Brasil de Fato SP - Ed 59

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QUEM PAGA A CONTA DA CRISE ECONÔMICA?

GILMAR MENDES DEFENDE FINANCIAMENTO PRIVADO

CAMPANHA PEDE: 'FUTEBOL 10 DA NOITE NÃO'

Corte de verbas de programas sociais prejudica população mais pobre

O ministro do STF é a favor de que empresas banquem campanhas políticas

Coletivo promove debates sobre mudança no horário de jogos

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MENOS ACIDENTES E MAIS FLUIDEZ: REDUÇÃO DA VELOCIDADE DAS MARGINAIS TEM RESULTADO POSITIVO, SEGUNDO BALANÇO DA PREFEITURA PÁGINA 11

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E d i ç ã o 5 9 - S ã o P a u l o, 1 7 a 3 0 d e S e t e m b r o | b r a s i l d e f a t o . c o m . b r

DO QUARTINHO DE EMPREGADA PARA O MUNDO PÁGINA 8

INDICADO BRASILEIRO NA DISPUTA DO OSCAR, "QUE HORAS ELA VOLTA?" ABORDA RELAÇÕES ENTRE PATRÕES E DOMÉSTICAS NO PAÍS. CONFIRA A ENTREVISTA COM A DIRETORA ANNA MUYLAERT


2 São Paulo, 17 a 30 de Setembro www.brasildefato.com.br

EDITORIAL

LIVRAR-NOS DO MAL DA CRISE Durante o período de crescimento da nossa economia, os mais ricos ganharam muito mais do que os trabalhadores, os setores médios e a população pobre. Sim, isso não é novidade. Mas como (e por que) os mais ricos sempre ganham mais? Quando a situação econômica está boa e o país crescendo, os ricos dizem que é justo que o dinheiro que eles têm acumulado seja valorizado. Com essa justificativa, observamos que nem mesmo imposto sobre o dinheiro que ganham é pago. Mas quem valoriza esse montante? O dinheiro só se valoriza se existir produção, e só tem produção se alguém trabalhar. Então, na realidade, é o trabalhador que produz mais dinheiro para os ricos usufruírem. Quando a situação é boa e os trabalhadores também melhoram de vida, esse debate não é colocado. Mas, em períodos de crise, a ideia de ‘quem paga essa conta?’ fica na boca do povo. Dados recentes da Receita Federal mostram que os super-ricos, aqueles que ganham mais de 160 salários ao mês, são 71 mil pessoas – justamente os que menos pagam impostos. Mas, e quando o capital entra em crise? ‘AH NÃO!’ diz o rico, ‘eu tenho que continuar ganhando muito dinheiro, só que agora não vai ter para todos’. Nestes momentos, são propostos ajustes e, normalmente, como agora, os governos propõem rearranjos tirando direitos dos trabalhadores, que são os que menos ganham – e mais pagam impostos. O castigo para o trabalhador, muitas vezes, é a perda do emprego, a condição de trabalhar mais e ganhar menos e também perder direitos trabalhistas já conquistados. É hora do povo que trabalha enfrentar os patrões, seja nos ataques que sofremos pelos empresários nas tentativas de demissões, de corte de direitos e salários, mas também para seguir melhorando a vida do povo. São os ricos que devem pagar essa conta da crise. O Brasil tem muitas riquezas: água, petróleo, terra fértil, indústria, e muita gente que trabalha bem. O que precisa de ajuste é o bolso deste que são os verdadeiros ‘desajustados’.

OPINIÃO

AGENDA

REFÚGIO EM SÃO PAULO: REALIDADE E DESAFIOS POR LAÍS AZEREDO

Construída por migrantes internos e internacionais, São Paulo é a maior cidade do país. A capital paulistana é retrato da mistura multicultural característica do Brasil. Hoje, também é a morada de milhares de refugiados de mais de 80 nacionalidades e, segundo dados da Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), é a cidade latino-americana que mais recebe solicitantes de refúgio. Além dos sírios, acolhemos refugiados colombianos, congoleses, palestinos, iraquianos e de países de todos os continentes – vítimas de conflitos armados ou de perseguição por motivos de raça, nacionalidade, religião, opinião política ou pertencimento a um grupo social específico (como é o caso de homossexuais ou mulheres em determinados países). Embora a sensibilidade para o fenômeno do refúgio seja recente no Brasil, o processo de recebimento de refugiados não é novo, assim como já são tradicionais algumas das estruturas de acolhimento mantidas pela sociedade civil. É certo que, nos últimos quatro anos, houve, comparativamente, um aumento importante no número de solicitações de refúgio. Segundo os registros da Caritas Arquidiocesana de São Paulo (organização que atua na área há mais de 30 anos), ao longo de 2010, 331 novos solicitantes de refúgio pediram auxílio em São Paulo, enquanto que em 2014 o número foi de 3.612. O aumento se reflete na esfera nacional: segundo o CONARE, Comitê Nacional Para Refugiados, em 2011, foram 4.352 e em 2015, até agosto, foram 8.400 novos pedidos de refúgio. Mas, a questão a ser pensada não está relacionada aos números de solicitantes e refugiados, e sim à necessidade de preparo dos órgãos públicos para acolhê-los e integrá-los. O Brasil tem assumido um papel na acolhida de refugiados, tendo reassentado palestinos, recebido vítimas das guerras civis de Angola e Libéria e, agora, da Síria, com a atual política de facilitação de visto. A capital paulista também apresenta algumas iniciativas, como a abertura de centros de acolhida direcionados para imigrantes vulneráveis, além do oferecimento de cursos de português, ações para a inserção no mercado de trabalho e incentivo à integração nos conselhos participativos. Mas para a concretização de uma sociedade inclusiva ainda devemos percorrer um longo caminho. Ser refugiado é um ato de coragem e a luta pela sobrevivência deve ser vista com admiração e, principalmente, respeito. *é assistente de Proteção na Caritas Arquidiocesana de São Paulo.

17/09 ATO EM APOIO AOS GUARANI KAYOWÁ Ato em apoio aos povos indígenas do Mato Grosso do Sul que estão sofrendo um massacre advindo da disputa de terras da região. Será uma intervenção artística que servirá como uma denúncia de cunho político. Em outras cidades do Brasil, como Porto Alegre (RS), Campo Grande (MS) e Ribeirão Preto (SP), também serão realizados atos simultâneos com as mesmas demandas e com o mesmo grito: “Enquanto houver sangue derramado no Mato Grosso do Sul, haverá sangue aqui também!”. Local: Vão do Masp. Avenida Paulista, 1578. 16h

18/09 a 20/09 SEMINÁRIO MÍDIA E DEMOCRACIA NAS AMÉRICAS

O Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e a Agência LatinoAmericana de Informação (Alai), do Equador, promovem o Seminário Mídia e Democracia nas Américas. O encontro reunirá autoridades e especialistas internacionais para discutir o cenário político, o papel da mídia e a luta pela democratização da comunicação no continente. As inscrições são limitadas. O valor é de R$ 100, sendo que estudantes pagam a metade (R$ 50). Local: Largo do Arouche, 150. San Raphael Hotel.

19/09 PLENÁRIA E LANÇAMENTO DO SITE DO COLETIVO DE LUTA PELA ÁGUA

O Coletivo de pela Água realiza plenária na sede da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) para discutir e aprovar ações e tarefas organizativas no embate à crise da água em São Paulo. Na ocasião, também haverá o lançamento do site da entidade, com o intuito de prestar um serviço de utilidade público e, ao mesmo tempo, propor que a população se organize na crise hídrica. Local: Rua Machado de Assis, 150. Próximo a estação de metrô Ana Rosa. 9h.

