrinho do supermercado a quantidade que se comprava em 2020. Os R$ 600 do auxílio atual correspondem a R$ 491,72 em valores de dois anos atrás, segundo cálculos de Matheus Peçanha, pesquisador e economista do Instituto de Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV (Fundação Getulio Vargas). Como consequência da inflação alta e também do fim da política de valorização do piso nacional, o salário mínimo está em seu momento mais baixo dos últimos 15 anos, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).Hoje,o mínimo é capaz de comprar apenas uma cesta básica e meia. Em 2009, ele comprava duas cestas básicas. Durante a gestão Bolsonaro, não houve nenhum aumento real do piso nacional acima da inflação.

EINFLAÇÃO,BAIXOSFOME

SALÁRIOS

Os dados mostram que o acesso pleno à alimentação se tornou um direito de uma minoria: essa é a realidade para apenas quatro de cada 10 famílias. Mas como um país que em 2014 comemorava a saída do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), à época um marco mundialmente reconhecido no caminho à promoção do direito humano à alimentação adequada e saudável, chegou a esse ponto?

A lógica privatista do atual governo tem feito o país perder o controle sobre áreas estratégicas, o que já pode ser sentido no bolso do brasileiro, por exemplo, no preço dos combustíveis. Com a Petrobras sendo administrada como se fosse uma companhia privada, a política da empresa já distribuiu R$ 136 bilhões em dividendos a acionistas no primeiro semestre.

"As estimativas do impacto da privatização sobre as tarifas variam de um aumento de 5% até um aumento de 18% ao ano", aponta em artigo a Associação dos Empregados da Eletrobras (AEEL).

Segundo Eric Gil Dantas, economista do Observatório Social do Petróleo, sem investimento, o mercado interno passa a depender mais de combustíveis importados. Se refinasse todo o petróleo produzido aqui, o país não sofreria tanto com as consequências da alta do petróleo causada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

Entre lares comandados por pessoas negras, a fome aumentou de 10,4% para 18,1%. Segundo os Inquéritos da Rede Penssan de 2020 e 2022 São 125,2 milhões de brasileiros que passaram por algum grau de insegurança alimentar entre novembro de 2021 e abril de 2022. Aumento de 7,2% desde 2020, e de 60% em comparação com 2018.

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O Brasil paga a

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Outro fator que influenciou na alta dos alimentos e na crise de insegurança alimentar foi o desmonte promovido na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que teve sua política de estoques reguladores estratégicos desarticulada. Por meio dela, governos anteriores conseguiam amenizar a trajetória de alta nos preços de alimentos por conta de quebras de safras ou questões comerciais.

Com Bolsonaro, das 92 unidades armazenadoras, 27 foram fechadas. Para se ter uma ideia do impacto, em 2012 os recursos movimentados pela Conab totalizaram R$ 600 milhões, já em 2020 este total ficou abaixo de R$ 15 milhões. Em números absolutos, 125,2 milhões de pessoas no Brasil estão passando por algum nível de insegurança alimentar. Essa classificação inclui pessoas que estão passando fome e aquelas que estão preocupadas por não saber se terão o que comer no dia seguinte. O número de pessoas nessa situação aumentou 7,2% desde 2020, e 60% desde 2018.

No Brasil de 2022 , somente 4 em cada 10 domicílios conseguem manter acesso pleno à alimentação

A ESCALADA DA FOME

PAÍS REGREDIU A PATAMAR EQUIVALENTE AO DA DÉCADA DE 1990 EM SEGURANÇA ALIMENTAR

"Se continuar assim, daqui a pouco não sobra mais nada", explicou Pinto, em entrevista ao Brasil de Fato. "Esse caixa e os recursos da venda do patrimônio deveriam ser reinvestidos na própria empresa. A Petrobras parou de investir."

GOVERNO DESMONTA POLÍTICA DE ALIMENTOS

A Eletrobras, em processo de conclusão da sua privatização, também é outro exemplo de prejuízo. Além de deixar de ter o controle de uma área crucial, o país deve sofrer com uma elevação no custo da energia em um futuro próximo.

de sua soberania

O Norte e o Nordeste do país são as regiões mais atingidas pela falta de comida no prato, com 25,7% e 21% das famílias passando fome perda

E a companhia repassa a acionistas recursos arrecadados inclusive com a venda de seu patrimônio, como explica o professor Eduardo Costa Pinto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A empresa usou R$ 32 bilhões do que recebeu com a venda dos campos de petróleo de Sepia e Itapu, e retirou dinheiro de seu caixa para repassar a investidores.

