Economia | p. 6
Arquivo pessoal
A sociedade “se vira” Empresas e ONGs criam alternativas de comércio justo e formação
Esportes | p. 8
Cultura | p. 7
Editorial | p. 2
Brasil | p. 4
Torcedor de volta
Dia da criança
Golpes e mentiras
O pão nosso de cada dia
Público retorna aos estádios no Brasileirão
Confira programação para pais e filhos
Como ter um uso crítico dos aplicativos de mensagens
Inflação chega a outros alimentos essenciais
PARANÁ Ano 5 Edição 232 7 a 13 de outubro de 2021 distribuição gratuita www.brasildefatopr.com.br
Giorgia Prates
UMA VEZ MAIS: FORA BOLSONARO Mortes na pandemia, Inflação, desemprego, desmatamento, volta da fome… Não faltaram motivos para a manifestação do dia 2 Brasil | p. 5
Brasil de Fato PR 2 Opinião
As empresas da comunicação controlam nossa vida
EDITORIAL
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esta semana, vimos um apagão de aplicativos de empresas pertencentes ao megaempresário estadunidense Mark Zuckerberg. Por seis horas, Facebook, Instagram e WhatsApp não funcionaram, revelando a dependência dessas ferramentas virtuais para o trabalho e para o dia a dia. Esses serviços são oferecidos por empresas gigantes, que lucram com publicidade e com venda de banco de dados. Podem hoje, em vários países, inclusi-
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ve, derrubar ou eleger governos. Os fatos nos fazem recordar como disseram milhares de mensagens na internet - que o presidente Jair Bolsonaro não teria vencido as eleições de 2018 sem uma tecnologia de disparos em massa via WhatsApp. Ele sobrevive disso: das notícias falsas (fake news) espalhadas por esses aplicativos. No Brasil, em especial, há mais de 120 milhões de contas do “zap”. É óbvio que tratam-se de tecnologias importantes, a questão é como
regulamentá-las e saber usá-las de forma crítica, levando conteúdo informativo e contextualizado à população. Às organizações populares cabe usar esses canais de modo informativo, buscando também criar alternativas, casadas com outras ações: nas ruas, nos jornais impressos, nos espaços coletivos de formação e educação popular, que também são indispensáveis na guerra contra as mentiras do governo Bolsonaro.
SEMANA
EXPEDIENTE Brasil de Fato PR | Desde fevereiro de 2016 O jornal Brasil de Fato circula em todo o país com edições regionais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Paraná. Esta é a edição 232 do Brasil de Fato Paraná, que circula sempre às quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais. EDIÇÃO Frédi Vasconcelos e Pedro Carrano REPORTAGEM Ana Carolina Caldas, Gabriel Carriconde e Lia Bianchini COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Dalton Borba ARTICULISTAS Fernanda Haag, Cesar Caldas, Marcio Mittelbach e Douglas Gasparin Arruda REVISÃO Lea Okseanberg, Maurini Souza e Priscila Murr ADMINISTRAÇÃO Bernadete Ferreira e Denilson Pasin DISTRIBUIÇÃO Clara Lume FOTOGRAFIA Giorgia Prates e Gibran Mendes DIAGRAMAÇÃO Vanda Moraes CONSELHO OPERATIVO Daniel Mittelbach, Fernando Marcelino, Gustavo Erwin Kuss, Luiz Fernando Rodrigues, Naiara Bittencourt, Roberto Baggio e Robson Sebastian REDES SOCIAIS www.facebook.com/bdfpr CONTATO pautabdfpr@gmail.com
R$ 400 milhões para empresas de ônibus OPINIÃO
Dalton Borba,
advogado, professor universitário e vereador pelo PDT em Curitiba