EXPEDIENTE

W W W. B R A S I L D E F A T O . C O M . B R EDITORA-CHEFE: Claudia Rocha (MTB: 087848). DIRETOR DE ARTE: Ataualpa Pereira. REPÓRTERES: Gisele Brito e Guilherme Weimann. TIRAGEM: 30 mil exemplares Distribuição sem fins lucrativos


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HUMOR

BOM DIA, BONNER

RÔNEY RODRIGUES

Quando certa manhã Fátima Bernardes acordou de sonos intranquilos, se viu metamorfoseada em uma criatura horrenda (pelo menos para a “antiga Fátima”): havia virado “uma comunista”. Justiça social, antes uma expressão vaga em sua vida, adquiriu contornos, até formar um “desenho lógico”: o poder deve ser do povo. Olhou-se no espelho e as “pontas soltas” de sua carreira fizeram sentido: anos como marionete jornalística à serviço dos interesses da elite brasileira; milhares de cínicos “boa noite” distribuídos sorridentemente ao final do Jornal Nacional, mesmo sabendo que as noites do povo não seriam nada boas; horas e mais horas de papos sobre afinar pernas, dieta da lua, novos looks para o inverno e conversinhas reveladoras com

TWITTER

a Susana Vieira enquanto mais de sete milhões de brasileiros têm as panelas vazias. “Tô passada”, pensou ela, surpresa. “Não é que essa família Marinho é danadinha?”. Bonner, no quarto, sonolento, resmungava algo. Chegara tarde nas últimas noites – “muito trabalho, mozão”, justificara ele, “mas a gente ainda tira aquela petralha da presidência” – e queria que Fátima pedisse o café da manhã no quarto. Brioches e ovos mexidos, “do jeito que você sabe que eu gosto”. “Não sou seu serviçal”, vociferou Fátima. E, antes mesmo que ele pudesse inquerir se a esposa estava naqueles dias, ela bateu a porta do quarto: “tá achando que você é o Boninho da mansão, que manda e desmanda?”. Valdemir, motorista da vã da

Globo, esperava a queridinha global para levá-la ao Projac. Estranhou que ela estivesse sem maquiagem logo às sete da manhã. “Bom dia, seu Valdemir”, disse ela. Ele entrou em choque: era o primeiro bom dia que ouvira em anos de trabalho. Nem mesmo sabia que alguém do nível da apresentadora soubesse seu nome. “Hoje vou de ônibus”, disse ao motorista, ainda atônito. Chegando ao estúdio, Fátima estava apreensiva. Enfim

se redimiria pelos anos de subserviência ao oligopólio midiático mais poderoso do país. O programa seria ao vivo. Sem cortes, sem interferências: censura zero. Ela, inclusive, já sabia como começar: “vocês não são bobos, deem um basta na rede Globo”. E, inflamada, prosseguiria denunciando como a emissora, que posa de defensora da democracia, apoiou a ditadura militar e agora manipula e falseia a opinião pública; deta-

MEME DA VEZ

lharia como a emissora utiliza uma crise econômica global para justificar a onda golpista do empresariado; panfletaria que o povo deve juntar forças para construir uma sociedade mas.... Fátima Bernardes acorda agitada. Gotas de suor escorrem de sua fronte. “Outra crise de consciência, Fá?”, pergunta Bonner, acalentando a esposa. “É...”, responde. Respira fundo. Solta o ar devagarinho. “Mas já passou”, se alivia ela.


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ECONOMIA

A CRISE É DOS RICOS, MAS OS POBRES PAGAM A CONTA GISELE BRITO

GOVERNO FEDERAL ENXUGA PROGRAMAS SOCIAIS E PERDE OPORTUNIDADE DE TAXAR MAIS RICOS COMO SOLUÇÃO PARA EQUILIBRAR ORÇAMENTO Nenhuma das medidas propostas por movimentos sociais para que os mais ricos pagassem a conta da crise foi acatada pelo governo federal e o “andar de baixo” irá arcar com as principais perdas geradas pelos cortes anunciados pelo ministro Joaquim Levy e Nelson Barbosa na última segunda-feira (14). O anúncio deve acalmar os mercados e abrandar a crise, especialmente política, que pressionava o planalto a tomar medidas econômicas drásticas. Mas causou decepção entre setores que queriam medidas

que onerassem os mais ricos. Apesar da sugestão, o governo federal preferiu cortar dos mais pobres. A parte do programa ‘Minha Casa Minha Vida’ destinada para pessoas com renda de até R$ 1600 sofreu corte de R$ 4,8 bilhões. A presidência afirmou que, como alternativa, o programa receberá recursos do FGTS. Mas para os movimentos de moradia, ainda assim, a medida significa encarecimento da unidades habitacionais para as pessoas de baixa renda. Entre as sugestões de movimentos sociais e centrais

sindicais como alternativa de arrecadação estava a taxação de grandes fortunas. A medida teria pouco impacto na atividade econômica e afetariam apenas a parcela mais rica da população. Na avaliação do mestre em Finanças Públicas e ex-secretário de Finanças na gestão da prefeita Luiza Erundina em São Paulo, Amir Khair, o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) para pessoas com patrimônio acima de 1 milhão de reais renderia cerca de 100 bilhões de reais por ano. Dinheiro suficiente para cobrir o

rombo de mais de 30 bilhões de reais previsto no orçamento da União para 2016. Tramitam no Congresso Nacional leis que tratam do assunto, mas o lobby dos endinheirados impede que o debate sobre a medida avance. Na semana passada, o ministro da fazendo Joaquim Levy chegou a ventilar a ideia de aumentar o imposto de renda para quem ganha mais. A medida chegou a ser taxada como “veneno amargo” por setores contrários. Mas, especialistas acreditam que a mudança tornaria menos injusta

a tributação no país. Atualmente, a maior parte dos impostos no Brasil é arrecadada de maneira indireta, nas chamadas taxações sobre consumo. Ou seja, embutido nos preços dos produtos consumidos por toda a população. Esse tipo de cobrança é considerado injusto porque cobra o mesmo valor de pobres e ricos. Já o imposto de renda poderia exigir mais daqueles que tem rendas maiores. “O problema é que isso torna o sistema tributário pouco progressivo, impedindo que ele tenha um grande impacto


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CORTES NO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA Foto: Roberto Stuckert Filho

Foto: Valter Campanato

sobre a distribuição de renda e de riqueza. E sabemos que o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. Além disso, aumentar o peso dos impostos diretos permitiria reduzir a tributação indireta, o que poderia ter um impacto benéfico para a competitividade da produção nacional tanto no Brasil quanto em mercados estrangeiros”, afirma o economista e professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Fernando Rugitsky. O governo chegou a anunciar aumento nas alíquotas do

IR, ou seja, porcentagens pagas por pessoas físicas ao vender imóveis. A ideia é justamente arrecadar mais quando vendas milionárias forem feitas. Quem vender imóveis por mais de 20 milhões de reais, por exemplo, terá taxação de 30%. Apesar disso, a arrecadação prevista com a medida é de apenas 1,8 milhão de reais. Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares, a CMP, e da Frente Brasil Popular compara a diferença da garfada nos interesses dos mais ricos com as perdas enfrentadas pelos mais

pobres. “O corte do Minha Casa Minha Vida para baixa renda será de 4,8 bilhões de reais e o aumento de impostos para casa dos mais ricos será de 1,8 bilhões de reais. Ou seja, é o andar de baixo que está pagando a conta”, aponta. Outras medidas anunciadas foram: a recriação da CPMF, dessa vez para subsidiar a previdência social, que ainda tem que ser aprovada no Congresso; o adiamento no aumento dos servidores federais de janeiro para agosto de 2016; e redução dos gastos federais com saúde.

O programa Minha Casa Minha Vida é dividido em várias faixas de renda. A que atende as famílias mais pobres é a faixa 1, que subsidia moradia para pessoas com renda até R$ 1.600. Os recursos usados para produzir essas moradias vinham todos do tesouro nacional, enquanto as outras faixas eram financiadas pelo FGTS, contribuição obrigatória feita por todos os trabalhadores com carteira assinada. Agora, o governo federal cortou 4,8 bilhões de reais do programa. E criou uma nova faixa que poderá ser financiada também pelo FGTS. A medida, na visão da equipe econômica, poupa o programa. Mas não é isso que pensa o coordenador da CMP, Raimundo Bonfim. “O dinheiro retirado do FGTS tem que voltar para o fundo. O FGTS não pode arcar com essa despesa. Na prática isso significa menos recursos para a faixa 1”, pondera Raimundo. “Desde o inicio lutamos para que não houvesse corte nas áreas sociais”, afirma decepcionado. “Sempre batemos em dois pontos: que os remédios que veem sendo usados agravam a recessão e favorecem o rentismo, por isso defendemos a taxação das grandes fortunas e o combate à sonegação. Mas o governo sinaliza cortando programas sociais e elevando taxa de juros”, explica o coordenador da CMP.


