Brasil de Fato RJ - 237

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DERROTA PARA O CRUZEIRO MOSTRA LACUNAS NO ELENCO MILIONÁRIO DO FLAMENGO

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Por que acreditaram que não era necessário trazer outro goleiro desde o início do ano? ESPORTES PAG. 10

RIO DE JANEIRO

29 a 30 de setembro de 2017

distribuição gratuita

brasildefato.com.br

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Ano 5 | edição 237

Joka Madruga

Paulo Pinto/AGPT

MANIFESTAÇÃO

3 DE OUTUBRO É DIA DE DEFENDER A SOBERANIA NACIONAL Diversas categorias de trabalhadoras e trabalhadores, preparam uma ampla mobilização na próxima terça-feira, dia 3 de outubro, contra as privatizações e em defesa da soberania nacional. O ato acontecerá às 11h em frente ao prédio da Eletrobras, na Avenida Presidente Vargas, no centro do Rio. Em agosto, o presidente golpista anunciou a privatização de 57 empresas sem diálogo com a população. ESPECIAL PAG. 6 A 8

CINEMA Patrocinadores do filme da Lava Jato continuam ocultos

SEGURANÇA Moradores da Rocinha convivem com o medo

»»Cresce a polêmica sobre quem está por trás do

»»Atendimento

CULTURA & LAZER PAG.4

GERAL PAG. 3

longa que escancara a "justiça do espetáculo".

da UPA está interrompido e mais de 3.300 alunos estão sem aula.

MOVIMENTO DOS ATINGIDOS POR BARRAGENS Na próxima semana, o centro do Rio será palco de uma série de atividades e manifestações. Principalmente porque a partir deste domingo (1º) até a próxima quinta-feira (5), milhares de pessoas estarão reunidas na cidade para o 8º Encontro Nacional do MAB. ESPECIAL PAG. 5

ATIVIDADE FÍSICA Crossfit tem ganhado adeptos mundo afora

»»Grande intensidade do treino exige cuidado ainda maior.

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GERAL

RIO DE JANEIRO, 29 A 30 DE SETEMBRO DE 2017

EM CIMA DO LAÇO MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND

Apoiadores do golpe divididos entre Dória e Alckmin »»Ganhou destaque na mí-

dia comercial de São Paulo, uma reunião entre o presidente da Câmara dos Deputados, na ocasião presidente

golpista interino, Rodrigo Maia, e o prefeito da cidade de São Paulo, João Dória, que ganhou até apoio à sua candidatura à Presidência da República. Dória

pode ingressar no partido egresso da Arena, partido apoiador da ditadura empresarial militar e que hoje com a denominação Dem (Democratas) defende en-

tusiasticamente o estado mínimo e as (contra) reformas colocadas em prática pelos golpistas edição 2016. Essas reformas jamais chegariam à Presidência por eleição direta colocando como plataforma o projeto que executam e que fazem o Brasil andar para trás. De alguma forma a área apoiadora do gol-

pe, demonstra que está dividida entre o próprio Dória e o governador Geraldo Alckmin, que quer tentar mais uma vez, como tentou em 2006, ocupar a presidência. O objetivo é o mesmo, ou seja, entregar de mão beijada para as multinacionais o que ainda resta das riquezas nacionais.

Brasileiros protestam contra Meirelles em Nova York

»»O ministro da Fazenda e aposentado do Banco de Bos-

ton, Henrique Meirellles, não pôde evitar nas ruas de Nova York um tremendo escracho em que brasileiros lá residentes o acusavam de “golpista que está vendendo o Brasil”, lembrando que “o Brasil não está à venda”, “canalha”, “traidor” e recordaram também que o Brasil está voltando ao mapa da fome com a política econômica incrementada pelo governo golpista.

Promessa de quem prometeu acabar com violência no Rio em seis meses

»»Quem não se lembra que o então governador do Estado

do Rio de Janeiro e atual ministro golpista do governo ilegítimo de Michel Temer, Moreira Franco prometia acabar com a violência no Rio de Janeiro em seis meses? Este mesmo político, que já foi prefeito de Niterói e deixou marcas negativas naquela cidade, aparece novamente fazendo promessas ao dizer em uma cerimônia que o lançamento de calendário de eventos "Rio de Janeiro a janeiro". Esse projeto teria como objetivo "turbinar o turismo no Estado e principalmente na capital, gerar emprego e renda e dar mais chances aos jovens de comunidades pobres”. Resta então acompanhar o desenrolar dos acontecimentos e confirmar se a história de duas décadas atrás se repetirá.


