Brasil de Fato PR - Edição 274

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Divulgação Arquivo | Giorgia Prates Bolsonaro reduz verbas e crianças ficam sem alimentação adequada EMPOBRECIDAMERENDA No sábado, milhares de pessoas de ocupações farão reivindicações Brasil | p. 5 Movimentos de moradiapedidosentregamaLula AgronegócioPetrobrasassaltadaou meio ambiente Empresa está no centro do debate das eleições Disputa é entre preservação e alimentos ou modelo exportador Opinião | p. 2 Editorial | p. 2 Cultura | p. 7 O queremque artistas?os Produtores culturais dizem o que precisa mudar no próximo governo BrasilAgência Ano 5 Edição 274 15 a 21 de setembro de 2022 distribuição gratuitaPARANÁ Esportes | p. 8 A tragédia bate à porta Ameaças de morte a jogadores acende alerta Divulgação Divulgação

candidato se contrapõe ao agronegócio, mas há diferenças em relação às limitações à exploração predatória e ao alinhamento com a preservação da biodiversidade e dos povos das florestas. No voto, é fundamental avaliar as propostas para garantir o futuro, inclusive o da própria produção de alimentos, com a urgência de mudar o cenário de destruição.

de mercado de menos de R$ 500 bi. É claro que o valor citado é falso e por maior que fosse, o endividamento por si só não é atestado de ilicitude, como sabe qualquer executivo à frente de uma empresa em expansão que demanda capital para investimento. Mas apesar disso, a falácia nos abre espaço para discutir a questão: quem de fato assalta a Petrobras?

A política de paridade internacional favorece duplamente o mercado estrangeiro. Por um lado, aumenta os preços praticados no mercado doméstico tornando competitivas as empresas estrangeiras que antes não podiam competir com a empresa brasileira, que tem seus custos determinados em reais. Por outro, ao praticar preços internacionais, mais altos, aumentam os lucros e os dividendos, sendo que os investidores estrangeiros, como vimos, acabam

O grande assalto à Petrobras

agronegócio tem ganhado grande projeção nas eleições de 2022. Os eleitores, por sua vez, demonstram também preocupação com a pauta ambiental, especialmente os mais jovens. Um dos fatores que explicam a visibilidade dessas pautas é a prioridade do atual governo federal ao agronegócio – com baixa restrição e muitos benefícios. Enquanto a fome se alastra no país, os benefícios vão mais para a exportação de bens pouco industrializados, com pouco valor agregado, do que para a população.

Em contrapartida, o povo é quem paga a conta, com o aumento do preço dos combustíveis que acaba contaminando todos os preços em função dos custos com transporte. Ao optar por se orientar pelos preços internacionais e não pelos seus custos, a Petrobras remunera os acionistas às custas do povo brasileiro, que cada vez mais se vê acossado pela fome e pela miséria. E Bolsonaro não dá sinais de querer efetivamente revertê-la. Fosse o caso, ao menos um entre os cinco presidentes indicados por Bolsonaro para a empresa teria tentado rever a medida que penaliza o povo e a economia do Brasil.

EDIÇÃO Frédi Vasconcelos e Pedro Carrano REPORTAGEM Ana Carolina Caldas, Gabriel Carriconde e Lia Bianchini COLABOROU NESTA EDIÇÃO Pedro Mattos ARTICULISTAS Cesar Caldas, Douglas Gasparin Arruda, Fernanda Haag, Marcio Mittelbach e Manoel Ramires REVISÃO Lea Okseanberg ADMINISTRAÇÃO Bernadete Ferreira e Denilson Pasin DISTRIBUIÇÃO Clara Lume DIAGRAMAÇÃO Vanda Moraes CONSELHO OPERATIVO Daniel Mittelbach, Fernando Marcelino, Gustavo Erwin Kuss, Luiz Fernando Rodrigues, Naiara Bittencourt, Roberto Baggio, Robson Sebastian CONTATO pautabdfpr@gmail.com REDES SOCIAIS /bdfpr @brasildefatopr

