Tá liberado ‘pedalar’
Paralimpíadas Abertura dos Jogos Paralímpicos acontece nesta quarta-feira (7) Foto: Beto Barata
Dois dias após impeachment, governo Temer legaliza pedaladas fiscais
Brasil - p.06 PARANÁ
06 a 13 de setembro de 2016
Esportes | p. 08
distribuição gratuita Foto: Daniel Zappe MPIX-CBP
Ano 01 | Edição 13
Bancários em greve
Trabalhadores se mobilizam por avanços nas condições de trabalho Cidades | p. 04
Eleições Municipais
Foto: Rafael-Neddermeyer
Quase metade das cadeiras da Câmara de Vereadores não é ocupada pelos mais votados. Entenda por quê. Eleições | p. 05
‘Fora, Temer’ leva manifestantes às ruas de Curitiba
Foto: Leandro Taques
Uma maratona de manifestações contra o governo de Michel Temer se multiplica nas capitais brasileiras. Em Curitiba, três atos foram realizados, e outros estão marcados para os dias 6 e 7 de setembro. Editorial - p.02 |
Geral - p. 03
2 | Editorial
Paraná, 06 a 13 de setembro de 2016
Brasil de Fato PR
EDITORIAL
Um período de lutas para os jovens O
afastamento definitivo de Dilma Rousseff da Presidência da República significa a quebra da decisão tomada por 54 milhões de brasileiros nas eleições de 2014. Um golpe que, assim como uma eleição indireta, leva ao poder o PMDB de Michel Temer, o PDSB de José Serra. A articulação golpista conta com apoio decisivo dos Estados Unidos, de setores atrasados do Congresso Nacional, do Judiciário, Ministério Público, Polícia Federal, Tribunal de Contas e entidades empresariais. Assim como no golpe de 1964, diversos órgãos de mídia são coniventes com a ilegalidade e constroem uma aparência de normalidade do funcionamento das instituições. O governo Temer tenta agora esconder seu caráter golpista e a falta de apoio na sociedade. Mas as mobilizações aumentam e demonstram que o governo ilegítimo não terá sossego. Jovens foram às ruas, convocados via redes sociais, já no
dia da votação no Senado - dia 31 de agosto. Para essa geração, abrese um longo caminho na luta por direitos constitucionais conquistados desde os anos 1980, que o golpe busca enterrar. Ao mesmo tempo, essa juventude luta por mais serviço público, mais direitos, por um outro projeto de país. E é justamente por isso que os golpistas se articulam para legitimar uma violenta repressão contra os movimentos populares, estudantis e todos os trabalhadores que lutam em defesa da democracia. Em seu ministério, Temer formou um trio
Abre-se um longo caminho na luta por direitos constitucionais conquistados desde os anos 1980, que o golpe busca enterrar
EXPEDIENTE Brasil de Fato PR Desde fevereiro de 2016 O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Ceará e Paraná. Esta é a edição nº16 do Brasil de Fato PR, que circulará sempre às quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais. JORNALISTA RESPONSÁVEL Ednubia Ghisi (MTB-0008997/PR) EDIÇÃO Camilla Hoshino COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Eloisa Dias Gonçalves, Fernando Marcelino, Paula Zarth Padilha, Riquieli Capitani e Fabio Ladeira. ARTICULISTAS Roger Pereira, Manolo Ramires, Cesar Caldas REVISÃO e DIAGRAMAÇÃO Maurini Souza FOTOGRAFIA Leandro Taques, Gabriel Dietrich ADMINISTRAÇÃO Clara Lume CONSELHO OPERATIVO Gustavo Erwin Kuss, Daniel Mittelbach, Luiz Fernando Rodrigues, Pedro Carrano TIRAGEM SEMANAL 10 mil exemplares REDES SOCIAIS facebook.com/ bdfpr ANUNCIE administracaopr@brasildefato. com.br
