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Cultura | p. 7 Esportes
Pelas beiradas
Por Cesar Caldas A vitória do Coritiba, fora de casa, contra o “Xavante” (Brasil de Pelotas-RS) por 2x0 na quarta-feira (11/8) con rma a impressão de dirigentes, analistas e muitos torcedores: já há algum entrosamento do time e a de nição de um desenho tático pelo treinador Gustavo Morínigo, apesar de persistirem de ciências técnicas em pelo menos duas posições – algo muito comum para todos os times da Série B. A pouca habilidade de alguns, contudo, tem sido amplamente compensada, até aqui, pela obediência de seu posicionamento em campo. Some-se a isso a e ciência do atacante Léo Gamalho (vice-artilheiro da competição) na conclusão das jogadas e pronto: está explicada a boa performance da equipe até aqui. Que venha outra boa apresentação no sábado (16h30), em Maceió, diante do CSA. Ora líder, ora não, o Coxa vai se alimentando pelas beiradas do prato.
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Missão indigesta
Por Marcio Mittelbach Na semana em que o Congresso disse não para o voto de papel, o Paraná Clube elegeu seu décimo-quinto presidente em 32 anos de história. Uma rotatividade que se acentuou de 2008 pra cá, quando a média é de apenas um ano e nove meses de gestão para cada mandatário.
Com 142 cédulas de papel a seu favor, 48% dos votantes, Rubens Ferreira Silva, o Rubão, foi eleito o presidente do Paraná Clube para o período de três anos. As principais bandeiras da chapa foram transparência, equilíbrio financeiro, gestão e resgate da credibilidade do clube.
Não poderia ser diferente. Com 141 milhões em dívidas e fontes de renda escassas, não existe outro jeito a não ser organizar a bagunça. Embora a posse esteja prevista apenas para 21 de dezembro, Rubão terá que agir desde já se não quiser ter uma missão ainda mais indigesta da que já tem.
Erros repetidos
Por Douglas Gasparin Arruda Nas últimas semanas, tenho a impressão de escrever o mesmo texto aqui na coluna. E não é por má vontade ou coisa parecida. Na verdade, o Athletico parece um disco riscado, que falha sempre nas mesmas músicas. Nos primeiros 15 jogos de António Oliveira, o rubro-negro tinha uma defesa consistente, que levou o time a 84% de aproveitamento, mesmo com um ataque não muito efetivo. A situação se inverteu nos últimos 15 jogos: o time sofreu 5 vezes mais gols e fez apenas 4 gols a mais, o que impactou diretamente no aproveitamento, que caiu para 53%. Das falhas mais evidentes, os pênaltis infantis e corriqueiros certamente saltam à vista. Não é o melhor momento do time e, para ajudar, nesta quinta o Furacão inicia a batalha contra a LDU, em Quito, pela vaga na semi da Sul-Americana. Leonel Messi foi mandado embora do Barcelona há poucos dias porque o clube não conseguiu pagar seus salários por conta do “fair play” nanceiro da liga espanhola. No Paris Saint Germain, especula-se que receberá cerca de metade do que ganharia no clube catalão, 35 milhões de euros, ou mais de 213 milhões de reais por ano.
Aqui no Brasil, jogadores como Dudu, Palmeiras, Gabigol (Flamengo), Douglas Costa (Grêmio) e Daniel Alves (São Paulo) têm salários acima de 1,5 milhão de reais/ mês. Outros, como Hulk (Atlético-MG) e o possível contratado pelo time mineiro Diego Costa, também passam da casa do R$ 1 milhão/mês. Não à toa, esses times, com exceção do Grêmio, estão nas fases decisivas da Libertadores e da Copa do Brasil.
O problema é o outro lado. Mesmo nesses times de elite há jogadores com salários muito baixos e profissionais que
Milhões para Messi e estrelas, as exceções no futebol
No Brasil, 55% dos jogadores profissionais ganham menos de 1 salário mínimo
Frédi Vasconcelos
ELAS POR ELA
Fernanda Haag
Segue o jogo
Os Jogos Olímpicos terminaram, tivemos um campeão olímpico inesperado, a nal, poucas pessoas apostavam as suas chas na conquista do Canadá. As canadenses venceram as suecas nos pênaltis na nal de Tóquio e conquistaram a medalha de ouro. A Suécia, claro, cou com a prata, e os EUA garantiram o bronze após vitória em cima da Austrália. Sobre a Seleção Brasileira, estamos nos recuperando da eliminação nas quartas-de- nal e projetando o futuro. É momento de novos ciclos e como a própria Pia comentou: é fazer o dever de casa, ver os erros e fazer melhor da próxima vez. Mas para ninguém car carente de futebol feminino, as competições aqui no Brasil retornam com tudo. O Campeonato Paulista iniciou esta semana e vai até dezembro. Ainda em agosto temos o retorno do Brasileirão A1, com os 8 classi cados da primeira fase jogando as quartas-de- nal. O Brasileirão A2 também retorna neste mês, os semi nalistas já garantiram o acesso no próximo ano e seguem na briga pelo título. Ou seja, tem muito futebol pela frente e seguimos acompanhando! Se você é torcedor, faça o mesmo, a modalidade não existe somente na época dos megaeventos esportivos e precisa de apoio e visibilidade.
trabalham e recebem muito pouco, quando recebem... Se é assim na elite, o outro lado do mundo da bola é muito mais cruel. Pesquisa citada em artigo por Pedro Silva, do Brasil de Fato Ceará, mostra que “cerca de 88 mil jogadores profissionais do país (55%) recebem aproximadamente um salário mínimo, segundo pesquisa da plataforma Cupom Válido. E apenas 0,1%, como os jogadores citados acima, mais de R$ 500 mil por mês.
E a diferença (e a injustiça) só tende a aumentar. Umas das principais fontes de receitas dos clubes, atualmente, é com a premiação dos campeonatos. Na Libertadores, o campeão pode levar até 120 milhões de reais, pela cotação atual. Na Copa do Brasil, quem ganhar também passa dos R$ 70 milhões. E, não à toa, Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG, os três entre as maiores folhas salariais do Brasil, têm chance de serem campeões e aumentarem ainda mais o fosso no futebol. O risco, por outro lado, é gastar demais e não ganhar. Daí a conta vem pesada.