Leia o artigo na íntegra

Pedro Mattos, Economista e militante da organização Consulta Popular

s eleições se aproximam e a Petrobras está no centro do debate, seja pela inflação dos combustíveis e seus efeitos corrosivos sobre o poder de compra do povo, seja pelo debate oportunista em torno da corrupção, que tem na estatal brasileira o seu cavalo de batalha à candidatura favorita nas eleições. Quanto ao último caso, o debate entre os presidenciáveis realizado no fim de agosto nos deu um exemplo.

opinião

2 Opinião SEMANA editorial

Os candidatos à Presidência apresentam plataformas distintas nesse tema. Lula prioriza a soberania e segurança alimentar, indicando também a questão ambiental e a transição ecológica como central com políticas específicas para a agricultura familiar. Tem se posicionado pela demarcação de terras indígenas e territórios quilombolas. Bolsonaro propõe a continuidade de suas políticas, focando em especial no acesso às armas de fogo e apoio aos fazendeiros. O desmatamento, as queimadas e o aumento de agrotóxicos marcaram suaNenhumgestão.

EXPEDIENTE

OeleitoraldebateeambienteMeioagrono

O jornal Brasil de Fato circula em todo o país com edições regionais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Paraná . Esta é a edição 274 do Brasil de Fato Paraná, que circula sempre às quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

Brasil de Fato PR | Desde fevereiro de 2016

sendo os maiores beneficiados por ser o grupo detentor da maior fatia do capital social da empresa.

no site www.brasildefatopr.com.br

Na ocasião Bolsonaro chamou atenção por um exagero. Segundo o atual presidente, a “roubalheira” dos governos do PT teria dado à Petrobras um endividamento em torno de 900 bilhões de reais, cifra impressionante para uma empresa com valor

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Destruição da indústria

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Esta semana foi marcada por pesquisas que mantiveram Lula na frente e Bolsonaro em segundo lugar, como vem há meses, mas com diferença na movimentação dentro da margem de erro. A Genial/Quaest, divulgada na quarta (14), mostrou Lula (PT) oscilando dois pontos para menos. Bolsonaro (PL) estagnado nos 34%, com diferença de 8 pontos percentuais e indicação de disputa no segundo turno entre os dois.

O evento ocorre no momento em que a fome disparou no Brasil. De acordo com pesquisa da Rede Penssan, no m de 2020, 19,1 milhões de brasileiros conviviam com a fome. Em 2022, são 33,1 milhões de pessoas. As famílias com crianças têm sido as mais atingidas pela fome.

O movimento acontece desde 2020, ano em que o Brasil perdeu 2.865 indústrias, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em estudo de julho passado. A fragilidade da economia do país também pode ser constatada pelo número de empresas abertas por microempreendedores individuais em 2021. Do total de 2 milhões de empresas abertas , 78,48% foram MEIs.

O MST é o maior produtor de arroz orgânico do Brasil. A informação foi apresentada nas entrevistas com presidenciáveis no “Jornal Nacional”. E agora você pode experimentar a produção livre de agrotóxicos da agricultura familiar. Na próxima sexta-feira (16) acontece a festa do Arroz Agroecológico com Lula, no Sindiquímica. O evento vai reunir música, feira da Reforma Agrária Popular e economia solidária, chope e comida boa.

Por outro lado, no assunto alimentação, o presidente Jair Bolsonaro vetou o reajuste no valor pago a estados e municípios para a alimentação escolar. O veto ocorre em um momento em que a fome atinge 18,1% dos domicílios com crianças menores de 10 anos, quase o dobro do que em 2020, que era de 9,4%. A “economia” que o governo deve fazer com este veto, considerado desumano por educadores, é menor do que R$ 2 bilhões, muito abaixo do que foi destinado às emendas do orçamento secreto, de R$ 19 bilhões.

