














Avenda da Copel é um ato de completa falta de compromisso público, de mediocridade política e incapacidade de compreender o tempo presente.
Falta de compromisso com o povo paranaense porque a Copel é resultado do esforço da sociedade e trabalhadores por 66 anos, arruinados em quatro dias pelo governo de Ratinho Jr e seus aliados na Alep.
A Copel, em poucos anos, poderia oferecer ao povo paranaense energia a preços mais baixos. O processo de privatização da Copel não contemplou nenhum debate sério com a sociedade.
A mediocridade está na falta de ousadia e excesso de submissão aos modismos. A Copel poderia ser uma em-
presa de energia, e não só de eletricidade. Além disso, poderia ser parceira de municípios como uma agência de desenvolvimento local, dando extraordinário impulso às nossas potencialidades regionais.
Ter uma grande empresa como a Copel sob controle do estado é fundamental na construção de uma sociedade com justiça, partilha e desenvolvimento.
Poderia a Copel liderar e induzir um grande processo no estado do Paraná e no Sul do Brasil, com energia produzida de fontes limpas, combatendo a pobreza energética e promovendo justiça social. Mas este governo medíocre quis vendê-la e colocar todos num caminho pouco iluminado.
Articulação de Mulheres Negras Brasileiras Rede de organizações de mulheres negras criada em setembro de 2000. Atualmente é constituída por 45 organizações distribuídas por todas as regiões do Brasil
Ao exmo. presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva
Aos Grupos de Trabalho de transição federal da Comunicação, Cultura, Igualdade Racial e Direitos Humanos
Para discutir os rumos da comunicação pública no Brasil, em 22 de novembro de 2022, a Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) reuniu os movimentos de mulheres negras, mídias negras, mídias comunitárias, grupos, coletivos, agências e produtoras de comunicação lideradas por mulheres negras, além de jornalistas
e empregadas negras da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Nesta carta, apresentamos propostas para o setor, incluindo a gestão com equidade de gênero e raça, monitoramento permanente da diversidade, fomento à produção regional e comunitária, formação, entre outras ações, que permitam o desenvolvimento plural e democrático do setor.
Acreditamos que uma comunicação pública comprometida com a garantia dos direitos humanos, a proteção ambiental e a difusão da cultura brasileira em toda sua diversidade têm o antirracismo e o antissexismo como pontos de partida. E, portanto, não há ninguém mais capacitado do que nós para incidir sobre a retomada do processo de democratização do acesso e gestão da comunicação pública, visando principalmente ao fortalecimento das mídias negras, comunitárias e os movimentos sociais.
Este documento também busca dialogar com os integrantes do Grupo de Trabalho Comunicação de modo a dar sustentação ao projeto de reconstrução da EBC que seja capaz de desmilitarizar a empresa, enfrentar a censura e a perseguição a trabalhadoras, assim como restaurar e aprimorar mecanismos de controle e de participação social, tais quais a Ouvidoria e o Conselho Curador, este, cassado pelo golpe de 2016.
Defendemos a participação da sociedade civil nos conselhos da empresa, incluindo organizações das mulheres negras e indígenas, o que avaliamos como um aspecto frágil, nos primeiros anos da EBC e do próprio Conselho. Como o presidente Luiz Inácio Lula vem afirmando, não temos mais tempo para errar.
Leia a carta completa em https://institutoodara.org.br/mulheres-negras-brasileiras-por-uma-comunicacao-publica-com-as-mulheres-negras-a-frente/
Brasil de Fato PR Desde fevereiro de 2016
O jornal Brasil de Fato circula em todo o país com edições regionais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Paraná. Esta é a edição 285 do Brasil de Fato Paraná, que circula sempre às quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.