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EUROPA

EUA

EUROPA FECHA AS PORTAS PARA OS REFUGIADOS

DONALD TRUMP LIDERA DISPUTA ENTRE OS REPUBLICANOS NOS EUA

DA REDAÇÃO

HUNGRIA E OUTROS PAÍSES EUROPEUS CRIAM NOVAS LEIS QUE DIFICULTAM O DESLOCAMENTO NA MAIOR MIGRAÇÃO EM MASSA DESDE A SEGUNDA GUERRA

Foto: David Cameron

A maior migração em massa observada na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) entra um novo capítulo com o endurecimento de leis e a criação de bloqueios em fronteiras de países como a Hungria, a Áustria e a Holanda. Deslocados pelo conflito armado na Síria, ao menos 170 mil refugiados utilizaram a Hungria como passagem da Grécia para o restante da Europa. O caminho por terra era considerado mais seguro do que a tentativa de atravessar pelo mar. Ao menos 2.800 pessoas, em sua maioria crianças, já morreram durante a tentativa de chegar ao continente europeu. Desde a última terça-feira (15), porém, o caminho foi bloqueado pelas autoridades húngaras com a construção de uma cerca fortificada na fronteira. A criação de novas leis criminalizando a entrada no país e a rejeição de novos pedidos de asilo aos refugiados também agravam a situação. Apenas no primeiro dia, 367 imigrantes tentaram entrar ilegalmente na Hungria, dos quais 316 serão processados

por danificar a cerca de arame farpado na fronteira e 51 por entrar ilegalmente no país. Líderes da União Europeia concordaram em distribuir cerca de 160 mil refugiados entre seus países membros, sem determinar como será feita a divisão. A Alemanha, até então uma das principais lideranças na crise humanitária e um dos principais destinos buscados, fechou sua fronteira com a Áustria no final de semana, alegando razões de segurança. A ação acabou causando um efeito dominó em outras nações europeias, que passaram a impor bloqueios em suas próprias fronteiras. Além da Hungria, Áustria, Eslováquia e Holanda anunciaram a criação de mais pontos de controle nas fronteiras, com o objetivo de estancar o fluxo migratório. A guerra na Síria já matou 250 mil pessoas desde seu início, em 2011, e forçou 11,6 milhões a sair de suas casas - cerca de metade da população do país antes da guerra. Desse total, 4 milhões de sírios já abandonaram o país.

OPINIÃO

“NARCOS”: MESMO COM FALHAS, MOSTRA INTENÇÕES DOS EUA NA AMÉRICA LATINA

HILLARY CLINTON SOFRE QUEDA, MAS AINDA É A CANDIDATA FAVORITA ENTRE OS DEMOCRATAS Magnata do setor imobiliário e conhecido por apresentar o reality-show “O Aprendiz”, Donald Trump lidera a disputa no partido Republicano para se tornar pré-candidato presidencial nos EUA. Conhecido por suas posições anti-imigração, o republicano está com 33% das intenções de voto, um aumento de 29 pontos desde o fim de maio, antes do anúncio de sua candidatura. O maior apoio à candidatura de Trump está entre os norte-americanos sem ensino superior e com renda inferior a 50 mil dólares anuais. Em segundo lugar está o neurocirurgião Ben Carson, com 20% de apoio. Ex-governador da Florida e irmão do ex-presidente George W. Bush, Jeb Bush aparece com apenas 8% das intenções de voto entre os republicanos. Os dados são da pesquisa Washington Post/ABC, realizada com 1003 adultos em todo o país entre 7 e 10 de setembro. Entre os democratas, a ex-secretária de estado Hillary Clinton perdeu terreno após o escândalo do uso de seu e-mail pessoal em assuntos oficiais. Hillary conta com 42% de apoio entre os membros do partido Democrata, uma queda de 21 pontos desde julho. O maior recuo aconteceu entre as eleitoras brancas. O segundo lugar entre os democratas é ocupado pelo senador Bernie Sanders, único candidato declaradaramente socialista, que causou surpresa ao subiu 10 pontos percentuais e chegar a 24% das intenções de voto dentro de seu partido. Joe Biden, vice-presidente de Barack Obama, aparece na terceira posição, com 21%.

“Queremos Escobar morto, mas não somos um esquadrão da morte”, diz o agente Steve Murphy do DEA (polícia anti-drogas dos Estados Unidos). “Claramente você não conhece a história do seu país na América Latina”, responde a guerrilheira colombiana Elisa. O diálogo do sexto episódio de “Narcos”, série original do serviço de streaming Netflix produzida pelo brasileiro José Padilha, sintetiza as ações dos EUA em nosso continente: uma maquiagem de cooperação que esconde relações históricas de dominação e opressão. A primeira temporada de “Narcos” mostra uma visão estadunidense do desenvolvimento do império de Pablo Escobar, o maior “patrão” do tráfico de drogas da história da Colômbia e os esforços dos EUA (maior mercado de Escobar) em sua caça. Como não poderia deixar de ser, a série peca por desconsiderar elementos históricos fundamentais para compreendermos o fenômeno da produção e tráfico de drogas na América Latina. Porém, situa bem o papel dos EUA em terras colombianas: “nossa prioridade é acabar com os comunistas, não com as drogas”. Não se trata de proteger a sociedade, mas sim garantir interesses políticos e econômicos. “Narcos” não é um documentário, mas uma obra ficcional baseada em eventos reais quase inacreditáveis. Mas nenhuma versão desta história pode esconder a ingerência dos EUA em nossa soberania, suas alianças com as elites latino-americanas e os resultados nefastos de sua presença militar no continente. A realidade é, por vezes, mais dramática do que a ficção. Pedro Bocca é graduado em Relações Internacionais pela Unesp e Mestre em ciências Políticas na PUC/SP


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BRASIL

GILMAR MENDES VOTA A FAVOR DE DOAÇÕES DE EMPRESAS PARA CAMPANHAS POLÍTICAS DA REDAÇÃO

DEPOIS DE UM ANO E CINCO MESES DESDE O COMEÇO DA VOTAÇÃO, MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL FAZ DEFESA ACALORADA DE FINANCIAMENTO PRIVADO O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) votou nesta quinta-feira (16) a favor do financiamento privado de campanhas políticas. Mendes entendeu que não há vedação expressa na Constituição a doações a candidatos e partidos políticos. O placar da votação, que começou em 2013, está agora em 6 votos a 2 contra as doações. Após a leitura do voto, o julgamento foi interrompido e será retomado na sessão desta quinta-feira (17). O entendimento firmado pela Corte somente poderá ser aplicado às eleições municipais de outubro de 2016 se a votação for encerrada até o dia 2 de outubro, um ano antes do pleito. A decisão da Corte será definitiva e independe do juízo da presidenta Dilma Rousseff sobre o projeto de lei aprovado na Câmara dos Deputados, na semana passada,

que autorizou o financiamento. A presidenta tem de decidir se veta ou sanciona a matéria. Em caso de sanção pela presidenta, será necessária a impetração de outra ação para questionar a validade da lei que entrará em vigor. O julgamento foi retomado hoje após ficar um ano e cinco meses parado, devido a um pedido de vista de Gilmar Mendes. Em um voto proferido em mais de quatro horas, o ministro disse que os partidos políticos devem receber apoio privado, como forma de provar que as legendas existem de fato e têm apoio da parte da sociedade, fatos essenciais para a democracia. Ainda faltam votar os ministros Celso de Mello, Rosa Weber e Cármen Lúcia. O julgamento começou em 2013 e, desde então, conta com os votos do relator, ministro Luiz Fux, Luís Ro-

berto Barroso, Dias Toffoli, Joaquim Barbosa (aposentado), Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski contra o financiamento privado. O Supremo julga ação direta de inconstitucionalidade da Ordem dos Advogados do Brasil, OAB, contra doações de empresas privadas a candidatos e a partidos políticos. A entidade contesta os artigos da Lei dos Partidos Políticos e da Lei das Eleições, que autorizam as doações para campanhas. Pela regra atual, as empresas podem doar até 2% do faturamento bruto obtido no ano anterior ao da eleição. Para pessoas físicas, a doação é limitada a 10% do rendimento bruto do ano anterior. Segundo o relator, Luiz Fux, as únicas fontes legais de recursos dos partidos devem ser doações de pessoas físicas e repasses do Fundo Partidário.

