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BRASIL
ESPAÇO DOS LEITORES
“Óbito não é alta!” Paulinha Silva comenta a capa da edição 354 do Brasil de Fato MG -“A pergunta é: baseado em que dado ou pesquisa ele disse isso? Eu respondo: NENHUMA, NENHUMA. Puro elitismo e preconceito de classe” Jeff Aleff comenta vídeo em que Romeu Zema aparece dizendo que beneficiários do Auxílio Emergencial deixa dinheiro em bares -“Mais destruição em Minas” Lena Marques comenta matéria “Zona da Mata (MG): mineradora faz audiência sem condições de que atingidos participem” -“Para o ZEMAJECA avarento tudo é minúsculo! Ele é minúsculo!” Natividade Garcia Vieira sobre a entrevista “‘Irregularidades na Cemig são gravíssimas e estão comprovadas’, diz Beatriz Cerqueira” -“Eu, como trabalhadora do Cersam, recebo com alegria essa notícia!” Tatiane Marques Abrantes comenta a matéria “Juristas divulgam carta criticando postura da OAB quanto à política de saúde mental em BH”
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OPINIÃO
Recurso públicos, benefícios privados
João Paulo Cunha
Paulo Guedes e Roberto Campos Neto mantêm recursos em paraísos fiscais, preservando assim seu patrimônio em dólares e liberados de impostos. Segundo eles, tudo feito como manda o figurino. O fato de serem, respectivamente, ministro da Economia e presidente do Banco Central, no entanto, muda a moral da história. A regra é clara, autoridades financeiras não podem ter esse tipo
Nem a poesia salva. É preciso raiva
Mesmo assim, eles mantinham-se protegidos pelo mercado. O que parecia um fracasso, na verdade, era apenas um dano secundário do plano maior: transferir recursos da sociedade para o capital financeiro. Vale tudo nesse jogo: tirar dinheiro da saúde em meio à pandemia, não reajustar o Bolsa Família, cortar o auxílio emergencial, financiar a liberalização do mercado de trabalho, jogar o Brasil no apagão por falta de investimentos, privatizar empresas estratégicas.
O apagão moral atingiu também a imprensa, não fossem seus barões igualmente useiros e vezeiros de paraísos fiscais. A mídia familiar passou pano, cobriu o caso como se não
Guedes e Campos Neto: não só ilegal e imoral, mas indecente
de investimento, caso possuam informações privilegiadas, ou possam determinar ações que os favoreçam.
Quando sobem os juros ou o dólar se valoriza, não são apenas as empregadas domésticas que deixam de ir a Disney ou os porteiros que ficam em dificuldade para mandar seus filhos para a universidade, os donos de offshores vão, duplamente, ao paraíso. Na mesma operação, os brasileiros ficam mais pobres, o combustível mais caro e os investidores mais ricos. Não é só ilegal e imoral, mas indecente.
Até outro dia, Guedes e Campos Neto eram uma espécie de dupla dinâmica dos interesses financeiros. Não importa que tenham demonstrado durante mil dias uma incompetência abissal, traduzida em queda do PIB, inflação, desemprego e aumento da miséria. O Brasil voltou para o mapa da fome, os brasileiros disputam ossos e pelancas.
Apagão moral atingiu também a imprensa
fosse um crime contra a ordem econômica e um desvio ético inaceitável numa república digna do nome. Como a denúncia foi fruto de um coletivo internacional de jornalistas, ficou fácil ver a diferença no tratamento do caso.
Um ministro da economia que enriquece no exercício do cargo, em razão de suas ações e informações exclusivas; um presidente do Banco Central que lucra pessoalmente com suas decisões sobre o câmbio, alimentando a alta de preços e a inflação que deveria controlar. Enquanto isso, o bicho-homem chafurda numa fétida carroceria de caminhão de sobejos. Nessa hora, nem a poesia salva. É preciso raiva.
