7 minute read

Dicas para não surtar

Em tempos de pânico, o melhor remédio é manter a calma INSPIRA E EXPIRA Profissionais da saúde dão dicas sobre como cuidar da saúde mental em situações de quarentena e isolamento

Larissa Costa

Advertisement

Cuidar da saúde mental já não é uma coisa fácil, sobretudo em tempos de coronavírus. Com o pânico instalado, o medo e a ansiedade podem ser tornar grandes inimigos no autocuidado e na prevenção contra a doença. O alerta é feito por especialistas, que ressaltam: para lidar com esta crise, o melhor é manter a calma.

Segundo a médica de família Iracema de Almeida Benevides, a tendência é que o pânico e a ansiedade aumentem nos próximos dias, especialmente agora que há um crescimento na incidência dos casos. “É preciso termos a capacidade de usar o ‘medo’ de uma maneira produtiva e focar no que precisa ser feito, como a lavagem correta das mãos, o aprendizado de novas formas de cumprimento social, de não se tocar e beijar, cuidados com os objetos e superfícies, proteção aos idosos”, comenta a médica, que segue o referencial da Medicina Antroposófica para orientações e cuidados preventivos com a saúde.

Fake news é o pior remédio

A psicanalista Paula de Paula, que também é professora de psicologia da PUC Minas, avalia que o excesso de informações é uma das principais causas de ansiedade e até de paranoia. Segundo ela, é muito perigoso se informar somente pelo WhatApp. “Não podemos ficar acreditando em todas as postagens. As pessoas precisam fazer o exercício de averiguar, procurar o que é fake news”, aponta.

Ansiedade e o medo também podem ter como causa as desigualdades sociais

Paula pondera que a ansiedade e o medo também podem ter como causa as desigualdades sociais, uma vez que a muitos trabalhadores são informais ou vivem de pequenos comércios. “Essas pessoas podem ficar alarmadas por uma questão que não tem a ver com o medo da doença, mas o medo de como vai ser no final do mês para pagar as contas”, diz.

Dicas para lidar com o isolamento

Muitos trabalhadores têm a possibilidade de trabalhar de casa, evitando o convívio social e, consequentemente, evitando a transmissão do vírus, e contribuindo para a proteção coletiva. A quarentena, portanto, não deve ser entendida como punição. Ao contrário, como aponta Iracema, pode ser um momento de buscar novos hábitos e desacelerar.

“Já que está em casa, as pessoas podem comer mais devagar. Podem também preparar os alimentos de uma maneira mais pausada e curtir a preparação; tomar mais sucos à base de frutas e fazer receitas para as quais até então não tiveram tempo”, sugere a médica. Frutas cítricas, como laranja e limão, devem ser consumidas à vontade.

Além disso, ela aconselha pensar em um dia de cada

A quarentena pode ser um momento de buscar novos hábitos e desacelerar, diz médica

vez, planejar uma rotina curta e segui-la. Ela sugere manter o corpo ativo em casa, realizando alongamentos, atividades físicas simples, tomar dez minutos de sol e fazer exercícios respiratórios de inspiração e expiração. Tudo isso ajuda a manter a calma e o foco.

A médica alerta para evitar o consumo de álcool e evitar ao máximo o anti-inflamatório ibuprofeno, muito usado em cólicas menstruais. Esse medicamento pode favorecer o desenvolvimento do vírus.

Converse com as crianças

Com as crianças, a dica é organizar o dia com elas e aproveitar o tempo, por exemplo, realizando brincadeiras lúdicas. No entanto, Paula afirma que a presença das crianças em casa pode ser um motivo que gere mais ansiedade tanto para elas, quanto para as mães, principalmente aquelas que não poderão ficar em quarentena.

Além dos laços de solidariedade, que podem facilitar o cuidado com os pequenos, uma forma de amenizar a ansiedade é conversar com os filhos sobre o que está acontecendo, sobre os motivos de não ter aula, sobre cuidados de higiene e mudanças de hábitos que envolvem contato físico. “As crianças também sofrem ou com a mudança do hábito ou porque o adulto não se preocupa em explicar para ela a situação. É preciso encontrar meios para conversar com elas, dentro da capacidade de entendimento que cada uma tem”, diz a psicanalista.

