Brasil de Fato PR 8 Esportes
Paraná, 4 a 9 de fevereiro de 2022
O Observatório Januário Por Cesar Caldas
Muitos dos torcedores mais jovens talvez não conheçam o narrador esportivo Januário de Oliveira, falecido em 2021 e, certamente, o mais profícuo criador de bordões copiados por outros locutores de rádio e TV do Brasil. Seriam necessárias duas colunas para elencar só os 20 mais célebres, que se somam aos apelidos que nunca mais desgrudaram de jogadores famosos. É de seu prenome que, desde o santo mártir dos primórdios do cristianismo, se remete imediatamente em todo o mundo ao mês de janeiro. No Coritiba, o técnico Gustavo Morínigo fez dos primeiros dias do ano um observatório como a principal utilidade de treinos e jogos. O objetivo é formar o time-base para as fases finais do Estadual e o começo das competições nacionais, que já batem às portas. A chegada de Thonny Anderson nesta semana sinaliza que os experimentos e contratações estão longe de terminar.
Do tenso ao intenso Por Marcio Mittelbach
Menos de dez dias de campeonato e já vivemos clima de tensão na Vila Capanema. Mesmo levando em conta as novas restrições financeiras, o futebol demonstrado pelo Paraná, especialmente nas duas últimas partidas, preocupa. Fomos da euforia após a vitória sobre o Azuriz aos gritos de “time sem-vergonha” após o jogo em São José. E o calendário não oferece tempo para discutir a relação. No sábado jogamos com o Operário, em casa, na quartafeira pegamos o Cascavel, no interior, e no outro sábado o Londrina, em casa. Em ano com o calendário que parece um pesadelo, a vitória vale mais que três pontos, vale o alívio, vale a esperança. Por outro lado, a derrota é ainda mais amarga. Sábado é hora desse elenco mostrar a que veio. A torcida vai estar lá, vibrante como sempre, esperando uma faísca de bom futebol pra fazer aquela explosão na arquibancada.
Brasil de Fato PR
Quem sobreviverá até o fim de 2022? Após três partidas, Corinthians demite técnico. Em 2021, foram mais de 100 trocas em grandes times Frédi Vasconcelos
A
penas três partidas no Campeonato Paulista foram suficientes para que o Corinthians descobrisse que o técnico, que no ano passado era considerado confiável, não servia mais. Com a derrota para o Santos, de virada, por 2 a 1, a diretoria optou pelo mais fácil, cortar a cabeça do comandante. Contratado em maio de 2021, Sylvinho dirigiu o time em 43 jogos, com 16 vitórias, 14 empates, 13 derrotas, 42 gols marcados e 40 sofridos. Aproveitamento de 48%. Nada muito diferente do começo do Paulistão, em que ganhou uma, empatou outra e foi derrotado na terceira partida, com 44% de pontos ganhos. Mas a explicação pode estar muito mais na expectativa do que no que se viu em campo. A diretoria do time contratou muitos jogadores caros, famosos, a maior parte veteranos, como William, Renato Augusto, Paulinho, e os resultados não apareceram no ano passado. Para 2022, a expectativa era alta e, o início, decepcionante. Mas derrubar técnicos quando os re-
sultados não vêm é a fórmula (fácil) e predileta de 100 em cada 100 dirigentes brasileiros. No ano passado, segundo levantamento da página “Rotatividade dos Técnicos”, do site Globo Esporte, que acompanha 28 grandes times brasileiros, foram 125 trocas. A maior parte delas nos meses de fevereiro e agosto, com 16 mudanças em cada um dos meses. O que mostra que estaduais derrubam, sim, treinadores. E que do primeiro para o segundo turno do Brasileirão os técnicos têm de se segurar nos bancos. Pelo mesmo levantamento, um técnico num grande time no Brasil dura, em média, 6 meses. No Corinthians, a média é pouco maior, de um técnico a cada 8 meses, desde 2003. Coincidentemente, mais ou menos o que durou o ex-lateral esquerdo no comando do time do Parque São Jorge. A questão agora é para onde vai caminhar a diretoria. Irá seguir a moda de um técnico estrangeiro ou partirá para os nomes disponíveis no mercado, como Mano Menezes e Renato Gaúcho. Qualquer que seja o escolhido, o primeiro desafio será ficar mais de 8 meses na direção do time.
ELAS POR ELA Fernanda Haag
Começo promissor Por Douglas Gasparin Arruda
Nunca um começo de ano foi tão empolgante como este para a torcida do Furacão. A política do clube até aqui foi sempre a de segurar os gastos e contratar apenas em margens apertadas, apostando mais em promessas jovens ou em bons atletas em baixa na carreira. Mas 2022 começou com uma cara diferente: de partida, a diretoria apostou na reformulação do departamento de futebol e apresentou os reforços de Alexandre Mattos (campeão no Palmeiras de 2018 e no Galo de 2021), Carlinhos Neves e Fernando Yamada. Para o time principal, chegaram os volantes Bryan García, Hugo Moura e Matheus Fernandes. Na terça-feira, apresentaram os grandes anúncios do ano: Vitor Bueno, Marlos e Pablo. Ainda existem chances de fechar com o atacante Tomás Cuello, mas a vontade do atleta é permanecer no Bragantino.
2022 começa intenso A primeira coluna de 2022 vem com várias notícias sobre o futebol de mulheres, mostrando que a temporada promete. Começamos com as mudanças na CBF. Em meados de janeiro, fomos surpreendidas com a demissão de Duda Luizelli do cargo de Coordenadora de Seleções Femininas. Nesta semana, a federação anunciou novos nomes para a gestão da modalidade. Amauri Nascimento assume o cargo de supervisor de competições femininas e Ana Lorena Marche o de supervisora de seleções femininas. Hierarquicamente ambos respondem a Aline Pellegrino, que assumiu a posição de coordenadora
de seleções. Vamos agora para a convocação. Pia Sundhage convocou 23 jogadoras para o Torneio Internacional da França, de 14 a 23 de fevereiro. Participam da competição ainda França, Holanda e Finlândia. A maior novidade foi o retorno de Luana, após se recuperar de lesão. Estreiam com a Amarelinha Jully, goleira do Palmeiras, Fê Palermo, lateral do São Paulo, e Thais Regina, zagueira são-paulina. Para finalizar, a Supercopa inicia neste fim de semana com oito times: Corinthians, Palmeiras, Internacional, Grêmio, Real Brasília, Cruzeiro, Flamengo e Esmac-PA prometendo muita emoção.