Sindicato: Metrô Rio influenciou resultado de assembleia
esporte | págs. 8 e 9
Como a Copa chegou até aqui?
Arquivo
Pablo Vergara
1 | mundo cidades | pág. 6
Começa nesta quinta-feira (12) a 20ª Copa do Mundo. Saiba mais sobre as edições anteriores
Trabalhadores receberam hora extra para aprovar proposta da empresa 12 a 18 de junho de 2014 • distribuição gratuita
Pablo Vergara
Ano 2 | edição 54
Tá dominado: Maracanã é entregue à FIFA
cidades | pág. 5
entrevista | pág. 4
Pablo Vergara
Elisangela Leite
A COPA DO MUNDO DA FIFA começa nesta quinta-feira (12) e o estádio mais famoso do Brasil, o Maracanã, vai receber milhares de turistas brasileiros e estrangeiros. Mas o cotidiano dos moradores e comerciantes da região não será só de festa. Suas rotinas serão alteradas para atender as exigências do "padrão Fifa".
esporte | pág. 15
“Greve é sempre legal e legítima”
“Eu nunca gostei do ‘Não vai ter Copa’”
Advogado Thiago Barison critica atuação do Judiciário nas recentes paralisações de categorias
Em mais um Papo de Boteco, Cid Benjamin fala sobre política, seleção e Copa do Mundo
02 | opinião
Rio de Janeiro, 12 a 18 de junho de 2014
editorial | Rio de Janeiro
Cartas dos leitores
Nesta Copa, o povo também quer jogar
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Hoje é o dia. Começa mais uma edição da tão celebrada Copa do Mundo. E dessa vez no nosso país, o maior campeão de todos os tempos. Já são 5 Copas do mundo conquistadas, e vamos para mais uma. E dessa vez, para mais do que apenas um troféu. A seleção brasileira entra em campo em busca de uma taça, enquanto milhares de pessoas tomam as ruas em busca de outra: a taça das mudanças estruturais em nosso país. É certo que gostamos de futebol, é certo.
Também é certo que queremos ser campeões, claro. Mas também é certo que queremos mais do que assistir na TV 11 jogadores disputarem uma taça, enquanto uma série de greves e mobilizações por direitos dos trabalhadores acontecem no país e não são ouvidas, como a greve dos rodoviários do Rio. Não queremos tampouco ser apenas expectadores de tudo que acontece nos campos e no país. Queremos jogar também. Queremos decidir se o nosso dinheiro vai
ser esbanjado para construir estádios ou se vai para educação e saúde, para transporte de qualidade, etc. As mobilizações que vão às ruas durante a Copa são legítimas por direito e buscam uma conquista inédita para o Brasil: uma vida melhor para todo o povo. Elas mostram como são urgentes mudanças profundas na estrutura do nosso país, com uma mídia mais democrática, uma polícia desmilitarizada, e a urgência de uma constituinte para mudar o
sistema político do país, garantindo maior participação do povo nas decisões estratégicas da nação, como por exemplo, receber ou não uma Copa do Mundo, aceitar ou não as exigências da Fifa, que nesse momento parece ser a dona do Brasil. Nessa Copa vamos querer botar nosso time em campo. E não queremos somente uma taça guardada em um museu, mas uma vida digna para os milhões de corações que vestem a camisa do nosso país.
Trabalhei no posto de pedágio de 1980 até 1999. Me aposentei, mas o INSS não considerou o monóxido de carbono como insalubre. O Ministério do Trabalho deveria fazer uma fiscalização no horário de pico nestas praças de pedágio. Um teste com os uniformes dos funcionários revelaria a exposição de fumaça dos caminhões e veículos pequenos a que os trabalhadores estão submetidos diariamente. Jorge Flores de Oliveira
sugestões: redacaorj@brasil defato.com.br
editorial | Brasil
O direito de greve precisa ser reconquistado! •
O Brasil assiste a uma retomada das greves. A diminuição do desemprego nos últimos anos abre oportunidades à luta contra as péssimas condições de trabalho e remuneração no país. A greve, mesmo com todos os riscos que implica, é o único meio que os trabalhadores têm para obter coletivamente uma vida melhor. Mas os governos e o judiciário vêm fazendo de tudo para suprimir esse direito, previsto no artigo 9º da Constituição de 1988. A repressão à greve dos metroviários de São Paulo é o melhor exemplo. Embora as autoridades estatais falem em nome da legalidade, o que há, contudo, é uma farsa jurídica. Antes mesmo de deflagrada a greve dos metroviários, a Justiça
Redação Rio: redacaorj@brasildefato.com.br
Para anunciar: (21) 4062 7105
do Trabalho decidiu liminarmente: proibição de greve no horário de pico e manutenção de 70% dos trens em funcionamento nos outros horários. O transporte público é considerado por lei “atividade essencial”, dentro da qual a greve deve garantir “o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade”. Mas na interpretação que o judiciário tem feito diz que o trabalhador não pode perturbar a mínima normalidade, o que retira toda a força da greve. Os grevistas propuseram abrir as catracas, mas o tribunal rebateu que isso “causaria prejuízo à empresa”. Ora, greve que não cause prejuízo não tem força e não conquista nada. A reação contra os metroviários de São Paulo foi digna
“
A greve é o único meio que os trabalhadores têm para obter coletivamente uma vida melhor
uma luta em defesa do Metrô. É hora do povo brasileiro prestar solidariedade aos grevistas, resistindo junto a eles. É o momento de toda a classe trabalhadora levan-
tar a bandeira da reconquista do direito de greve: essa é a “necessidade inadiável da comunidade” para a construção de um país democrático e igualitário.
Arievaldo
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da ditadura. O judiciário, conhecido por sua demora, resolveu abrir uma exceção: julgou em pleno domingo a greve “abusiva”, o governo anunciou demissões e as multas ao sindicato já chegam a quase R$ 1 milhão. A população não se deixa enganar: sabe que a qualidade dos serviços depende dos trabalhadores que os executam e por isso a greve dos metroviários é também
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em São Paulo, Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos • Ed do ponto de vista da necessidade de mudanças • Ed sociais em nosso país e em nosso estado.
CONSELHO EDITORIAL RIO DE JANEIRO: Antonio Neiva, Aurélio Fernandes, Joaquín Piñero, Kleybson Andrade, Mario Augusto Jakobskind, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti EDITORA: Vivian Virissimo (MTb 13.344) REPÓRTER: André Vieira, Bruno Porpetta e Fania Rodrigues REVISÃO: Núbia Pimentel COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago FOTÓGRAFO: Pablo Vergara ADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade DIAGRAMAÇÃO: Stefano Figalo
Rio de Janeiro, 12 a 18 de junho de 2014
mandou
mal O deputado Mendonça Filho do DEM de Pernambuco. Ele não entendeu nada sobre a Política Nacional de Participação Social e errou feio ao dizer que o decreto é arbitrário e ditatorial. Pelo contrário, o decreto prevê conselhos que podem aumentar a participação popular nas decisões do Estado brasileiro. (Confira reportagem na página 7)
mandou
geral | 3
estamos de olho!
“
Se a Argentina vencer o Brasil na Copa do Mundo, eu me mato. Eles têm o Messi e o Papa. Eles não podem ter tudo”, disse Eduardo Paes em junho de 2013
bem O Papa Francisco. Nesta semana, o pontífice foi responsável por um encontro histórico e sem precedentes entre as principais lideranças do mundo árabe: o presidente palestino Mahmoud Abbas e o líder israelita Shimon Peres. As duas nações do Oriente Médio vivem em conflito.
se liga!
!
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gastos com a Copa totalizam R$ 8 bilhões. De 2010 até 2013, foram investidos R$ 1 trilhão e 700 bilhões em saúde Os
e educação
Foi lançado nesta terça-feira (10), no Sindicato dos Bancários, o Comitê Sindical do "Plebiscito da Constituinte". Este plebiscito propõe a reforma do sistema político. Estiveram presentes representantes da CUT, CTB e CSB. “Deu para perceber que as pessoas estão se convencendo da importância do plebiscito da reforma política. Só com esta reforma poderemos fazer mudanças democráticas e populares”, disse o diretor do Senge RJ, Victor Marchesini.
