Brasil de Fato PR - Edição 267

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PARANÁ

Ano 5

Edição 267

28 de julho a 3 de agosto de 2022

distribuição gratuita

www.brasildefatopr.com.br

Giorgia Prates

Divulgação

Esportes | p. 8

Futebol sem radinho Nova lei do esporte pode acabar com transmissões Divulgação

Começa o jogo

Cultura | p. 7

Inimaginável Letícia Sabatella faz série de shows em Curitiba

Partidos oficializam candidatos que disputam eleições em outubro Brasil | p. 5 Divulgação

Mundo | p. 4

Os desafios dos novos governos Progressistas são eleitos e têm muito a fazer na América Latina

Brasil | p. Editorial | p.6 2

Comitês Populares Movimentos buscam fortalecer organização popular nas eleições


Mobilizar a sociedade editorial

O

início da campanha eleitoral para o governo federal e para os legislativos estadual e federal traz um desafio para os movimentos populares e organizações de esquerda: mobilizar a sociedade para derrotar o governo genocida de Bolsonaro e os políticos que o apoiam. E, no plano federal, eleger Lula ainda no primeiro turno, e as candidaturas populares, como resposta da sociedade contra a violência e a miséria que hoje afligem nosso país. A mobilização é necessária e também deve fortalecer a organização social e de base. Iniciativas importantes estão acontecendo, caso dos comitês populares de luta. Já são centenas em todo o Paraná, organizando as ações da campanha. E também as brigadas de agitação e propaganda, que pretendem deslocar militantes aos bairros para diálogo com a população. É fundamental que esse debate com o povo fale so-

SEMANA

Brasil de Fato PR

Paraná, 28 de julho a 3 de agosto de 2022

É fundamental que esse debate com o povo fale sobre suas condições de vida, apontando a superação do fascismo de Bolsonaro e do seu projeto neoliberal bre suas condições de vida, apontando a superação do fascismo de Bolsonaro e do seu projeto neoliberal. Como se trata de um candidato que incentiva a violência, os comitês devem se fortalecer na parte de proteção, segurança e comunicação. O Brasil de Fato Paraná é parte dessa iniciativa, à medida em que oferece informação de qualidade para mostrar aos leitores qual é o projeto que o país necessita: um Projeto Popular para o Brasil.

O legado escravocrata e os desafios das mulheres pretas opinião

Isis Garcia,

Bancária e secretária de Combate ao Racismo da CUT-RS

A

lei nº 12.987/2014, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, estabelece o dia 25 de julho como Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. É também conhecido como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. A data foi criada para reconhecer a luta e a resistência da mulher negra contra a opressão de gênero, o racismo e a exploração de classe. Desde 2002, o mês de julho é também celebrado como Julho das Pretas. Tereza de Benguela, nascida no Mato Grosso, foi uma líder quilombola que se tornou símbolo da resistência negra e indígena por mais de 20 anos. Enfrentou com bravura a coroa portuguesa até 1770, quando foi capturada e morta. O legado escravocrata construiu uma sociedade estruturada no racismo e no pa-

triarcado. Ocupando a base da pirâmide social, a mulher negra tem acesso aos salários mais baixos e possui menores índices de escolaridade, enquanto é vítima constante da violência. A frequente desumanização da mulher negra passa ainda pela erotização dos seus corpos, pelo abandono afetivo e pela exclusão do acesso a muitos direitos. Organizadas por vários movimentos sociais e políticos, as mulheres pretas promovem atividades que visam ao debate das suas experiências, estimulando reflexões e construindo recomendações para o enfrentamento das desigualdades interseccionais, que impactam e dificultam a vida na sociedade. As mulheres pretas pautam vários temas sociais estruturantes para a manutenção de suas vidas, que vão desde educação, saúde, cultura, direitos reprodutivos até moradia.

