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OPINIÃO
Belo Horizonte, 8 a 14 de outubro de 2021
OPINIÃO
Recurso públicos, benefícios privados João Paulo Cunha Paulo Guedes e Roberto Campos Neto mantêm recursos em paraísos fiscais, preservando assim seu patrimônio em dólares e liberados de impostos. Segundo eles, tudo feito como manda o figurino. O fato de serem, respectivamente, ministro da Economia e presidente do Banco Central, no entanto, muda a moral da história. A regra é clara, autoridades financeiras não podem ter esse tipo
ESPAÇO DOS LEITORES “Óbito não é alta!” Paulinha Silva comenta a capa da edição 354 do Brasil de Fato MG -“A pergunta é: baseado em que dado ou pesquisa ele disse isso? Eu respondo: NENHUMA, NENHUMA. Puro elitismo e preconceito de classe” Jeff Aleff comenta vídeo em que Romeu Zema aparece dizendo que beneficiários do Auxílio Emergencial deixa dinheiro em bares -“Mais destruição em Minas” Lena Marques comenta matéria “Zona da Mata (MG): mineradora faz audiência sem condições de que atingidos participem” -“Para o ZEMAJECA avarento tudo é minúsculo! Ele é minúsculo!” Natividade Garcia Vieira sobre a entrevista “‘Irregularidades na Cemig são gravíssimas e estão comprovadas’, diz Beatriz Cerqueira” -“Eu, como trabalhadora do Cersam, recebo com alegria essa notícia!” Tatiane Marques Abrantes comenta a matéria “Juristas divulgam carta criticando postura da OAB quanto à política de saúde mental em BH”
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Guedes e Campos Neto: não só ilegal e imoral, mas indecente de investimento, caso possuam informações privilegiadas, ou possam determinar ações que os favoreçam. Quando sobem os juros ou o dólar se valoriza, não são apenas as empregadas domésticas que deixam de ir a Disney ou os porteiros que ficam em dificuldade para mandar seus filhos para a universidade, os donos de offshores vão, duplamente, ao paraíso. Na mesma operação, os brasileiros ficam mais pobres, o combustível mais caro e os investidores mais ricos. Não é só ilegal e imoral, mas indecente. Até outro dia, Guedes e Campos Neto eram uma espécie de dupla dinâmica dos interesses financeiros. Não importa que tenham demonstrado durante mil dias uma incompetência abissal, traduzida em queda do PIB, inflação, desemprego e aumento da miséria. O Brasil voltou para o mapa da fome, os brasileiros disputam ossos e pelancas.
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Nem a poesia salva. É preciso raiva Mesmo assim, eles mantinham-se protegidos pelo mercado. O que parecia um fracasso, na verdade, era apenas um dano secundário do plano maior: transferir recursos da sociedade para o capital financeiro. Vale tudo nesse jogo: tirar dinheiro da saúde em meio à pandemia, não reajustar o Bolsa Família, cortar o auxílio emergencial, financiar a liberalização do mercado de trabalho, jogar o Brasil no apagão por falta de investimentos, privatizar empresas estratégicas. O apagão moral atingiu também a imprensa, não fossem seus barões igualmente useiros e vezeiros de paraísos fiscais. A mídia familiar passou pano, cobriu o caso como se não
Apagão moral atingiu também a imprensa fosse um crime contra a ordem econômica e um desvio ético inaceitável numa república digna do nome. Como a denúncia foi fruto de um coletivo internacional de jornalistas, ficou fácil ver a diferença no tratamento do caso. Um ministro da economia que enriquece no exercício do cargo, em razão de suas ações e informações exclusivas; um presidente do Banco Central que lucra pessoalmente com suas decisões sobre o câmbio, alimentando a alta de preços e a inflação que deveria controlar. Enquanto isso, o bicho-homem chafurda numa fétida carroceria de caminhão de sobejos. Nessa hora, nem a poesia salva. É preciso raiva.
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