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
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conselho editorial minas gerais: Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Ênio Bohnenberger, Felipe Pinheiro, Frederico Santana Rick, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Jefferson Leandro, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, José Luiz Quadros, Juarez Guimarães, Laísa Campos, Marcelo Almeida, Makota Celinha, Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Robson Sávio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Edição: Amélia Gomes, Elis Almeida, Frederico Santana, Larissa Costa, Rafaella Dotta e Wallace Oliveira Redação: Amélia Gomes, Ana Carolina Vasconcelos, Larissa Costa, Rafaella Dotta, e Wallace Oliveira. Colaboração: André Fidusi, Anna Carolina Azevedo, Débora Borba, Joana Tavares , Marcelo Gomes. Colunistas: Antônio de Paiva Moura, Beatriz Cerqueira, Bráulio Siffert, Eliara Santana, Fabrício Farias, Frei Gilvander Moreira , Iza Lourença, João Paulo Cunha, Jonathan Hassen, José Prata Araújo, Macaé Evaristo, Makota Celinha, Moara Saboia, Portal do Bicentenário da Independência, Renan Santos, Rogério Hilário, Rubinho Giaquinto, Sofia Barbosa, Tarifa Zero Administração e distribuição: Paulo Antônio Romano de Mello e Vinícius Moreno Nolasco. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Revisão Cristiane Veredianos Tiragem: 10 mil exemplares. Razão social: Associação Henfil Educação e Comunicação
Declaração da Semana
Johnny Hooker, pelo Twitter.
Números da Semana
345
dos 10 mil cientistas considerados mais produtivos e influentes são da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Esse dado coloca a universidade na 5ª posição em relação às Instituições de Ensino da América Latina e na 8ª posição ao considerar os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), segundo ranking da organização independente AD Scientific.
Instituto Médico Veterinário Legal
Divulgação /Prefeitura do RJ
Foi inaugurado no Hospital Público Veterinário de Belo Horizonte, na sexta (1), o primeiro Instituto Médico Veterinário Legal do país. O local irá receber animais vítimas de maus-tratos recolhidos pelos órgãos competentes para a realização de exame de corpo de delito, além de documentar, com fotografias e filmagens, dando suporte às investigações. Caso o animal chegue ao Instituto Médico Veterinário Legal em óbito, será feita uma autópsia para apontar possíveis causas da morte. O instituto não faz atendimento direto ao cidadão, que deve acionar a Polícia Civil se presenciar algum tipo de maus-tratos aos animais.
Feijão guandu é nutritivo e delicioso
Danilo de Paula Moreira
Comum em Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso e Tocantins, o feijão guandu, ou andu, pertence à família das leguminosas. É rico em proteína de origem vegetal, fibras, vitamina A e vitaminas do complexo B, além de minerais como ferro, zinco e cálcio. Pode ser preparado para acompanhar o arroz, ou pode ser processado e dar origem a pratos menos convencionais, como hambúrguer vegetariano. Como salada fica uma delícia. É só deixar de molho 12h, cozinhar em água por 20 minutos e misturar com tomate, pimentão, salsinha, regar com azeite e limão e temperar com um pouquinho de sal. E pronto!
Servidores públicos do futuro:
DIA DAS CRIANÇAS Esse dia é uma oportunidade também para NOS lembrarmos dos sonhos e esperançar por um futuro melhor
Amélia Gomes e Rafaella Dotta
Há algo maravilhoso acontecendo agora. Difícil acreditar, não é? A pandemia completou um ano e meio, vivemos com um governo que tem retirado direitos sistematicamente da população em geral, mas sim, sonhos estão sendo gestados neste momento. E o servidor público é parte dessa esperança.
“Eu quero ser professora para ensinar as crianças e ajudar. Eu acho importante cuidar dos alunos”. Essa é a sorridente e divertida Beatriz Monteiro, de 11 anos, que como toda criança passou um ano difícil sem ir à escola, mas quando é perguntada o que quer ser quando crescer, responde rapidinho: professora.
Quero ser igual à minha professora Andréia
“Quero ser igual à minha professora Andréia”, diz a pequena Bia. “A minha inspiração é ver todas as professoras trabalhando duro, mas com muito carinho e
Iulstrações: La Cruz Arquivo pessoal
Aniversário de Miguel
por isso eu quero fazer a mesma coisa que elas”.
As crianças percebem o esforço dos adultos e, além do esforço, elas tendem a se identificar com pessoas que a incluem em seu afeto, nos explica a psicanalista Tânia Ferreira, que é mestre e doutora em educação e é professora no IEC PUC Minas. E deve ser por isso que o pequeno Miguel Henrique Costa com apenas 3 anos e já quer ser gari.