EDIÇÃO Frédi Vasconcelos e Pedro Carrano REPORTAGEM Ana Carolina Caldas, Gabriel Carriconde e Lia Bianchini COLABOROU
NESTA EDIÇÃO Articulação de Mulheres
Negras Brasileiras ARTICULISTAS Cesar Caldas, Douglas Gasparin Arruda, Marcio Mittelbach e Manoel Ramires FOTOGRAFIA Giorgia Prates REVISÃO Lea Okseanberg
ADMINISTRAÇÃO Bernadete Ferreira e Denilson Pasin DISTRIBUIÇÃO Clara Lume
DIAGRAMAÇÃO Vanda Moraes CONSELHO
OPERATIVO Daniel Mittelbach, Fernando Marcelino, Gustavo Erwin Kuss, Luiz Fernando Rodrigues, Naiara Bittencourt, Roberto Baggio, Robson Sebastian
CONTATO pautabdfpr@gmail.com /bdfpr @brasildefatopr
Enquanto manifestantes continuam (em menor número) em portas de quartéis delirando por golpe contra a posse de Lula, o TSE adiantou a proclamação do resultado da eleição para o próximo dia 12 e os preparativos para o 1º de janeiro avançam. Na quarta (30), a futura primeira-dama, Janja (foto), revelou nomes que estarão na festa da posse de Lula.
Até agora, nomes con rmados para a festa da posse: Pabllo Vittar; BaianaSystem; Duda Beat; Gaby Amarantos; Martinho da Vila; Gilsons; Chico César; Luedji Luna; Tereza Cristina; Fernanda Takai; Johnny Hooker; Marcelo Jeneci; Odair José; Otto; Tulipa; Maria Rita, Valesca Popozuda. A organização aguarda a resposta de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Ludmilla e Emicida. “A ideia é fazer o dia inteiro de atividades, com ações culturais mais lúdicas pela manhã, paramos para a posse institucional e voltamos com os palcos às 18h30”, revelou Janja.
Flagrado no Catar assistindo jogo do Brasil, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) cada vez se enrola mais. Tentando se justificar, fez vídeo nas redes sociais afirmando que tinha ido ao país da Copa para levar “pen drives” a autoridades estrangeiras “denunciando” a situação do Brasil. Virou piada. Agora, se revela que foi ao estádio 974, em Doha, no setor VIP, destinado a convidados, com buffet de luxo que inclui comida ‘gourmet’ e bebidas alcoólicas variadas.
O vale-tudo em terras indígenas no atual governo teve mais vítimas. Integrantes do povo Tembé, do nordeste do Pará, sofreram ação violenta na terça-feira (29) por seguranças privados da empresa Brasil Bio Fuels (BBF), produtora de óleo de palma que abastece usinas de biodiesel. Segundo os habitantes da Terra Indígena (TI) Turé-Mariquita, pelo menos 10 homens fortemente armados avançaram sobre o território e atiraram contra homens, mulheres e crianças. Dois indígenas Tembé ficaram feridos.
Desde que o atual presidente Bolsonaro assumiu a presidência, em 2019, cortou recursos, parou de fazer concursos e extinguiu o Ministério do Trabalho e Previdência Social, com isso os bene ciários do INSS vêm sofrendo para conseguir receber seus direitos. Pelo levantamento da equipe de transição do presidente eleito, Lula (PT), o número de pessoas que está esperando o pagamento de seus benefícios há mais de 45 dias ultrapassa os 5 milhões.
A Prefeitura de Curitiba adiou por seis meses o projeto de lei do novo plano de carreira do magistério, que era chamado pelos trabalhadores de “plano de congelamento de carreira”. Mesmo com a notícia, foi mantida paralisação de alerta contra o projeto, na quarta (30). O Sismmac, sindicato da categoria, afirma que a pauta é descongelar o plano de carreira aprovado em 2014.
Disse a reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Denise Carvalho, após Bolsonaro zerar o que restava de recursos para universidade e institutos federais.
Domingo, 4 de dezembro, a partir das 10h da manhã, acontece festa dos trabalhadores no Sindiquímica, a partir das 10h da manhã. O evento é gratuito. Será feita arrecadação para alugar transporte e levar comunidades para a festa. Para apoiar, você pode contribuir com qualquer valor no PIX: marmitasdaterramst@gmail.com. O Sindiquímica fica na Rua Senador Accioly Filho, 851, CIC.
“Não conseguimos pagar contas de água e luz há meses. Agora, os salários dos trabalhadores terceirizados podem faltar em pleno Natal! Imaginem mais atendimentos sendo interrompidos nos hospitais…”
Ogoverno Ratinho Jr. conseguiu aprovar, em menos de uma semana, na Assembleia Legislativa, a venda de mais da metade das ações da Copel pertencentes ao estado e, com isso, entregará o controle acionário da empresa de energia paranaense.