da repressão, com Alexandre Moraes na Justiça, Raul Jungmann na Defesa e Sérgio Etchegoyen no novo Serviço Nacional de Informações (SNI/ABIN). A repressão contra as manifestações logo após a votação no Senado em diversas cidades no Brasil, com ênfase em São Paulo, já mostra que o conflito social vai aumentar daqui para frente. O golpe à democracia já foi dado. E sua reversão somente poderá se dar devolvendo ao povo brasileiro a soberania do seu voto, uma reforma política com Constituinte para que o povo de fato participe da política. Apesar dos perigos, como diz a canção de Ivan Lins, é um novo tempo para a emergência do movimento popular brasileiro
OPINIÃO
Reféns da ‘segurança’: quem fiscaliza a Guarda e os agentes policiais? Por Eloísa Dias Gonçalves, Advogada, professora universitária e militante da Consulta Popular
N
o dia 25 de agosto, por volta das 15h, o advogado negro Renato Freitas foi preso e agredido no Largo da Ordem por dois guardas municipais. O caso ganhou repercussão, pois o abuso de autoridade dos guardas e da Polícia Civil foi flagrante, a ponto de o Ministério Público instaurar, na mesma semana, um inquérito para investigação do caso por abuso e racismo. Mas a questão que fica é: se um
advogado, que não reagiu à abordagem e não foi acusado de cometer uma ilegalidade, foi preso e agredido, em plena luz do dia, na região central de Curitiba, em frente às câmeras de segurança municipais, que outros abusos são cometidos em nossa cidade, quando não há ninguém para filmar e denunciar? O papel da Guarda Municipal deve ser o de zelar pelo patrimônio público e garantir que as pessoas se sintam protegidas, resguardadas. Mas quando não há um controle forte e externo sobre os agentes responsáveis pela nossa segurança, acabamos nos tornando reféns. Participação Por isso, é funda-
mental que a população participe do processo de construção da segurança pública, com espaço para denunciar os casos de violência e abuso de autoridade, e também para pensar a política municipal de segurança, estabelecendo quais as necessidades e prioridades de cada bairro. É preciso investir na Guarda Municipal e garantir condições de trabalho adequadas para que esses agentes possam contribuir para a construção de uma cidade mais segura. Mas para isso, devemos repensar o papel e o modelo da Guarda, para que ela, de fato, seja um órgão de segurança comunitária, e não de repressão e reprodução da violência.
Brasil de Fato PR
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FRASE DA SEMANA
SINDICAL | Por Paula Zarth Padilha
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Greve 1
mandou
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Foto: Eduardo Saraiva
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), proibiu manifestações na Avenida Paulista no domingo (4) para a passagem da tocha olímpica. Ele quer evitar que a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo se manifestem contra o golpe sofrido pela ex-presidenta Dilma Rousseff (PT). Mandou mal Alckmin, isso é censura!.
Divulgação
Foto: Helena Zelic: SOF
A Sempreviva Organização Feminista (SOF) e a Marcha Mundial das Mulheres mandaram bem ao organizar a segunda edição da Virada Feminista, em São Paulo (SP). O evento foi viabilizado por meio de uma campanha definanciamento coletivo e contou com 24 horas de shows, oficinas, sarais e rodas de conversas. Olha que boa ideia para Curitiba!
