O QUE EXPLICA A DIFERENÇA ENTRE AS PESQUISAS DE INTENÇÃO DE VOTO E O RESULTADO DAS ELEIÇÕES?
Declaração de informações falsas por parte de entrevistados ou "voto envergonhado" podem influenciar análise. GERAL, PÁG 6.
Declaração de informações falsas por parte de entrevistados ou "voto envergonhado" podem influenciar análise. GERAL, PÁG 6.
Antecipação do pagamento é apontada como tentativa para angariar votos, mas benefício foi corroído pela inflação. Entenda. GERAL, PÁG 5.
Poucos técnicos provocam tanta discussão nos programas esportivos.
mais. ESPORTES, PÁG
será apresentada
Fundão
Paracambi,
LAZER,
Marcando o ano em que movimentos populares colocaram peso inédito e articulado nacionalmente na disputa eleitoral, oito militantes das maiores organizações de luta por terra e por moradia do país foram eleitos para cargos legislativos
A nova composição da Câmara dos Deputados, em Brasília, terá Guilherme Boulos (PSOL-SP), liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), e dois integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST): Valmir Assunção (PT-BA) e Marcon (PT-RS).
Além disso, outros cinco ativistas ocuparão cadeiras em Assembleias Legislativas estaduais. Do MST, Marina dos Santos (PT) no Rio de Janeiro, Adão Pretto Filho (PT) no Rio Grande do Sul, Rosa Amorim (PT) em Pernambuco e Missias do MST (PT) no Ceará. Do MTST, Ediane Maria (PSOL) foi eleita deputada estadual em São Paulo.
De acordo com o MST, as principais propostas de su-
as candidaturas são a reforma agrária popular; políticas públicas para a agricultura familiar camponesa e o enfrentamento da fome; combate à violência em territórios de povos tradicionais; políticas de geração de emprego e renda e fortalecimento de mecanismos em defesa dos "direitos humanos em prol da diversidade étnico-racial, sexual e de gênero".
"Nós fomos compreendendo que a luta na rua é importante, mas que existem outros espaços na estrutura da nossa sociedade que, no final das contas, também definem os rumos do atendimento ou não dessas pautas", afirma Débora Nunes, da coordenação nacional do movimento.
Já por parte do MTST, entre as bandeiras mais importantes está o direito à cidade, por meio do que chamam Planejamento Urbano Integrado, compreendendo um plano territorial de política habitacional e mobilidade urbana.
"Com investimentos massivos especialmente nas periferias urbanas e assentamentos precarizados", explica Boulos, que defende um programa de subsídio habitacional voltado para famílias com renda mensal de até três salários mínimos.
Nascida no Paraná, Lucia Marina dos Santos vive na capital carioca desde 1996. Quando chegou no Rio de Janeiro, já integrava o MST havia sete anos. No Rio, fez graduação em serviço social e mestrado em geografia.
Tendo sido articuladora da Via Campesina e da Coordenação Latino-americana de Organizações do Campo (CLOC), Marina foi eleita para compor a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
No Brasil, 56% da população se declara negra
» Apesar de representarem 47% das 10.629 candidaturas a deputado federal, negros – a junção de pretos e pardos, foram eleitos para ocuparem apenas 135 cadeiras da Câmara dos Deputados, 26% do total, a partir de janeiro de 2023.
O número representa um aumento de 9%, em relação a eleição de 2018, quando 124 candidatos negros foram eleitos. Na legislatura eleita em 2014, esse número era ainda menor, apenas 102, dos 513 deputados federais, eram pretos ou pardos.
No Brasil, 56% da população se autodeclara negra, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistícas (IBGE). Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 52% dos eleitores são pretos ou pardos.
Os candidatos brancos garantiram 370 cadeiras na Câmara dos Deputados, 72% das 513 vagas. Em 2018, eram 387, 75% do total. Quatro anos antes, em 2014, esse grupo representava 80% da ocupação da Casa.
