PARANÁ
Ano 5
Edição 210
6 a 12 de maio de 2021
distribuição gratuita
www.brasildefatopr.com.br
“Na escola, mandaram a gente se virar”
Tragédias cotidianas Reportagem mostra dificuldades até para enterrar familiares mortos na pandemia Paraná | p. 4
Famílias da periferia de Curitiba relatam as dificuldades de acesso ao ensino remoto CAPA | p. 5
Giorgia Prates
Cultura | p. 7
Música preta curitibana Kátia Drumond e Ricardo Verocai lançam o EP “Bairro Black” Esportes | p. 8
Fraudar teste compensa? Giorgia Prates
Time é suspenso, mas continua a jogar Paranaense
Brasil de Fato PR 2 Opinião
Brasil de Fato PR
Paraná, 6 a 12 de maio de 2021
Quantos Lindolfos mais?
EdiToriaL
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assassinato do jovem professor Lindolfo Kosmaski, no sábado (1º), no interior do Paraná, é motivo de grande indignação. Lindolfo era educador da escola pública, camponês envolvido com as pautas dos trabalhadores sem terra e ativista LGBTQI, tendo sido candidato a vereador de São João do Triunfo no ano passado.
Morto a tiros e com o corpo carbonizado, há indícios de que o crime tenha sido provocado por LGBTfobia. É preciso cuidadosa e rápida investigação. A escalada de violência no país não atingiu apenas a vida de Lindolfo, mas afeta todo brasileiro. Em um momento em que milhares de pessoas sofrem por perdas de familia-
res e amigos devido à Covid, é necessário reforçar que a violência e a morte são bandeiras de Bolsonaro. O presidente estimula o uso de armas e da violência para perpetuar o preconceito. Tanto o vírus quanto a LGBTfobia proliferam em seu governo. Recusou-se a comprar vacinas com antecedência e tentou minimizar
O jornal Brasil de Fato circula em todo o país com edições regionais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Paraná. Esta é a edição 210 do Brasil de Fato Paraná, que circula sempre às quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais. EDIÇÃO Frédi Vasconcelos e Pedro Carrano REPORTAGEM Ana Carolina Caldas, Gabriel Carriconde e Lia Bianchini COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Jade Azevedo, Juliana Mittelbach e Manoel Ramires ARTICULISTAS Fernanda Haag, Cesar Caldas, Marcio Mittelbach e Douglas Gasparin Arruda REVISÃO Lea Okseanberg, Maurini Souza e Priscila Murr ADMINISTRAÇÃO Bernadete Ferreira e Denilson Pasin DISTRIBUIÇÃO Clara Lume FOTOGRAFIA Giorgia Prates e Gibran Mendes DIAGRAMAÇÃO Vanda Moraes CONSELHO OPERATIVO Daniel Mittelbach, Fernando Marcelino, Gustavo Erwin Kuss, Luiz Fernando Rodrigues, Naiara Bittencourt, Roberto Baggio e Robson Sebastian REDES SOCIAIS www. facebook.com/bdfpr CONTATO pautabdfpr@gmail.com
Que abolição é essa? Juliana Mittelbach,
feminista negra, enfermeira no Complexo Hospital de Clínicas UFPR, Mestranda em Saúde Coletiva – UFPR e Vice-presidente do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial
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Brasil de Fato PR Desde fevereiro de 2016
a gravidade da doença, assim como destruiu políticas públicas direcionadas à população LGBTQI. As mortes causadas pela irresponsabilidade de Bolsonaro e pela discriminação que ele prega demandam o seu impeachment e exigem justiça para Lindolfo e os mais de 400 mil brasileiros mortos por Covid!
