Brasil de Fato Especial - Impactos da saída dos cubanos do programa Mais Médicos

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Edição Especial Nº 8 / 2018 Circulação nacional Distribuição gratuita

Menos Médicos

Araquém Alcântara

Após ameaças de Bolsonaro, cubanos deixam programa Mais Médicos; 28 milhões de brasileiros perdem atendimento de saúde Pág. 03


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GESTÃO

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Conheça a equipe que irá governar o Brasil Militares, ruralistas e apoiadores da censura em escolas farão parte do governo

2 “BRAÇO DIREITO” ONYX LORENZONI - Casa Civil

A eleição de Jair Bolsonaro (PSL) foi comemorada pelos setores mais conservadores da sociedade brasileira. Ao nomear os integrantes de sua equipe, antes mesmo da posse, o capitão reformado deixou claro quais os interesses por trás de sua campanha. Pela primeira vez, o país terá um ministro da Educação favorável ao projeto “Escola sem Partido”, que pretende censurar professores em sala de aula. Na agricultura, segue a tendência de avanço dos agrotóxicos, muitos deles proibidos em países desenvolvidos. O juiz

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Sérgio Moro, conhecido pela atuação partidária na Lava Jato, assume o Ministério da Justiça. Dos nomes já levantados como ministros, há apenas duas mulheres. Na cúpula do governo, dez cargos estratégicos serão ocupados por membros das Forças Armadas. Bolsonaro anunciou também que terá 22 ministérios, sete a menos do que atualmente e sete a mais do que havia prometido antes das eleições. Confira a trajetória dos principais membros da equipe de Bolsonaro.

“CABO ELEITORAL” SÉRGIO MORO -

Justiça e Segurança Pública Em novembro, Sérgio Moro pediu exoneração do cargo de juiz federal em primeira instância, após ganhar projeção com a condenação do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na operação Lava Jato. O convite para se tornar ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, feito ainda durante a campanha eleitoral, é alvo de críticas porque reforça a atuação política de Moro. O juiz que trabalhou para retirar Lula da disputa eleitoral teria recebido o cargo em Brasília como recompensa. Enquanto juiz, Moro responde

a vários processos disciplinares no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O magistrado é questionado por: vazar para a imprensa informações da delação premiada de Antonio Palocci; divulgação ilegal de grampos entre a então presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula; interferência para impedir o cumprimento de um habeas corpus favorável a Lula; viagem ao exterior patrocinada por uma entidade privada, para participar de evento a convite do governador eleito por São Paulo, João Doria (PSDB).

O deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) é defensor das demandas do agronegócio e membro da chamada “bancada da bala”. Apoiou o governo de Michel Temer (MDB), posicionandose a favor de pautas como a

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reforma trabalhista e a reforma do ensino médio, criticada por especialistas em educação. Em 2018, o “braço direito” de Bolsonaro admitiu ter recebido R$ 100 mil não declarados da JBS para sua campanha eleitoral em 2014. Por outro

lado, segundo a delação da JBS, Onyx teria recebido R$ 200 mil em espécie, entregues pelo presidente da Associação Brasileira de Exportadores de Carne Bovina, Antônio Jorge Camardelli, em setembro de 2014.

“MÃOS DE TESOURA” OSMAR TERRA - Cidadania

Ex-ministro do Desenvolvimento Social e Agrário do governo Michel Temer (MDB), Osmar Terra foi responsável por cortes no setor de assistência social. Crítico do Bolsa Família, ele contribuiu para excluir 4,4 milhões de famílias do programa durante sua gestão. Quando aceitou ser ministro

de Temer, Terra declarou guerra ao MST, ameaçando retirar investimentos da reforma agrária. O novo ministro foi citado em denúncia do Ministério Público Federal por obstrução de Justiça, por não ter informado, quando secretário de Saúde no Rio Grande do Sul, o cenário de falta de medicamentos no

estado. Terra foi absolvido em 2011 pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa. O novo Ministério da Cidadania inclui as pastas do Esporte, da Cultura e do Desenvolvimento Social.