Reprodução

Brasil de Fato PR 2 Opinião

Também não podemos deixar de tratar da questão do trabalho das mulheres negras. A projeção da taxa de desemprego para 2022 é de 13% e, segundo dados oficiais, este índice pode se manter até 2026. Esses dados são alarmantes. Em 2021, a taxa de desemprego entre pessoas negras era 71% maior do que entre as pessoas não negras. No caso das mulheres negras, a taxa de desemprego era o dobro da taxa para os homens não negros. Leia o texto na íntegra no brasildefatopr.com.br

EXPEDIENTE Brasil de Fato PR | Desde fevereiro de 2016 O jornal Brasil de Fato circula em todo o país com edições regionais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Paraná. Esta é a edição 267 do Brasil de Fato Paraná, que circula sempre às quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais. EDIÇÃO Frédi Vasconcelos e Pedro Carrano REPORTAGEM Ana Carolina Caldas, Gabriel Carriconde e Lia Bianchini COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Isis Garcia ARTICULISTAS Cesar Caldas, Douglas Gasparin Arruda, Fernanda Haag, Marcio Mittelbach e Manoel Ramires REVISÃO Lea Okseanberg ADMINISTRAÇÃO Bernadete Ferreira e Denilson Pasin DISTRIBUIÇÃO Clara Lume FOTOGRAFIA Giorgia Prates DIAGRAMAÇÃO Vanda Moraes CONSELHO OPERATIVO Daniel Mittelbach, Fernando Marcelino, Gustavo Erwin Kuss, Luiz Fernando Rodrigues, Naiara Bittencourt, Roberto Baggio, Robson Sebastian CONTATO /bdfpr pautabdfpr@gmail.com REDES SOCIAIS @brasildefatopr


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Paraná, 28 de julho a 3 de agosto de 2022

Desenrola, bate e pague o reajuste. Essa é a reivindicação dos funcionários da Cohapar, que marcaram greve a partir de 2 de agosto. A manifestação cobra que a companhia de habitação pague os valores devidos. Em junho, após assumir compromisso de pagar os salários atrasados de outros anos e negociar a data-base deste ano, a diretoria recuou da proposta, podendo promover um calotaço. O argumento é o período eleitoral, embora a legislação não proíba a reposição da inflação. Em seu novo posicionamento, segundo a companhia, a Secretaria de Fazenda e o Conselho de Controle das Empresas Estaduais só autorizaram pagar 8,9% referente a reajustes não implementados em outros anos. A categoria reivindica o pagamento dos reajustes atrasados, da data-base deste ano e da defasagem do vale-alimentação. A postura da empresa indignou os funcionários, que aprovaram greve a partir de 2 de agosto. “O período eleitoral começou há poucos dias. O desrespeito não é de ontem”, questiona-se. Um dos fatores que quebraram a confiabilidade dos negociadores foi a empresa exigir que a convenção coletiva fosse assinada com o percentual de 11,9%, mas, depois, ter dito que só pagaria 8,9% e sem os retroativos.

Ato proibido

Disse sobre Bolsonaro e seus filhos o jornalista Rodrigo Vianna, em entrevista ao Brasil de Fato. Para ele, o presidente não tem força para um golpe, mas: “é um momento perigoso. Ele é capaz de qualquer coisa. Porque ele está lutando pela sobrevivência dele e dos três filhos, todos enrolados com esquema de corrupção.”

Willians Campos

Cohapar pode entrar em greve

“Se as coisas voltarem ao normal, todos podem terminar a vida em Bangu”

NOTAS BDF

Por Frédi Vasconcelos

Voto jovem Se nas pesquisas com o público em geral, Lula mantém dianteira constante na disputa à Presidência, entre os jovens os números são maiores ainda. Dados da pesquisa Datafolha divulgados na quarta (27) mostram que Lula detém 51% das intenções de votos entre quem tem de 16 a 29 anos em 12 capitais do Brasil. Bolsonaro aparece com 20% (22,2% dos válidos) e Ciro Gomes (PDT) 12% (13,3% dos válidos).

Sem golpe Em encontro com o ministro da Defesa brasileiro, Paulo Sérgio Nogueira, o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, deu um recado explícito contra um golpe nas eleições brasileiras. Disse esperar que as eleições deste ano sejam “livres e transparentes” e que permaneçam “limpas e justas”, como sempre foram, segundo matéria do jornal O Globo. O encontro ocorreu numa reunião de ministros da Defesa das Américas, em Brasília.