Aeleição do último domingo (2) promoveu na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) a renovação de 45,7% da atu al composição de deputadas e depu tados, segundo cálculos da própria Casa. A próxima legislatura, que co meça em 2023, contará com 32 no vatos e 38 parlamentares reeleitos.
A maior bancada será do PL, par tido do presidente Jair Bolsonaro e do governador reeleito Cláudio Castro, com 17 deputados. Em se quência, vem a bancada do União Brasil, com oito parlamentares, se guida pelo PT com sete, PSD com seis e Psol com cinco. O PP contará com 4 parlamentares e o Republi canos e o Solidariedade terão três deputados cada um. Os partidos com dois representantes na Alerj serão o PSB, Pros, MDB, PDT e Po demos. Avante, PMN, Patriota, Agir, PSC, PTB, PCdoB terão um parla mentar cada um
Em entrevista ao Brasil de Fa to, a cientista política e professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Claris se Gurgel, afirma que não é possí vel fazer uma análise da nova Alerj sem avaliar todo o processo elei toral que envolve os bastidores da campanha e da eleição do Executi vo fluminense. Ela argumenta que a eleição de Castro é fruto de um es tado refém da violência e do Regi me de Recuperação Fiscal, sem es paço para tensões sociais.
gime de Recuperação Fiscal (RRF), que sufoca o estado artificialmen te, cria um projeto e implementa a ideia de um Rio de Janeiro sempre endividado e, portanto, fechado às demandas populares", avalia ela.
Para o cientista político Marcio Malta, que é professor de Relações Internacionais do Instituto de Estu dos Estratégicos da Universidade Fe deral Fluminense (Inest/UFF), o re sultado da eleição para deputado fe deral no Rio de Janeiro também re fletiu a disputa nacional. Partidos que apoiam a candidatura Lula, co mo Psol e PT, tiveram bom desempe nho, estando entre os mais votados.
"É um momento singular do Rio de Janeiro e já vínhamos observan do que o estado do Rio é um labo ratório em que a política é suspen sa, no sentido de ela ser suspendida principalmente pela figura do Re
"O mesmo ocorreu com a ban cada do PL, demonstrando o grau de transferência de votos do presi dente Jair Bolsonaro. Não em um programa, mas em um voto de ca suísmo que elegeu figuras exóti cas como Eduardo Pazuello, que não se explica em termos lógicos, afinal sua gestão à frente do Mi nistério da Saúde foi desastrosa", analisa Malta.
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Clarisse enumera alguns pon tos que considera cruciais para a eleição de Castro e o fortale cimento da bancada do PL. Se gundo ela, o processo eleitoral foi contaminado pela falta de com promisso político por conta do RRF, mas também pela substi tuição do tráfico de drogas pe las milícias, "que é um sujeito hí brido que articula um braço ile gal e um braço legal que facilita bastante a violência" de Estado.
A cientista política lembrou, ainda, que a campanha da extre ma-direita tem contado com ajuda, inclusive internacional, na disseminação de conteúdos fal sos, as fake news, pelas redes so ciais, o que explicaria também o voto envergonhado e não decla rado para Castro e Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto e a disparidade com o resultado real nas urnas. "Esse uso das redes avançou sobre os votos dos indecisos, os que decidem a elei ção", aponta.
"Partidos como PL, que foi de 13 deputados para 17 agora, e os demais que compõem a base aliada de Bolsonaro se confirma ram, mas não se expandiram tanto na Alerj. Por outro lado, vemos o aumento da bancada do PT, que cresce em 5 cadeiras [agora, com sete parlamentares], do PSD e do Psol, derivado de pautas muito pulverizadas em torno da identidade, mas que têm chegado a setores pobres e de classe média", explica ela.
No cenário nacional, além de eleger Romário (PL) para o Sena do, a população fluminense ele geu para as 46 cadeiras do Rio de Janeiro na Câmara dos Deputa dos, 11 parlamentares do PL. Já o PT, que tinha apenas Benedita da Silva como representante do par tido de Lula na Câmara, passa a ter cinco deputados fluminenses.