BENEFÍCIO PARA FAMÍLIAS SEM RENDA PRÓPRIA A Lei nº 12.470/201 assegura a concessão de benefício no valor de um salário mínimo a segurados que não têm renda própria e que sejam de família de baixa renda, desde que realizem contribuição equivalente a 5% do limite mínimo mensal do salário de contribuição. É de baixa renda a família inscrita no cadastro de programas sociais do governo federal (CadÚnico), cuja renda mensal seja de até dois salários mínimos. É importante que se cobre dos assistentes sociais que preenchem os formulários do CadÚnico

que não considerem ganhos como doação de cesta básica, pensão alimentícia em favor de dependente e bolsa-família como renda própria. Caso contrário, o preenchimento será equivocado por conter a informação errada de que o segurado tem renda própria, gerando indeferimento futuro no INSS e frustração naqueles que contribuíram e sonhavam com o benefício

Por Julio José Araújo Junior, Procurador da República


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CAPA

ELAS NUNCA FORAM DA FAMÍLIA POR CLAUDIA ROCHA E GUILHERME WEIMANN

DIRETORA DE "QUE HORAS ELA VOLTA?" CONTA O PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO FILME QUE COLOCA O DEDO NA FERIDA DAS RELAÇÕES ENTRE EMPREGADAS DOMÉSTICAS E PATRÕES NO BRASIL "Que horas ela volta?" é rotulado pela crítica como um filme de arte, mas para a diretora Anna Muylaert o longa precisa ser assistido também nas periferias do país. Nada mais justo, já que o roteiro conta a história de Val, uma empregada doméstica que passou anos trabalhando na casa de uma família rica do Morumbi e tem sua vida alterada com a chegada de Jéssica, sua filha que foi deixada no Nordeste e está em São Paulo para prestar vestibular. Ganhador do Festival de Berlim e com premiação também em Sundance, o filme é a representação brasileira na disputa pelo Oscar. A escolha rompeu uma hegemonia masculina de 30 anos de indicações de diretores homens e acendeu um debate sobre o machismo no cinema. Mesmo com a agenda lotada, a diretora recebeu O Brasil de Fato SP em sua casa no último sábado à tarde e falou sobre a repercussão do filme, que já ultrapassou 150 mil espectadores. Confira a entrevista:

Brasil de Fato SP - Quando você teve a ideia do filme, o objetivo era ter o foco no retrato das relações humanas ou a ideia já era debater questões políticas? Anna Muylaert - Eu não pensei em política enquanto estava construindo o roteiro. Queria dar um destino melhor para a filha da empregada. Na minha cabeça de dramaturga, eu queria tirar o clichê da maldição da repetição. Durante muitos anos o caminho era igual, a filha vinha para cá ser cabeleireira e acabava como doméstica, assim como a mãe. Eu determinei a mudar isso. A partir do primeiro dia em que apresentei a ideia, a associação com o retrato do período pós- Lula foi imediata. O fil-

me estava mais enraizado na realidade do que eu achava. Falando um pouco sobre essa nova realidade, que foi alterada devido aos diversos programas sociais implantados na última década, você acredita que houve uma mudança na autoestima do brasileiro? A partir do Lula, sem dúvida, houve um trabalho de melhoria da autoestima tanto pelo Bolsa Família e pelas cotas raciais nas universidades, como também pela Copa do Mundo e Olimpíadas. Acho que se há algo que o Lula fez foi subir a autoestima das classes menos favorecidas. Mas isso é um pequeno começo, a questão da educação ainda está muito atrasada em relação aos países

europeus, por exemplo, que são socialmente mais democráticos. Aqui demos um pequeno passo para o direito à cidadania. Sobre a personagem Jéssica, como você encara o fato de algumas pessoas interpretarem ela como uma pessoa ‘metida’, quando na verdade ela só quer ser tratada como os outros hóspedes da casa? Como você pensou na personalidade dela? Ela foi uma menina que teve educação, apesar de não ter dinheiro. Além disso, ela não teve empregada, portanto nem conhecia essas rígidas regras separatistas. A minha ideia é que ela chegaria com uma inocência. Mas, claro que ao perceber aquelas relações, ela


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CAPA simplesmente não acredita. Na cabeça dela, aquelas regras não significam nada. Há quem ache ela arrogante e há quem ache ela maravilhosa.

Autoestima é bom, mas arrogância não. Quando meu filme começou a ter visibilidade, comecei a sofrer um bullying que nunca tinha sofrido antes, de parceiros meus dizendo que se eu cheguei lá era por responsabilidade deles. Hoje, com esse filme, eu alcancei um patamar do cinema onde só há homens como Walter Salles, Fernando Meirelles, Padilha e Hector Babenco.

Dependendo do que você acha da Jéssica fica claro em quem você vota. Foram realizadas cabines [sessões de teste com o público] só com empregadas domésticas. Como foi a reação delas? E os patrões? Você chegou a ser vítima de algum discurso de ódio por causa do filme? Eu soube que, após a sessão, rolou um desabafo de um grupo [das domésticas] com coisas que estavam presas por muito tempo na garganta. Mas, muitas ficaram bastante travadas. Esse jogo de regras é um jogo invisível. O filme mexe muito com os dois lados. Tanto com o patrão, que sai de lá e diz que vai aumentar o salário da empregada, quanto com elas que se enxergam no filme e ficam motivadas a deixar de aceitar humilhações. Eu esperava que eu fosse vítima [de discurso de ódio], mas estranhamente ainda não houve. Os patrões usam o filme como um momento de revisão de atitudes e valores. Mas já fiquei sabendo de duas mulheres que levantaram e saíram da sala revoltadas em uma das cenas da Val, o que eu achei bem chocante. Você costuma brincar que o seu filme é um filme de “nadas”, porque os principais pontos estão relacionados a situações do cotidiano, que só têm importância

Foto: Guilherme Weimann

pelo contexto, como é o caso da relação das personagens com a piscina da casa. Como foi essa construção do roteiro? Eu estava girando atrás de uma solução quando, em agosto de 2013, seis meses antes da filmagem, minha fotógrafa, a uruguaia Bárbara Alvarez, me deu um livro do Cortázar com o conto Casa Tomada. Assim, achei uma solução para a Jéssica. Ela viria inocente das regras, e iria quebrando essas regras, até ser expulsa de volta. Quando a patroa entra na cozinha e a Jéssica está tomando sorvete, a cena é quase de um filme de terror. Mas a tensão está justamente na percepção das pessoas. Não há nada demais no fato de uma adolescente estar tomando sorvete. Você deu uma declaração em que diz que está incomodando os homens por ter atingido a ‘esfera do dinheiro’ dentro do universo do

Acho que a mulher tem um excesso de humildade enquanto o homem tem um excesso de arrogância. Isso que precisa ser equilibrado."

cinema. Não só nesta área, mas em praticamente todas, observamos essa situação. Como foi sua trajetória, você esbarrou muitas vezes no machismo? Tenho quase 25 anos de carreira. No começo, eu podia fazer o serviço, mas não podia receber o crédito. E eu mesma não exigia. Acho que a mulher tem um excesso de humildade enquanto o homem tem um excesso de arrogância. Isso que precisa ser equilibrado. As mulheres acabam errando também porque há um conjunto de regras que dizem que o homem deve estar à frente e a mulher atrás. Depois passei para uma condição onde eu levava o crédito, mas ainda ganhava menos do que o homem, e achava normal. Há sempre uma valorização do masculino e desvalorização do feminino. Foram muitos anos para eu perder esse excesso de humildade, que na verdade é uma subserviência. Humildade é bom, subserviência não.

Uma jovem, que também se chama Jéssica, publicou um artigo no blog "Nós, mulheres da Periferia" relatando as semelhanças da sua história com a Jéssica do filme. Como está sendo a recepção do público? Está incrível. Estou recebendo uma mensagem a cada cinco minutos. Ontem, um menino me escreveu relatando um episódio que ocorreu após a publicação de uma crítica muito bonita que fez sobre o filme. A patroa da sua mãe, que é empregada, achou seu texto em um blog, se reconheceu lá, e afirmou que mudaria completamente a sua postura. Isso, pra mim, já é um Oscar. Além disso, um pessoal da periferia me convidou para participar de um debate e, no final da mensagem, afirmou que ‘somos todas Val’. Enviei como resposta que também ‘somos todas Jéssica’. No geral, a periferia também quer ver o filme, mas ele ainda não chegou lá. No início, eu tinha a intenção de oferecer desconto para domésticas que apresentassem o cartão de trabalho. Mas, na primeira reunião, meu distribuidor descartou a ideia porque a patroa se sentiria mal em sentar ao lado da empregada. No mercado capitalista, "Que horas ela volta?" é um filme de arte. Apesar disso, estamos provando o contrário.


