Divulgacao | Dancep
Cultura | p. 7
Cultura | p. 7
Guido Viaro em movimentos
Rainha do rádio
Artista plástico é tema de espetáculo de dança do Colégio Estadual
Stellinha Egg conquistou o Brasil entre os anos 1940 e 1960
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PARANÁ
4 a 10 de outubro de 2018
distribuição gratuita
Ano 3
Edição 98
www.brasildefato.com.br/parana
FUTURO EM JOGO
X
Há dois projetos de Brasil em disputa. Bolsonaro votou a favor da maioria das medidas de Temer. PT, de Haddad, foi contra Editorial e Brasil | p. 2 e 5
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Ricardo Stuckert
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Brasil | p. 4
Juiz faz propaganda eleitoral Postagem ocorreu em perfil do Facebook
Editorial | p. 2
Mulheres dizem #elenão 65 mil pessoas participam de atos no Paraná
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OS CANDIDATOS SE POSICIONAM: não Emenda do fim do Mundo
SIM
Giorgia Prates
Artigo | p. 2
não
Reforma Trabalhista
SIM
Para votar corretamente
não
Entrega do Pré-Sal
SIM
Artigo explica o que ocorre com brancos e nulos
2 | Opinião
Brasil de Fato PR
Paraná, 4 a 10 de outubro de 2018
Dois projetos estão em jogo para o país! EDITORIAL
A
s pesquisas eleitorais nessa reta final de primeiro turno apontam que, entre as candidaturas antipopulares e de centro, a de Alckimin não decola e Marina se esfacela. No campo progressista, Ciro mantém média de 10% das intenções. Portanto, já se percebe no primeiro turno a intensificação da polarização entre Bolsonaro, primeiro até aqui nas pesquisas, com 32%, e Fernando Haddad, em segundo lugar, com 23%. No segundo turno, Haddad aparece à frente (43 a 41% - Ibope), ainda no quadro de empate técnico. Não se trata de uma po-
Bolsonaro já falou em privatização completa das estatais, deixando o país com o risco de ficar sem políticas industriais larização entre partidos, mas entre projetos diferentes para o país. Isso porque Bolsonaro já falou em privatização completa das estatais, arriscando o país a ficar sem políticas industriais. Seu vice apontou cortes de direitos trabalhis-
tas, caso do 13º e também remuneração de férias. Já o projeto de Fernando Haddad quer a retomada do desenvolvimento, com geração de empregos e indução da economia nacional. Portanto, o que está em jogo é a escolha por um programa de desenvolvimento ou um programa de atraso representado por Bolsonaro. As mobilizações do #Elenão que ocorreram no sábado (29), organizadas pelas mulheres, estão entre as maiores em décadas e disseram não a este risco ao Brasil. O projeto dele, não!
SEMANA
Não temos tempo para ter medo OPINIÃO
Guilherme Daldin,
Comunicador Político e integrante da equipe BdF
A
s últimas pesquisas eleitorais causaram euforia no mercado e apreensão no campo progressista. Bolsonaro cresceu acima da margem de erro. Haddad, que crescia vertiginosamente, apareceu estável. Tudo isso depois de enormes manifestações de mulheres contra Bolsonaro tomarem as ruas de todo o país. Diante deste cenário, precisamos refletir sobre alguns pontos. A distribuição dos votos, hoje, garante com tranquilidade um segundo turno. O cenário se estabilizou e as chances de outros candidatos roubarem a vaga de Bolsonaro ou Haddad no segundo turno são mínimas. A tática do voto útil contra o PT, usada por Alckmin, teve efeito contrário. Diante da “ameaça petista”, Bolsonaro cresceu. O efeito de mídia espontânea em Bolsonaro também contribuiu, seja pela campanha #EleNão, seja pela sua saída do hospital. Mas o verdadeiro sinal de alerta está no crescimento de Bolsonaro no eleitorado mais pobre. Do outro lado, a transferência de votos de Lula para Haddad é nítida, diminuiu seu ritmo, mas ainda há muito campo de conquis-
ta. O crescimento da rejeição a Haddad é inevitável. Mas sua rejeição está praticamente apenas no “CNPJ”. Não há, hoje, uma rejeição consolidada em Haddad e sim no partido. Já Bolsonaro não perde no histórico de seu partido, alianças e passagens por governos (CNPJ). Porém, sua alta rejeição é baseada no seu “CPF” por declarações, posturas e comportamentos.