4 “RAINHA DO VENENO” TEREZA CRISTINA - Agricultura Civil

Tereza Cristina é engenheira agrônoma, deputada federal (DEM-MS) e preside a Frente Parlamentar Agropecuária, conhecida popularmente como “bancada ruralista”. Apelidada de “rainha do veneno”, a deputada trabalhou para o avanço do Projeto de Lei (PL) 6299, que facilita

a liberação de agrotóxicos proibidos na Europa e nos Estados Unidos. O PL estava parado há 16 anos na Câmara graças à resistência de ambientalistas e especialistas em saúde. Ela recebeu doações de executivos diretamente ligados à indústria dos agrotóxicos

durante a campanha de reeleição para o Legislativo. Tereza Cristina é investigada por conceder incentivos fiscais a JBS enquanto secretária estadual de Desenvolvimento Agrário e Produção de Mato Grosso do Sul, na mesma época em que arrendou para si uma propriedade do grupo.


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“DR. CONSULTA”

LUIZ HENRIQUE MANDETTA - Saúde

Formado em medicina e especialista em ortopedia pediátrica, o deputado federal do DEM tem vínculos com planos de saúde privados. Foi presidente da Unimed e teve sua campanha eleitoral financiada pela Amil. Em 2013, Mandetta foi um dos

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opositores mais ferrenhos do programa Mais Médicos, criado pelo governo da então presidenta Dilma Rousseff (PT) para solucionar o déficit de profissionais de saúde nos rincões do país. É investigado por fraude em licitação, além de tráfico de influência e caixa

“O SILENCIADOR”

RICARDO VÉLEZ RODRÍGUEZ

Educação

Colombiano naturalizado brasileiro, é formado em Filosofia e professor-associado da Universidade Federal de Juiz de Fora. Em 2015, escreveu um livro chamado “A Grande Mentira: Lula e o Patrimonialismo Petista”. O professor afirma que o projeto “Escola sem Partido”, que censura a opinião de professores em sala de aula, é “providência fundamental”.

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Rodríguez elogiou a reforma do ensino médio, sancionada por Michel Temer em fevereiro de 2017. Também escreveu, em seu blog pessoal, que devemos “lembrar e comemorar” o 31 de março, data da instauração do golpe militar de 1964. Ele afirma que a avaliação histórica daquele período é “distorcida pelas universidades”.

“AMIGO MILITAR”

GENERAL FERNANDO AZEVEDO E SILVA - Defesa

General da reserva e exchefe do Estado Maior do Exército, Azevedo e Silva é assessor especial do ministro Dias Toffoli, presidente do STF. Ele foi contemporâneo de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras, onde o general concluiu o curso de formação em 1976.

No exterior, desempenhou a função de Chefe de Operações na Missão de Paz da ONU, no Haiti. O general já afirmou que as Forças Armadas poderão ser utilizadas esporadicamente em questões ligadas à segurança pública, como a intervenção do Exército no Rio de Janeiro.

10 “O GURU” Economista, é um dos fundadores do Banco Pactual e também fundador e sócio majoritário do grupo BR Investimentos, hoje parte da Bozano Investimentos. O guru de Bolsonaro é formado em um dos maiores redutos do liberalismo

2 na implementação de um sistema de prontuário eletrônico, quando era secretário de Saúde de Campo Grande (MS), durante a gestão de André Pucinelli (MDB). O futuro ministro teve seus bens bloqueados em uma ação civil pública relativa ao caso.

7 “O CONFUSO” ERNESTO ARAÚJO

Relações Exteriores

Nasceu em Porto Alegre (RS) e formou-se em letras. O novo chanceler defende que os “valores ocidentais” sejam impostos às outras partes do mundo. Elogioso ao “Deus de [Donald] Trump”, ele afirma ser contrário ao suposto "marxismo cultural" que acomete as relações exteriores. Também insiste que

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o nazismo foi uma experiência socialista, e que a preocupação com as mudanças climáticas é uma "tática globalista de instilar medo para obter mais poder". Foi indicado para o cargo pelo astrólogo Olavo de Carvalho, considerado um dos “gurus do Bolsonarismo”.