GERAL

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Moradores da Rocinha convivem com o medo e a suspensão de serviços públicos Fotos: Fernando Frazão/Agência Brasil

População que vive na favela está apreensiva e com medo de novas operações policiais JAQUELINE DEISTER

RIO DE JANEIRO (RJ)

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clima de tensão na comunidade da Rocinha permanece desde a última sexta-feira (22) quando ocorreu a intervenção das Forças Armadas no local. Apesar dos confrontos entre as facções rivais terem sido controlados, a rotina dos moradores continua prejudicada. Os atendimentos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro estão suspensos por tempo indeterminado e mais de 3.300 estudantes estão sem aula. Antônio Xaolin é morador da comunidade e coordenador da Câmara Comunitária da Rocinha. Segundo ele, a população que vive na favela está apreensiva com medo de novas operações policiais. Além disso, por conta da ocupação militar, a circulação dos moradores na região está restrita. “Os ônibus foram tirados; barreiras impedem os carros

Militares fazem operação na favela da Rocinha após guerra entre quadrilhas rivais de traficantes pelo controle da área

Quando a gente fala de intervenção militar em favelas do Rio, nós estamos falando de um remédio que já foi experimentado e que não deu resultado Orlando Zaccone, delegado da Polícia Civil de passar e os pedestres são revistados. Não sei se está ocorrendo violação de lares, os moradores não comentaram comigo. Foi alterada a rotina e nós queremos que ela seja normalizada. Mesmo com a intervenção, as pessoas precisam voltar à normalidade,” afirmou Xaolin. A situação da Rocinha demonstra a falência de um

modelo de segurança pública adotado pelo estado do Rio de Janeiro. O projeto de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) completa dez anos e passa pelo seu pior momento. Segundo um levantamento realizado pela Anistia Internacional, entre os dez bairros com mais tiroteio no Rio, oito são ocupados pelas UPPs.

Para o delegado da Polícia Civil, Orlando Zaccone, a saída para a crise da segurança pública deve passar pelo debate sobre a legalização das drogas e também sobre a desmilitarização da Polícia. “Quando a gente fala de ocupação e intervenção militar de áreas pobres, no caso das favelas do Rio de Janeiro, nós estamos falando de um remédio que já foi experimentado e que não deu resultado. A gente tem que pensar em desmilitarizar, isso seria uma forma de tentar um novo modelo", argumenta Zaccone.

"A primeira coisa é construir o policial como trabalhador e não como agente de guerra, porque se a gente equiparar policiais à soldados, fazemos com que o policial não seja um prestador de segurança, mas sim um agente de combate” destacou o delegado. Enquanto a solução por parte das instituições não vem, a comunidade da Rocinha se organiza para estabelecer um diálogo com as autoridades que comandam a ocupação na tentativa de buscar saídas para que os serviços públicos e a rotina dos moradores sejam normalizados.

www.brasildefato.com.br redacaorj@brasildefato.com.br /brasildefatorj @Brasil_de_Fato (21) 99373 4327 (21) 4062 7105 CONSELHO EDITORIAL Alexania Rossato, Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andrade, Mario Augusto Jakobskind, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam) ADMINISTRAÇÃO Angela Bernardino e Marcos Araújo DISTRIBUIÇÃO Kleybson Andrade EDIÇÃO Vivian Virissimo SUB EDIÇÃO Mariana Pitasse COLABORAÇÃO Daniel Giovanaz, Jaqueline Deister, Luiz Ferreira, Mário Augusto Jakobskind, Norma Odara, Vinícius Sobreira (texto), Pablo Vergara (foto), Pablo Tavares (diagramação)


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CULTURA & LAZER

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Filme da Lava Jato escancara a Justiça do espetáculo

Divulgação

Samba toda primeira quinta do mês em Irajá O Kebajê, grupo formado por músicos do Samba na Serrinha, Quilombo d'Irajá e SambaSim, faz apresentação gratuita na próxima quinta (5), às 18h. O encontro musical acontece toda primeira quinta-feira do mês na Rua Gustavo Andrade, em Irajá. O quê: Roda de samba. Quando: Toda as quintas, a partir das 18h. Onde: Rua Gustavo Andrade, em Irajá. Quanto: 0800.