A distribuição dos votos, hoje, garante com tranquilidade um segundo turno”
No segundo turno, o cenário será outro. Acabando as eleições proporcionais e parte das campanhas aliadas para governos dos estados, o enraizamento diminui. Perdem equipes, materiais de campanha, eventos e agendas. Hoje, o PT tem mais inserção e deve, no segundo turno, ter mais alianças locais. Esta configuração também será fundamental na disputa do segundo turno presidencial. É preciso ligar o alerta, mas sem desespero. É hora de anteciparmos o segundo turno.
EXPEDIENTE O jornal Brasil de Fato circula em todo o país com edições regionais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Paraná. Esta é a edição 98 do Brasil de Fato PR, que circula sempre às quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.
Brasil de Fato PR | Desde fevereiro de 2016 EDIÇÃO Frédi Vasconcelos e Pedro Carrano REPORTAGEM Ana Carolina Caldas, Franciele Petry Schramm e Laís Melo COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Guilherme Daldin, Manoel Ramires, Paula Cozeto e Paula Zarth Padilha ARTICULISTAS Cesar Caldas, Marcio Mittelbach e Roger Pereira REVISÃO Lia R. Bianchini, Maurini Souza e Priscila Murr ADMINISTRAÇÃO Bernadete Ferreira e Denilson Pasin FOTOGRAFIA Lia Bianchini, Gibran Mendes e Giorgia Prates DISTRIBUIÇÃO Clara Lume DIAGRAMAÇÃO Vanda Moraes CONSELHO OPERATIVO Daniel Mittelbach, Fernando Marcelino, Gustavo Erwin Kuss, Luiz Fernando Rodrigues, Naiara Bittencourt, Roberto Baggio e Robson Sebastian TIRAGEM SEMANAL 20 mil exemplares REDES SOCIAIS www.facebook.com/bdfpr CONTATO pautabdfpr@gmail. com IMPRESSÃO Grafinorte | Nei 41 99926-1113
Brasil de Fato PR
Deputado Leopoldo Meyer tenta impedir divulgação de votação Paula Zarth Padilha O deputado federal Leopoldo Meyer, que votou contra os trabalhadores na Lei da Terceirização, entrou com representação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) contra a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (FETEC-CUT-PR) solicitando que a entidade retirasse o conteúdo de sua página no Facebook alegando ilegalidade e propaganda eleitoral negativa. A Fetec divulgou, em seu perfil no facebook, diversos cards com as fotos de todos os deputados federais do Paraná que votaram contra os trabalhadores em pelo menos uma destas três votações: na aprovação da Lei da Terceirização; na aprovação da Reforma Trabalhista; e no arquivamento do pedido de abertura de inquérito contra Michel Temer. O TRE negou pedido de liminar do deputado e julgou improcedente o pedido em sentença no processo0603364-48.2018.6.16.0000, publicada no dia 27 de setembro, considerando que a FETEC “não fez propaganda eleitoral, apenas divulgou fato verídico em seu perfil”, conforme transcrição da decisão do desembargador Tito Campos de Paula.