sEMana
oPiniÃo
EXPEdiEnTE
13 de maio de 1888 é a data em que os livros didáticos celebram a ação da Princesa Imperial Regente que, num ato de cristandade, sancionou a Lei Áurea, marcando o fim da escravização. Balela. Comemorar a liberdade do povo negro no Brasil reverenciando a família real portuguesa, principal responsável pelo
longo regime, é uma ofensa à nossa ancestralidade. É tão absurda a versão de que a escravização tinha a proposta de converter os africanos à fé cristã quanto a lorota histórica de que a abolição foi assinada em um ato de bondade. Foi através da bula papal “Dum diversas”, de 1452, que os portugueses foram autorizados a conquistar territórios não cristianizados e consignar pagãos à escravatura. Tem algo errado nessa narrativa. A não ser que apostemos na incoerência divina, que ora orienta o papa a autorizar a escravi-
zação ora orienta regentes a abolir. A luta por nossa liberdade não começa com abolicionistas brancos e a princesa. Houve batalhas. Derramamos sangue em diversas revoltas e fugas de senzalas. Fomos vanguarda na organização coletiva com a fundação de quilombos. A inabilidade imperial em encerrar os levantes, a pressão da Europa pelo avanço do capitalismo e a necessidade da ampliação de mercado consumidor foram os reais motivos dessa lei. E o que mudou? Não conseguimos ainda superar as marcas das desigualdades e racismo, como
mostra a pandemia. Morrem 40% mais negros que brancos e para cada pessoa negra que recebeu uma dose da vacina, duas pessoas brancas são vacinadas. Somos quem mais morre na pandemia. Os menos protegidos pelas políticas públicas. Os que mais sofrem com o desemprego e a fome. Um genocídio da população negra está em curso. Que abolição é essa que mantém nosso povo escravo da fome, do desemprego e da morte? Não comemoramos o 13 de maio. Não reconhecemos Isabel como princesa. Muito menos Bolsonaro como presidente.
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Geral
noTas BdF
FrasE da sEMana
Pandemia reduz estimativa de vida dos brasileiros Após a Reforma da Previdência, a pandemia tem mudado a expectativa de vida no país. As principais vítimas fatais são idosos. É o que aponta a nota técnica do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP). O estudo surge após o ministro da Economia, Paulo Guedes, se queixar de que a população quer viver até os 100 anos e que isso seria um problema. O estudo cita a emenda da Previdência que trazia entre suas justificativas “o veloz processo de envelhecimento da população” que exige “a revisão das regras previdenciárias que escolhemos no passado”. Com isso, extinguiu a aposentadoria por tempo de contribuição e adotou novas faixas etárias. Agora, o cenário é outro. “A redução (da expectativa de vida) foi de quase dois anos e, com o avanço da pandemia, a situação tende a ser mais vigorosa”. Para o IBDP há outro caráter perverso da reforma da previdência e do atual governo: a falta de políticas sociais. “Com elevados índices de óbitos e de cidadãos adoecidos, seria o momento de intensificar ações na área social - e não restringi-las”, sustenta. A análise, assinada pelo advogado do Senge-PR Antonio Bazilio Floriani Neto, sugere que é “o momento de alargar a proteção social justamente para obter melhores resultados no mercado de trabalho e, de modo geral, na economia.”