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O Brasil de Fato RJ curtiu: MEC vai exigir carga horária no SUS para estudantes de medicina
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Os cursos superiores de medicina vão mudar a partir de 2016. Entre as alterações previstas está a reserva de 30% da carga horária do internato na atenção básica e em serviço de urgência e emergência do SUS.
4 | entrevista
Rio de Janeiro, 12 a 18 de junho de 2014 Elisangela Leite
“Greve é sempre legal e legítima” DIREITOS Advogado Thiago Barison critica atuação do Judiciário nas recentes paralisações de trabalhadores
Joana Tavares
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de Belo Horizonte (MG)
Quando um trabalhador está insatisfeito com seu salário ou com uma situação precarizada no serviço, o que ele pode fazer? A história mostra que a alternativa que garante mais resultados é a greve. A paralisação coletiva de atividades coletiva é um direito previsto na Constituição Federal, ou seja, é uma forma de pressão democrática pela conquista de melhores condições de trabalho. No entanto, nos últimos anos, a mesma Justiça que deveria garantir esse direito tem tomado medidas para restringir a mobilização. Confira entrevista com o diretor do sindicato dos advogados de São Paulo, iago Barison. Brasil de Fato - O direito de greve é garantido pela Constituição Federal. Isso quer dizer que as greves sempre são legais? iago Barison - O art. 9º da Constituição dá aos trabalhadores a liberdade de decidir quando cruzar os braços coletivamente e quais os interesses que vão defender pela greve. Estabelece que
nas atividades “essenciais”, definidas por lei (saneamento, saúde, transportes etc.), o sindicato garantirá o atendimento das “necessidades inadiáveis da comunidade”. Por fim, a Constituição res-
“
À empresa interessa que o empregado trabalhe mais e ganhe menos
_______________ ponsabiliza os indivíduos que durante a greve pratiquem atos de abusividade, que acontecem quando alguém se excede e fere direitos de outros. Esse é o quadro normativo. Mas as greves não podem ser nunca “ilegais” ou “abusivas”: alguém que se excede pode cometer “ato de abusividade”. Mas a greve como um todo não, ela é sempre legal e legítima. Brasil de Fato - Recentemente, em quase todas as greves, a Justiça concede liminares que restringem o
direito dos trabalhadores. Isso é legítimo? O judiciário pode intervir em um direito adquirido? Isso não é legítimo. Mas como o Judiciário dá a última palavra na interpretação da lei, temos decisões judiciais ilegítimas. O Judiciário faz hoje o papel que o Ministério do Trabalho fazia na ditadura: controlar os sindicatos e os trabalhadores, impedir e restringir as greves, vistas como um “mal” a ser evitado. Mas para o trabalhador, a greve é um “bem”: é o meio para melhorar suas condições de trabalho e renda. E nos serviços públicos, onde estão as atividades essenciais, ela é o meio de defender a qualidade do serviço contra o sucateamento. Os filhos dos juízes nunca estudam em escolas públicas. E os juízes não usam o SUS. Brasil de Fato - Muitas paralisações de trabalhadores acabam acontecendo por fora da estrutura dos sindicatos. Os sindicatos estão perdendo seu papel? A greve “por fora” do sindicato é uma necessidade dos trabalhadores, pois o Estado está utilizando o sindicato para controlar a greve,
Divulgação
Barison: "Greve por fora do sindicato é necessidade dos trabalhadores"
com multas milionárias, liminares etc. O sindicato nunca perderá o seu papel enquanto houver patrão e empregado, pois os interesses são opostos. À empresa interessa que o empregado trabalhe mais e ganhe menos, pois assim o lucro é maior. Já o empregado, como todo ser humano, quer uma renda melhor e ter mais tempo livre para a família, o lazer, o estudo e o crescimento pessoal. Brasil de Fato - Você vê uma retomada do movimento grevista? Podemos dizer que a classe trabalhadora voltou a se mobilizar de forma organizada? Está havendo o crescimento das greves. Elas são o primeiro passo para melhorar a distribuição de renda.
“
Os filhos dos juízes nunca estudam em escolas públicas. E os juízes não usam o SUS
______________ Os sindicatos precisam retomar a bandeira da redução da jornada de trabalho, sem redução dos salários. O terceiro passo é pensar um projeto popular para o Brasil, com reformas estruturais. Precisamos de uma reforma política urgente e esse Congresso não quer fazê-la.
Rio de Janeiro, 12 a 18 de junho de 2014
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Maracanã: região se transforma para a Copa
Pablo Vergara
Exigências da Fifa começam a valer e alteram rotina no entorno do estádio
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André Vieira do Rio de Janeiro (RJ)
A Copa do Mundo da Fifa começa nessa quinta-feira (12), mas o clima nas cidades já está bem diferente há dias. Ao redor do estádio mais famoso do Brasil, o Maracanã, são muitos os turistas de vários lugares do mundo que gritam o nome de suas seleções e esperam para vê-las disputar o título de campeã. Cenário que se transforma não apenas para os que chegam de outros países, mas também para moradores e comerciantes da região. Dina Machado, de 80 anos, diz estar ansiosa para ver a atuação da seleção brasileira. Moradora de uma das ruas próximas ao estádio há 30 anos, pretende reunir a família para assistir aos jogos
em casa. "Espero que o Brasil ganhe, que seja campeão. Com muita tranquilidade, com muita paz", revelou. Porém, as exigências da Fifa também recebem críticas. Durante os dias de jogos da Copa, ruas serão interditadas e haverá restrições para a circulação de veículos e pessoas ao redor do Maracanã. Realidade criticada pela funcionária pública Maria Terezinha, que reside a poucos passos do estádio. "Quando teve a Copa das Confederações a gente não teve direito a transitar. Eu tive que ser escoltada até em casa, o que vai acontecer agora na Copa. Eu vou continuar transitando pra lá e pra cá, se quiserem me levem até o portão da minha casa", reclamou. Em dias de jogos, a Fifa contará com as forças de segurança para inibir qualquer tipo de publicidade no en-
Sócia de Maradona não vai poder se apresentar em frente ao Maracanã em dias de jogos
torno do estádio que não seja dos patrocinadores do evento, como determina a Lei Geral da Copa. Ficam proibidas também a venda de produtos por ambulantes na área que será interditada e outras atividades não autorizadas pela entidade esportiva durante as partidas de futebol. Além dis-
so, duas horas antes e duas depois de cada jogo no Maracanã, a venda de bebidas alcoólicas será realizada apenas dentro do estádio, não sendo permitida a comercialização desses produtos em bares e restaurantes próximos ao local. O artista argentino Daniel Gonzalez há 10 dias se apre-
senta na porta do Maracanã fantasiado de Maradona, mas não poderá mostrar ali sua arte em dias de jogos. "Todo mundo tem direito a trabalhar. Não atrapalhamos a ninguém e somos parte do show do mundial. Tem que deixar o povo trabalhar", reivindicou Gonzalez.
Na véspera do primeiro jogo, polícia cumpre mandados de busca e apreensão OAB denuncia relação entre operação policial e atos que questionam a Copa do Mundo do Rio de Janeiro (RJ)
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Agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro realizaram nesta quarta-feira (11) uma série de mandados de busca e apreensão na residência de militantes. Ação realizada faltando um dia para o início do Mundial e na véspera de ato convocado no Rio de Janeiro. Foram apreendidos computadores e mídias que serão periciados. Segundo o presidente da Comissão de Direitos Hu-
manos da OAB/RJ, Marcelo Chalréo, as pessoas que estavam no local da apreensão dos equipamentos foram convidadas a prestar depoimento na Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, no Jacaré, zona norte do Rio. De acordo com o advogado, não houve detidos. Por todo o país, manifestações estão sendo chamadas durante a Copa do Mundo. Para Chalréo, a ação policial no Rio de Janeiro contra os militantes tem relação direta
com as convocações. “Na minha opinião a polícia está mandando um recado. Isso
não está desassociado do ato que está marcado para esta quinta e para os próximos
dias. Essa atitude se auto-explica”, denunciou o presidente da comissão. (AV)
Ato: “Nossa Copa é na Rua” Diversos movimentos sociais convocaram para esta quinta-feira (12) o ato “Nossa Copa é na Rua: por uma cidade de direitos”. A concentração será às 10h na Candelária e marchará até a Lapa. A luta por educação, saúde e transporte público, gratuito e de qualidade é a bandeira do ato. A atividade reivindica ainda a democratização dos meios de comunicação, o fim das remoções forçadas de comunidades, um Maracanã público e popular, dentre outros pontos.