Ele veste o seu mini-uniforme laranja, a tarja com o seu nome no peito, as luvas, as botas e espera o “amigão” passar. “Ele sempre ficava doido vendo o caminhão, aí depois começou a gostar dos garis também. Ele chama os
garis de meus ‘amigão’. Se ele estiver dentro de casa e escutar o barulho dos garis, sai correndo atrás deles!”, diverte-se a mãe de Miguel.
“Em todo lugar que ele vai é assim: se ele vê os garis, fica louco (risos)”, conta a mamãe Jéssica Natália Costa.
Como outras crianças, que decoram o seu aniversário com o Ben 10, o Batman ou o Capitão América, o pequeno Miguel também aniversariou com seu herói favorito: o gari. “A gente perguntava pra ele do que queria que fosse sua festa de aniversário, ele sempre respondia: de lixeiro. Aí nós fizemos a festinha temática”, descreve a mãe. Foi na festa que ele ganhou o seu primeiro uniforme.
Construindo o ideal de futuro
De acordo com a psicanálise, a criança tem um desejo de crescer, ser grande. Num primeiro momento, ela lida com um “eu ideal”, pensado pelos seus pais no qual a criança se aliena, para depois construir seu “ideal do eu”. Crianças que querem ter profissões como essas, relacionadas ao serviço público, provavelmente tiveram boas e afetivas experiências com esses profissionais.
“A criança brinca e fantasia a partir do que ela ouve ou vê. Tem criança que fala que quer ser lixeiro. Por quê? Porque o modo como a criança foi incluída no afeto do lixeiro faz com que ela construa esse ideal de futuro. As crianças veem esses lugares como lugares
Belo Horizonte, 8 a 14 de outubro de 2021
CIDADES 5 a geração que está se inspirando em você
de identificação, nos quais ela quer estar, quer viver, quer ser”, relata a psicanalista Tânia.
Dinossauros e novas soluções
Outros pontos de interesse também aparecem ao longo da vida de uma criança. A pandemia, apesar dos pesares, tem sido uma oportunidade para novas possíveis soluções, e isso a criançada adora.
“Mesmo crianças quepassam por situações muitoadversas têm recursos como brincar ou fantasiar que as colocam no caminho de construir um futuro de melhores tempos”, explica Tânia. “Esses dias eu escutei um menininho falando isso: ele queria trabalhar no Centro de Saúde perto da casa dele para dar a vacina para o avô dele e assim eles poderem se abraçar”, relembra.
Essa não é, mas poderia ser uma frase do Antônio Buono Ribeiro, de 6 anos. Ele adora ver vídeos documentários sobre a natureza, o universo e o porquê das coisas. O Antônio quer inventar um dinossauro – sem dentes, claro, para não machucar ninguém, quer entrar num buraco negro para ver como é, e prometeu que vai inventar um laser para transformar o presidente Bolsonaro em poeira. “Sim! Ele, os militares e a polícia!”, disse pra gente.
E o que te leva a pensar em tantas soluções, Antônio? - perguntamos a ele. “Eu penso em uma lógica: como eu poderia salvar as pessoas?”, questiona-se o pequeno.
O ímpeto de ajudar as pessoas tem tudo a ver com o que os servidores públicos fazem hoje. Eles são a maioria na saúde, na educação, na limpeza urbana e até na ciência. “Servidor público é uma missão”, confidencia Israel Arimar, presidente do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos de Belo Horizonte (Sindibel).
“Mesmo com todos os ataques e adversidades, existem muitos servidores públicos que conseguem tirar felicidade em atender a população. Quando a criança sonha em ser gari ou professor, é importante não só para a nossa categoria, mas para toda a sociedade”, diz Israel.
E os nossos servidores públicos estão sonhando?
Informações da Secretaria de Previdência, do Ministério da Fazenda, mostram que os transtornos mentais são a terceira maior causa de afastamento do trabalho por doença no Brasil. O 1º Boletim Quadrimestral sobre Benefícios por Incapacidade, de 2017, apontou que episódios depressivos são a principal causa de pagamento de auxílio-doença não relacionado a acidentes de trabalho, correspondendo a 30%, seguido de outros transtornos ansiosos (17,9%).
Nós conversamos com o gari Vander Lúcio dos Santos para saber se ele, como o pequeno Miguel, também está com a cabeça no futuro, mas a realidade não tem ajudado Vander a sonhar. Ele já é aposentado, mas acompanha de perto a situação das colegas e dos colegas que continuam na ativa.