3 | Geral
Paraná, 06 a 13 de setembro de 2016
7 de setembro é dia de protestos Fora Temer’ e Grito dos Excluídos convocam a população a ocupar as ruas e praças públicas de Curitiba Por Camila Hoshino, tar o debate”, afirma. Para o de Curitiba (PR) militante, é essencial a presença de outros movimentos Parece que neste ano o nos atos. “É hora de unificar e descanso do feriado do 7 de resistir, ocupar ruas e praças setembro, data em que se ce- públicas”. lebra a “Independência” do Em relação às ações diretas Brasil, ficará em segundo pla- promovidas por alguns parno em Curitiba. Além do tra- ticipantes dos protestos e dicional Grito dos Excluídos, que têm gerado polêmicas na que chega a sua 22ª edição, grande mídia e entre os prómais um ato ‘Fora Temer’ prios manifestantes, Thiago promete tomar as ruas da ca- explica: “Não é algo que a orpital paranaense. O ato é con- ganização apoie, mas não cavocado pelo grupo CWB con- be a nós coibir. Prezamos por tra Temer, que já organizou uma passeata passiva, sem cerca de dez manifestações depredações, mas temos que de resistência ao golpe de Es- fazer escrachos de alguma forma, seja com jograis ou tado. De acordo com o estudan- pinturas em frente a pontos te de Direito e integrante do importantes, dentro da legaCWB contra Temer, Thiago lidade”. Régis, a resistência ao golpe Os atos ‘Fora Temer’ de terpuxada pela organização se- ça (6) e quarta-feira (7) estão rá, primeiramente, nas ruas. previstos para às 18h, na Pra“Mas queremos ir além, pro- ça 19 de Dezembro. A mobimovendo assembleias, traba- lização do dia 6 também é orlho de base e criando núcle- ganizada pelas frentes Brasil os nas faculdade para fomen-
Popular e Povo Sem Medo. Grito dos Excluídos Enquanto isso, o Grito dos Excluídos, que neste ano traz o lema “Este sistema é insuportável: exclui, degrada e mata” e o tema “Vida em primeiro lugar”, será realizado na Paróquia São Benedito, no Capão da Imbuia (locar entre parenteses: Rua João Frederico Stadler Júnior, 441), a partir das 8h30. Após a concentração, haverá uma caminhada até a Associação Solidários pela Vida – Sovida, uma instituição que trabalha com pessoas com o vírus HIV. Durante paradas ao longo do trajeto, diferentes mazelas que afetam a sociedade serão denunciadas – gritos por saúde, segurança, entre outros. Ao longo da semana que antecede a mobilização, rodas de conversa com diferentes temáticas estarão sendo realizadas nos bairros.
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Escreva para redacaopr@brasildefato.com.br
Os trabalhadores da Usina do Xisto, localizada em São Mateus do Sul, estão em greve desde o dia 1º. A paralisação é contra a alteração de jornada de turno dos petroleiros imposta de forma unilateral. As horas trabalhadas foram reduzidas por turno, mas foram mantidas na jornada mensal, que significa mais dias de trabalho e menos folgas. Eles definem a continuidade da greve em assembleia nesta terça (6), às 10h.
Greve 2 Além dos bancários, que entraram em greve nesta terça (6), outra categoria de trabalhadores do sistema financeiro que aprovou greve é a dos financiários. A partir do dia 12, as financeiras de crédito também estarão paradas em Curitiba. A categoria está em negociação salarial desde 14 de julho. Após quatro reuniões, a Federação patronal ofereceu apenas reajuste de 7,86% nos salários e benefícios, índice abaixo da inflação, mais abono de R$ 1 mil, não incorporado aos salários.
Saúde do trabalhador O Dieese lançou no final de agosto a primeira edição do Anuário de Saúde do Trabalhador, referente ao ano de 2015. O anuário foi formulado abordando três aspectos: população e saúde do trabalhador (demográfico); condições de trabalho e consequências para a saúde; e políticas públicas da área de saúde. Os dados podem ser acessados no site www.dieese.org.br.
4 | Cidades
Paraná, 06 a 13 de setembro de 2016
MST acampa em frente ao INCRA Ação é nacional e tem como pauta central o assentamento imediato das mais de 120 mil famílias acampadas no país Por Ednubia Ghisi, de Curitiba (PR)
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indos de todas as regiões do estado, cerca de mil agricultores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) na manhã desta segunda-feira (5/9), no Centro de Curitiba. O Movimento cobra o imediato assentamento das 10 mil famílias acampadas no Paraná, além denunciar o golpe ocorrido no Brasil e somar nas manifestações contra o governo de Michel Temer (PMDB). A mobilização ocorre simultaneamente a ações em outros estados, como parte da Jornada Nacional de Lutas Unitária dos Trabalhadores e Povos do Campo, das Águas e das
APOIADORES
Fiat ataca direitos trabalhistas em Campo Largo
Florestas, feita em conjunto com diversos movimentos do campo. Em Brasília (DF), 2 mil pessoas ocuparam o Ministério do Planejamento, na Esplanada dos Ministérios. Segundo José Damaceno, da coordenação estadual do MST do Paraná, o INCRA permanecerá ocupado por tempo indeterminado, até que haja avanço na negociação em âmbito nacional. Governo elitista Para Damaceno, o governo Temer mostrou sua “face elitista e anti-social” antes mesmo da confirmação do impeachment. Como exemplo, cita a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), uma medida antipopular que fragiliza a continuidade de políticas de interesse da agricultura familiar e da reforma agrária.