MST arrozpromovecomlula

O economista da Unicamp Marcio Pochman explica que o problema do Brasil é o fim de uma política industrial que havia sido incrementada nos últimos anos, mas o atual governo optou pelo agronegócio e exportações. Ele conta que as exportações e importações equivaleram a quase 40% do Produto Interno Bruto (PIB). “É uma economia voltada para a exportação e o mercado de consumo interno é voltado para bens de consumo não duráveis; o restante vem por importação”, diz.

Apesar do discurso de recuperação econômica, dados do Ministério da Economia apontam redução na abertura de empresas e avanço de fechamento neste ano. Entre maio e agosto, mais de 600 mil empresas foram fechadas, cerca de 10% mais que o número registrado no quadrimestre anterior e quase 25% superior ao ano passado.

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importaçãoPura

NOTAS BDF Por Frédi Vasconcelos

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| MST

Já o estudo do Ipec (ex-Ibope) mostra movimento contrário, com Lula subindo dois pontos, chegando a 46%, e abrindo 15 pontos sobre Bolsonaro, que ficou com os mesmos 31% da pesquisa anterior. Embora tenham divergências nas amostragens que são feitas, todos os institutos sérios mostram que a disputa agora é se haverá ou não segundo turno. A possibilidade de uma “terceira via” parece descartada. No placar do momento, Lula pode vencer na primeira rodada pelo Ipec e provavelmente disputará o segundo turno se a Quaest estiver correta.

Ipec divergente

“Os capangas de Bolsonaro já comandadosforameautorizadosanosatacar(mulheres)”

YouTube de direita

A dança das pesquisas

Estudo do NetLab, da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mostrou que o YouTube privilegia conteúdos favoráveis ao presidente e candidato Jair Bolsonaro (PL) em anúncios que antecedem vídeos buscados pelos usuários da plataforma. Na teoria, o YouTube estaria utilizando práticas para reduzir a disseminação de conteúdos falsos, como aponta a pesquisa, publicada no site do BdF. Na prática...

O NetLab realizou 18 visitas-teste entre os dias 23 e 30 de agosto, semana das sabatinas dos candidatos no “Jornal Nacional”. Nesse período de coleta de dados da plataforma gerenciada pelo Google, os canais do grupo Jovem Pan, de viés bolsonarista, foram identi cados 14 vezes na primeira página, com um ou mais vídeos. Os vídeos dos canais Jovem Pan aparecem como primeira sugestão em 55% dos testes.

Escreveu em sua coluna no UOL a jornalista Milly Lacombe, que complementou: “Os ataques que as jornalistas estão sofrendo vão aumentar até o m do ano.” Na coluna, ela lembra que esses ataques às mulheres começaram há muito tempo, com Bolsonaro dizendo que não estuprava a deputada Maria do Rosário porque ela “era feia”.

fechamEmpresas

FRASE DA SEMANA Geral 3

Viés bolsonarista

Divulgação

Ricardo Stuckert Divulgação

NOVA OCUPAÇÃO

LULA EM CURITIBA

ocupações urbanas, sempre no confronto entre a necessidade do povo contra um urbanismo sem oferta de moradia

A luta envolve ainda o movimento indígena, que briga pela manutenção da Casa de Passagem na capital e possui também hoje duas ocupações, em Campo Largo e em Piraquara. Bem como coletivos de luta urbana, caso do Núcleo Periférico e União de Moradores.

A ideia é formar um bloco do movimento popular no comício na capital paranaense

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da Coligação Brasil da Esperança, e o candidato ao governo do Paraná Roberto Requião participarão do ato Todos Juntos pelo Paraná, no sábado (17/9), às 10h, na Boca Maldita, no centro de Curitiba.AColigação Brasil da Esperança é formada pelas federações FE BRASIL (PT/PV/PC do B) e PSOL/ REDE, PSB, Solidariedade, PROS, Avante e o Agir.

