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Brasil
Relatório da CPI acusa Bolsonaro de ter cometido 10 crimes na pandemia
Documento responsabiliza mais de 60 pessoas e empresas pelas milhares de mortes
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Agência Senado
Redação
Osenador Renan Calheiros (MDB-AL) leu, na quarta (20), o relatório final da CPI da pandemia. Entre os principais pontos, no documento que ainda será votado na próxima semana, está o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por dez crimes na gestão da Covid-19. Entre eles, crime de epidemia com resultado de morte, infração a medidas sanitárias preventivas, charlatanismo, prevaricação, emprego irregular de verba pública, incitação ao crime e crimes contra a humanidade.
Calheiros declarou, em pronunciamento reproduzido pela Agência Senado, que a CPI colheu elementos de prova que demonstram que o governo federal foi omisso e optou por agir de forma não técnica no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, “Expondo deliberadamente a população a risco concreto de infecção em massa”.
O senador afirmou ainda que ficou comprovada a existência de um gabinete paralelo, a intenção de imunizar a população por meio da contaminação natural, a priorização de um tratamento precoce sem amparo científico de eficácia, o desestímulo ao uso de medidas não farmacológicas. “Com esse comportamento, o governo federal, que tinha o dever legal de agir, assentiu com a morte de brasileiras e brasileiros”, disse.
Na cidade de Russas (CE), no momento em que era lido o relatório da CPI, reproduzido por O Globo, o presidente declarou: “Nós sabemos que não temos culpa de absolutamente nada. Sabemos que fizemos a coisa certa desde o primeiro momento.”
Outros indiciados A versão final do relatório recomenda o indiciamento, além de Bolsonaro, de outras 65 pessoas e duas empresas por crimes cometidos na pandemia. Entre eles, três filhos do presidente, o ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello, o atual ministro, Marcelo Queiroga, o ex-secretário executivo do ministério da Saúde, Elcio Franco, a “capitã cloroquina”, Mayra Pinheiro, o deputado paranaense Ricardo Barros e as deputadas federais Bia Kicis e Carla Zambelli, além do dono das lojas Havan, Luciano Hang.
O Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) suspendeu até o dia 31 de dezembro o processo de reintegração de posse da ocupação Jardim Veneza, no bairro Tatuquara, em Curitiba. A comunidade, que conta com cerca de 350 famílias, estava ameaçada de despejo por decisão da 17ª Câmara Cível de Curitiba. A ordem judicial determinava que o município de Curitiba, a Fundação de Assistência Social (FAS) e a Companhia de Habitação Popular (Cohab) elaborassem um Plano de Remoção, no qual os moradores deveriam ser colocados voluntariamente em abrigos institucionais. O desembargador ti-
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Cozinha comunitária inagurada pelo MTST no Tatuquara
Justiça suspende temporariamente despejo de 350 famílias em Curitiba
Redação
nha indicado o prazo de 45 dias para que todos os procedimentos fossem realizados, incluindo o despejo.
A ocupação Jardim Veneza está sob coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que inaugurou no dia 3 de outubro uma cozinha comunitária no local para servir marmitas de terça a domingo para as famílias.
A suspensão temporária do despejo cumpre o que está determinado na Lei Federal n° 14.216/2021, que determinou a suspensão de todos os processos de reintegração e despejos até 31 de dezembro, como medida de proteção às famílias em situação de vulnerabilidade social no período da pandemia.