Arquivo pessoal
Lideranças indígenas
Reprodução
Cravo do nariz é um bicho?
Conheça três mulheres das etnias Pankararu, Kiriri e Pataxó que estão na linha de frente pelos seus direitos
Além das bactérias, há um outro ser que também habita no sebo de nossa pele: um ácaro chamado Demodex
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CIÊNCIAS 13
MG Minas Gerais Belo Horizonte, Belo Horizonte, 3 a 9 de setembro de 2021 • edição 350 • brasildefatomg.com.br • distribuição gratuita André Borges / MAB
R$ 3,45 bilhões por mês a mais do bolso dos mais pobres
Nova tarifa da conta de luz, que passou a valer a partir da quarta-feira (1), vai custar R$ 3,45 bilhões por mês a mais no bolso dos consumidores. Em oito meses, a “bandeira de escassez hídrica” terá consumido um total de R$ 27,6 bilhões do orçamento das famílias. A nova tarifa deve vigorar, pelo menos, até abril de 2022 e será utilizada (a nova tarifa) para subsidiar bônus concedidos a grandes empresas I BRASIL 9
Mais de 80 dias de greve
Fiemg bolsonarista
7 de setembro
Cerca de 350 trabalhadores da Copanor seguem em paralisação, mesmo com salários cortados
Governador recusou-se mais uma vez a assinar carta de governadores contra as ações antidemocráticas do ex-capitão
Grito dos Excluídos acontece, em todo Brasil, por trabalho, comida, renda e por fora Bolsonaro
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 3 a 9 de setembro de 2021
OPINIÃO
Novos gritos do povo excluído Marcelo Barros Durante esta semana, na qual o Brasil recorda a sua independência de Portugal, de norte a sul do país, as manifestações populares nos dizem que a independência política tem de ser completada por verdadeira libertação de todas as pessoas que vivem no país. Por isso, é importante que todos e todas escutem o grito das multidões de brasileiros e brasileiras
ESPAÇO DOS LEITORES “Fora Zema! Uma decepção” Rogério Santiago sobre artigo “Se Kalil não se vincular à frente democrática contra Bolsonaro perderá para Zema em MG”, de José Prata Araújo -“Que ideia e que expressão maravilhosa. Parabéns ao artista” Claudio França sobre matéria “Artista restaura a obra “O Abraço” localizada no centro de Belo Horizonte (MG)” -“Bora, bonde!” Lara Sousa comenta post “Sapatão no Guidão: pedalada por Visibilidade Lésbica acontece no próximo domingo em BH” -“Isso não pode acontecer! Já sofremos tantas perdas e altas!” Heron Santos comenta a manchete “Alimentos vão ficar mais caros com privatização da Ceasa Minas”, da edição 349 -“Até consertarem todo esse estrago vai levar décadas” Luciana Matsu comenta a capa da edição 349 “Alimentos vão ficar mais caros com privatização da Ceasa Minas”
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Amargamos um dos piores índices de desemprego ainda excluídos/as dos seus direitos básicos. O lema deste 27º Grito dos Excluídos resume gritos novos e antigos em um só assim formulado: “Vida em primeiro Lugar! “Na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda, já!”. Esse tema com seus diversos gritos se insere na campanha Fora Bolsonaro que não é apenas dos excluídos e excluídas. Abrange pessoas de todas as categorias que não querem compactuar com a barbárie. O Brasil vive sob constantes ataques à nossa soberania e democracia. Governo privilegia modelo depredador Cada dia, o presidente e sua base ameaçam o povo brasileiro com novo golpe, ora com palavras, ora com tanques das Forças Armadas, ora com chantagens ao Congresso.
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
Desgasta a relação entre as instituições, como nos últimos dias, com notícias falsas e estímulo ao ódio aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em um momento no qual o mundo inteiro está alarmado com as consequências dramáticas do aquecimento global e a ONU prepara duas conferências sobre mudanças climáticas, o governo brasileiro privilegia o modelo depredador, favorece queimadas e aposta na destruição da natureza. Toma como inimigos os povos originários e, a cada dia, aprova medidas para lhes roubar terra e direitos adquiridos. O povo brasileiro amarga um dos piores índices de desemprego da nossa história e um aumento descomunal do trabalho informal e mal remunerado.
Presidente e sua base ameaçam instituições Juntos para voltar a sonhar Por tudo isso e para dar um basta nesta situação, toda pessoa de boa vontade e que ama a Vida é convidada a se manifestar nesta semana e especialmente no dia 7 de setembro, no 27º Grito dos Excluídos e Excluídas e nesta Campanha Fora Bolsonaro! Juntos por um país verdadeiramente independente, sem genocídio da população pobre, negra e indígena, com justiça social e oportunidades para que o povo volte a sonhar e ter orgulho de ser brasileiro.
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Belo Horizonte, 3 a 9 de setembro de 2021 Mídia Ninja
Declaração da Semana “O governo Bolsonaro entrou inimigo do povo Yanomami, inimigo do povo indígena. O governo militar não gosta de índio, não gosta de ninguém. O meu povo Yanomami está doente de malária, de gripe, de coronavírus. E garimpeiro continua entrando” Davi Kopenawa Yanomami, cacique, xamã, antropólogo e grande liderança do povo Yanomami
GERAL
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Números da Semana 90%
da produção de ouro ilegal do Brasil provem de lavras garimpeiras da Amazônia. Ao todo, pelo menos 28% do ouro produzido no Brasil em 2019 e 2020, e vendido com certificado da Agência Nacional de Mineração (ANM), tem evidências de ilegalidade. O dados são de um estudo realizado pela UFMG.
Vacina contra gripe continua disponível em BH
Tomaz Silva /Agência Brasil
Mesmo com o encerramento da campanha de vacinação contra a gripe, os Centros de Saúde de Belo Horizonte irão manter disponível a vacina para toda população. Desde julho, a vacinação ao público foi ampliada e é indicada para todas as pessoas a partir dos 6 meses de idade. Por medida de segurança, quem recebeu qualquer vacina, incluindo contra a covid-19, precisa respeitar um intervalo mínimo de 14 dias para tomar a dose contra a gripe. Os horários e endereços dos Centros de Saúde estão no portal prefeitura.pbh.gov.br.
Atenção beneficiários do Ipsemg que querem parar de fumar
Freepick
Estão abertas as inscrições para mais uma turma do grupo Tabaco Zero On-line, promovido pelo Ipsemg. O grupo conta com orientações de profissionais da saúde para auxiliar os beneficiários que desejam parar de fumar. Os encontros virtuais serão semanais, sempre às quintas- (9, 16, 23 e 30/9), às 14h. Os beneficiários interessados em participar devem se inscrever no link https://bityli.com/8ZcYh.