Acidente no trabalho Em 20 anos, os trabalhadores negros – pretos e pardos foram vítimas de acidentes de trabalho mais precocemente do que os trabalhadores brancos no estado da Bahia. É o que mostrou o estudo Tendência temporal dos anos potenciais de vida perdidos por acidentes de trabalho fatais segundo raça/ cor, produzido por professores da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), publicado na Revista Brasileira de Saúde Ocupacional. Agência Brasil

Senge

FRASE DA SEMANA

Milhares de anos A pesquisa concluiu que foram perdidos quase 65 mil anos de vida em decorrência dos acidentes de trabalho. Desse total, pouco mais de 48 mil anos foram perdidos por trabalhadores pardos. Os trabalhadores brancos perderam pouco mais de nove mil anos de vida, e os pretos, cerca de sete mil anos. A pesquisa é restrita à Bahia, mas mostra uma situação que pode se repetir em outros estados, cujas condições sociais e de trabalho são parecidas.

Organizado por movimentos populares e pelos sindicatos que representam os professores e técnicos administrativos da Universidade Federal do Paraná, o ato de lançamento do Comitê de Lutas da UFPR foi marcado pelo impedimento do uso do Teatro da Reitoria, que havia sido autorizado anteriormente pela administração da universidade.

Atividade na rua Denúncia ao Ministério Público Federal (MPF) solicitou a proibição do uso do espaço alegando que seria atividade de propaganda partidária. As entidades organizadoras contestaram, mas o evento acabou acontecendo na rua porque a Reitoria determinou que o teatro não fosse usado. Em nota, a Reitoria disse que concordou com o fechamento do teatro, pois não teria conhecimento dos “termos que o evento havia sido divulgado ao público.”

Defesa da universidade Entidades e manifestantes mantiveram o ato. Para o professor Paulo Vieira Neto, presidente da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná, a proibição foi equivocada. “Estávamos fazendo um ato em defesa da universidade, e é claro que lá estavam pré-candidatos comprometidos com essa causa. Um evento com o objetivo denunciar ataques à universidade pública só pode e deve ser acolhido por ela”, disse.


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América Latina: Quais são os desafios dos novos governos progressistas? Giorgia Prates

Pedro Carrano

O

período de aplicação de políticas neoliberais e retirada de direitos na América Latina predominou entre os anos 80 e 90, o que prejudicou as condições de vida de trabalhadores e da população em geral, levando a revoltas nas ruas por parte dos trabalhadores e população em vários países. Temos como exemplo disso o Caracazo, na Venezuela (88), o levante indígena em Chiapas, no México (94), o Marzo Paraguayo (99), a guerra da água (2000) e do gás (2003) na Bolívia, as revoltas explosivas na Argentina, no Equador, no começo dos anos 2000, contra a exploração dos organismos internacionais, derrubando diversos presidentes em sequência, entre outros exemplos, como a resistência do povo haitiano contra a exploração de outros países. No Brasil, o governo Fernando Henrique Cardoso aplicou medidas neoliberais, em um período de poucas lutas de massas, mas houve o fortalecimento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ciclos de governos de esquerda e progressistas As revoltas de massas populares permitiram o ciclo de vitórias de governos de esquerda, fenômeno também conhecido como “primavera progressista”, passando a ocupar os poderes executivos em vários países. Porém, muitas vezes numa situação desfavorável em outras instituições do estado, caso do Judiciário e do parlamento.

Em vários países, a resistência dos povos indígenas tem sido fundamental

Segundo Martha Harnecker (2018), é possível definir os governos progressistas de acordo com um critério mínimo: a) certa independência em relação às políticas dos Estados Unidos; b) preocupação com a integração continental e com os países do sul global; c) inclinação a políticas sociais. Mais tarde, a América Latina viveu a retomada de iniciativa do governo dos EUA,

desgastando os chamados governos progressistas, gerando o crescimento dos setores de extrema-direita, que passaram a disputar o poder do estado. A Argentina e o Brasil, as duas principais economias da América Latina, ilustram da melhor forma essa situação. Envolvimento popular e resistência Não é por acaso que, entre esses processos com um eixo geral comum, segundo a luta de classes

Crise e instabilidade

em cada país, o exemplo venezuelano resistiu ao embargo econômico determinado pelo governo dos EUA e Europa, desde 2015, aprofundado em 2019. Isso porque o exemplo do governo bolivariano na Venezuela foi a capacidade de convocatória, organização, envolvimento dos trabalhadores venezuelanos, como um dos principais fatores que mantém, até o momento, o êxito da resistência contra a guerra econômica que o país enfrenta, promovida pelos EUA. Diante da ofensiva que derrubou governos progressistas em vários países, a lição central – da revolução cubana e do processo bolivariano na Venezuela -, é a necessidade de tomada do poder do estado pelas forças de esquerda. Com avanços e recuos, tratam-se de dois exemplos que avançaram nas mudanças estruturais e na soberania sobre os próprios recursos. Giorgia Prates