Para o presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge), Leandro Grasmann, a venda das ações privatiza de vez a empresa com a perda do controle acionário. Grasmann conversou com a reportagem do Brasil de Fato Paraná e afirmou que não há “não há como garantir que as tarifas permaneçam no atual patamar” e que o emprego dos trabalhadores copelianos também não está garantido. Confira os principais trechos:
Brasil de Fato Paraná – Qual o impacto da venda de ações da Copel na gestão da empresa? O governo do Paraná diz que não se trata de uma privatização, pois ainda manteria ações. Qual sua avaliação desse processo?
Leandro Grasmman – O governo do estado diz que não se trata de uma privatização pelo fato de ainda manter ações da empresa. Mas privatizar não significa ter um único “dono”. Vender ações para o “mercado”, diluindo o controle acionário, é uma forma de privatizar. Com a quantidade de ações que o governo manterá, segundo o modelo aprovado, não deterá mais o controle acionário. O controle passará a ser do CAD e das assembleias de acionistas. E como a maioria do capital será de terceiros (empresas, fundos de pensão, investidores), é uma decisão de cunho privado sim.
A venda dessas ações impactará no valor das tarifas de energia? Qual será o impacto para consumidores e empresas? De imediato, nada muda. A definição de tarifas é de responsabilidade da Aneel. Esse é o principal argumento do governo e dos que defendem a privatização para afirmar que nada mudará. Mas, no médio ou longo prazos, não há como garantir que as tarifas permaneçam no atual patamar. A revisão tarifária é baseada em custos da empresa e investimentos com melhorias e obras. Isso pode mudar o cálculo da tarifa. Bom lembrar também que as tarifas mais caras do Brasil são praticadas por empresas privadas.
A Copel anunciou tempos atrás que tinha dado lucro histórico e repartiu com acionistas. O valor da venda das ações planejado seria equivalente ao lucro anual. O valor planejado dessa venda é justo? Houve especulação financeira? Este talvez seja o principal ponto que, no nosso entender, não justifica a venda de ações. O governo
detém 69,7% das ações da Copel. Grosso modo, 2/3 do lucro vão para os cofres do estado. Se pegarmos o lucro do ano passado (R$ 3bi), o governo recebeu perto de R$ 2 bilhões. Se tivesse mantido 15% das ações, receberia perto de R$ 450 milhões. Ou seja, em menos de três anos a conta se equilibraria para o governo sem vender. Quanto à especulação financeira, não há como comprovar nada com os dados públicos disponíveis, vez que não chegam ao detalhe de quem comprou ou vendeu ações. Mas é estranho que, às vésperas do anúncio de venda, o volume de negociação seja mais do que o dobro da média. A CVM já foi no-
tificada e cabe a ela investigar eventual vazamento de informação privilegiada.
Como ficam os trabalhadores e o corpo técnico da empresa com a privatização. Há possibilidade de corte de funcionários? Como ficaria os concursados e engenheiros da empresa com o controle acionário privado? Corpo técnico e empregados foram pegos de surpresa. Nada está garantido. Não há qualquer garantia de emprego no momento. Estamos no meio do processo de acordo coletivo. A empresa fez uma proposta de manutenção de 65% do quadro em até 5 anos após a venda. Mas foi rejeitada pelos empregados – 88,6% votaram, e 94% destes recusaram. A expectativa é que melhore essa garantia. Bom lembrar que a CEB (empresa de Brasília) demitiu empregados em massa, imediatamente após a garantia de estabilidade terminar. É justamente essa a nossa preocupação - a empresa garantir poucos empregos e eliminá-los logo após o fim da garantia.
Venda das ações da Copel e entrega da empresa de vez para acionistas traz risco de aumento a médio e longo prazos
Bom lembrar também que as tarifas mais caras do Brasil são praticadas por empresas privadas”Leandro Taques
Outubro de 2023 até dezembro de 2023. Essa é a previsão que a Copel e seu presidente, Daniel Slaviero Pimentel, fazem para que o Paraná abra mão de suas ações e deixe de ser o acionista majoritário.
No momento, o estado detém cerca de 70% das ações com voto, o que define a política social e financeira da empresa. Por outro lado, com a medida aprovada na Alep, esse percentual cairia para 10%.