Por Redação SP
“Esse ministro guedes, da Economia, é um desonesto intelectualmente, um homem pequeno para estar onde está” Disse na CPI da Covid, no Senado, o ex-ministro da Saúde de Bolsonaro Luiz Henrique Mandetta, ao rebater comentário de Guedes de que teria disponibilizado R$ 5 bilhões para vacinas não utilizados por Mandetta. O ex-ministro diz que à época que estava no governo nem existiam vacinas sendo comercializadas Jefferson Rudy | Agência Senado
EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA SEMIPRESENCIAL O Presidente da Cooperativa de Processamento Alimentar e Agricultura Familiar Solidária de Antonina – Copasol Cachoeira, com sede na Comunidade do Cachoeira, s/n, Zona Rural, Antonina/PR CNPJ: 26.504.099/0001-52 – IE 9076499621, no uso das atribuições que lhe confere o Estatuto Social, convoca os Senhores associados, cujo número para efeito de quórum, nesta data é de 56, para reunirem-se em Assembleia Geral Extraordinária SEMIPRESENCIAL, a realizar-se no dia 26 de junho de 2021 na modalidade online, para os cooperados que tiverem condições de acesso à internet plataforma zoom https://us02web.zoom. us/j/89905628224?pwd=Q2MvVVgwRDVuNHdVSkc5bUxrRW9pQT09 ID da reunião: 899 0562 8224 Senha de acesso: 123456 e participarem, e também através de boletim de voto disponibilizados aos cooperados até 7
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dias antes da realização da assembleia, a ser realizada no dia 26 de junho de 2021, na sede da Cooperativa, Comunidade do Cachoeira, s/n, Zona Rural, Antonina/PR, com a primeira convocação às 07:00 horas com a presença de no mínimo 2/3 (dois terços) dos Cooperados, em segunda convocação às 08:00 horas com a presença mínima de metade mais 01 dos cooperados, e, se necessário, a terceira convocação às 09:00 horas, com a presença de no mínimo 10 (dez) Cooperados, aptos a voto presentes respectivamente, tanto de maneira online através do link da plataforma Zoom, e através do boletim de voto, disponibilizado em até 7 dias anterior à realização da mesma. Para deliberarem da seguinte ordem do dia: 1Apreciação de Novos Cooperados e a desfiliação; 2Apresentação, discussão e aprovação do Relatório da Diretoria, referente à Prestação de Contas dos
Exercícios Sociais encerrados em 31 de dezembro do ano de 2019 e 2020; a) Relatório de Gestão; b) Balanço Geral; c)Demonstrativos de Sobras e Perdas; d) Parecer do Conselho Fiscal; e) Plano de Atividade para o Exercício seguinte; 3- Recomposição da Direção para o período de até 16/05/2022; 4-Eleição do Conselho Fiscal para o Ano de 2021 a 2022; 5- Alteração e consolidação do estatuto com alteração do nome da Cooperativa; 5: Informes. Para fins de recomposição do Conselho de Administração e do conselho fiscal fica estipulado a data de 15 de junho de 2021 para a inscrição dos nomes com os candidatos e seus cargos a que vão concorrer. Todos os cooperados devem estar, obrigatoriamente, utilizando máscara facial.
genocida A comoção com a morte do ator Paulo Gustavo extravasou para a revolta nas redes sociais. Em inúmeras publicações, anônimos e figuras públicas não hesitaram em responsabilizar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), usando as hastags #BolsonaroCriminoso e #BolsonaroGenocida.
Marcelo d2 No Twitter, o cantor Marcelo D2 se manifestou logo após a morte de Paulo Gustavo e atacou o presidente. “Não temos um dia de paz, Já existe vacina e Bolsonaro negou 11 ofertas.... essa família quer o caos pra governar com seus fanáticos. Assassino vai pagar por isso na cadeia.”
Felipe neto Menos diplomático, Felipe Neto também criticou Bolsonaro. “Desgraçado maldito genocida filho da p*** corno demônio p*** vagabundo podre tosco burro ladrão covarde lixo bandido mentiroso assassino”, escreveu o youtuber.
Paulo coelho O escrito Paulo Coelho elencou uma série de expressões do bolsonarismo para explicar que seriam “os assassinos de Paulo Gustavo”. “Quem dizia “é só uma gripezinha”, “não passa de 200 mortes”, “cloroquina resolve”, “gente morre todo dia”, “Lockdown destrói o país”, “máscara nos faz respirar ar viciado”, “eu obedeço o comandante”, E por aí vai. Canalhas da pior espécie.”