A falta de direitos e a crise social e econômica se agravaram com a pandemia

Neste momento, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) aponta um cenário ruim de decrescimento para as economias do continente. A crise econômica e política foi acentuada pela crise sanitária de Covid-19. A perspectiva de queda na produção de cada país, aumento da inflação, do endividamento público, o aumento do desemprego, e a queda do número de horas trabalhadas em 18 países do continente, acentua a crise e os dilemas postos para os novos governos de esquerda no continente – no Chile, Peru, Bolívia, México, Argentina, Colômbia. Embora sejam resultados comemorados pela esquerda no continente e no Brasil, que agora tem a chance de eleger Lula, é importante atentar para qual é a estratégia possível no continente neste momento. É possível dizer que os governos assumem seus mandatos em uma conjuntura de crise mais aprofundada do que aquela citada, no começo da década. Como pensar então o programa de governo e, sobretudo, medidas que envolvem as massas trabalhadoras, que contribuam na sua educação e, consequentemente, na defesa do governo em um período em que certamente haverá pressão? Seja a interna, por meio de uma base de massas neofascista, seja a externa, por ação do imperialismo. Como pensar a experiência com a população trabalhadora no período da pandemia, com ações de organização e geração de renda nos bairros, consiga se transformar em políticas públicas, de maneira a fortalecer esses espaços e consolidar uma base social de apoio ao futuro governo Lula?


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Começa corrida para as eleições Convenções confirmam candidatos. No Paraná, principal disputa deve ser entre Lula/ Requião e Bolsonaro/Ratinho Jr. Redação

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PT nacional confirmou a candidatura de Lula à Presidência e o partido, no Paraná, também definiu Roberto Requião ao governo do estado. Bolsonaro foi oficializado candidato à reeleição e Ratinho Jr. fará convenção no próximo sábado, dia 30, com cartas já marcadas. Faltando pouco mais de 60 dias para as

Este ano o Paraná vai eleger

1 presidente (a) 1 governador (a) 1 senador (a) 30 deputados (as) federais 54 deputados (as) estaduais

eleições de 2 de outubro, as principais candidaturas estão lançadas e, a partir de 16 de agosto, começam as campanhas oficiais. Mas não é só eleição para presidente e governador que importam. Escolher bem senadores, deputados federais e estaduais é tão importante quanto. São eles que votam leis, como será usado o dinheiro dos governos e podem melhorar ou piorar a vida dos trabalhadores. Leia abaixo como começa a disputa eleitoral no Brasil e no Paraná. Lula favorito para presidente Os dois principais candidatos da disputa, dependendo da pesquisa, chegam a 70%, 80% das intenções de voto, deixando pouco espaço para outras candidaturas. Lula se man-

tém na dianteira, principalmente pelo voto dos mais jovens e das mulheres, com possibilidade de ganhar no primeiro turno pela média das pesquisas. E com um programa diferente da entrega do país e da inflação de responsabilidade da dupla Bolsonaro/Guedes. Já Bolsonaro aposta em grupos específicos, como policiais militares, caminhoneiros, e outros setores mais à direita, além do trabalho de seus militantes em redes sociais. Ciro Gomes (PDT), Andrés Janones (Avante) e Simone Tebet (MDB) são os outros candidatos mais bem colocados nas pesquisas, mas com poucas chances de fazer frente aos líderes. Requião lidera oposição Junto

com Lula, Roberto Requião (PT) é o principal nome de oposição ao atual governador, Ratinho Jr. Terá como vice, o ex-diretor geral da Itaipu, Jorge Samek, e apoio dos partidos que formam a Federação Paraná da Esperança (PT, PCdoB e PV). Requião ainda poderá receber apoios pontuais de grupos no Solidariedade, PSDB, PSB, PSOL e PDT. Já o governador Ratinho Jr. tenta o segundo mandato. Ainda não definiu seu vice, tampouco quem apoiará para o Senado. Tentará vender uma imagem de político novo e moderno, mas enfrentando questionamentos em relação à falta de políticas sociais de seu governo, a redução de salários e ataques ao funcionalismo público, além da privatização de empresas e serviços públicos. Fotos: Giorgia Prates

Senado embolado Em uma das eleições mais indefinidas que o Paraná já teve para o Senado, cerca de 12 partidos confirmaram pré-candidaturas. Pela direita, Ratinho Jr terá dificuldades de escolher entre Paulo Martins (Republicanos), Aline Sleutjes (PROS), Guto Silva (PP) e Orlando Pessuti (MDB). Sérgio Moro é um capítulo à parte. Ex-aliado de Álvaro Dias (Podemos), fechou acordo com o PSD de Ratinho Jr. e busca apoio do governador. Álvaro Dias corre o risco de sair sozinho. No campo popular e progressista, o PDT deverá confirmar a professora de Direito Eneida Salgado, numa chapa pura pedetista ou como aliada de Requião. No PT, a federação deverá confirmar o nome da ex-deputada federal Rosane Ferreira (PV) para compor uma coletiva de mulheres com Elza Campos (PCdoB) e Marlei Fernandes (PT) na suplência. O PSOL anunciou o nome do professor Laerson.

Importância do voto Para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores não basta votar para presidente e governador. É necessário escolher muito bem também senador (a), deputados (as) federais e deputados (as) estaduais. Eles que aprovam leis e decidem para onde vai o dinheiro na hora de aprovar o orçamento. Por exemplo, deputados (as) que são financiados e representam os patrões, aprovam leis que beneficiam esses empresários e retiram direitos e renda dos

trabalhadores. É necessário prestar atenção e conhecer bem em quem se vota. Carteira verde e amarela Por exemplo, no projeto da carteira verde amarela, proposta por Bolsonaro, 22 deputados federais do Paraná retiraram direitos dos trabalhadores em 2020, guarde os nomes deles: Aline Sleutjes (PSL), Aroldo Martins (REP.-PR), Christiane Yared (PL-PR), Diego Garcia (PODE-PR),

Felipe Francischini (PSL-PR), Filipe Barros (PSL-PR), Giacobo (PL-PR), Hermes Parcianello (MDB-PR), Leandre (PV-PR), Luisa Canziani (PTB-PR), Luiz Nishimori (PL-PR), Luizão Goulart (REP.), Pedro Lupion (DEM), Ricardo Barros (PP), Roman (PSD), Rubens Bueno (CID), Sargento Fahur (PSD-PR), Schiavinato (PP), Sergio Souza (MDB), Stephanes Junior (PSD), Toninho Wandscheer (PROS), Vermelho (PSD).


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Paraná, 28 de julho a 3 de agosto de 2022

É tímida ação para garantir mulher negra na política, diz pesquisadora Roberta Eugênio destaca avanços e dificuldades para mudar desigualdade de gênero e raça Ana Carolina Caldas

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pesar de aumento no número de mulheres eleitas recentemente, o avanço é pequeno com candidatas negras. As mulheres negras, que repre-

sentam mais de 25% da população brasileira, estão em apenas 4% das prefeituras e 6,3% dos cargos de vereador. Para pensar o cenário atual, que de um lado tem avanço no debate antirrascista e, de outro, traz o auArquivo

Brasil de Fato Paraná – Quais os principais entraves para as mulheres negras chegarem a cargos políticos? Roberta Eugênio – Importante entender que esse quadro da sub-representação política é explicado por um acúmulo histórico das desigualdades estruturais que a gente pode entender pelo menor acesso à renda, das maiores desvantagens relacionadas a acesso a emprego, ao tipo de emprego e a forma como são vistas na sociedade. De modo objetivo, podemos citar que começa dentro do papel dos partidos políticos na seleção ou não dessas candidaturas. Conforme o último estudo do Instituto Oxfam Brasil e o Instituto Alziras sobre desigualdade de gênero e raça na política brasileira foi possível identificar, por exemplo, que os homens brancos eleitos na ultima eleição foi o único grupo onde a parcela de eleitos foi maior que a proporção de can-