N
a semana passada, a Câmara de Vereadores de Curitiba foi instada a se manifestar, em regime de urgência, sobre projeto de lei do Executivo que prorrogava o “auxílio emergencial” ao transporte público, envolvendo não apenas um “reajuste” ou “reequilíbrio econômico-financeiro” dos contratos (segundo justificativa da própria gestão) para os repasses mensais, mas também o pagamento de empréstimos tomados por empresários para a “renovação” da frota, que, segundo o governo, é responsabilidade dos cofres públicos. O projeto foi pautado no dia 17/9 (sexta-feira, às 15h21), sendo, desde então, requerido o regime de urgência. Mas até o momento do protocolo, nenhum tipo de documento foi apresentado para esclarecer a necessidade da urgência ou de conceder o benefício ao setor, porquanto o pedido sequer veio acompanhado do inafastável processo administrativo de revisão contratual, nos termos da lei de licitações. Aprovada a urgência (pela base do prefeito), foi protocolada emenda aditiva no dia 24/9 (sexta-feira, às 21h15) para incluir pedido de autorização para a liquidação (com dinheiro público) dos empréstimos das empresas, e, inclusive, a possibilidade de demissão de funcionários, retirando, dos contratos originais, a garantia dos empregos. Em face dos questionamentos dos vereadores que não integram a base de apoio do prefeito, a Prefeitura apresentou o processo administrativo (cerca de 12 laudas) na tentativa de demonstrar a justificativa do pedido. Os próprios vereadores governistas reconheceram que os contratos foram “muito malfeitos” (segundo o líder do prefeito), mas, em vez de questionarem a legitimidade dos repasses, preferiram apoiar, incondicionalmente, a proposta, para homenagear, com cerca de 400 milhões de reais, esse setor que se mantém nas mãos de poucos, há tantas décadas, em nossa cidade… Que Deus nos proteja!!!
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Geral
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FRASE DA SEMANA
Copel pagará R$ 1,4 bi a acionistas A crise hídrica e o risco de apagão não parecem ser motivos suficientes para que a Copel mude sua política de negócios. A empresa pretende distribuir antecipadamente R$ 1,43 bilhão aos acionistas privados. Nada menos que R$ 600 milhões são referentes à parte da privatização da Copel Telecom. Contrariando o discurso oficial, o Conselho de Administração aprovou o pagamento de proventos regulares referentes ao exercício de 2021 em novembro utilizando “R$ 600 milhões como antecipação de parcela dos dividendos regulares em função do excesso atual de liquidez, principalmente pelo advindo dos recursos extraordinários recentes da alienação da Copel Telecom e do recebimento integral da CRC - Conta de Resultados a Compensar. Para especialistas, o ágio na venda da Telecom está sendo distribuído num momento em que os investimentos são vitais para o enfrentamento da crise energética. “O passado nos mostra que a prioridade são lucros elevados e remuneração de acionistas. Preocupa-nos a possibilidade de dissolver os recursos da Telecom para a mesma finalidade e não investir na Copel em geração, transmissão e distribuição, como havia sido prometido pelo governador e pelo presidente da Copel”, comparou Leandro Grasmann, presidente do Senge.