3 | Geral
NOSSO
FRASE DA SEMANA
DIREITO Paula Cozero*
“Ele não vai nos desvalorizar”, “ele não vai nos oprimir”, “ele não vai nos calar”
Impacto de votos brancos e nulos
disse a cantora pop Madonna, em foto e mensagem compartilhada em suas redes sociais. Abaixo da imagem, a cantora ainda postou a frase “acabem com o fascismo”. A cantora foi mais uma a se unir à campanha das mulheres brasileiras contra o candidato à presidência Jair Bolsonaro
Reprodução
Câmara dos Deputados
Paraná, 4 a 10 de outubro de 2018
“Minha responsabilidade é com o povo” Candidata pelo PT fala, nesta entrevista, sobre suas prioridades para o Senado Manoel Ramires | Porém.net Gibran Mendes
elas querem e o que não querem. Eu entendo que, no Brasil, estão provocando as mulheres e que isso vai se reverter nas urnas. Um dos argumentos de Bolsonaro é que a diferença salarial entre homens e mulheres é definida pela competência e que não é papel do Estado intervir. Sou firmemente contrária a isso. O Estado existe justamente para regular o que consideramos um direito. Já existe lei que determina a igualdade de salários entre mulheres e homens e mesmo aqueles que desempenham a mesma atividade. Ainda assim, não é cumprida. Por isso, tem que regular.
Mirian Gonçalves foi vice-prefeita de Curitiba. Agora, é candidata a senadora pelo PT. Advogada trabalhista atuando há pelo menos 30 anos, ela estabeleceu como prioridade uma agenda em defesa das mulheres, das trabalhadoras e os trabalhadores e o combate à reforma trabalhista e formas de discriminação de gênero, raça e condição social. Brasil de Fato | Qual é a importância do movimento “Ele, não”? Mirian Gonçalves | Tem importância nacional e internacional, pois acontece em outros países. Representa muito mais do que uma mobilização contra um determinado candidato. É a união das mulheres para demonstrar o que
Quais são suas prioridades do seu mandato? Eu me candidatei por pautas em que acredito. Em primeiro lugar, quero abordar a reforma trabalhista, que está piorando as condições de vida dos brasileiros. Houve uma cooptação ideológica dos trabalhadores afirmando que essa reforma ia gerar novos empregos. Agora, algumas categorias percebem que sofreram um golpe. E isso tende a piorar se a gente não revogar a reforma trabalhista. Por fim, a minha pauta principal é o combate à violência contra a mulher. Isso significa o feminicídio, a violência física e moral, a que ocorre no ambiente de trabalho, a desigualdade. Vou defender a paridade no Congresso Nacional e passar meus oito anos defendendo as mulheres.
Uma dúvida comum neste período de eleições é sobre os votos brancos e nulos. A Constituição fala que “é eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos válidos, excluídos os brancos e os nulos”. Dessa forma, o fato de a maioria dos votos em uma eleição serem brancos e/ou nulos não cancela a eleição. Na contagem de votos válidos, são computados apenas aqueles que foram para um candidato ou para a legenda do partido. O eleitor pode até querer mostrar que não concorda com nenhum candidato votando nulo, mas, no final, alguém vai ser eleito de toda forma. Por isso, é importante estar atento. Temos que fazer valer nosso direito ao voto escolhendo candidatos que estejam preocupados em garantir condições dignas de vida para a população. Para o seu voto não ser anulado, preste atenção na ordem de votação:
*advogada popular e membro da Consulta Popular
4 | Brasil
Brasil de Fato PR
Paraná, 4 a 10 de outubro de 2018
Rede Lula Livre: quatro meses de comunicação alternativa Coletivo foi lançado durante grande ato unificado do 1º de maio em Curitiba Lia Bianchini
“C
omeça agora a Rede Lula Livre, ao vivo, direto de Curitiba”. Há quatro meses, é assim que começa o único boletim diário, ao vivo, voltado a notícias sobre a campanha pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), detido desde 7 de abril deste ano na Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense. A primeira transmissão da Rede Lula Livre aconteceu no dia 1º de maio, quando as centrais sindicais brasileiras realizaram o primeiro ato unificado para o Dia dos Trabalhadores e das Trabalhadoras. Já em 14 de maio, a Rede consolidou a transmissão do programa diário,