didaturas. Fica evidente que as decisões partidárias de quem serão os indicados para as disputas impactam na presença das mulheres negras na política. É preciso destacar, porém, que tivemos avanço nas leis do TSE, que valeram nas eleições de 2020, garantindo distribuição de recursos proporcional às candidaturas negras nos partidos. Isso é fruto de uma consulta feita pela deputada federal Benedita Silva, já indicando a importância de um mandato de uma mulher negra, pois são elas que vêm provocando essas estruturas para que tomem medidas para mudar o quadro de sub-representação. De 2016 para 2020, pesquisa mostra crescimento de candidatas negras eleitas. Agora, neste momento de crise, violência política, qual a expectativa? Este é um ano desafiador no Brasil, não apenas porque é um período eleitoral, mas nos encontramos em uma grave cri-

mento da violência política, o Brasil de Fato Paraná conversou com a codiretora do Instituto Alziras, Roberta Eugênio, que é pesquisadora e, recentemente, participou de estudo realizado em parceria com a Oxfam Brasil sobre a desi-

Pesquisas apontam que as mulheres negras são as mais atacadas na internet, esse espaço importante, por exemplo, para as campanhas políticas

se social e econômica, com níveis devastadores de fome e desemprego. Sabemos que essa crise atinge de forma mais aguda os grupos historicamente excluídos do poder, como a população negra, mulheres, mulheres negras. E, é claro, se revela na manutenção do quadro da sub-representação dessas maiorias sociais minoritárias no poder. Em relação ao cargo de presidente, por exemplo, temos apenas uma mulher pré-candidata. Para governos estaduais, no Brasil todo, são apenas três mulheres candidatas e apenas uma negra, a atual governadora do Piauí, Regina Souza. E, para assembleias e Congresso, teremos desafios já impostos em outras eleições, além da violência política, que vem crescendo. Existem pesquisas que apontam que as mulheres negras são as mais atacadas na internet, esse espaço importante, por exemplo, para as campanhas políticas.

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gualdade de gênero e raça na política brasileira. Advogada, mestre em Direito, Roberta foi assessora parlamentar da vereadora carioca Marielle Franco até o seu assassinato, em 14 de março de 2018. Confira.


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Letícia Sabatella faz shows em Curitiba para o Projeto “Inimaginável”

A atriz e cantora interpretará músicas do compositor paranaense Troy Rossilho Ana Carolina Caldas

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atriz e cantora Letícia Sabatella e o compositor Troy Rossilho são convidados do “Projeto Inimaginável”, série de quatro shows idealizada pelo músico e compositor Fabiano O Tiziu e pelo produtor Pedro Hey, que acontece em Curitiba entre os dias 30 de julho e 7 de agosto. No palco, Sabatella interpretará obras do repertório de Troy, autor de canções como “Inimaginável”, “Reza Para Um Querubim”, “Se Eu Corro” e “300 anos”, ao lado de parceiros como Luiz Felipe Leprevost, Uyara Torrente e Carlito Birolli. O idealizador do Projeto, Tiziu é professor de violão do Conservatório de Música Popular de Curitiba, foi membro da Orquestra À Base de Cordas e já dividiu o palco com músicos como Dominguinhos, Zé Renato e Ná Ozzetti. “Sempre fui fã do trabalho do Troy, tive o prazer de ser professor de violão dele e, nesse período, conversamos muito sobre arte, música e composição. Eu o convidei a participar de outro projeto que desenvolvo aqui em Curitiba com alunos de violão, que é o Kilanio. Lá, ele apresentou suas músicas e trabalhamos arranjos de violões para elas. Então, reformulamos para esse novo projeto, chamando outros músicos e a Letícia Sabatella”, conta.

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Paraná, 28 de julho a 3 de agosto de 2022

Os dois primeiros shows serão nos dias 30 e 31 de julho, sábado e domingo, no miniauditório do Teatro Guaíra, às 18h. No sábado seguinte, será no Teatro Londrina, no Memorial de Curitiba, às 16h, com en-

trada franca (basta retirar o convite na portaria até a lotação do espaço). No domingo (7), a última sessão será no Wonka Bar, no centro histórico de Curitiba. Ingressos no local a R$ 15 e R$ 7,50 (meia-entrada). Divulgação

Editais culturais A Prefeitura de Curitiba lançou dez editais com recursos do Fundo Municipal da Cultura, com valor total de R$ 3 milhões, para atender áreas específicas – artes cênicas, dança, artes visuais, quadrinhos, folclore e patrimônio

– e também para montagem de programação nas dez regionais de Curitiba, para projetos de ações afirmativas em todas as linguagens artísticas e para o Carnaval 2023. Informações no site da Fundação Cultural de Curitiba.