O Psol foi de dois para cinco par lamentares na Câmara Federal.
Resultado da eleição para deputado federal no Rio refletiu a disputa nacional
Osegundo turno intensifica o bombardeamento nas redes sociais com notícias falsas, as chamadas fake news , usadas para confundir e influenciar o voto da população. Só no último mês, Lula (PT) conseguiu no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a derrubada de 15 postagens de adversários políticos, que veiculavam informações mentirosas sobre o candidato, que lidera a corrida à presidência.
» Boato antigo, desde 1989 tentam emplacar a narrativa de que Lula persegue cristãos, principalmente evangélicos. Nos últimos dias, circulou pelas redes sociais um vídeo descontextualizado do presidenciável, com comentários de seus opositores, afirmando que, se eleito, o petista iria fechar igrejas e regular padres e pastores.
Institutos de checagem verificaram a informação e logo concluíram que ela é falsa. Na verdade, o presidenciável afirma que é defensor do estado laico, imparcial às questões religiosas.
Em suas redes sociais, Lula também já afirmou em diversas ocasiões a defesa da liberdade religiosa. Uma matéria publicada no site do presidenciável, no dia 15 de agosto, afirma que “Lula é cristão. Nunca fechou igrejas e nem vai fechar”.
» Entre as postagens derrubadas pelo TSE, por se tratarem de informações falsas sobre Lula, estão publicações de Jair Bolsonaro (PL) associando o petista ao Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção do país.
Além de ter que excluir a mensagem falsa, Bolsonaro foi multado pelo TSE em R$ 5 mil. Na ocasião, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou que a estratégia de associar Lula ao PCC deixa os eleitores confusos.
“Construir a narrativa de que o candidato do PT é aliado do crime organizado é uma anarquia informacional que confunde e desorienta os eleitores, que gravemente perdem a habilidade de distinguir a verdade da falsidade, os fatos das versões", destacou.
» Também circulou nas redes sociais um trecho de vídeo no qual o candidato do PT teria afirmado que não concordava com o direito a férias e ao 13º salário dos trabalhadores. O recorte viralizou com uma tarja que afirma que “Lula que (sic) o fim do 13º Férias”.
Verificado pelo Instituto Lupa, também se demonstrou que a informação é falsa e que o trecho estava maldosamente descontextualizado. Na verdade, ao assistir ao vídeo completo, é possível notar que Lula estava criticando o argumento de quem defende o fim dos benefícios.
Ao todo, a Coligação Brasil da Esperança, da qual o petista faz parte, possui mais de 100 processos abertos no TSE. Entre as principais mentiras disseminadas, estão a associação de presidenciável a organizações criminosas e a narrativa de que Lula persegue religiosos.
Diante desse cenário, é importante estar atento à veracidade das informações que recebe, desconfiar e realizar checagens. Com o objetivo de contribuir para que os eleitores não acreditem ou disseminem notícias falsas, o Brasil de Fato separou cinco fake news mais comuns sobre Lula.
» Ainda em 2021, era comum encontrar nas redes sociais mensagens como “ao reclamar do preço da carne, lembre-se que Bolsonaro é só o presidente. Os donos dos frigoríficos são os filhos do Lula”.
Essa e outras afirmações tinham o objetivo de fortalecer a narrativa falsa de que os filhos de Lula são donos de empresas alimentícias, como a JBS. Porém, não existe nenhum indício de que os filhos do presidenciável sejam donos de frigoríficos.
Na realidade, o Instituto Aos Fatos verificou que os três filhos do ex-presidente que possuem empresas atuam nos ramos da tecnologia da informação, marketing esportivo e educação.
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Em agosto deste ano, o TSE determinou que o Kawai, o Twitter e o Facebook apagassem imediatamente todas as postagens que relacionassem Lula a um suposto irmão de Adélio Bispo, conhecido por cometer atentado contra a vida de Bolsonaro..
As publicações mostravam a foto do petista com um homem e afirmavam que ele é irmão do responsável por atingir Bolsonaro com uma facada, em 2018. Porém, rapidamente ficou comprovado que o homem não tem parentesco com Adélio e, na realidade, era o médico petista Marcos Heridijanio.