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Rio de Janeiro, 12 a 18 de junho de 2014
Metrô Rio influenciou resultado de assembleia, diz sindicato Empresa teria pressionado funcionários para votar a favor da proposta patronal Pablo Vergara
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Fania Rodrigues
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do Rio de Janeiro (RJ)
O Metrô Rio pode ter utilizado seu poder financeiro para pressionar funcionários a votarem a favor da proposta salarial. A afirmação é do Sindicato dos Metroviários do Rio (Simerj). A votação estabeleceu aumento salarial de 8%. A oferta estava bem abaixo das reivindicações da categoria que pediu correção salarial de 6,7%, de acordo com a inflação, e aumento real de 15%. A proposta da empresa foi aprovada com 56 votos a fa-
É um absurdo o Metrô Rio pagar hora extra para funcionário votar na sua proposta
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Votação de assembleia dos trabalhadores definiu aumento de 8%
vor e 39 contra, durante a assembleia realizada, na terça-feira (10). Alguns sin-
dicalistas afirmam que a Metrô Rio estava pressionando funcionários para votarem em sua proposta. “Hoje quando terminei de trabalhar fui bater meu ponto,
mas recebi a instrução para vir à assembleia primeiro e depois passar o cartão de saída, ou seja, estou aqui cobrando hora extra. Essa é a maneira da empresa exercer seu poder sobre a gente”, afirma a condutora Valéria Gomes, de 48 anos. Ela afirma ainda que a categoria está muito insatisfeita. “As condições de trabalho não são boas, inclusive uma colega morreu, no dia 3 de abril,
atropelada por um trem”, ressalta a sindicalista. Stephania Lemos, que trabalha no controle de bilheteria, diz que também estava recebendo hora extra para participar da assembleia. “Essa é uma prática generalizada, quase todos estamos recebendo”. Ela apoiou a Metrô Rio. “A proposta é plausível. Não podemos querer melhorar o salário do dia para a noite”, defende. Já o presidente do Simerj, Herber Fernandes, considera a prática abusiva. “Acho um absurdo Metrô Rio pagar hora extra para funcionário votar na sua proposta. Se o empregador vem aqui decidir, tenho que dizer que isso não é democrático. Ela está exercendo o poder financeiro para subverter o voto”, destaca.
Passagem do metrô aumentou 1000% desde privatização Enquanto isso, metroviários recebem a pior remuneração do país do Rio de Janeiro (RJ)
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Segundo dados fornecidos pelo Sindicato dos Metroviários do Rio (Simerj), desde a privatização, em 1998, o preço da passagem subiu de R$ 0,35 para R$ 3,50, o que equivale a um aumento de exatos 1000%, quase três vezes o valor da inflação registrada nesse mesmo período. Já os salários dos trabalhadores não subiram na mesma velocidade. Os metroviários
do Rio recebem a pior remuneração da categoria, na comparação com os metrôs de outros estados. Mas depois de anunciar estado de greve, o Simerj colheu vitórias importantes na última negociação com a Metrô Rio. Com exceção do aumento de 8% oferecido pela empresa, que ficou abaixo do reivindicado, todas as outras exigências dos sindicalistas foram atendidas. Entre elas destacamse o aumento de 14,64% do piso salarial que pas-
sou de R$ 750,12 para R$ 860,00, a cesta básica cresceu 15,38%, de R$130,00 subiu para R$150,00. Já auxílio-funeral e ticket alimentação tiveram aumento de 10% e o auxílio creche 8%. Os funcionários com filhos portadores de necessidades especiais ganharam um benefício extra e vão receber 300 reais mensais. Para o mês de dezembro, conquistaram o direito a uma cesta no valor de R$ 200,00, que será debitado como ticket alimentação. (FR)
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Rio de Janeiro, 12 a 18 de junho de 2014
População deve ser ouvida sobre programas do governo, prevê decreto
SINDICAL Por Claudia Santiago
Aeroviários Medida cria política de participação social, mas é atacada por parlamentares de oposição no Congresso Nacional Pedro Rafael Vilela
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de Brasília (DF)
Uma forte pressão dos partidos que fazem oposição ao governo federal quer derrubar o Decreto nº 8243/14, assinado pela presidenta Dilma Rousseff há duas semanas. A medida cria a Política Nacional de Participação Social (PNPS), que prevê o envolvimento direto da população no acompanhamento dos programas de governo em diversas áreas. Na prática, a norma define e fortalece o papel de conselhos, comissões, conferências, ouvidorias e mesas de diálogo que já existem e que venham a ser criados. Esses organismos devem ter a participação de cidadãos e organizações da sociedade civil, como coletivos e movimentos sociais. O decreto observa que os órgãos da administração direta (ministérios) e indireta (como Ibama, INSS, Embrapa, Anvisa, etc.) devem levar em conta essas instâncias na formulação, execução e avaliação dos programas de governo. Pela norma, a escolha dos representantes da sociedade ci-
vil deve levar em conta a pluralidade dos segmentos que atuam nos diversos setores. “O que o decreto faz é cumprir o que já está previsto na Constituição Federal. Esses espaços de participação popular foram criados por demanda da sociedade”, afirma José Antônio Moroni, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). Moroni lembra que a primeira conferência nacional do Brasil ocorreu em 1941 e o tema era educação. “Esse aumento da participação social vai fazer com que a população seja mais escutada. As manifestações de junho do ano passado trazem claramente a demanda do povo de ser mais escutado pelos governos”, defende Pedro Pontual, diretor de participação social da Secretaria-Geral da Presidência da República. Reação Apesar dessas características, partidos de oposição articulam a derrubada do decreto no Congresso Nacional. Na sessão de terça-feira (10), manobra de partidos como PSDB, DEM, PSD e PPS impediu a votação de projetos
Agência Brasil
Protestos de junho/2013 trazem a demanda do povo ser mais escutado
de lei no plenário. Uma proposta de decreto legislativo foi apresentada pelo deputado Mendonça Filho (DEM-PE) e um bloco de dez partidos quer levar o tema ao Supremo Tribunal Federal (STF). O cientista político e professor de Administração Pública e Governo na FGV/SP, Francisco Fonseca, classifica de “histérica” e “sem sentido” a oposição ao decreto. “Foi uma medida importante, uma resposta às manifestações de rua, que cobram uma democracia mais participativa, uma democracia de base”, aponta. Para José Antonio Moroni,
“
Está em jogo o direito da população participar das decisões como sujeito e não apenas como espectador
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do Inesc, o decreto não viola o papel do Poder Legislativo. “O que esta em jogo é o direito da população participar das decisões como sujeito e não apenas como espectador, como acontece nas eleições”, afirma.
‘Querem uma democracia sem povo’ Meios de comunicação fazem campanha contra participação popular na política, afirmam especialistas de Brasília (DF)
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As principais críticas ao decreto presidencial que institui a participação social nas decisões de governo também foram difundidas pelos meios de comunicação. Alguns dos maiores jornais do país, como o Estado de S. Paulo, O Globo, Correio Braziliense,
e a revista Veja dedicaram editoriais e matérias para detonar a proposta. “É uma mudança de regime por decreto”, chegou a classificar o texto de opinião do Estadão nos últimos dias. “Eles [elite econômica] querem manter esse modelo de democracia baseado apenas na representação porque é onde eles dominam por
meio do financiamento privado de campanha, usam de todos os meios para continuarmos a ser uma democracia sem povo”, aponta José Antônio Moroni, do Inesc. Para o presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges, a campanha midiática contra o decreto mostra que os meios de co-
municação empresariais “nunca toleraram a democracia” e são contra qualquer iniciativa de democratizar o poder. “Eles transmitem um discurso de liberdade, mas trata-se da mesma mídia que apoiou o golpe de estado em 1964, sustentou a ditadura militar e não aceita nenhum tipo de participação popular”, argumenta. (PRV)
Os aeroviários do Rio farão uma paralisação de 24 horas nos aeroportos Galeão, Santos Dumont e Jacarepaguá, segundo o Sindicato Municipal dos Aeroviários do Rio (Simarj). A greve vale a partir da 0h desta quinta-feira (12). Os trabalhadores querem melhores condições de trabalho e a assinatura da convenção coletiva.