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MINAS
Belo Horizonte, 3 a 9 de setembro de 2021
Há mais de 80 dias em greve, trabalhadores da Copanor estão há 3 meses sem salários GREVE HISTÓRICA Trabalhadores tiveram auxílios educação e funeral, cesta básica e outros benefícios extintos Reprodução /Sindágua
des praticadas pela empresa. “O trabalhador que é disponibilizado para a atividade essencial [os grevistas estão fazendo escala mínima de atendimento], faz o serviço e a Copanor não deixa assinar a folha de presença. São situações surreais. Numa localidade com
Amélia Gomes Mesmo sem salário, mais de 350 trabalhadores da Copanor, Copasa Serviços de Saneamento Integrado do Norte e Nordeste de Minas Gerais S/A, seguem firmes na greve da categoria que ultrapassa oitenta dias. A paralisação é a mais extensa registrada no estado em 2021. Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial compatível com a inflação de 2020, correção inflacionária, retomada dos benefícios e a garantia da estabilidade dos empregos. Osvaldo Márcio Sampaio, coordenador do departamento jurídico do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e Purificação de Água e em Serviço
Garantia dos empregos é o principal ponto de embate entre a empresa e os trabalhadores
de Esgoto de Minas Gerais - Sindágua/MG, denuncia que a empresa tentou des-
Não é uma greve só econômica, é luta contra a privatização
legitimar judicialmente a greve da categoria, buscando tornar a paralisação ilegal. No entanto, a tentativa foi rejeitada pelo Tribunal Regional do Trabalho e transformada em uma proposta de dissídio coletivo, que está em avaliação no tribunal. O advogado denuncia também outras ilegalida-
350 trabalhadores da Copanor reivindicam reajuste salarial o IDH tão baixo, a empresa não fornece sequer um pão para o trabalhador. Isso pode desencadear em um acidente grave, pois a maio-
ria dos trabalhos realizados exigem muita força física”, alerta. Além dos salários suspensos por causa da greve, neste mês de agosto os trabalhadores da Copanor (grevistas ou não) tiveram cortados benefícios como cesta básica e auxílio educação. Mesmo diante da situação, a categoria decidiu, em assembleia no último dia 27, por manter a paralisação. Os trabalhadores alegam que a empresa regrediu nas propostas apresentadas e agora oferece apenas a retomada dos benefícios em contrapartida ao fim da greve. E que seguem irredutíveis quanto à garantia da estabilidade de emprego dos trabalhadores.
Luta contra a privatização Reprodução /Sindágua
A garantia dos empregos é o principal ponto de embate entre a empresa e os trabalhadores. A categoria afirma que além de evitar uma retaliação aos grevistas, a estabilidade é também uma forma dos trabalhadores lutarem contra a privatização da empresa. É que em junho deste ano, o governador Romeu Zema apresentou o Projeto de Lei 2884/21 que impõe a regionalização do saneamento básico do estado. Ou seja, o governo estadual transfere para os municípios a responsabilidade de garantir o saneamento básico, a exemplo do que é proposto para a educação com o projeto Mãos Dadas. Wagner Xavier, assessor do Sindágua, explica que
Resposta da empresa
na prática o PL implementa a privatização do serviço de saneamento, já que centenas de municípios, sobretudo os mais pobres, não vão ter condições de arcar com o serviço, entregando para a iniciativa privada. E por isso, a garantia da estabilidade dos trabalhadores da Copanor é algo tão decisivo nesta luta. “Eles precisam ter o fim da estabilidade para demitir os 411 trabalhadores
que hoje estão na Copanor. Por isso que não é uma greve só econômica, ela está discutindo também a luta contra a privatização”, alerta Xavier. O PL 2884/21, de autoria de Romeu Zema, que propõe a privatização do saneamento em Minas, está em avaliação na Comissão de Constituição e Justiça da ALMG. Mais de 60 entidades lançaram uma Carta Manifesto contra o projeto.
Por meio de nota, a Copanor informou a nossa reportagem que “foi mantida a última proposta apresentada em audiência, que inclui recomposição salarial de 3,58% (equivalente a 75% do INPC) e, também, reajuste no programa alimentação, de 5,5%, (percentual superior ao INPC)”. No entanto, o sindicato rejeitou a proposta. Sobre a permanência da extinção dos benefícios, a empresa informou que “apresentou proposta de Acordo temporário, para fins de pagamentos dos benefícios suprimidos, enquanto perdurar a Ação de Dissídio Coletivo. No entanto, o Sindicato não aceitou a oferta”.
Campanha de solidariedade
Para apoiar os grevistas, o Sindágua organiza uma campanha de solidariedade. Os valores arrecadados serão revertidos em cestas básicas, vale gás e outros auxílios para os funcionários da empresa. A categoria informa que não há quantia mínima para doação e qualquer valor é bem-vindo. A chave do PIX é o e-mail sindagua@ sindagua.com.br.
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Empresários, sindicatos e jornalistas mineiros repudiam nota bolsonarista da Fiemg
Grito dos Excluídos: protestos de 7 de setembro em MG pedem o impeachment de Bolsonaro
Reprodução / facebook
“BASTA” Lema desse ano é “Na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda já!” Divulgação
Federação lançou nota em favor de sites de fake news, na quarta (1). Mais de 200 empresários divulgaram manifesto oposto Larissa Costa
Redação Já virou tradição que a data de 7 de setembro (Dia da Independência do Brasil) seja também dia de manifestação, e neste ano não será diferente. Com um novo fôlego por conta da conjuntura política do país, o Grito dos Excluídos acontece junto ao ato Fora Bolsonaro. Em Minas Gerais, pelo menos 15 cidades já confirmaram protestos para a data. São elas: Barbacena (10h), Carmópolis de Minas (10h), Congonhas (10h30), Divinópolis (15h30), Governador Valadares (8h), Itabira (9h), Itaúna (9h), Juiz de Fora (10h), Ouro Preto (8h), São João del Rei (10h), São Lourenço (15h), São Sebastião do Paraíso (15h), Três Pontas (15h) e Uberaba (10h). Já na capital mineira, Belo Horizonte, o protesto acon-
tece na Praça Afonso Arinos às 10h. Pela qualidade de vida Essa é a 27ª edição do Grito dos Excluídos, que, todos os anos tem por tema “Em defesa da Vida”, o lema é escolhido anualmente, sendo esse ano: “Na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda já!”. As manifestações reivindicam o impeachment do presidente da República Jair Bolsonaro (Sem partido) e denunciam algumas de suas ações, como o possível envolvimento do presidente e de membros de seu governo em esquemas de propina na compra de vacina. O que acabou atrasando sobremaneira a vacinação no país. Por outro lado, reivindicam políticas econômicas mais condizentes com o atual momento: tarifas de energia mais baixas, tarifas
Manifestantes pedem fim das privatizações de água mais baixas, regulação e queda no preço da gasolina e queda no preço dos alimentos. Requerem também que o governo federal pare a privatização de empresas estatais, pare com o sucateamento dos serviços públicos, além de outras demandas. “Acreditamos que é possível e necessária a construção de um outro modelo de sociedade”, escreve a organização do Grito dos Excluídos. A Frente Brasil Popular, centrais sindicais, movimentos populares e partidos políticos também se somarão aos atos em todo país.
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) divulgou na quarta (1) em seu portal uma nota pública, denominada Manifesto pela liberdade, em que endossa o coro bolsonarista a favor das fake news e contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Na avaliação do professor Juarez Guimarães, do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a nota da Fiemg é “escandalosa” e o fato “é uma das páginas das mais vergonhosas” da entidade. “Ela parece dar um passo além no respaldo a uma tentativa de provocar um golpe de Estado através de manifestações violentas patrocinadas pelo governo Bolsonaro, que está no seu momento de maior crise e impopularidade”, comenta. A nota vai em sentido contrário do posicionamento de outas entidades empresariais nacionais e mineiras. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) tem sinalizado a defesa pela harmonia entre os poderes, um manifesto, que teria sido
assinado por 200 entidades, acabou tendo sua divulgação adiada.
