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Esportes
Sem estrangeiros na seleção, e agora, Tite?
Times da Inglaterra, Espanha e Itália decidem não liberar jogadores para data Fifa
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Frédi Vasconcelos
No momento em que este texto é escrito, o técnico Tite havia perdido 13 dos 25 jogadores convocados para a próxima rodada das eliminatórias sul-americanas contra Chile, Argentina e Peru. Isso porque as ligas da Inglaterra, Espanha e Itália informaram que não vão liberar jogadores para países da “lista vermelha” da Covid, entre eles o Brasil. Porque, na volta, esses jogadores teriam de ficar confinados, em quarentena, perdendo treinamentos e jogos.
Além disso a confederação alega que a Fifa e a confederação sul-americana aumentaram os dias em que os jogadores ficariam com suas seleções, com a janela passando de 9 para 11 dias porque serão disputadas três partidas, quando normalmente são duas.
O que traz enorme problema para Tite, porque da lista de 25 convocados, além dos países que já declararam a proibição, outros europeus podem seguir o exemplo. Na França, são mais quatro jogadores, entre eles Neymar. Com mais três entre Rússia, Alemanha e Portugal. Se a Fifa não interferir, a seleção só teria garantidos os atletas que jogam no Brasil, cinco, Weverton, goleiro do Palmeiras, os laterais Daniel Alves (São Paulo) e Guilherme Arana (Atlético -MG), e os atacantes do Flamengo Everton Ribeiro e Gabigol.
Claro que podem ser convocados outros jogadores brasileiros, mas o que se veria em campo seria uma seleção completamente desfigurada e que nunca jogou junto. Até arriscaria um time com Weverton, Rafinha (Grêmio), Nino (Fluminense) e Miranda (São Paulo), Arana, Danilo (Palmeiras), Zé Raphael (Palmeiras), Edenilson (Inter) e Everton Ribeiro (Flamengo), com Hulk (Atlético-MG) e Gabigol no ataque. Mas não deve chegar a tanto. O mais provável é que, se a Fifa não mudar a decisão dos europeus, a rodada das eliminatórias seja adiada.
Lucas Figueiredo | CBF
ELAS POR ELA
Fernanda Haag “Mas por que ela não denuncia?”
Eu estava pronta para escrever a coluna sobre a ida de 77 atletas do Afeganistão para a Austrália junto com suas famílias, mas as últimas notícias da CBF não me permitiram. Há 3 meses Rogério Caboclo foi afastado da presidência da instituição graças às denúncias de assédio moral e sexual formalizadas por uma funcionária. Pois bem, na terça (24) a Comissão de Ética do Futebol recomendou somente o afastamento de 15 meses (3 já cumpridos) e não enquadrou como assédio, mas como “conduta inapropriada”. A punição gerou revolta e precisa ser referendada ainda pela Assembleia Geral, composta pelas 27 federações. Mas a assembleia não pode propor uma punição mais rígida, ou seja, ou Caboclo volta em setembro de 2022, ainda no seu mandato, ou pode voltar imediatamente, caso a recomendação da comissão não seja aceita. A impunidade nesse caso é clara, e é impossível não pensar que são homens protegendo homens num corporativismo que atua em defesa de seu poder. Por isso, pensem muito bem antes de sair questionando por que uma mulher não faz denúncias nesses casos, pois muitas vezes o peso da situação recai somente sobre elas. Isso para não falar do vídeo em defesa de Caboclo que usou indevidamente a imagem da Formiga e da Pia. É tanto absurdo machista que cansa!
Prova de resistência
Por Cesar Caldas
O Coritiba largou na pole-position no 2º turno da Série B e, concluída a primeira volta da corrida nal pelo acesso à 1ª Divisão, manteve a liderança com importante vitória (2x1) contra o Avaí. Não se pode perder de vista que, em outra analogia (com o atletismo), a competição não é de velocidade, mas de resistência. Exemplo claro disso é o time do Náutico, que deu um sprint inicial espetacular, liderando 75% da primeira volta, mas hoje amarga a 6ª posição, apenas dois pontos à frente no 9º colocado. O técnico coxa-branca Gustavo Morínigo dá mostras de compreender a necessidade da manutenção do mesmo desempenho linear até aqui alcançado, evitando quedas bruscas de rendimento. Um trunfo para o jogo em casa diante do Botafogo (sexta-feira, 27/8, às 21h30) é a possibilidade de repetir a mesma escalação das duas partidas anteriores. O entrosamento está crescendo.
Batalha de Porto Alegre
Por Marcio Mittelbach
8 ou 80...
Por Douglas Gasparin Arruda
No próximo domingo, às 18h, o tricolor joga suas últimas chas na tentativa de evitar o pior. O adversário é o São José, concorrente direto na briga pela permanência e que manda seus jogos no Estádio Passos D’areia, em Porto Alegre. O estádio conta com gramado sintético, um estilo de grama artificial diferente do que existe na Baixada. Para tentar se adaptar a essa realidade, o Paraná fará um treino no Estádio do Pinhão, em São José dos Pinhais, onde o piso é parecido.
Mesmo com a péssima campanha na competição, o time gaúcho ainda não perdeu em casa nesta série C, com três vitórias e três derrotas. A notícia boa para o Paraná é que o técnico Silvio Criciúma vai contar com ‘força máxima’ para o confronto. Que a força esteja com nossos guerreiros, que eles sejam valentes até o fim e possam manter o coração tricolor pulsando.
Inconstância tem sido a palavra de ordem dos últimos jogos do Furacão. Quando paramos para comparar o jogo emocionante que garantiu a equipe na semi da Sul-Americana, onde apresentou uma capacidade técnica e psicológica de campeão, com o fraquíssimo jogo contra o Corinthians no último domingo pelo Brasileirão, a impressão é que são dois Athleticos. Um deles tem espírito de campeão. O outro, caso fosse rebaixado, ninguém caria surpreso. Não sabemos qual dessas equipes vai decidir o destino na Copa do Brasil na semana que vem. O que dá para adiantar é que os reforços que chegaram (Fasson na zaga e Pedro Rocha no ataque) já entram com a necessidade de encaixar imediatamente na equipe titular, já que tanto o sistema defensivo quanto o ofensivo carecem de peças que assumam responsabilidades.