Por Pedro Carrano de Campo Largo (PR) Práticas antissindicais em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, reforçam o cenário nacional de ataque aos direitos dos trabalhadores. Desde a compra da Trytec e instalação da unidade de montagem de motores da transnacional Fiat, em 2011, metalúrgicos denunciam ações abusivas por parte da gestão
Brasil de Fato PR
Bancários iniciam greve por tempo indeterminado Trabalhadores se mobilizam por avanços nas condições de trabalho, saúde, segurança e garantia de emprego Por Paula Zarth Padilha de Curitiba (PR)
Foto: Joka Madruga/SEEB Curitiba
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partir do dia 6, começa a greve nacional dos bancários, que estão em campanha salarial. A negociação com os representantes dos bancos públicos e privados teve início dia 9 de agosto, com a entrega das reivindicações. Em Curitiba, os bancários rejeitaram a proposta de reajuste de 6,5% mais abono de R$ 3 mil. A inflação no período é de 9,57% e o percentual oferecido traz perdas de 2,8%. Além disso, o abono não incorpora no salário. A greve, por tempo indeterminado, foi aprovada por unanimidade em assembleia. Lucro dos bancos Num cenário de crise, os cinco maiores bancos que atuam no país lucraram juntos cerca de R$ da empresa. “A Fiat demite pessoas ligadas ao sindicato”, acusa Adriano Carlesso, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Montadoras de Veículos, Chassis e Motores de Campo Largo (Sindimovec). Em 2015, com o argumento da crise econômica e queda nas vendas do setor automotivo, a empresa ofereceu reajuste de salário abaixo da inflação, embora a produtividade tenha aumentado. De acordo com o sindicato,
Bancários durante lançamento da campanha salarial 2016.
30 bilhões no primeiro semestre de 2016. Em contrapartida, desde janeiro, mais de 8 mil postos de trabalho foram fechados, que são as demissões sem reposição de vaga. Os bancários construíram uma extensa pauta de melhorias das condições de trabalho e pedem reajuste com aumento real, garantia de emprego, o fim da terceirização e dos correspondentes bancários, fim das metas abusivas e medidas de segurança contra assaltos e sequestros, entre outros. passou de 190 mil para 250 mil motores naquele ano. Além da falta de abertura para negociações, conforme apontam as denúncias, a prefeitura local também não apresenta soluções para o conflito. A entidade sindical entrou com ações no Ministério Público e moveu processo contra a Fiat para garantir o direito à panfletagem no interior da fábrica. Os diretores do Sindimovec afirmam que a pressão da transnacional é maior do que na gestão anterior.