Empresários e jornalistas O manifesto bolsonarista da Fiemg vai em sentido contrário da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), que lançou, na quarta (1), uma nota em defesa da democracia que articula mais de 200 empresários e lideranças mineiros. O documento é denominado Segundo Manifesto dos Mineiros ao Povo Brasileiro. “A democracia não pode ser ameaçada, deve ser fortalecida e aperfeiçoada”, diz o texto. Na quinta (2), o Sindicato da Indústria do Audiovisual de Minas Gerais (Sindav) e outras entidades integrantes da Câmara da Indústria da Comunicação e Audiovisual da Fiemg, lançaram uma nota de repúdio à manifestação da federação. No texto, afirmam: “não consideramos liberdade de expressão as ameaças contra o STF e seus integrantes e a atuação criminosa de redes de Fake News”, diz o texto.
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 3 a 9 de setembro de 2021
OPINIÃO
Fiesp, Fiemg e Graciliano DIVIDIDO O feijão está muito caro e o presidente aconselha comprar fuzil. O país está faminto e desempregado e o governo aposta na violência como saída
João Paulo Cunha Os patrões anunciam manifestações pela democracia e voltam atrás no primeiro rosnado chantagista do governo. O país sofre o autoritarismo e convive com a covardia. Como diz o conhecido grito de protesto dos movimentos trabalhistas: feijão e patrão, só na pressão. O Brasil, sob Bolsonaro, foi acumulando uma fila de defecções entre aliados de primeira hora, até que ficou o núcleo duro do Centrão, militares e fanáticos religiosos ou não. Os tais 25%, que é muita gente. Em torno deles gravitam outros segmentos, ao sabor de pautas como o conservadorismo de costumes, promessas ultraliberais, enfraquecimento das defesas ambientais, desmonte dos direitos trabalhistas, armamentismo e anticomunismo. No entanto, o abandono do barco muitas vezes é puro jogo de cena ou, no máximo, um desconforto com a grosseria do presidente e seu entorno. Ninguém tem feito melhor esse jogo que a mídia corporativa, hoje iracunda no varejo enquanto preserva no atacado a repetida falácia dos dois extremos e da necessidade de uma ter-
ceira via. Por isso, de tempos em tempos, é sempre conveniente pautar o debate sobre a regulação da mídia como “tentação autoritária” ou afirmar, na contramão das decisões judiciais, que Lula ainda tem contas a acertar com a Justiça. E não o contrário. Orgânicos e recalcitrantes Os mais orgânicos e recalcitrantes apoiadores do presidente, os empresários e banqueiros, finalmente ensaiaram um movimento mínimo de dignidade de classe, ainda que sem querer correr riscos, anunciando um documento em defesa da democracia a partir da Federação das Indústrias de São Paulo, a Fiesp, e da Federação Brasileira de Bancos, a Febraban. Houve reação do governo. As mesmas entidades patronais que apoiaram o golpe e ajudaram o governo a se eleger, com muita grana e retórica pretensamente liberal, parecem constrangidas a afirmar alguns valores antes da derrocada que pa-
Fiemg tem se tornado mais realista que o rei
Bolsonaro acumula fila de defecções entre aliados de primeira hora rece inevitável. Assim como o Centrão na política, eles são, no campo econômico, grupos a favor de quem está no poder. E o poder, ao que tudo indica e se não houver golpes, deve mudar de mãos. Hora de guardar o pato e se dispor a um pacto. E exibir, na undécima hora, sua cota de indignação. Por um lado, o isolamento de Bolsonaro junto ao capital industrial e financeiro ficou com o nervo exposto. Por outro, as federações se mostraram fracas frente à pressão sobre seus negócios. Fiemg bolsonarista Mas tudo pode piorar. A Federação das Indústrias de Minas Gerais, a Fiemg, divulgou nos últimos dias um manifesto para chamar de seu. Não precisou retirar o documento de cena, já que se alinha estritamente a Bolsonaro e seu epígono-mirim, Romeu Zema. O texto ataca o STF, defende a liberdade de expressão sem limi-
tes e critica as decisões que retiraram o financiamento dos sites espalhadores de fake news. A entidade que representa os empresários mineiros é bolsonarista não é de hoje. Problema dela. O que parece grave é que tem se tornado mais realista que o rei. Quando até os ruralistas falam em “harmonização dos poderes”, a Fiemg embarca na canoa anti-STF e faz ligação direta entre o empenho em produzir e empreender e a defesa das liberdades individuais, pelo visto, até mesmo as de promover mentiras, ódios e ações contra a democracia. Não é um acaso que tenha agradado Bolsonaro, que anda panfletando o manifesto entre apoiadores como quem diz: “É assim que se faz”. Eu não me sento ao lado de patrão Patrões, capitalistas, acionistas, investidores e financistas são seres complexos e diversos. Mas tem
São as mesmas entidades patronais que apoiaram o golpe
Reprodução Instagram
hora que é bom limpar o terreno e ficar no essencial. Até para saber de que lado se está. O mais exato dos nossos escritores, Graciliano Ramos, autor de Vidas secas, não gastava palavras, usava apenas as necessárias, inclusive as mais duras. Comunista, também não se perdia em rapapés com chefias, mesmo as que gostavam de exibir amizade com o celebrado escritor. Numa ocasião, ele deixou de ir ao jantar de aniversário do jornal em que trabalhava, o Correio da Manhã. No dia seguinte, foi cobrado pelo dono: “Seu lugar ficou vazio, ao meu lado”. O romancista respondeu: “Bem feito. Eu não me sento ao lado de patrão”. A conversa continuou: “Mas eu sou um patrão diferente”. E Graciliano nocauteou: “Você que pensa. Todo patrão é filho da puta”. Os manifestos das federações de bancos e dos capitães de indústria de Minas e São Paulo, em termos de estilo, são totalmente anti-gracilianos em sua pompa, hipocrisia e gordura. Em seu espírito, exibem bem o diagnóstico simbólico de nossas elites proposto pelo autor de São Bernardo. Têm medo de atacar quando confrontados, não têm vergonha em aderir quando conveniente. Afinal, são patrões.