A manobra aprovada atropeladamente é alvo de críticas de entidades de classe. Para a Associação Brasileira dos Economistas pela Democracia – Regional Paraná (ABED-PR), a venda é um mau negócio para o Paraná. “A venda das ações pode gerar a arrecadação entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3,1 bilhões, valor similar à distribuição de dividendos realizada pela empresa referente ao ano de 2021, que foi de R$ 3,088 bilhões, é equivalente a cinco anos da média de dividendos recebido pelo governo do estado nos últimos três anos, na qual a média anual foi de R$ 618,8 milhões”.
O coletivo ainda desmonta o argumento de que a venda de ações é necessária devido ao fim da concessão da Usina Foz do Areia. “De acordo com o previsto na legislação, seria
possível para a Copel estabelecer uma parceria com uma empresa privada, em um formato de consórcio, a exemplo do que já fez em outros momentos para a disputa de leilões e, desta forma, manter a usina de Foz do Areia por 30 anos, ainda que seja como acionista minoritário”.
A OAB-PR também teceu críticas ao processo. “Tecnicamente, faltou vir a público a motivação do ato administrativo. Nada do que veio a público parece justificar a alienação do patrimônio. Além disso, sem entrar no mérito das vantagens ou desvantagens, também falta uma explicação sobre onde serão alocados os recursos decorrentes desta venda. É fundamental ao estado que tenhamos disponibilidade de energia elétrica para os investidores nacionais e estrangeiros que tenham intenção de investir no estado. No entanto, no encaminhamento do governo há muitas questões que deveriam ser explicadas”, diz Bahr Neto, da direção da OAB.
Já a Associação Paranaense de Engenheiros Eletricistas – APEE - manifestou o seu repúdio em decorrência da iniciativa do governo do estado. Em nota, reforçou o patrimônio dos paranaenses.
“Os reais valores financeiros e intelectuais da Copel não podem ser ‘medidos’ por um governo, são valores intangíveis que compreendem desenvolvimento, planejamento, engenharia em prol da sociedade. A Copel foi e continua sendo fundamental para o desenvolvimento do Paraná, atendendo com agilidade, confiabilidade e tarifas das mais módicas do Brasil a todos os consumidores rurais, industriais, comerciais e residenciais, fomentando o crescimento econômico do Estado”, disse a APEE.
A venda da empresa é alvo de ações judiciais. O líder da oposição na Assembleia Legislativa, Arilson Chiorato (PT), avaliou que o projeto não teve a tramitação devida, e que está “repleto de ilegalidades”. Ele cita, por exemplo, a ausência de audiências públicas para debater o tema, e ausência de participação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) no processo. O processo tem sido questionado no Conselho de Valores Mobiliários (CVM), Ministério Público Federal e no Ministério Público do Trabalho do Paraná.
Na terça-feira (29), o governo do Paraná publicou decreto que declara situação de emergência na região Leste do Paraná, que compreende municípios da Região Metropolitana de Curitiba e do Litoral.
O decreto atende à recomendação da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, em razão das chuvas intensas que atingem a região desde o dia 25 de novembro e causaram deslizamento de terra na BR-376, em Guaratuba, e em outras estradas. Com isso, fica autorizada a mobilização de todos os órgãos estaduais para ações de resposta ao desastre, reabilitação do cenário e reconstrução das áreas atingidas.
Vítimas encontradas O último boletim divulgado pelo gabinete de crise instituído para acompanhar a situação na BR-376 informa que há dois mortos con rmados e pelo menos 30 pessoas desaparecidas. No local, ainda há risco que a pista atingida desmorone, porque está sobrecarregada pelo peso da terra. A terra da encosta se desprendeu na altura do km 669 na rodovia, próximo ao município de Guaratuba (PR), a 120 km de Curitiba.
As equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e da Polícia Científica trabalham desde segunda-feira no atendimento à ocorrência. A rodovia está interditada nos dois sentidos e não há previsão para liberação do tráfego.
Divulgação | Corpo de Bombeiros
Familiares e amigos de pessoas que eventualmente possam ter desaparecido nesse local podem entrar em contato com a Central de Atendimento da Polícia Cientí ca, pelo telefone (41) 3361-7242. O serviço funciona 24 horas. Além disso, outras informações sobre o evento podem ser obtidas pelo telefone do Centro de Operações Cidade da Polícia - 0800-282-8082.
Entidades se posicionam contra e apontam irregularidade em venda da empresa
Agressor voltou a ser preso na quarta (30).