“O CENSURADOR” GUSTAVO BEBIANNO

Secretaria-Geral da Presidência

É um dos principais conselheiros do presidente eleito. Advogado carioca e uma das figuras mais próximas a Bolsonaro. Em entrevista coletiva, afirmou que sua principal tarefa à frente da Secretaria-Geral será a “modernização” e a

“desburocratização” do Estado. A Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) ficará sob sua responsabilidade. Bebianno disse que estuda “qual será o destino” da empresa pública, criada em 2007 durante o governo Lula.

PAULO GUEDES - Economia

econômico mundial, a Escola de Chicago, nos EUA. Entre as medidas anunciadas por ele para “controlar os gastos”, está a realização da reforma da Previdência, a aceleração das privatizações e o enxugamento da máquina pública. Os cortes nunca são “na própria carne”,

mas sim, nas políticas sociais. Guedes é alvo de investigações por fraudes contra fundos de pensão e fundos de investimentos, cujos prejuízos aos cofres públicos chegam a mais de R$ 1 bilhão.


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MENOS MÉDICOS

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Mais de 8 mil médicos cubanos deixaram o país após ameaças de Bolsonaro “Depois que chegou o Mais Médicos melhorou bastante. Sou muito bem atendida todos os meses. Os cubanos falam nossa língua, trabalham com respeito, são amigos, não tenho porque desaboná-los. Têm sorriso no rosto para nós que estamos doentes, têm carinho. Vamos sentir muita falta”, lamenta Noêmia Souza Lobo, aposentada, que realiza tratamento psiquiátrico e de varizes nas pernas na UBS Carlos Gentile, no distrito de Tiradentes, periferia de São Paulo. Após cinco anos atuando em cerca de 3.600 municípios do Brasil, 8.517 médicos cubanos deixam o Programa Mais Médicos e retornam ao seu país. A decisão, anunciada pelo governo de Cuba no mês de novembro, foi uma reação às declarações consideradas “depreciativas” e “ameaçadoras” feitas por Jair Bolsonaro, próximo presidente do Brasil. O político afirmou por diversas vezes que queria mudar as atuais regras do programa, afetando o

A maior parte dos médicos cubanos atuou em cidades com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

A medicina cubana está baseada na humanidade. O povo brasileiro estava um pouco carente por parte da saúde e a gente veio trazer o melhor que a gente sabe fazer, que é a saúde”. Valia Oliveira Bitencourt, médica cubana que trabalhou no Brasil por um ano e três meses em Itaquaquecetuba (SP)

Araquém Alcântara

Aproximadamente 28 milhões de pessoas ficam sem atendimento de saúde; lacuna deixada pelos profissionais não tem previsão para ser preenchida

Mais de

Cerca de

tiveram um médico pela primeira vez

de pessoas poderão ficar sem atendimento médico nos próximos meses

700 municípios

28 milhões

Em cerca de 1.100 cidades o programa é responsável por

Em 1.575 municípios

100% da cobertura

havia apenas médicos cubanos atuando pelo programa

de atenção básica

Em cinco anos de trabalho, os médicos atenderam mais de

113 milhões de pacientes


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Mentiras sobre a medicina cubana

convênio do país com Cuba. Em pronunciamento, o país caribenho reforçou que o contrato, iniciado em 2013, foi revalidado em 2017 e que as mudanças anunciadas pelo futuro governo são “inaceitáveis”. Bolsonaro também questionou publicamente a qualidade do atendimento e formação dos profissionais, mesmo com declarações da Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhecendo a excelência do sistema de saúde e de ensino cubanos. ONDE ATUARAM OS MÉDICOS? Alexandre Padilha, ministro da Saúde na época da criação do Mais Médicos, ressalta que os profissionais cubanos ocuparam vagas em regiões longínquas e sem estrutura porque os postos não foram preenchidos por médicos nativos. “Desde o começo, o chamamento foi em primeiro lugar aos médicos brasileiros. A primeira demanda foi de cerca de 16 mil médicos. Cerca de 17 mil médicos brasileiros se inscreveram pelo computador, mas não se apresentaram nas unidades de saúde", explica o ex-ministro. Em seguida, as vagas foram ofertadas para os médicos brasileiros formados no exterior que não tiveram seu diploma revalidado pelo governo do Brasil, ainda assim 11 mil vagas não foram preenchidas. Com isso, a Organiza-

O povo brasileiro tem uma característica que é a de abrir as portas para todos os estrangeiros em geral e de ser muito solidário. Temos muita dor por deixar tantas amizades. A gente deixa aqui um pedaço do nosso coração”.