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Aantecipação do ca lendário de paga mento do Auxílio Brasil e do Auxílio Gás pe lo governo de Jair Bolsona ro (PL) é vista como uma tentativa frustrada de re verter o resultado nas ur nas por economistas ouvi dos pelo Brasil de Fato RJ A medida foi anunciada um dia após a confirmação do segundo turno na eleição presidencial.
Com a promessa de um 13º salário do benefício pa ra as mulheres chefes de fa mília, Bolsonaro tenta con quistar o eleitorado que en frenta maior rejeição. O va lor atual de R$ 600, porém, está bem abaixo do pre ço de uma cesta básica em quase todas as capitais.
Para Alexandre Jerôni mo de Freitas, professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e doutor em economia, o pe so do Auxílio Brasil não foi o esperado pela campanha de Bolsonaro à reeleição no primeiro turno. Mas deve continuar sendo explora do até o dia 30 de outubro.
“O resultado do Auxílio Brasil não foi o esperado pe la campanha. Mais da me tade dos beneficiários são da região Nordeste e lá o Bolsonaro teve sua pior vo tação. Em relação aos mu nicípios mais pobres, Lula também teve uma votação maior”, analisa o professor da UFRRJ sobre a estratégia.
Além disso, ao contrário do que afirma a campanha,
a promessa de continuida de do Auxílio Brasil não tem amparo na proposta orça mentária enviada pelo go verno para o ano que vem. O projeto prevê que o be nefício será de R$ 405 e não mais de R$ 600.
“Caso o atual presidente seja eleito, quando a elei ção acabar, o Auxilio Brasil também acaba. Não há pre visão na lei orçamentária para isso”, enfatiza o eco nomista como outro indício de que a promessa é mera mente eleitoreira.
»Paulo Jager, superintendente técnico do De partamento Intersindical de Estatísticas e Es tudos Socioeconômicos (Dieese), afirma que o histórico do governo Bolsonaro com progra mas de transferência de renda para famílias mais pobres foi marcado pelo desprezo.
“Politicamente ele sempre foi contrário. Há vídeos do Bolsonaro dizendo que os mais po bres, que votavam em quem defende progra mas de transferência de renda, era uma po pulação burra”, disse o técnico do Dieese.
O governo federal substituiu o Bolsa Família, do governo Lula, pelo Auxílio Brasil, em novembro de 2021. O programa foi um desdobramento do Auxílio Emergencial, aprovado pelo Congresso Nacional em 2020 em meio ao enfrentamento da pandemia. A proposta inicial do governo era de R$ 200, mas o Congresso impôs um valor mais alto.
“No final de dezembro (2020) não havia nada para substituir o Auxílio Emergencial, ainda no auge da pandemia. As pessoas fi caram 4 meses sem auxílio nenhum. Quan do chegou abril de 2021 o governo retomou os pagamentos com um valor muito mais baixo, teve gente que recebeu R$150, R$225”, relembra Paulo Jager.
O Bolsa Família teve impacto na redução da pobreza ao longo de 18 anos de gover nos petistas. Isso porque as famílias bene ficiárias aumentam o gasto com consumo, fundamental para recuperar o crescimen to econômico, explica Alexandre Jerônimo.
“Os programas de transferência de renda já são pensados hoje não como uma questão emergencial, mas como política de Estado, de longo prazo, para manter o impacto positivo nas famílias e na economia, nos municípios mais pobres”, aponta o professor.
Já com o nome de Auxilio Brasil, o governo federal conseguiu aprovar uma Medida Pro visória (MP) no Senado que liberou R$ 27 bi lhões ao Ministério da Cidadania. O recurso fi nancia, até dezembro, o aumento de R$ 400 para R$ 600 do benefício.