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Governo de Minas / Divulgação
Gustavo Soares Iorio e Tádzio Peters Coelho
Financeirização da mineração: intensificação da exploração
“Bomba relógio”. Dívida de Minas “explode” com Zema Minas Gerais tem “desequilíbrios estruturais”, que impossibilitam uma solução duradoura para as finanças públicas estaduais. Mas, quase sempre, os governos estaduais que se sucedem fazem uma politização “rasteira” desta questão e jogam a culpa pela deterioração fiscal nos governos anteriores. Veja agora a situação fiscal de Minas Gerais no governo Romeu Zema. A dívida pública estadual, principal indicador fiscal do setor público, passou, em dois anos e quatro meses, de R$ 113,819 bilhões para R$ 143,203 bilhões, um crescimento nominal de quase R$ 30 bilhões, e crescimento percentual num prazo muito curto de 26%. O que isso significa? Quando Minas Gerais voltar a pagar a dívida, seja por decisão judicial ou pela adesão ao plano do governo federal, os encargos da dívida serão tão elevados que irão inviabilizar financeiramenCrescimento te o nosso Estado novamente. Já se passaram cinco governos – Itamar Franco, Aécio Neves, Antônio Anasta- percentual da sia, Fernando Pimentel, e agora Romeu Zema -, e a dívi- dívida foi de 26% da de Minas Gerais continua próxima a 200% da receita corrente, limite da Lei de Responsabilidade Fiscal, o que a torna inadministrável. Ampliação da receita e contenção das despesas levam à melhoria momentânea das finanças do estado. Nas despesas, a principal medida de contenção é a continuidade da liminar do STF que suspendeu o pagamento da dívida do Estado ao governo federal em todo os anos do governo Romeu Zema até o momento. Se voltar a pagar a dívida, Minas Gerais teria que honrar parcelas de R$ 710 milhões por mês, mais de R$ 8,5 bilhões por ano, além de pagar parcelas da dívida que não foram pagas em função da liminar do STF. Na despesa com a dívida, como se vê, não se trata de um corte de gastos mais duradouro, o adiamento é uma “bomba relógio” que cairá no colo dos futuros governantes de nosso Estado. José Prata Araújo é economista e especialista em direitos sociais
Leia os artigos completos no site brasildefatomg.com.br Estes são artigos de opinião. A visão dos autores não expressam necessariamente a linha editorial do jornal Brasil de Fato
Gustavo Soares Iorio e Tádzio Peters Coelho são professores da Universidade Federal de Viçosa (UFV)
ACOMPANHANDO
José Prata Araújo
No dia 15 de julho, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), pertencente ao grupo Votorantim S.A – autêntico representante da burguesia interna brasileira – estreou no mercado de ações da bolsa de valores de São Paulo. Foi comercializado apenas o lote inicial de ações. Com isso, a Votorantim continua a controlar 79% das ações da empresa. Esse processo não é um fato isolado, muito pelo contrário, está no rol daquilo que se pode chamar de financeirização da natureza, o processo no qual os bens naturais comoditizados geram ativos e transação em mercados financeiros. Essa tem sido uma prática recorrente no setor mineral. Expansão da Essa financeirização é ven- mineração passa dida ao público em geral pela precarizacomo um meio moderno e despojado de se fazer negó- ção do trabalho cios. Mais e mais pessoas vão progressivamente se identificando como investidores, processo facilitado pela ideologia do empreendedorismo. No entanto, no chão concreto de operações das companhias financeirizadas, as condições ambientais e do trabalho vão se deteriorando. Cria-se um ambiente de negócios artificial, descolado da economia real, no qual a exigência pelos retornos de dividendos é incompatível com a capacidade real de acumulação. Os acionistas buscam sempre os maiores retornos no menor prazo possível. Em resposta à pressão dos acionistas, as companhias passam a operar segundo uma lógica com parâmetros dados pelo mercado financeiro, muitas vezes ignorando necessidades do “chão da mina”. O resultado na economia real não tem nada de fictício nem criativo, é a intensificação do trabalho e aumento da exploração de recursos. A mineração é parte de um modelo que passa pela precarização do trabalho e financeirização da natureza. É o modelo que precisa ser combatido em conjunto.
Na edição 322... O que ainda temos pela frente? ... E agora Variante delta ameaça controle da pandemia A variante delta do novo coronavírus segue como ameaça aos esforços de controle da pandemia de covid-19 em todo o mundo. Israel está com a maior média de novos casos diários desde o início do surto. Os Estados Unidos sofrem com falta de leitos e registram oficialmente quase 2.000 mortes diárias devido à rejeição das vacinas por parte negacionista da população. Na Europa, mortes aumentaram 11% na última semana. As vacinas continuam eficientes contra a delta, apesar da alta carga viral de transmissão.
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BRASIL
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As indígenas de MG que foram à Brasília contra o marco temporal FORÇA Conheça a história de três mulheres das etnias Pankararu, Kiriri e Pataxó que estão na linha de frente pelos seus direitos Rafaella Dotta O Supremo Tribunal Federal retomou, no dia (1) e (2), o julgamento histórico do “marco temporal”, tese jurídica que restringe de-
Toá Kãnynã Pankararu
marcações de terras indígenas. Mas, mais uma vez chegou ao fim sem a leitura dos votos dos ministros e deve ser retomado na próxima quarta-feira (8). Esse entendimento, caso
Seu nome significa cobra protetora das pedras brancas. Toá Kãnynã Pankararu é mãe de três filhas, tem uma neta e mora na Aldeia Cinta Vermelha Jundiba, município de Araçuaí (MG). Mas Toá e seus parentes são de outro lugar: “Os Pankararu perderam o seu território de origem em Pernambuco”, conta. O povo Pankararu chegou a Minas há 50 anos, e há 30 anos se estacelecu onde hoje é a Aldeia Cinta Vermelha Jundiba, junto ao povo Pataxó, à margem direita do Rio Jequitinhonha. Hoje Toá é artesã, permacultora e formada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Minas Gerais. Seu nome em português é Cleonice Maria da Silva. É uma das fundadoras da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), criada em 1995.
julgado válido pelos ministros do STF, pode repercutir em demarcações de terras em todo o país. E contra isso, mais de 6 mil indígenas de 176 etnias estão acampados em Brasília desde 23 de agos-
Cacica Apinaera Pataxó
A Cacica Apinaera Pataxó da Aldeia Encontro das Águas, em Carmésia (MG), também se engaja na luta há muito tempo, em verdade, desde os 17 anos de idade. Engajou-se na luta pela conquista da terra onde hoje é a aldeia Encontro das Águas, em 1984. A aldeia teve a terra demarcada, mas a luta não parou. A atual retirada de direitos coloca a todos os indígenas em estado de preocupação, como conta a cacica. “Era pra gente ter um direito adquirido sem ter esse pavor, essa preocupação. Ir trabalhar, buscar o nosso sustento, dormir, levantar, amanhecer com a nossa comunidade, fazendo as nossas atividades da vida cotidiana sem pensar que lá fora os grandes políticos estão fazendo essa maldade conosco”, fala a Cacica Apinaera Pataxó.
to. Um fato histórico da resistência indígena de nossos tempos. O Brasil de Fato MG conversou com três mulheres indígenas das etnias Pankararu, Kiriri e Pata-
xó, que estiveram presentes no acampamento indígena “Luta Pela Vida”. Elas são mães, avós, esposas, trabalhadoras que pedem que seus direitos sejam garantidos. Conheça-as:
Carliusa Francisa Ramos da etnia Kariri
Do Sul de Minas Gerais, Carliusa Francisa Ramos também saiu rumo a Brasília. Os representantes da Aldeia Ibariramã Kiriri do Acre, de Caldas (MG), conseguiram participar da luta com o apoio de uma campanha na cidade para arrecadação de recursos. “Todos nos ajudaram. Conseguimos ficar no acampamento por 5 dias”, conta. Carliusa é diretora da escola da aldeia, do ensino infantil ao ensino médio, e é também esposa do Cacique Adenilson de França Santos. Os integrantes da Aldeia Ibariramã Kiriri, que são hoje em torno de 65 pessoas, são da Bahia, mas conseguiram se instalar em terras mineiras por meio de um Projeto de Lei da deputada estadual Andreia de Jesus (PSOL). Apesar de ter seu território demarcado, Carliusa teme pelas outras aldeias, já que o PL 490 e o marco temporal vão parar a demarcação de terras indígenas.
Marcha das Mulheres Indígenas
E a luta realmente não para. Carliusa e mais 10 mulheres da aldeia voltam logo mais a Brasília, em 7 de setembro, e ficam até 11 do mesmo mês. Elas participarão da Marcha das Mulheres Indígenas, mobilização que vai envolver milhares de mulheres indígenas de todo o país.