Em Belo Horizonte os garis são contratados de forma terceirizada ou por meio de concurso público pela empresa de Serviço de Limpeza Urbana (SLU). Segundo Vander, os concursados estão passando por problemas de afastamentos, baixo salário e uma possível extinção. “A maioria dos funcionários já têm mais de 50 anos e eles estão sendo afastados e não se renova a profissão. O servidor vai perdendo a estima. Nós estamos na fase final da SLU”, lamenta Vander Lúcio.
A situação também é difícil para os trabalhadores da saúde, para as professoras municipais, para os poucos pesquisadores e servidores públicos de Belo Horizonte em geral. A tramitação da Reforma Administrativa tem tirado o sono e o sonho de muita gente, e isso não é bom.
“Essa coisa de já prever o futuro”, diz a psicóloga Tânia, “uma certeza antecipada de que tudo será pior, adoece as pessoas. A psicanálise trabalha com isso: não é possível antecipar uma certeza. O futuro não aconteceu ainda. As coisas estão difíceis, mas nem por isso estão perdidas. O desejo é indestrutível. Não é pandemia, não é coronavírus que vai acabar com ele”.
E como essa reportagem tentou demonstrar, os servidores públicos têm motivos de 3, 6 e 7 aninhos para retomar os sonhos. Segundo o médico psicanalista Sigmund Freud, os adultos responsáveis por crianças têm pelo menos três funções determinantes: despertar o interesse da criança pelo mundo externo, dar amparo e proteção e acender o desejo de viver, desejo esse que pode ter relação com o prazer e com o sofrimento, mas ainda assim desejo.
Eu penso em uma lógica: como eu poderia salvar as pessoas?”, questiona-se Antonio, de 6 anos
Antônio Buono Ribeiro, de 6 anos, quer ser cientista para inventar soluções para o mundo
Petroleiros distribuem 100 botijões de gás em Betim (MG)
SOLIDARIEDADE Ação faz parte da Campanha Nacional “Combustíveis a preços justos”
Na quarta-feira (6), o Sindicatos dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro MG) realizou ação de solidariedade na comunidade Jardim Teresópolis, em Betim (MG).
A ação, que distribuiu 100 botijões de gás aos moradores da comunidade, é parte das atividades de comemoração do aniversário de 68 anos da Petrobrás, da
Camila Moraes
Campanha Nacional “Combustíveis a preços justos” e da jornada de luta pelo impeachment do Presidente Jair Bolsonaro. A distribuição foi realizada em parceria com a Associação Amigos do Terê e região.
“O projeto que hoje controla a Petrobrás, sob gestão do Bolsonaro, coloca a empresa a serviço dos acionistas privados e estrangeiros, e não do povo brasileiro. Isso significou a crueldade de a Petrobrás aumentar o preço dos combustíveis, causando consequências para a inflação e piora das condições de vida, com o aumento da gasolina, do diesel e do gás”, declarou o diretor do Sindipetro MG, Felipe Pinheiro.
Perfuração feita pela Vale foi gatilho do rompimento em Brumadinho
AÇÃO CRIMINOSA Relatório de universidade espanhola chega à mesma direção que a investigação da PF
Redação
A perfuração de um furo na barragem de Córrego do Feijão, da mineradora Vale, está sendo apontada como um potencial gatilho do rompimento da mesma, em 2019. O furo B1SM-13 foi feito pela própria mineradora e mais duas empresas.
A informação é de um estudo elaborado pela Universitat Politécnica de Catalunya (UPC), uma universidade espanhola, que realizou pesquisas aprofundadas com materiais, cálculos e informações da história da barragem. O relatório contradiz o motivo apontado pela Vale em um estudo anterior, que seria o fenômeno do “creep” – deformações internas contínuas, que se desenvolvem com o tempo, sob determinada carga, causando uma “cimentação dos rejeitos”.
A Polícia Federal ainda não encerrou sua investigação sobre o caso de Brumadinho, porém, há poucos dias, uma reportagem da Agência Pública revelou que a Polícia Federal chegou à mesma conclusão que a universidade espanhola.
ANÚNCIO
Andréia de Jesus
Todos os anos, a história de tristeza se repete com a chegada das chuvas
A chuva vem e o que deveria ser motivo de felicidade, afinal a água traz alívio ao calor e à poeira, se torna uma verdadeira tragédia na vida de muitas famílias.
Mais uma vez, o povo de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, sofre com a força da natureza. Vi da minha janela casas sendo destelhadas por causa da chuva de granizo que acometeu a cidade na semana passada.