Qualquer governo que assumir a partir de 1º de janeiro de 2023 terá a dura tarefa de reconstruir o Brasil. Além da omissão em relação a diversos problemas do país, a atual gestão federal promoveu um desmonte deliberado de importantes estruturas do Estado. Mais do que uma escolha entre nomes, a eleição presidencial vai decidir sobre o modelo de desenvolvimento que o Brasil quer e precisa. Em maio deste ano, mais de 80 movimentos se reuniram para entregar uma proposta com diversos pontos para o ex-presidente e candidato do PT à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva. “A partir da identificação desse cenário de crise nacional e dos problemas mais urgentes do povo, apresentamos um conjunto de propostas para motivar o embate político nas periferias das grandes cidades e nos interiores desse Brasil. Elas são o caminho para construir a força política e social para alterar a correlação de forças e viabilizar um processo de mudanças necessárias para superar a crise e reconstruir o Brasil”, dizia o manifesto divulgado à época. O documento foi assinado por organizações como o Movimento dos Tra-

populares e a sociedade civil têm debatido o que fazer para recuperar o país balhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o Movimento Negro Unificado (MNU) e entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a União Nacional dos Estudantes (UNE). São pontos que tocam em mudanças que foram feitas nos últimos anos e trouxeram prejuízos à sociedade, como a revogação da Emenda Constitucional 95, a chamada Lei do Teto de Gastos, que impede na prática o aumento de investimentos em áreas como educação e saúde.

Lula participa de ato político em Maceió (AL). Ricardo Stuckert

A criação de uma política emergencial de combate à fome o estabelecimento de uma renda básica e uma reforma tributária que possa taxar mais os ricos também estão na pauta.

Mais de 80 movimentos se reuniram para entregar uma proposta com diversos pontos para o candidato do PT à presidencia

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CAMINHOS PARA A RECONSTRUÇÃO DO BRASIL

Movimentos

E a classe média também

Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional), a tabela do IR acumula defasagem de 26,5% na atual gestão, o maior percentual já registrado na história.

Crise atinge os pobres.

Instituição de uma política de desmatamento zero com recuperação das áreas desmatadas Elaboração de uma reforma tributária na qual os ricos paguem mais Revogação da Lei do Teto de públicosdosRetomadasalárioValorizaçãoRendaImplementaçãoGastosdaBásicaCidadãdomínimoeampliaçãoinvestimentos

O Auxílio Emergencial de R$ 600, criado em meio à pandemia, só foi possível ser efetivado com esse valor por conta da mobilização popular e do Congresso Nacional.

Qual o papel do Estado?

O endividamento também aumentou. Conforme pesquisa do Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor, divulgada em 11 de julho, 66,6 milhões de pessoas estão inadimplentes no país, o maior contingente absoluto desde 2016.

Mas esse fato não significa que os bancos deixaram de ganhar. Eles continuam obtendo resultados e lucros recordes. No primeiro trimestre de 2022, os lucros dos cinco maiores bancos do país — Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa e Santander — totalizaram R$ 27,6 bilhões, um aumento de 15,4% em 12 meses. em baixa e informalidade viram regra no mercado de trabalho vimentos defendem a revogação das reformas trabalhista e previdenciária e a volta da política de valorização do salário mínimo, junto com políticas públicas que estimulem a criação de empregos formais.“OEstado será o grande personagem das eleições deste ano. Depois de três anos de Michel Temer e quase quatro de Jair Bolsonaro, o país decidirá se deseja seguir no caminho dos últimos tempos ou se vai mudar. Dirá se quer continuar apostando em um Estado distante da maioria – presente apenas quando forçado pelas circunstâncias, como ocorreu na pandemia – ou se quer sua presença mais forte e atuante”, aponta o jornalista e documentarista Ayrton Centeno em sua coluna no Brasil de Fato.

Um debate fundamental nas eleições de 2022 se refere à concepção de cada candidato sobre o papel que o Estado pode desempenhar no dia a dia das pessoas. Reiteradas vezes, Jair Bolsonaro já disse que o Brasil precisa de "menos Estado" e a política econômica de Paulo Guedes vai nesse sentido. O mesmo vale para políticas sociais.

desigualdade.oeconômicoretomarpopularespelospontosprincipaisdefendidosmovimentosparaocrescimentoecombateà

Para se ter uma ideia do impacto, em 2018, só pagava Imposto de Renda quem recebia mais que dois salários mínimos e hoje quem ganha 1,57 salário mínimo já é tributado.