de 15 minutos, além de boletins também diários, de cinco minutos. A Rede Lula Livre surgiu a partir de iniciativa de partidos, movimentos populares e de órgãos da mídia contra-hegemônica, como Brasil de Fato, a Rádio Brasil Atual (98,9 FM de São Paulo), o Partido dos Trabalhadores (PT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Rede da Legalidade, a Rede Democracia e a Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc). “São quatro meses históricos do país que têm passado pela rede: tivemos visitas de diversas personalidades, [noticiamos] a
Pedro Carrano
greve de fome [de militantes de movimentos populares pedindo justiça ao Supremo Tribunal Federal], a candidatura [de Lula] barrada”, lembra Gabriel Carriconde, locutor da Rede Lula Livre. Como retransmitir A retransmissão da Rede Lu-
la Livre é aberta para emissoras de rádio ou pela internet. Basta se cadastrar pelo número de Whastapp +55 11 99113 5441. A mensagem deve informar que o assinante pretende reproduzir material da Rede Lula Livre e conter nome da emissora, frequência, cidade e estado. Por meio PUBLICIDADE
Juiz eleitoral de Marialva (PR) faz propaganda de candidato na rede Reprodução Facebook
Redação Após denúncia de leitor, de que o juiz eleitoral de Marialva (PR), Max Paskin Neto, estava fazendo propaganda eleitoral para o candidato Jair Bolsonaro (PSL), a redação do Brasil de Fato Paraná foi checar em sua página e constatou que a denúncia era verdadeira (veja imagem ao lado). Desde a última segunda-feira, 1º, entrou em contato por e-mail com a assessoria de comunicação do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, com as seguintes perguntas: é considerada legal e ética essa atuação, de juiz fazer propaganda eleitoral, mesmo que em sua pági-
na pessoal? O tribunal Regional Eleitoral sabe (sabia) dessa atuação? É permitido a juízes eleitorais fazerem propaganda partidária em eleições nas quais atuarão? Se sim, há outros casos relatados? Se não, o tribunal tomará alguma atitude em relação à propaganda eleitoral feita por esse juiz? A assessoria foi procurada por diversas vezes também por telefone. Confirmou o recebimento do e-mail e, num primeiro contato, informou que a denúncia poderia ser feita no site do tribunal. Depois, quando foi reafirmada a necessidade de uma posição do tribunal para matéria jornalística, não deu mais nenhuma resposta até o fechamento desta edição.
VISÃO POPULAR Para mostrar essa visão popular da notícia, a Rede Lula Livre espalha-se pelo Brasil. Hoje, doze cidades de estados como Paraíba, Ceará, Piauí, Bahia, Maranhão, Paraná e São Paulo fazem a retransmissão dos programas e boletins da rede. desse cadastro, serão enviados os alertas de Rede e conteúdos disponíveis para veiculação. Para retransmitir o programa ao vivo, das 9h45 às 10h, de segunda a sexta-feira, basta conectar a emissora a partir da Rádio Brasil de Fato, que é online e pode ser ouvida direto no player na capa do site (www.brasildefato.com.br).
Brasil de Fato PR
Paraná, 4 a 10 de outubro de 2018
5 | Mundo
A disputa pelo Brasil Conheça a atuação de cada um dos principais candidatos à presidência para votar com consciência na próxima eleição Frédi Vasconcelos
O
Brasil chega às eleições presidenciais depois de passar momentos graves na política e na economia. O país não cresce e há disputa sobre preservar ou não os direitos dos trabalhadores. Neste momento, a poucos dias da eleição, as pesquisas apontam uma divisão grande entre dois projetos. De um lado, candidatos ligados ao presidente Michel Temer e às medidas que aprovou no Congresso Nacional, como Jair Bolsonaro e Geraldo Alckmin, do PSL e PSDB, partidos que mais apoiaram o atual presidente (leia abaixo). De outro, candidaturas de ex-ministros do governo Lula, como Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT), que foram contrários ao impeachment e às medidas que retiraram direitos, como a reforma trabalhista. Confira como os principais candidatos e seus partidos votaram em temas importantes:
VENDA DO PRÉ-SAL No governo Lula, o Brasil fez a maior descoberta de novas reservas de petróleo no mundo. O modelo adotado foi o de partilha, em que a Petrobras teria de participar da exploração de todos os novos poços e boa parte dos recursos iria para a educação pública no Brasil. Após a queda de Dilma, Temer mandou para o Congresso
REFORMA TRABALHISTA
e aprovou lei que permite leiloar as áreas do Pré-Sal para empresas estrangeiras. De novo o PSDB de Alckmin e o PSL de Bolsonaro foram a favor da entrega do petróleo para empresas estrangeiras, inclusive com voto favorável de Bolsonaro. Haddad e Ciro querem a volta do modelo anterior, que mantém o petróleo sob controle nacional.