ção Pan-Americana de Saúde, junto com o Ministério da Saúde de Cuba, construíram uma forma de trazer os médicos caribenhos para o Brasil, que preencheram essas vagas.

RR-72

AM-322

Yulianela González, uma das 202 profissionais cubanas do programa Mais Médicos que partiu no primeiro voo de volta de São Paulo para Cuba

Vagas deixadas pelos médicos cubanos no Brasil, por estado

PA-526

MA-469

TO-99

RO-163 MT-132

Com a saída de mais de 8 mil médicos de Cuba, o governo brasileiro abriu edital de convocação para médicos brasileiros. Quase a totalidade das vagas foram preenchidas pela internet, porém, apenas 738 profissionais se apresentaram, 8,9% do total dos aprovados pelo edital.

O governo brasileiro realiza um convênio com a Empresa Cubana de Serviços Médicos, uma estatal que gerencia serviços de saúde no Brasil e em outros países. Os médicos assinam um contrato com a estatal e sabem dos valores envolvidos. O Brasil paga pouco mais de R$ 11 mil por médico, que recebe em torno de R$ 3 mil livres. A "diferença salarial" é uma forma de financiar a saúde e a educação para o povo cubano, que sofre com o bloqueio econômico imposto pelos EUA. Os municípios que receberam esses profissionais garantiram moradia, transporte e alimentação.

AP-76

CE-433

AL-128

SE-94

BA-853

MG-603

MS-115

ES-213 PR-459 SC-258

RS-630

RN-139

PE-436

DF-21

GO-202

OS PROFISSIONAIS DA ILHA NÃO ESTÃO QUALIFICADOS TECNICAMENTE PB-128

PI-199 AC-104

MÉDICOS CUBANOS ESTÃO EM SITUAÇÃO DE ESCRAVIDÃO

RJ-228 SP-1.406

Em Cuba, há 25 faculdades públicas de medicina e uma Escola Latino-Americana de Medicina, na qual estudam estrangeiros de 113 países, inclusive do Brasil. O curso dura seis anos em período integral. Há também uma especialização de três a quatro anos. Pelas regras do Ministério da Educação de Cuba, apenas os alunos que obtêm notas consideradas altas, em uma espécie de vestibular e ao longo do ensino secundário, são aceitos nas faculdades de medicina. A saúde pública cubana é baseada na atenção primária e preventiva. Em 2015, Cuba alcançou uma taxa de mortalidade infantil abaixo de cinco por 1 mil nascidos. Também foi o primeiro país a criar uma única vacina contra a meningite B e o primeiro país do planeta a eliminar a transmissão de HIV de mães para filhos.


DESMONTE

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Privatização da Caixa ameaça políticas sociais

Desmonte dos bancos públicos foi um dos objetivos traçados pela equipe de transição de Bolsonaro

Mesmo antes de chegar à Presidência, a equipe de transição de Jair Bolsonaro sinaliza que irá expandir a entrega de bens e empresas nacionais ao setor privado. A política foi executada ao longo do governo de Michel Temer (MDB), que desestatizou partes significativas da Petrobras e da Eletrobras e mirou contra os bancos públicos do país, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal (CEF). Embora Bolsonaro afirme que não pretende privatizar as instituições financeiras, declarações de sua equipe ministerial apontam para o sentido oposto. Paulo Guedes, economista que está à frente da pasta de economia do novo governo, já disse ser favorável à privatização de todas as estatais.