“Pobre no osso, classe média no purgatório, bolsoguedes no paraíso fiscal. É o ciclo dantesco no Brasil”
Recorde do século
Disse no Twitter o jornalista e escritor Xico Sá sobre o dinheiro em paraíso fiscal do ministro da Economia, Paulo Guedes. Divulgação
EDITAL DE CONVOCAÇÃO O Presidente da COOPERATIVA CENTRAL DE REFORMA AGRÁRIA DO PARANÁ - CAA/PR, em cumprimento às disposições legais (Lei n° 5.764/1971 e Lei nº 14.030/2020) e estatutárias convoca suas associadas para a Assembleia Geral Extraordinário Presencial, a realizar-se no dia 20 de outubro de 2021, às 08:00 horas, em primeira convocação, às 09:00 horas, em segunda convocação e, às 10:00 horas, em terceira e última convocação na BR 158, KM 435, Bo-
nito do Iguaçu/ PR, dependências do CEAGRO Vila Velha, para deliberar sobre a seguinte ORDEM DO DIA: 1º Sistema de gestão; 2º Desafios da implementação das políticas de gênero e juventude; 3º Apresentação da Equipe de Gestão e da política de acompanhamento das cooperativas filiadas; 4º Filial da CCA/PR e discussão acerca dos desafios da Comercialização; 5º Desfiliação e filiação de novas associadas. Lapa/PR, 05 de outubro de 2021 Olcimar da Rosa, Presidente
COOPERATIVA DOS AGRICULTORES SOLIDÁRIOS E FAMILIARES DO PARANA - COPASOL EDITAL DE CONVOCAÇÃO - ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA O Presidente da Cooperativa dos Agricultores Solidários e Familiares do Paraná, Copasol, CNPJ: 07.142.331 / 0001- 05, NIRE: 41400016412, no uso das atribuições que lhe confere o Estatuto Social, convoca os senhores associados, cujo número para efeito de quórum, nesta data, é de 49 (quarenta e nove), para reunirem-se em Assembleia Geral extraordinária a realizar-se no dia 23 de outubro de 2021, à Rua Emerson Grebogi, 2016, Colônia Murici- São José dos PinhaisPR, em 1ª convocação às 07:30 horas, com a presença de 2/3 (dois terços) dos associados, em 2º convocação às 08:30 horas, com metade mais um dos associados, e em 3ª última convocação às 09:30 horas, com a presença de no mínimo 10 (dez) associados, para deli-
berar sobre: ORDEM DO DIA: 1) Apresentação dos associados novos e dos desligamentos; 2) Alteração e consolidação de estatuto com a mudança de endereço e atividades econômicas, entre outras alterações. 3) Prestação de contas 2019 e 2020 e 2021: a) Relatório da Gestão, b) Balanço Geral, c) Demonstrativo de Sobras e Perdas, d) Parecer do Conselho Fiscal, e) Plano de atividades para o exercício seguinte. 4) Destinação das sobras apuradas ou rateio das perdas do exercício; 5) Eleição e posse dos membros do Conselho Fiscal; 6) Eleição de recomposição cargos vagos da direção e posse; 7) Definição da cota parte; 8) Filiação a FECAFES; 9) Assuntos Gerais. São José dos Pinhais, 05 de outubro de 2021 Amélio Valaski, Presidente
O preço do gás de cozinha chegou à maior média mensal real (descontada a inflação) deste século em setembro, vendido, na média, a R$ 98,7 o botijão. Ou cerca de 9% do salário mínimo, percentual mais elevado desde fevereiro de 2008. Os dados são do Observatório Social da Petrobras (OSP), ligado à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), ao Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps) e ao Instituto Latino-Americano de Estudos SócioEconômicos (Ilaese).
Trabalho escravo Segundo relato do site da Rede Brasil Atual, de janeiro a setembro deste ano, “ações de fiscalização pelo país já resgataram 1.015 pessoas em situação de trabalho análogo ao de escravo, superando o total de 2020 (936) e se aproximando do registrado em 2019 (1.131). Foram realizadas 234 operações (276 no ano passado), e 102 estabelecimentos receberam autuação.”
Auxílio no PR Foi aprovada em primeiro turno, na Assembleia Legislativa, o Programa Estadual de Transferência de Renda (PETR). Proposto pelo poder Executivo, prevê pagamento de R$ 80 a famílias em situação de vulnerabilidade social e econômica. O programa será executado com recursos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza do Paraná, do Fundo da Infância e Adolescência, entre outros recursos.