“PEC DO FIM DO MUNDO” O governo Temer propôs e o Congresso Nacional aprovou emenda à Constituição congelando gastos do governo federal por 20 anos. Na prática, impede investimentos maiores em saúde e educação. O partido de Bolsonaro, o PSL, e o próprio candida-
to votaram com Temer. O PSDB de Alckmin também. PT e PDT, partidos de Fernando Haddad e Ciro Gomes, foram contrários. Haddad e Ciro assumiram o compromisso de derrubar essa medida se forem eleitos. Bolsonaro não fala nada a respeito.
O governo Temer aprovou essa reforma que, na prática, acaba com a CLT, o emprego com carteira assinada e o salário mínimo. As empresas passam a poder contratar qualquer um por período determinado, sem direitos como férias e 13º. Há a permissão também de grávidas trabalharem em locais insalubres. E as empresas podem contratar terceirizados para qualquer atividade. Passado mais de um ano, o desemprego continuou altíssimo como estava, mas os trabalhadores passaram a ganhar menos. Bolsonaro e seu partido votaram junto com Temer. O PSDB de Alckmin também. PT e PDT de Haddad e Alckmin foram contrários, e os candidatos já se comprometeram a derrubar essa reforma. Bolsonaro e Alckmin não assumem nenhum compromisso e devem manter a reforma trabalhista.
Bolsonaro e Alckmin são os mais fiéis a Temer Partidos dos dois candidatos representam a continuidade do atual governo Redação Atuais adversários, o ex-governador de São Paulo Geraldo Ackmin (PSDB) e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) tentam se afastar do presidente Michel Temer (MDB), que amarga os baixos índices de popularidade da história. Porém os três representam o mesmo campo político quando se observa o comportamento dos partidos a que pertencem, especialmente em temas econômicos. Levantamento divulgado pela consultoria Arko Advice mostrou que o PSL, partido para o qual Bolsonaro foi em janeiro de 2018, foi a sigla mais fiel a Temer no primeiro
semestre deste ano. Ficou do lado de Temer em 107 votações de interesse do Planalto ocorridas na Câ-
mara dos Deputados. A bancada do partido, que tem oito parlamentares, acompanhou Arte BdF
o governo em 67,73% das votações. Os tucanos não ficaram muito atrás, ocupando a terceira posição no ranking, com percentual de 63,05%. Entre as duas siglas está o MDB, partido de Temer, que fica em segundo lugar, com 64,34%. Os partidos de Bolsonaro e Alckmin ajudaram a aprovar, por exemplo, a proposta que permite a venda do petróleo do Pré-Sal. Juntaram-se a Temer em outras votações menos recentes, como nas denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente. Bolsonaro, na primeira vez, votou para barrar as investigações contra Temer. Depois, mudou de posição.