Transeuntes no MuMA “Tela Transeunte”, mostra interativa que reúne arte, ciência e tecnologia está aberta até 11 de outubro no Museu Municipal de Denise Bandeira Arte (MuMA), no Portão Cultural. A mostra aborda temas de arte digital e arte híbrida, que poderão ser acessadas pelo público de maneira participativa.

100 telas A obra tem telas em acrílico que formam um metro quadrado. Na exposição, os visitantes terão sua presença captada e seus movimentos poderão interagir com a imagem, gerando diferentes composições cromáticas. É a junção da linguagem analógica e digital que constroem uma experiência híbrida no espectador. Onde? Museu Municipal de Arte - Portão Cultural. Av. República Argentina, 3.430. Quanto? Grátis.

DICAS MASTIGADAS

Cocada de forno Ingredientes 4 xícaras (chá) de coco fresco ralado (cerca de 500 g); 6 ovos orgânicos; 3 xícaras (chá) de açúcar; 2 colheres (sopa) de manteiga derretida; Raspas de 2 laranjas orgânicas.

O primeiro concerto terá transmissão em LIVESTREAM pela página oficial (FanPage) do projeto em www.facebook.com/ TiziuconvidaTroyeLeticiaSabatella

Divulgação

Modo de Preparo Preaqueça o forno a 180 ºC. Unte com manteiga um refratário raso que comporte cerca de 2 litros. Numa tigela pequena, quebre um ovo de cada vez e transfira para outra tigela maior. Junte a manteiga e misture com o batedor de arame (se a manteiga estiver gelada, leve ao micro-ondas por 30 segundos para que derreta). Adicione o açúcar, aos poucos, mexendo bem a cada adição até formar um creminho. Acrescente as raspas de laranja, o coco ralado e misture com uma espátula para incorporar. Transfira para o refratário untado e leve ao forno para assar por cerca de 40 minutos ou até a casquinha ficar bem dourada. Retire do forno e deixe esfriar em temperatura ambiente antes de servir.


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Paraná, 28 de julho a 3 de agosto de 2022

Melhora exige controle e equilíbrio Por Cesar Caldas

O Coritiba inicia o 2º turno da Série A às 16h30 do sábado (30/7) contra o Goiás, no Serrinha, buscando escrever história bem diferente daquela do ciclo inicial da competição. Constituem dificuldades o aspecto psicológico e motivacional do elenco e a postura tático-posicional do time, em especial nos cenários longe de sua torcida. Thonny Anderson é emblemático do quadro emocional, merecendo atenção de Renê Simões: após punição em dois jogos por motivo disciplinar, cometeu dura falta contra o Cuiabá e, mesmo acalmado de imediato pelo treinador, repetiu a violência nos minutos seguintes, sendo expulso de campo. Quanto à discrepância de atuações em razão do lugar, “clamam as pedras”: no 1º turno o Coxa foi o 2º time mais efetivo nos pontos em casa (20, um atrás do Corinthians), o que o levaria à Libertadores. Fora do Couto, segura a lanterna.

Frio na barriga Por Marcio Mittelbach

Até aqui nem parecia que a gente estava jogando a vida na quarta divisão: só joguinho no final de semana, tempo para treinar, fase de grupo, adversários sem muita expressão. Ainda que o paranaense tenha sido cruel, no nacional o coração esteve resguardado esse tempo todo. Mas agora é mata-mata. Serão três seguidos até a preciosa vaga na semifinal, única chance de ter calendário em 2023 e 2024. O primeiro jogo dessa segunda fase, no dia 23, em Cascavel, acabou sem gols. Por jogar como visitante e pelo que apresentou em campo, foi um bom resultado. A volta será sábado, dia 30, na Vila Capanema. Além dos 3 mil sócios, dois mil ingressos foram vendidos antecipadamente até o meio-dia de quarta, 27. A casa estará cheia e o time já mostrou que tem condições de chegar. Mais do que a vaga, teremos a vida em jogo. Aguenta coração e haja frio na barriga!

