Edição 345 do Brasil de Fato MG

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CIDADES

Belo Horizonte, 30 de julho a 5 de agosto de 2021

Professores denunciam contaminação de covid-19 em escolas de Uberlândia PANDEMIA Mais de um mês do retorno às aulas presenciais, 17 casos de covid-19 foram notificados nas escolas Divulgação / Semed Samonte

Débora Borba Após mais de um mês do retorno às aulas presenciais em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, professores da rede municipal denunciam condições do ensino que colocam em risco a saúde dos trabalhadores em meio à pandemia de covid-19. Desde o dia 14 de junho, os alunos podem optar pelo modelo de ensino híbrido, cuja presença é facultativa. Para os professores o retorno foi considerado obrigatório. O sistema híbrido prevê que as turmas sejam divididas em dois grupos de revezamento. Enquanto, em uma semana, metade dos estudantes vão para o ensino presencial, a outra metade segue o conteúdo à distância. Ao todo, são cerca de 70

mil alunos matriculados nas escolas. “O problema é que [o ensino híbrido] não está funcionando e a pandemia continua avançando. Temos 96% dos leitos ocupados. E é impossível estar em dois lugares ao mesmo tempo, se o professor está na escola, em sala de aula, como ele vai atender aos alunos que estão

em casa? E nas nossas escolas, sobretudo nas rurais, não há sequer internet”, critica o professor Ronaldo Ferreira. Proteção Os profissionais da educação receberam poucas máscaras, de péssima qualidade, segundo uma profissional que preferiu não se identificar. Segundo ela, nas es-

colas muitas salas de aulas são pequenas, sem ventilação, janelas altas, que às vezes estão emperradas, além do tamanho das salas, que não permite espaço suficiente para o distanciamento social. É comum, ainda, as escolas possuírem um único banheiro para todos os alunos.

Segundo professora, além de receberam poucas máscaras, salas são pequenas e mal ventiladas “Nas creches, na educação infantil e nas séries iniciais é impossível os profissionais da educação manterem o distanciamento ne-

cessário, já que é preciso trocar fraldas, dar banho, trocar roupas, amarrar um cadarço, dar colo para as crianças”, aponta a professora. Contaminação Ronaldo Ferreira, que leciona em duas escolas rurais em Uberlândia, relata que 17 profissionais testaram positivo para covid-19. Ele mesmo foi contaminado pelo e trabalhou uma semana inteira, sem saber que estava infectado. Ele descobriu após fazer um teste por conta própria. A prefeitura foi procurada para comentar sobre o processo de afastamento dos profissionais e dos alunos, e para atualizar dados referentes a novas infecções. No entanto, não houve resposta até o fechamento desta matéria.

Projeto minerário, a 7 quilômetros do Centro de BH, ameaça Região Metropolitana SERRA DO CURRAL Para ambientalista, solução é tombamento estadual, mas governo de Minas está na contramão da proteção ambiental Bernardo Dias /CMBH

Larissa Costa A Serra do Curral, símbolo de Belo Horizonte, é visada há pelo menos 60 anos por empreendimentos imobiliários e por mineradoras, como mais recentemente o megaprojeto da Taquaril Mineração S.A (Tamisa). A última notícia desse conflito ambiental envolve o dossiê produzido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), documento que pede o tombamento estadual da Serra do Curral. Leônidas Oliveira, secre-

tário de Cultura e Turismo do governo de Romeu Zema (Novo), fez o pedido para que esse dossiê seja revisado.

O secretário alegou “irregularidades no contrato” do dossiê. Esse estudo feito pelo Iepha foi encomendado pelo

Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG).

há data prevista para discussão da pauta.

Histórico A Serra do Curral foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na década de 1960 e, em 1991, foi tombada também pelo município de BH. No entanto, para o MPMG, esses tombamentos não são suficientes. O tombamento deve ser votado no Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep), mas, com o pedido de revisão do dossiê feito pelo governo estadual, não

Manifestação popular A Tamisa pretende instalar o Complexo Minerário Serra do Taquaril a cerca de 500 metros de casas do bairro Taquaril, na Região Leste de BH, e a 7 quilômetros do centro da capital mineira. Dois abaixo-assinados, um em defesa da Serra do Curral e outro pelo tombamento estadual, estão abertos. Juntos, já contam com quase 100 mil assinaturas. Acesse o link em nosso site: www.brasildefatomg.com.br .


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