Revogação das reformas trabalhista e Ampliaçãoprevidenciáriado financiamento público da saúde Execução de um plano de recuperação da educação Retomar e ampliar as mais diversas formas de participação social

Outros problemas a serem enfrentados por um futuro governo são o desemprego e o rebaixamento salarial. A renda média do trabalhador brasileiro caiu 9,7% no trimestre encerrado em janeiro de 2022 em comparação ao mesmo período de 2021, segundo a Pnad Contínua. A taxa de informalidade não para de crescer. Hoje, este segmento corresponde a 40,1% da população ocupada, o equivalente a 39,1 milhões de trabalhadores sem carteira assinada. Ou seja, sem direitos básicos como férias, 13º salário, licença maternidade e paternidade, ou benefícios previdenciários como auxílio-doença e auxílio-acidente, além do acesso à aposentadoria.Diantedestecenário, os mo-

"O modelo neoliberal, muito encarnado de forma até caricatural pelo ministro Paulo Guedes, enxerga a relação entre público e privado como de oposição, uma visão superada mundo afora. Nenhum país democrático tem mais essa visão", aponta, em entrevista ao Opera Mundi, o professor de economia da Unicamp Guilherme Mello.Oeconomista, integrante da equipe que discutiu as diretrizes programáticas da chapa Lula-Alckmin, aponta a necessidade de promover uma nova legislação para obter recursos imediatos que auxiliem na superação da pobreza e na reativação da economia. "Sem esses recursos, cairemos em 2023 no abismo que [Jair] Bolsonaro montou para o novo governo", alertou. ra alguns dos

Confi

Salários

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A renda média do caiubrasileirotrabalhador9,7% no períodoaoemjaneiroencerradotrimestreemde2022comparaçãomesmode2021

O governo Bolsonaro deve ser o primeiro, desde 1989, a não reajustar a tabela de cobrança do Imposto de Renda (IR). A ausência da correção faz com que o poder de compra do brasileiro, já muito prejudicado pela alta da inflação, se reduza ainda mais.

As iniciativas do Estado, em um país desigual como o Brasil, são consideradas fundamentais para garantir o bem estar da população, ainda mais em tempos de crise. O protagonismo do Sistema Único de Saúde (SUS) durante a pandemia evidenciou isso, a despeito de o governo ter desprezado o combate à covid-19 e o Teto de Gastos ter enfraquecido o sistema.

armas

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Além do estímulo a comportamentos agressivos contra adversários políticos, Bolsonaro promoveu um festival de liberação de armas que contribui para o fortalecimento de organizações criminosas “Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre.” Era assim que o atual presidente Jair Bolsonaro se referia a seus adversários políticos em um ato de sua campanha eleitoral em 2018. A declaração foi lembrada por muitos após um militante bolsonarista assassinar o tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), em julho deste ano, mas foi apenas uma entre várias ocasiões em que o mandatário discursou de forma agressiva contra pessoas ou partidos que pensam diferente dele. Esse tipo de discurso por parte de alguém que tem um cargo como o de Bolsonaro não pode ser encarado como algo normal. “Quando você tem um líder que atua simbolicamente para criar um ambiente favorável ao uso da violência, isso estimula os cidadãos a aderirem a essa simbologia. Eles se veem respaldados, retroalimentados e validados por um representante político e têm acesso facilitado a armas”, pontua a cientista política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Mayra Goulart, em entrevista ao Brasil de “Primeiro,Fato.[temos] uma estetização da violência, que o Bolsonaro opera em seus discursos e na sua performance. Ele reivindica a violência como método, glamouriza o uso da violência, fala muito de porrada, bomba, tiro, fala em uso da violência e faz apologia ao uso de armas – não só apologia, mas também políticas públicas que vêm facilitando a armas de maneira geral”, resume, lembrando de um outro aspecto do atual governo, a liberação de armas de fogo.

Uma média de 1.043 brasileiros se registraram para licenças CACs por dia nos primeiros cinco meses de 2022

Em ato de campanha em 2018, Bolsonaro falou em "fuzilar a petralhada do Acre"

Mais armas, mais mortes 60

Em seu governo, Bolsonaro editou ao todo 19 decretos, 17 portarias, duas resoluções, três instruções normativas e dois projetos de lei com o objetivo de facilitar o acesso a armas de fogo e munição ao cidadão comum.