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Nova Lei Geral do Esporte pode decretar a morte do rádio esportivo O grande receio é que as rádios passem a ter que pagar para transmitir Luiz Ferreira, redação Rio de Janeiro

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ira e mexe aparece algum “jênio” (com J mesmo) com alguma ideia mirabolante no Congresso Nacional. A regra é tentar acabar com tudo que faz bem ao povo e vender isso como se fosse algo “divino e maravilhoso”. No início de julho, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base da nova Lei Geral do Esporte. O texto traz uma série de mudanças profundas no desporto brasileiro, como a unificação da legislação esportiva num único documento, o direito de imagem pago aos atletas e o compromisso com a defesa dos Direitos Humanos. Só que esse mesmo projeto pode fazer com que as emissoras de rádio espalhadas por todo o país sejam obrigadas a pagar para transmitir as partidas de futebol. No artigo 159 está que: “A difusão de imagens e/ou sons captadas em eventos esportivos é passível de exploração comercial”. A inclusão do termo “e/ou sons” é que vem causando grande preocupação porque permite que as transmissões passem a ser cobradas e exploradas pelos clubes envolvidos nas partidas.

Não estamos falando dos eventos promovidos pela Fifa, o grande receio é que as rádios (todas elas, do Oiapoque ao Chuí) passem a ter que pagar para transmitir todo e qualquer jogo de futebol, seja ele de Libertadores, de Brasileirão ou até mesmo um campeonato estadual. Não é preciso pensar muito para concluir que essa “nova” Lei Geral do Esporte decreta a morte do rádio esportivo. Além disso, não faz o menor sentido do ponto de vista financeiro, visto que milhares de torcedores espalhados pelo Brasil vão deixar de acompanhar seu time pelo simples fato da imensa maioria das nossas emissoras não ter condição de arcar com mais essas despesas. Fazer rádio esportivo no tempo da internet e das redes sociais é um ato de desprendimento completo por conta das inúmeras dificuldades que todos enfrentam. Se já será complicado para os clubes que estão nas primeiras divisões do futebol brasileiro, imaginem o que vai ser do torcedor que precisa acompanhar seu time numa Série D ou que só tem o estadual para disputar. Leia o texto na íntegra no brasildefatorj.com.br

ELAS POR ELA Fernanda Haag

Decisões pelo feminino e masculino Por Douglas Gasparin Arruda

As próximas semanas serão intensas para a torcida e para o time do Furacão. Depois de enfrentar o Flamengo no Maracanã, pela Copa do Brasil, começam as quartas da Libertadores contra o Estudiantes, da Argentina. O primeiro jogo é na próxima quinta, dia 4, na Arena. No dia 7, a decisão pela vaga na série A do Brasileirão feminino será disputada contra a equipe do Botafogo. O primeiro jogo é no Rio de Janeiro, e a volta será no dia 13/8, no CT do Caju. Pelo Brasileirão masculino, dois jogos complicados: em casa, o São Paulo no domingo, dia 31, e no dia 7 o Atlético-MG, em Minas. Todo o planejamento do ano será testado nesses jogos, tanto pelo masculino quanto pelo feminino. Independentemente dos resultados, é inegável que hoje o Athletico vive uma fase incrível, disputando tudo em alto nível.

Temos as finalistas Os campeonatos continentais estão chegando na reta final e foram muitas emoções. Na verdade, a Copa Africana de Nações já terminou. A final ocorreu no sábado, 23, entre Marrocos e África do Sul. As anfitriãs marroquinas contavam com o apoio da torcida e um leve favoritismo, contudo, as Banyana Banyana foram melhores, venceram por 2x1 e garantiram o título inédito. Hildah Magaia balançou as redes duas vezes e Rosella Ayane diminuiu. Em terras europeias, a Inglaterra goleou a Suécia por 4x0 e carimbou a ida para Wembley. A partida foi na terça-feira, 26, e teve mais uma ótima atuação de Beth Mead. Além dela,

Lucy Bronze, Fran Kirby e Alessia Russo fizeram os gols. O de Russo foi uma pintura de calcanhar. Já na quarta-feira, em jogo disputado, a Alemanha despachou a França por 2x1. O destaque alemão foi Alexandra Pop, que fez os dois gols da vitória. No nosso querido continente americano, a Colômbia venceu a Argentina com gol da revelação Linda Caicedo, de apenas 17 anos. O Brasil fez o dever de casa também e garantiu a vitória contra o Paraguai por 2x0. Os gols saíram dos pés de Ary Borges e Bia Zaneratto. As finais da Eurocopa e da Copa América serão no próximo sábado, respectivamente 13h e 21h, horário de Brasília.


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