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SAMPA DE FATO

ALTO DE SANTANA: ENTRE GRAFITES E NATUREZA PEDRO HENRIQUE VASCONCELOS

Pra quem vem do centro é simples descobrir como chegar à zona norte: é uma imensidão colorida, que começa ali na estação Tietê e vai até o terminal Santana, para quem pretende acessar esse lindo canto da cidade de metrô. Não é pelo fato de morar nela, tão bela, que venho ressaltar a qualidade exuberante que essa região tem. Não contente por ser colorida em paredes, com seus grafites, ela também é, de toda a cidade, o ponto mais verde – de invejar qualquer pessoa que queira ao menos um minuto

longe desta cidade tão cinza em outros cantos, basta escolher um dos 12 parques que temos por aqui. Não pense que todos que moram na Zona Norte são tranquilos e gostam de aproveitar suas manhãs junto a capivaras e macacos martelos, pois se você tem aquele interesse por um lugar mais badalado, não se acanhe, a Luiz Dummont Villares, conhecida como “Avenida Nova”, tem diversos bares, para todos os gostos – paladar ou auditivo; acompanha também uma excelentíssima

unidade do Sesc, com diversos shows, oficinas e educação cultural. Seguindo mais em frente, ali na última estação metroviária, temos o Tucuruvi; dali saem ônibus para Guarulhos, mas também uma parte da Zona Norte, que nos faz lembrar daquele samba “Moro em Jaçanã, se eu perder esse trem ...” esse trem é aquele que velho ramal Guapira-Guarulhos. Dentre tantas curiosidades que esse pequeno pedaço inspira no meu dia a dia, passando ali, pela Nova Cantareira, uma das principais

avenidas da Zona Norte, tem o bar do Bigode, muito antigo, situado na Rua Aureliano Leal, é um dos points mais frequentados da região e sempre muito bem atendido pelo Moacir, o gerente simpático deste humilde bar. De lá, descendo a Avenida Leôncio de Magalhães, dentre suas entradas após o metrô Jardim São Paulo, que carrega o nome de um ilustre ícone da representação brasileira no mundo, o piloto Ayrton Senna – uma grande figura que a Zona Norte teve muito orgulho em acolher –

é possível, após uma ladeira, encontrar o “Mirante de Santana”, uma linda praça, com aparelhos de ginástica, brinquedos, mesas configuradas para xadrez e dama, circuito para cachorros, deck e uma grande área verde que permite você admirar essa capital tão grande vista do alto. Lá abriga também a principal estação meteorológica, que sempre marca uma das temperaturas mais frias de SP. Nem tudo é perfeito, mas um presídio virar parque, como no caso do Carandiru, aahh... isso só aqui na Zona Norte!

SP INVISÍVEL

AQUI É DURO, PEÇO TODO DIA PRA DEUS ME PROTEGER DESSE MAL QUE ROLA” FACEBOOK.COM/SPINVISIVEL

Olha, só não quero aparecer em foto pra não passar como cagueta, mas meu nome é Lúcio*, tenho 42 anos e nesse um ano que to na rua, eu vi vários acontecimentos ruins, vi como a vida é sofrida, já perdi vários amigos como o velhinho hoje, eu conhecia ele. O negócio não é brincadeira, é muita gente morrendo. O que aconteceu foi o seguinte, tava todo mundo lá embaixo porque tava rolando um show com o pessoal do Pânico, toda semana eles tão vindo aqui falar as besteiras deles. Do nada, a gente começou a ouvir uns barulhos,

falaram que era bombinha, mas quando vimos que era tiro mesmo, já correu todo mundo lá pra cima. Logo que cheguei lá, vi a moça correndo e o Alemão derrubando ela e pisando na refém. O Gaguinho, que é o Francisco, ficava por lá sempre e foi indo pro canto pra tentar salvar a mulher. Nessa que ele salvou ela, como eles já se conheciam, acho que o Alemão pensou, 'velhinho, você tá me atrasando' e meteu um tiro no queixo e outro no peito dele. Depois disso pareceu que ele já sabia que ia morrer porque ele ficou no canto sentado e pensando até a polícia matar ele. Só não sei porque na TV só mostra o Velhinho salvando a mulher e os tiros do Alemão, não mostra os tiros dos PM's. Aqui é duro, peço todo dia pra Deus me proteger desse mal que rola.”


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CIDADE

TRANSPORTES

REDUÇÃO DE VELOCIDADE NAS MARGINAIS DIMINUI 20% O NÚMERO DE ACIDENTES

MULTAS CONTRA EMPRESAS DE ÔNIBUS SOBEM 72% EM SÃO PAULO Foto: Oswaldo Corneti

DA REDAÇÃO

EM DOIS MESES, MUDANÇAS IMPLANTADAS PELA PREFEITURA DE SÃO PAULO REDUZIRAM EM 6% OS ÍNDICES DE CONGESTIONAMENTOS NA CIDADE Balanço divulgado nesta quarta-feira (16) pela prefeitura de São Paulo indica uma redução nos acidentes de trânsito após mudanças nos limites de velocidades nas marginais Pinheiros e Tietê. O levantamento também aponta que as alterações implantadas pela gestão de Fernando Haddad (PT) levaram a uma redução de 10% nos congestionamentos nessas vias e de 6% na cidade como um todo, em apenas dois meses de vigência. As máximas permitidas nas marginais foram reduzidas de 90 km/h para 70km/h nas vias expressas. Na pista central da Tietê, a velocidade máxima passou de 70 km/h para 60 km/h e de 70 km/h para 50 km/h nas pistas locais. O número de acidentes sem vítimas caiu 20% desde o dia 20 de julho, quando as mudanças foram efetivadas, e o de acidentes com mortos ou feridos reduziu 29%. Tra-

Foto: Fotos Públicas

duzindo em números, os acidentes sem vítimas caíram de 272 para 217 e, os demais, de 110 para 78. Apesar de preliminares, os dados apresentados apontam para um cenário otimista. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Haddad afirmou que a queda no número de acidentes verificada em São Paulo foi superior à situação observada em Paris, na França,

onde um anel viário com características semelhantes às marginais da capital paulistana também teve redução do limite de velocidade dos automóveis de 80 km/h para 70 km/h. Segundo o prefeito, os dados iniciais de São Paulo são melhores do que na capital francesa, onde a redução foi de 15% dos acidentes e 18% de melhora nos índices de congestionamento.

Multas aplicadas pela SPTrans contra empresas e permissionários do transporte público em São Paulo aumentaram 72,79% no primeiro semestre de 2015, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2014, foram aplicadas 12.406 notificações. Nos primeiros seis meses de 2015, porém, o total já chegou a 21.437 multas. A principal infração cometida pelas empresas de transporte público é o descumprimento do número de partidas programadas para cada faixa de horário. O atraso nas partidas causa lotação nos pontos e nos ônibus, dificultando a vida dos passageiros que dependem do transporte para circular pela cidade. A segunda maior irregularidade, com 10.369 notificações, é o descumprimento do intervalo de ônibus que também prejudica a frequência das linhas. Atualmente, a multa para cada uma dessas infrações é de R$360. O novo edital de concessão de transporte público pretende punir em 40% da remuneração as empresas que deixarem de cumprir as viagens. As empresas alegam que a responsabilidade pela pontualidade das partidas não depende apenas delas, mas também de fatores externos como o trânsito nas vias, acidentes e obras.

CRISE HÍDRICA

PROGRAMA DE REFLORESTAMENTO DE MANANCIAIS NÃO ATINGE 1% DA META ATÉ O MOMENTO, Só 30 DOS MAIS DE 4 MIL HECTARES PREVISTOS FORAM REFLORESTADOS PELO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Lançado há seis meses pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, o programa de reflorestamento do entorno dos mananciais cumpriu apenas 0,67% da meta, a ser cumprida em dois anos. Até o momento, só 30 dos 4.4.64 hectares previstos foram reflorestados.