O registro de armamento de pessoas comuns como “caçadores, atiradores e colecionadores”, os chamados CACs, permitem que um atirador possa ter até 60 armas. Apenas nos primeiros cinco meses de 2022, uma média de 1.043 brasileiros se registraram para licenças CACs por dia. Entre julho de 2019 e março de 2022, a licença de registros pelo CAC saltou 262%, passando de 167.390 para 605.313 pessoas armadas. “Tirar esses calibres da exclusividade das forças de segurança enfraquece a capacidade do policial e do Exército de combater criminosos armados, que agora têm condições de ter as mesmas armas alimentadas pelas mesmas munições”, aponta o advogado e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Bruno Marques, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. “Di-

bolsonaristaSegundo

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Mayra Goular cientista política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em entrevista ao Brasil de Fato

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no ódio

ficulta também a investigação para determinar desvios, uma vez que os cartuchos 9mm e 40 agora podem ser comprados por qualquer pessoa.” “Eles [integrantes do PCC] pagavam de R$ 35 mil até R$ 59 mil num fuzil no mercado paralelo e agora pagam de R$ 12 mil a R$ 15 mil um [fuzil calibre] 556 com nota fiscal”, afirma em outra reportagem, do jornal O Estado de S. Paulo, o promotor de Justiça Lincoln Gakiya.

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ENOVIOLÊNCIADISCURSONAPRÁTICA

o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), indo no sentido contrário da queda do total de homicídios, o número de assassinatos por armas de fogo no Brasil cresceu 24% em 2021 em relação ao ano anterior, passando de 3.118 (2020) para 3.878 (2021). As mortes por outros meios de agressão diminuíram no mesmo período.

Marcelo Arruda foi morto a tiros durante o próprio aniversário por um mlitante

Ao extinguir ministério e abandonar políticas públicas do setor, atual gestão federal deixa de estimular uma área responsável pela geração de milhões de empregos e renda

A vacinação era para ter começado no ano passado. Com isso pensamos: Paulo Gustavo poderia estar aqui conosco" Daniela Mercury após a morte do ator Paulo Gustavo Foto: Divulgação

A lembrança dos artistas que perderam a vida na pandemia despedaçada

Duarte em março de 2020, que não conseguiu NacionalsendosetororçamentáriosBlancvetarossonarodoarmadodenunciadotituídapraticamenteencaminharnenhumaação.Apóspoucotemponocargo,aatrizfoisubs-porMárioFrias,portrabalhareameaçarfuncionáriosMinC.Nãobastasseodescaso,Bol-tambématuoucontratrabalhadoresdaculturaaoasLeisPauloGustavoeAldir2,quepreveemincentivosdestinadosaocultural.OsvetosacabaramderrubadosnoCongressoemjulho.

“O que a gente vê ali na Secretaria Nacional de Cultura é um amplo desejo de aniquilação da nossa identidade cultural. Não gosta de cultura, não gosta de artistas, não gosta de dança, de teatro, de música, de cinema, de culturas populares, cultura afro-brasileira, cultura indígena, quilombola, ribeirinhas, as mais diversas linguagens. Não gosta de livro, não gosta de conhecimento, não tem interesse que a população tenha acesso a esses bens e serviços culturais, então a gente percebe nitidamente que esse é o motivo dessa perseguição ao setor da cultura”, disse ao Brasil de Fato o articulador, produtor, gestor cultural Xauí Peixoto.

" "A vacinação era para ter começado no ano passado. Com isso pensamos: Paulo Gustavo poderia estar aqui conosco", disse a cantora Daniela Mercury após a morte do ator.

Esta foi somente uma das muitas postagens de Paulo Gustavo durante a pandemia em que ele buscou não apenas cobrar o governo por medidas relativas à prevenção e à vacinação, mas também buscou conscientizar as pessoas sobre o negacionismo. Outros artistas também foram vítimas da doença. Nomes como Aldir Blanc, Nicette Bruno, A CULTURA

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Xauí Peixoto Articulador, produtor, gestor cultural

Segundo o epidemiologista e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Pedro Hallal, em depoimento à à CPI, 95,5 mil mortes poderiam ter sido evitadas no Brasil se o governo federal não tivesse atrasado a compra das vacinas CoronaVac e da Pfizer.

Agnaldo Timóteo, Paulinho do Roupa Nova, Genival Lacerda, Eduardo Galvão, Tarcísio Meira, entre tantos outros, quase anônimos ou não, muitos dos quais vítimas do descaso do governo federal em relação à vacinação, à prevenção e à postura negacionista que tantas vezes foi adotada pelo próprio presidente Jair Bolsonaro.

O que a gente vê ali na Secretaria Nacional de Cultura é um amplo desejo de aniquilação da nossa identidade cultural."