Cedae Mais de mil trabalhadores compareceram nesta quarta-feira (11) em assembleia, realizada na porta do prédio da Nova Cedae e, mais uma vez, rejeitaram a contraproposta do Presidente da empresa Vagner Victer. Foi decretado estado de greve, e uma nova assembleia de organização da greve acontecerá na próxima terça-feira (16). A greve acontecerá então a partir das 0h do dia 17. Na quintafeira (18) será realizado um ato em frente ao Palácio Guanabara.
Vigilantes A categoria aceitou o acordo com o sindicato patronal de 8% de reajuste salarial e aumento do vale-refeição. No entanto, os vigilantes reivindicavam 10% de reajuste e R$ 20 no tíquete - que foi para R$ 13 por dia.
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Rio de Janeiro, 12 a 18 de junho de 2014
Copa
Como a chegou até aqui? COPA DO MUNDO O Brasil, que coleciona histórias de glórias e decepções em Copas, inicia nesta quinta-feira (12) sua caminhada em busca do hexa Bruno Porpetta
do Rio de Janeiro (RJ)
1930 – Uruguai Campeão: Uruguai
Na primeira Copa do Mundo, deu o time da casa. Foi a Copa que consagrou a geração bicampeã olímpica (1924-1928) e o mito da “celeste olímpica”. Final: Uruguai 4 x 2 Argentina – Estádio Centenário – Montevidéu. Artilheiro: Stábile (Argentina) – 4 gols
1934 – Itália Campeã: Itália
Diante dos olhos de Benito Mussolini, o líder fascista italiano, a Azzurra venceu sua primeira Copa, jogando em casa. A primeira das Copas com obscuras relações entre a FIFA e a política. Final: Itália 2 x 1 Tchecoslováquia – Estádio Nacional – Roma. Artilheiros: Nejedly (Tchecoslováquia), Schiavio (Itália) e Conen (Alemanha) – 4 gols
1938 – França Campeã: Itália
A Copa que marcou a primeira boa apresentação do Brasil na história da competição. Na única derrota brasileira, na semifinal contra a Itália, o técnico Ademar Pimenta deixou Leônidas no banco de reservas, alegando problemas físicos que não haviam. Esta Copa sofreu os primeiros efeitos da Segunda
Guerra Mundial, que acabou por impedir a realização da Copa em 1942 e 46. Final: Itália 4 x 2 Hungria – Estádio Olímpico – Paris Artilheiro: Leônidas (Brasil) – 7 gols
1950 – Brasil Campeão: Uruguai
A maior tragédia de nossa história no futebol. O Brasil chegou à final da competição, mas sucumbiu ao gol de Ghiggia e frustrou a expectativa de 200 mil pessoas presentes ao Maracanã, provocando um silêncio que Nelson Rodrigues classificou como “ensurdecedor” no chamado Maracanazo. Final: Brasil 1 x 2 Uruguai – Maracanã – Rio de Janeiro Artilheiro: Ademir de Menezes (Brasil) – 9 gols
1954 – Suíça Campeã: Alemanha Ocidental
A primeira grande “injustiça” da história dos mundiais. A Hungria de Puskas e Kocsis, que foi arrasadora em toda a competição – goleando, inclusive, a própria Alemanha Ocidental por 8 a 3 na primeira fase – acabou derrotada pelo pragmatismo alemão na final. O time húngaro entrou para a galeria das grandes seleções da história. Final: Alemanha Ocidental 3 x 2 Hungria – Estádio Wankdorf – Berna. Artilheiro: Kocsis (Hungria) – 11 gols
1958 – Suécia Campeão: Brasil
A redenção do futebol brasileiro. Oito anos após a tragédia do Maracanazo, o Brasil chutou para longe o “complexo de vira-latas” no futebol com uma exibição brilhante nos gramados suecos. O mundo descobriu Pelé, Garrincha, Didi, Nilton Santos e outros grandes craques que trouxeram para casa o nosso primeiro caneco. Final: Brasil 5 x 2 Suécia – Estádio Raasunda – Estocolmo. Artilheiro: Just Fontaine (França) – 13 gols
1962 – Chile Campeão: Brasil
A base que venceu em 58, quatro anos mais velha, ainda batia um bolão, mas o Brasil passou um susto logo no início da competição, perdendo Pelé com uma lesão muscular. Coube a Garrincha ser o “cara” da Copa, o principal responsável pelo bicampeonato. Final: Brasil 3 x 1 Tchecoslováquia – Estádio Nacional – Santiago. Artilheiro: Jerkovic (Iugoslávia) – 5 gols
Com clima conturbado no país, seleção venceu a desconfiança da torcida em 70
prorrogação. A partida marcou a última exibição de Pelé e Garrincha juntos pela seleção brasileira. Final: Inglaterra 4 x 2 Alemanha Ocidental – Wembley – Londres. Artilheiro: Eusébio (Portugal) – 9 gols
1970 – México Campeão: Brasil
1966 – Inglaterra Campeã: Inglaterra
O único título do English Team, dentro de casa, mas com um escandaloso erro de arbitragem, que validou um gol inglês cuja a bola saiu até suja pela cal da linha do gol, na final contra a Alemanha, decidida na
Um passeio brasileiro nos gramados mexicanos. O time de Pelé, Tostão, Gerson, Jairzinho e Rivellino deu um espetáculo e acabou nas graças dos torcedores, nos estádios e na história. Marcada também pelos gols que Pelé não fez, como o chute do meio do campo contra a Tchecoslováquia, a cabeçada
perfeita defendida maravilhosamente pelo inglês Gordon Banks e o drible de corpo no goleiro uruguaio Mazurkiewicz cujo chute acabou saindo. O título acabou utilizado politicamente pela ditadura militar no Brasil. Final: Brasil 4 x 1 Itália – Estádio Azteca – Cidade do México. Artilheiro: Gerd Müller (Alemanha Ocidental) – 10 gols
1974 – Alemanha Ocidental Campeã: Alemanha Ocidental
Mais uma vez, o pragmático futebol alemão derrota a grande seleção da Copa. Des-
Rio de Janeiro, 12 a 18 de junho de 2014
brasileiro: a tragédia do Sarriá. Esta derrota acabou provocando profundas reflexões sobre o estilo de jogar futebol no Brasil, marcando negativamente o futebol-arte. Final: Itália 3 x 1 Alemanha Ocidental – Santiago Bernabeu – Madri. Artilheiro: Rossi (Itália) – 6 gols
1986 – México Campeã: Argentina Assim como em 86, a Argentina ameaça com um gênio em campo A Copa que consagrou o
moinho do uso do futebol com finalidades políticas. A Argentina enfrentou o Peru, na fase semifinal, precisando vencer por quatro gols de diferença para ir à final, eliminando o Brasil. Acabou marcando 6 a 0, em circunstâncias ainda nebulosas até hoje. Final: Argentina 3 x 1 Holanda – Monumental de Nuñez – Buenos Aires. Artilheiro: Kempes (Argentina) – 6 gols
1982 – Espanha Campeã: Itália
ta vez, o mundo se encantou pelo futebol total do “Carrossel Holandês”, de Cruyff, Neeskens, Krol e Rensenbrink. Do lado alemão, era a consagração do grande Franz Beckembauer. Final: Alemanha Ocidental 2 x 1 Holanda – Estádio Olímpico – Munique. Artilheiro: Lato (Polônia) – 7 gols
Desta vez, a vítima da “injustiça” foi o Brasil. Com um futebol espetacular, o time de Zico, Falcão, Sócrates, Júnior, Leandro e Cerezo acabou derrotado pela Itália, em um jogo que consagrou o atacante Paolo Rossi e se tornou a segunda grande “tragédia” na história do futebol
maior ídolo argentino em toda a história: Diego Armando Maradona. Nos gramados mexicanos, Maradona só não fez chover. O destaque foi a vitória contra a Inglaterra – cercada de significados após a Guerra das Malvinas – por 2 a 1, com dois gols de Maradona, sendo um golaço monumental e outro marcado com La Mano de Dios. Assim como em 78, o Brasil foi eliminado sem sofrer sequer uma derrota. Desta vez, a França foi o algoz, nos pênaltis. Final: Argentina 3 x 2 Alemanha Ocidental – Estádio Azteca – Cidade do México Artilheiro: Gary Lineker (Inglaterra) – 6 gols