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Cesta básica aumenta, e preço do pão francês dispara em quatorze capitais
Divulgação
Alta na energia elétrica e o aumento na importação do trigo impactaram preço de alimento essencial Gabriel Carriconde
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egina Cavalcanti é doceira de mão cheia, moradora do Bairro Alto, em Curitiba, e há quase dois anos vende sua produção artesanal para amigos e vizinhos. A cozinheira também é mãe de uma filha e divide as contas de casa com o marido. Entre o trabalho na casa e o investimento na loja de doces, Regina tenta vencer o orçamento mensal, mas agora tem de lidar com um inimigo comum para a maioria dos brasileiros: a inflação. “Os preços subiram demais, o preço do trigo, do açúcar... Do pão, nem se fala”, relata. E é justamente esse alimento essencial, como o arroz e o feijão, que vem sofrendo um dos maiores reajuste de preços, de acordo os dados de setembro da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA), do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese). O aumento foi sentido em quatorze capitais, com a variação chegando a quase 3% em Brasília. Regina ainda relata que apesar dos valores já estarem altos, na pandemia, tem sido cada vez mais difícil
Regina tenta vencer o orçamento mensal, mas agora tem de lidar com um inimigo comum para a maioria dos brasileiros: a inflação
sair com o carrinho cheio do supermercado para as compras de casa e para os negócios. “Antigamente a gente ia no mercado e fazia a compra do mês com 400 reais, hoje com menos de 700 reais não sai de lá. Um saco de pão de 1 quilo saía a 3, 4 reais, agora para achar por 6 reais tem que ser uma superpromoção, está um absurdo”. Em alguns supermercados de Curitiba, o preço pode chegar até a mais de 12 reais o quilo. Além do aumento de custos de insumos, como energia elétrica, o trigo importado ficou mais caro com a subida do dólar. Mesmo o Paraná sendo o maior produtor do cereal no país, metade do que é usado para alimentação é importada. Atualmente, com o dólar sendo negociado a mais de 5,40 reais, o preço da saca de trigo, levando em consideração os valores da bolsa de Chicago, chega a mais de 7 dólares, o que faz com que custe no Brasil perto de 40 reais. Mohamad Majzoub, dono de uma fábrica de panificação na Re-
gião Metropolitana de Curitiba, conta que, no seu caso, os custos de produção fizeram o valor de um quilo de pão francês sair da casa dos 3 reais para mais de 8. “Pão é indicador brasileiro, é um produto extremamente produzido todos os dias. Se você pegar no ano passado, meu custo de produção era de 3,75 reais por quilo, hoje sai por 8 reais. Os custos da farinha e da gordura aumentaram, além de outros insumos que são importados e aumen-
taram muito com o dólar alto”. Além dos ingredientes alimentícios, Majzoub relata que os valores do gás e energia elétrica também impactaram os preços. “Temos que lidar hoje com um valor muito alto no gás e na energia elétrica. Além disso, todo o empresário que valoriza seu funcionário teve que dar um aumento porque um funcionário que ganhava 1.200 reais no ano passado teve muita inflação de um ano para outro”, reflete.
CESTA BÁSICA De acordo com a pesquisa do Dieese, o valor da cesta básica aumentou em 11 cidades, sendo as maiores altas registradas em: Brasília (3,88%) Campo Grande (3,53%) São Paulo (3,53%) Belo Horizonte (3,49%) Curitiba, por exemplo, tem alta de 13% no acumulado de 2021, com a cesta a 610,85 reais. Em um ano, o valor é 16% maior em comparação a 2020
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Giorgia Prates
Milhares saem às ruas e partidos se unem no Fora Bolsonaro
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Giorgia Prates
Manifestantes pediram o impeachment do presidente, criticaram a alta de preços e a omissão no combate à pandemia Giorgia Prates
Redação
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lém do pedido de impeachment do presidente, manifestantes que foram às ruas de várias cidades do Paraná, no sábado, 2/10, também fizeram a defesa da democracia contra atos autoritários de Jair Bolsonaro, criticaram a omissão no combate à pandemia, a alta de preços, a política de desmatamento da Amazônia, a volta da fome e a venda de estatais. Os atos tiveram a presença de representantes de movimentos sociais, sindicatos, torcidas antifascistas e a ampliação de partidos políticos. Representantes do PT, PCdoB, Psol, PSTU, PV, Solidariedade, PSB, PDT e MDB marcaram presença. Em Curitiba, cerca de 10 mil pessoas lotaram a Praça Santos Andrade e saíram em passeata pelas ruas centrais da cidade.
“Aumento da consciência popular” O ex-governador e ex-senador Roberto Requião disse, na manifestação, estar impressionado: “Com o aumento da consciência da nossa cidade pelo aumento de pes-
soas em cada ato. Quando pedirmos por Fora Bolsonaro, temos que entender que não é só fora ele, e sim todos os que representam esse sistema que escraviza pessoas, retira direitos dos trabalhadores e vende o
patrimônio nacional”, disse. Já a vereadora de Curitiba Carol Dartora (PT) destacou a presença dos movimentos de moradia e pediu união de todos na luta. “São as pessoas que mais têm sofrido as consequências deste
governo, são os movimentos por moradia. O empobrecimento causado pela política de Bolsonaro tem feito milhares de pessoas não conseguirem pagar aluguel, não conseguirem comer. Este governo é um desastre em todos os sentidos”, concluiu Dartora. Além de Curitiba, em outras cidades os atos contra o governo aconteceram ao longo do dia. Em Maringá, cidade em que o presidente Jair Bolsonaro encerrou suas comemorações dos 1000 dias de governo, os manifestantes lotaram a Praça Raposo Tavares. Em Londrina, o protesto aconteceu em frente ao Teatro Ourives. Em Ponta Grossa, na Praça Barão de Guaraúna e, em Cascavel, no centro da cidade. Os atos “Fora Bolsonaro” ocorreram em mais de 90 cidades nos 26 estados e no Distrito Federal.
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Olha o Peixe! aumentou a renda de 99 famílias do litoral paranaense
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Empresa vende pescados e frutos do mar e remunera pescadores com preço “justo” Serafilmes
Ana Carolina Caldas
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nir as duas pontas, o consumidor e o produtor, para que o primeiro tenha produtos de qualidade e com bons preços e os pescadores recebam mais pelo seu trabalho, é o objetivo do Olha o Peixe!, um negócio social fundado pelo oceanógrafo e mestre em Sistemas Costeiros e Oceânicos Bryan Müler. Funciona como um clube de assinatura em que os clientes pagam um valor mensal para receber combos que incluem produtos como peixe, camarão e carne de siri. Bryan explica que, além de incentivar uma cadeia de produção e o consumo sustentá-
vel, o negócio tem o compromisso de fortalecer e valorizar 99 famílias pescadoras parceiras, pois 60% da receita gerada é destinada a elas. “Eu tinha parceria e apoio dos pescadores. E consultava também meus professores da universidade para poder propor algo sobre gestão da pesca. O Olha o Peixe! surgiu quando eu verifiquei essa necessidade tanto para os pescadores como para os consumidores.” Para ele, o negócio trouxe o empoderamento aos trabalhadores. “Com os atravessadores, os pescadores não podem definir o valor. Acabam vendendo pelo que dão, se não perdem a
pesca. Com a nossa iniciativa, começam a vender por preço mais justo. Ao mesmo tempo, eu via que os consumidores não tinham acesso fácil a esses produtos locais”, explica. O Olha o Peixe! é responsável pela divulgação e distribuição dos produtos. “O peixe chega do mar, já é levado para as pescadoras parceiras que limpam, embalam e fazem o congelamento. Após atualizar o estoque, a gente divulga online para nossos clientes pelo site e grupos de WhatsApp. Disponibiliza essa lista de segunda a quarta, e as entregas acontecem na quinta e sexta feira”, explica Bryan. Adair dos Santos, da Vila São Miguel, comunidade pesqueira de Paranaguá, pesca desde os 10 anos, quando ia com o seu pai para trazer o sustento de casa. Atualmente, pesca siri e marisco e é responsável pela limpeza dos pescados. Para ela, o Olha o Peixe! mudou sua vida. “Mudou tudo no geral. A gente nunca chegou a vender a este preço, e o Bryan chegou e valorizou muito os pescadores. Se melhorar, estraga”, disse. Para mais informações, acesse www.olhaopeixe. com.br