Os patrocinadores continuam ocultos e cresce a polêmica sobre quem está por trás do longa DANIEL GIOVANAZ

CURITIBA (PR)

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o início de setembro, estreou nos cinemas brasileiros o filme “Polícia Federal - a Lei é para Todos”. É a história da operação Lava Jato, contada sob o ponto de vista da Polícia Federal e do Ministério Público. O problema é que essa história está incompleta. Segundo entrevista recente do ator Roberto Birindelli, que interpreta Alberto Youssef, fazer um filme sobre a Lava Jato é uma “insensatez”. O argumento dele é que não há distanciamento histórico suficiente. Ou seja, os diretores po-

deriam esperar mais alguns anos. Mas por que eles não esperaram? A resposta é simples: a Lava Jato é movida pelo espetáculo. É por isso que as livrarias estão cheias de biografias do juiz Sérgio Moro. O chefe da força-tarefa, Deltan Dallagnol, também lançou livro em meio à operação. A Lava Jato precisa dos holofotes. Precisa que as pessoas criem empatia com os investigadores, para que apoiem condenações a qualquer custo. Moro sabia disso desde 2004, quando escreveu um artigo em que elogiou o trabalho cooperado entre a Justiça e a mídia, para deslegitimação da defesa dos acusados.

AMIGA DA SAÚDE Por Sofia Barbosa, enfermeira

Tive dois partos normais. Estou com incontinência urinária e fui encaminhada para fisioterapia. Será que só isso pode resolver? Todas as minhas amigas fizeram cirurgia de períneo para tratar esse problema. Anita Viriato, 53 anos, empregada doméstica.

Divulgação

Filme recebe críticas por não ter distanciamento histórico

O lançamento de um filme sobre um processo tão complexo como a Lava Jato só escancara a espetacularização da Justiça no Brasil. E os patrocinadores continuam ocultos, o que alimenta a polêmica sobre quem está por trás desse longa-metragem. As cenas vazaram, primeiro, no jornal O Globo, e essa é uma pista importante. As organizações Globo ajudaram a articular o golpe de Estado em 2016,

segundo o ex-presidente Lula, réu na Lava Jato.   Todas as ações penais contra o ex-presidente Lula estão em aberto. Nada mais imprudente do que lançar um filme em que réus sem julgamento são interpretados por atores que não sabem se o personagem é corrupto ou inocente. Aliás, no caso da Lava Jato, não é imprudência: é uma estratégia de comunicação. A estratégia do espetáculo.

Cara Anita, a fisioterapia de períneo é sim um tratamento indicado para a incontinência urinária. Esse problema é muito comum entre mulheres após os 50 anos. Mas pode também ocorrer em mulheres mais jovens, principalmente quando há partos vaginais, obesidade, uso de medicamentos diuréticos, etc. A fisioterapia trabalha o fortalecimento da musculatura perineal, melhorando a sustentação da bexiga e o controle dos esfíncteres (músculos responsáveis pela abertura e fechamento dos orifícios da uretra e ânus). Com isso, muitos casos de incontinência podem ser resolvidos. Para algumas situações mais graves, a cirurgia plástica do períneo é necessária para tratar completamente o problema da perda urinária. Muitas mulheres acostumam com a incontinência urinária e acreditam que seja algo normal entre as idosas. Isso é motivo de sofrimento e de isolamento social, uma vez que elas acabam evitando sair de casa pelo constrangimento.

Show de Black Alien interpretado por libras Para fechar setembro, nesta sexta-feira (29), o projeto MAR de Música recebe Black Alien e Mister Niterói. Em celebração ao Dia Nacional do Surdo, o carioca une suas rimas, ideias e flows em um show inteiramente interpretado em Libras. O quê: Show do Black Alien. Quando: Sexta (29), das 17h às 22h. Onde: Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, 5. Quanto: R$ 10. Divulgação


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ESPECIAL SOBERANIA

A organização estima que o encontro reunirá cerca de 4 mil pessoas de todas as regiões do Brasil MARIANA PITASSE

RIO DE JANEIRO (RJ)

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centro do Rio de Janeiro receberá uma série de atividades e manifestações durante a próxima semana. Principalmente porque a partir deste domingo (1º) até a próxima quinta-feira (5), milhares de pessoas estarão reunidas na cidade para o 8º Encontro Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Nesta edição, o encontro vai debater “Água e energia com soberania, distribuição da riqueza e controle popular” e a organização estima que

reunirá cerca de 4 mil pessoas de todas as regiões do Brasil. De acordo com o coordenador geral do MAB Rogério Paulo Hohn, a privatização dos recursos naturais e essenciais, como água e energia, tem se intensificado com o governo de Michel Temer (PMDB). “Nós entendemos que água e energia tem que ser do patrimônio do povo e a serviço do povo. Esse tema da soberania a gente tem discutido dentro do MAB, no sentido de defender os recursos naturais, sob controle popular. Esse é o nosso grande norteador”, explica. Como parte das atividades do encontro, abertas ao público, está a abertura do 8º Encontro do MAB, que vai acontecer no Terreirão do Samba, a partir das 18h, na segunda-feira (2). Tam-