Antonina-PR, 05 de abril de 2021. Conselho de Administração
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os draMas na Hora do adEUs Depoimento mostra as dificuldades em conseguir túmulos na pandemia
Gabriel Carriconde
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erder algum ente querido é sempre um momento difícil para quem fica. E os momentos de luto vêm se multiplicando na pandemia. De março de 2020 até o momento, mais de 410 mil famílias tiveram que encarar a dor de dar adeus a quem ama. Muitas delas nem ao menos conseguiram se despedir, já que o protocolo em boa parte das cidades do país proíbe velórios de vítimas da Covid. Em outros casos, a dificuldade é de encontrar um jazigo, mesmo para quem paga plano funerário. Esse foi o caso da técnica de laboratório e poeta Andreia Carvalho, 47, que perdeu recentemente seu pai para a Covid-19. Relata que após a liberação do corpo, teve que esperar mais 24 horas até conseguir um jazigo. De acordo com Andreia, apesar de sua família pagar o plano funerário, devido a outros óbitos que ocorreram, seu pai não conseguiu ser enterrado junto aos familiares. Isso porque a família só tinha direito a duas gavetas, e como as mortes ocorreram num espaço inferior a três anos, as exumações previstas por lei não puderam ser
feitas. ‘’Tive que pedir para a família do meu marido um espaço para meu pai descansar. É um sofrimento muito grande”, conta. Andreia ainda diz que por conta da pandemia se deparou com várias famílias com o mesmo problema e com cemitérios lotados. “Terei de comprar um terreno maior para minha família, mas é uma situação que assusta muito, e a dor de ter que en-
frentar isso depois do luto é grande.’’ De acordo com Elielson Apolinário, presidente da Associação Paranaense dos Planos de Assistência Funeral, as funerárias vêm adotando procedimento de que, em caso de mais familiares de uma mesma família virem a óbito em menos de três anos, há um empréstimo de espaço ou o corpo é enterrado em cemitério público. Diz que as empresas vêm
relatando óbitos de até 4 membros de um mesmo grupo familiar em questão de meses. ‘’Apesar de variar de cidade para cidade, e de empresa para empresa, algumas cedem espaço por um período determinado até ser liberado um espaço mais adequado’’, conta. Em caso de famílias de baixa renda, em Curitiba, é a Prefeitura que encaminha para um cemitério público.
coLaPso
Existe risco de colapso funerário em curitiba? No início deste ano, o Brasil foi impactado com cenas de corpos sendo enterrados em valas comuns em Manaus (AM). Em Curitiba, após um rápido aumento dos casos de Covid-19, a cidade viu parte do seu sistema hospitalar chegar ao limite. Contudo, para o presidente da Associação Paranaense dos Planos de Assistência Funeral, a capital paranaense e a Região Metropolitana não correm risco eminente de caos no setor. ‘’Mesmo com um aumento muito grande de óbitos, Curitiba consegue dar conta por ter um sistema bem integrado e pulverizado de cemitérios e funerárias’’, relata. A capital possui 23 cemitérios: cinco municipais e 18 privados. O risco que Elielton teme é de que surtos de Covid-19 acometam profissionais da área, visto que apenas agentes funerá-
rios estão sendo vacinados. ‘Se tivermos uma situação de adoecimento entre sepultadores, a situação pode ser mais séria. Não teríamos ninguém para enterrar as pessoas’’, alerta. Para o clínico médico Felipe Bueno, 34 anos, que atua na linha de frente, em caso de um novo surto que leve a uma piora nos serviços hospitalares, novamente, a cidade poderá ter dificuldades. ‘’Se Curitiba tiver um novo pico, e não apresentar uma vacinação ampla, poderemos ter sim um número grande de internados, com novo colapso do sistema hospitalar e alto número de óbitos que pode levar ao colapso funerário’’. Bueno alerta que em caso de descontrole da pandemia, entre julho e agosto, a capital poderá ter um alto número de vítimas da Covid-19.