Polícia Civil investiga caso e MP é acionado
Omúsico Odivaldo Carlos da Silva, conhecido como Neno, foi agredido na Rua Doutor Faivre, no centro de Curitiba, em 22 de novembro. O crime foi registrado por câmeras de segurança. Ele chegava em casa quando se deparou com um homem armado com cassetete e faca e acompanhado de um cão, que recebeu ordem para que o atacasse, enquanto o dono dizia palavras racistas, segundo a vítima. Neno teve de levar cinco pontos no rosto e fraturou o maxilar em três lugares por conta das agressões.
O agressor, o segurança Paulo Cezar Bezerra da Silva, foi identificado pela Polícia Militar, mas acabou solto no mesmo dia. Só teve prisão novamente decretada pela Justiça e foi detido na quarta-feira (30). O caso foi atendido inicialmente pela PM, que registrou a situa-
ção como lesão corporal. Porém, segundo Neno, durante as agressões o suspeito o chamou de “macaco” e de “negro sujo”. De acordo com o músico, o suspeito também disse que “morador de rua tem que apanhar”. O caso segue sob sigilo em investigação pela Polícia Civil, agora também sendo considerado o agravante de injúria racial.
Após a repercussão do caso e divulgação nas redes, mais dois casos de violência cometidos pelo mesmo homem foram revelados. Os vídeos foram divulgados pelo jornal “Tribuna da Massa”. A vereadora de Curitiba e deputada federal eleita Carol Dartora (PT) lamentou que o agressor tenha sido solto. Segundo ela, a busca por Justiça para este caso vai continuar. A parla-
mentar encaminhou pedido de prisão do agressor ao Ministério Público e também fez ofícios à Defensoria Pública do Estado, Conselho Nacional de Direitos Humanos e Assessoria Municipal de Promoção da Igualdade Racial solicitando acompanhamento do caso.
Três promotores de Justiça foram designados pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), por meio da Procuradoria-Geral de Justiça, para acompanhar as investigações relacionadas às agressões sofridas pelo músico. Neno foi ouvido na manhã da segunda (28) pelo delegado do 1º Distrito Policial, no Centro de Curitiba. Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato Paraná, ele afirma estar sentindo tristeza e medo diante do que aconteceu.
Brasil de Fato Paraná – No dia, como você se sentiu ao ser agredido e ainda ouvindo aquelas palavras de racismo?
Neno – Fiquei assustado sem saber o porquê de tanta raiva do agressor, que nunca havia visto. Não estou acostumado com isso, sempre preguei o amor. Estou com ferimentos, levei cinco pontos, quebrei um dente e terei que fazer uma cirurgia e ainda o agressor está solto. (N.R. Foi detido após esta entrevista)
O que mudou na sua rotina desde este dia? Mudou tudo porque ainda estou me recuperando dos ferimentos, sinto medo de andar
na rua. Mudou muito, não tenho como sair de casa desacompanhado, pois sinto verdadeiro temor de que aconteça algo semelhante e, por isso, também estou sem trabalhar.
Gostaria que me falasse um pouco sobre a sua vida aqui na cidade e se algo semelhante já havia acontecido com você. Vivo aqui desde os 15 anos e nunca isso tinha me acontecido. Nunca passei por uma experiência tão séria e olha que comecei a tocar nos Estados Unidos. Já trabalhei em vários países e nunca passei por isso, hoje sinto medo. Espero que o mundo seja melhor. Não só pra mim, mas para todos.
Oespetáculo de dança contemporânea “Rota”, de Bia Figueiredo, faz temporada de estreia em Curitiba de 1º a 11 de dezembro de 2022, no Espaço Nó, no bairro Juvevê, de quinta a domingo às 20h. A criação teve a colaboração e é pensada para pessoas com deficiência visual. “Esse trabalho surge da vontade de criar uma dança na qual o sentido visual não seja imprescindível para a expectação. É uma
tentativa de deslocamento dos códigos visuais que podem compor uma dança”, revela Bia.
Durante o processo criativo, Bia conviveu com pessoas cegas ou com baixa visão em oficinas no Instituto Paranaense de Cegos e no Centro de Capacitação em Artes Guido Viaro. E ainda fez mostras do processo para colher impressões sobre as cenas. “É um convite para a imaginação, para a fabulação de danças para além do corpo humano. Corpo em
movimento, sons e palavras são ativadores de rotas coreográficas, descritas, dançadas e faladas em tempo real. É um chamado para imaginar mundos”, completa Bia.