Joka Madruga

Movimento dos Atingidos por Barragens prepara atividades na próxima semana no Rio

Abertura do 8o Encontro do MAB vai acontecer no Terreirão do Samba na segunda-feira (2)

bém estão sendo organizadas duas grandes manifestações na terça-feira (3), ao lado de outras entidades e organizações políticas, como a Frente Brasil Popular (FBP). A primeira delas vai acontecer a partir das 11h, em frente à Eletrobras, e a segunda, com a presença do ex-presidente Lula, a partir das 14h, em frente ao prédio da Petrobras.

VOCÊ SABIA

MAB atua há 26 anos em defesa dos direitos humanos

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O MAB é um movimento social que tem 26 anos de história e sempre realiza seus encontros nacionais como espaço deliberativos da política da organização para os próximos anos. "Esse é o 8º Encontro Nacional e busca reunir as famílias dos diferentes estados para discutir, principalmente, a violação de direitos humanos cometidos sobre populações atingidas por barragens”, explica Paulo Hohn.

Leandro Taques

ROMPIMENTO DA BARRAGEM EM MARIANA SERÁ TEMA DO ENCONTRO O encontro também vai discutir o caso mais significativo dos últimos tempos que afetou diferentes regiões a partir rompimento da barragem de Fundão, em Bento Rodrigues, distrito do município de Mariana (MG), em novembro de . Até hoje a Samarco não foi responsabilizada pelo crime ambiental.

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ESPECIAL SOBERANIA

RIO DE JANEIRO, 29 A 30 DE SETEMBRO DE 2017 Diego Villamarim/FUP

MARIANA PITASSE

RIO DE JANEIRO (RJ)

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epois de ser lançada em diversas capitais do país, chegou a vez da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional ser discutida no Rio de Janeiro na próxima segunda-feira (2). A ideia é apresentar a proposta do grupo, formado por políticos de diferentes partidos e integrantes da sociedade civil. Essa frente se coloca contra a maneira como tem sido feita gestão dos recursos naturais, as privatizações e a forma de lidar com a política externa do governo de Michel Temer (PMDB). De acordo com Pedro Celestino, presidente do Clube de Engenharia e membro da frente, seu lançamento é essencial para mostrar para a sociedade brasileira que a luta em defesa da soberania não é partidária, mas sim uma luta de todos os brasileiros. “O projeto de construção de um Brasil para os brasileiros hoje está ameaçado por conta de uma proposta de governo que é absolutamente descompromissada de qualquer tipo de interesse da sociedade", explica. "O que está em jogo hoje é a nossa sobrevivência enquanto nação independente, o que se quer é nos remeter a condição colonial, de exportadores de matérias primas, recursos naturais e importadores de tudo”, conclui Celestino.

SOBERANIA Segundo a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB), mesmo que pareçam temas distantes do cotidiano, os ataques à soberania nacional impactam diretamente a po-

Frente suprapartidária quer unir forças para barrar retrocessos com privatizações

Frente em Defesa da Soberania será lançada no Rio na próxima segunda (2)

A ideia é apresentar a proposta do grupo que se coloca contra as privatizações pulação de diversas formas. “No caso da privatização da Eletrobras, você tem o aumento da tarifa. Ou seja, o impacto no bolso do consumidor. Além disso tem a questão de política estratégica, coisas que saem da mão do país e passam para empresas. A população é a que mais sofrerá, porque o interesse dela é sempre posto abaixo do mercado”, explica.

Parlamentares já confirmaram presença »»O lançamento acontecerá na próxima segunda-fei-

ra (2), a partir das 14h, no auditório do Clube de Engenharia, que fica na avenida Rio Branco, nº 124, no Centro do Rio. O evento já tem presença confirmada dos parlamentares: Jandira Feghali, Lindberg Farias, Roberto Requião, Celso Panseira, Glauber Braga, Patrus Ananias e Wadih Damous.

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VOCÊ SABIA Brasil terá que importar matérias primas do petróleo

Para Pedro Celestino, do Clube de Engenharia, um exemplo de como a soberania é essencial para que o desenvolvimento do Brasil é o caso da Petrobras. "Sem ela, vamos ter que importar todas as matérias primas do petróleo. Isso é o que ocorre hoje na Nigéria e no Oriente Médio, países conflagrados por guerras e conflitos porque não têm propostas que atendam os interesses dos seus povos”, conclui.


ESPECIAL SOBERANIA ESPECIAL

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Ricardo Stuckert

VOCÊ SABIA Petrobras chegou a ser a quarta maior

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A marcha ocorre num dia simbólico para a Petrobras. A empresa completa, no dia 3 de outubro, 64 anos de existência. Apesar do aniversário, não há o que comemorar. Desde a chegada de Michel Temer à presidência, a empresa que em 2010 chegou a ser a quarta maior do mundo, sofre um intenso processo de desmonte.

Ex-presidente Lula está confirmado para participar do ato em defesa da soberania nacional

Lula vai participar de ato em defesa da soberania nacional Manifestação quer dialogar com a população sobre a importância das empresas públicas JAQUELINE DEISTER

RIO DE JANEIRO (RJ)

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a próxima terça-feira (3), o centro do Rio de Janeiro será palco de uma grande marcha em defesa do patrimônio e da soberania nacional. A manifestação está sendo organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e pela Frente Brasil Popular (FBP) e contará com a pre-

sença do ex-presidente Lula. Para o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Zé Maria, o ato será uma oportunidade de dialogar com a população sobre a importância das empresas públicas para a economia brasileira. “O objetivo central é chamar a atenção para o desmonte que está sendo feito. O Estado brasileiro não investe mais. Esse é o pior comprometimento de investimento do Estado nos últimos dez anos", comenta Zé Maria. "Além disso, queremos lembrar a importância das empresas estatais para um país, principalmente neste momento de desemprego, desaquecimento da economia e reces-

são”, acrescenta. A FUP representa cerca de 100 mil trabalhadores do setor do petróleo no Brasil. Além dela, outra categoria que está mobilizada para a marcha são os moedeiros. A Casa da Moeda do Brasil está entre as 57 empresas disponibilizadas para concessão ou desestatização

pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Para o presidente do Sindicato Nacional dos Moedeiros, Aluizio Junior, a instituição não tem dado prejuízo, muito pelo contrário. “A Casa da Moeda saiu de um faturamento bruto de mais R$ 300 milhões em 2003 para em 2013 um fatu-

Ato acontece na próxima terça-feira no Centro do Rio »»A concentração para a marcha em defesa da Sobe-

rania Nacional está marcada para a próxima terça-feira (3), às 11h em frente ao prédio da Eletrobras, localizado na Avenida Presidente Vargas, no centro do Rio. Os manifestantes seguirão em caminhada até a Petrobras. A expectativa da organização é que o ato reúna mais de 20 mil pessoas.

ramento de R$ 2.9 bilhões e com a lucratividade de R$ 780 milhões.Não tem sentido dizer que dá prejuízo", destaca Aluizio Junior. "Diferente do que pregou o Ministro Meirelles, o dinheiro em espécie tem alto uso, apesar dos meios eletrônicos de pagamento. E aqui no Brasil, nós temos mais de 30% da população que não tem conta bancária e utiliza o dinheiro em espécie como forma de fazer o escambo”, completa. A Casa da Moeda é responsável pela produção das cédulas e das moedas do real. Além disso, a instituição também confecciona os passaportes brasileiros, considerados um dos mais seguros do mundo.


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ESPECIAL ESPECIAL SOBERANIA

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Stedile: "Bens naturais deveriam ser explorados em proveito do povo" Divulgação

MARIANA PITASSE

impostos e royalties nos municípios onde atuava. Agora, tudo vai para fora e nós perdemos, isso aliás é uma das causas da crise financeira do estado do Rio. Imagine quando venderem mais minas, mais terras, tudo isso vai desalojar a população do interior, que ficará com o prejuízo ambiental e sem emprego. Anotem aí, com essas privatizações das hidrelétricas o preço da energia vai subir muito e quem vai pagar é o povo.

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entrega dos recursos naturais brasileiros a grupos econômicos nacionais e estrangeiros tem sido uma das principais pautas do governo de Michel Temer. Para João Pedro Stedile, do MST, a tentativa de privatização das riquezas naturais do país, como a água, o petróleo e os minérios, “é um crime contra a pátria e contra o povo brasileiro”. Brasil de Fato: Por que o governo Temer está privatizando alguns dos principais bens da natureza brasileira? João Pedro Stedile: O Brasil vive uma grave crise econômica e social. Para escapar desta crise, os ricos procuram jogar todo peso da crise sobre a classe trabalhadora, aumentando a exploração e o desemprego. Por outro lado, o Brasil é um dos países que tem mais riquezas da natureza, como o pré-sal, as águas, as terras e os minérios. Esses bens deveriam ser explorados em proveito do povo. É isso que está na Constituição. Porém os capitalistas sabem que os bens da natureza quando colocados no mercado se transformam em mercadorias que dão um lucro maior do que qualquer fábrica ou comércio. Então, as grandes empresas pressionam para que o governo não explore os bens por meio de estatais

