Brasil de Fato PR - Edição 276

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A eleição mais importante de nossas vidas Cultura | p. 7 Esportes | p. 8 Participar da política é uma doação Vamos brincar de Tite? Atriz Guta Stresser encarna papel na vida real Escale sua seleção para a Copa do Catar Como se organizaram no Paraná e em Curitiba Comitês populares Brasil | p. 4 Batalha do dia 2 de outubro Forças progressistas trabalham pelo primeiro turno Editorial | p. 2 Lições contra o povo Policiais aprendem a perseguir um lado e fechar os olhos pro outro Opinião | p. 2 Ano 5 Edição 276 29 de setembro a 5 de outubro de 2022 distribuição gratuita www.brasildefatopr.com.brPARANÁ suas propostas. Veja caderno especial sobre 2 de outubro Pretícia Jerônimo Reprodução | TSE Divulgação

A batalha de 2 de outubro

Neste domingo, 2 de outubro, o povo brasileiro vai às urnas definir quem governará o país e os estados, bem como quem serão os legisladores nas assembleias estaduais e câmara federal, além dos senadores.

Em especial, no âmbito das eleições à Presidência da República, de modo geral existe uma cristalização nas

intenções de voto em Lula e Bolsonaro. Esta polarização não é de agora, há anos as disputas se intensificam. Em síntese, há um acirramento da luta de classes, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, resultado da crise econômica e da crise e mudança de hegemonia em nível internacional.

Neste cenário intensifi-

ca-se o esfacelamento do tecido social, econômico e político; e o povo sente a deterioração das condições de vida.

Desta forma, a tarefa eleitoral transforma-se numa “batalha eleitoral”, em que as forças populares e progressistas lutam para, até domingo, conquistar os votos que faltam para que a

eleição presidencial seja resolvida em primeiro turno.

A luta para derrotar o neofascismo e conservadorismo é urgente! E, mesmo com novas contradições, é um passo para o processo de reconstrução do país.

“Vem, vamos embora/ Que esperar não é saber/ Quem sabe faz a hora/ Não espera acontecer”

EXPEDIENTE

O jornal Brasil de Fato circula em todo o país com edições regionais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Paraná. Esta é a edição 276 do Brasil de Fato Paraná, que circula sempre às quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

EDIÇÃO Frédi Vasconcelos e Pedro Carrano REPORTAGEM Ana Carolina Caldas, Gabriel Carriconde e Lia Bianchini COLABOROU NESTA EDIÇÃO Martel del Colle ARTICULISTAS Cesar Caldas, Douglas Gasparin Arruda, Fernanda Haag, Marcio Mittelbach e Manoel Ramires REVISÃO Lea Okseanberg ADMINISTRAÇÃO Bernadete Ferreira e Denilson Pasin DISTRIBUIÇÃO Clara Lume DIAGRAMAÇÃO Vanda Moraes CONSELHO OPERATIVO Daniel Mittelbach, Fernando Marcelino, Gustavo Erwin Kuss, Luiz Fernando Rodrigues, Naiara Bittencourt, Roberto Baggio, Robson Sebastian CONTATO pautabdfpr@gmail.com

REDES SOCIAIS /bdfpr @brasildefatopr

opinião

Polícia para mais ou para menos?

Martel del Colle, policial militar aposentado, expulso das fi leiras da corporação devido aos seus posicionamentos democráticos, contra as práticas da PM. Policial antifascista

Ele é um bom policial. Aprendeu tudo direitinho. Mas reclama sem parar porque não pode nem matar um bandido “sem que encham o seu saco”. Álcool, ou droga, ou remédios para aguentar a barra. Ela é uma boa policial, mas há insatisfação demais dos outros policiais. Ela não aguenta mais tanta reclamação. Ela quer fazer aquilo que une a polícia. Enrolar

a mídia, ajustar B.O. Ela reclama.

A sociedade parece querer uma polícia que a polícia não quer. Deformação profissional é a corrupção do caráter que uma profissão pode gerar em seus trabalhadores. Luta entre pressões sociais e pressões profissionais. Pressão demais que cede ou explode. Ceder faz com se ache normal perseguir, cercar, coagir pessoas que ocupam uma terra improdutiva para viver e produzir.

Aí o policial faz mais do que lhe é pedido, do que a lei diz. A imoralidade se dissolve por toda a corporação. Os créditos são individuais. Policial padrão. Policial caveira.

Endurecer com pobre vale a pena. “Seja policial padrão”. Policial alienado. “São as ordens”. “Povo preguiçoso”. “Comunistas”.

O que sentir por uma polícia que não se envergonha de fazer mais do que é o seu serviço quando é para proteger propriedade improdutiva, quando é para constranger passeata de esquerda, mas que faz menos do que o seu serviço quando se precisa da justiça que nunca é feita?

“Esqueça tudo e vá ser padrão, vá ser operacional, vá ser caveira!” Que graça teria viver em uma sociedade melhor, mais justa se é no caos que se valoriza o caveira. Eu entendo

sua angústia mesmo que você não entenda. Você foi doutrinado e treinado para pensar que bom policial se encaixa nessa triste descrição. Aí quando alguém reclama, quando alguém filma, quando a esquerda lhe critica, você fica irritado. Por que estão me criticando se eu estou fazendo exatamente aquilo que me ensinaram a fazer? Por isso é que foi dito: desperta tu que dormes.

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2 Opinião SEMANA editorial

Brasil terá apuração unificada

O Tribunal Superior

Eleitoral (TSE) deve anunciar os resultados das eleições de forma uni cada. Com isso, o novo presidente e governadores serão conhecidos “duas horas mais cedo”. A antecipação só é possível porque a corte eleitoral decidiu concentrar a votação das 8h às 17h, de acordo com o horário de Brasília.

Com a regra, estados e municípios do Norte que possuem fuso horário diferente do DF começam a votar mais cedo, encerrando também a votação antes do que no horário de outras eleições. A mudança vale para todo o estado do Acre, 62 municípios do Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima. Fernando de Noronha vota mais tarde, de acordo com o horário local.

A uni cação da votação não afeta o Paraná. No estado, o horário ocorre entre 8h e 17h. O TSE ainda informa que os eleitores que estiverem na la após esse horário poderão exercer o direito ao voto.

A mudança visa a unicar a divulgação da apuração. Antes, a demora era para “evitar que a difusão dos dados pudesse inuenciar pessoas que votavam em localidades com seções eleitorais ainda em funcionamento”.

Disse a atriz Paolla Oliveira, em seu Twitter, ao justi car sua opção pela decisão da eleição no primeiro turno, e concluiu: “re ita se precisamos mesmo de mais 28 dias lendo e vivendo essa violência toda que a campanha política à Presidência se tornou.”

A eleição e o golpe

Faltando poucos dias para as eleições, em relação ao cargo de presidente há duas disputas emocionantes. Saber se Lula ganha no primeiro turno, possibilidade cada vez mais apontada pelas pesquisas. A definição se haverá segundo turno ou não parece depender do grau de abstenção e de votos nulos entre os mais pobres, os principais eleitores de Lula. Em Porto Alegre, por exemplo, parecem querer dificultar o deslocamento dessa população proibindo o passe livre nos ônibus.

Delírio golpista

O essencial na disputa, porém, é saber se em caso de vitória de Lula, Bolsonaro e os bolsonaristas reconhecerão o resultado. Há documentos circulando nas redes, atribuídos ao PL, partido do presidente, em que já são questionados aspectos da eleição. Ao mesmo tempo, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, visitou o TSE na última quarta e desmentiu um dos boatos que circulam por aí. De que existe uma “sala secreta” no tribunal em que funcionários manipulariam os resultados das eleições.

Nem secreta nem escura

Na visita de presidentes de partidos ao TSE, o presidente do tribunal e ministro do STF, Alexandre de Moraes, declarou que a sala não é “secreta” nem “escura”, palavras utilizadas por Bolsonaro. “Não há contagem manual de votos. A partir do momento em que cada urna eletrônica é finalizada, já sai o boletim de urna com os votos. Isso entra no sistema. Esse sistema faz a totalização a partir do programa que nós mesmos lacramos nas urnas”, relatou Moraes, de acordo com reportagem da “Folha de S.Paulo”.

A cada enxadada...

Cada vez que se analisa o orçamento do governo federal para o próximo ano vem uma surpresa.

Agora se descobriu que o governo Bolsonaro diminui em 97% o dinheiro para infraestrutura para a Educação Básica para 2023. Eram R$ 119,1 milhões no ano anterior, o que foi reduzido para R$ 3,45 milhões, de acordo com informações do jornal “O Globo”.

Depois da primeira noite sob ameaça e forte cerco da Polícia Militar, impedindo movimentação de pessoas e entrada de alimentos e água, a ocupação Jardim So a, na periferia de Araucária (PR), que reúne cerca de 300 famílias, entre migrantes e trabalhadores que fogem do aluguel, permanece no local desde 25 de setembro.

Risco de despejo Incorporadoras

Duas incorporadoras privadas entraram com ação de reintegração de posse do terreno. As pessoas jurídicas que reivindicam o terreno são Vigaforte Incorporadora de Imóveis e Bella Vivenda Incorporadora. As famílias estão assentadas em barracos e se mudaram para o local. Defensoria Pública do Estado e movimentos populares visitaram a ocupação.

Ameaça de tiro

Um bolsonarista ameaçou dar tiro na cabeça de integrantes da equipe de pan etagem da candidata a deputada federal pelo PT do Paraná Carol Dartora, na terça (27), no centro de Curitiba. Ao ser questionado por pessoas que testemunharam a agressão, o homem repetiu as ameaças e tentou fugir. Acabou identi cado como sendo Ricardo Rosa, um médico ginecologista que em 2013 foi indiciado por atropelar um ciclista em Curitiba e fugir sem prestar socorro. Foi conduzido pela Guarda Municipal até a delegacia e um boletim de ocorrência foi registrado.

“Voto útil, voto de alívio, voto com amor, voto sem amor, voto racional, chame como quiser”
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FRASE DA SEMANA Geral 3
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Mais de 200 comitês populares foram criados no Paraná

Apreocupação das organizações de esquerda e dos movimentos populares antes das eleições era construir espaços que organizassem a militância social durante a campanha e, ao mesmo tempo, seguissem motivados depois do período eleitoral. Com isso, surgiram, no Paraná, comitês populares e brigadas de agitação e entrega de material para o povo.

O Partido dos Trabalhadores (PT) calcula a criação de 100 comitês em Curitiba, que vão de espaços consolidados da militância até referências de “porta de fábrica” de montadoras como a Volvo e outras na Cidade Industrial. Houve criação de comitês em áreas de ocupação e também articulações recentes de artistas. No Paraná, estimativa de agosto do MST aponta 216 comitês populares criados no estado.

Presente e futuro Igor Felippe Santos, da secretaria nacional dos comitês populares, enxerga que, desde 2021, foram conformados três ramos: comitês construídos a partir

BRIGADAS DE AGITAÇÃO E PROPAGANDA

Impulsionada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), em todo o país, no Paraná a brigada contou com parceria entre o movimento, associações de moradores, caso da vila Formosa, sindicatos e Movimento de Trabalhadores por Direitos (MTD).

“Envolve a sociedade civil como um todo, não só os militantes petistas ou os militantes dos partidos coligados, porque envolve o debate sobre o Brasil que queremos. Temos que garantir que o governo Lula, sendo eleito, tenha respaldo popular”, prevê Ana Célia Curuca, advogada e vice-presidente do PT municipal.

da estrutura do PT, aqueles criados nos espaços sindicais e um terceiro eixo, de acordo com ele, seriam os comitês populares, incentivados principalmente pelo MST, a partir das experiências militantes de cada região.

Santos reconhece a dificuldade de sistematizar a experiência fora do cadastramento do partido. Porém, destaca o levantamento geral de 10 mil comitês no Brasil. Na atual campanha, ele enfatiza as movimentações de arrastões de vermelho ou “piseiros

13”, surgidas em cidades do Nordeste e até experiências ligadas à campanha de mandatos, como ocorre no Rio Grande do Sul.

Santos aponta a diversidade dos comitês como característica organizativa também para o próximo período. “Pode tanto aplicar metodologia por setores, por bairros, articulação na área da cultura e também interreligiosos. Temos um processo de mobilização dos diversos setores da sociedade, mas que se encontram nos comitês populares”, afirma.

Uma história recente de lutas e aprendizados Dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Paraná, Roberto Baggio, aponta que, no caso do estado, dois fatores somam-se para a experiência positiva dos comitês. O primeiro é o fortalecimento da militância que participou da Vigília Lula Livre.

“De certa forma foi uma experiência política positiva para o movimento de participar das batalhas políticas da sociedade”, afirma Baggio. O segundo é o enraizamento nos bairros de periferia a partir das ações de solidariedade na pandemia, desde 2020. E, em 2022, a articulação Despejo Zero reuniu dez áreas de ocupação urbana, sete movimentos populares e o movimento indígena.

“E na essência o que seria a ideia dos comitês? Conhecer a realidade do povo. A partir dessa realidade, motivamos pessoas do local para ações, que podem ser uma cozinha comunitária, por exemplo. Gerou-se uma energia política, que pudemos sentir no grande mutirão do comício de Lula (do dia 17 de setembro)”, afirma Baggio.

De “Lula Livre” a “Lula presidente”

Grupo de militantes está na praça Tiradentes dialogando com povo

Em 2018, um grupo de militantes experientes decidiu dialogar com a sociedade sobre a injustiça vista na prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com jornais, caixa de som e outras ferramentas simples, fundaram o Comitê Lula Livre Praça Tiradentes. Neste ano, a experiência tornou-se um comitê popular.

Na visão de Izabel Fernandes, costureira, a sociedade é agora mais aberta ao apoio a Lula. O Comitê não relata hostilidades neste ano, embora reconheça que a agressividade própria do movimento fascista é um risco nessas eleições.

“Atuamos de segunda a sábado, das 14h às 18h. Não fomos mais ofendidos (como em 2018), somos bem recebidos pelas pessoas. Antes

íamos à praça por ‘Lula Livre’, para sair da prisão, agora por um ‘Lula presidente’, o que é emocionante”, relata Izabel.

Pedro Carrano Lucas Botelho Lucas Botelho
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4 Brasil
Desafio é manter espaços organizativos depois das eleições
4 Cidades

Propostas dos trabalhadores para candidatos ao governo e ao Legislativo

Documento foi elaborado de forma coletiva por sindicatos de diferentes categorias

Um documento com reivindicações dos trabalhadores para as eleições de governadores, senadores e deputados, feito por diversos sindicatos, foi lançado pela Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT – PR). A plataforma foi encaminhada a todas as candidaturas alinhadas à defesa dos trabalhadores e da democracia.

Ana Carolina Caldas Para Márcio Kieller, presidente da CUT Paraná, “o ano de 2022 é um ano em que os trabalhadores irão às urnas para debater, discutir e escolher as melhores candidaturas. É também o momento de dar respostas aos violentos ataques que os trabalhadores vêm sofrendo desde o golpe institucional de agosto de 2016, que tirou do poder Dilma Roussef”, diz.

Entre seus principais pontos estão o restabelecimento do papel do estado como indutor da economia, por meio de políticas públicas e de proteção social, com a reversão das privatizações e fortalecimento dos serviços públicos em todos os níveis e a retomada do desenvolvimento econômico e social, gerando oportunidades de emprego, trabalho e renda de qualidade.

Roni Barbosa, dirigente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), destaca que esta é a eleição mais importante e é preciso saber com clareza o que a classe trabalhadora reivindica. “Vivemos quatro anos muito difíceis, com ataques grandes aos movimento sindical e à classe trabalhadora. Essas propostas são o que os trabalhadores precisam para viver, não só dentro dos

seus trabalhos, mas para uma vida digna. É preciso pensar em moradia, mobilidade, saúde e educação”, diz.

Para os trabalhadores do campo, além das reivindicações, é também importante se organizar. Para Neveraldo Oliboni, coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Paraná, mesmo com adversidades, a classe trabalhadora organizada tem feito diferença. “Além da pandemia, já estávamos vivendo um desmonte de políticas públicas para o trabalhador do campo. Mesmo assim, resistimos e provamos que a classe trabalhadora acredita na organização sindical, pois favorece que tenhamos qualidade de vida para nós e nossas famílias”, cita.

CONHEÇA ALGUMAS DAS REIVINDICAÇÕES

Defesa da democracia, da cidadania e dos direitos humanos

Restabelecimento do papel do Estado como indutor da economia, por meio de políticas públicas e de proteção social, com a reversão das privatizações e fortalecimento dos serviços públicos em todos os níveis

Implementação das reformas populares necessárias – reforma agrária, tributária, política, democratização da mídia, fim da tutela militar

Fomento à retomada do desenvolvimento econômico e social, gerando oportunidades de emprego, trabalho e renda de qualidade

Revogação das reformas trabalhista e previdenciária e de todas as medidas que retiraram ou reduziram direitos, enfraqueceram e afastaram os sindicatos da regulação de direitos, bem como a revogação de todas as medidas e reformas que retiraram direitos sociais do povo brasileiro

Combate sistemático à inflação e aumento dos preços, definindo uma legislação que possibilite a recuperação e aumento do valor e do poder aquisitivo dos salários e demais formas de remuneração da classe trabalhadora

Compromisso com a redução das desigualdades no acesso e na renda com políticas de inclusão e de combate sistemático aos preconceitos de renda, sexo, cor, raça, orientação sexual

Compromisso com uma educação pública gratuita, inclusiva e de qualidade, acessível a todos e todas independente de sua condição de deficiência, classe social, cor e gênero

Defesa do SUS e suas políticas de saúde pública voltadas para as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde de forma integral e gratuita

Compromisso com a reindustrialização do país, que deve transformar o que produzimos, gerar emprego decente e renda no Brasil, qualificando e requalificando a mão de obra

Compromisso com a reforma agrária e distribuição de terras para quem nela quer trabalhar, e fortalecimento da agricultura familiar, as cooperativas de produção e as pequenas agroindústrias, da agroecologia, da soberania e segurança alimentar, do desenvolvimento rural sustentável e solidário, com garantia de crédito rural e assistência técnica.

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Brasil 5 Saiba mais no site https://pr.cut.org.br/

Candidato pró Ratinho Jr. é acusado de manipular pesquisa para favorecê-lo

Pesquisadores estariam induzindo eleitorado de Marechal Cândido Rondon (PR)

Lia Bianchini bia que acabou de cometer um crime eleitoral? Duvido que uma pergunta dessas tenha tido aval da Justiça Eleitoral”, disse Palagano, solicitando tirar uma foto da pesquisa.

Ocandidato a deputado estadual Ademir Bier (MDB) estaria financiando pesquisa manipulada a seu favor em Marechal Cândido Rondon (PR). A denúncia foi feita pelo advogado Maicon Palagano, que respondeu a uma pesquisa em que, ao longo do questionário, o pesquisador induzia o eleitor a votar no candidato do MDB.

Ademir Bier exerceu mandato como deputado estadual do Paraná até janeiro de 2022, pelo PSD. Para as eleições 2022, mudou para o MDB e faz parte da coligação de Ratinho Junior (PSD), atual governador do estado e candidato à reeleição.

Segundo Maicon Palagano, uma das perguntas da pesquisa tinha o seguinte teor: “Você sabia que o candidato a deputado estadual Ademir Bier é o único de Marechal com chance de ser eleito?”

Estranhando a pergunta, o advogado questionou o entrevistador. “Você sa-

O pesquisador, identificado como Eduardo Idalino, que estava com crachá e colete do Instituto Opinião (sediado em Curitiba), negou o pedido e solicitou a presença de seu supervisor, Jorge Chielewsk. Após a chegada do supervisor, houve início de discussão. “[O supervisor] partiu pra cima de

mim, arranhou, tentou puxar meu celular. E nisso eu fiz um movimento com as mãos para afastar, ele caiu no chão e começou a me xingar”, relata Palagano.

A Polícia Militar foi chamada e um Boletim de Ocorrência (B.O) foi registrado. Os policiais confirmaram o teor da pergunta e constam como testemunhas oculares no B.O. Foi feita também denúncia na Polícia Federal e no Minis-

STF suspende cassação do mandato do Vereador Renato

Freitas

Vereador poderá participar das eleições a deputado estadual

PESQUISA SEM REGISTRO

A única pesquisa do Instituto Opinião com foco especí co no Paraná registrada no Tribunal Superior Eleitoral data de 25 de agosto. O levantamento diz respeito apenas aos cargos de Senador e Governador. Não há nenhum outro registro.

A reportagem do Brasil de Fato Paraná procurou o Instituto Opinião para esclarecer detalhes da pesquisa. Em nota,

o instituto informa que o levantamento foi encomendado pelo candidato e que “as informações da pesquisa seriam usadas internamente pelo contratante, para direcionamento de sua campanha, sem a necessidade de ser registrada no Tribunal Regional Eleitoral, pois não seria usada em divulgação.” Porém não comentou nada em relação à pergunta em questão.

Decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, suspendeu a cassação do mandato de Renato Freitas na Câmara Municipal de Curitiba, o que torna legal a sua candidatura a deputado estadual.

Na reclamação ao Supremo, o vereador afirmou que o processo de cassação durou mais que 90 dias, prazo máximo previsto na legislação federal. Barroso concordou com a alegação, afirmando que o processo

de cassação deve ser disciplinado por norma do país, e não local. E ainda frisou que é possível afirmar que o processo de cassação foi injusto e associado à discriminação racial.

Segundo a defesa de Renato Freitas, com a decisão liminar ele volta a assumir seu mandato como vereador e também pode concorrer às eleições de 2022 ao cargo de deputado estadual. A nova posse oficial ainda não foi marcada pelo presidente da Câmara de Curitiba, que pretende recorrer da decisão.

Redação Paraná Leia na íntegra em brasildefatopr.com.br Reprodução | Facebook
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Os trabalhadores da cultura também precisam estar no Legislativo, diz Guta Stresser

Aatriz Guta Stresser

voltou para uma temporada longa em Curitiba, sua cidade natal, e onde começou a vida profissional principalmente no teatro. O retorno tem um motivo ligado à política, integrar uma candidatura coletiva para o cargo de deputada federal e se envolver de forma mais participativa nas campanhas de 2022.

Em entrevista ao Brasil de Fato Paraná, contou que sua motivação em se posicionar politicamente começou no processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Ela, que esteve por mais de três décadas vinculada à TV Globo, principalmente atuando como a Bebel de “A Grande Família”, diz estar acostumada com a exposição pública, porém a política traz mais cobrança e responsabilidade. Confira:

Brasil de Fato Paraná – Você começou sua vida profissional fazendo teatro em Curitiba e, agora, tem passado uma temporada aqui. Como é esse retorno?

Guta Stresser – Sou nascida e criada em Curitiba, fui para o Rio de Janeiro com 22 anos. Desde que fui morar no Rio, sempre vim a passeio para Curitiba e esta é a primeira vez, nesses anos todos, que passo uma temporada mais longa. Eu vim especialmente para integrar uma campanha e candidatura coletiva da cultura. E tenho feito um reen-

contro com Curitiba muito interessante, descobrindo de novo o que eu amo nesta cidade, uma nostalgia do que eu vivi aqui no começo da minha vida profissional e, também, um encontro com outra Curitiba. Percebo uma mudança de ocupação dos espaços, muita gente interessada, muitas candidaturas e gente interessada em gestão pública e política.

Falando em política, você começou e se expor mais em 2018. O que a motivou? Mesmo eu tendo feito um programa durante anos na TV, “A Grande Família”, e assim sendo não é de hoje que lido com bastante exposição por ser uma pessoa pública, na política, essa exposição te coloca de outro jeito, porque vem cobrança e responsabilidade. Lá atrás, o que me motivou foi perceber que estava acontecendo algo muito estranho.

Em 2013, fui para a rua fazer críticas à desapropria-

ção da Aldeia Maracanã para fazer a Copa e Olimpíadas. Porém, no processo de impeachment, aquele circo no dia da votação, com Bolsonaro homenageando o Ustra, eu fiquei estarrecida. Como o meu mestre Antonio Abujmara dizia: “desconfie sempre da paisagem”. E a paisagem era uma coisa muito obscura vindo. Aí, em 2018, não teve jeito de não se posicionar, eu dizia que quem não estava se posicionando estava ao lado daquela perseguição, da perda de direitos já anunciada. Em 2022, muitos dos que não se posicionaram estão vindo com a gente porque viram que se calar levou à situação que estamos vivendo.

O que você espera do próximo presidente eleito? A primeira coisa é a volta do Ministério da Cultura. Isso não é pouca coisa pra nós, porque quando a gente perde o ministério, a gente perde a importância da cultura dentro de uma gestão. E es-

pero que o Lula seja eleito e refaça todo o trabalho que ele fez no passado, alinhando principalmente cultura e educação.

E entender que o setor cultural movimenta muito a economia. Então, aumentar orçamento para cultura não é um favor. Por exemplo, quando vamos apresentar um espetáculo ou show, os lugares em volta vão ficar mais cheios, os hotéis etc. Além disso, é importante destacar que a nossa cultura traz muita visibilidade para o País.

Você veio para Curitiba integrar uma candidatura coletiva que concorre ao cargo de deputado federal. Qual é a importância dos artistas ocuparem esses espaços? Em princípio, não pensava em entrar para a política dessa forma, mas, à medida que fui entendendo que não tinha mais como não me posicionar politicamente, percebi que a falta de profissionais da nossa área no Legislativo também afeta nossa categoria. Acho que os trabalhadores da cultura também precisam estar no Legislativo.

Não tem como reclamar das coisas que nos faltam e a gente nunca participar. Ouvi de um amigo, o Adriano Pettermarn, que participar da política é uma doação, é estar a serviço de quem representamos. Aliás, acho que isso é que o Bolsonaro não quer entender, que cada canetada que ele dá é para atender os interesses do povo, não dele.

Tortinha de aveia

A cada semana, publicamos receitas com produtos agroecológicos da rede colaborativa Produtos da Terra, da Sinergia Alimentos Saudáveis e da Rede Mandala. Parte dos ingredientes pode ser encontrada no site produtosdaterrapr.com.br

Ingredientes

- 200g de farelo da aveia

- 50g de cacau

- meia xícara d’água Para o recheio

- 2 bananas orgânicas maduras

- 1 maçã orgânica

- uma colher de sopa de canela em pó

- 50 g de uva passa

- uma colher de sobremesa de mel orgânico

Modo de preparo

O primeiro passo é preparar o recheio. Para isso, corte em pedacinhos as bananas e a maçã. Depois, salpique com a canela, dilua o mel com um pouco d’água e derrame sobre as frutas. Deixe descansando. Enquanto isso, prepare a massa: misture o farelo de aveia com o cacau e coloque a água aos poucos, integrando bem os ingredientes até obter uma massa lisa, sem grudar nas mãos. Forre as forminhas com a massa. Coloque o recheio sobre as forminhas e leve ao forno preaquecido a 180° por 30 a 40 minutos. A tortinha pode ser servida quente ou fria.

Pretícia Jerônimo
A atriz afirma que começou a se expor politicamente diante do momento obscuro desde o impeachment de Dilma
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Eleições

Na terça-feira, 27, Lula participou em São Paulo de um evento com grandes nomes do esporte nacional, cujo tema era o fomento de políticas para o Esporte. Lula condenou os casos de racismo no campo esportivo, a rmou que prefeituras, estados e o governo federal precisam investir na prática de esportes para crianças e adolescentes e pediu, que caso seja eleito, os atletas e ex-atletas cobrem do governo tais medidas. Andreia Rosa, ex-zagueira e que agora atua na comissão técnica de base da Ferroviária, foi uma das participantes, representando o futebol de mulheres lá. Em suas redes sociais comentou que se sentiu honrada em ser lembrada no evento na apresentação do Programa do Bolsa Atleta e a rmou: “A atividade física é fundamental para a nossa sobrevivência e, pensando em políticas públicas, penso que é fundamental na construção de um cidadão como é extremamente importante nas escolas.” Ganha a modalidade ao ter participação em um evento como esse e em se posicionar claramente em tempos como os que estamos vivendo. Políticas públicas são fundamentais para o desenvolvimento do Esporte nacional. Para isso, esperamos que tudo se resolva no primeiro tempo!

Vamos brincar de treinador da Seleção Brasileira?

Todo mundo sabe que o brasileiro guarda um faceta de treinador de futebol. As resenhas nas mesas de bar (e nas redes sociais) depois de cada partida do seu clube do coração não me deixam mentir. E isso fica ainda mais claro com a Seleção Brasileira.