Se as intenções de Guedes se realizarem, milhares de brasileiros serão prejudicados. Na avaliação do economista Roberto Piscitelli, professor da Universidade de Brasília (UnB), a venda da Caixa deve provocar um efeito devastador em diferentes áreas. "Privatizar a Caixa significa que o governo vai ser um mero regulador das ações realizadas pelo mercado dentro de uma ótica privatista. Portanto, adeus aos programas sociais", alerta Piscitelli. Nos primeiros nove meses de 2018, o banco registrou lucro de R$ 12 bilhões. No dia 22 de novembro, o futuro ministro da Economia,

Banco deve demitir 16 mil trabalhadores

Paulo Guedes, indicou o nome de Pedro Duarte Guimarães para a instituição. Guimarães foi um dos responsáveis para levantar o nome das estatais que poderiam ser privatizadas na gestão Bolsonaro. RESISTÊNCIA Jair Ferreira, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), alerta que a mobilização dos trabalhadores e da sociedade é fundamental para frear esse processo de privatizações. “Com a falácia de que o banco é um ‘cabide de empregos’, existe a previsão de um novo plano de demissão e aposentadoria ainda este ano. Mas não vamos aceitar a diminuição da Caixa”, promete. No atual plano de desligamento, lançado em novembro, o banco deve demitir 1,6 mil trabalhadores, para “economizar” até R$ 324 milhões. Desde o golpe de 2016, já são 12,5 mil trabalhadores a menos.

Yasuyoshi CHIBA / AFP

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Habitação - A Caixa financia 70% das moradias no país Bolsa Família - 13,7 milhões de famílias recebem o benefício atualmente Aposentadoria - Pagamentos de aposentadorias e pensões aos beneficiários do INSS totalizaram R$ 33,7 milhões Loterias federais - Até julho de 2018, mais de R$ 3,6 bilhões arrecadados pela loteria da Caixa foram destinados ao desenvolvimento social Cultura - Investimento de R$ 13 milhões em projetos de teatro, cinema e exposições Crédito rural - Investimentos da Caixa na agricultura, por meio de crédito, saltaram de R$ 2 milhões, em 2013, para R$ 7,2 milhões, em 2016 FIES - Programa facilitou o acesso à universidade para cerca de 7 milhões de estudantes *Dados referentes ao primeiro semestre de 2017 ** Informações disponibilizadas pela campanha “Defenda a Caixa você também”


Lula pode ser o primeiro brasileiro a ganhar o Prêmio Nobel da Paz

RECONHECIMENTO

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Ricardo Stuckert

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VOCÊ SABIA?

Campanha será registrada no dia 31 de janeiro por centenas de personalidades de todo o mundo O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ser o primeiro brasileiro contemplado com o Prêmio Nobel da Paz. Isso é o que prevê a campanha internacional que defende o nome de Lula para a premiação. O argentino Adolfo Pérez Esquivel, que recebeu o Nobel da Paz em 1980, é um dos líderes do movimento que defende a candidatura de Lula. Ele considera que o ex-presidente “foi um lutador incansável contra a fome e a pobreza”, e que sua trajetória o transformou em um líder mundial pela paz e pela dignidade humana.

“O governo Lula foi uma construção democrática e participativa, com meios não violentos que elevaram o padrão de vida da população e deram esperança aos setores mais necessitados”, afirmou Esquivel, em carta direcionada ao Comitê Norueguês do Nobel, responsável pela escolha do vencedor. Durante os dois mandatos de Lula como presidente, de 2003 a 2010, a pobreza caiu 50,64% no Brasil – conforme pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2011.

Como funciona Esquivel tem trabalhado para reunir assinaturas, ao redor do mundo, de chefes de Estado, professores e reitores de universidades e ganhadores de outras edições do Nobel, conforme critérios estipulados pela organização do prêmio. A ideia é que eles assinem um formulário, na página do Comitê Norueguês do Nobel, até 31 de janeiro de 2019. Ao todo, 400 mil pessoas aderiram

à campanha desde o ano passado. A escolha anual dos vencedores fica a cargo de quatro instituições: a Academia Real de Ciências da Suécia é responsável pelos prêmios de Física, Química e Economia; a Academia Sueca de Letras define os ganhadores da Literatura; o Instituto Real Médico-Cirúrgico de Karolinska julga os trabalhos de Medicina; e o Parlamento Norueguês, o Nobel da Paz.