Stedile: "Riquezas naturais agora vão beneficiar apenas meia dúzia de capitalistas"

Anotem aí, com essas privatizações das hidrelétricas o preço da energia vai subir muito e quem vai pagar é o povo e, sim, pelo capital privado. Eles querem ficar com todo o lucro. Qual o papel do capital estrangeiro nesse processo? Todas as grandes empresas e capitalistas sonham em se apoderar das riquezas naturais, mas quem

tem mais força são as de capital estrangeiro. No caso do pré-sal, por exemplo, a Petrobras saiu e entraram seis empresas estrangeiras, desde norte americanas até as chinesas. Quando o assunto é água potável quem controla agora o mercado é a Nestlé e a Coca-Cola. Na mineração todas são empresas estrangeiras. O governo golpista está querendo entregar a maior reserva de cobre da Amazônia, para uma empresa canadense. Isso tudo significa que a riqueza natural, que deveria beneficiar todo povo, agora vai beneficiar apenas meia dúzia de capitalistas. Isso quer dizer que as privatizações afetam a soberania de nosso país?

Claro que afetam. Antes eram brasileiros, o governo ou empresas estatais que controlavam a maneira de explorar as riquezas e a forma de aplicar o dinheiro. No caso da lei do pré-sal metade de dos lucros deveria ir para educação, saúde, ciência e tecnologia. Agora, os estrangeiros levam dinheiro para suas matrizes. Nós, brasileiros, perdemos o controle de nossas maiores riquezas porque perdemos a soberania sobre elas. E como tudo isso impacta a vida do povo brasileiro? Afeta de muitas formas, mas principalmente no emprego. De novo o exemplo do pré-sal: antes a Petrobras fazia o navio, a plataforma, tudo aqui, gerando emprego e renda para os trabalhadores, além de

O que poderia solucionar os problemas políticos que o país enfrenta? A solução é a democracia. E a democracia, se faz por meio do voto e da consulta popular. Primeiro precisamos de um plebiscito, em que todo povo vá às urnas responder se é a favor da venda da Petrobras, da Eletrobras, de nossos minérios, de nossa água. Também que as pessoas possam falar se concordam ou não com as reformas da previdência e trabalhista. Se a maioria do povo for contra, essas medidas devem ser revogadas. Segundo, é preciso convocar eleições diretas para eleger um novo gover- no. O povo tem que decidir seu futuro. Os empresários e os golpistas perseguem tanto o Lula porque sabem que o Lula é o símbolo do povo e que iria revogar todas essas medidas. Por isso não querem deixar ele se candidatar.


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CULTURA & LAZER

Conheça o Slam, a batalha de poesias que tomou as ruas das cidades DIvulgação

NORMA ODARA

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SÃO PAULO (SP)

»»Apesar

da crise do estado, a UERJ resiste, sim. Uma das provas dessa resistência é a Faculdade de Direito que, mesmo com toda a dificuldade vivida nos últimos tempos, se mantém ativa, forte, produtiva. E, para celebrar seus 80 anos, completados em 2015, lançará, na próxima quarta (4), às 20h, no Cine Odeon, um documentário sobre sua história. Produzido pelo Comitê Direito 80, o documentário se chama “Do Velho Casarão ao Congo: uma história de resistência”.

Slam é uma competição de poesias faladas que surgiu em Chicago, nos EUA

tempo e as notas, que são geralmente de 0 a 10", comenta o artista. A slammer e produtora cultural Mel Duarte já ganhou diversas competições, incluindo o Slam Resistência e a Flupp, a Festa Literária das Periferias. "Eu falo sobre muita coisa. Mas tem muito o ponto da questão da mulher negra na sociedade. Por eu ser uma mulher negra, a gente sabe que tem toda essa questão da invisibilidade das mulheres negras na literatura, acho que isso é uma coisa muito importante de pontuar e de contar a minha história através da minha própria voz", relata Mel.

Serviço Slam em Manguinhos Neste sábado (30), a partir das 17h, acontece o 1º Slam Manguinhos, na pracinha, próximo ao Campo do Society. O evento terá exibição de filmes e clips em memória a Christian de Andrade morto pela polícia em 2015, além de apresentação das poesias. No final da noite, shows de Magoo Campos Helen Nzinga e Versus de Sangue.

