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A violência racista vem do opressor, que ainda tenta acusar a vítima

Opini O

Juliana Mittelbach

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Feminista negra, enfermeira no Hospital de Clínicas UFPR, mestranda em Saúde Coletiva e vice-presidente do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial

“Não confunda a reação do oprimido com a violência do opressor”

Malcolm X

Asociedade continua esperando que nossa reação a ataques racistas seja dócil e tranquila. Boa parte dos não negros espera que nós pacientemente eduquemos os nossos agressores explicando por que sua atitude foi racista e como não mais agir assim.

Questionam nossa humanidade ao nos comparar com animais, ferem nossa essência e de nossa ancestralidade, agem como se isso fosse aceitável em determinados contextos e esperam de nós passividade na resposta. Já nos livramos dos grilhões da escravização. Nossos ancestrais não aceitaram, e nós também não aceitamos e nem aceitaremos, ser açoitados sem reagir.

O fato posto é que se não reagimos com tranquilidade somos punidos antes mesmo do agressor. No futebol quando atletas negros se exaltam diante de ofensas racistas que sofrem são expulsos e por vezes acusados de incitar a torcida adversária.

Na política cassam nossos mandatos e nos acusam de falta de decoro por lutar na defesa de vidas negras. Nas ruas somos julgados como suspeitos, somos seguidos por seguranças e se denunciamos somos nós os encrenqueiros enquanto eles só faziam seu trabalho. Para as forças de segurança, qualquer movimento é entendido como resistência à abordagem, qualquer objeto pode ser confundido com arma, qualquer palavra dita pode ser desacato e assim somos ceifados.

Tenho acompanhado a forma desastrosa como a Primera División da Liga de Fútbol Profesional da Espanha, conhecida como LaLiga, tem conduzido as ações referentes aos crimes de racismo praticados contra o jogador brasileiro Vinícius Jr. Quando reiteradamente são desferidos ataques racistas contra um atleta e a organização do campeonato não adota medidas efetivas para coibir essa prática está, sim, sendo conivente. Chama-se racismo institucional.

Novos gestores

Na sexta (19), foi a posse dos novos gestores no Paraná do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra-PR) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Assumiram os cargos Leila Klenk no MDA, Nilton Bezerra Guedes no Incra-PR e Valmor Luiz Bordin na Conab.

Acabar com a fome

"Vamos ajudar a alcançar o objetivo do governo Lula de acabar com a fome no Brasil, vamos trabalhar para superar a pobreza no campo. A agricultura familiar é responsável pelo que comemos no dia a dia, mas não recebe ainda o apoio de que precisa. Vamos pensar juntos em sistemas de produção que sejam sustentáveis. Temos a clareza de que a alimentação do povo vem e virá das mãos camponesas da agricultura familiar", afirmou Leila Klenk.

“Queremos estar junto dos assentados para uma administração mais eficiente, levando créditos, títulos, infraestrutura e o que mais precisar para o desenvolvimento”, disse Nilton Guedes, do Incra. “Outra prioridade será a regularização de posseiros. Também daremos destaque à política quilombola, com a regularização fundiária dos territórios. Faremos um trabalho ostensivo para emitir títulos a esses agricultores e teremos grandes agendas pela frente”, ressaltou.

Disse o jogador Vinícius Junior em seu Twitter após enfrentar gritos racistas em jogo do campeonato espanhol. Além da ação criminosa de que foi vítima, Vinícius ainda foi expulso da partida por “agressão”. Após a repercussão do caso, o cartão vermelho foi “retirado” pela Federação Espanhola.

Jogo Do Poder

Por Frédi Vasconcelos

A dama pediu saques

Mensagens encontradas no celular do ex-faz-tudo de Bolsonaro, o tenente coronel Mauro Cid, preso por adulterar documentos de vacina, mostram como eram pedidos e feitos depósitos em dinheiro na conta da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Duas assessoras dela mandavam mensagens por WhatsApp e em seguida os depósitos ocorriam. As assessoras chamavam a esposa de Bolsonaro nos pedidos de "dama" ou pela sigla "PD" [primeira-dama].

CPI anti-MST

Na CPI anti-MST dominada pela extrema-direita e pelos bolsonaristas na Câmara, os primeiros requerimentos mostram por que foi instalada. Há pedidos para que sejam ouvidos dois ex-integrantes do MST no Distrito Federal. A última edição da Feira Nacional da Reforma Agrária também entrou na mira. Há ainda pedidos para que o secretário de segurança pública de São Paulo fale sobre ações do MST no estado.

Simulador de escravidão Treze comprovantes

Nas primeiras análises da PF foram encontrados 13 comprovantes de depósitos em dinheiro na conta de Michelle entre março e agosto de 2021. “A investigação agora analisa as quebras de sigilo bancário para identi car as transações entre 2019 e 2022, durante toda a gestão de Bolsonaro”, ressalta reportagem do jornalista Aguirre Talento, no Portal UOL. Ele destaca que as assessoras também pediam depósitos mensais para Rosimary Carneiro, titular do cartão de crédito usado por Michelle.

Reprodução | RedesSociais

Um jogo eletrônico com o tema de "proprietário de escravos" estava disponível no Google Play até o início da tarde da quarta-feira (24). Nele, os jogadores são incentivados a obter "lucro" e contratar guardas para evitar rebeliões. Além disso, há uma opção para explorar sexualmente as pessoas colocadas sob seu poder no mundo virtual. O “jogo” só foi retirado após denúncias em redes sociais.

Mais Médicos no Paraná terá 327 profissionais

Com 5.970 vagas distribuídas em 1.994 municípios no Brasil, o Ministério da Saúde abriu edital para a retomada do Programa Mais Médicos.

Após ser encerrado no governo Bolsonaro, o novo modelo dá prioridade aos pro ssionais brasileiros. O Paraná terá direito até a 327 pro ssionais.

De acordo com o governo, além dos médicos brasileiros registrados no Brasil, que terão prioridade na seleção, também poderão participar brasileiros formados no exterior ou estrangeiros, que continuarão atuando com Registro do Ministério da Saúde (RMS) em vagas não ocupadas por médicos com registro no país.

No novo modelo, os pro ssionais também passarão a receber incentivos, proporcional ao valor da bolsa, pela permanência no programa e para atuarem em regiões de vulnerabilidade. Os médicos alocados nessas regiões, ao permanecerem por 48 meses no programa, poderão receber incentivo de R$ 120 mil – equivalente a 20% do total recebido no período.

Segundo o deputado estadual e presidente do PT Arilson Chiorato, essa é mais uma marca do novo governo. “A Saúde voltou a ser prioridade no nosso país”, destacou.

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