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Pedro França /Agência Senado
Tarifaço na conta de luz vai custar R$ 27,6 bi aos brasileiros, diz MAB Nova tarifa da conta de luz que passou a valer a partir desta quarta-feira (1º) Jefferson Rudy / Agência Senado
Redação Rede Brasil Atual De acordo com a coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), a nova tarifa da conta de luz que passou a valer a partir da quarta-feira (1º) vai custar R$ 3,45 bilhões por mês a mais no bolso dos consumidores. A previsão é que, em oito meses, a “bandeira de escassez hídrica” terá consumido um total de R$ 27,6 bilhões do orçamento das famílias. A nova tarifa deve vigorar, pelo menos, até abril de 2022, dado o esvaziamento dos reservatórios das usinas hidrelétricas. A “bandeira da escassez hídrica” estabelece taxa extra de R$ 14,20 para cada 100 kWh consumidos, o que representa aumento de 49,6% em relação a atual bandeira vermelha de patamar 2 (R$ 9,492 a cada 100 kWh). O MAB alerta que esse “gigantesco volume de recursos” será utilizado para cobrir perdas das empresas do setor elétrico. Isso porque estão operando com custos mais altos, em função da ativação das usinas termelétricas. Além disso, será utilizado também para subsidiar bônus concedidos a grandes consumidores que reduzirem o consumo de energia elétrica. “Ou seja, o povo está sendo taxado nas contas de luz para que os donos da energia e as grandes indústrias possam seguir lucrando alto em plena crise elétrica que se soma à crise na economia nacional”, destaca o movimento, em nota. Antes da nova bandeira, o Brasil já figurava em segundo
Randolfe vai pedir prisão preventiva de Marconny Faria Povo está sendo taxado nas contas de luz para donos da energia seguirem lucrando alto lugar entre as tarifas de energia mais caras do mundo. Ainda assim, apesar do recente “tarifaço”, o MAB prevê “novos e grandes aumentos”, e até apagões, no próximo período, por conta da “incompetência ou má fé” na administração do setor elétrico. Problema não é falta de chuvas O MAB também alega que é uma “falsidade completa” atribuir o aumento na conta de luz à falta de chuvas. De acordo com o movimento, o esvaziamento dos reservatórios é produto da política energética adotada pelo próprio governo. Dados do Operador Nacional do Sistema (ONS) revelam que o volume de água que entrou nos reservatórios em 2020 é o quarto maior da última década. No ano passado, quando houve redução de 10% no
consumo, algumas hidrelétricas, principalmente as privadas, estavam produzindo acima da média. O objetivo era aproveitar o baixo custo de produção. Outras estavam, inclusive, vertendo água que poderia ser armazenada. Agora os produtores privados também ganham, pois têm os custos das termelétricas amortizados pelo governo. “O fracasso da atual política energética nacional é tão grande que o governo federal, através da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), está acionando usinas termelétricas a preços caríssimos, como é o caso da Usina Termelétrica William Arjona (MS), que está cobrando R$ 2.443,68 para cada 1.000 Kilowatt hora”, destaca a nota. Paralisada há quatro anos, a usina foi recentemente adquirida pelo Grupo Delta Energia, e reativada em virtude das secas em diversas regiões do país.
Bandeira da escassez hídrica” representa aumento de 49,6%
Vice-presidente da CPI disse também que solicitará a apreensão do passaporte e comunicação à Interpol Redação / Rede Brasil Atual O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), anunciou que pedirá a prisão preventiva do lobista Marconny Faria, que tinha depoimento marcado nesta quinta-feira (2), caso não fosse localizado. Mais cedo, a comissão havia solicitado à Polícia Legislativa que o depoente fosse conduzido ao Senado, mas ele não foi encontrado. Randolfe disse também que solicitará a apreensão do passaporte e comunicação à Interpol. Segundo o senador, a ausência do depoente poderá configurar “fuga”. “A ausência dele mostra a necessidade de apresentarmos as provas que temos. Ele é o ‘senhor de todos os lobbies’, esteve em reunião com a advogada de Bolsonaro e com José Ricardo Santana, que era interlocutor de Roberto Ferreira Dias. Marconny era lobista da Precisa Medicamentos também”, afirmou Randolfe.
“Diante do volume de informações que a CPI reuniu, eles estão preferindo se esconder, sumir, se internar em hospital”, criticou Renan Calheiros.
Marconny Faria na mira Marconny Faria é apontado como lobista da Precisa Medicamentos, empresa que atuou como intermediária no contrato da vacina indiana Covaxin e que está sob investigação. Segundo apuração dos senadores, mensagens trocadas mostram Faria conversando com o ex-secretário da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), José Ricardo Santana, sobre o processo de contratação de 12 milhões de testes de covid-19 entre o Ministério da Saúde e a Precisa. Santana menciona que conheceu Marconny Faria na casa da advogada do presidente da República Jair Bolsonaro, Karina Kufa, que deverá ser ouvida nas próximas reuniões da CPI da Covid.
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BRASIL
Belo Horizonte, 3 a 9 de setembro de 2021
Senado impõe derrota ao governo Bolsonaro e rejeita Reforma Trabalhista Medida aprovada na Câmara dos Deputados criava programa que extinguia garantias básicas dos trabalhadores, como direito a férias, 13º salário e FGTS Jefferson Rudy /Agência Senado
Cristiane Sampaio O plenário do Senado rejeitou, por 47 votos a 27, a Medida Provisória (MP) 1045, do governo Bolsonaro, que impunha uma reforma trabalhista que retirava direitos de empregados com carteira assinada. A votação, na quarta (1º), representa uma derrota para a gestão federal, que tinha a MP entre as prioridades da agenda do ministro da Economia, Paulo Guedes. A medida, que já havia sido aprovada na Câmara dos Deputados, criava um programa de contratação que extinguia garantias bá-
da criava embaraços para a fiscalização trabalhista, incluindo os casos de trabalho análogo à escravidão. Comemoração O senador Paulo Paim (PT-RS), celebrou o placar: “Vitória dos trabalhadores e trabalhadoras, dos jovens, do povo negro, das pessoas com deficiência, dos pobres, daqueles que acreditam e lutam por um Brasil justo,
sicas dos trabalhadores, como direito a férias, 13º salário e FGTS. Também previa modalidade de contratação sem carteira assinada (chamada de “Requip”) e sem direitos previdenciários. Na prática, significava a retirada de direitos e conquistas elementa-
res existentes há décadas na legislação trabalhista. Outro ponto do texto reduzia, por exemplo, o pagamento de horas extras para determinadas categorias profissionais, como jornalistas, bancários e operadores de telemarketing. A MP ain-
MP estava em vigor desde 27 de abril, editada por Bolsonaro
igualitário, democrático, com emprego, renda e proteção social para todos”. Como as medidas provisórias têm efeitos imediatos, a MP estava em vigor desde 27 de abril, quando foi editada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e por Paulo Guedes, mas agora fica invalidada. Com isso, o texto será arquivado. A redução de jornadas e salários, também prevista na MP, não fica afetada pela votação desta quarta-feira porque tinha previsão de duração de 120 dias e esse intervalo se encerrou em 26 de agosto. Por conta disso, esse trecho em particular não estava mais valendo.
Ouvidor das polícias alerta PMs sobre participação em atos no 7 de setembro: “Podem ser presos” Divulgação /PMMG
não constitui excludente de culpabilidade a eventual convocação das Forças Armadas e tropas auxiliares, com fundamento no artigo 142 da Lei Maior, para a ‘defesa da lei e da ordem’, quando realizada
fora das hipóteses legais”, argumenta Lewandovski. “A propósito, o Código Penal Militar estabelece, no artigo 38, parágrafo 2º, que ‘se a ordem do superior tem por objeto a prática de ato mani-
festamente criminoso, ou há excesso nos atos ou na forma da execução, é punível também o inferior’”, conclui o ministro. ANÚNCIO
NÃO É UMA REFORMA
Igor Carvalho Em reunião virtual, na quinta-feira (2), o ouvidor das polícias de São Paulo, Elizeu Soares Lopes, alertou que os policiais militares que participarem das manifestações do dia 7 de setembro podem ser presos. “Quem disse isso é a lei. Quem disse isso foi o mi-
nistro do STF, o Lewandoviski. Qualquer policial que participar de manifestações atentatórias ao Estado de Direito pode ser preso. É isso que diz a lei, a Constituição e o Código Militar”, explicou o ouvidor, citando o artigo publicado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) no jornal Folha de São Paulo, no último domingo (29). “Aqui cumpre registrar que
É o FIM DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
Não à reforma administrativa @SINJUS-MG
SINJUS.ORG.BR
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Avião que levava Morales após golpe na Bolívia foi alvo de foguete
O documento também afirma que o piloto fez uma manobra para evitar um possível impacto e que um lançador de foguetes, conhecido como RPG, foi
apontado para a aeronave por um militar boliviano no Aeroporto Internacional de Cochabamba, no país andino.
