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Editorial
EDITORIAL Como o voto impresso revela o desespero de Bolsonaro
Já passamos por vários absurdos pautados por Bolsonaro. O mais recente é o tema do voto impresso. Prevendo sua possível derrota nas eleições de 2022, chegou a dizer que, se a urna eletrônica não cair, não vai se candidatar.
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O argumento bolsonarista é de que a urna eletrônica não é auditável. Porém, há 25 anos é usada, uma tecnologia que passou por 13 eleições presidenciais, com vencedores de diferentes partidos. É desconectada de qualquer rede, o que evita invasão por hackers. A urna também emite um comprovante de que não há votos registrados antes de seu uso e um boletim de urna após o término das votações. Uma atualização recente
SEMANA
inseriu a tecnologia de biometria, o que impede que um eleitor vote por outro ou em seção que não é a sua.
Todos esses elementos tornam a urna eletrônica a tecnologia mais segura em processos eleitorais. Então o que Bolsonaro quer? Tumultuar. Imitar a cartilha da direita no mundo, que não aceita entregar o poder. Foi assim nos EUA e há pouco no Peru. Bolsonaro quer gerar desconfiança nas instituições democráticas e aplicar (mais) um golpe.
O desespero de Bolsonaro reforça a urgência do ato nacional do dia 24 de julho (sábado), pelo Fora Bolsonaro, por vacina, emprego e renda. O movimento das ruas precisa ganhar mais força.
OPINIÃO Pode ser bem pior para eles
Ricardo Costa de Oliveira,
professor na UFPR, autor de “Na teia do nepotismo – sociologia política das relações de parentesco e poder político no Paraná e no Brasil”
Acorrupção nas Forças Armadas sempre ocorreu, como em qualquer outra organização ou instituição, e continua acontecendo, aponta a CPI da Covid.
No período da ditadura militar, o general Geisel deixou registrado um diálogo no livro “História Indiscreta da Ditadura e da Abertura”, de Ronaldo Costa Couto: “É. Porque a corrupção nas Forças Armadas está tão grande, que a única solução para o Brasil é fazer a abertura.” Logo abaixo comentavam sobre o papel dos militares fora das Forças Armadas. Geisel sabia a hora de recuar para não ser cercado. Na atual crise da CPI já entrou no radar dos senadores o primo do ex-diretor Roberto Ferreira Dias, o Ronaldo Ferreira Dias, sempre aparece algum parente, como informa a “teoria do nepotismo”, que foi presidente da Associação de Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil e presidente da Bahiafarma.
Circulam em Brasília rumores sobre a existência de um dossiê com a “memória” de várias negociatas no ramo envolvendo políticos graúdos do Centrão e muitos generais, além de Pazuello e seus coronéis. Os mais importantes políticos do Centrão acoplados com o bolsonarismo estão envolvidos, de modo que o caldo de denúncias é grosso, o que motivou a nota das forças armadas em defesa do bolsonarismo. Não serão os comandantes e generais que salvarão politicamente Bolsonaro e seus apaniguados, mas Bolsonaro e seus politiqueiros é que arrastarão e afundarão politicamente toda esta atual geração de chefes militares para a maior vergonha e derrota política em 200 anos de história do Exército. Se estudarem as manobras de Geisel saberão o que acontecia no final da ditadura, quando eram jovens oficiais e a ditadura também saiu derrotada, agora pode ser bem pior para eles. “Não serão os comandantes e generais que salvarão politicamente Bolsonaro e seus apaniguados, mas Bolsonaro e seus politiqueiros é que arrastarão e afundarão politicamente toda esta atual geração de chefes militares”
O jornal Brasil de Fato circula em todo o país com edições regionais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Paraná. Esta é a edição 221 do Brasil de Fato Paraná, que circula sempre às quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.
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