ONG oferece curso para jovens entrarem no mercado de trabalho Ana Carolina Caldas A Unilehu, Universidade Livre para a Eficiência Humana, organização não governamental, ONG, está com inscrições abertas para o “Curso de preparação para Inserção no mercado de trabalho” voltado para jovens de 14 a 23 anos que já concluíram o ensino fundamental. É gratuito e tem carga horária de 80 horas. A
iniciativa conta com parceria do Senai, que incluirá em seu banco de dados quem concluir a formação. Segundo Aline Abbade Gonçalves, gerente de inclusão da Unilehu, o foco é trazer novas habilidades e aptidões para os jovens. “O objetivo é capacitar e inserir os jovens no mercado com uma formação fundamentada no desenvolvimento de soft skills, que aperfeiçoam competên-
cias relacionadas ao comportamento. Essas, hoje em dia, têm sido aptidões mais valorizadas nas empresas contratantes”, explica. Para participar é necessário fazer pré-inscrição no link https://forms.office.com/r/ xxGxR5cQmm Informações (41) 9 9149-2434
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Programação do Dia das Crianças tem Oficina de Bonecos e animação As atividades serão on-line e gratuitas mediante inscrição Vânia Machado antecipada Ana Carolina Caldas
Cultura
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Festival de ópera Grandes óperas internacionais serão exibidas no telão 360 graus do Coreto Digital, no Passeio Público. As transmissões acontecem todos os dias da semana de 5 a 10 de outubro, sempre às 18h. No domingo (10/10), às 16h, haverá homenagem ao compositor suíço-brasileiro Léo Kessler. A programação faz parte do Festival de Ópera do Paraná, que em sua sexta edição acontece virtualmente. A entrada é gratuita. Di vu lga çã o
O
utubro em Ação é o nome da programação criada em parceria entre o Centro Juvenil de Artes Plásticas (CJAP) e o Museu da Imagem e do Som do Paraná (MIS-PR) para comemorar o Dia das Crianças. As duas instituições organizaram oficinas on-line e gratuitas para agradar a crianças de todas as idades. A que ensina “Stop Motion” – técnica de animação feita a partir de uma série de fotografias – será ministrada pela professora Vânia Machado, do setor Educativo do MIS e as professoras Adriana Dalazen Cichocki, Jaqueline Bellani e Liane Barreto, do CJAP. Já a Oficina de Bonecos, inspirada nas técnicas do Teatro de Bonecos Dadá, bonequeiro ícone da arte no país, terá visita guiada virtual na exposição do MIS com a professora Vânia e atividade prática com as professoras Edilene Ozório,
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Vítimas da Covid
Jaira Denardi e Mônica Fernandes do CJAP. Nos dias 14, 19 e 22 de outubro acontecerão oficinas de “Stop Motion” para crianças e adolescentes de 8 a 16 anos. Em 20 de outubro acontece a oficina de bonecos para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. As instruções, disponíveis no site do MIS-PR e do CJAP, oferecem material impresso para confecção dos cenários. Participantes de Curitiba podem retirar o material
nas sedes das instituições em horário comercial, a partir de 5/10 no MIS-PR e a partir de 7/10 no CJAP.
Para ficar por dentro MIS (41) 3232-9113 ou www.mis.pr.gov.br. CJAP (41) 3223-3805 ou www.cjap.pr.gov.br
No domingo (10/10), em memória aos mortos pela pandemia de Covid-19, será transmitido concerto com obras inéditas de Léo Kessler (1882-1924), fundador do conservatório que deu origem à Faculdade
de Artes do Paraná. Após o concerto, uma pequena cantata recém-descoberta em Praga de Mozart e Salieri será exibida. A opereta fala sobre recuperação da saúde de uma cantora chamada Ofélia.