OServiçoquê:

Arquivo

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Pedro Carrano

m 17 de setembro, áreas de ocupação recentes, do período da pandemia, e outros bairros consolidados que ainda lutam por regularização fundiária estarão presentes no comício do ex-presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Curitiba. A ideia é levar ao evento uma carta da chamada articulação Despejo Zero.

A jornada mais recente conquistou o marco do dia 31 de outubro.

Para o comício, cerca de 21 áreas devem mobilizar, no mínimo, 1.500 pessoas, oriundas de Curitiba e da Região Metropolitana. A ideia é participar da atividade formando um bloco do movimento popular, com pautas, símbolos e bandeiras próprias.

Neste ano, a articulação Despejo Zero, nacionalmente e no estado, promoveu três jornadas de luta pela ampliação do prazo da decisão proferida na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF).

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Em resumo, uma cidade fechada. Nos anos 80 e início dos 90, a partir da migração do norte do Paraná, várias áreas se formaram. Décadas mais tarde, outras áreas se conformaram na Cidade Industrial, entre 2012 e 2016, sob direção do Movimento Popular de Moradia (MPM).

Em comum entre elas, está a insegurança jurídica, a ausência de regularização fundiária e saída para as famílias. Ao mesmo tempo, a carta da articulação conta com um histórico recente de mesa de negociação inédita no Paraná, que reuniu a Defensoria Pública do Estado, a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, o Ministério Público, a comissão de conflitos fundiários da Superintendência Geral de Diálogo e Interação Social, ao lado da Comissão de Mediação de Conflitos Fundiários do Tribunal de Justiça do estado (Cejusc).

A jornada por Terra, Teto e Trabalho resumiu a unidade e o ponto comum entre os diferentes grupos, na atual conjuntura de crise econômica e social no país. Ela envolveu sete movimentos populares, entre os movimentos do campo, caso do

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E, recentemente, a crise da pandemia empurrou a população para tomar parte em oito áreas que hoje estão consolidadas.

número aproximado de famílias sem moradia no Brasil pessoas vivem risco de despejo em todo o país MILHÕESSEIS500MIL

Cidade fechada A capital paranaense viveu diferentes ondas de

Despejo Zero

CarranoPedro

No dia 7 de setembro de 2022, cerca de 100 famílias ocuparam a área e o barracão da antiga Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar), na Cidade Industrial de Curitiba, em frente à rodovia BR 277. Trata-se de um antigo local de armazenagem de alimentos abandonado pelo governo do Paraná. Conduzida pelo MTD, o objetivo da ação é realizar uma ocupação de denúncia, uma vez que o governo do Paraná realiza especulação imobiliária num lugar que poderia ser usado para moradia, trabalho e renda. “Ou para estoque e escoamento da produção alimentícia, em um país que hoje passa fome”, a rma a nota do movimento.

Comunidades e áreas de ocupação de Curitiba e RMC levam carta a Lula

MST, urbanos, caso do Movimento Popular por Moradia (MPM) e Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), além do Movimento de Trabalhadores por Direitos (MTD) e Frente Nacional de Lutas (FNL) presente em Ponta Grossa.

O movimento pretende reforçar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) contrária a reintegrações de posse no período da pandemia. Entre as áreas que participam, cerca de oito surgiram na pandemia e, em particular, três comunidades convivem com risco imediato de despejo forçado: Tiradentes, Fortaleza e Povo Sem Medo.

Ato Todos Juntos pelo Paraná Quando: sábado, 17 de setembro, 10h Onde: Boca Maldita Av. Luiz Xavier, 34-68 Centro – Curitiba | Giorgia Prates

em 2021, R$ 4 bilhões e, em 2022, menos de 3, 9 bilhões. Segundo José Valdivino, conselheiro do Conselho de Alimentação Escolar do Paraná, a queda de investimento e o corte já feito para o orçamento de 2023 impactarão negativamente os municípios pequenos. “Só não terão problemas cidades grandes e o próprio estado, mas as redes municipais de ensino de cidades menores já sentem. Por exemplo, aqui o Estado cortou aquisição de alimentos das cooperativas, trazendo prejuízos para agricultores e diminuindo variedade do que é oferecido aos alunos. Mas eles conseguiram comprar carne, óleo, com licitações. Mas isso não acontece em cidades pequenas, que não conseguem fazer essa contrapartida”, diz.