Virgínia Fontes Solidariedade social ativa e o coronavírus

Precisamos ter claro que somente protegeremos nossas saúdes protegendo a saúde de todos, a começar pelos mais vulneráveis aos vírus – idosos e pessoas com doenças pré-existentes –, pela grande massa de trabalhadores da saúde, e pela imensa maioria da população de nossas cidades, cuja desigualdade social crescente deixa sem recursos. Temos uma chance de sairmos bem dessa epidemia, pois ainda não conseguiram destruir o Sistema Único de Saúde (SUS), o que poderosos vêm tentando desde sua implantação na Constituição.

Solidariedade ativa é não perder o fio do pensamento: - dinheiro público deve ir integralmente para a saúde pública; - a vida da população é mais importante do que os juros da dívida para milionários. Pelo fim da PEC 95, (do Teto dos Gastos Públicos).

Solidariedade social ativa é exigir:

- que estejam recompostas as equipes de agentes comunitários de saúde; - que haja previsão desde já para garantir atenção especial para as famílias de baixa renda. Em caso de isolamento doméstico, muitas precisarão receber alimentação e atenção psicossocial.

Solidariedade social ativa é lembrar: - a vida antes do lucro – paralisação de atividades não pode resultar em perda de salários. Apenas ínfima parcela da população tem reservas para enfrentar uma situação como essa, e esses devem contribuir com os demais; Solidariedade ativa é dinheiro público para o SUS

- o vírus mostra que todos os seres humanos são iguais e que a desigualdade resulta da organização da vida social. Nenhuma discriminação pode ser tolerada – contra alguns bairros, ou contra pobres, negros, mulheres, LGBTs.

Frédi Vasconcelos A mentira da infecção do dólar pelo coronavírus

O dólar explodiu, chegando a R$ 5. A primeira “explicação” dos meios de comunicação comerciais (Globo e outros) é que se devia ao coronavírus, à crise mundial etc, escondendo os “erros” da política econômica do Paulo “Posto Ipiranga” Guedes e de Bolsonaro, que eles apoiam.

A nova gripe estressou as bolsas e mexeu no câmbio em muitos países. Mas, como nos casos fatais da doença, quem sofre os piores efeitos são aqueles que já estão mal de saúde. É o caso da economia brasileira. O real foi a moeda que mais perdeu valor no mundo em relação ao dólar em 2020. De 2 de janeiro a 14 de fevereiro, houve desvalorização de 6,22%. Antes ainda do desastre do começo de março.

Desde que o atual governo assumiu, em janeiro de 2019, os resultados são medíocres. O crescimento econômico ficou em 1,1%, em estagnação. Nossa economia está do tamanho que tinha em 2013. São sete anos perdidos. Voltando ao dólar. A moeda estadunidense era R$ 3,82 em 2 de janeiro de 2018. O tal do mercado e os mesmos meios de comunicação venderam a ideia de que o país chegaria ao paraíso econômico com as “reformas”, que o dólar cairia etc.

A Previdência e outras medidas foram aprovadas, mas o desemprego continuou na casa de 12 milhões de pessoas, a informalidade explodiu e todos os trabalhadores ficaram mais pobres. E o dólar passou da casa dos R$ 4 em agosto do ano passado, de onde nunca mais desceu.

E é bom lembrar as datas. O primeiro caso de coronavírus na China é de 31 de dezembro de 2019. No Brasil, 25 de fevereiro de 2020. Antes disso, a moeda americana já estava nas alturas por incompetência do governo e porque o tal mercado, que diz apoiá-lo, aproveita a fraqueza de Bolsonaro e Guedes para ganhar (muito) dinheiro. Real foi a moeda que mais perdeu valor em relação ao dólar em 2020

Frédi Vasconcelos é editor do Brasil de Fato Paraná

ACOMPANHANDO

...Na edição 320... Especial: 30 dias de greve da educação

E agora... Governo de MG quer que paralisação seja considerada ilegal O Estado de Minas Gerais ajuizou, na terça (17), ação judicial contra o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG) pedindo que a greve, que começou no dia 11 de fevereiro e dura por tempo indeterminado, fosse considerada ilegal. Na mesma data, foi realizada audiência entre o Executivo estadual e o sindicato, na tentativa de conciliação, mas nenhuma proposta foi apresentada, nem sobre o pagamento do piso nacional e nem a respeito da quitação do 13º salário de 2019 da categoria. Até o momento, o Tribunal de Justiça (TJMG) não considerou ilegalidade ou abusividade na greve.

This article is from: