7 minute read

Paraná

Next Article
Editorial

Editorial

Máscara será novamente obrigatória em Curitiba, segundo epidemiologista

Necessidade é por causa do Coronavírus e de outras doenças respiratórias

Advertisement

Giorgia Prates

José Pires

Na última sexta (20), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Curitiba voltou a recomendar o uso de máscaras em locais fechados ou abertos que tenham aglomerações de pessoas. A medida, que não é obrigatória, foi tomada depois de a capital registrar alta no número de novos casos e de casos ativos de Covid-19 e aumento de casos de outras doenças respiratórias.

A recomendação é para que a população use máscara no transporte coletivo, nos terminais de ônibus, nas estações-tubo, nos shows, em escolas, em jogos, shoppings, lojas, supermercados, entre outros. Permanece, ainda, a indicação de uso da proteção em estabelecimentos de saúde e por pessoas com sintomas respiratórios.

Na quarta-feira (25), a (SMS) divulgou 1.758 novos casos de Covid, além de quatro mortes. A média móvel de casos nos últimos sete dias teve alta de 86,7% em quinze dias. Já o número de casos ativos teve aumento de 116%. E a média móvel de óbitos em decorrência da Covid cresceu 80% em duas semanas.

Máscara obrigatória O uso de máscaras voltou a ser necessário e como destaca o médico Moacir Pires Ramos, Infectologista e Epidemiologista do Escritório Regional do Ministério da Saúde (MDS) no Paraná. “O inverno é um período muito delicado, nele temos o aumento das doenças respiratórias. Assim, o uso de máscara deve ser recorrente, não apenas por causa do Coronavírus, mas também por outras doenças como a Influenza”, destaca. Para ele, em breve o uso de máscaras será obrigatório. “O cenário indica isso, com a chegada do frio, as doenças respiratórias continuarão a crescer e, entre elas, a Covid-19. Isso pode saturar nosso sistema de saúde”, afirma.

A volta da obrigatoriedade é recomendada também pelo sindicato dos trabalhadores em saúde do Paraná (SindSaúde). E a entidade levou a demanda à Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) em reunião na terça-feira (24), como revela Lucia-

Crédito da foto

ne Nunes Borges, diretora da entidade. “As máscaras devem ser obrigatórias em todos os ambientes. Inclusive levamos essa posição à Sesa e eles estão avaliando”, revela.

A Sesa afirmou ao Brasil de Fato, por meio de nota, que, caso seja necessário, vai emitir novamente decreto com a obrigatoriedade das máscaras na capital. E ressaltou que a recomendação para o uso do equipamento em ambientes fechados se fez necessária depois de aumento de 10% acima do que era esperado para essa época nos quadros de sintomas respiratórios. “A recomendação do uso da máscara em ambientes fechados e em ambientes abertos com aglomeração é parte das medidas adotadas para o enfrentamento deste momento.”

Movimentos pedem abertura de casas de acolhimento 24 horas em Curitiba

Frio ameaça pessoas em situação de rua. Já há morte com suspeita de hipotermia

Gabriel Carriconde

Capital mais fria do Brasil, Curitiba registrou queda acentuada nas temperaturas nas últimas semanas. Se para muitos foi o momento de tirar os casacos e cobertores do armário, parte da população sofreu mais. Desde 2021, houve aumento de 50% de moradores em situação de rua, segundo dados do CadUnico. A pandemia piorou a situação, com cerca de 2,7 mil pessoas ficando sem moradia na cidade, números que podem ser ainda maiores, segundo pessoas que trabalham com essa população. Com o frio, o risco de óbitos por hipotermia também aumenta, trazendo a necessidade de atendimento em casas acolhimento por 24 horas, segundo movimentos populares e assistentes sociais ouvidos pelo BDF-PR.

Suspeita de óbito No último dia 22, um morador de rua foi encontrando morto próximo à Praça Tiradentes, no centro de Curitiba. De acordo com a PM, um homem entre 40 e 50 anos de idade teve seu corpo encontrado por policiais e teria morrido por hipotermia. Na madrugada, a cidade chegou a registrar 6,2 graus. O homem, de apelido “Barba”, de acordo com a Fundação de Ação Social, teria recusado o acolhimento da instituição.

Para Leonildo Monteiro Filho, coordenador do Movimento Nacional do Povo da Rua, o poder público deveria abrir espaços por 24 horas no inverno. “Não adianta você simplesmente fazer o convite para o morador de rua ir para as casas de acolhimento, tem que convidar a sociedade civil para construir ações efetivas para de fato acolher. Você precisa de serviços que funcionem 24 horas por dia para que o sujeito tenha estrutura de chegar, tomar um banho, um café. As pessoas na rua acabam confiando mais nas pessoas do que no poder público”, critica.