Mananciais são fontes de água, superficiais ou subterrâneas, que podem ser utilizadas para abastecimento público, como rios, lagos, represas e lençóis freáticos. No Brasil, 47% de toda água fornecida para as cidades é oriunda de rios, lagos e represas.

A preservação da vegetação no entorno dessas fontes é importante para a conservação dos recursos hídricos. Levantamento realizado pela ONG The Nature Conservancy demonstrou que o reflorestamento de 3% da vegetação em volta das represas da Grande São Paulo poderia

aumentar em até 50% a capacidade para o armazenamento de água. Na visão do Tribunal de Contas do Estado (TCE), a falta de água em São Paulo é resultado da falta de planejamento do governo paulista. De acordo com o órgão, a Secretaria Estadual de Recursos

Hídricos (SSRH) foi alertada diversas vezes sobre a necessidade de um plano para eventuais crises de escassez de água na região metropolitana de São Paulo. As informações são do parecer do TCE sobre as contas relativas à gestão de 2014 do governador Geraldo Alckmin (PSDB)


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PROTESTOS

MOSTRA

TRABALHADORES FECHAM AVENIDA PAULISTA EM PROTESTO POR “NENHUM DIREITO A MENOS”

MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA APRESENTA EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE BORDADOS COM DENÚNCIAS POLÍTICAS

DA REDAÇÃO

A MOSTRA EXIBE PEÇAS INTERNACIONAIS DE BORDADO CRIADAS A PARTIR DE TÉCNICA ORIGINADA NA RESISTÊNCIA À DITADURA CHILENA.

EM MEIO A UM CONTEXTO DE CRISE ECONÔMICA, DIVERSOS SINDICATOS FORAM ÀS RUAS DA CAPITAL PAULISTA PARA DEFENDER A DEMOCRACIA, OS EMPREGOS E OS SALÁRIOS. Durante toda a manhã desta terça-feira (15), aproximadamente 10 mil trabalhadores organizados em sindicatos da Central Única dos Trabalhadores (CUT) protestaram na Avenida Paulista, em São Paulo. O ato, realizado em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), teve como foco a defesa da democracia, do emprego e do salário, já que com a economia mais fragilizada há anúncios de demissões em diversas categorias. Para o recém-empossado presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, a mobilização demonstrou que os trabalhadores não podem arcar com os efeitos da crise. “Estamos atentos e não vamos aceitar nenhum tipo de retrocesso, seja em relação à retirada de direitos, sejam as tentativas de ataques à democracia”. Apenas neste segundo semestre, mais de 1,8 milhão de trabalhadores filiados à CUT entrarão em campanha salarial de acordo com a data-base, que é um calendário de negociação acordado anteriormente entre patrões e empregados.

QUÍMICOS REIVINDICAM MELHORIAS DE TRABALHO COLABOROU BARTIRA BETINI

Uma das categorias que já iniciou sua campanha salarial deste ano é a do ramo químico. O setor emprega, apenas no estado de São Paulo, cerca de 270 mil trabalhadores do setor de plástico, fertilizantes, higiene pessoal, perfumaria, cosmético, agrotóxico, tintas, vernizes e fibras. Organizados na Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico de São Paulo (FETQUIM), os trabalhadores reivindica jornada de 40 horas de trabalho sem redução salarial, licença maternidade

de 180 dias, valorização do piso salarial e aumento real dos salários. Para o presidente da federação presente no ato da Paulista, Airton Cano, a categoria precisa se unir para impedir retrocessos nos direitos trabalhistas. “Os empresários, principalmente do setor químico, estão tentando retalhar o direito dos trabalhares e impor novamente ao país um projeto neoliberal. Neste momento, queremos manter o reconhecimento do setor e a posição de luta e competência dos trabalhadores”.

Entre 25 de setembro e 25 de outubro, o Salão de Atos do Memorial da América Latina, localizado ao lado do metrô Barra Funda, abrigará a exposição internacional “Arpilleras: bordando a resistência”, que reúne 37 peças de bordado construídas por mulheres de seis países da América Latina e Europa, com o objetivo de problematizar e transgredir o papel feminino na sociedade. As obras foram elaboradas por meio de uma técnica de bordado, conhecida como ‘arpillera’, popularizada mundialmente a partir da oposição realizada ao regime militar chileno (1973 - 1990). Na ocasião, mulheres das periferias de Santiago se utilizavam das roupas de parentes desaparecidos para denunciar as violações de direitos humanos cometidas pelo governo do general Augusto Pinochet. No Brasil, a técnica foi resgatada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) em oficinas realizadas com mais de 900 mulheres atingidas por projetos hidrelétricos nas cinco regiões do Brasil desde 2013. O resultado poderá ser visto nas linhas de 25 bordados da exposição. Durante a programação, também estão previstas oficinas de bordados, com o objetivo de problematizar as violações de direitos humanos que envolvem o universo feminino, além de palestras e exibição de filmes. Serviço: Lançamento da exposição “Arpilleras: bordando a resistência” Dia 25 de setembro, 19 horas. Memorial da América Latina - Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 - Barra Funda, SP. Haverá coquetel e atividade cultural com a presença da chilena Roberta Basic, curadora da Mostra e bordadeiras do Movimento dos Atingidos por Barragens.


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ESPORTE

CAMPANHA DIZ ‘NÃO’ AOS JOGOS DE FUTEBOL ÀS 10 DA NOITE THIAGO CASSIS

LANÇADA PELO COLETIVO ‘FUTEBOL, MÍDIA E DEMOCRACIA’, A IDEIA É DEBATER OS INTERESSES MIDIÁTICOS QUE PREJUDICAM TORCEDORES AO VOLTAR PARA CASA TARDE APÓS PARTIDAS.

Faltando três minutos para às 10 da noite, a Rede Globo anuncia sua próxima atração. Informe dos anunciantes e seguem com imagens ao vivo do campo de futebol. Muito bem encaixada em sua grade, como mais uma de suas “atrações”, está mais uma partida do Campeonato Brasileiro. Como detentora dos direitos de

transmissão a emissora exibe os jogos do Brasileirão. Até aqui nada demais, se não fosse um detalhe importante: o horário em que a “atração” vai ao ar nas noites de quarta-feira. Quando uma partida é marcada para 10 horas da noite, muitos interesses podem estar contemplados: patrocinadores e programação de afiliadas da emissora por todo o Brasil. Mas o interesse que deveria ser o mais importante não está, o do torcedor. Os frequentadores dos estádios são aqueles sujeitos que dão suas vidas ao futebol. Muitas vezes, juntam dinheiro com dificuldade, já que os preços dos ingressos estão cada vez mais caros. Além disso, para conseguir acompanhar o clube do coração muitos pegam metrô e ônibus até o estádio. A maioria da torcida

é composta de trabalhadores, que acordam cedo no dia seguinte, mas são obrigados a sair depois da meia noite das arquibancadas. Neste contexto, o Coletivo “Futebol, Mídia e Democracia”, do Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé, lança uma campanha que pretende lutar pela redução do horário das partidas exibidas pela televisão. Foram realizadas diversas atividades onde interessados pelo assunto da democratização da comunicação e integrantes de torcidas debatem o tema. O futebol é mais do que um programa na grade de uma emissora de TV. E não preciso grandes explicações para afirmar que o futebol está na identidade do povo brasileiro.