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Paraná
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“Eles disseram que a gente tinha de se virar” Mães relatam dificuldades para acompanhar aulas remotas e falta de auxílio da Prefeitura Giorgia Prates
Ana Carolina Caldas
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o Brasil, 20 milhões de domicílios não têm internet, de acordo com dados da pesquisa TIC Domicílios 2019. Dados preliminares de 2020 apontam que quase 5 milhões de crianças e adolescentes, entre 9 e 17 anos, vivem em domicílios sem acesso à rede. Números que podem ser constatados na prática com quem mora na periferia e em ocupações em Curitiba. Há dificuldades para acompanhar as aulas via internet e as famílias reclamam de total falta de apoio da Prefeitura. Juliana Santos de Souza, moradora na Vila Formosa, mãe de uma menina que cursa ensino fundamental, relata que depois de um ano da pandemia conseguiu um celular emprestado para que a filha pudesse acompanhar as aulas. As duas moram numa casa com mais 5 familiares e não tinham computador nem celular, muito menos acesso à internet. “A dificuldade maior é que, agora, eles exigem que o (programa) meet fique ligado, com a câmera aberta. Só agora conseguimos emprestar de um conhecido o celular com câmera frontal exigida. Ano passado eu buscava as atividades impressas e depois devolvia. Isso facilitava para quem não tinha celular. Agora é só pela internet, pelo Google Classroom”, relata Juliana. “Consegui o celular, mas estou desempregada e tem que comprar créditos. Tá complicado”, diz. Essas e outras dificuldades também fazem parte do cotidiano da Ana Paula Gouveia, mãe de 5 filhos, três deles na escola pública. Ela e o marido são catadores de papel e, no momento, só ele tem saído para trabalhar. Ela acompanha as aulas dos filhos. Além da dificuldade de acesso à internet, ela diz que as crianças não estão aprendendo. “Tive que deixar o trabalho para ajudar eles nas aulas. Mas com dificulda-
des com as tecnologias, o problema “que eles nem sabem escrever e eu não tenho muita experiência para ensinar”, diz. Muitas vezes ela e o filho mais velho preenchem as atividades dos mais novos a serem entregues na escola. As famílias reclamam que há falta de apoio por parte da Prefeitura. “Eu estive na escola para mostrar o celular antigo que a gente tinha e dizer que não possuía câmera frontal. Eles só disseram que a gente tinha que se virar”, relata Juliana.
o que diz a Prefeitura Em nota ao Brasil de Fato Paraná, a Secretaria Municipal de Educação informou que “as escolas realizaram campanhas e arrecadaram doações de TVs, antenas e aparelhos de celulares para famílias com essa necessidade específica.” Não houve resposta, porém, se há algum programa criado ou pensado pela Prefeitura para garantir o acesso dos alunos carentes à estrutura necessária para acompanhar as aulas. Giorgia Prates
Paraná quer retomar aulas vacinando 1/3 dos profissionais Manoel Ramires, do Porém.net O governador do Paraná, Ratinho Júnior, confirmou que a vacinação no estado entra na fase de atender pessoas com comorbidades e profissionais da educação. Serão apenas 32 mil doses para profissionais municipais, estaduais e do ensino privado nesta semana, apenas cerca de 1/3 dos profissionais. As aulas presenciais híbridas serão retomadas a partir do dia 10 de maio. Serão cerca de 200 escolas, o que representa 10% da rede. O retorno é criticado pelo sindicato da categoria. Segundo a APP Sindicato, o governo está descumprindo sua promessa de volta às aulas somente após a vacinação de todos os profissionais. Para a entidade, não existe protocolo seguro. O governo está “desviando” vacinas que seriam aplicadas no grupo com comorbidades, segundo o Plano Nacional de Imunização.