O Observatório da Alimentação Escolar divulgou nota técnica apontando que o congelamento dos valores por aluno do PNAE é parte do desmonte da educação

deixará de ir para a merenda 1,5 BILHÃO

e uma violação ao direito humano à alimentação e à nutrição adequadas, pois, para muitas crianças, adolescentes, jovens e adultos a alimentação escolar é indispensável para suprir as necessidades diárias de nutrição. “Nos últimos anos, a perda crescente na quantidade e qualidade da alimentação escolar vem sendo observada em escolas de todo o País, com graves consequências sobre o aumento da fome”, diz a nota.

Por Bolsonaro tirar dinheiro da merenda escolar, muitas escolas públicas têm diminuído as refeições e alterado a qualidade dos alimentos. Exemplo são escolas municipais em Araucária, no SegundoParaná.aprofessora de educação infantil do município e ex-conselheira do Conselho Municipal de Educação, Adriane Aparecida Ribeiro Zuge, o que divulgam no cardápio é diferente do que é entregue.

Comida só na escola

Repasse só cai Segundo estudo da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação, Fineduca, há, além da estagnação, uma queda de investimentos na merenda escolar desde 2017. Em 2014, o repasse foi de R$ 6 bilhões,

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esde 2017 o valor destinado para a merenda escolar pelo governo federal está congelado e sofrendo perdas por conta da inflação. No ensino fundamental e médio, em que está o maior número de alunos, o valor por pessoa está estagnado em R$ 0,36 por aluno.

Ana Carolina Caldas Além disso, para 2023 o Congresso Nacional aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que previa reajuste de 34% para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o que foi vetado por Jair Bolsonaro. Com isso cerca de R$ 1,5 bilhão deixará de ir para a alimentação das crianças nas escolas.

Brasil 5

“O cardápio é um e o que servem na merenda é outro.

Tem só chá com pão para as crianças. Antes tinha bolo, pudim, achocolatado, ovo, e hoje é todo dia chá com pão. Outra coisa que perdemos é a diversidade de alimentos, tão importante nesta idade.

Divulgação

Tem só chá com pão

O QUE DIZ PREFEITURAA

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Sopa é feita com o que resta do almoço, e um dia tem salada, outro não”, diz.

A assessoria de comunicação da Prefeitura de Araucária respondeu em nota: “A Secretaria Municipal de Educação de Araucária informa que os cardápios são elaborados por nutricionista, responsável técnica do PNAE e estão adequados conforme a nova Resolução n°06/2020 do FNDE. Os cardápios estão publicados e são executados nas Unidades Educacionais e só são alterados mediante situações pontuais justificadas e autorizadas pela nutricionista responsável técnica. Destaca-se que fatores de mercado, clima e sazonalidade também são situações que acabam interferindo na execução dos cardápios sendo necessário o envio de produtos substitutivos.”

Desde 2017, presidente Bolsonaro congelou valor de repasses a escolas

Divulgação

Merenda das crianças: saem bolo e iogurte e fica o chá com pão

Para a nutricionista e também integrante do Conselho de Alimentação Escolar do Paraná Juliana Gonçalves, diante da realidade que vivemos no Brasil, é preciso garantir uma alimentação saudável para crianças que, muitas vezes, só têm acesso a comida dentro da escola. “Principalmente pós-pandemia, oferecer esse tipo de lanche é reduzir o acesso das crianças a vitaminas e sais minerais. Se as crianças tivessem, por exemplo, acesso a uma boa alimentação em casa, não haveria esse impacto na saúde. Mas sabemos que essa não é realidade de muitas famílias”, diz.

