Furacão teve um ano inesquecível para sua torcida
Variedades | p. 7
MTST
Esportes | p. 8 Um motivo para lembrar 2019
Natal na ocupação Saiba como ajudar com as festas no CIC
Joka Madruga
PARANÁ
Ano 4
Edição 149
Em 2020, vai ter luta Oito lideranças de movimentos populares criticam a retirada de direitos por Bolsonaro em 2019 e apontam a resistência no ano que se aproxima Brasil | p. 4 e 5 Gibran Mendes
Direitos | p. 6
Matéria exclusiva Policiais desaprovam política de Ratinho Jr. que reprime servidores
12 a 18 de dezembro de 2019 PUBLICIDADE
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Paraná, 12 a 18 de dezembro de 2019
O aumento da carne e da desigualdade EDITORIAL
O
aumento dos preços da carne e da gasolina é mais uma demonstração do quanto a economia brasileira vai mal, com impacto especialmente para a população mais pobre. Inicialmente, a ministra da agricultura, Tereza Cristina, afirmou que a carne “ficou por três anos com um valor muito baixo”, prometeu estabilização nos próximos meses, mas, depois de grande reação, o governo justificou que a alta “é natural”. O fato é: o natal
será com menos carne para grande parte da população brasileira. Isso porque a prioridade do governo e do agronegócio é a exportação e não o mercado interno, acessível aos trabalhadores. Com a gasolina é a mesma história, o mesmo descontrole dos preços que afeta a população. O ano fecha com um crescimento baixo do Produto Interno Bruto (PIB). E, para piorar, a desigualdade só aumenta: os pobres ficam mais pobres e os ricos,
mais ricos. Com 50% da população vivendo com menos de R$ 413,00 por mês, o Brasil passa pelo maior período de alta na concentração de renda. Por mais que o governo tente maquiar as informações, dizendo que os índices estão melhorando, continuamos com aproximadamente 12 milhões de desempregados. E a informalidade só aumenta. Para um novo ano com menos crise e desigualdade, é preciso mudar urgentemente a política econômica.
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EXPEDIENTE Brasil de Fato PR | Desde fevereiro de 2016 O jornal Brasil de Fato circula em todo o país com edições regionais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Paraná. Esta é a edição 149 do Brasil de Fato Paraná, que circula sempre às quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais. EDIÇÃO Frédi Vasconcelos e Pedro Carrano REPORTAGEM Ana Carolina Caldas e Lia Bianchini COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Venâncio de Oliveira ARTICULISTAS Fernanda Haag, Cesar Caldas, Marcio Mittelbach e Roger Pereira REVISÃO Lea Okseanberg, Maurini Souza e Priscila Murr ADMINISTRAÇÃO Bernadete Ferreira e Denilson Pasin DISTRIBUIÇÃO Clara Lume FOTOGRAFIA Giorgia Prates, Gibran Mendes e Joka Madruga DIAGRAMAÇÃO Vanda Moraes CONSELHO OPERATIVO Daniel Mittelbach, Fernando Marcelino, Gustavo Erwin Kuss, Luiz Fernando Rodrigues, Naiara Bittencourt, Roberto Baggio e Robson Sebastian TIRAGEM SEMANAL 10 mil exemplares REDES SOCIAIS www.facebook.com/bdfpr CONTATO pautabdfpr@gmail.com IMPRESSÃO Grafinorte | Nei 41 99926-1113
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Paraná, 12 a 18 de dezembro de 2019
Geral | 3
FRASE DA SEMANA
A cesta básica de Curitiba é a 7ª. mais cara do país entre as capitais. Custando R$ 413,63, representa 45% do salário mínimo. Embora apresente redução de custo de 1,95% no mês de novembro e de 0,67% nos últimos doze meses, seu custo segue sendo pesado para a população, principalmente quando o assunto é o famoso “prato feito”: arroz, feijão, salada e a carne. A carne bovina de primeira apresentou aumento de preço em todas as cidades, segundo o Dieese. A alta se dá por conta do envio de carne para a China. “O dólar desvalorizado estimulou as exportações. Todos esses fatores encareceram o valor da carne no varejo”, afirma o Departamento. Em Curitiba, a alta da carne bovina foi de 6% nos últimos dozes meses. O feijão preto subiu 6,67% e o arroz 2,4%. As maiores altas foram da banana (37,26%) e da batata (31,78%). Com a variação dos preços, o custo da ração alimentar essencial mínima para uma família curitibana (1 casal e 2 crianças), foi de R$ 1.240,89 (um mil, duzentos e quarenta reais e oitenta e nove centavos), sendo necessários 1,24 salários mínimos para satisfazer as necessidades do trabalhador.