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Paraná terá convenção de solidariedade a cuba no sábado
Marmitas da Terra faz 1 ano e distribui 55 mil refeições em curitiba e região
Evento será virtual, às 17h, e escolherá delegados para encontro nacional Frédi Vasconcelos
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o sábado, dia 8, acontece a Convenção Paranaense de Solidariedade a Cuba, em modo virtual, com transmissão pelos canais do Facebook e Youtube do Brasil de Fato Paraná. O evento escolherá delegados para a conferência nacional, marcada para junho deste ano e contará com exposições do cônsul de Cuba no Brasil, Jose Luis Darias Suárez, da diretora de relações internacionais da AC José Martí na Baixada Santista, Maria do Carmo Leite, e Vinícius Paiva Schiavon, médico paranaense formado em Cuba. Segundo o cônsul, o encontro será muito importante para tirar novas diretrizes de como ampliar a solidariedade ao povo cubano, principalmente contra o bloqueio dos Estados Unidos à Ilha. “Precisamos de ajuda para romper o bloqueio de mais de 60 anos a nosso PUBLICIDADE
país, visibilizar essa luta.” Outro ponto importante para ele é falar sobre as vacinas cubanas contra a Covid. Duas delas estão concluindo a terceira fase de testes. “Cuba tem o respeito internacional na área de saúde e pode colaborar com o Brasil nesse momento de falta de vacinas para lutar contra a Covid”, diz. Uma das organizadoras do evento no Paraná, Silvana Souza, coordenadora das Brigadas de Solidariedade a Cuba no estado, lembra que um dos principais objetivos do encontro é tirar delegados para a conferência nacional, mas que os encontros regionais escolhem temas para discutir. “No Paraná, um tema permanente é o criminoso bloqueio dos Estados Unidos e seus efeitos, como, por exemplo, a proibição de compra de seringas para imunizar sua população.... Eles terão vacinas, mas não seringas. Por isso estamos fazendo
Divulgação
MST encontrou na cozinha a maneira de unir campo e cidade em ações de solidariedade
Giorgia Prates
Doe para a campanha das seringas Depósito no Banrisul, Agência 0839 bC/C 39.055.419.0-0 CPF 380.163.200-82 Pix haesbaert63@ gmail.com Por favor identifique seu depósito. também uma campanha de doação de seringas e agulhas.” Para participar do encontro é necessário inscrever-se no link bit.ly/solidariedadeacuba. Quem quiser apenas assistir às apresentações pode acompanhar pelo www.facebook.com/BDFPR ou no canal do BDF-PR no Youtube.
Jade Azevedo A ação Marmitas da Terra, desenvolvida pelo MST-PR, traz para a cozinha da cidade o debate sobre a reforma agrária popular, além de alimentar com comida sem veneno a população em situação de rua de Curitiba, famílias e trabalhadores de bairros periféricos e da região metropolitana. A ação começou no início da pandemia, em maio de 2020, e completou um ano nesta semana. No início com uma equipe pequena, quase toda composta por integrantes do MST, produziam 300 marmitas. Com algumas semanas de cozinha funcionando, a ação ganhou voluntários e aumentou a produção. “Em cada entrega era evidente a necessidade de au-
mentar a produção de refeições e em 2020 fechamos o ano produzindo entre 700 e mil marmitas todas as quartas-feiras”, diz Adriana Oliveira, integrante do MST e coordenadora do Marmitas da Terra. Aos poucos, mais mãos se somaram, voluntários, outras instituições, organizações, sindicatos e trabalhadores, preocupados com o cenário da pandemia e a ausência do poder público federal em conter o avanço da pobreza, desemprego e do vírus. Neste um ano de ação, já são 150 voluntários e mais de 55 mil marmitas produzidas principalmente com alimentos da reforma agrária e da agricultura familiar, contando com doação feita nesta quarta-feira (5). A produção semanal passou a ser de 1.100 marmitas.
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Katia drumond homenageia personalidades negras de curitiba em música Redação
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riado pelos artistas Kátia Drumond e Ricardo Verocai, o projeto musical “MUV – Movimento Uniformemente Variado”, que tem trajetória marcada por influências da música preta nacional e internacional, lançou recentemente seu novo EP “Bairro Black”, idealizado e produzido durante a pandemia. A negritude como foco e força criadora é a proposta do MUV ao longo dos seus 21 anos, e esse novo EP nasceu para homenagear bairros da cidade e algumas das personalidades pretas que fizeram e fazem história em Curitiba e no Paraná, como Waltel Branco, Odelair Rodrigues, Laura Santos, Lápis, Saul Trumpet, Mãe Orminda, Isidoro Diniz, Danilo Avelleda, Geisa Costa, Enedina Alves Marques e MeggRayara, entre outras. A estética sonora do novo EP conversa com a música moderna de periferias urbanas e transita entre vertentes do rap, ragga, ska, trap, miamibass funk e o samba soul, criando uma mistura que dia-
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loga com os ritmos variados da música preta, que é a marca do MUV. Uma das faixas do EP, “Orgulho Crespo”, narra o encontro de vários artistas e ativistas negros durante a Marcha do Orgulho Crespo de Curitiba, que é liderada pela cantora e ativista Michele Mara e reconhece a representatividade da comunidade preta na cidade. sobre o MUV O MUV é um projeto musical atuante desde 1999, idealizado pelo produtor musical, tecladista, compositor e arranjador Ricardo Verocai e pela cantora, compositora e atriz Kátia Drumond, com sede em Curitiba - PR. O repertório funde as bases do soul, groove, funk, jazz, rap, salsa, reggae, ritmos uniformemente dançantes, com ritmos variados da música brasileira como o samba, baião e afoxé.