Elza Campos, assistente social aposentada e assessora de movimentos que trabalham com moradores em situação de rua, analisa que a pandemia agravou a situação. “Muitos não aceitaram ir para as casas de acolhimento, pois falta humanização. Muitos são trabalhadores e trabalhadoras que foram jogadas na rua por conta da crise, essa é uma realidade bem dura”, revela.

Em nota, a Fundação de Ação Social afirma que a “Prefeitura de Curitiba reforça que equipes da saúde estão acompanhando a FAS nas abordagens, para garantir o suporte necessário”, e que, neste momento, “há 1334 vagas disponíveis, mas o sistema tem capacidade para novas vagas emergenciais”. A FAS ainda destaca que desde o início da Ação Inverno-Curitiba Que Acolhe “sobram vagas nas unidades”.

A cidade educadora não está tão educadora assim

Em suas falas, o prefeito Rafael Greca insiste que Curitiba é uma cidade educadora. Mas, na prática, desvaloriza e desrespeita professores da educação infantil.

Informe Institucional | SISMUC de todos os atendimentos. “Fico sempre me pergun-

APrefeitura de Curitiba tando como será aquele dia, tem deixado muito a de- se vou conseguir almoçar, ir sejar na garantia de um di- ao banheiro… porque já tive reito fundamental, previsto vezes de eu ter ficado sozina Constituição: a educação. nha [em sala] e de ter ido Com o retorno das aulas em ao banheiro só quando eu formato presencial, um grave chegasse em casa, porque problema que já acontecia não tinha quem ficasse com antes mesmo da pandemia as crianças. Tá muito triste e foi escancarado — não há humilhante essa situação. A professores suficientes para saúde mental das professoo atendimento adequado das ras está esgotada!”, desabafa crianças que frequentam as uma professora da educação salas de aulas dos 230 Cen- infantil, que afirma que muitros Municipais de Educação tas trabalham doentes, pois Infantil (CMEIs) de Curitiba. sabem que se afastar para ir

Esta situação, que tem ao médico e pegar atestado, sido constantemente denun- vai afetar toda a equipe. ciada, inviabiliza que as professoras e professores de Como ficam os curitibieducação infantil garantam nhas? A consequência desum trabalho pedagógico de se caos na educação infanqualidade e inclusivo. til se projeta nas crianças

Além disso, o número in- e impacta diretamente em suficiente de servidores colo- sua segurança, já que não ca em risco a integridade físi- há profissionais suficientes ca e emocional dos próprios para atendê-las. Também falprofissionais, que precisam tam tutores adequados para se desdobrar para dar conta atendimento e supervisão

SISMUC das crianças com deficiência, as PcDs.

A inclusão e o desenvolvimento da criança com de-

ficiência no ambiente escolar depende fundamentalmente da estimulação precoce e do incentivo. Por isso, o tutor é a ponte para estimular e supervisionar adequadamente o PcD, garantindo que ele tenha um maior estímulo às atividades motoras e psíquicas.

Mas, mesmo tendo ciência disso, e com mais de 1,2 mil crianças com deficiência nos CMEIs de Curitiba, o Departamento de Inclusão e Atendimento Educacional Especializado (DIAEE) divulgou recentemente a contratação de apenas 880 tutores, número insuficiente para garantir o atendimento de qualidade a estas crianças.

Não há contratação de professores de educação infantil via concurso público desde 2016 e, na tentativa de solucionar este problema, a Prefeitura realiza a contratação de professores via Processo Seletivo Simplificado (PSS). São professores temporários, que em dois anos não terão renovação de contrato. Ou seja, não há tempo para construção de vínculo emocional, afetivo e de confiança com as crianças.

É importante reforçar que, a presença do professor de educação infantil é essencial para garantir contextos seguros, que promovam o desenvolvimento, o bem-estar e que sejam favoráveis à vivência de experiências. Afinal, toda criança merece o melhor. O melhor CMEI, a melhor educação, até mesmo um prefeito melhor. Como você pode contribuir? Você pode ajudar a garantir uma educação de qualidade para seus filhos e a segurança dos Professores de Educação Infantil nos CMEIs. Ligue para o número 156 ou entre em contato por meio do Chat no site (156.curitiba.pr.gov.br). Denuncie e exija da Prefeitura uma solução imediata para essa situação.

Participe das mobilizações. Siga as redes sociais do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba e fique atento às próximas datas dos atos dos professores.

This article is from: