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Editorial
editorial Em defesa de universidades públicas fortes e gratuitas
Nesta semana, foi divulgado um documento elaborado por institutos ligados a membros das forças militares chamado “Projeto de Nação”. Nele, projeta-se que, até o ano de 2035, as universidades públicas brasileiras – assim como o Sistema Único de Saúde (SUS) – terão se tornado pagas.
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Em paralelo, começou a ser movimentada na Câmara dos Deputados a PEC 206/2019, que pretende estabelecer a cobrança de mensalidades nas universidades públicas. Coincidência ou não, a PEC foi proposta justamente por um militar, o deputado paulista General Peternelli (União-SP).
A medida é desastrosa e precisa ser derrotada. Dentre muitas, algumas razões: 1) a maior parte dos estudantes das universidades públicas são pobres e não teriam condições de pagar mensalidades, havendo risco de grande parte deles não conseguir acessar as políticas de isenção; 2) a possibilidade de diferenciação entre estudantes pagantes e isentos criaria divisões internas negativas na comunidade acadêmica; 3) as cobranças poderiam motivar a redução ainda maior de repasses de recursos públicos às universidades, tornando-as dependentes das mensalidades e criando pressão para restringirem as políticas de isenção. Educação e saúde públicas, gratuitas e de qualidade, são direitos e fundamentos de uma nação soberana.
SEMANA
opinião Até que ponto a fé e a política podem se misturar?
Guilherme Mikami,
jornalista, cientista político, diretor da agência de comunicação sindical Abridor de Latas e participante da Frente de Evangélicos pelo Estado Democrático de Direito
Essa é uma dúvida que vem crescendo no coração e na mente de uma parcela cada vez maior de evangélicos no Brasil, especialmente a partir das mudanças sentidas nos últimos anos em muitas igrejas e comunidades, nas quais os princípios básicos do cristianismo, como o amor e a solidariedade, foram perdendo espaço para a intolerância e o ódio implantados com objetivos políticos-econômicos-eleitorais.
Não é de hoje que eles sabem que as pessoas reagem mais pelo sentimento do que pela racionalidade. O objetivo dos pregadores do “evangelho do ódio” é espalhar medo. Em excesso, medo vira paranoia. Em grande escala, se transforma em paranoia coletiva, que é o que eles espalham nas igrejas brasileiras ao disseminar mentiras de cunho político. Em grande escala, isso criou uma nova geração de pessoas “desigrejadas”, que deixaram de frequentar cultos, células e outros espaços de convivência porque sofreram com a intolerância de “irmãos” e “irmãs” (que é a forma como se identificam as pessoas na igreja) ou porque se desapontaram ao ver lideranças envolvidas em uma política de baixo nível, disseminando a discórdia a partir de mentiras e conteúdos extremistas. Essa pode ser uma das explicações para o gigantesco fracasso da chamada “Marcha para Jesus”, que aconteceu no dia 21 de maio em Curitiba. Quando anunciaram que Bolsonaro participaria da chamada Marcha para Jesus, em Curitiba, os organizadores disseram a jornais da capital paranaense que esperavam entre 200 e 300 mil pessoas.
Apesar do exagero, a expectativa era atrair mais participantes do que nas edições anteriores, que chegaram a contar com mais de 100 mil pessoas antes da pandemia de Covid-19 (segundo os mesmos organizadores).
Em vez de aumentar, o evento deste ano encolheu. E muito. Quando Bolsonaro discursou em frente a um teatro na capital, não havia mais do que três mil pessoas. Isso equivale a 1% do público esperado.
O artigo completo está no site www.brasildefatopr.com.br
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EXPEDIENTE
Brasil de Fato PR | Desde fevereiro de 2016
EDIÇÃO Frédi Vasconcelos e Pedro Carrano REPORTAGEM Ana Carolina Caldas, Gabriel Carriconde e Lia Bianchini COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Guilherme Mikami, José Pires e Paula Cozero ARTICULISTAS Cesar Caldas, Douglas Gasparin Arruda, Fernanda Haag, Marcio Mittelbach e Manoel Ramires REVISÃO Lea Okseanberg ADMINISTRAÇÃO Bernadete Ferreira Denilson Pasin DISTRIBUIÇÃO Clara Lume FOTOGRAFIA Giorgia Prates DIAGRAMAÇÃO Vanda Moraes CONSELHO OPERATIVO Daniel Mittelbach, Fernando Marcelino, Gustavo Erwin Kuss, Luiz Fernando Rodrigues, Naiara Bittencourt, Roberto Baggio, Robson Sebastian CONTATO pautabdfpr@gmail.com REDES SOCIAIS /bdfpr @brasildefatopr Agora é sua vez! Entre em contato FALA POVO por e-mail ou pelas redes sociais, comente uma de nossas matérias e apareça aqui no Brasil de Fato impresso