Professores denunciam ministro ao MP
disse a sul-africana Zozibini Tunzi, coroada Miss Universo 2019. A jovem de 26 anos é formada em Relações Públicas pela Universidade de Tecnologia da Península do Cabo e foi também Miss África do Sul.
Reprodução Instagram
Prato feito está mais caro em Curitiba
“A sociedade foi programada durante muito tempo para não ver a beleza negra. Mas agora estamos entrando em um tempo em que finalmente as mulheres como eu podem saber que somos bonitas”,
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Engenharia brasileira tem o desafio de retomar empregos e investimentos No dia 11 de dezembro celebra-se o Dia da Engenharia com poucos motivos para comemorar O ano de 2019 não foi suficiente para a retomada da atividade econômica e do emprego no Brasil. Com os baixos índices de crescimento na indústria e construção civil, a engenharia brasileira custa a se recuperar após a Lava Jato. O cenário pode piorar, na medida em que não existe uma política de retomada dos investimentos e que a agenda econômica passa pela privatização. O Brasil tem mais de um milhão de profissionais engenheiros e engenheiras espalhados em diversos ramos de atividade. O Paraná tem 61.085 engenheiros com registro válido no CREA-PR. A engenharia brasileira é a ponte para o desenvolvimento e a crise econômica é a barreira para os empregos dos engenheiros. Se de um lado, a indústria de transformação e a construção civil abriram as portas, de outro, depois de 2014, a queda de empregos ocorreu, sobretudo, na redução de investimentos em obras públicas, além da reforma trabalhista. “No Brasil, a Reforma Trabalhista institui uma intensa precarização das relações de trabalho, expandindo a informalidade e o rebaixamento dos salários. A superação da crise se dará com valorização da engenharia nacional, com investimentos públicos em infraestrutura e uma economia com a
Beth Santos | Secretaria Geral da PR
presença do Estado e da soberania”, destaca Clovis Nascimento, presidente da Fisenge. Do boom à estagnação Quando analisada a origem do investimento público, percebeu-se, em todos os anos, que o boom se deveu, em sua maior parcela, aos investimentos com origem nas empresas públicas da União, tendo atingido 1,9% do PIB em 2010 e 2013. É o período de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Minha Casa, Minha Vida, obras da Copa do Mundo e das Olimpíadas. “A ocupação total de engenheiros começou a cair em 2016, após atingir o maior patamar em 2015 (504 mil engenheiros)”, anota o livro “O mercado de trabalho e a formação dos engenheiros no Brasil”, produzido pela Fisenge e Dieese.
Após declaração do Ministro da Educação, Abraham Weintraub, que “existem plantações extensivas de maconha nas Universidades Federais”, a Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR) o denunciou ao Ministério Público do Paraná. Além da denúncia, a ação pede o afastamento do cargo.
Mais de 100 municípios contra privatização dos Correios O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (SINTCOM-PR) aprovou moções pela manutenção dos Correios como empresa pública em 107 câmaras legislativas de cidades paranaenses. A intenção dos trabalhadores da estatal foi mostrar o papel social que os Correios prestam ao Brasil, em especial, nas pequenas cidades.
Taxar os exportadores! “O preço da carne subiu exageradamente porque houve aumento das exportações e taxa do dólar alta. Em qualquer país sério do mundo, o governo teria taxado as exportações”, disse João Pedro Stédile, coordenador do MST, sobre o aumento do preço da carne.
4 | Brasil
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Paraná, 12 a 18 de dezembro 2019
Paraná, 12 a 18 de dezembro 2019
Lideranças políticas apontam 2020 como ano de organização e resistência Ataques aos direitos e destruição de conquistas importantes marcaram as lutas dos movimentos sociais
O
ano de 2019 ficou marcado por momentos difíceis de lutas em todos os segmentos. Mas também foi um ano de fortalecimento das resistências, com avanços na organização dos movimentos sociais e, principalmente, no enfrentamen-
to ao novo governo, que estabeleceu uma agenda de ataques aos movimentos sociais e retirada de direitos. O Brasil de Fato Paraná entrevistou lideranças e representantes de diferentes lutas sociais para saber quais os planos para 2020 e a avaliação de 2019. Confira:
SINDICALISMO “Existe um projeto da elite muito claro sendo aplicado, de viés classista, com a retirada de direitos dos trabalhadores. Destaco a Reforma Trabalhista, que teve a retirada de mais de 200 itens de direitos dos trabalhadores. Fizeram a propaganda que a reforma geraria mais empregos, mas isso não aconteceu. Por isso, para 2020, é importante saber que, para mudar a atual conjuntura, é preciso que tenhamos clareza da plataforma da classe trabalhadora, discutindo o espaço do trabalhador como cidadão e participativo nas suas cidades.”