Museu digital A Universidade Federal da Integração Latino Americana - Unila - disponibiliza para a comunidade nova plataforma para preservar a memória cultural e valorizar a produção científica, tecnológica e cultural: o Museu Digital Uni-
la (MUD). O MUD elenca 12 coleções em diferentes áreas: Artes, Educação, História, Vida e Natureza, Tecnologias, Territórios e Exposições Curriculares. Para mais informações, acesse https://museudigital.unila.edu.br/
DICAS MASTIGADAS | Hambúrguer de grão-de-bico A cada semana, publicamos receitas com produtos agroecológicos da rede colaborativa Produtos da Terra, da Sinergia Alimentos Saudáveis e da Rede Mandala. Parte dos ingredientes pode ser encontrada no site produtosdaterrapr.com.br. produtosdaterrapr.com.br Nesta edição, a receita é de Sayonara Salum. Ingredientes 300g de grão de bico 1 cebola orgânica 2 dentes de alho orgânico 2 colheres de chá de cúrcuma 2 colheres de chá de páprica 2 colheres de azeite 2 colheres de farinha de aveia Sal, pimenta, cebolinha e salsinha orgânica a gosto.
Sayonara Salum
Modo de preparo A receita começa no dia anterior, colocando o grão de bico de molho durante 24 horas. Depois, comece picando a cebola e o alho no menor tamanho que você conseguir. Na sequência, refogue em um fio de azeite e coloque uma pitadinha de sal. Coloque os grãos - escorra bem antes - quando os primeiros ingredientes estiverem refogados. Depois, acrescente os demais temperos e deixe mais 2 minutos. Depois, passe pelo processador. Coloque também uma colher de azeite porque ajuda no preparo. Tire do processador e coloque numa tigela. Acrescente a farinha de aveia. Siga devagarzinho para ir percebendo o ponto e conseguir modelar o hambúrguer sem deixá-lo grudento. Dica: colocar a massa na geladeira por 1 hora. Isso ajuda a modelar. Depois modele, deixando uma espessura de 1 cm. Passe para a frigideira e faça só uma selada com um fio de azeite de cada um dos lados por 2 minutos.
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Aplicação como prevenção Por Cesar Caldas
O mundo precisa de duas ações fundamentais para conter a Covid-19. Uma é pressuposto da outra, e ambas se complementam: prevenção de contágio e aplicação universalizada de vacinas – principal das medidas profi láticas. Por analogia, o acesso à Série A pelo Coritiba demanda dosagem apropriada de ações preventivas do sistema defensivo, que se aliem a uma redobrada aplicação dos demais setores do time. Os próximos três jogos serão determinantes para esse sucesso. Adversários: Cruzeiro (sexta-feira, 8/10, às 21h30, no Alto da Glória), Vasco no historicamente hostil São Januário (16h30 do sábado, 16) e Sampaio Correa, a ser recepcionado em Curitiba na terça, 19/10, às 21h30. Se conseguir de cinco a seis pontos nessas partidas, ao alviverde restará a briga pelo título. São 15 dias cruciais para antecipar com alívio o início da preparação para 2022.
Era uma vez... Por Marcio Mittelbach
Uma rede de TV exibiu na semana passada uma série de reportagens para tentar explicar como o Paraná chegou à atual realidade. Um dos entrevistados, o ex-presidente José Carlos Miranda, disse que o patrimônio acumulado por Pinheiros e Colorado era grande, mas infinitamente inferior à euforia dos gestores e aos gastos feitos no futebol, especialmente depois de 1995. Sem um projeto a longo prazo, a megalomania e a irresponsabilidade dos dirigentes deram início a uma bola de neve que hoje chega a 150 milhões de reais em dívidas e boa parte do patrimônio liquidado. Voltando aos dias atuais, o atual presidente, Rubão, recebeu críticas por tentar abrir caminho para parcerias com o Coritiba. Pelo visto, parte da torcida ainda não assimilou o golpe e prefere acreditar na volta do Paraná Clube do “faz de conta” dos anos 1990.