E às vésperas do início da Copa do Mundo, é mais do que natural que se façam projeções sobre os adversários do Brasil na fase de grupos e sobre os jogadores que Tite irá convocar para o Mundial do Catar. E quem acompanha a Seleção Brasileira por ofício, hobby ou paixão sabe muito bem que a tendência é que não tenhamos muitas surpresas no dia 7 de novembro, data em que a lista final de convocados para a Copa será anunciada de maneira definitiva.

É por isso que eu gostaria de pro-

por aqui uma brincadeira. Que tal a gente brincar de treinador da Seleção Brasileira? Além de ser um exercício interessante, ele ajuda a aliviar um pouco a tensão desses dias mais pesados e a manter viva a chama de “corneteiros oficiais” do escrete canarinho mantida com afinco pelas últimas três gerações de torcedores.

Depois de muito pensar, escolhi meus 26 convocados. Toda essa lista foi feita tendo o esquema tático do treinador da Seleção Brasileira como base. São eles:

Goleiros Alisson (Liverpool), Ederson (Manchester City) e Weverton (Palmeiras)

Zagueiros Marquinhos (PSG), Thiago Silva (Chelsea), Éder Militão (Real Madrid) e Gabriel Magalhães (Arsenal)

Laterais Danilo e Alex Sandro (Juventus) e Alex Telles (Sevilla); Meio-campistas Casemiro e Fred

(Manchester United), Lucas Paquetá (West Ham), Philippe Coutinho (Aston Villa), Bruno Guimarães (Newcastle), Fabinho (Liverpool), Gustavo Scarpa (Palmeiras) e Everton Ribeiro (Flamengo)

Atacantes Neymar (PSG), Vinícius Júnior e Rodrygo (Real Madrid), Raphinha (Barcelona), Richarlison (Tottenham), Gabriel Jesus (Arsenal), Antony (Manchester United) e Pedro (Flamengo).

Eu tenho certeza absoluta de que essa lista de convocados não vai agradar a todos. Muita gente vai falar em jogadores que sequer passaram pela minha cabeça nesses últimos meses. Mas é do jogo. E também faz parte da nossa “brincadeira” aqui no Brasil de Fato. E qual seria a sua lista? Vale tudo, meu amigo. Só não vale usar a camisa da Seleção Brasileira pra defender o indefensável como aconteceu nesses últimos anos.

O último refresco

Com apenas três jogos em 20 dias (praticamente um por semana), entre a derrota para o Botafogo no Rio (17/09) e o compromisso diante do Palmeiras na noite da próxima quinta-feira (6/10) em São Paulo, o elenco do Coritiba não terá mais descanso até o m do Campeonato Brasileiro. Serão nove partidas decisivas no curtíssimo lapso temporal de 36 dias (9 de outubro e 13 de novembro) – uma a cada quatro dias. Além de atuar diante de seus torcedores apenas quatro vezes, terá três adversários diretos que lutam contra o rebaixamento em Fortaleza, Caxias do Sul e Cuiabá. Não bastasse, baterá de frente com todos os brasileiros finalistas da Libertadores, Sul-Americana e Copa do Brasil. A sequência: Bragantino (c), Athletico-PR (f), São Paulo (f), Internacional (c), Fortaleza (f), Juventude (f), Flamengo (c), Corinthians (c) e Cuiabá (f). Hora de altivez e coragem.

Momento de instabilidade

O jogo desta terça contra a equipe do Santos, no litoral paulista, foi péssimo para a equipe do Furacão, e a irritação do técnico Felipão deixa nítido que há preocupação com o desempenho do time depois da classi cação para a nal da Libertadores. É o terceiro jogo seguido sem vencer. Em 10 partidas, apenas duas vitórias. Óbvio que nada disso é motivo para crise ou desespero. O elenco rubro-negro está com foco total na Libertadores. Enfrentar uma equipe que está 100% focada no Brasileirão gera esse tipo de situação. São poucos times que conseguem manter um alto nível de desempenho em várias competições ao mesmo tempo. Nem mesmo o Flamengo está conseguindo um bom ritmo no Brasileirão. Mas é determinante que, para levar a Libertadores, o time precisa estar em um bom momento, e hoje não está.

A amarelinha ainda movimenta todo tipo de sentimento quando está em campo
Divulgação
Paraná, 29 de setembro a 5 de outubro de 2022 Brasil de Fato PRBrasil de Fato PR8 Esportes

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