Giorgia Prates
Ana Carolina Caldas
Marcio Kieller Presidente da CUT-PR LUTAS UNIFICADAS “Temos aqui, no Paraná, um governo alinhado com o capital e que coloca o Estado a serviço dele. Nesse contexto e visão do governo, não cabe mais ter serviços públicos para a população. Então, tivemos o sucateamento do serviço público e ataques a áreas importantes, como educação, saúde e segurança. Fizemos todos os enfrentamentos necessários neste ano e, para 2020, é importante a organização e união da classe trabalhadora. Giorgia Prates A pauta é internacional, o norte é o combate do liberalismo e imperialismo que avança na América Latina.” Simone R. Cechi Comitê unificado de Lutas
Giorgia Prates
Arquivo Pessoal
JUVENTUDE “O jovem tem perdido o sonho de entrar na Universidade, pelas condições de ter que entrar no mercado de trabalho antes. Existem, por outro lado, muitas dificuldades para conseguir emprego e estabilidade. Por isso, destaco nossas lutas pela educação que levaram muitos jovens para rua para lutar, por exemplo, contra o projeto do atual governo, o Future-se, de privatizar a universidade pública, de falta de autonomia e o corte de gastos na educação superior. Para 2020, seguiremos na batalha das ideias, na disputa de narrativas e quebrar o domínio da mídia que vai muito contra a juventude.” Fernanda Maria Caldeira Levante Popular da Juventude
Giorgia Prates
LULA INOCENTE “A Vigília Lula Livre foi um movimento de resistência que fortaleceu a luta pela liberdade do expresidente Lula. Um espaço criado no primeiro dia da prisão injusta de Lula e permaneceu até o último dia. Todos companheiros e companheiras de vários movimentos que integraram a coordenação avaliam que foi um marco muito importante para a história política do Paraná, pelo que a região sul representa. Uma região marcada pelo conservadorismo teve seu contraponto com a Vigília, que mostrou para a sociedade que ali estava acontecendo uma prisão injusta e o desrespeito à Constituição. Para 2020, a luta continua com a defesa da inocência de Lula.” Sandra dos Santos Coordenação da Vigília Lula Livre
POPULAÇÃO NEGRA “2019 marcou o movimento negro com a luta por sua sobrevivência. A nossa resistência foi diferente, não só pela luta por direitos, mas precisamos, já no início de ano, começar com um enfrentamento muito duro. Foi quando tivemos o decreto da flexibilização da posse de armas: sabemos que os principais alvos são os negros. Inclusive, o Atlas da Violência de 2019 revelou o perfil principal das vítimas dos homicídios no Brasil, são negros, jovens, população LGBT e as mulheres. Os direitos humanos foram sendo ceifados neste atual governo. Acho muito importante que estejamos nas ruas debatendo com a sociedade sobre a luta antirracista, e denunciar o que vem acontecendo. Ano que vem é ano eleitoral, precisamos estar atentos aos programas apresentados, e que realmente nos representem.” Juliana Mittelbach Rede de Mulheres Negras
Giorgia Prates
LGBTI “Nós, do movimento LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexuais), ao longo das últimas décadas, tivemos conquistas importantes, como a criação, no governo Lula, da Coordenação Nacional LGBTI para tratar de políticas públicas, a realização das Conferências para pessoas LGBTI, além da retificação do nome civil e a criminalização da homofobia. Mas, agora, estamos enfrentando um governo que vem destruindo tudo o que conquistamos, com o esfacelamento da Secretaria Especial de Direitos Humanos. Vivenciamos também retrocesso na área da saúde com a retirada de um programa de combate a AIDS, que já foi referência mundial. Para 2020, acredito que é hora de olhar para dentro dos movimentos, conseguir encher os pulmões com oxigênio para ir à luta com mais vigor e manter forte nossa resistência.” Marcio Marins Representante das lutas LGBTI
Arquivo Pessoal
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LINHA DO TEMPO
Um ano turbulento de um governo antipopular 15 de maio O primeiro “Tsunami da Educação” leva milhares de estudantes às ruas contra os cortes orçamentários nas universidades públicas. Mais dois grandes atos foram convocados. 9 de junho O site The Intercept Brasil iniciou a série de reportagens que indicam a interferência política de Sérgio Moro, então juiz, na Operação Lava Jato. 23 de outubro Senado aprova a reforma da previdência. 8 de novembro Depois de 580 dias de uma prisão política, o ex-presidente deixa a prisão em Curitiba. Quem matou Marielle Franco? A principal questão do ano. Mas as pistas aproximam cada vez mais o assassinato da vereadora carioca e do motorista Anderson Gomes do clã Bolsonaro. Sabe-se o motorista Hélcio de Queiroz, um dos suspeitos, teria entrado no condomínio do presidente no dia do crime. A dúvida é com quem ele buscou conversar naquele dia.