“Apesar do valor ser o mesmo do ano pas sado, o auxílio foi corroído. A inflação de ali mentos chega a quase 20%, que pega muito na cesta básica que é o principal gasto das pessoas que recebem o Auxílio Brasil dada a questão da insegurança alimentar e da fome que estamos passando”, conclui Ale xandre Jerônimo da UFRRJ.
O peso do Auxílio Brasil não foi o esperado pela campanha de Bolsonaro à reeleição no primeiro turnoCLÍVIA MESQUITA
Oestado do Rio de Ja neiro reelegeu o atu al governador Cláu dio Castro (PL), no último domingo (2). Diferentemen te do que indicavam as pes quisas de intenção de voto, que previram uma dispu ta de segundo turno com um cenário favorável para o primeiro colocado, Castro foi eleito com 58% dos vo tos. Ele teve melhor desem penho que o segundo colo cado, Marcelo Freixo (PSB), nos municípios da Baixada Fluminense e em todo o in terior do estado.
João Feres Júnior, cientis ta político do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Esta do do Rio de Janeiro (Ies p-Uerj) analisa que a vitó ria de Cláudio Castro se deu por alguns fatores, como a influência das igrejas no es tado e a falta de articulação do Freixo com a população de locais mais pobres.
“As pessoas mais pobres que moram nas periferias, moram nas áreas mais vio
Castro foi eleito com 58% dos votos em primeiro turno, diferente do que indicavam as pesquisas
Cláudio Castro é conhecido por defender intervenções policiais nas favelas e periferias do estado. Sua gestão tem três das cinco operações mais letais do Rio. Para os pesquisadores, a tendência é que ele mantenha essa política agressiva nos territórios.
lentas, mais próximas do tráfico, da violência poli cial, estão suscetíveis a vio lência diariamente e você combina isso com a pene tração das igrejas evangé licas que no Rio de Janei
ro é enorme, é bombástico. Muitas vezes os trabalha dores que moram em áre as pobres são os primeiros a serem seduzidos por esse discurso que tem que ma tar bandido”, explica Feres.
Já Mayra Goulart, pro fessora de Ciências Políti cas da Universidade Fede ral do Rio de Janeiro (UFRJ) observa que apesar de Cas tro ter pouco tempo de ges tão, ao assumir o cargo após
» As pesquisas de intenção de voto para a eleição presi dencial indicavam resulta dos diferentes dos apresenta dos nas urnas deste domingo (2). Um dos fatores que pode explicar a diferença é o fato de que uma parcela expres siva dos eleitores decide o vo to no dia das eleições.
Segundo pesquisa Datafo lha realizada pouco antes da eleição presidencial de 2018, 12% dos eleitores definiram o voto no dia do pleito. Es ses votos ficam de fora das pesquisas, tornando-as dis tantes do resultado eleitoral.
Mas, nas eleições deste ano, pesquisadores afirmam que outro fator pode expli car a diferença. João Feres Júnior, cientista político do
Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) afirma que a princi pal diferença entre as inten ções de voto e o que se deu nas urnas pode ser explicado pelo eleitorado bolsonarista, uma vez que a maior novi dade é o percentual de votos conquistados pelo presiden te que não entraram no radar dos levantamentos.
"Eu acho que a única res posta possível, apesar de ser uma hipótese, é que os elei tores do Bolsonaro são ar redios às pesquisas de in tenção de voto, ou seja, evi tam responder pesquisas ou, quando respondem, decla ram informações falsas." O problema, afirma Feres Jú nior, foi “captar a preferên cia pelo Bolsonaro”.
Para explicar essa di ferença, alguns analistas vêm utilizando a teoria do
o impeachment de Wilson Witzel (PMB), ele utilizou bem o espaço para cons truir alianças.
“Quando ele privatiza a Cedae e usa esse dinhei ro para estreitar os laços com as elites políticas lo cais, prefeitos, vereadores, deputados estaduais e ou tras lideranças políticas nas localidades como os evan gélicos, ele consegue teci do para enraizar sua cam panha e capilarizar muito positivo”, conta Mayra.