Adriane ainda cita que as profissionais que servem a merenda ficam sem saber o que fazer quando uma criança pede para repetir.

“Às vezes, nem chá tem mais para repetir. Já dá pra sentir o impacto desses cortes.”

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Foto: Arquivo Giorgia Prates

Em nota, o mandato de Carol Dartora informou que é “reducionista” concluir que a atuação de um mandato se dá apenas dentro da Casa Legislativa. “[...] a Câmara tinha conhecimento das atividades parlamentares interestaduais exercidas por este mandato que, justamente por sua característica de expansão de diálogos, tem se consolidado como um dos mandatos mais atuantes desta Casa de Leis, não sendo aceitável ou razoável qualquer medida punitiva em relação a esta atuação”, diz. Aponta, ainda, perseguição política contra os parlamentares de esquerda.

Primeira vereadora negra se defende e alega criminalização da esquerda e perseguição política

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Corregedoria da Câmara agora quer cassação de Carol Dartora

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ACorregedoria da Câmara de Curitiba apresentou, na terça (13), resultado de sindicância sobre suposto uso indevido de carro oficial pela vereadora Carol Dartora (PT). O veículo foi visto fora dos limites de Curitiba num domingo. A sindicância, assinada pela vereadora Amália Tortato (Novo), recomenda que o caso seja encaminhado ao Conselho de Ética, seja solicitada a devolução do veículo e que deslocamentos fora dos limites da Região Metropolitana sejam votados em plenário. As medidas serão discutidas em reunião na segunda-feira (19).

Redação

A volta do Ministério da Cultura

Divulgação

Volta de Ministério da Cultura, descentralização e investimentos estão na pauta

Ana Carolina Caldas

“Faço teatro e música, sou morador da periferia de Curitiba e falo deste lugar. Acho que uma das coisas que a periferia mais carece é de cultura, seja ela como for. O acesso que a gente pode ter salva vidas. Os artistas da periferia precisam de acesso à cultura, as políticas culturais são centralizadas. Se um político quer que um País tenha, de fato, avanços, precisa investir em cultura, que ela está em tudo e dentro de nós. É priorizar artista porque o que tem acontecido é a gente, principalmente jovens, desistir do caminho da arte porque não tem investimento nem valorização.”

Reprodução

DICAS MASTIGADAS

Precisamos aprovar a PEC 150 Tivemos três anos inoperantes em relação à Cultura com a desconstrução de políticas públicas que havíamos de décadas. Temos o Sistema Nacional e o Plano Nacional aprovados, o Sistema de Audiovisual, a Funarte, todo esse conjunto de equipamentos que auxiliam a gestão pública e que estão completamente esvaziados ou com pessoas despreparadas. Num novo governo, a esperança é que ele foque na restituição do Ministério da Cultura e na aprovação da última fase da PEC 150, que cria o Sistema Nacional de Cultura. Sem essa estrutura, seguiremos na fragilidade que está o sistema de governança no setor cultural.”

CayoVieira

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Cultura 7

CayoVieira

Acesso à cultura

Modo de Preparo

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O que artistas esperam do novo governo brasileiro

Aly Muritiba, cineasta

Divulgação

Sylviane Guilherme, pesquisadora da dança, professora e integrante do Coletivo Nacional de Cultura do MST

Elton Gonçalves, poeta e ator da periferia de Curitiba

Tapioca com geleia de maracujá

Retire a polpa do maracujá, guardando as cascas. Retire a parte amarela da casca e cortar a parte branca, sem a película interna, em cubos bem pequenos. Leve ao fogo a polpa, o açúcar, a parte branca cortada em cubinhos, a água e a canela em pau. Cozinhe até reduzir à metade. Espere esfriar. Tapioca: peneire a goma. Em uma frigideira, faça uma cama com a goma e leve ao fogo por 2 minutos. Vire o lado e esperar mais 2 minutos. Recheie a tapioca com a geleia e dobrar formando um leque.