OS QUE MARCAM E OS QUE PENSAM Durante um bom tempo no futebol brasileiro, em especial nos anos 1990, o meio de campo foi dividido em duas funções: os que pensam e os que marcam. Os primeiros eram os volantes, jogadores preferencialmente fortes, altos, de jogo principalmente físico. Os últimos eram os meias, jogadores habilidosos, dribladores, donos de bom passe. Essa divisão dificultava a fluência do time, em especial a saída de bola, já que os volantes poucos ou nada participavam das ações ofensivas. De lá para cá, o futebol mudou, em especial nos centros europeus, para onde a força da grana leva os melhores jogadores. O jogo ficou mais coletivo, valorizando o passe de qualidade em todo o campo. Com isso, mesmo zagueiros que saibam o que fazer com a bola passaram a ser muito valorizados. Quanto aos volantes, na sua versão “brucutu”, foram praticamente abandonados, substituídos por jogadores versáteis, que tanto marcam quanto atacam. Iniesta, Xabi Alonso, Schweinsteiger, Pogba, Pirlo e Yaya Touré são exemplos, de várias nacionalidades, times e estilos. Não é, a rigor, nenhuma novidade: basta lembrar de Falcão, Cerezo, Clodoaldo, Gerson e tantos outros que ocuparam a meia cancha da seleção brasileira em diversos momentos – até os anos 1990, quando tudo mudou. Hoje, o Brasileirão vê uma valorização semelhante do passe e da posse de bola, levando ao ressurgimento (ou adaptação) de jogadores com essas características múltiplas. Renato Augusto, no líder Corinthians, e Diego Souza, no Sport, são exemplos claros: surgidos meias ofensivos bem no estilo dos anos 1990, hoje jogam buscando a bola com zagueiros, marcando e armando o jogo, aparecendo em todo o campo. Lucas Lima, do Santos, é outro que também merece ser lembrado. A mudança é bem vinda e, se chegar de fato até as categorias de base, pode fazer muito bem à seleção brasileira, há muito tempo presa no falso dilema entre marcar e pensar o jogo. Hoje, um bom meio campista faz os dois.

Nicolau Soares é jornalista, corintiano e membro do coletivo Futebol, Política e Cachaça (futepoca.com.br)

Para saber mais, acesse: ‘Jogo 10 da noite não’ no facebook.

ITAQUERÃO

FUNCIONÁRIO DA ODEBRECHT VIRA RÉU POR ACIDENTE NA ARENA CORINTHIANS QUEDA DE GUINDATES EM NOVEMBRO DE 2013 MATOU DUAS PESSOAS Foto: Gabriel Smith

O funcionário da construtora Odebrecht, Valentim Valeretto, tornou-se réu na acusação de homicídio culposo (quando não há intenção e matar) por imperícia no acidente que matou dois trabalhadores nas obras da construção da Arena Corinthians, em novembro de 2013. A denúncia do Ministério Público foi acatada pela Justiça de São Paulo e o funcionário intimado por meio de edital publicado no Diário Oficial de Justiça

do Estado de São Paulo na última terça-feira (15). O mestre de obras era responsável por analisar as condições do solo onde operava o guindaste que acabou caindo e matando Fabio Luiz Pereira, 42 anos, e Ronaldo dos Santos, 44. Outros dois funcionários da empresa terceirizada que operava os guindastes na obra, a Locar Transportes Técnicos, também são réus na mesma ação judicial.


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AGENDA CONCERTO MUSICAL NO ED.MARTINELLI

CENTRO

Já pensou em ouvir um concerto enquanto admira a bela vista do topo do Edifício Martinelli? O Mês da Cultura Independente promove este evento. Todas as quartas e sábados de setembro, o "Música nas Alturas" leva para o topo do arranha céu uma série de concertos musicais com diversos artistas nacionais e internacionais. Sábados 19/09 e 26/09. Quartas 23/09 e 30/09. Rua Líbero Badaró, 504. Centro. Entrada gratuita.

EMICIDA NO SESC ITAQUERA

ZONA LESTE

O cantor e compositor apresenta seu novo projeto Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa, novo álbum conta com participações de músicos de Angola e Cabo Verde, países nos quais o rapper gravou as novas composições. Domingo, 20/09. A partir das 15h. Entrada gratuita. Sesc Itaquera Av. Fernando do Espírito Santo Alves de Mattos, 1000

6ª EDIÇÃO DA VIELADA CULTURAL

ZONA SUL

ZONA OESTE

A sexta edição do projeto vai trazer várias atrações e inaugura o NIP, Núcleo de Inteligências Periféricas, Quem for pode aproveitar um torneio de sinuca, ilustrando um grande conto da literatura brasileira: Malagueta, Perus e Bacanaço. Para saber mais, procure o evento no facebook: 6ª VIELADA CULTURAL FAVELA LETRAS.

Domingo, 19h. Entrada gratuita. ERLA - Espaço da Rosa Latino-americana. Rua Santo Antônio, 1025A.

PENHA ROCK COMEMORA CHEGADA DA PRIMAVERA Subprefeitura Penha prepara programação especial para a abertura da Festa da Primavera 2015 no Parque Linear do Tiquatira. Durante todo o dia, os frequentadores poderão usufruir gratuitamente de boa música e outras atrações. Além das bandas, vai ter feira de artesanato e comidinhas. Domingo, 20/09. Das 11h às 19h. Shows começam às 15h. Entrada gratuita Parque Linear Tiquatira – Av. Governador Carvalho Pinto, altura do nº 2300, Penha.

LECI BRANDÃO NO AUDITÓRIO DO IBIRAPUERA Leci Brandão está completando quatro décadas de uma trajetória artística de sucesso. E, para comemorar a data, realiza um show com a participação especial da Orquestra do Grupo de Referência de Jundiaí do Projeto Guri e de adolescentes da oficina de percussão da Casa Pirituba.

Domingo, 20/09. 10h. Rua André Dias, S/ NJardim Boa Vista. Entrada gratuita.

Sábado 19/09. 21h. Ingressos R$ 20. Parque Ibirapuera - Av. Pedro Álvares Cabral, 0 – Ibirapuera.

SHOW DE JUÇARA MARÇAL NO SUMAREZINHO

PLAYING FOR CHANGE NO LARGO DA BATATA

Completando 25 anos de carreira, a cantora será a convidada especial de setembro do projeto “Toque de Mestre – Intérpretes”. Juçara, também integrante do grupo Metá Metá, mostrará ao público as canções presentes em seu primeiro disco-solo, “Encarnado”, lançado em 2014. Terça-feira. Dia 22/09. 20h. Entrada gratuita. Escola Espaço Musical - rua Paulistânia, 331 – Sumarezinho

ZÉ BROWN NO CCJ

ZONA NORTE

FESTA DA MULHER IMIGRANTE O Microcine imigrante apresenta a Festa da Mulher Imigrante que vai acontecer em um espaço cultural bem bacana na região central. Os organizadores prepararam exibições de cinema e apresentações de Rap.

Rap com embolada, repente com Hip Hop. Zé Brown mistura e cria uma nova onda estética das ruas, da Mata Norte, do Sertão, do Alto José do Pinho. Atual e inovador, com estruturas nordestinas e Hip Hop de alta qualidade, recentemente Brown esteve em uma turnê fora do Brasil e se consolidou como revelação da cena Pernambucana.

Dia 19 de Setembro de 2015 é o dia escolhido para o 5º Playing for Change. Nesse dia músicos e simpatizantes do projeto de diversos países se juntaram em palcos, praças, escolas e, ao vivo, participaram de shows e atividades promovendo a paz e mudanças sociais positivas. Sábado 19/09. Das 10h às 22h. Entrada gratuita. Largo da Batata. Avenida Brigadeiro Faria Lima.

MÁRCIO LUGÓ NO SESC SANTANA O cantor e compositor Márcio Lugó apresenta show do disco "Liberdade Aparente", lançado em 2013. No repertório, o compositor da nova MPB reúne a diversidade dos ritmos e recorre a letras reflexivas. Sábado 19/09. 19h. Entrada gratuita.

Sábado 19/09. 19h. Entrada gratuita. Avenida Deputado Emílio Carlos, 3641 Vila Nova Cachoeirinha.

Sesc Santana - Avenida Luiz Dumont Villares, 579.


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ZODÍACO

O QUE PODE SER AQUELA FAMOSA “DOR DE ESTÔMAGO”? Áries

Dentre os sintomas que mais incomodam as pessoas no dia a dia está a famosa "dor no estômago". Muitas pessoas já estão acostumadas a tomar remédios toda vez que sentem as dores. Mas antiácidos e "sais de frutas" que melhoram as dores, realmente curam o que causa a dor? Na verdade, boa parte das dores de estômago está relacionada com o que chamamos de gastrite e doença do Refluxo. Estas duas condições aparecem principalmente em pessoas que se ali-

mentam mal no dia a dia: refrigerantes, bebidas alcóolicas, café, frituras, catchup, mostarda, pimentas, óleo frito, etc. Além disso, o estresse do dia a dia é um fator que pode agravar a situação e levar a um quadro de – como muitos conhecem – "gastrite nervosa". Os médicos especialistas nesta área observam o aumento do número de casos ano a ano destas doenças, principalmente as ligadas ao estresse, ansiedade e depressão. Então, para evitar a dor de estômago nós devemos ter uma boa alimentação, balanceada, evitando os alimentos mencionados acima, e principalmente uma vida que consiga equilibrar o trabalho e o lazer, evitando estresses e sobrecarga de trabalho. Desta forma podemos nos prevenir da maior parte das causas das "gastrites" e viver uma vida sem dor de estômago. Thiago Henrique dos Santos Silva é médico de família e comunidade.