Para ela, Marcelo Freixo foi um candidato oposto a Castro. “Ele é um candida to de opinião que não tem aliança com lideranças po líticas locais. Ele só tem via bilidade em segmentos que estão circulando nestes es paços da opinião pública”.
voto envergonhado. A tese da cientista política alemã Noelle-Neumann, no livro Espiral do Silêncio, é a se guinte: a percepção de que existe uma vantagem para determinado candidato le va a eleitores a de fato votar em tal candidato, sem que esse voto seja revelado nas pesquisas.
“Notem, as pesquisas er ram não porque as pessoas mentiram ou se omitiram ao respondê-las, mas porque um dos campos teve ver gonha de defender publi camente seu voto”, defende Márcio Moretto, da Univer sidade de São Paulo (USP).
» Não é raro nos sentirmos perdidos e confusos diante da quantidade de in formações a que temos acesso diaria mente pelos meios de comunicação e redes sociais. A circulação de notícias e ideias está em profunda transforma ção no mundo atual, passando por fe nômenos como o da “fake news”, mas também ampliando em nível vertigi noso nossa possibilidade de acesso ao conhecimento.
O espetáculo “Pança” constrói uma fábula para tratar da reprodutibilidade
da notícia e das falhas da comunicação humana. A partir deste sábado (8), a pe ça volta ao cartaz e propõe uma reflexão: quais os efeitos que o poder de circular ideias pelo mundo gera na sociedade?
As apresentações serão no Centro Cultural Casa Uivo, em Paracambi (08/10, às 16h); Centro Cultural Códi go, em Japeri (15/10, às 15h); Bibliote ca do Centro Cultural Justiça Federal (22/10, às 16h); Faculdade de Letras da UFRJ (25/10, às 10h) e Sede da Cia dos Atores (03 a 06/11, às 20h).
Outros olhares sobre bicentenário estão até fevereiro no MAM Rio SERVIÇO
Espaço Cultural Código, em Japeri: 15/10, às 15h.
Endereço: Rua Davi, 397 – Nova Belém - Japeri
Biblioteca do Centro Cultural Justiça Federal, Centro: 22/10, às 16h.
Endereço: AV. Rio Branco. 241 – Centro - Rio de Janeiro.
Faculdade de Letras da UFRJ – Pátio central: 25/10, às 10h. Endereço: Av. Horácio Macedo, 2151 - Cidade Universitária da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ilha do Fundão), Rio de Janeiro
Sede da Cia dos Atores: 03 a 06/11, às 20h. Na Escadaria Selarón, na Lapa – Rio de Janeiro.
» Foi lançada no último sábado (1º) uma plataforma digital que dá ao pú blico acesso gratuito aos arquivos so bre a história e cultura da mú sica preta de Elza Soares, Dona Ivone Lara, Tony Tornado e mui tos outros nomes da música pre ta do Brasil. O site é https://me moriadamusicapreta.com.br/
O vasto material tem sido ob tido através de pesquisa ico nográfica, documental, fílmi ca, sonora e discográfica des se movimento musical para a geração de conteúdo do site.
“O site é uma ferramenta para co nhecer e reconhecer cantoras, canto res, compositoras e compositores de
grande importância na formação da nossa identidade musical”, ressalta o produtor Rafael Braga, um dos idea lizadores da iniciativa.
No primeiro ano de funcio namento do museu virtual o público encontrará dois recor tes a serem abordados - “Du ra na queda”, espaço que mos tra o que as pretas e suas his tórias têm em comum; e “Nin guém fica parado”, abrangendo o funk desde o movimento bla ck dos anos 1970 até o charme e o funk dos anos 1990.
» O bicentenário da Indepen dência do Brasil é a oportuni dade de repensar esse processo histórico. Atos de revolta foca em uma série de levantes, motins e insurreições que antecederam aquele momento ou que ocorre ram nas décadas subsequentes, durante o Primeiro e o Segundo Reinado e o período regencial.