1990 – Itália Campeã: Alemanha Ocidental
Na Copa mais chata da história, a Alemanha foi supe-
1994 – Estados Unidos Campeão: Brasil
Após 24 anos, o Brasil voltava a conquistar o título, mas desta vez com um futebol mais burocrático, uma defesa forte e a confiança na genialidade de Romário à frente. Pela primeira vez na história das Copas, o título foi decidido nos pênaltis. A bola voando para longe do gol na cobrança de Baggio se tornou uma imagem inesquecível para a torcida brasileira. Final: Brasil 0 (3) x 0 (2) Itália – Rose Bowl – Los Angeles Artilheiros: Salenko (Rússia) e Stoichkov (Bulgária) – 6 gols
1998 – França Campeã: França
O mundo conheceu Zinedine Zidane, o francês de origem argelina que arrebentou na final contra o Brasil, marcando dois gols, e garantindo o primeiro título de seu país. Esta final ficou marcada pela quase escalação de Edmundo após a convulsão de Ronaldo, que acabou “paralisando” o time. Final: França 3 x 0 Brasil – Estádio da França – Saint Denis Artilheiro: Davor Suker (Croácia) – 6 gols
1978 – Argentina Campeã: Argentina
O primeiro título argentino foi marcado pela estreita relação entre a realização da Copa e a ocultação de inúmeros crimes praticados pela ditadura militar no país. Dentro de campo, outros fatos estranhos jogaram água no
rior. Com Matthäus, Klinsmann e Brehme, a Alemanha acabou se vingando da derrota para a Argentina na Copa anterior, mas com um pênalti inventado pelo árbitro decidindo o placar. O destaque foi a divisão da torcida no estádio San Paolo, em Nápoles, onde metade torceu pelo ídolo Maradona, que brilhava no time local à época. Final: Alemanha Ocidental 1 x 0 Argentina – Estádio Olímpico – Roma. Artilheiro: Schillaci (Itália) – 6 gols
2002 – Coreia do Sul/Japão Campeão: Brasil Brasil tenta superar o trauma do Maracanazo em 50
Na primeira Copa sediada
esporte | 9
em dois países, deu Brasil. A chamada “família Scolari”, que saiu do país sob desconfiança da torcida pela não convocação de Romário, foi conquistando essa confiança com bom futebol e dois grandes jogadores em alto nível, Rivaldo e Ronaldo. Este último, foi exemplo de superação, fazendo uma grande Copa após dois anos parado por conta de uma grave lesão no joelho. Final: Brasil 2 x 0 Alemanha – Estádio Yokohama – Yokohama (JAP) Artilheiro: Ronaldo (Brasil) – 8 gols
2006 – Alemanha Campeã: Itália
Ao melhor estilo italiano, a Azzurra conquistou seu quarto título crescendo ao longo da competição. Em uma Copa onde o grande craque foi o francês Zidane, a Itália venceu no aspecto mental, provocando a expulsão do camisa 10 da França após a famosa cabeçada em Materazzi. A decisão foi nos pênaltis. Final: Itália 1 (5) x 1 (3) França – Estádio Olímpico – Berlim Artilheiro: Klose (Alemanha) – 5 gols
2010 – África do Sul Campeã: Espanha
A consagração de uma geração espanhola com Xavi, Iniesta, Puyol, Piqué e Villa, campeã europeia dois anos antes, mas, principalmente, de um estilo que retomou a ofensividade no futebol. Com intensa troca de passes, que ficou conhecida como “tiki-taka”, a Espanha coroou um futebol bonito com o título na prorrogação, diante da Holanda, com gol de Iniesta. Final: Espanha 1 x 0 Holanda – Soccer City – Johannesburgo Artilheiro: Forlán (Uruguai), Müller (Alemanha), Sneijder (Holanda) e Villa (Espanha) – 5 gols
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Rio de Janeiro, 12 a 18 de junho de 2014
AgENDA CULTURAL 12/06 – 18/06
Divulgação
O Samba Brilha
O que? Roda de samba e feijoada com o grupo O Samba Brilha e convidados Quando? sábado, 14/06 Onde? Bar da Nêgah, Rua Álvaro Alvim, 33, Cinelândia Horário? 15h Quanto? Grátis
Sarau APAFunk
Bauhaus
O que? Poeta Exú, Nelson Maca Maca, Lúcia Black, Luíza Gata e Mano Teko são os convidados do próximo sarau APAFunk, criado como forma de protesto contra a criminalização do funk Quando? quinta,12/6 Onde? Rua Alcindo Guanabara, Cinelândia (em frente à Ocupação Manoel Congo) Horário? 19h Quanto? Grátis
O que? A mostra “Bauhaus. foto.filme” traz ao Oi Futuro de Ipanema diversas obras inéditas produzidas por membros da famosa escola de artes alemã Quando? Até 22/7 Onde? Oi Futuro Ipanema, Rua Visconde de Pirajá, 53, 3º andar, Ipanema Horário? sábados e domingos das 14h às 21h, terças, quartas, quintas e sextas das 15h às 21h Quanto? Grátis
• Exposição Cidadãos de Junho
Musical Cássia Eller
Divulgação
MauroPimentel
Leão Etíope do Méier
O que? Show da banda colombiana Krafika Folkpop e intervenção do grupo de maracatu Tambores de Olokun Quando? domingo, 15/6 Onde? Praça Agripino Grieco, Rua Diaz da Cruz, Méier Horário? 16h Quanto? Grátis
O que? Exposição resgata a memória das manifestações que ocorreram no país, em junho do ano passado e completam um ano essa semana Quando? A partir de 2/6 Onde? Fundação Casa de Rui Barbosa, Rua São Clemente 134, Botafogo
Praça Paris
Divulgação
MauroPimentel
Batalha de Fanfarras
O que? Apresentação das bandas de metais Fanfarra Black Clube e Sinfônica Ambulante Quando? sexta, 13/6 Onde? Praia Vermelha, Urca Horário? 22h Quanto? Grátis
• Teatro
O que? A Praça Paris, na Glória, ao lado da Cinelândia, recebe a primeira edição da ‘Mostra Rio de Esculturas Monumentais’, e é tomada por diversas esculturas feitas por 17 artistas diferentes Quando? Até 20/7 Onde? Praça Paris, Glória/Centro Horário? 6h – 22h Quanto? Grátis
O que? Com texto de Patrícia Andrade e direção musical de Lan Lan, musical retrata
Divulgação
• Música
NOVELA | quimvela@brasildefato.com.br
toda a carreira da cantora Quando? De 29/5 a 20/7 Onde? CCBB, Rua Primeiro de Março, Centro Horário? quartas, quintas, sextas e domingos às 19h e sábados às 19h30 Quanto? inteira R$ 10, meia R$ 5
Entrevista com Vândalo O que? Tomando por contexto as manifestações de junho, peça de teatro retrata a relação entre um manifestante adepto à tática blackbloc e um policial infiltrado Quando? quartas e quintas de 18/6 a 10/7 Onde? Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto, Rua Humaitá, 163, fundos, Humaitá Horário? 20h Quanto? inteira R$ 10, meia: R$ 5
Nova novela da Record promete causar polêmica Divulgação
Joaquim Vela de Belo Horizonte (MG) Recentemente estreou a nova novela da rede Record, chamada Vitória. O folhetim conta a história de Artur (Bruno Ferrari), um empresário do ramo de cavalos, bonito e rico que odeia o pai Gregório (Antônio Grassi). Ele ficou paraplégico aos 12 anos, quando caiu do cavalo dado pelo progenitor e não conseguiu superar a fatalidade, nutrindo um sentimento de raiva e vingança por Gregório. Tudo indica que a trama girará em torno desta vingança.
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Cenas pesadas, como ataques a um ônibus de nordestinos e cenas de cunho racista são exemplos dos absurdos que o grupo neonazista vai cometer
______________ Antes mesmo de ir para o ar a novela já causa polêmica entre a equipe escalada e a mídia. Por exemplo, Dado Dolabella seria o protagonista da trama, mas depois de desentendimentos com a equipe de produção, foi desligado da emissora. Paralelo ao drama de vingança familiar (tão comum nos folhetins de
Ator interpreta neonazista
hoje em dia), mas não menos importante, a novela conta com um núcleo neonazista, que perseguirá negros, gays e nordestinos. Aí entra mais uma polêmica. O jornal O Estado de S. Paulo publicou ainda no mês de maio uma notícia que conta como os atores que vivem os personagens intolerantes vêm se sentindo mal após as gravações. Deixar o personagem no set de filmagem tem sido uma dificuldade para eles. Cenas pesadas, como ataques a um ônibus de nordestinos e cenas de cunho racista são exemplos dos absurdos que o grupo neonazista vai cometer. O caso também foi veiculado no próprio site de entretenimento da emissora (r7.com) citando as noites mal dormidas do ator Marcos Pitombo, que vive o neonazista Paulão. É claro que a intenção da novela é despertar a reflexão sobre a intolerância e a violência contra as minorias. E se as maldades estão afetando os próprios atores, suponho e espero que as cenas estejam refletindo bem a realidade de marginalização e agressão aqueles grupos. Vamos acompanhar a trama. Todos em alerta.
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Samba do Castelo reina como opção cultural no Centro INTERVENÇÃO URBANA Roda de samba comemora dois anos de resistência cultural no coração do Rio
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Gabriel Araújo do Rio de Janeiro (RJ)
A roda de samba do Castelo terá sua próxima edição neste sábado (14). A expressão "Resistência Cultural" está presente na arte gráfica criada para simbolizar a roda que acontece todo o segundo sábado do mês, centro do Rio. A ocupação cultural do Samba do Castelo está comemorando dois anos em 2014, com a intenção de proporcionar acesso gratuito à arte e à música. Mais do que uma roda de samba, o evento tem ares de intervenção numa das regiões mais significativas para a história urbanística do Rio de Janeiro. Ali ficava localizado o morro do Castelo, removido no início do século passado para dar lugar aos largos, avenidas e edifícios que agora formam o Centro. Enquanto rola o samba,
Paula Chaves
são projetadas, na parede de um dos edifícios da Avenida Churchil, imagens que representam parte da história e da identidade carioca. A lateral do prédio vira um telão onde os filmetes ajudam a compor o cenário dessa reinvenção do espaço público.
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As canjas são corriqueiras e há espaço para a mistura de samba com estilos como o hip hop
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"As imagens conversam com o que está se passando na roda de samba naquele momento. Se estão tocando sambas de compositores da Mangueira, aparecem imagens do morro, da escola de
Repertório da roda passeia por diversas vertentes do samba tradicional
samba. Quando tocam João Nogueira, a imagem do músico também é projetada", exemplifica Rodrigo Furtado, o publicitário que edita os vídeos e acumula também as funções de produtor do evento e DJ nos intervalos. A fotografia também está
Do Jazz ao Forró, eventos culturais movimentam o Castelo OPÇÕES Jazz acontece todo terceiro sábado do mês e Forró será o próximo estilo musical explorado do Rio de Janeiro (RJ)
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Em sua 9ª edição agendada para dia 21/6, o Jazz do Castelo já está se consolidando como mais um espaço de difusão cultural no centro do Rio. Rodrigo Furtado organiza o movimento que está levando o público a conhecer o estilo musical que, originário dos Estados Unidos, ganha contornos brasileiros nas mãos do Trio Guga Pellicciotti. O grupo, formado pelo
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Estilo musical originário dos EUA ganha contornos brasileiros nas mãos do Trio Guga Pellicciotti
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baterista Guga Pellicciotti, o tecladista João Braga e o baixista Rômulo Duarte, recebe a cada mês outros músicos que integram o nipe
presente. Ierê Ferreira, fotógrafo que há anos captura imagens da cultura afro-brasileira, expõe e vende suas fotografias no local. O Samba do Castelo é divulgado pelas redes sociais e conta com a parceria do bar São Quim, que abriu espaço para a roda. São servidos petiscos e bebidas e o aluguel de mesa com quatro cadeiras, apenas para quem quiser, é de R$ 15.
Passeio pelo samba
viam cortiços, morros. Foi com certeza um celeiro de bambas", afirma. O repertório da roda passeia por diversas vertentes do samba tradicional. Canções de Cartola, Paulo Cesar Pinheiro, Wilson Moreira dividem espaço com sambas de Martinho da Vila, Moacyr Luz, Elton Medeiros, Hermínio Bello de Carvalho, entre outros. As canjas são corriqueiras e há espaço para a mistura de samba com estilos como o hip hop, por exemplo. Acompanham a roda os músicos Jorge Alexandre, Fabrício Reis, Marcos Antonio Alcides, Rafael Rodrigues, além de músicos convidados.
Para Makley Matos, percussionista e vocalista que de metais, voz e outros ins- comanda a roda, tocar no trumentos. centro histórico do Rio é sig"Buscamos oferecer ao pú- nificativo. "Tocamos neste blico uma deliciosa experiên- lugar onde, no passado, hacia musical temperados de Standards do Jazz e da música brasileira passando por sesSamba e Jazz sões muito criativas marcadas pela espontaneidade e vigor", do Castelo afirmam os músicos. Quando: Samba – todo segundo A intenção dos organizadores é realizar outros eventos. sábado do mês. Jazz – terceiro O Forró do Castelo, já teve sábado do mês sua primeira edição, mas ainOnde: Avenida Churchill, Castelo, Centro da está em fase experimental. Preço: gratuito Já aconteceram também eventos de hip hop e mpb.
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Rio de Janeiro, 12 a 18 de junho de 2014
Brasil de Fato apoia combate ao turismo sexual contra crianças
EM FOCO MALÁSIA
Busca por avião já custa US$ 8,6 milhões
Cúpula do Brics deverá criar fundo de reserva internacional Roberto Stuckert Filho PR
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Autoridades da Malásia divulgam cifra pela primeira vez, mas não informam gastos de outros países no resgate do voo MH370, da Malaysia Airlines. O Boeing 777 desapareceu com 239 pessoas a bordo. Divulgação
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Charges ridicularizaram turistas que pretendem cometer esse crime
O Brasil de Fato abraçou a "Campanha Internacional contra a exploração sexual de crianças" promovida por movimentos sociais e entidades ligadas aos direitos humanos de todo o mundo. O projeto chama a atenção para o agravamento do problema durante o período de Copa do Mundo no Brasil. Segundo a ONG Childhood, das doze cidades-sede dos jogos, cinco são campeãs em denúncia de violência sexual contra criança e adolescente. Com a chegada dos turistas estrangeiros no país, a preocupação é ainda maior, pois a possibilidade de "sexo fácil" é anunciada por redes criminosas que exploram tanto mulheres
como crianças e adolescentes. As brasileiras também são frequentemente relacionadas a objetos de consumo nas campanhas publicitárias voltadas para turistas. No início do ano, por exemplo, o movimento feminista reagiu à publicidade de uma linha de camisetas inspiradas na Copa do Mundo 2014. Lançada pela Adidas, as peças vinculavam a imagem das mulheres brasileiras a apelos sexuais. Como parte da “Campanha Internacional contra a exploração sexual de crianças” foi realizado um concurso de charges, com o objetivo de denunciar e ridicularizar os turistas que pretendem cometer esse crime. (Radioagência Brasil de Fato)
Avião desapareceu no dia 8/3
INgLATERRA
Dispositivo "antimendigo" causa revolta nas redes sociais
Lideranças vão negociar criação de banco de desenvolvimento
A 6ª Cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) reunirá os chefes dos cinco países-membros em Fortaleza, no dia 15 de julho. A expectativa dos governos é que até esta data esteja tudo acertado para as assinaturas do Tratado Constitutivo do Arranjo Contingente de Reservas. Esse tratado instituirá um
fundo no valor de US$ 100 bilhões e a criação do banco de desenvolvimento Brics. O fundo contará com US$ 41 bilhões da China, US$ 18 bilhões do Brasil, da Rússia e da Índia, e US$ 5 bilhões da África do Sul. Já o banco, com orçamento de US$ 100 bilhões, terá aportes iguais entre os paísesmembros. (ABr)
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A instalação de dispositivos "antimendigos" em prédios de alto padrão no centro de Londres tem despertado uma série de protestos nas redes sociais. Pequenos espetos de metal foram colocados na fachada para impedir que moradores de rua permaneçam no local. Internautas classificam a medida como "monstruosa".