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5 | Eleições
Uma casa que precisa ser do povo Quase metade das cadeiras da Câmara de Vereadores não é ocupada pelos mais votados. Entenda por quê Foto: ChicoCamargo-CMC
Por Camilla Hoshino e Ednubia Ghisi de Curitiba (PR)
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assa de mil o número de candidatos a ocupar as 38 vagas da Câmara de Vereadores de Curitiba. Mas, afinal, para quem vai o voto quando você aperta o botão verde da urna? A eleição para vereador é definida pelo sistema proporcional, que funciona assim: para eleger um representante, a coligação ou o partido tem que alcançar o quociente eleitoral – que é definido a partir da divisão entre o número de votos válidos da eleição pelas vagas na Câmara Municipal. Nesta eleição, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estima que o quociente ficará na casa dos 30 mil votos. Portanto, é esse o número de votos que o partido e/ou a coligação deverá fazer para eleger um vereador. Nem sempre os candidatos mais votados são eleitos. Primeiro são calculados os votos nos partidos e coligações. Em seguida é feita a divisão entre o número de vagas da Casa, para então haver a divisão entre os candidatos, partidos e/ou coligações mais votadas. No pleito de 2012, por exemplo, 22 dos vereadores eleitos foram os mais votados. Os outros 16 acabaram favorecidos pelos votos do partido ou da coligação. O vereador melhor colocado teve 14.819 mil votos, enquanto o eleito que ocupou a última vaga fez 2.861 votos, cerca de um terço do suplente melhor votado, que chegou aos 6.624. Na avaliação do cientista político e professor da Universidade Federal do Paraná, Sérgio Braga, o formato do sistema eleitoral brasileiro gera fragmentação da representação política e o investimento em votos personalizados. Quem se favorece, com isso, são os candidatos com mais financiamento eleitoral e de famílias
Para não aceitar falsas promessas dos candidatos a vereador, é preciso ter na ponta da língua o que eles podem fazer pela cidade.
com trajetória na política, já conhecidas pela população. “O objetivo fundamental desse sistema eleitoral é evitar que surjam partidos de esquerda de massa, com maioria parlamentar, como o que ocorre em democracias mais avançadas. Sem compreender isso, nos perdemos em detalhes secundários”, explica. Qual a função do vereador? Em períodos de campanha, as demandas locais e problemas específicos ganham mais repercussão.
Como participar Assista e participe dos debates qualquer pessoa pode assistir às sessões plenárias da Câmara e participar das audiências públicas. Elas são propostas pelos vereadores ou pelas comissões da Casa. Solicite informações e fiscalize de acordo com a Lei de Aces-
“Como ele [sistema eleitoral] é centrado nas eleições do Executivo, os candidatos ao parlamento ficam numa guerra de todos contra todos para se eleger a qualquer custo, em vez de politizar o eleitorado”, alerta o professor. E para não aceitar falsas promessas, é preciso ter na ponta da língua o que eles podem fazer pela cidade. O vereador exerce a função do Poder Legislativo municipal. Seu papel é discutir questões locais e fiscalizar o Executivo - no caso o prefeito - em so à Informação, o cidadão tem o direito de encaminhar pedidos sobre atos, contratos, decisões de projetos ou qualquer assunto de interesse público por meio do site www.cmc.pr.gov.br. Os pedidos devem ser respondidos no prazo de até 30 dias. . Proponha leis em Curitiba, qualquer pessoa pode propor leis diretamente à Câmara de Vereadores. Para que sejam votados
relação à administração e aos gastos do orçamento público. Ele deve propor e votar leis, e ser o interlocutor entre as demandas do povo e o prefeito. De tempos em tempos, são eles que definem a Lei Orgânica, o equivalente à Constituição do município. É preciso ficar muito atento com as promessas relacionadas à segurança pública, ao saneamento básico, às obras de redes de metrô e à instalação e à remoção de radares em avenidas, por exemplo, questões que não estão sob competência do Legislativo. Para Sérgio Braga, tais promessas são mais um sintoma adicional do caráter despolitizador do sistema eleitoral brasileiro.
Vereadores Salário: 15,1 mil Carga horária: 40 horas semanais Pode reeleger? Por tempo indeterminado Candidatos nesta eleição: 1110, de 22 diferentes partidos No Paraná: 28.888 candidatos, espalhados pelos 399 municípios do estado
projetos, os curitibanos precisam apresentar sugestões através de alguma entidade que os represente (pessoas jurídicas de direito privado e sem fins lucrativos), sem necessidade de um mínimo de assinaturas. Feita com maior participação de pessoas, a proposta pode ter mais força dentro da Casa. Prefeitura. Até o momento, a cidade segue sem alternativa para os lixões.