EP BAIRRO BLACK acesse pelas plataformas: https://ps.onerpm. com/2155215285 ou Youtube MUV: encurtador.com.br/gtNY8
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Mostra afrika XX
agenda oficinas de dança
Com 11 filmes para assistir de forma gratuita, a Mostra de Cinemas Pioneiros do Continente Africano começa nesta semana no site do Cine Passeio. As sessões têm início na quinta (6/5) e serão online, com 24 horas para assistir a cada filme. O evento está disponível para todo o Brasil.
Bailarinos do Teatro Guaíra oferecem oficinas de dança gratuitas no projeto “Aulas como Unidade e Cooperação”. A iniciativa partiu dos próprios bailarinos, que já realizaram em 2020 aulas abertas para todo o Estado. O principal objetivo é trocar experiências e criar novas conexões.
dos anos 50 aos 90
Vivência pessoal
Com organização das curadoras Bea Gerolin e Kariny Martins, foram selecionados filmes realizados por cineastas africanos entre os anos 50 e 90, uma cinematografia múltipla em pensamentos, estéticas e modos de produção. Quando: de 6 a 12 de maio, no site http://www.cinepasseio.org/.
O bailarino responsável compartilhará sua vivência pessoal na aula, criando estímulos para que cada um possa descobrir e experimentar novos olhares e caminhos. Os interessados devem acessar o link pela plataforma Zoom: https://us02web.zoom.us/j/87160315382 As aulas sextas-feiras, a partir de13h.
dicas MasTigadas
Homus de beterraba A cada semana, publicamos receitas com produtos agroecológicos da rede colaborativa Produtos da Terra, da Sinergia Alimentos Saudáveis e da Rede Mandala. Parte dos ingredientes pode ser encontrada no site produtosdaterrapr.com.br Ingredientes 1 ½ xícara de grão de bico cozido. 2 beterrabas orgânicas. 3 colheres (sopa) de caldo de limão orgânico. Azeite a gosto. Sal a gosto. Modo de preparo Pré-aqueça o forno a 200º C. Descasque Reprodução e corte a beterraba em quartos. Corte um pedaço grande de papel alumínio, coloque os pedaços de beterraba no centro, tempere com sal, pimenta e um fio de azeite. Una as pontas e dobre, formando uma trouxinha. Transfira para uma assadeira e leve ao forno para assar por 30 minutos ou até que as beterrabas fiquem macias. Retire a assadeira do forno e, com cuidado, abra a trouxinha para a beterraba amornar. Enquanto isso, escorra o grão-de-bico por uma peneira, para tirar toda a água. No processador, junte o grão-de-bico, as beterrabas assadas, o caldo de limão e o azeite. Bata até formar uma pasta. Tempere a gosto.