Giorgia Prates
TERRA “Terminamos o ano com 9 áreas despejadas com violência pelo Governo Ratinho Jr. Isto é, destruição de terras e comunidades de mais de 10 anos organizadas. Esperamos que, em 2020, a violência não seja o instrumento para resolver as questões do campo. Por outro lado, continuamos avançando na luta pela terra, com a consolidação do nosso trabalho e a organização das comunidades. Começamos o ano com 71 ocupações, tornando territórios produtivos. Nossa principal resistência é esta: a organização da produção cooperada, o desenvolvimento da comunidade camponesa e a produção agroecológica.”
MULHERES “Há muito tempo que nossa pauta é a mesma. Estamos há anos trabalhando a questão de gênero, pelos direitos das mulheres, contra as violências contra as mulheres, contra o aumento do feminicídio, a preocupação com os direitos sociais reprodutivos, a mulher no mercado de trabalho, entre outros. Com destaque à posição da mulher negra, pois quando pegamos a questão das mulheres, são as mulheres negras que continuam na linha de frente do desemprego, na falta de acesso à saúde, educação e sofrendo discriminação o tempo inteiro. A pauta que temos é resistir e lutar para, pelo menos, salvar o que nós conseguimos até agora.”
José Damasceno coordenação estadual do MST
Heliana Hemetério Rede das Mulheres Negras
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Trabalhadores em construção
Policiais atuam como protetores do Estado, enquanto vivem condições de trabalho desgastantes Eduardo Saraiva | Fotos Públicas
Por Lia Bianchini
N
o dia 4, uma operação de guerra foi instaurada nos arredores da Ópera de Arame, em Curitiba. Um efetivo policial de 800 agentes, 60 viaturas e um helicóptero estavam disponíveis para atuar ao longo do dia. O motivo: a votação da Reforma da Previdência estadual aconteceria ali, e os servidores públicos, principais interessados, estavam proibidos de se aproximarem do local. Os policiais eram, assim, a única categoria de servidores públicos “permitida” a presenciar a votação. Porém, diferente dos demais servidores que protestavam contra as ilegalidades da votação e o próprio projeto da Reforma, os policiais faziam, ali, o papel de proteger o Estado. “A polícia foi colocada nessa situação, como se tivesse um embate e ela tivesse que defender o Estado contra os manifestantes. Muitas vezes, a polícia é colocada para fazer uma parte repressiva que não lhe cabe”, afirma Martel Alexandre del Colle, Policial Militar aposentado e coordenador estadual do movimento Policiais Antifascismo. Surgido em 2016, o Policiais Anti-
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fascismo é um movimento nacional que tem como uma de suas principais lutas construir a concepção do policial enquanto um trabalhador. Não se trata de herói Integrante da coordenação nacional do movimento e delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Orlando Zaccone explica que existe, socialmente e nas próprias corporações, a ideia do po-
licial como herói, que está em uma “luta do bem contra o mal” e “não precisa reivindicar melhores condições de trabalho”. Essa noção de uma categoria “descolada” dos demais servidores públicos, na visão de Zaccone, é fundamental para manter uma política violenta e genocida do próprio Estado. “A construção do discurso do herói cai muito bem para a relação do
Estado com esses policiais, que continua mantendo a grande maioria dos policiais na subcidadania. E nós temos a ilusão de que o policial que está nessa condição de subcidadania ainda vai respeitar direitos fundamentais de outros cidadãos”, diz o delegado. Ele lembra que a categoria segue regras que a diferencia das demais, como a proibição do direito à sindicalização e a submissão a um estatuto disciplinar. O exercício da função, em si, também é perigoso para o próprio policial. Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, no Paraná, policiais morrem mais por suicídio do que em confronto. Nos anos de 2017 e 2018, 14 policiais foram vítimas de crimes violentos letais intencionais no estado, enquanto 21 cometeram suicídio. A taxa de suicídio na categoria, no Paraná, aumentou 37,5% nos últimos dois anos. Para Zaccone, as condições de trabalho das polícias podem estar favorecendo o adoecimento policial. “Esse desgaste físico, emocional e a própria facilidade no uso da arma de fogo podem ser fatores determinantes desse aumento do suicídio”, diz.