6 | Cidades
Paraná, 4 a 10 de outubro de 2018
No Paraná, 65 mil pessoas dizem #elenão Lia Bianchini
Redação
C
om muita música e gritos de #elenão, #elenunca, a mulherada não tem medo de você e palavras de ordem contra o fascismo e em defesa de direitos, mais de vinte cidades do Paraná fizeram manifestações contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) no sábado, 29 de setembro. Em Curitiba, ocorreu um dos maiores atos do país. Com início às 16h na Boca Maldita, no centro da cidade, mais de 50 mil pessoas marcharam até a Pra-
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ça Santos Andrade. Entre as palavras de ordem mais repetidas, estavam “Nem recatada e nem do lar, a mulherada tá na rua pra lutar”. E “Curitiba não é fascista”. O ato foi encerrado com a música Maria, Maria, de Milton Nascimento depois de 3h de manifestação. A assistente social aposentada Silvia explica porque esteve presente. “Estou aqui porque quero um Brasil melhor não só para meus filhos, mas para todos. O fascismo não é bom em lugar nenhum do mundo e não vai ser aqui também.” Já o militante do movimen-
to Hip Hop em Curitiba, Vitor Rosa, disse que se somou à mobilização contra o discurso de ódio do candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro (PSL). “Estou aqui hoje num ato de resistência contra um sistema que quer abalar a emergência dos negros, da periferia, das mulheres. Enquanto negro, enquanto artista, defensor do movimento feminista, estou fazendo nada mais que minha obrigação em estar aqui falando ‘Ele não’”. Para Liane, do Assentamento Contestado, na Lapa, as mulheres não podem mais perder direitos. “O que estamos fazendo aqui é lutando para não retroceder mais do que já retrocedemos.”
OUTRAS CIDADES A reportagem do Brasil de Fato contabilizou manifestações em 21 cidades em todas as regiões do Estado. Em Londrina e Ponta Grossa, foi estimada a participação de 2 mil pessoas em cada uma.
Artistas se mobilizam em Curitiba contra o fascismo Giorgia Prates
Ana Carolina Caldas Representantes de diversos setores ligados à arte e a cultura fizeram nesta semana, no espaço cultural Ave Lola, em Curitiba, manifestação contra o fascismo representado pela candidatura de Jair Bolsonaro.
O ato teve a presença de Sérgio Mamberti e da poeta Alice Ruiz Com a presença do ator carioca Sérgio Mamberti, foi lida a carta “Arte e Cultura do Paraná contra a barbárie”, destacando que o estado tem sido “polo de resistência popular e democrática, com ações como a Vigília Lula Livre, o Centro de Formação Marielle Vive e a participação no movimento nacional pela manutenção do Ministério da Cultura.”
Mamberti também lembrou a importância da arte em momentos de retrocesso. “É através da cultura que formamos e reafirmamos a identidade do nosso povo. Por isso, é preciso continuar na luta, resistir contra o que essa candidatura representa: o machismo, a xenofobia, a discriminação e, sobretudo, a violência.” A poeta Alice Ruiz disse estar se sentindo acolhida num momento tão difícil pelo qual o país passa. “Eu vivi os tempos da ditadura, sei o quanto foram difíceis. Mas vivemos um tempo muito pior, com o crescimento do fascismo. A arte é um dos caminhos para se comunicar outros valores.” Para Angelo Vanhoni, coordenador do ato, “é preciso reflexão aliada a atitudes contra o avanço do fascismo.” Vanhoni reforça o caráter suprapartidário do evento, “pois agora é hora de unir as forças progressistas.”
Brasil de Fato PR
Paraná, 4 a 10 de outubro de 2018
DISTRAÍDOS CANTAREMOS Ricardo Prestes Pazello*
*Ricardo Prestes Pazello é professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), músico amador e militante da Consulta Popular
Filé de frango à milanesa sem fritar Modo de Preparo Tempere os filés de frango com o sal, alho e o limão. Passe os filés pela clara batida com a ajuda de um garfo e depois pela farinha de rosca. Coloque os filés numa assadeira pincelada com o óleo. Leve ao forno médio (180° C) por cerca de 20 minutos, após, vire do outro lado e deixe por mais 10 minutos. Servir com arroz e saladas.