O setor cultural e de entretenimento no país engloba 6,2 milhões de pessoas, entre empregadores, empregados e microempreendedores individuais (MEIs), que movimentam R$ 62,4 bilhões em massa salarial e geram R$ 41,9 bilhões em impostos federais. Segundo a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), com dados divulgados em junho, o faturamento deste mercado é de R$ 334,2 bilhões, aproximadamente 4,52% do PIB do país.

O atraso na aquisição de vacinas foi um dos destaques do relatório final da CPI da Covid. O documento apontou que a “mais grave omissão do governo federal foi o atraso na compra de vacinas”.

Jair Bolsonaro extingiu por medida provisória o Ministério da Cultura (MinC). Parte de suas competências e atribuições foram distribuídas para outros ministérios, enquanto outra parte simplesmente deixou de existir, prejudicando a elaboração e execução de políticas públicas. A secretaria que substituiu o ministério ainda contou com episódios absurdos, como o do seu então titular Roberto Alvim reproduzindo parte de um discurso de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda na Alemanha nazista, ao lançar o Prêmio Nacional das Artes. Ele foi substituído pela atriz Regina "Cadê a vacina meu deus?". Era esse o questionamento do ator e humorista Paulo Gustavo, em uma postagem de 3 de março de 2021 no Instagram. A publicação foi feita apenas dez dias antes de ele ser internado em decorrência da covid-19. Em 4 de maio, veio a falecer por conta das complicações da doença.

Foto: Tanam A. Hennicka

É por isso que os movimentos populares têm construído os comitês populares.

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é alargar povodepossibilidadesasatuaçãodonapolítica Morgana Souza Eduarda Rocha/CMSL Grito dos Excluídos e Excluídas questiona: 200 anos de Independência, para quem? A diversidades dos comitês populares

Entre os temas do Grito estão questões como a soberania alimentar e o combate à fome, a necessidade de garantir e aprofundar a democracia e o combate às desigualdades e à violência estrutural.

Com 28 anos, o Grito acontece em diversas cidades do Brasil com o lema "A Vida em Primeiro Lugar", que ecoava as demandas populares de um país que, em 1995, ainda não tinha a inclusão como prioridade.Aspalavras de ordem desta primeira edição se tornaram permanentes e hoje, em plena crise social e econômica, são ainda mais emblemáticas.

Durante o período eleitoral, os problemas que o povo enfrenta são constantemente debatidos e podem ser percebidos durante uma conversa no ônibus, no trabalho, na igreja, no bate-papo com os amigos e amigas ou mesmo no almoço de domingo com a família. São momentos como esse da eleição que podem impulsionar as mudanças que o Brasil precisa, por meio do debate de projetos e de propostas chave que podem ganhar o apoio da maioria da sociedade.

e após as eleições Com

Com cerca de 5 mil comitês no Brasil e no exterior, o objetivo é alargar as possibilidades de atuação do povo na política para uma agenda de desenvolvimento e igualdade no país que perpassa a hora do voto e vai além dele, inclusive como forma de defender a democracia ao manter a mobilização acessa e pulsante no país.

A formação dos comitês tem alcançado diversos segmentos, indo desde o Comitê Popular de Trabalhadores da Ford e de Assentados do MST até a experiência do Comitê de Tik Tokers. Eles realizam atividades como montagem de banquinhas nas praças, panfletagens, eventos culturais e visitas de porta em porta nos bairros.

Além da agenda presencial, toda sextafeira há ações nas redes e nas ruas para estimular outras manifestações como no happy hour, no encontro com os amigos ouAseventos.histórias destes e de outros comitês populares, e a agenda de mobilização, atividades e materiais de divulgação podem ser consultados no site comitepopular.org.br.

garantir participação popular

Movimentos querem durante cerca de 5 mil comitês no Brasil e no exterior, o objetivo

https://tinyurl.com/5y7zpmde

Quer contar a sua história de participação política para o Brasil de Fato? Vem de zap e fale com a gente.

O tradicional Grito dos Excluídos e Excluídas, realizado sempre no dia 7 de setembro, discute o bicentenário da Independência neste ano. O questionamento inclui na pauta as demandas relativas às tarefas urgentes para a reconstrução do Brasil.

EXPEDIENTE Esta é uma edição especial do Brasil de Fato / Circulação nacional gratuita, agosto de 2022. Edição: Nina Fideles e Glauco Faria Jornalista responsável: Nina Fideles (MTB 6990/DF). Artes e diagramação: Fernando Bertolo Arte da capa: Fernando Bertolo Com textos de Caroline Oliveira, Gabriela Moncau, Nara Lacerda e Vinicius Konchinski Revisão: Thalita Pires

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