Colômbia formará comissão da verdade Pela primeira vez em 50 anos de conflito armado contra o Estado colombiano, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) reconheceram que deixaram vítimas no país. Em seguida, o grupo que negocia o pro-
cesso de paz entre a guerrilha e o governo anunciou a criação de uma comissão da verdade, para esclarecer os crimes cometidos pelos dois lados. A comissão terá a participação direta de representantes de vítimas. (ABr)
MAIS DE 150 MIL BASCOS FORMAM CORDÃO HUMANO POR INDEPENDÊNCIA A corrente humana se estendeu pelos
123 quilômetros que separam Durango e Pamplona no domingo (8). Com o lema “Somos uma Nação”, a iniciativa defende que os cidadãos de Euskadi, Navarra e do País Basco francês tenham o direito “de decidir seu futuro como povo”.
Receba o Brasil de Fato RJ por e-mail. Inscreva-se no link: www.e.eita.org.br/assinebrasildefatorj
Rio de Janeiro, 12 a 18 de junho de 2014
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Divulgação
NOSSOS DIREITOS
BOA E BARATA | P or Fernanda Jatobá
Ingredientes
Vinho quente
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Junho chegou e junto do friozinho se inicia a temporada de festas juninas. Para ajudar a baratear as comemorações, a Boa & Barata desse mês vai ensinar
1 litro de vinho tinto seco 2 xícaras de chá de açúcar 2 xícaras de chá de água 10 cravos da índia 5 pedaços de canela em pau Casca de uma laranja 1 maçã cortada em cubinhos 2 xícaras de abacaxi cortado em cubinhos
receitas fáceis e práticas para as festas. Hoje é dia de preparara as bebidas típicas: vinho quente e quentão. Além de aliviar o frio, essa dupla garante aquele
cheirinho típico de festa junina. Então vamos preparar o arraiá!
Misture e deixe no fogo alto até ferver. Em seguida acrescente o vinho e desligue quando levantar fer-
vura para não evaporar todo o o álcool. Deixe descansar por 10 minutos e pode servir!
Julio Araújo
União estável e previdência casais ainda mantêm seus relacionamentos •semMuitos colocar no papel a condição de cônjuges. Assim, passam anos e mais anos juntos, sem nunca terem formalizado a relação. As uniões estáveis, que são bastante comuns em toda a sociedade brasileira, merecem tratamento idêntico ao do casamento. Contudo, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) impõe certos obstáculos que podem e devem ser superados. A Constituição reconhece a união estável e confere a ela a mesma proteção do casamento. Seguindo a mesma linha, a legislação assegura às companheiras e aos companheiros a qualidade de beneficiários na Previdência Social, na condição de dependentes. Divulgação
Modo de preparo Em uma panela coloque água, açúcar, cravo, canela, a casca de laranja e os cubinhos de maçã e abacaxi.
NOSSA SAÚDE
A bioquímica da paixão do lado emocio•nal,Além há um lado biológico dos relacionamentos entre indivíduos. Pesquisas apontam que a paixão em si não dura para sempre, ela tem um prazo de 18 a 30 meses de existência. Mas o que todos querem saber é como e porque ocorre esse encontro de interesses entre as pessoas. O corpo humano é um fabricante de hormônios, que atuam como mensageiros, dizendo para o corpo quais são suas necessidades. As substâncias químicas que o corpo produz também estão associadas ao interesse pelo outro. Uma das mais presentes no cérebro de alguém apaixonado é a Feniletilamina, que está presente, por exemplo, no chocolate, e é responsável
pela sensação de prazer e saciedade. Suspeita-se que o início da produção natural dessa substância se dê através de uma mera troca de olhares ou até de um aperto de mão. Todos os apaixonados têm características em comum, como a falta de sono, de apetite e de concentração, tudo isso proveniente de uma fabricação descontrolada de substâncias como a Norepinefrina, a Serotonina e a Dopamina. A Dopamina traz o sentido de felicidade ao organismo e está diretamente ligada à produção de adrenalina. Já a Serotonina, é a responsável pelos apaixonados ficarem acordados até mais tarde e pela falta de interesse por comida. Enquanto a Norepinefrina atua acelerando os
Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz
batimentos do nosso coração, mesmo quando apenas pensamos no motivo da paixão. É verdade que ainda há a questão emocional, que agrupa atitudes culturais e familiares. Ou seja, determinar um padrão estético para se relacionar ou até mesmo se envolver apenas com quem se tem maior intimidade, como amigos. O corpo humano produz um perfume natural, o chamado feromônio, exalado pelos milhões de poros que temos na pele, pelo qual há uma comunicação inconsciente entre as pessoas. Então, antes de se arrumar para um encontro, decida se você quer conquistar através daquele seu perfume caro ou pelo cheiro natural que você produz.
A lei diz que os companheiros, ao lado dos cônjuges e do filho não emancipado, menor de 21 anos ou inválido, são dependentes de primeira classe. Isso significa que, em caso de morte de um companheiro, a companheira e o filho fazem jus à pensão em primeiro lugar, antes dos pais e do irmão não emancipado. Além disso, os dependentes de primeira classe não precisam comprovar a dependência econômica do segurado, pois ela é presumida. Apesar de a lei tratar igualmente cônjuges e companheiros, o INSS, na prática, costuma diferenciar as situações. Exige um mínimo de três documentos diferentes para comprovar a união estável, por exemplo, a prova de mesmo domicílio, a prova de encargos domésticos evidentes e a conta bancária conjunta. É comum que o (a) companheiro (a) não tenha, ao mesmo tempo, os três documentos exigidos. Neste caso, ainda é possível fazer uma justificação administrativa, com testemunhas, para demonstrar a união estável. Este procedimento administrativo nem sempre é bem conduzido, se resumindo a um mero procedimento padrão para negar o benefício. O que pode ser uma solução é não desistir da comprovação da união estável e recorrer ao Judiciário, independentemente do número de documentos. Julio Araújo, Procurador da República Dúvidas sobre direitos? Encaminhe e-mail para redacaorj@brasildefato.com.br
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Rio de Janeiro, 12 a 18 de junho de 2014
HORÓSCOPO 12 a 18 de junho de 2014
Keka Campos, astróloga keka@ezdp.com.br
Sente-se corajoso, enfrenta a vida e age construtivamente e com muita determinação. Tem vontade de descobrir seus limites, invista em competições esportivas, nas quais pode medir as forças com outras pessoas.
Há conflito entre as vontades reais e as subconcientes, o que pode levar à insatisfação e, impedi-lo de descobrir seus talentos criativos. Talvez sua situação familiar o impeça de viver suas particularidades bem próprias.