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Quais os impactos do bloqueio econômico dos EUA contra Cuba?
Wikicommons /Opera Mundi
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, afirmou em seu livro “A mitad del Camino” que a aeronave das Forças Áreas Mexicanas (FAM) que resgatou Evo Morales da Bolívia após um golpe de Estado afastá-lo do poder, em 2019, foi alvo de um foguete. O México enviou um avião para tirar Evo da Bolívia em novembro de 2019 e ofereceu asilo político ao ex-líder sindical dos cocaleros. “Durante a subida inicial, o piloto observou do lado esquerdo da cabine de pilotagem, e quando estava quase 1.500 pés acima do solo, uma trilha luminosa semelhante à característica de um foguete na posição das sete horas (atrás, à esquerda da trajetória da aeronave) abaixo do horizonte”, afirma documento revelado por Obrador em seu livro.
MUNDO
Yamil Lage /AFP
Cuba foi um dos primeiros países da América Latina a sofrer um bloqueio econômico. Em 1962, o presidente John F. Kennedy decidiu impor o embargo e suspender todas as relações econômicas e diplomáticas entre os Estados Unidos e a ilha. A medida foi uma resposta à Revolução Cubana, iniciada em 1959, que implementou um sistema socialista no país. Quase 60 anos depois, o bloqueio gerou US$ 147,8
bilhões em prejuízos para Cuba, mas não foi capaz de derrubar o socialismo cubano. A Organização das Nações Unidas (ONU) já votou 29 vezes uma resolução que condena o embargo e exige seu levantamento imediato. No entanto, somente durante a gestão de Donald Trump foram emitidas 243 sanções unilaterais. Apesar das expectativas, a gestão de Joe Biden não reverteu nenhuma das medidas e ainda apoia protestos opositores na ilha. ANÚNCIO
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VARIEDADES
Belo Horizonte, 3 a 9 de setembro de 2021
CIÊNCIA, COISA BOA! CRAVOS DE PELE SÃO BICHINHOS?
Nossos direitos O PRAZO PARA REGULARIZAÇÃO DO MEI FOI PRORROGADO
O tema de hoje foi sugestão de minha amiga Cláudia. Ela ouviu dizer que os cravos de pele, quando escuros, indicam a presença de um animal parasita na pele. Lembro de já ter ouvido várias vezes algo do tipo, que os cravinhos são pequenos bichinhos que vivem na gente. E aí, você acha que isso é real? Nossa pele possui poros denominados folículos. É onde se formam os pelos e é produzido o sebo, aquela substância semelhante a uma gordura que lustra nosso cabelo e pele. Algumas regiões do corpo produzem mais sebo que outras, como é o caso do rosto e das costas. As vezes o orifício do poro se obstrui, o que acaba por dificultar ou impedir a saída do sebo que é produzido no interior do folículo. Eis a formação do que chamamos de cravo. Acontece que há inúmeras bactérias que vivem e se alimentam desse sebo. Quando a proliferação de bactérias é grande o suficiente para desencadear uma reação inflamatória em nosso corpo, temos o surgimento das terríveis espinhas. A espinha é um cravo infeccionado. E, além das bactérias, há um outro ser que também vive no sebo da nossa pele, um ácaro chamado Demodex (há duas espécies principais que vivem em seres humanos: o Demodex folliculorum e o Demodex brevis). Os ácaros são animais do grupo dos Aracnídeos cujos representantes mais famosos são as aranhas e os escorpiões. Um Além de bactécarrapato é um ácaro grande, mas a maiorias, há um ácaro ria deles são bem pequenininhos, invisíchamado Demo- veis ao olho nu. dex que também Estima-se que mais da metade dos seres humanos possuam o Demodex vivenvive no sebo da do em suas peles. É algo normal e que não nossa pele causa prejuízos à saúde. A fêmea do ácaro deposita seus ovos na saída do poro ou no próprio sebo. Quando ele é liberado, leva os ovos para o ambiente. Assim, alguém que não tenha se contaminado pode acabar com novos moradores em seus folículos, por causa do contato com os ovos microscópicos E a dúvida da Cláudia? Quando o cravo é escuro, é um sinal que nele vivem os Demodex? Não. Os cravos originalmente são claros. Mas, em contato com o ar, podem naturalmente escurecer devido às reações causadas pela presença das bactérias. Assim, quanto maior o orifício do folículo, maior o contato com o ar, e maior a tendência do cravo escurecer. É incrível pensar que nosso corpo abrigue tantos outros seres, não é mesmo? Tanto a superfície quanto o interior estão repletos de vida! Somos um ecossistema bastante diverso formado por seres minúsculos. Estima-se que para cada célula humana há uma outra de alguma espécie vivendo em nosso organismo. Legal demais, né? Um abraço (especial pra Cláudia desta vez) e até a próxima! Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais
A Receita Federal prorrogou o prazo para regularização das dívidas microempreendedores individuais (MEI) para o dia 30 de setembro de 2021. As dívidas são referentes aos impostos pagos mensalmente (INSS/ ISS/ICMS). Em novo comunicado, a Receita informa que somente serão enviadas para cobrança à Procuradoria da Fazenda Nacional os débitos até o ano de 2016 que não tenham sido parcelados. Eventuais dívidas referentes a 2017 em diante não serão enviadas neste momento.
Por meio do portal do Simples Nacional [www8.receita.fazenda.gov. br/simplesnacional] é possível ter acesso às guias vencidas e também às opções de parcelamento do débito. É importante manter a regularidade do MEI para não perder a inscrição no Simples Nacional e também a condição de segurado do INSS que pode afetar o eventual recebimento de benefícios previdenciários como o auxílio-doença, salário maternidade, a aposentadoria, dentre outros. Por isso, é importante verificar a possibilidade da regularização.
Jonathan Hassen é advogado popular
AMIGA DA SAÚDE Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Unico de Saúde I Coren MG 159621
Dormir pouco pode causar alguma doença? Rita Arantes, 34 anos, bióloga Sem dúvida, Rita. O sono requer um tempo fundamental para o corpo. A maioria dos adultos têm uma necessidade de dormir cerca de oito horas por noite. Quando a pessoa costuma dormir menos que isso, praticamente todos os órgãos são afetados. Os principais riscos para a saúde se relacionam ao aumento de peso, doenças cardiovasculares, diabetes, depressão, alguns tipos de câncer e queda da imunidade, com maior propensão a contrair gripes e outras doenças infecciosas. Com menos tempo que o necessário para a recuperação das células e tecidos, também pode haver problemas com a memória, menor aprendizado, além de menos criatividade, produtividade e estabilidade emocional. Portanto, pode-se dizer que quem dorme pouco vive menos e com menos qualidade.
Um abraço e até a próxima.