Meu bairro é um lugar de gente batalhadora, meus vizinhos são pedreiros, babás, porteiros, domésticas. Fica- No bairro Neviana, mos mais de 24 horas sem luz. Quando a energia voltou, todos tinham perdido seus produtos da geladeira. Alimentar-se está cada vez mais caro e perder os alimentos 14 famílias perde ram suas casas no fim do mês é um peso a mais para as chefas de família.
No bairro Neviana, a situação foi ainda mais dramática e 14 famílias perderam suas casas. Móveis foram arrastados, telhas arrancadas pela força do vento e casas totalmente destruídas. Como se não bastasse todo prejuízo material, tivemos vítimas que, graças a ação do Corpo de Bombeiros, não sofreram ferimentos graves.
Não há uma política de habitação em Neves. As pessoas são obrigadas a construir suas casas em leitos de rios, encostas, lugares que definitivamente não são apropriados. Tudo porque a prefeitura e o governo do Estado não são capazes de garantir o reassentamento para um local seguro.
Como se não bastasse toda tragédia, ela ainda escancara a falta de investimento em equipamento básico para Defesa Civil e para o Corpo de Bombeiros conseguirem salvar vidas.
A culpa não é da chuva. Poucas pessoas sabem, mas Ribeirão das Neves é o nome de um rio que corta a cidade. Mas nós tapamos nossos córregos e rios em nome da falsa modernidade que coloca em risco cidades inteiras no período de chuvas.
Criar a Sumob não faz nenhuma diferença
Andréia de Jesus é deputada estadual de Minas Gerais pelo Psol
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Annie Oviedo A BHTrans será extinta, mas nossos problemas acabaram?
Foi votado, no último dia 27, no segundo turno na Câmara Municipal de Belo Horizonte o Projeto de Lei 160/2021 que extingue a BHTrans e cria em seu lugar a Superintendência de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte, (Sumob). Tudo resolvido, então? A tarifa vai diminuir, a qualidade do transporte vai melhorar, acabou o trânsito? Responsáveis pelas irregularidades encontradas pela CPI serão punidos?
Adoraríamos dizer que “sim, é isso mesmo”. Infelizmente, porém, não é essa a resposta.
Extinguir a BHTrans, uma empresa pública de economia mista, e criar a Sumob, uma autarquia, em termos de sistema de ônibus, não faz nenhuma diferença. A tarifa vai continuar a mesma, assim como a gestão, os empresários, tudo.
A nova lei não muda ou incide no contrato de concessão do transporte, celebrado entre a prefeitura e as empresas concessionárias. A BHTrans, no contrato, é indicada como órgão fiscalizador. Com a nova lei, essa competência deverá passar para a Sumob.
O dinheiro do sistema está nas mãos das empresas, assim como a bilhetagem eletrônica, e assim continuará, porque a lei não aborda essas questões. Do mesmo modo, apesar das irregularidades (crimes) descobertas pela CPI da BHTrans, os empresários que operam o sistema continuam os mesmos. A lei mantém o fundo para subsidiar a tarifa, o que é uma coisa boa, mas não há nada escrito sobre de onde esse dinheiro deveria vir. Ou seja, seguimos sem subsídio, com a mesma fórmula de reajuste anual da tarifa – que, inclusive, vem aí.
Fica aqui nosso apelo à prefeitura, à câmara e ao MPMG: vocês têm os instrumentos para mudar a situação em que estamos. Façam isso de verdade, não apenas de fachada. A cidade pode se tornar um exemplo em transporte de qualidade, garantindo subsídios, gestão transparente e controle social. Vamos fazer acontecer?
Annie Oviedo é passageira de ônibus e integrante do Tarifa Zero BH
ACOMPANHANDO
Na edição 351... Em BH, custo da cesta básica tem alta de 20% em um ano ..E agora Cesta básica fica 3,49% mais cara em BH no mês de setembro
Em setembro, a cesta básica de alimentos ficou 3,49% mais cara em Belo Horizonte, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Com esse percentual, a capital mineira registrou a quarta maior inflação entre 17 cidades, atrás apenas de Brasília (3,88%), Campo Grande (3,53%) e São Paulo (3,53%). Pelo levantamento, a cesta de alimentos em BH está custando R$ 582,61, ou seja, 57,26% do salário mínimo.