Problemas (antigos e novos) Por Douglas Gasparin Arruda
Apesar da boa campanha que o Athletico está fazendo nas copas, dois problemas são evidentes: o desinteresse no Brasileirão e a relação confl ituosa da diretoria com a torcida. Sobre o primeiro, acho arriscada a argumentação de valorizar as competições onde há mais chance de vitória e deixar o campeonato nacional de lado. É visível que o psicológico da equipe é diferente em cada partida, a depender do torneio que está sendo disputado. Ainda que o Brasileirão seja difícil, cair para a série B acarretaria problemas gigantescos para o clube. Sobre a relação entre diretoria e torcida, é triste ver que mesmo nos bons momentos o presidente insiste em manter uma postura que varia entre o desdém e o ódio aos athleticanos. O futebol só é o que é pela torcida, ainda que alguns tenham esquecido disso.
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Volta da torcida acaba com prejuízo? Bilheterias fechadas deixaram contas no vermelho em mais de R$ 14 milhões na série A Frédi Vasconcelos Galo e Inter marcaram a volta do público no Brasileirão
Ricardo Duarte | Internacional
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egundo levantamento do colunista Danilo Lavieri, do site UOL, as 22 rodadas do Brasileirão sem torcida fizeram os clubes gastarem mais de R$ 14 milhões só com despesas para mandarem seus jogos. A conta mais pesada ficou com Flamengo e Fluminense, a dupla carioca que arca com custos mais elevados para jogarem no Maracanã. Os dois times literalmente pagaram para jogar em casa cerca de R$ 3,5 milhões. Lembrando que o Flamengo fez menos partidas que os outros times e o Fluminense chegou a mandar jogos em outros estádios, por isso o prejuízo não foi maior. Bahia, Palmeiras, São Paulo e Atlético MG também perderam valores superiores a R$ 700 mil, cada um, no período.
A questão é que a volta da torcida ainda não fez a conta sair do cheque especial. Pelos números divulgados até agora pela CBF da rodada 23, a que teve a volta limitada do público, o prejuízo diminuiu, mas ainda está lá. Fortaleza e Galo, segundo os borderôs, perderam R$ 48 mil e R$ 35 mil, respectivamente. Dos três jogos em que a arrecadação e as despesas foram divulgadas no site da CBF até o momento, apenas o Grêmio teve lucro. Foram cerca de R$ 184 mil. Claro que o impacto da torcida não pode ser medido apenas pela arrecadação, há também o incentivo ao time, que funcionou na vitória do Atlético-MG sobre o Internacional. Fortaleza e Grêmio, porém, acabaram derrotados por Atlético Goianiense e Sport. Times do Paraná Em Curitiba, a Prefeitura liberou na quarta, 6, que os clubes da capital possam ter público em até 50% da capacidade de seus estádios, aumentando o limite anterior de 5 mil pagantes. Com isso, Athletico e Coritiba poderão receber até 20 mil torcedores em suas próximas partidas. A novidade já poderá ser vista no jogo entre Coxa e Cruzeiro, nas sexta, 8. Já o Athletico havia decidido nesta semana que não reabriria a Arena com as condições anteriores, temendo prejuízo. Com a nova determinação, deve rediscutir a volta dos torcedores.
ELAS POR ELA Fernanda Haag
Tem mais seleção A seleção brasileira tem mais dois desafios neste mês de outubro. Aproveitando o período da Data Fifa, de 18 a 26, as Guerreiras do Brasil enfrentarão as australianas nos dias 23 e 26, em Sydney, na Commbank Stadium. Como sabemos, é um jogo de rivalidade intensa e não queremos dar o gostinho de vitória para as “Matildas”. Os amistosos fazem parte do novo ciclo da seleção e são também uma oportunidade para nos prepararmos para a Copa América de 2022. Pia Sundhage anunciou na coletiva de imprensa as
23 convocadas na última terça-feira, 5. Temos algumas novidades na convocação. A principal delas é a goleira Karen, do Minas Brasília, em sua primeira oportunidade com a amarelinha. Há também o retorno de Júlia Bianchi, Bia Zaneratto, Rafaelle e Giovana, que não figuraram na última lista, mas estavam nas Olimpíadas. Ainda temos o retorno de Adriana, após se recuperar de uma cirurgia no joelho esquerdo. Nosso lema por aqui é: pra cima delas! E vamos ver o que a Pia planeja também.