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Falsificar testes compensa? Cascavel CR é punido por tribunal, mas continuará jogando até fim de recursos Frédi Vasconcelos
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Federação Paranaense de Futebol defi niu os jogos da nona rodada do estadual com uma surpresa, a confi rmação do jogo entre Cascavel CR e Paraná para o sábado, mesmo com a condenação do time do interior pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PR). A decisão do tribunal foi suspender o time por 180 dias e aplicar multa de R$ 20 mil pela denúncia de falsificar testes de Covid-19 de seus jogadores contra o Athletico e colocar em risco atletas e outros profissionais, quebrando protocolo estabelecido para a volta do futebol no estado. E poderá entrar em campo no sábado com time completo, já que todos os jogadores denunciados foram absolvidos. Só acabou punido um membro da comissão técnica, Anthony Perekles de Almeida, com 360 dias de suspensão e multa de R$ 10 mil. Mesmo suspenso, o time poderá jogar porque a punição só será aplicada após todos os recursos de defesa serem julgados, provavelmente após o fim do estadual. Apenas a multa terá de ser paga em poucos dias. O caso ainda continua sob investigação da Polícia Civil. Mais jogos Na quinta, 6, acontece o clássico Atletiba, em que o time da Baixada vai tentar melhorar de posi-
ção, já que está em sétimo na tabela de classificação. Já o Coxa tenta assumir a liderança, ultrapassando o líder Operário, que tem um ponto e um jogo a mais. Até um empate garante
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Cascavel CR é julgado culpado e suspenso, mas continua a jogar campeonato
a liderança. Mesmo mal no campeonato, o Athletico deve usar seu time B ou, pelo menos, poupar vários titulares. Já o Coritiba vai de força máxima, com a provável volta de Rafinha.
Bom filho que à casa torna
Jogo a jogo
Por Cesar Caldas
Por Marcio Mittelbach
A contratação de Willian Farias pelo Coritiba, sete anos após sua transferência ao Cruzeiro, qualifica o setor de meio-campo do time em vários aspectos. A Raposa mineira, Vitória, São Paulo e Sport lapidaram o jogador, originado nas categorias coxa-brancas de base. Com fôlego ainda para muitas temporadas, o atleta voltou “trivalente”. As atuações no início da temporada revelam aprimoramento de sua já reconhecida técnica de marcação, que dificulta ao adversário escolher o destino do passe pretendido. A capacidade de desarme foi sensivelmente apurada no período e, adicionalmente, retorna como iniciador de jogadas, indo à frente quando necessário para auxiliar os meias avançados alviverdes. Como o tal “volante moderno”, tão valorizado no mercado, o agora versátil Willian dá ao técnico Morínigo mais opções táticas para as partidas que vêm aí..
ELas Por ELa Fernanda Haag
campeonato Paranaense No sábado, 1, aconteceu o primeiro jogo da decisão do Campeonato Paranaense 2020. Imperial e Athletico entraram em campo no Estádio Octávio Silvio Nicco, casa do Imperial, para decidir o campeão. Aproveitamos para fazer uma errata, diferente do informado na coluna passada, o Imperial só garante a vaga para o Brasileirão A2 se vencer o estadual. O que parece mais distante após o prélio de sábado. As Gurias Furacão venceram por uma goleada de 6x0, e com essa vantagem para lá de significativa já estão com a mão na taça. Durante o primeiro tempo as redes foram balançadas apenas uma vez, Lele chutou de fora da área e abriu o placar aos 22 minutos. No segundo tempo o Athletico não perdoou e guardou mais cinco gols com Sabrina, Rafa, Milena e Gislaine. O jogo foi a estreia da técnica Rosana Augusto, que afirmou estar muito satisfeita com o desempenho das atletas. O segundo jogo é quarta-feira, 19h30. Provavelmente, vai só confirmar a conquista atleticana. Quando vocês lerem a coluna já saberemos o resultado, mas maiores detalhes veremos no próximo texto.
Nunca essa expressão serviu tão bem para o futebol como neste campeonato paranaense. Por conta da pandemia e das diferentes regras de restrições de partidas nos municípios, a Federação Paranaense jogou fora a tabela original e tem marcado os jogos a conta gotas. O Paraná enfrenta o Cascavel CR no interior neste sábado, às 16h, depois não sabe ao certo quando terá o próximo desafio. O certo é que o mês de maio reserva uma bateria de jogos. Além das três últimas rodadas do estadual e de possíveis confrontos pelas quartas-de-fi nal, a estreia na Série C está prevista para o dia 30. Em um ano atípico na nossa história, sem grandes confrontos ou expectativas, melhor mesmo é não deixar a ansiedade bater. Independentemente do adversário, local ou campeonato, cada partida é uma oportunidade para apagar o sofrimento que passamos na temporada 2020.