Com o objetivo de abordar os di versos imaginários de país então esboçados, a mostra faz referên cia à Guerra Guaranítica (1753-56), à Inconfidência Mineira (1789), à Revolução Pernambucana (1817), à Independência da Bahia (1822), à Cabanagem (1835-40), à Revolu ção Farroupilha (1835-45), à Revol ta de Vassouras (1839) e à Balaia da (1838-41), entre outras.
Artistas brasileiros, de gerações e geografias diversas, foram con vidados a pensar sobre essas nar rativas. Ao abordar os conflitos do sistema colonial, a exposição reve la as contradições da historiogra fia brasileira, que produziu apa gamentos de personagens deter minantes, sobretudo de popula ções negras, indígenas e mulheres.
O MAM fica no Aterro do Fla mengo e a exposição está aberta de quinta a domingo, das 10h às 18h.
Poucos técnicos pro vocam tanta discus são nos programas esportivos e nas resenhas de torcedores como Fer nando Diniz. O treinador do Fluminense, como to dos nós sabemos, é conhe cido pelo seu estilo com pletamente único de mon tar suas equipes e pelo ape go quase inegociável aos seus conceitos de jogo.
Uns o defendem como o último baluarte do chama do “futebol-arte”. Outros o classificam como “teimo so”. E boa parte apenas as siste os jogos dos seus ti mes pelo mais puro entre tenimento.
De fato, era muito difícil encontrar até mesmo den tre os torcedores mais oti mistas do Fluminense al guém que pensasse que o time fosse disputar as pri meiras posições do Brasi leirão depois da elimina ção precoce na Libertado
res e da campanha ruim na Copa Sul-Americana.
O discurso de alguns era de terra arrasada depois da saí da de Abel Braga do coman do do Tricolor das Laranjei ras e outros falavam até em luta contra o rebaixamento.
Fernando Diniz chegou, fez algumas mudanças na for mação e nos titulares, con seguiu encontrar em Nino, Samuel Xavier, André, Jhon Arias, Paulo Henrique Gan so e Germán Cano a espinha dorsal da sua equipe e apos tou num estilo agressivo com e sem a bola, de muita movi mentação, toque de bola (in
» O Vasco conquistou uma vitó ria épica em cima do Operário na última terça (4) e voltou a ga nhar fôlego na briga pelo G4. Mas nem a virada sobre o “Fantas ma” escondeu os problemas da equipe. Jorginho precisa corri gir muita coisa.
cluindo aquela famosa saída de bola com toques desde o campo de defesa) e belos gols.
Com isso, o termo “Dinizis mo” foi tomando conta das redes sociais e se transfor mando em sinônimo de jo go bem jogado para os tor cedores tricolores.
Se seus defensores elogiam o compromisso em mostrar um futebol bonito, seus de tratores o acusam de teimosia e de insistir em fazer seus ti mes passarem por riscos des necessários por causa desse apego a conceitos táticos.
Seja como for, o cenário tem bastante relação com o título desta crônica. E a ten dência é que ele se transfor me no centro das atenções caso consiga finalmente con quistar seu primeiro título de expressão e ganhar o desta que que alguns tanto afir mem que ele merece.
Diniz já ganhou elogios de
» É impressionante como o Botafo go conseguiu alternar momentos de bom futebol com uma displicência imensa na derrota para o Palmeiras. Além disso, parece que Luís Castro já encontra dificuldades para fazer o ti me ir além da mesmice. Complicado.
Neymar e Thiago Silva, dois líderes da Seleção Brasilei ra. E sabendo que Tite dei xa o comando do escrete canarinho depois da Copa do Mundo, o treinador do Fluminense se coloca co mo forte candidato ao pos to mais importante do país.
Na vitória ou na derrota, no empate ou no gol per dido, na tabela ou no erro na saída de bola, o nome de Fernando Diniz sempre estará em “boca de Matil de”, como diriam os mais antigos. Doa a quem doer, o “Dinizismo” não deve ir embora tão cedo.
Diniz já ganhou elogios de Neymar e Thiago Silva, líderes da Seleção BrasileiraO termo “Dinizismo” se transformou em sinônimo de jogo bem jogado