Festival de Cultura Cigana na Praça Mauá »»O Festival de Cultura Cigana co-

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DIvulgação

EMICIDA NO I FESTIVAL RAP CONECT No dia de outubro, o Terreirão do Samba se agita ao som de Emicida, que apresenta turnê "Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa", lançada no ano de . O rapper é uma das inúmeras atrações que compõem o I Festival Rap Conect. Os ingressos sociais custam R$ (é necessário levar kg de alimento não perecível).

Faculdade de direito da UERJ lança documentário

meça no domingo (1), com dança, a magia e o encanto do povo cigano. Entre as atividades está um cortejo percorrendo o Boulevard Olímpico, a partir das 10h, na Praça Mauá, no centro do Rio. Divulgação

ocê já ouviu falar no Slam? A expressão está em alta entre os jovens brasileiros. Trata-se de uma competição de poesias faladas que surgiu em Chicago, nos Estados Unidos, em meados dos anos 80, na mesma época do hip-hop. Os textos recitados nas batalhas retratam dramas cotidianos, como a homofobia, o racismo, o machismo, preconceito e a violência do Estado. A batalha de poesias faladas se espalhou por capitais brasileiras como São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Rio de Janeiro. Del Chaves é músico, poeta e um dos fundadores do Slam Resistência, que acontece na Praça Roosevelt, em São Paulo, e é um dos primeiros da capital paulista. Ele conta que para participar das batalhas tem que ter procedimento. "São poesias autorais, que você vai utilizar apenas o corpo e a palavra, sem roupagem teatral, objeto cênico ou instrumento musical, só você, a palavra e a intervenção. São escolhidos jurados na hora, entre o público, tem sempre o matemático, que calcula o

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PAPO ESPORTIVO

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LUIZ FERREIRA

AS LIÇÕES QUE O FLAMENGO PRECISA TIRAR DO VICECAMPEONATO »»O

grande Antoine de Saint-Exupéry (autor do clássico “O Pequeno Príncipe”) costumava dizer que “Há vitórias que exaltam, outras que corrompem; derrotas que matam, outras que despertam”. Essa frase é bastante apropriada para falar do Flamengo. Nossa intenção não é desmerecer a conquista da Copa do Brasil pelo bom time do Cruzeiro e nem a defesa salvadora de Fábio no pênalti cobrado por Diego. Queremos levantar um outro lado da decisão de quarta-feira no Mineirão. É costume do torcedor brasileiro exaltar um

time nas vitórias e criar um cenário de terra arrasada nas derrotas. Com o Flamengo, esse processo se torna ainda mais nítido. E nesse ano de 2017, a diretoria do Flamengo trabalhou para construir um time digno da história do clube. E assim o fez, gastando rios de dinheiro. O investimento, no entanto, não gerou os resultados esperados pela torcida. Não adianta juntar um monte de gente se (1) você não tem tempo e nem permite que os treinadores participem das contratações, (2) vende a ideia de um time imbatível para a torcida, e (3) só percebe que o elenco milionário que

Gilvan de Souza/Flamengo

Ainda há tempo do Flamengo “salvar o ano” com o título da Copa Sul-Americana e uma campanha de recuperação

Investimento com novos jogadores não gerou os resultados esperados pela torcida você montou está cheio de lacunas no final do ano. Eduardo Bandeira de Mello fez muito pelo "Mais Queri-

Crossfit: grande intensidade exige cuidado ainda maior »»Quando

pensamos em perder barriguinha ou ganhar músculos, ou ainda em buscar um exercício por questões de saúde, dificilmente nos imaginamos escalando, pendurados em cordas ou levantando um pneu de trator - e ainda com pessoas "na torcida", tentando motivar. Pois esse tipo de treino tem ganhado milhares de adeptos mundo afora. Uma praticante que aprova o formato é a fisioterapeuta Iviana Marinho, de 26 anos. "Fazemos muitos exercícios em grupo, trio ou dupla. Isso dá um dinamismo grande", elogia. Para ela, o sucesso

da modalidade tem relação com o estímulo à superação individual. Ela pratica crossfit uma hora por dia, cinco dias na semana. Mas a modalidade também cobra uma atenção especial com a saúde do praticante. É o que alerta a cardiologista Tereza Lins. "Quem não está preparado e faz uma aula intensa corre risco cardiovascular mais alto", informa. A médica afirma que o primeiro passo antes de aderir ao crossfit é realizar uma avaliação cardíaca. Em seguida, o aluno deve fazer o teste ergométrico para saber que nível de exercícios pode atingir. (VINICIUS SOBREIRA)

do do Brasil, saneando as contas e arrumando a casa, mas pecou ao achar que bastava contratar sem planejar e ouvir quem fica na beira do campo. A tal derrota nada mais é do que aprender com os erros e crescer com eles. Buscar entender por que acreditaram que não era necessário trazer outro goleiro no início do ano (quando Alex Muralha iniciava o mergulho numa fase horríDivulgação

vel) e nem um substituto para Diego, que se lesionou justo na reta final da fase de grupos da Libertadores. Ainda há tempo do Flamengo “salvar o ano” com o título da Copa Sul-Americana e uma campanha de recuperação no Campeonato Brasileiro. Até porque repetir os erros passados deixa de ser teimosia e se transforma em... Bom... Deixa pra lá.