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Comunidades do CIC recebem doações de brinquedos e alimentos para festa de Natal
Variedades | 7
Gibran Mendes
Por Venâncio de Oliveira
Epifanias antimarasmo Giorgia Prates
Havia uma árvore que apareceu num relance de olhar futuro. Eles estavam naquele lugar de discussão de ideias. Falam sobre o destino inexorável. Tudo continuaria como estava, no estado absurdo e apático das coisas. Mas ele teve um vislumbre, como um portal cortando o real. A árvore sendo queimada pelo raio vindouro. - Vocês viram? Não sentiram essa sensação de descoberta? O novo, verdadeiro novo! Ele se surpreendeu consigo mesmo. Como era possível, que a cena se imprimira indelevelmente em sua memória? Um raio partindo uma árvore frondosa, enxameando assim seus mil anos de tradição. Por que aquilo lhe causara uma extraordinária epifania? Não importava. Agora ele tinha como tarefa, irradiá-los daquela emoção de radical novidade.
DICAS MASTIGADAS
Redação Em dezembro de 2018, um incêndio criminoso destruiu casas de mais de mil famílias, na Cidade Industrial de Curitiba, da comunidade 29 de Março. Neste dezembro de 2019, um ano depois da suspeita de ataque policial contra a população pobre, as famílias querem comemorar o Natal com alegria. Por isso, existem campanhas de arrecadação de alimentos e brinquedos para a realização de uma Festa de Natal, no dia 24, na tenda próxima à ocupação, localizada na Estrada Velha do Barigui. Arrecadação para Cestas de Natal O objetivo, para os organizadores é fazer 200 cestas de Natal para as quatro comunidades e áreas de ocupação da região. As cestas serão montadas até o dia 20
de dezembro. Os alimentos listados para doação são: achocolatados, açúcar, arroz, bolachas, caixa de bombom, Cidra, creme de leite, geleias, farofa, frutas cristalizadas, leite, leite condensado, maionese, massa de bolo, molho de tomate, pacote de pudim ou gelatina, panetone, sardinha, sucos, torrada. O ponto de coleta é a Alice Brecho – Rua Jacarezinho, 182. Arrecadação de brinquedos Para fazer a alegria das mais de 1500 crianças que moram nas comunidades da região, as pessoas interessadas podem fazer doações de brinquedos e lanches até um dia antes do Natal. O local para arrecadação é na própria comunidade, que fica na Rua Estrada Velha Barigui, bairro Mario Jorge. Contato para arrecadação: Edna Elaine Bacilli Neia (telefone: 997223334).
Em tempos de carne cara, espetinho é uma saída O Brasil é o maior produtor de carnes do planeta, mas os produtores, amparados por Bolsonaro, só pensam em exportar e não se preocupam com o mercado interno. Os preços subiram. Aqui vai uma dica um pouco mais econômica para esse final de ano.
Reprodução
O evento para as famílias será no dia 24, às 13h, com música e brincadeiras
Ingredientes Leite Azeite para pincelar Sal e pimenta do reino a gosto 300 g de coxão mole cortado em cubos 150 g de bacon cortado em cubos Modo de preparo Prepare os espetinhos, enfiando os cubos de carne e de bacon, alternados. Coloque em recipiente e cubra com leite. Deixe descansar por três horas. Escorra e coloque em um refratário. Pincele com azeite e tempere com sal e pimenta. Leve ao forno moderado, preaquecido por 20 minutos ou até que a carne atinja o ponto desejado. Serve 4 pessoas. 35 minutos de tempo de preparo.