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Dois dias após impeachment, pedaladas fiscais são legalizadas Lei flexibiliza o remanejo do Orçamento, justificativa principal para o afastamento da presidenta
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Foto: Lula Marques/ LM_CNI
governo não eleito de Michel Temer, representado por seu
modo, autoriza as pedaladas fiscais, justificativa do afastamento de Dilma Rousseff pelo Senado dois dias antes, em 31 de agosto. Para Eduardo Faria, professor universitário e integrante da articulação Advogados pela Democracia, a aprovação da Lei comprova a ficção do processo de afastamento de Dilma Rousseff. “Se os fundamentos para o impeachment eram, efetivamente, os créditos suplementares, que prejudicavam os bancos públicos e eram inadmissíveis do ponto de vista orçamentário, como podem deixar de ser crime e inviabilizar a economia dois dias após a votação?”, questiona. De acordo com os argu-
Curta a página do BDF: facebook.com/bdfpr
O formalismo jurídico construído ao longo desse processo carece de fundamentos materiais reais Eduardo Faria, professor universitário e integrante da articulação Advogados pela Democracia
mentos legais utilizados para o impeachment, Dilma foi afastada de seu mandato como presidenta exatamente por ter usado os créditos suplementares sem a autorização do Congresso. Na prática, para Faria, a mudança das regras indica o uso de um artifício legal para justificar o prosseguimento do golpe. “O formalismo jurídico construído ao longo desse processo carece de fundamentos materiais reais”, cobra o professor de Direitos.
Presidente não eleito, Michel Temer (PMDB), e presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM).
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Mudanças A Lei tem origem no Projeto do Congresso Nacional (PLN) 3/16 e foi aprovada no dia 23 de agosto. O texto autoriza o governo a reforçar, por decreto, até 20% do valor de uma despesa prevista no orçamento de 2016, mediante o cancelamento de 20% do valor de outra despesa. Até então, o remanejamento era restrito a 10% do valor da despesa cancelada. A mudança na lei orçamentária também possibilita que o governo cancele recursos incluídos por emendas coletivas do Congresso Nacional e direcione os recursos para outras áreas de seu interesse, com exceção das emendas de execução obrigatória previstas na Lei de Diretrizes Orçamentarias (LDO). Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Da redação Edição: Camila Hoshino e Ednubia Ghisi
interino e presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM/RJ), sancionou a Lei 13.332/2016, que flexibiliza as regras para abertura de créditos suplementares sem a necessidade de autorização do Congresso. A sanção ocorreu na sexta-feira (2/9) e, grosso
400g de peito de frango; 1 cebola média; 3 dentes de alho; 1 caixa de creme de leite; Meia xícara de molho shoyo; Sal e pimenta a gosto. Preparo Corte o frango em cubos e frite no azeite com a cebola e o alho até ficar no ponto. Acrescente o molho shoyo e deixe cozinhar mais uns 5
minutos. Por fim, acrescente o creme de leite e misture bem, temperando com sal e pimenta a gosto. Sirva com arroz ou massa de sua preferência.