Kátia Drumond, multiartista

Chegar aos rincões do País

frase “os artistas foram os primeiros a parar e os últimos a voltarem na pandemia” foi repetida inúmeras vezes nos dois últimos anos porque o setor cultural foi um dos mais afetados. Além disso, artistas criticam o atual governo federal pela escassez de políticas culturais e por retrocessos como a extinção do Ministério da Cultura. O Brasil de Fato Paraná ouviu representantes de diferentes segmentos artísticos para saber o que esperam do próximo presidente. Confira:

“A cultura só não morreu porque os artistas são muito resistentes, mas usando uma alegoria médica, eu diria que estamos na UTI. A atual gestão representou a quase morte da cultura. O que esperamos da gestão é que olhe com olhos muitos especiais para esse setor, que é muito importante, inclusive sob o ponto de vista econômico. A cultura gera renda, emprego. A primeira medida do próximo presidente, ao assumir em 2023, espero que seja recriar o Ministério da Cultura, logo em seguida garantir a manutenção do Fundo Setorial do Audiovisual e a não extinção da Codecine.”

“Se as políticas culturais já eram insuficientes até 2016, depois desses seis anos isso se agravou com redução de recursos, editais em menoresImaginemquantidades.issopara a produção cultural no campo, isso foi quase extinto. O que a gente espera dos próximos governantes é que políticas sejam retomadas e que tenhamos projetos que sejam permanentes, não pontuais. Que a gente volte a ter Ministério da Cultura, concurso para trabalhadores da cultura e acesso de recursos e políticas que cheguem até os rincões do nosso país. ”

Ingredientes 2Geleiaunidades maracujá 4 colheres de sopa de 100Canela500AçúcarmlÁguaempaugTapiocaGoma

Por Marcio Mittelbach

Na última segunda-feira (12), o lateral-esquerdo Edimar, do Vasco, registrou boletim de ocorrência por ameaças de morte que ele e sua família vêm recebendo nas redes sociais. As mensagens são fortes (algumas delas falam em “esquartejamento” e assassinato das filhas do

são abordados de maneira tão rasa na imprensa esportiva?

O prenúncio de uma tragédia

jogador) e até fotos de armas foram enviadas para a esposa do camisa 6 do Vasco.Edimar enviou os prints das mensagens e as fotos do acusado para a delegacia e divulgou nota no seu Instagram informando que o caso será investigado. O Vasco também soltou nota repudiando as ameaças.Oque será preciso acontecer para que isso tudo acabe de uma vez? Uma tragédia? E se a tal “provocação” estiver escondendo um desejo real de esquartejar e estrangular as filhas de um jogador? E se as ameaças se concretizarem de alguma forma? E por que esses casos

Paciência

Por Cesar Caldas

O Brasil tem seis vagas na Copa Sul-Americana de 2023, destinadas aos clubes da Série A não classi cados à Libertadores. Nesta, serão ao menos oito – os seis primeiros do Brasileiro e os vencedores da Copa do Brasil (7º) e da própria Libertadores (8º). As vagas seriam atribuídas aos situados entre os 9º e 14º lugares de 2022. Ocorre que, se o São Paulo ganhar a “Sula” diante do equatoriano Independiente del Valle em 1º/10, o 15º colocado do Brasileirão também garantirá tal participação. Diretores, conselheiros, comissão técnica e atletas precisam perseguir calendário internacional (ao menos seis jogos), sem o qual não se ampliam a autoestima do torcedor, tampouco projeção no mercado e receita nanceira. Grandes (Santos) e pequenos (Bragantino) pensam assim. Aqui, o tema não é pauta em fórum algum, nem objeto de incentivo no site o cial.