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O melhor ano de nossa história Joka Madruga
Roger Pereira
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019 foi um ano para se esquecer no campo político, de educação, de trabalho, de defesa dos direitos humanos. O alento, pelo menos para o atleticano, veio no futebol. Foi a melhor temporada de nossa história: calendário cheio, confrontos com os maiores do Brasil e das Américas e títulos. O atleticano não vai esquecer de 2019. O título da Sulamericana no ano passado já garantiu ao clube um calendário cheio e rico para este ano. Recopa, Copa Suruga e Libertadores foram adicionados ao planejamento do Furacão graças à conquista continental de 2018. Com isso, nada mais justo que repetir, no início da temporada, a estratégia bem sucedida do ano passado: disputar o Campeonato Paranaense com uma equipe de aspirantes. E foi com a piazada que veio o primeiro título do ano, o bicampeonato estadual, mostrando o desnível que há entre o Furacão e seus adversários regionais. Também veio um título no Japão,
ELAS POR ELA Fernanda Haag
As contradições da CBF Acredito que nada na realidade social pode ser visto por uma perspectiva maniqueísta ou simplista, os processos são sempre mais complexos e, muitas vezes, contraditórios. A relação da CBF com o futebol de mulheres, claramente, enquadra-se nessa lógica. Se por um lado, em 2019, a confederação avançou no desenvolvimento da modalidade, por outro, muitas vezes o discurso de que apoia o futebol feminino acabou se tornando palavras ao vento. Nesta semana temos dois fatos que concretizam essa experiência. Pela primeira vez na festa de premiação da CBF, após o fim do campeonato brasileiro, houve distribuição igual de prêmios para homens e mulheres. 16 categorias para todos e todas. A inclusão das mulheres é significativa, pois relembra que é o mesmo esporte e dá visibilidade para a prática esportiva delas. Mas nem tudo são flores, na quinta-feira, 12, a Seleção Brasileira fará um amistoso com o México na Arena Itaquera e faltando dois dias para o jogo a CBF ainda não tinha organizado a venda de ingressos. Como atrair o público dessa forma? Seguiremos cobrando!
a Copa Suruga, num jogo de nível técnico discutível, mas com grande apelo financeiro. Na Libertadores, vivemos o sonho de acompanhar quatro confrontos contra o todo poderoso Boca Juniors, que conheceu o poder do Caldeirão, com aquele histórico 3 a 0 (obrigado, Marco Ruben). Faltou malandragem quando voltamos a enfrentá-los, nas oitavas. Assim como faltou na Recopa, diante do River, depois de vencermos a primeira partida em casa. Mas as derrotas para os argentinos ensinaram muito e “o mais argentino dos clubes brasileiros” mostrou toda sua força, concentração, maturidade e “malandragem” para conquistar a Copa do Brasil, passando, “apenas”, por Flamengo, Grêmio e Internacional. Campeão do Brasil e garantido na Libertadores de 2020, o Athletico brincou no final do Brasileirão. E que bela brincadeira. Dez jogos de invencibilidade e um honroso quinto lugar. Pelo menos os atleticanos terão algum motivo para lembrar de 2019.
É o jeito
Planejar é viver
Por Marcio Mittelbach
Por Cesar Caldas
A presença de uma pessoa na sede da social da Kennedy chamou a atenção da torcida paranista esta semana. Ele é Sergio Malucelli. Empresário com negócios dentro e fora do futebol. Malucelli já foi o responsável pelo futebol do Iraty e é um dos condutores da recente fase do Londrina. Após chamar publicamente os atletas que contratou em 2019 de “porcarias”, a relação com o Tubarão se desgastou e vai durar só até o fim do estadual. Se faltou ética para tratar seus contratados, não falta a ele dinheiro para investir. Algo que o Paraná precisa urgentemente. Além da grana, Malucelli traria sua experiência no ramo, o chamado caminho das pedras. Claro que a gente queria estar andando com as próprias pernas. Mas a dificuldade para 2020 está colocada. Ou adotamos a estratégia de encontrar um parceiro que ajude a impulsionar a paixão da torcida, ou vamos seguir contando moedas e chorando as pitangas.
O Coritiba definiu na terça-feira (11) a permanência de Rodrigo Pastana no cargo de diretor de futebol. A decisão era esperada, porque é ele quem estava negociando a continuidade, ou não, do treinador Jorginho no clube para 2020. Ontem, dia 12, encerraram-se as tratativas com o técnico carioca, que não aceitou a última oferta alviverde de R$ 250 mil mensais. O presidente Samir Namur e seus pares do G5 têm acompanhado a “dança das cadeiras” e bem sabem que o período inter-temporada (férias dos atletas) é o mais apropriado para a busca de novo comandante para o time. Dessa escolha criteriosa dependerá, em grande medida, o desempenho coxa-branca na Série A do ano que vem. Deve haver compromisso mútuo para doze meses de estabilidade, liberdade para indicação de atletas e trabalho conjunto com o coordenador da base André Leite.