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7 || Cultura Cultura 7
CINEMA
”Cada vez mais combativos”, diz diretor de Aquarius Foto: José Eduardo Bernardes
Longa-metragem foi premiado em Cannes, quando o elenco denunciou o golpe no Brasil Por José Eduardo Bernardes, de São Paulo (SP) Clara (Sonia Braga) é uma jornalista e escritora moradora da praia de Boa Viagem, em Recife (PE), e resiste às investidas do jovem e ambicioso corretor de imóveis Diego (Humberto Carrão). Ele tenta comprar o apartamento de Clara para construir ali um novo empreendimento imobiliário. Esse é o fio condutor do filme “Aquarius”, dirigido por Kleber Mendonça, que estreou no dia 1º de setembro nos cinemas. Assim como em “Som ao Redor”, seu último e elogiado longa-metragem, Mendonça volta a falar sobre a cidade e o incômodo criado pela especulação imobiliária. “É um movimento de se sentir desconfortável com essa nova cidade e com o espaço urbano como ele está”, explica o diretor. Esse é o segundo filme de Mendonça que vai para Cannes, maior festival de cinema do mundo, que acon-
tado debates e polêmicas desde sua premiação no festival francês. Lá, na noite de estreia, Mendonça e o elenco do filme denunciaram o golpe que acontecia no Brasil, ao levantar diversos cartazes durante a passagem pelo tapete vermelho. Agora, perto de sua estreia nacional, o Ministério da Justiça classificou o
““Não sabemos o que será dos incentivos ao cinema daqui pra frente”” Kleber Mendonça tece na França. Apensar do reconhecimento, o diretor está receoso com o futuro do cinema no país após o processo de impeachment da presidenta Dilma, que fez subir ao poder um governo interino com claras tendências conservadoras. “Não sabemos o que será dos in-
centivos ao cinema daqui pra frente. Mas acho que seremos cada vez mais combativos, independentemente do que aconteça”, aponta Mendonça. Para o diretor, não é possível “ficar calado na sociedade, e as palavras são as armas ideais para isso”. Polêmicas Aquarius tem levan-
filme como para maiores de 18 anos, por “cenas de sexo complexo” e uso de drogas. A decisão causou reações no mundo cinematográfico. Na França o filme recebeu classificação etária de 12 anos. Já na Holanda, onde ganhou o prêmio de melhor filme do Festival de Cinema de Amsterdã, é livre.
AGENDA 0800
Bienal de Quadrinhos O quê: serão quatro dias repletos de atividades, como feira de HQs, exposições, palestras, mostra de curtasmetragens e festas. Estão confirmadas 32 opções de cursos relacionadas a quadrinhos, fanzine, mangá, escultura, aquarela, stencil, etc. Quando: de 8 a 11 de setembro. Onde: no Museu Municipal de Artes (MuMA), Av. Rep. Argentina, 3.432 – Portão.. Quanto: 0800 (mais informações: www. bienaldequadrinhos. com.br)
Pixinguinha na orquestra O quê: A Orquestra à Base de Sopro, com seus 18 integrantes, homenageia Pixinguinha, apresentando os principais sucessos do músico com diferentes arranjos. Quando: dias 24 de setembro e 29 de outubro, ao meio-dia. Onde: Conservatório de MPB, Rua Mateus Leme, 66 - São Francisco. Quanto: 0800 (mediante retirada de bilhete de acesso no SAC)
Dança Afro-brasileira O quê: as aulas têm o objetivo de preservar e valorizar a cultura afro-brasileira, pelo resgate do valor da herança cultural associado à música, à dança e à arte. As oficinas são ministradas por Demerval Ferreira da Silva, especialista em História e Cultura Africana e Afro-brasileira. Quando: 10 de setembro, 8 de outubro, 5 e 12 de novembro, 3 e 17 de dezembro. Onde: Casa Hoffmann, Rua Doutor Claudino dos Santos, 58 São Francisco Quanto: 0800 (inscrições: (41) 3321-3228 ou: planetaafrica@ yahoo.com.br)
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8 | Esportes
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Paralimpíada não quer usar todo o dinheiro da Prefeitura do RJ O
Foto: MarceloCamargo:Agencia Brasil
Comitê Organizador dos Jogos Paralímpicos do Rio 2016 afirmou que usou apenas 30 dos 150 milhões de reais disponibilizados pela Prefeitura do Rio para garantir a realização do evento. A organização tenta conseguir recur-