RECEITA PRÁTICA, BARATA E GOSTOSA: PANQUECA

A sua intuição dará todas as oportunidades, nas mais diversas áreas, para você poder ir mais além. O seu charme e o seu poder de sedução serão postos à prova, porém preste atenção a todas as situações de dualidade, pois poderão originar alguns conflitos. Poderá ser cobrado sobre o seu comportamento no local de trabalho.

Podem ocorrer alterações na sua vida sentimental, fato que o levará a procurar novas amizades. Deve conviver o mais possível e ver alguns amigos que já não vê há algum tempo. Dica: não confunda fortes as atrações físicas com sentimentos. Ofereça para si próprio algum tempo de lazer, para poder enfrentar os tempos futuros.

Gêmeos

Câncer

A sua situação financeira permitirá compartilhar alguns bons momentos com os amigos mais chegados. No plano afetivo: o entusiasmo reina no seu cotidiano, a sua mente está voltada para o futuro de forma muito aberta e positiva. Os novos encontros podem trazer alguém que revolucionará o seu cotidiano.

Você terá uma semana repleta de bons acontecimentos, mas cuidado para não ficar muito envaidecido, pois pode ser mal interpretado. Tal como gosta de ser notado pelo seu esforço, deverá também reconhecer o esforço dos seus colegas ou subordinados. As suas atividades profissionais vão exigir de você grande concentração e esforço intelectual.

Leão Irá recolher informações muito importantes para melhor estruturar a sua carreira profissional. Este será uma semana em que viverá momentos efervescentes no relacionamento. Cuidado com relações duplas e atrações passageiras. No plano profissional e material: terá uma semana produtiva em que suas habilidades intelectuais serão colocadas em evidência.

Libra Descobrir o amor é um momento de felicidade. Mas não descuide do resto. Sentirá um forte desejo de viver momentos intensos com o seu parceiro. Se estiver só, tenha atenção com forma libertina como age cotidianamente. No plano profissional e material: A sua força energética está em alta, como tal, não vai parar. Conseguirá ultrapassar todos os obstáculos.

Por Fernanda Jatobá Ela pode ser doce ou salgada, pode ser servida no café da manhã, no almoço, no jantar ou até mesmo como sobremesa. Além de ser prática, rápida e gostosa. Na maioria das vezes, a panqueca é recheada com carne moí-

Touro

Virgem As obrigações familiares serão um peso ao qual não conseguirá fugir. Encare-as por um prisma mais positivo. No plano afetivo: Não se isole, procure pelo menos estar em contato mais íntimo com a sua família ou com aqueles que lhe são mais próximos. No plano profissional e material: a desmotivação pode levá-lo a não conseguir efetuar todas as suas tarefas cotidianas. Procure criar os seus próprios objetivos.

Escorpião Procure agir de forma insinuante e encantadora, tente encontrar a forma correta de resolução dos seus problemas. Não seja tão exigente consigo próprio nem com os que o rodeiam. Abra a sua mente e procure as razões pelas quais as pessoas reagem de forma diferente. No plano profissional: não deixe tarefas por executar, estas poderão trazer maior trabalho no futuro.

da refogada e coberta com molho de tomate. Mas também é servida com frango desfiado,

Sagitário

ricota com espinafre, ricota com cenoura e azeitona, e coberta com molho vermelho, branco ou rose. Para a sobremesa existem opções bem simples, como polvilhar canela e açúcar ou rechear com banana com canela, morango com nutella, leite condensado e até sorvete! As opções são muitas, é só soltar a criatividade e fazer essa massa básica que rende 12 ou 13 panquecas. Mãos à obra!

coloque uma concha da massa na frigideira, cobrindo todo o fundo. Abaixe o fogo e deixe a panqueca por mais ou menos 1 minuto até dourar. Vire com ajuda de uma espátula para fritar o outro lado. Quando estiver dourada, retire a panqueca e unte a frigideira novamente. Repita o procedimento até acabar a massa.

Ingredientes Modo de Preparo: No liquidificador, coloque

Você vai precisar de:

primeiro a farinha, depois leite, água, ovo e

1 xícara de chá de farinha de trigo

sal e bata por cerca de 4 minutos. Deixe a

1 xícara de chá de leite

massa descansar por 15 minutos. Em segui-

3/4 xícara de chá de água

da, unte uma frigideira antiaderente peque-

1 ovo

na com manteiga ou margarina e coloque no

1 pitada de sal

fogo médio. Quando estiver bem aquecida,

Manteiga ou margarina para untar

Procure o convívio dos seus amigos mais chegados e divirta-se o máximo possível. Abra o seu coração, não tenha receio de amar. Expresse os seus sentimentos e não dê margem para dúvidas nem ouvidos a terceiros mal intencionados. No plano profissional: poderá sentir-se um pouco bloqueado nos seus movimentos e na sua capacidade de ação. Aguarde melhores dias para tomar decisões importantes.

Aquário Não desanime se não for rapidamente reconhecido nos seus esforços de evolução pessoal e profissional. Pode estar um pouco desgastado e sem grande capacidade de compreensão e tolerância com o ser amado. As novas funções ou responsabilidades profissionais deverão ser assumidas com uma atitude positiva e otimista.

Capricórnio Terá a lucidez suficiente para entender ao primeiro minuto o abuso de confiança por parte de alguém que lhe é chegado. Não dê ouvidos para as famosas más línguas, que, por vezes, jogam por terra sentimentos e relacionamentos perfeitos. Cuidado com atitudes dos seus parceiros de trabalho. Podemos dizer que estamos perante um período bastante tenso. Cuide a sua conta bancária.

Peixes Reflita um pouco antes de entrar em discussão sobre os sentimentos que nutre pela pessoa amada. Cuidado para não perder a calma. Analise bem seus sentimentos. Não insista naquilo que o incomoda. No plano profissional: deve gerir a sua capacidade de organização de forma a não se dispersar e perder oportunidades que poderão ser únicas.


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CÊ VIU? RESUMO DA QUINZENA

Luiz Roberto Barroso, ministro do Superior Tribunal Federal, votou a favor da descriminalização do porte de maconha para consumo pessoal em julgamento iniciado em agosto e retomado na semana passada.

A solução para o problema do aquecimento global e da falta de água não está na cidade, está no campo. Temos que plantar árvores, recuperar rios, e para isso tem que ter a participação do setor rural do planeta. Nos nós urbanizamos e só extraímos do planeta, exaurimos o planeta em função de uma necessidade imensa de consumo que as comunidades urbanas têm.”

O direito nunca deve ser lotérico. Saber se o jovem preso é usuário ou traficante não deve caber ao policial ou ao juiz (...) A inexistência de parâmetro objetivo não é neutra. Jovens abonados são tratados como usuários, jovens pobres são traficantes”

CHICO BUARQUE BATE UMA BOLA COM MST

Sebastião Salgado, em entrevista à DW Brasil durante um evento sobre ambientalismo na Alemanha. O fotógrafo está trabalhando em um projeto sobre comunidades indígenas na Amazônia.

Foto: Sebastião Salgado

O cantor queridinho da MPB e conhecido por seu posicionamento político alinhado aos movimentos populares participou de uma partida de futebol no bairro do Recreio, no Rio de Janeiro, com representantes do Movimento dos Trabalhadores sem Terra. O evento fez parte da campanha que nomeia o campo de futebol da Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema, no interior de São Paulo. O nome escolhido foi “Sócrates Brasileiro” em referência ao jogador que também tinha destaque por sua defesa da democracia. O resultado final foi 7x7, melhor do que o último amistoso entre o MST e o time de Chico, o Politeama, que levou a melhor na última partida realizada nos anos 90.

A mortalidade infantil no Brasil caiu 73% em relação a 1990,

Foto: Maria Hsu

de acordo com relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef). O índice brasileiro é mais positivo do que a média mundial que é de 53%. Entre as principais causas de morte na infância está a desnutrição.


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