O quê: Narrações orais de histórias africanas e afrobrasileiras pela Barbas de Molho Produções. Nas duas apresentações, o narrador, pesquisador e professor Cido Vasconcelos busca compartilhar com o público aspectos da cultura popular africana e expor novas perspectivas sobre as raízes brasileiras e curitibanas. As histórias preparadas para o espetáculo foram adaptadas a partir de versões recolhidas por Luís da Camara Cascudo, Nelson Mandela e Hugh Lupton e serão conduzidas com muita música. Quando: Sábado, 6 de outubro – 11h e 14h Onde: Casa da Leitura Augusto Stresser, Parque São Lourenço Quanto: gratuito Lidia Ueta
sobre a música brasileira, o que lhe rendeu a pecha de folclorista. No entanto, o que a cantora propunha era o resgate dos ritmos tradicionais nacionais, em especial os afrobrasileiros. Sua criatividade expressava-se também em composições – talvez seja a única paranaense a ser parceira de Luiz Gonzaga, com quem escreveu “Toca Sanfoneiro”, de 1952. Seu primeiro disco, de mais de 180, trazia, em 1944, canção de autoria de outra mulher, Alaíde Tavares, em sua parceria com Jorge Tavares, “Uma Lua no Céu Outra Lua no Mar”. Com evidente valor musical e social, sua obra foi reconhecida internacionalmente, tendo, dentre outros países, se apresentado com sucesso na União Soviética e na Polônia, nos anos 50. Além disso, figurou na trilha sonora do filme proletário “Esse mundo é meu”, de Sérgio Ricardo, interpretando a linda “Cabocla Jandira”, de Gaya.
DICAS MASTIGADAS
Ingredientes 400 g de filés de frango (4 filés) 1 colher (chá) de sal 1 ou 2 dentes de alho amassados 1 colher (sopa) rasa de suco de limão 1 clara 1 xícara (chá) rasa de farinha de rosca 1 colher (sopa) de óleo
AGENDA CULTURAL
Contos africanos
Uma estrelinha do Paraná na era de ouro do rádio O futuro é das mulheres. Mas não se engane, o passado também. Vejamos o caso de Stellinha Egg. Trata-se da maior cantora paranaense, que conquistou o Brasil entre os anos 1940 e 1960 e, hoje, é quase totalmente desconhecida. Filha de presbiterianos (pai flautista e mãe bandolinista), nasce em 1914 e na década de 30 já ganha os palcos do antigo Teatro Guaíra. Conquista concurso de calouros na Praça da República (atual Rui Barbosa) e passa a se apresentar cantando, dançando e tocando violão. Ser artista, na Curitiba dos anos 30, não era nada fácil para uma mulher. Stellinha sofreu vários preconceitos, enfrentando-os, porém, com coragem. Chegou a ser “suspensa da comunhão por cantar numa festa profana”, mas, como ela disse em depoimento gravado, acabou falando “algumas verdades para os pastores”. Foi trabalhar na Rádio PRB-2 – Div ulg abandonando a carreira de profesaçã o sora – e acabou sendo contratada pela Rádio Tupi, do Rio de Janeiro. Foi uma estrela da era de ouro do rádio brasileiro, a partir dos anos 40. Nesse período, conheceu e casou-se com o maestro Lindolpho Gaya, iniciando uma parceria para toda a vida. Sua trajetória foi marcada pela pesquisa
117 | Cultura
Dança: entre flores e cores Divulgação
O quê: Espetáculo de dança Guido Viaro: entre flores e cores do Dancep – pelo Grupo de Dança Contemporânea do Colégio Estadual do Paraná. O projeto surge em 2017, com a parceria da Escolinha de Arte do Colégio Estadual do Paraná, com o Modulado de Vídeodança e o Centro Estadual de Capacitação em Artes Guido Viaro. Quando: 9/10, às 14h30 e 20h. 10/10, às 10h e 20h. Onde: Teatro Guairinha - Centro, Curitiba. Quanto: gratuito.
