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OPINIÃO

OPINIÃO

Solidariedade e mobilizações de rua marcam o ano de 2021

BALANÇO DA LUTA Movimentos populares e sindicais buscaram alternativas contra a fome e lutaram contra a política de Zema e de Bolsonaro

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Ana Carolina Vasconcelos

Marcado pelas crises social, política, econômica e sanitária, o ano que termina foi desafiador para as forças populares. “Não foi só a pandemia da covid. Nosso país voltou para o mapa da fome”, declara Débora Sá, da Frente Brasil Popular, ao rememorar o que foi 2021.

Segundo ela, as organizações sociais se dedicaram inteiramente à construção de alternativas coletivas contra a fome e contra a retirada de direitos promovida pelo governo federal.

“A parceria entre movimentos populares e sindicais permitiu que diversas famílias recebessem doações de alimentos, vale gás e itens de higiene”, relata Débora. Em Belo Horizonte, as regiões de Venda Nova, Barreiro e Pedreira Prado Lopes foram algumas das que receberam as ações de solidariedade.

Defesa dos serviços públicos

As lutas contra a venda das estatais e a favor do serviço público também marcaram o ano de 2021. Aconteceram diversas paralisações, manifestações e greves de trabalhadores.

Ao longo do ano, trabalhadores da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), denunciaram a falta de investimento na empresa. Já os trabalhadores da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), terminaram o ano em greve contra a privatização.

Petroleiros também se mobilizaram contra a venda da Refinaria Gabriel Passos (Regap) da Petrobras, localizada em Betim. Os trabalhadores da Petrobrás têm denunciado a privatização da Regap, que faz parte da venda de um pacote de oito refinarias no país, como um atentado à soberania nacional. em R$ 2.886,24, e pela devida aplicação dos recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Funded). Segundo o sindicato, nos últimos três anos, o governo deixou de investir cerca de R$ 7 bilhões que deveriam ter ido para a área.

Sindipetro / MG

Os trabalhadores da educação de Minas Gerais resistiram durante todo o ano à tentativa de Romeu Zema (Novo) de privatizar as escolas, por meio dos projetos Mãos Dadas e Somar. Em agosto, a categoria declarou greve sanitária frente à decisão do governo estadual de retomar as aulas presenciais sem a vacinação completa da comunidade escolar.

Em novembro, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) aprovou um calendário de lutas pelo cumprimento da lei do piso nacional, atualmente fixado

Denise Romano, coordenadora geral do Sind-UTE, destaca que a luta contra a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32, da Reforma Administrativa, teve centralidade no ano de 2021. “A defesa dos serviços públicos e a garantia dos nossos postos de trabalho nos levou às ruas para combater a PEC 32. Nós tivemos êxito e impedimos a aprovação”, declarou.

Ao longo de todo o ano, também houve mobilizações contra a privatização da Ceasa Minas, da CBTU, dos Correios, dentre outras.

Vacina para todos

A demora em ampliar a vacinação contra a covid-19 no país impulsionou que as forças populares também fossem às ruas por mais investimento no Sistema Único de Saúde, garantia de leitos, insumos e aceleração da imunização.

Com a palavra de ordem “vacina no braço, comida no prato”, mais de 20 cidades mineiras organizaram atos, panfletagens e carreatas.

Fora Bolsonaro

Convocadas pela Campanha Nacional Fora Bolsonaro, ao longo do ano, aconteceram oito manifestações pelo impeachment do presidente da República.

Os atos tiveram também o objetivo de denunciar a

Ao longo do ano, aconteceram oito manifestações Fora Bolsonaro em Minas Gerais

política econômica adotada pelo governo federal que levou o Brasil de volta ao Mapa da Fome, além de encarecer o preço do gás e da cesta básica.

Para Jairo Nogueira, presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT), é insustentável a crise do país. “É nosso papel fazer a luta, denunciar o governo e construir um novo cenário para as eleições do ano que vem, para que o povo não caia na ilusão que é o Bolsonaro”, aponta.

Sindieletro MG

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