Tende a ser diplomático e sensível em conflitos entre duas partes, podendo servir de intermediário. Mostra-se amável e muito gentil, podendo fazer amizades ou ter relações íntimas com diferentes tipos de pessoas.
Deve procurar uma maneira de desafogar as irritações que vêm se amontoando. Além disso, você tende a brigar muito, e o hábito de se defender sempre não facilita sua situação. Para mudá-la, reveja sua atitude defensiva.
Entende intuitivamente o mundo emocional das pessoas e quando se trata de julga-las, faz isso de modo diplomático. Você está extremamente hábil em harmonizar os seus negócios profissionais e domésticos.
Hoje, a delicadeza e a diplomacia não são seus pontos fortes. É importante entender que suas opiniões não são as únicas que valem e que é impossível que sejam sempre corretas ou que todos concordem com elas.
Sua empatia, estimada por todos, ajuda-lhe em sua carreira profissional e em suas relações íntimas também. Também sabe apreciar bem os seus sucessos, de modo que não se deixa engrandecer ou cegar-se por eles.
Você está disposto a assumir muita responsabilidade, pois já se preparou para isso cuidadosamente. De um modo autodidata pode adquirir conhecimentos que o possibilitam entender as estruturas fundamentais da vida.
Evite que os seus objetivos sejam exageradamente egoístas, pois há tendência a manipular o seu meio. Em vez disso, deveria considerar neles também os interesses alheios, isso teria efeitos muito positivos em sua vida.
Você se entusiasma facilmente nessa fase e seu jeito especial atrai as pessoas. Os astros indicam que tanto a sua carreira quanto a busca de sua posição social talvez não sigam o caminho comum e tradicional.
As relações com pessoas do outro sexo podem proporcionar conhecimentos e experiências novas, mas deve ter cuidado e não abusar das forças, descansando quando necessário. Caso sinta vontade de viajar, ceda ao impulso.
Embora querer deixar uma boa impressão neste planeta seja elogiável, examine com cuidado se seus empreendimentos realmente servem a fins humanitários ou se são apenas uma ponte para suas satisfações pessoais.
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“Eu nunca gostei do ‘Não vai ter Copa’” PAPO DE BOTECO Jornalista CID BENJAMIN, autor do recém-lançado Gracias a la vida, onde conta suas memórias do combate à ditadura militar fala de política, seleção e Copa do Mundo
Em 1970, militantes debatiam se torceriam ou não pela seleção, cujo êxito poderia ser (e foi) usado pela ditadura para promover o regime. Em meio à polêmica entre a turma do “vai ter Copa” e do “não vai ter Copa”, o jornalista fala ao Brasil de Fato RJ. Brasil de Fato – Com a repressão dos governos às manifestações recentes, o que é semelhante e o que é diferente de 70? Cid Benjamin – Em 70, havia um projeto de utilização da Copa, articulado à história do Brasil grande, do Brasil pra frente. Agora, do ponto de vista do governo, há muito menos investimento pra capitalizar com a Copa, mas se o Brasil ganhar, evidentemente vai estar ao lado dos jogadores, pegando carona na vitória. Na ocasião, havia um debate, entre nós, os pre-
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A FIFA patentear expressões como 'Brasil 2014' e 'pagode' é inaceitável.
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sos políticos, sobre torcer ou não pelo Brasil, o uso político da seleção pela ditadura militar. Os presos se dividiam, ambos com argumentos razoáveis. Os que torciam contra, afirmavam que a ditadura iria aproveitar a vitória, então seria melhor se o Brasil perdesse. Os que torciam pela seleção, diziam que estávamos presos, que
Brasil de Fato – O que você pensa da polêmica entre “vai ter Copa” ou “não vai ter Copa”? Eu nunca gostei dessa palavra de ordem “Não vai ter Copa”. O povo não é contrário a sua realização, mas sim à bandalheira, a essa ingerência indevida da FIFA - que, em certos aspectos, assume parte do controle na vida do país - e ao abandono dos serviços básicos. O povo brasileiro gosta de futebol, o que ele critica é tudo que cerca o evento. A Lei Geral da Copa, no meu ponto de vista, é inconstitucional. Quando ela proíbe manifestações políticas a 2 km dos estádios, ela atropela um direito assegurado. Nossa Constituição está suspensa, por conta dessa lei. A FIFA tem todo o direito de comercializar o produto dos seus patrocinadores dentro dos estádios, mas proibir um bar, próximo ao estádio, de vender a cerveja que quiser é um escândalo. O botequim não tem porque ficar sujeito ao contrato que foi feito com a FIFA. Brasil de Fato – O início do mundial esvazia o “não vai ter Copa”? É, a realidade está se impondo, vai ter Copa. Hoje em dia ninguém afirma que não vai haver Copa. Tinha gente iludida, há cerca de um ano
Pablo Vergara
atrás, achando que não ia ter. A Copa possui interesses econômicos fortíssimos. O capital não aceitaria, a esta altura do jogo, que ela não acontecesse. O governo brasileiro, por compromissos assumidos, também iria garanti-la, ao preço que fosse. Portanto, essa palavra de ordem “não vai ter Copa” não é adequada. A melhor seria uma que juntasse “vai ter Copa”, mas com protesto, com luta, com denúncia.
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Brasil, Argentina, Alemanha e Espanha são os favoritos. Agora, vai que tem uma surpresa?
Cid foi preso em abril de 1970 e assistiu à Copa nas celas do DOPS Arquivo
Bruno Porpetta do Rio de Janeiro (RJ)
nossa torcida não teria influência alguma, que a seleção não era dos militares, era do país, e o futebol no Brasil é uma arte popular, envolve milhões de pessoas. Tinha outro elemento por trás dessa divisão, quem gostava de futebol, torceu pelo Brasil. Quem não se interessava por futebol, torceu contra e os argumentos de natureza política foram mais fortes.
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Brasil de Fato – Dizem que o “não vai ter Copa” não é ao pé-da-letra... Então não diga. Diga outra coisa. Você tá dizendo uma coisa que não é exatamente, o que você tá querendo dizer? (risos) Brasil de Fato – A FIFA patenteou expressões cotidianas, uma delas foi o pagode. Se o Brasil ganhar, vai ter pagode? Não só isso, a FIFA vai fazer a Fan Fest, em Copacabana. Vão ter uns telões e o sujeito não pode levar de casa uma garrafa d’água, um sanduíche. Tem que comprar lá, dos patrocinadores da FIFA. Isso é privatização do espaço público. Patentear expressões como “Brasil 2014” e “pagode” é inaceitável. A população tem consciência do grau de subserviência do governo brasileiro em relação à FIFA. Tudo o que essa
Cid Benjamin é o segundo em pé, da esquerda para a direita
organização mafiosa exigiu foi aceito. Seus dirigentes todos não resistem a uma auditoria séria, estariam todos na cadeia, a começar pelos dois brasileiros – Havelange e Ricardo Teixeira – que andaram por ali. Brasil do Fato – Essa seleção ajuda a empolgar ou não? Ela pode até ser uma seleção competitiva e ganhar a Copa. Não quer dizer que esteja com a mão na taça, mas está entre as favoritas. O fato de jogar em casa pesa muito. Não é uma seleção que, por enquanto, tem empolgado. O Felipão é um cara muito eficiente nesse
esquema de mata-mata, jogos decisivos, mas eu não me lembro de ter visto um time armado por ele que empolgue. Brasil de Fato – Além do Brasil, quem pode levar? Há umas três ou quatro niveladas com o Brasil. A Argentina, porque craques são decisivos em Copa do Mundo e o Messi é um, e ainda, do meio pra frente tem um timaço que não treme, um time cascudo. A Alemanha sempre chega e a Espanha é um time sólido. Eu acho que esses aí são os favoritos, não é diferente do que as pessoas dizem por aí. Agora, vai que tem uma surpresa?
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Rio de Janeiro, 12 a 18 de junho de 2014
Tabela da Copa
OITAVAS DE FINAL
OITAVAS DE FINAL
Fases Finais QUARTAS DE FINAL
QUARTAS DE FINAL
FINAL
SEMIFINAL
SEMIFINAL
3ยบ LUGAR