sos de patrocinadores privados e não gastar toda a verba pública municipal, embora admita que deva usar mais do que o valor já utilizado. Além da verba da Prefeitura, o Comitê Organizador arrecadou mais dinheiro com empresas públicas federais. A Petrobras anunciou o repasse de R$ 10,5 milhões na última semana, valor que se somou aos R$ 65 mi-
lhões já doados pela Caixa e a Apex. O total de recursos públicos despejados no evento, em caráter emergencial, pode chegar a até R$ 250 milhões. Mais de um milhão de ingressos à venda A venda de ingressos para os Jogos Paralímpicos do Rio 2016 começou a dar sinais de recuperação. Até o final dos Jogos Olímpicos, eram muito baixos os índices de aquisição, o que preocupava a organização do evento e levou à promoção de uma forte campanha de divulgação. Com mais de 900 mil ingressos vendidos, segundo levantamento feito no final de agosto, o comitê dos Jogos afirma que bateu o recorde de vendas. Só nos últimos dias de agosto, foram 482 mil ingressos vendidos. Com isso, restam quase
CORITIBA | Por Cesar Caldas
ATLÉTICO | Por Roger Pereira
Lente bifocal
Arena do... vôlei
Após derrotar o Vitória da Bahia por 1x0, no Estádio Couto Pereira, qualificando-se às oitavas-de-final da Copa Sul-Americana, o Coritiba volta o foco de suas atenções ao Campeonato Brasileiro, no qual acumula uma invencibilidade de quatro jogos. Será uma sequência difícil, tendo por adversários Grêmio, Chapecoense (em Chapecó), Corinthians e Sport (em Recife), antes de receber, no Alto da Glória, um adversário argentino pela fase subsequente do torneio continental, em 21 de setembro. Contar com peças de reposição de qualidade no banco de reservas é fundamental para dar conta dos inevitáveis desfalques por eventuais contusões e suspensões dos atletas titulares. A primeira baixa é do avante Kléber Gladiador, vice-artilheiro da temporada brasileira, com 21 gols em 32 jogos: o diagnóstico de uma fissura no pé direito deve afastá-lo por pelo menos três desses confrontos.
A Arena da Baixada recebeu, no dia 3 de setembro, uma linda festa em homenagem aos medalhistas de ouro do vôlei masculino. Cerca de 35 mil pessoas foram a nosso estádio para prestigiar os campeões olímpicos; entre eles, os paranaenses Lipe e Serginho, titulares indispensáveis para a conquista no Rio de Janeiro. Foi uma festa incrível, com a Baixada lotada de crianças e famílias inteiras, muitas delas, indo pela primeira vez ao estádio. O evento de vôlei e o UFC, realizado em maio, na Arena, consolidam o estádio mais moderno da América Latina como uma verdadeira arena multieventos (alguns shows musicais também já ocorreram por lá) e mostram que a opção pelo teto retrátil e pela grama sintética foi muito mais que um capricho da diretoria. Que mais eventos como esses ocorram em nosso caldeirão e que mais gente tenha o privilégio de frequentar esse magnífico estádio...
Dinheiro da Prefeitura foi usado para viagens de atletas, técnicos e cavalos 1,5 milhão de ingressos à disposição para compra no site www.rio2016. com. Várias modalidades ainda possuem tickets disponíveis, porém, as fases finais dos esportes de maior apelo já tiveram suas entradas esgotadas. (BP)
Foto: Buda Mendes:CPB
Bruno Porpetta, do Rio de Janeiro (RJ)
PARANÁ | Por Manolo Ramires
O Paraná Clube beirou a zona de rebaixamento. A má fase do clube fez com que a torcida iniciasse processo de abandono do time. Mas dois jogos surpreendentes podem retomar a confiança da arquibancada. O primeiro deles ocorreu na Vila Capanema. Esta coluna já havia alertado que o novo plano de sócios poderia esvaziar o estádio. Somou-se a isso uma noite chuvosa, que espanta o torcedor mais fiel. Contudo, os fatores negativos impulsionaram o calor da torcida. Isso porque a Fúria deixou a curva e ocupou a reta. Mais perto, cantou com força até conquistar a vitória nos acréscimos. E, até que enfim, a última volta do ponteiro beneficiou a sorte paranista. O raio caiu duas vezes no mesmo lugar e o time arrancou heróico empate nos acréscimos. De volta a sua casa, o Paraná quer esse apoio da torcida na reta para que, quem sabe, não dependa dos últimos segundos.