Temer reduz em 87% o orçamento do Ministério do Esporte

»»A proposta de Lei Orçamen-

O primeiro passo antes de aderir ao crossfit é realizar uma avaliação cardíaca

tária Anual (LOA) de 2018, enviada pelo governo federal à Câmara dos Deputados, reduz drasticamente os recursos do Ministério do Esporte. Com isso, programas como o Bolsa Atleta, Rede Nacional de Treinamento, apoio à prática esporte e ao lazer tiveram seus recursos minguados. O Bolsa Atleta, por exemplo, terá R$ 70 milhões no próximo ano, pouco mais da metade dos R$ 125 milhões deste ano.


ESPORTES

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Ricardo Duarte/SCI

FRASE DA SEMANA O mais importante é que o time esteja em primeiro lugar, antes da vaidade.

Gol de placa do Internacional

Sorín, ex-jogador do Cruzeiro e PSG, comentando o “pega pra capar” entre Neymar e Cavani, pelo Campeonato Francês.

»»O presidente do Internacional, do

Divulgação

Rio Grande do Sul, anunciou que em 2018 a Arena Beira-Rio, que sediou jogos da Copa do Mundo, vai arrancar 7 mil cadeiras de parte do estádio, voltando às arquibanca-

das de cimento. A medida atende a pedidos de parte da torcida colorada, que quer voltar a assistir aos jogos em pé, pulando e cantando. Entre as arenas brasileiras, apenas a do Grêmio preservou a "geral".

"Precisamos alavancar o futebol feminino”, diz ex-capitã da seleção brasileira Divulgação

Para Marisa Nogueira, o futebol feminino não é tratado como o masculino por falta de respeito

VOCÊ SABIA Maioria das exjogadoras estão desempregadas

MARIANA PITASSE

Em parceria com antigas colegas da seleção, Marisa criou a associação Bola de Ouro. A maioria delas está desempregada porque os poucos times que existem escolhem homens para serem treinadores e formar a comissão técnica.

H

RIO DE JANEIRO (RJ)

á 35 anos trabalhando com futebol feminino, Marisa Nogueira tem vasta trajetória na história do esporte. A ex-atleta, que hoje atua como treinadora, foi capitã da primeira Seleção Brasileira formada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Esse time disputou o primeiro Campeonato Mundial da FIFA, o Mundial Experimental, realizado em Guangdong, na China, em 1988. Ao falar do futebol feminino, Marisa Nogueira admite melhoras no cenário nacional, mas acredita que ainda há muito o que avançar. Para ela, o esporte não é tratado como a modalidade masculina por

?

Marisa Nogueira foi capitã da primeira Seleção Brasileira em 1988

falta de respeito. “Na nossa época era pior do que agora, mas ainda precisamos de recurso para alavancar o futebol feminino. Meninas jogando é que não falta. O que falta é incentivo”, afirma. Antes de se tornar treinadora, Marisa foi zagueira da seleção. Nesse período, participou de três mundiais - 1988 e 1991 na China e

1995 na Suécia -, além de uma edição dos Jogos Olímpicos, em 1996, em Atlanta, nos Estados Unidos, e dois Sul-Americanos, em 1991 e 1995 no Brasil. Mais tarde, como treinadora Marisa atuou no Vasco, na Portuguesa e no Barcelona Esporte Clube do Rio de Janeiro. Hoje, trabalhando com time feminino amador, Marisa reclama a

falta de reconhecimento, após tantos anos de dedicação ao esporte. “Falta reconhecimento com as ex-atletas, somos capacitadas mas não nos procuram para nada. Por que só tem duas mulheres na comissão técnica da seleção feminina, se é um time de mulheres. Que limitação é essa? Isso é um absurdo”, questiona.


3 DE OUTUBRO

DIA DE LUTA PELA SOBERANIA NACIONAL

11H

CONCENTRAÇÃO EM FRENTE À ELETROBRÁS CAMINHADA PARA A SEDE DA PETROBRÁS ÀS 13H


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