12 | Esportes
Brasil de Fato PR
Paraná, 4 a 10 de outubro de 2018
Os meninos de 2019
Minha Vila, Minha Vida
Roubados em Santos
Por Cesar Caldas
Por Marcio Mittelbach
Por Roger Pereira
O Coritiba conseguirá o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro em 24 /11? É para isso que todos os alviverdes torcem, enquanto houver possibilidade matemática, por remota que seja. Se tal triunfo for alcançado, é preciso definir já quais atletas do Sub-20 deverão ascender ao elenco principal em 2019. O Coritiba permanecerá na Série B (hipótese dos fracos que se dizem realistas)? Se tal for o destino, a necessidade é a mesma. Seja para experimento no Estadual, seja para a compreensão da exigência técnica e de obediência tática do profissionalismo, pelo convívio com os mais experientes, este início de outubro deve ser o da escolha dos melhores para a temporada seguinte, ainda que não seja oficializada antes da Copa São Paulo de Juniores. O presidente Samir Namur e o vice-presidente Jorge Durao precisam ter em mente essa urgência na gestão do futebol coxa-branca.
Com a validação da Medida Provisória 852, de 2018, o terreno onde fica o Estádio Durival de Brito, no saudoso bairro curitibano de Vila Capanema, hoje conhecido oficialmente como Jardim Botânico, foi “cedido” para o Paraná Clube pelos próximos 30 anos com possibilidade de prorrogação. Com a decisão, o tricolor pode enfim fazer as modificações que a Vila Capanema tanto precisa. Desde 1971, quando o Ferroviário se juntou com o Britânia e o Palestra Itália para formar o Colorado, existe uma disputa judicial entre Colorado - e depois Paraná Clube - com a União pela posse do terreno. Sem saber o que iria acontecer, era inviável realizar grandes investimentos no local. Essa é uma notícia que traz esperança em meio a um ano tão cruel para o torcedor paranista.
Os erros de arbitragem na 27ª rodada do Brasileirão, no final de semana passado, beiraram o absurdo. Dois pênaltis muito fora da área marcados a favor de Internacional e Cruzeiro, em partidas fundamentais na disputa pelo título. E, na Vila Belmiro, o Atlético foi extremamente prejudicado também por um pênalti inventado. O jogo já era para ter sido encerrado (já passados os quatro minutos de acréscimos determinado pela arbitragem), quando a bola foi levantada na área do Atlético e Rony e Dodô disputaram pelo alto, com os dois caindo no gramado, numa situação normal, sem nenhuma reclamação de falta, mas o juiz decidiu marcar o pênalti que acabou determinando mais uma derrota do Furacão fora de casa. O Atlético pagou, domingo, o preço de sua posição em fevereiro, quando votou contra a utilização do árbitro de vídeo no Campeonato Brasileiro. Agora, não há muito a reclamar.
ELES VOTARAM CONTRA VOCÊ E AGORA QUEREM O SEU VOTO Estes são os deputados federais paranaenses que votaram a favor da reforma trabalhista. Agora eles querem o seu voto. Não eleja quem quer destruir seus direitos!
Anúncio das entidades APPUF-PR SINDIEDUTEC SINDIQUÍMICA-PR SINDIPETRO SINDIJUS-PR FETEC SINDIMONT
Fotos: Câmara dos Deputados
ALFREDO K AEFER (PSL)
EDMAR ARRUDA (PSD)
EVANDRO ROMAN (PSD)
GIACOBO (PR)
LEANDRE (PV)
LUIZ C ARLOS HAULY (PSDB)
LUIZ NISHIMORI (PR)
NELSON PADOVANI (PSDB)
OSMAR BERTOLDI (DEM)
REINHOLD STEPHANES PSD
RUBENS BUENO (PPS)
SANDRO ALEX (PSD)
SERGIO SOUZA (PMDB)
TAKAYAMA (PSC)
TONINHO WANDSCHEER (PROS)