O trabalho tem direção do artista Gabriel Machado e a colaboração dramatúrgica do poeta Francisco Mallmann e da professora de artes Juliana Partyka. “Rota” tem ainda a colaboração das artistas Jo Mistinguett na sonoplastia, Patrícia Cipriano como figurinista, Semy Monastier na iluminação e co-
O FeCult – Festival de Culturas da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) – entra em sua terceira edição e vem sendo concebido como um encontro da comunidade acadêmica da universidade e também de Foz do Iguaçu e Região, com a arte e a diversidade cultural presentes nas identidades, na apropriação dos espaços e na produção criativa. É aberto ao público.
Esta edição será em homenagem a Katherine Sahyan Antillanca Millaqueo, professora do curso de Música, que faleceu na madrugada do dia 9 de julho. O festival será realizado no dia 9 de dezembro e contará com mais de 30 atrações que contemplam diversas linguagens artísticas: dança, teatro, música, artes circenses, artes visuais, literatura, poesia, cinema e exposições.
laborações de Helen Mieko, Manoel Negraes e Wagner Bitencourt. A produção é de Cândida Monte e Moira Albuquerque. É possível reservar os ingressos pela plataforma Sympla. São apenas vinte lugares por sessão. O espetáculo tem o apoio da Divesa e da Phil Young’s através da Lei de Incentivo à Cultura de Curitiba.
A artista Bia é uma artista da performance e das mídias visuais. Interessa-se por poéticas e políticas do corpo
em seus múltiplos desdobramentos e é graduada em Produção Cênica pela Universidade Federal do Paraná. É pesquisadora independente do movimento em interação com processos regenerativos intrínsecos ao corpo e à Terra. Entre seus trabalhos estão “Bimobaba” (2017) e a performance “Polvo” (2020).
Mais informações w ww.instagram.com/ bbiafigueiredo Reservas www.sympla. com.br/rotadanca
A cada semana, publicamos receitas com produtos agroecológicos da rede colaborativa Produtos da Terra, da Sinergia Alimentos Saudáveis e da Rede Mandala. Parte dos ingredientes pode ser encontrada no site produtosdaterrapr.com.br
Ingredientes
1 xícara de lentilha
1/2 xícara de arroz Terra Livre
4 cebolas orgânicas grandes
Azeite
Sal e pimenta a gosto
Está distribuída durante todo o dia, com atividades que serão apresentadas no auditório do Jardim Universitário, no Laboratório de Artes
Corporais e em outras salas do JU. A programação completa será divulgada em breve no site da Unila https://portal.unila.edu.br/
Modo de preparo Coloque e lentilha para cozinhar em água, até ficar al dente. Enquanto isso, pique duas cebolas em pedaços pequenos e refogue em azeite. Escorra a lentilha, guarde e reserve o caldo. Misture a lentilha com a cebola bem dourada. Depois acrescente o arroz lavado e misture, colocando sal e pimenta. Depois, coloque os ingredientes para cozinhar com três a quatro xícaras da água do cozimento da lentilha, até secar.
Na segunda-feira, o Brasil enfrentou mais uma seleção complicada na Copa, e apesar das dificuldades, sem seu principal nome, Neymar, e com desfalque lateral direita, venceu sem tomar um chute a gol direito. Seria síndrome de vira-lata contada por Nelson Rodrigues em copas anteriores? Será que é justamente pelo nosso alto nível de exigência de querer sempre ganhar bonito que é o nosso grande diferencial e nos faz ser pentacampeões mundiais? Até porque tínhamos que ser exigentes em alguma coisa.
O fato é que no jogo o Brasil confirmou seu favoritismo e venceu mais uma vez. Tite procurou dar mais espaço para Paquetá ditar o ritmo das jogadas de ataque, com Fred na contenção
na meia. Deu certo, o Brasil não tomou sustos grandes atrás, mas nossa maior característica, o ataque, acabou sendo prejudicado com transições mais lentas e toque mais burocrático diante do ferrolho suíço.