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Se você tem alguma dúvida sobre saúde e vida saudável, manda um zap para mim! O número é (31) 9 8468.4731.
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www.malvados.com.br Separamos aqui uma combinação infalível para você conquistar o coração da sua parceira. Trata-se da junção entre limpeza e um bom jantar. Em outras palavras, a demonstração de
QUIBE DE BERINJELA
afeto e cuidado. Pode ter certeza que é a melhor declaração!
Pixabay
Ingredientes 2 berinjelas médias; 1 xícara de trigo para quibe; 1 xícara e meia de água fervente; 1/2 xícara de cebola bem picadinha; 3 dentes de alho inteiros com casca; 1 limão; 1 colher de sopa de tahine: (opcional) Azeite de oliva; Sal e pimenta do reino a gosto
Modo de preparo Corte as berinjelas ao comprido, dividindo em duas partes, e passe a faca pela polpa de modo que faça cortes quadriculados, evitando atingir a casa; Coloque em uma assadeira com a polpa virada para cima, regue com azeite, coloque sal e pimenta, e disponha os alhos com casca sobre as berinjelas; Leve ao forno a 180° e asse por aproximadamente 50 minutos até que a polpa esteja bem macia; Enquanto isso, coloque o trigo para hidratar em uma tigela, cubra com água fervente, deixe por mais ou menos 30 minutos; Depois coloque o trigo em uma peneira, lave em água corrente, escorra e esprema bem, retirando toda a água; Depois de assadas as berinjelas, deixe esfriar um pouco e com a ajuda de uma colher transfira a polpa para uma tigela; Adicione o trigo, a cebola, os alhos e os temperos – azeite, limão, hortelã, cebolinha, mais sal. Misture bem até ligar todos os ingredientes; Aqueça o forno a 200° e transfira a massa do quibe para uma assadeira; Antes de colocar para assar, regue com azeite e leve ao forno por mais ou menos 30 minutos ou até ficar dourado.
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Novo álbum do FBC, “Baile – Uma Ópera Miami”, será lançado na próxima semana
Museu preserva difunde a memória dos territórios da população LGBTI+
Divulgação / Instagram
Paulinha Silva e Myrella Giovana Belo Horizonte ganhou o título de capital do rap nacional graças à juventude periférica que fez da cultura HIP HOP, mais do que uma forma de se expressar, um projeto de vida. As batalhas de rima ocorrem em várias quebradas e tem, no maior Duelo de MC’s do mundo, promovido pela Família de Rua, debaixo do viaduto Santa Tereza, um momento de culminância. É desse contexto que emergem gigantes como Clara Lima, Djonga e FBC. FBC que para nós é Padrim, mora no bairro Cabana do Pai Tomás, na região Oeste da cidade. Já lançou quatro álbuns, os quais foram ovacionados por quem ama rap, “S.C.A.”, “Padrim”, “Best Duo” (em colaboração com a rapper Iza Sabino) e “Outro Rolê”. No lançamento de “Padrim”, considerado o álbum mais importante da sua carreira até então, o MC deu um grande exemplo de como o rap é coletivo e organizado. Para divulgar essa obra, criou a campanha 15/11, na qual as pessoas colocam a data em seu nome usado nas redes sociais. Grandes artistas e influenciadores digitais como Mano Brown, Maísa, Whindersson Nunes e Marília Mendonça, aderiram à campanha massiva de divulgação. A data se tornou um grande marco para o rap nacional.
Lançamento A genialidade de FBC está também na forma como retrata a realidade e expressa a possibilidade de construção de uma sociedade centrada no bem-estar do povo. Em seu novo álbum, “Baile – Uma Ópera Miami”, que será lançado no dia 9 de setembro, FBC busca reviver a sonoridade do funk dos anos 90, ao mesmo tempo que o traz de volta de uma forma muito atual, junto do produtor musical VHOOR, que assina a produção do álbum. Assim como artistas pop criaram uma nova onda de produções disco-pop dos anos 70, 80 e 90, FBC e VHOOR criam uma nova
Obra conta com participações especiais de Mariana Cavanellas, Mac Júlia e Uana Mahin tendência que pode permanecer por anos na cena musical brasileira. O “Baile – Uma Ópera Miami” é uma homenagem aos artistas que percorreram uma longa caminhada na história do rap e do funk, não só uma homenagem, como
também uma reverência a grandes produções antigas e que agora retornam com um toque de atualidade. O álbum conta a história de um jovem periférico que ama dançar e precisa lidar com uma nova paixão. Esse romance é interrompido com a chegada de milicianos que ocupam e tomam o poder da favela. Para resistir, o jovem procura unir a sua comunidade, formando assim a UFFÉ (união da força e da fé), palavra de ordem que vem sendo agitada por FBC desde o seu último álbum “Outro Rolê”. Para abrilhantar ainda mais, a obra conta com participações especiais de cantoras como Mariana Cavanellas, que recentemente se lançou em carreira solo com trabalhos autorais; Mac Júlia, MC da grande BH que é destaque no rap nacional com suas letras e flow aguçado, e Uana Mahin, atriz, cantora e compositora de Recife. Com o conceito de resistência, UFFÉ, grandes produções e participações especiais, o novo álbum de Fabrício, FBC, desperta altas expectativas para o seu lançamento. Isso porque, mesmo retratando problemas sociais, a arte não perde a essência de diversão ao ser formado por músicas dançantes. O novo trabalho do Padrim, que vai contar com 10 faixas, estreia no dia 9 de setembro nas plataformas digitais.
Programação é inaugurada com exposição em homenagem a João do Rio
Da Redação Com o intuito de minimizar apagamentos das vivências LGBTI+ promovidos ao longo de décadas, o Museu Bajubá se dedica a reunir, organizar e difundir conteúdo documental, socioeconômico e cultural de toda a diversidade sexual e de gênero que envolve pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexo, entre outras. A programação do museu foi inaugurada com a exposição “Cintilando e causando frisson - 140 anos de João do Rio”, em homenagem ao jornalista “mulato, gordo e afeminado”, morto há 100 anos. João do Rio foi pioneiro na imprensa brasileira do início do século 20 e se dedicou com
profundidade, em suas crônicas sociais, no registro das transformações das cidades. Alguns de seus textos abordam as vivências e locais de sociabilidade de pessoas que vivenciavam sexualidades fora do padrão daquela época. A mostra é dividida em 10 eixos temáticos que somam cerca de 90 imagens. Elas abordam recortes como transformações urbanas, produção literária, atuação na Academia Brasileira de Letras, momentos importantes da vida do autor e também sua morte. A exposição segue disponível até o dia 26 de novembro. Todo o acervo pode ser acessado em www.museubajuba.org
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Imagem da semana Pedro Ramos
ESPORTE
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UBERLÂNDIA É A CIDADE DE MINAS COM O MAIOR NÚMERO DE PARATLETAS NA DELEGAÇÃO BRASILEIRA
Alê Cabral / CPB
Débora Borba
Natural de Bocaiúva, no Norte de Minas, Claudiney Batista já havia conquistado o ouro do lançamento de disco nas Paralimpíadas do Rio 2016. Na época, ele também foi recordista mundial, na classe F56, para atletas com amputação ou lesão medular.
Mas, como uma vez fosse pouco, na última terça (30), em Tóquio, o mineiro repetiu o feito, voltando ao topo do pódio, lançando o disco a 45,59 metros e estabelecendo novo recorde. “Eu entrei na prova para atingir o recorde mundial”, disse o campeão paralímpico.