Por Douglas Gasparin Arruda

A fase do torcedor athleticano é mágica. No último sábado a Arena presenciou o terceiro maior público do futebol feminino: 28 mil torcedores acompanharam a nal contra a equipe do Ceará. E o time em campo fez sua parte. Em pênalti sofrido pela atleta Sol, Milena abriu o placar aos 15 minutos da primeira etapa. Em mais uma boa participação no ataque, Sol ampliou o marcador aos 25. Jogar na Arena lotada fez diferença, e a equipe rubro-negra poderia ter vencido a partida por um placar mais elástico. Foi lindo acompanhar uma torcida popular, repleta de famílias que há tempos não conseguiam ir aos estádios, cada vez mais elitizados. Fica a esperança de que a receita seja repetida para o próximo ano na série A, já que o interesse do público é nítido. O futebol feminino chegou para car!

Vaga na Sul-Americana 2023

ELAS POR ELA Fernanda Haag Brasileirão na reta nal

O campeonato Brasileiro tanto na série A1 quanto na A2 está na reta nal e pegando fogo. Athletico e Ceará fazem a nalíssima da A2 e a primeira partida já foi histórica. Com mais de 28 mil pessoas na Arena da Baixada – terceiro maior público da história do futebol de mulheres no Brasil em jogos entre clubes – as Gurias Furacão venceram na ida por 2x0. Milena e Sol foram as responsáveis por balançar as redes.

Inesquecível!

Luiz Ferreira, do BDF-RJ

T

Foi preciso esperar 120 dias entre o m da Série C e o início estadual 2022 para que o Paraná voltasse a jogar. Não deu certo mesmo assim. Começou a série D, e veio um novo revés. Jogo de competição agora só em maio de 2023, na Série Prata do estadual, oito meses após a eliminação para o Pouso Alegre, que aconteceu em Casoagosto.otricolor consiga o objetivo de retornar o estadual e a Taça Paraná siga sem acontecer, serão mais seis meses até o estadual 2024. Haja paciência para uma torcida tão apaixonada.

dopordeameaçassofredoEdimar,LateralVasco,mortecausafutebol Divulgação 8 Esportes

Paraná, 15 a 21 de setembro de 2022 Brasil de Fato PRBrasil de Fato PR

Vivemos num tempo em que as pessoas perderam o medo de ser ignorantes e se orgulham da própria crueldade. O que acontece no futebol é reflexo daquilo que acontece na nossa sociedade todos os dias. Vemos no Vasco, no Corinthians (com a saída de Willian para o futebol inglês depois de receber ameaças), nas “invasões” do Centro de Treinamento e nas brigas de torcida no Rio Grande do Sul, em São Paulo e no Rio de Janeiro que é sim o prenúncio de uma tragédia mais do que anunciada. (Leia este artigo na íntegra no site do BDF-RJ).

O jogo da volta será no próximo sábado, 17, às 15h e o Athletico precisa aproveitar a boa vantagem que construiu. Já na série A1 também tivemos recorde de público no Allianz Parque, 11.450 palmeirenses compareceram para apoiar o time mesmo com a derrota por 4x0 no dérbi. O Corinthians chega a sua sexta nal consecutiva no Brasileiro. Na outra semi nal, o Internacional venceu o São Paulo no jogo de volta por 1x0, no Morumbi, e carimbou sua primeira nal no Brasileirão. A goleira Mayara fez várias defesas importantes e ainda pegou um pênalti cobrado pela são-paulina Micaelly. As duas partidas da nal serão nos dias 18, em Porto Alegre, e 25 na Arena Corinthians. Preparem os corações!

Primeiro veio a pandemia. Entre a interrupção do estadual no mês de março e a volta, em julho, passaram-se 126 dias. Mais de quatro meses sem um jogo para acompanhar. O futebol voltou, o tricolor desabou da B para C, depois da C para D. Tudo longe do torcedor.

odo mundo sabe que o futebol mexe com as nossas emoções mais profundas. No entanto, existem pessoas que não conseguem entender o real sentido do jogo e insistem em transformar o futebol num aterro sanitário onde despejam todas as suas frustrações.

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