Você Sabia? O Prêmio Nobel foi criado pelo cientista sueco Alfred Bernhard Nobel, inventor da dinamite, para dar notoriedade às pessoas que contribuem para o desenvolvimento da humanidade. Existem seis categorias: Física, Química, Economia, Medicina, Literatura e da Paz. A primeira cerimônia ocorreu em 1901.

Lula, preso político Detido na sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba (PR), desde o dia 7 de abril de 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é considerado um preso político por importantes figuras do Brasil e do mundo. Condenado a 12 anos e um mês de prisão pelo ex-juiz de primeira instância Sergio Moro. Neste mesmo período, a Vigília Lula Livre, composta por militantes de movimentos populares, se mantém com uma programação diária, em frente à sede da PF, que já recebeu diversos líderes políticos, artistas e religiosos para prestar solidariedade e denunciar a prisão política de Lula. Recentemente, mais um pedido de habeas corpus ao ex-presidente foi negado. A defesa alegou ao STF que Moro teve, e tem, motivações políticas ao atuar na prisão do ex-presidente, o que, segundo os advogados, ficou evidente quando o juiz aceitou o convite de Bolsonaro para assumir o Ministério da Justiça.


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SERVIÇOS

Cuidados durante o verão Cuidado com a pele

Beba muita água

De olho na água parada

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Férias escolares, praia, piscina, atividades ao ar livre. O verão é a estação preferida de muitos brasileiros, mas requer cuidados especiais. Fique ligado!

Ao sair de casa, use chapéu, óculos escuros, e evite ficar exposto ao sol entre 10h e 16h. Não se esqueça do protetor solar: ele deve ser aplicado meia hora antes da exposição ao sol e reaplicado a cada duas horas. Na praia ou piscina, passe novamente a cada mergulho.

Dicas de presente de Natal Você sabia que existe uma maneira de agradar a família e, ao mesmo tempo, fortalecer os movimentos populares? Se você mora em São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro ou Porto Alegre, é fácil adquirir cestas especiais de produtos agroecológicos

no Armazém do Campo. Para quem tem costume de fazer as compras de Natal na internet, outra ótima dica é a Livraria Expressão Popular. Lá você encontra livros essenciais para entender história e política do Brasil. Confira alguns deles:

Temperaturas elevadas pedem mais hidratação. Não se esqueça de beber água. O ideal é consumir dois litros por dia. A temporada também exige cuidado redobrado com a alimentação. Frutas, verduras, grãos e sucos naturais são leves e combinam com o verão. Não deixe acumular água em objetos externos, tampe bem a caixa-d'água e coloque areia no pratinho das plantas. O verão permite muita diversão, mas também é a época com mais proliferação de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue, chikungunya, zika e febre amarela.

“Desenhos da resistência” (R$ 30), de Marlene Crespo, reproduz trabalhos que denunciam a repressão política durante a ditadura militar e a luta de diferentes setores da população, como mulheres, índios, estudantes, operários, moradores de periferias.

“Contos e poemas”(R$ 20), de Mário de Andrade, reúne narrativas e poéticas do autor, cujo tema central é a vida da classe trabalhadora brasileira. Os textos foram selecionados dos livros “Os contos de Belazarte”, “Contos novos” e “Poesias completas”.

Armandinho EXPEDIENTE Esta é uma edição especial, produzida em parceria com a Frente Brasil Popular, com circulação nacional gratuita, em dezembro de 2018. Edição: Nina Fideles, Daniel Giovanaz e Luiz Felipe Albuquerque. Reportagem: Rute Pina e Lu Sudré. Jornalista responsável: Nina Fideles (MTB 6990/DF). Artes e diagramação: Fernando Bertolo CONTATO Site: brasildefato.com.br Email: jornalismo@brasildefato.com.br Facebook: /brasildefato Twitter: Brasil_De_Fato


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