Gabriel, de Santa Luzia, conquista segundo ouro
Mineiro de Santa Luzia, o nadador Gabriel Geraldo conquistou seu segundo ouro paralímpico na manhã desta quinta-feira (2). Ele venceu a prova dos 50m costas, com o tempo de 53s96. Anteriormente, Gabriel havia conquistado a medalha de prata
Miriam Jeske / CPB
nos 100m costas e o ouro nos 200m livre (classe S2). "Sempre estou sorrindo e dançando. É uma felicidade poder inspirar as crianças, com deficiência ou sem", disse o paratleta, que tem como uma de suas marcas as danças antes do início das provas.
O Brasil faz bonito nas Paralimpíadas. Muito desse sucesso tem participação de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, cidade com o maior número de paratletas na delegação brasileira, sendo 11 dos 36 atletas do estado. Isso se dá pelo incentivo aos esportes paralímpicos na cidade, mediante o programa Paradesporto, que atende pessoas com deficiência no âmbito esportivo, desde a iniciação até a participação em competições regionais, estaduais, nacionais e internacionais. O programa, desenvolvido por meio de uma parceria entre a Prefeitura de Uberlândia, Futel, Sesi, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), associações e clubes que incentivam o esporte para pessoas com deficiência, oferece formação em diversas modalidades, como atletismo, halterofilismo, bocha, vôlei sentado, futebol de sete, natação, parabadminton e goalball. Os convocados de Uberlândia foram Lara Lima (halterofilismo), Mateus Carvalho (bocha), Oscar Carvalho (assistente esportivo de bocha), Jovanna Costa (assistente esportiva de bocha), Weverton Santos (treinador da seleção brasileira de halterofilismo) e Vander Fagundes (fisioterapeuta), todos da equipe CDDU/Futel, e ainda Rodrigo Parreira (atletismo), da Aparu/Futel. Do Praia Clube, os convocados foram o tenista Gustavo Carneiro, os nadadores Gabriel Bandeira, Gabriel Melone, João Pedro de Oliveira, Laila Suzigan, Ruan Felipe de Souza e Vanilton do Nascimento Filho e o treinador Alexandre Viei-
ra. Também de Uberlândia, estão na delegação brasileira, além do professor Alberto Martins da Costa, o coordenador técnico de halterofilismo, Silvio Soares dos Santos. Com apenas 18 anos, a paratleta Lara Lima, atleta do Clube Desportivo para Deficientes de Uberlândia (CDDU), associação parceira da Fundação Uberlandense do Turismo, Esporte e Lazer (Futel) é a mais jovem atleta do halterofilismo entre todas as delegações desta edição dos Jogos Paralímpicos. Lara obteve a 7ª colocação, ao levantar 88 kg, na quinta-feira (26). Rodrigo Parreira, do atletismo, espera voltar para Uberlândia com medalhas, assim como ocorreu nos Jogos Paralímpicos do Rio, em 2016, quando conquistou prata no salto em distância e bronze nos 100 metros rasos. Rodrigo, na final do salto em distância, ficou em 5º lugar. Na sexta-feira (3), ele compete nos 100 metros rasos. No primeiro dia de competições, o atleta Gabriel Bandeira bateu recorde paralímpico na natação, ganhando o primeiro ouro do Brasil nos Jogos de Tóquio, além de receber prata e bronze no decorrer da competição. Outras conquistas, também na natação, vieram com Laila Suzigan e Gabriel Melone, atletas do Praia Clube, que garantiram o bronze na prova de revezamento misto 4x50. A delegação brasileira tem 259 representantes entre paratletas, guias, calheiros, goleiros e timoneiro), sendo 163 homens e 96 mulheres, além de comissão técnica, médica e administrativa, totalizando 433 pessoas. A Rede Minas tem transmitido os jogos, no horário de 5h30 às 7h30.
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Tribunal arbitral reduz punição de Marco Polo del Nero Fabio Rodrigues Pozzebom /Agência Brasil
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DECLARAÇÃO DA SEMANA Alê Cabral /CPB
O Tribunal Arbitral do Esporte acolheu, parcialmente, o recurso do ex-presidente da CBF, Marco Polo del Nero, reduzindo sua punição para 20 anos de suspensão. Antes, Del Nero havia sido banido do futebol de maneira vitalícia, acusado de suborno e corrupção. Ele teria participado de esquemas de favorecimento ilícito de empresas de marketing esportivo, com propina, na venda dos direitos de transmissão da Libertadores, Sul-Americana, Copa América e Copa do Brasil.
O esporte é plural. Aqui existem todos os tipos de corpos.” Edênia Garcia, multimedalhista mundial e paralímpica, referência da natação.
Gol contra
Gol de placa Cristiano Ronaldo fez história de novo! Na partida entre Portugal e Irlanda, na quarta (1), pelas eliminatórias para a Copa do Qatar, CR7 perdeu um pênalti, viu os irlandeses abrirem o placar, mas empatou aos 44 do segundo tempo e virou nos acréscimos!
@ANDREFIDUSI
Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, prometeu apoio e votos da torcida a Bolsonaro nas eleições de 2022. O apoio de Landim ao líder do governo antinacional vai de encontro aos interesses da maior parte dos torcedores, não só flamenguistas.
Sejamos justos, sempre
Avante, América
O melhor até agora
Bráulio Siffert
Rogério Hilário
Fabrício Farias
No futebol, nada como uma semana após a outra. Depois de dias de desânimo, com o América na penúltima posição da Série A e vindo de um empate com a lanterna Chapecoense e uma derrota em casa para o Bragantino, veio uma vitória maiúscula sobre o Ceará. Fabrício Decacampeão Daniel desencantou, Berrío estreou e reservas que tiveram que jogar, por causa do surto de covid no elenco, se saíram bem, em especial Marlon e Lucas Kal. O Coelho voltou a ficar no limite para sair da zona de rebaixamento. E, logo na terça-feira (30), a torcida ganhou mais um motivo para ter esperanças: a contratação do argentino Mauro Zárate, ex-Boca e ex-Inter de Milão, um reforço de peso para ajudar a fazer um segundo turno diferente do primeiro.
O nosso sofrimento tem uma pausa, com a Seleção Brasileira. Contribuímos com ela, embora Everson tenha se envolvido em polêmica. Acredito que ele deveria só assumir os erros, como outros goleiros fizeram. Acertar sempre é impossível. O Atlético apresenta virÉ Galo doido! tudes que o credenciam a conquistar tudo no ano, mas defeitos também. Como estamos em três disputas sem que não sejamos estudados? O Galo está acima de todos. Porém, só ganhou o Campeonato Mineiro. Aconteceu o mesmo no ano passado. Investiu-se muito. O resultado, como sempre, é uma incógnita. Sacrificar um goleiro e evocar gênios do futebol, que há dois anos nem lembrávamos os nomes, é cruel. Comemoremos a fase. Vamos festejar os títulos. Acima de tudo, sejamos justos.
Salve, nação celeste! E chegamos ao primeiro mês de Luxemburgo à frente do cabuloso. Me perguntaram se, desde que caímos para a série B, é o melhor treinador que tivemos. Arrisco dizer que, sim, por dois motivos: a sequência invicta que garantido pontos a toda Latem Bestia Negra rodada e a defesa mais bem postada. Aquele suplício dos gols bobos a cada partida parece coisa do passado. Por mais que o setor de criação ainda esteja preocupando e a falta de definição do ataque titular ainda sejam problemas, não há como negar a importância da defesa. Saindo das quatro linhas, a condenação que o clube sofreu nessa semana, de ter de pagar mais de R$ 300 milhões à trupe de Dedé, é mais uma prova de que nossa crise é um projeto. Saudações celestes!
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