Era jogo para 0 a 0, mas aí entra o diferencial da seleção nesta copa, que nos fez avançar em alguma coi-
Os “seis anos perdidos” (2015-2020) ainda deixam sequelas no futebol alviverde. Não bastassem dois rebaixamentos (2017 e 2020), a melhor posição obtida na Série A foi a 15ª. Nos dois anos de 2ª Divisão, chegou a amargar um 10º lugar e, na Copa do Brasil, colecionou eliminações já nas 1ª (URT e Manaus) e 2ª Fases (Juventude e ASA), além de desclassi cação na 3ª para o Goiás. O cataclisma repercutiu como cicatriz no ranqueamento do clube na CBF. Os potes do sorteio da Copa do Brasil não permitiram ao Coxa sonhar sequer com as 8ªs de nal em 2021 e 2022, dados os adversários nos quais esbarrou (Flamengo e Santos). Para o ano que vem já está em 23º - ainda assim no Pote B, o que já antecipa forte oponente na 3ª fase. Na próxima edição este colunista mostrará o caminho a percorrer na competição para chegar lá, especi cando os possíveis times rivais.
sa depois de quatro anos de profundos retrocessos e derrotas. A nossa variedade de elenco. Tite saca Fred e Paquetá e coloca dois jovens com mais fome de gol, Bruno Guimarães para agilizar o jogo do meio ao ataque, e Rodrygo, o homem para encostar junto aos três da frente. Batata. Gol de Casemiro com toque de Ro-
drygo. E foi só. O suficiente para que ganhássemos pela primeira vez da Suíça na história das Copas e garantíssemos ao lado dos franceses e portugueses a classificação antecipada para as oitavas de final.
Talvez não foi o suficiente para os viralatistas, que acharam que o Brasil jogou muito mal, que a Suíça era fraca, e que era jogo para golear. Para os otimistas realistas como eu, fazendo alusão ao eterno Ariano Suassuana, foi jogo difícil, mas que prova que podemos avançar mesmo diante das dificuldades com nossa diversidade, e mesmo em crise. Isso me diz alguma coisa também sobre os últimos quatro anos. Vai ser difícil, como todas as cinco copas foram, mas no fim é justamente na dificuldade que nos recriamos, dentro e fora das quatro linhas.
Holanda x EUA sábado, dia 3, às 12h
Argentina x Austrália sábado, dia 3, às 16h
França x Polônia domingo, dia 4, às 12h
Inglaterra x Senegal domingo, dia 4, às 16h
1° Grupo E x 2° Grupo F segunda, dia 5, às 12h
1° Grupo G x 2° Grupo H segunda, dia 5, às 16h
1° Grupo F x 2° Grupo E terça, dia 6, às 12h
1° Grupo H x 2° Grupo G terça, dia 6, às 16h
Dia 28 de novembro o acidente com o avião da Chapecoense completou seis anos. Para a torcida paranista, são seis anos sem um dos nossos maiores ídolos. Seis anos sem Caio Júnior. Tive a honra de fazer uma breve entrevista com o Caio em 2006, em meio a disputa do brasileirão. Foi no improviso, ele estava abrindo a porta do carro, pronto para ir pra casa depois de comandar o treino. Eu nem bem me apresentei como jornalista ele já fez positivo com a cabeça, que topava a entrevista. Foi rápido, mas épico. Perguntei da história popular do tricolor, das alegrias dos anos 1990, dos desa os do futuro. Eu fecho os olhos e consigo lembrar do brilho no olhar, do carinho que ele demonstrava pelo Paraná. Diz a lenda que ele tinha planos de vir treinar o Paraná de graça no nal da carreira como treinador. Pelo que vi naquele dia, não duvido. Obrigado, Caio!
Para surpresa daqueles que nunca acompanharam de perto as últimas temporadas do Athletico, Bruno Guimarães mostrou na seleção como é um jogador diferenciado. Para a torcida rubro-negra que viu como o craque se mostrou gigantesco na nal da Copa do Brasil de 2019, nenhuma novidade. Existem jogadores que gostam dos desa os e crescem quando enfrentam as maiores adversidades. E estamos diante de um caso destes. Bruno chegou na Europa com força total, assumindo a titularidade por onde passou. No Newcastle, terceiro colocado na Premier League, o volante é um dos grandes destaques da equipe, e já desperta o interesse do maior campeão da Champions League: Real Madrid. Acredito que é questão de tempo para que ele assuma a titularidade na seleção e se torne um dos grandes jogadores da posição.